CASO CLÍNICO ABORTO_CORRIGIDO
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CASO CLÍNICO – ABORTAMENTO HABITUAL
Discentes: Ana Lúcia Caye OliveiraIbrahim Massuqueto
Orientador: Enferº César Batista
Porto Velho – 16/Outubro/2012
MATERNIDADE MUNICIPAL MÃE ESPERANÇA
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CASO CLÍNICO – 11/10/2012
Nome: M.C.R.C., 41 anos, sexo feminino, parda, 2º grau completo, Técnica de enfermagem, casada. Natural e procedente de Porto Velho – RO.
GV PI AIII, DUM: 16/07/2012
Paciente encaminhada do Hospital de Base Ary Pinheiro, sem queixas, trazendo USG obstétrico demonstrando óbito fetal.
HDA: Paciente relata que foi realizar o ultrassom de 1º trimestre no dia 10/10/2012, o qual demostrou ausência de batimentos cardíacos fetais, sendo então encaminhada a este serviço. Nega sangramentos ou queixa álgica.
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CASO CLÍNICO
Antecedentes Gineco-Obstétricos:Menarca: 14 anosSexarca: 19 anos3 abortamentos anteriores em primeiro trimestre após o primeiro
filho.
História Patológica Pregressa :
Nega HAS, nega DM, nega tireoidopatia, nega DST`s.
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CASO CLÍNICO
EXAME FÍSICO:
Paciente em bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, anictérica, acianótica e afebril, eupneica, hidratada e normocorada.
Sinais Vitais: PA: 100X60 mmHg FC: 82 bpm FR: 17 ipm T: 36,2
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USG
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• Biometria compatível com 12 semanas e 3 dias.• BCF Ausente
Diagnóstico: Óbito Fetal
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:Aborto retidoAbortamento Habitual (?)
CONDUTA:Ao APAMisoprostol 200mcg 2 cp. via vaginal 6/6 hrsMedicação de suporte (Hidratação EV + Analgesia)Curetagem realizada às 6:30 da manhã do dia 12/10/2012 sem
complicações e recebeu alta às 9:30 da manhã.
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ABORTAMENTO
Interrupção da gestação com feto pesando menos de 500 g ou com idade gestacional menor do que 20 semanas. (OMS)
Acredita-se que 15% das gestações terminem espontaneamente e 80% ocorrem antes da 12 semana.
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Classificação temporal
Abortamento precoce – Interrupção da gestação até a 12 semana de gestação
Abortamento tardio – quando ocorre após a 12 semana de gestação
Abortamento habitual – 3 ou mais episódios consecutivos de abortamento ou 2 abortos consecutivos em mulher >35 anos.
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ABORTAMENTO – Formas Clínicas
A classificação das formas de abortamento é importante pois define as condutas.
PARÂMETROS UTILIZADOS:Grau de sangramento Intensidade da dorFreqüência cardíaca embrionáriaCaracterísticas do colo uterino Imagem ecográfica
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Ameaça de abortamento
Sangramento discreto e pouca dorAusência de febreOrifício interno do colo fechadoBeta-hCG +USG com embrião e batimentos cardíacos
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Abortamento inevitável
Sangramento intenso e dor em cólica Ausência de febreOrifício interno do colo abertoBeta-hCG + Ausência de batimentos cardíacos
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Abortamento completo
Sangramento e dor ausentes ou discretosAusência de febreÚtero pequeno para IGOrifício interno do colo fechadoBeta-hCG negativo ou decrescendoÚtero vazio
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Abortamento incompleto
Sangramento variável, com dor em cólicaÚtero menor do que o esperado para a IGOrifício interno do colo aberto ou fechadoBeta-hCG negativo ou decrescendoUSG com restos ovulares
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Abortamento infectado
Sangramento variável, odor fétidoDor com sinais de peritonite em alguns casosFebreÚtero doloroso a palpaçãoOrifício interno do colo abertoBeta-hCG negativo
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Abortamento retido
Ausência de sangramento, dor ou febreOrifício interno do colo fechadoBeta-hCG negativo ou decrescendoUSG com embrião presente e ausência de batimentos cardíacos
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ABORTAMENTO HABITUAL
Perda espontânea e consecutiva de 3 ou mais gestações antes de 20/22 semanas.
Na prática, a ocorrência de duas perdas consecutivas permite pensar no diagnóstico e iniciar pesquisa.
Mais comum com menos de 12 semanas de gestação (65% dos casos).
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ETIOLOGIA
Identificada em 50% dos casos.
Causas anatômicasCausas endócrinasCausas genéticasCausas infecciosasCausas ImunológicasDoenças maternasFator Paterno
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Causas Anatômicas
Estima-se que são responsáveis por 15-27% dos casos de abortamento habitual.
Incompetência istmo-cervical (10-20%), sinéquias e septos uterinos, miomas.
Utero em T.
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Causas Endócrinas
Causa de abortamento habitual em 8-20%.
Insuficiência do corpo lúteo, diabetes mellitus, tireoidopatias, SOP.
SOP -> 44 – 82% Prevalência em Mulheres com Abortos Habituais
DM -> Controlada -> Incidência de 15%
Sem Controle -> Incidence de 45%
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Causas Genéticas
50% a 60% dos abortos espontâneos de 1º trimestre.
50%-60% - trissomias20%-25% - poliploidias15%-25% - monossomias do cromossomo X
American Colleges of Obstetrics And Gynecologists: Recomenda cariótipar ambos cromossomas da mãe e do pai e também cariótipo fetal.
Cariótipo anormal no produto do primeiro aborto indica chance de 80% de cromossomopatia na próxima gestação. (Glass e Golbus apud Caetano, 2006)
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Causas Infecciosas
Mais relacionado a abortamento único.
Infecções maternas por:
Chlamydia trachomatis, citomegalovírus, ToxoplaSma gondii, Mycoplasmas hominis e Listeria monocytogenes
Títulos aumentados de anticorpos anticlamídia têm sido encontrados em mulheres com AH. (FEBRASGO)
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Causas Imunológicas
Auto Imune
Produção de anticorpos contra antígenos maternoAnti FosFolipideos de Membra (SAF, LES)Anti Endotelio (LES, Vasculites) Anti Nuclear – Histonas (LES)Anti Tireoideanos – dobra o risco
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Causas Imunológicas
Aloimune Alterações na qualidade ou intensidade da resposta
imune materno-fetalIncompatibilidade materna e paterna, citotoxinas, células
NKAPCA,Ab2 (Anti HLA)MLR-Bf, HLA-G (Inativa receptor NK), Balanço TH1 e TH2, Progesterona -> Fator bloqueio induzido pela profesterona PIBF
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LOUZADA, P.; SIMOM, S.; VOLTARELLI, J. Síndrome do anticorpo antifosfolípide. Medicina, Ribeirão Preto, p. 305-315, 1998.
Doenças MaternasDoenças do Colágeno
Sindrome de MarfanSindrome Ehler danlos
Doenças HematológicasDisfribrinogenemiaAfibrinogenemiaDoença de WilsonHiper Homocisteinemia
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Fator Paterno
• Hiperespermia >250 milhoes/ml• Oligoespermia <20 milhoes/ml
• Lesão do DNA do esperma
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Dano no DNA do esperma• Estresse Oxidativo – ROS - Espécies Reativas de Oxigênio
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Tratamento• Aspirina / Heparina
• Imunoglobulina Humana Endovenosa
• Imunoterapia com Linfocitos
• 1 alfa 25-dihidroxi-vitamina-D3 (VD3)
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Estudo retrospectivo
Objetivo: Identificar fatores mais frequentemente associados ao aborto espontâneo recorrente no Ambulatório de Aborto Recorrente do CAISM/UNICAMP, no período de Março de 1993 a Março de 1997.
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METODOLOGIA
n= 175 prontuários de pacientes
Investigada possível etiologia
RESULTADOS
Idade – 21-42 anos (média 22,03)
Gestações anteriores – 2-12 (média 2,6)
Abortos – 2-12 (média 2,3)
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GENÉTICA – Cariótipo do casal
n= 87 mulheres e 84 homens
CARIÓTIPO NORMAL ALTERADO
MULHERES 85 (97,7%) 2 (2,3%)
HOMENS 82 (97,6%) 2 (2,4%)
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Histerossalpingografia
Histerossalpingografia
Normal Alterada
N=79 61 (78%) 18 (22%)
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Causas Endócrinas
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Causas infecciosas
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Causas imunológicas
ALOIMUNE – Identificação no soro materno de inibidor da resposta celular contra linfócitos paternos e prova cruzada por reação de microlinfocitotoxicidade (X-M)
Positiva Negativa
Prova cruzada 12% (17) 88% (123)
Inibição <50% 82% (104) 18% (23)
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Conclusão
Estudo de possíveis associações etiológicas em pacientes com abortamento recorrente é controverso.
A investigação dividida nestes 5 grupos permite identificar um grande número de possíveis etiologias.
Recomenda que os serviços sigam protocolos de investigação para oferecer tratamento adequado.
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A resposta Th2 é associadoa a um papel benéfico a tolerância imunológica a presença do Feto (um aloenxerto) .
A predominância de resposta Th1 está associado a um papel deletério.
Atópicos estão relacionados a uma resposta Th2 prepoderante.
Poder-se-ia supor que os atópicos apresentassem menor incidência de abortos de repetição.
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Metodologia• Estudo Caso-Controle Prospectivo, 230 mulheres, 18-45
anos. Atendidas na UNIFESP.
• Grupo A – Aborto habitual – 80 mulheres• Grupo B – Nenhum Aborto – 150 mulheres com
gestações normais
• História de manifestações atópicas, mesmo sem diagnóstico prévio e exame laboratorial anti IgE específica.
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Resultados
Teste de Fisheer não evidenciou diferenças estatísticas entre os grupos
Historia Positiva de Atopia IgE Específica
Grupo A(Aborto Habitual) 57,7% (41)
38% (27)
Grupo B(Mulheres com
gestaçãosatisfatoria)
53,3% (84) 33.9% (54)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBARINI, Rafael et. al. Fatores associados ao Aborto espontâneo
recorrente. RBGO, v.22, n.4, 2000.
MATTAR, Rosiane; CAMANO, Luiz; DAHER, Silvia. Aborto espontâneo de repetição e atopia. RBGO, v.25, n.5, 2003.
KISS, Andrea et.al. Anormalidades cromossômicas em casais com história de aborto recorrente. RBGO,
CAETANO, Marcos Roberto et.al. Fatores associados ao aborto espontâneo recorrente. Rev. Ciênc. Méd. N15, pag.47-53, 2006.
TRAINA, Evelyn et.al. Acurácia Diagnóstica da Histerossalpingografia e da Ultra Sonografia para Avaliação de Doenças da Cavidade Uterina em Pacientes com Abortamento Recorrente. RBGO, v.6, n.7, 2004.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASPANDEY, M.; RANI, R.; AGRAWAL, S. An update in recurrent
spontaneous abortion. Archives of gynecology and obstetrics, p. 95-108, 2005.
SHAMSI, M.; VENKATESH, S. Sperm DNA damage & oxidative stress in recurrent spontaneous abortion (RSA). The Indian journal of …, n. May, p. 550-551, 2011.
FEBRASGO. Manual de Orientação Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério 2010. 2010.
LOUZADA, P.; SIMOM, S.; VOLTARELLI, J. Síndrome do anticorpo antifosfolípide. Medicina, Ribeirão Preto, p. 305-315, 1998.
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MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
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