Castelo de Vide InformAÇÃO - Fevereiro 2012

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1 AÇÃO Castelo de Vide InformAÇÃO Newsleer 2 Março - 2012 Barragem de Póvoa e Meadas vai qualificar oferta turísca Volta ao Alentejo arranca em Castelo de Vide

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Castelo de Vide InformAÇÃO - Fevereiro 2012

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AÇÃOCastelo de Vide InformAÇÃONewslett er 2 Março - 2012

Barragem de Póvoa e Meadas vai qualifi car oferta turísti ca

Volta ao Alentejo arranca em Castelo de Vide

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Tema central

Atualidades

Caderno: Biblioteca Municipal

Evocação ao dia da mulher

Rostos do serviço público

Valores da nossa terra

Opinião técnica

A fechar

Caderno: património pag. 28-36

Castelo de Vide turístico em números - 2011

Números totais de 2010 foram:

23.947 23.947

13.134Portugal

5.084 Espanha

1.527França

980Holanda

838 Alemanha

702Itália

582E.U.A

553 Inglaterra

372 Isrrael

275 Bélgica

273 Japão

210 Brasil

169 Canadá

107 Austrália

69 Dinamarca

50 China

50 Suécia

542Outros

Total25.862

17.084 Portugal

4.563 Espanha

1.491 Itália

1.400 França

1.243 Holanda

994 Alemanha

632 Israel

613 E.U.A.

352 Inglaterra

322 Bélgica

220 Brasil

194 Finlândia

175 Austrália

160 Japão

140 Canadá

93 Suíça

84 Dinamarca

83 Suécia

52 China

52 Noruega

604 Outros

Total30.551

Posto de turismo Sinagoga

pag. 22-21

pag. 27

pag. 20-21

pag. 18-19

pag. 4-5

pag. 6-13

pag. 14-15

pag. 16

Propriedade: Município de Castelo de Vide | Rua Bartolomeu Álvares da Santa, 7320 Castelo de Vide Diretor: Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide NIPC: 506 796 035 e-mail: [email protected] Tel.: 245 908 220 Expedição: Eletrónica

SumárioSumário

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3Propriedade: Município de Castelo de Vide | Rua Bartolomeu Álvares da Santa, 7320 Castelo de Vide Diretor: Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide NIPC: 506 796 035 e-mail: [email protected] Tel.: 245 908 220 Expedição: Eletrónica

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Tema Central

O turismo é uma opção estratégica!

Os dados divulgados recente-mente pelo Instituto Nacional

de Estatística, “Território-2010”, não deixam dúvidas da importância do turismo enquanto atividade económica de base do concelho de Castelo de Vide. De facto, o nosso município supera significativamente todos os outros que integram o Alto Alentejo no que se refere à ca-pacidade de alojamento por 1 000 habitantes e em relação a todos os outros que integram a NUTS III, ou seja, Alentejo Central, Baixo Alentejo, Alentejo Litoral e Lezíria do Tejo, só encontrando rivais em dois concelhos da Costa Alentejana, respetivamente Alcácer do Sal e Grândola. Um indi-cador que atesta inequivocamente Castelo de Vide como uma das áreas turísticas mais importantes do Alen-tejo.

Sublinha-se que os dados ora publica-dos referem-se aos estabelecimentos classificados no Turismo de Portugal em 2010 (não considerando, por-tanto, os que obtiveram a sua clas-sificação em 2011 ou que estão em fase de licenciamento-construção,

que resultarão ainda numa superior vantagem para Castelo de Vide).

Naturalmente que se por um lado estes dados oficiais* evidenciam o esforço e o empenho do setor priva-do, que tem vindo por mérito próprio a ampliar e a consolidar a oferta ho-teleira, por outro lado, refletem que a qualidade e diversidade das poten-cialidades, dos recursos e a estratégia de desenvolvimento estimulam o in-vestimento privado nesta atividade económica.

Ainda de acordo com os mesmos dados, sabemos que a proporção de hóspedes estrangeiros é de 23,6 % e a taxa de ocupação-cama (líquida) é de 28,3%, com uma estada média de 1.7% (número de noites). Esta reali-dade reflete-se substantivamente no facto de 68% da população ativa do concelho trabalhar no setor ter-ciário, proporcionando no conjunto dos serviços e empresas que direta ou indiretamente trabalham neste negócio a maior resposta de empre-gabilidade.

Ora perante estes dados, importa refletir e debater sobre um conjunto de considerandos, exercício funda-mental para reavaliar se a estratégia preconizada e a ação política está ajustada à realidade e às dinâmicas da sociedade, bem como interpretar as novas necessidades e as transfor-mações que os mercados impõem, ajustando desse modo o rumo aos indicadores enunciados.

Ao longo dos últimos 25 anos, com maiores ou menores investimentos pú-blicos, a atividade turística no concelho de Castelo de Vide foi ganhando a

sua preponderância em relação a áreas económicas tradicionais his-toricamente relacionadas com o se-tor primário, muito particularmente com a Agricultura (entenda-se muitos dos seus subsetores: agroalimentares, pecuária, silvicultura, etc).

Chegamos a 2012 e o turismo é segun-do os organismos oficiais, o setor vital e estratégico para a economia local e regional. Sem o esforço de investi-mento, a dedicação e o entusiasmo que os empresários, agentes e profissionais ligados ao setor têm vindo a desen-volver tal não seria possível. Mas de igual modo também não seria possível consolidar essa atividade sem a co-erência das Opções dos Planos, que assumem claramente o esforço público dos recursos financeiros e humanos em objetivos, projetos e ações que visam ampliar, qualificar, valorizar e promover os recursos e os serviços em prol da melhor oferta do concelho.

Perante os números oficiais agora di-vulgados pelo INE, a perseverança na

Tema central por António Pita

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estratégia e na dedicação só poderá ser gratificante para todos aqueles que têm advogado o turismo (en-tendido nas suas múltiplas valências) como o caminho principal da sus-tentabilidade do nosso território, ob-viamente sem descurar outras áreas, diferentes e/ou complementares da competência municipal.

Num momento tão crítico do ponto de vista social e económico, é fun-damental perceber que as políticas públicas, e muito particularmente da Administração Local, deverão, hoje mais do que nunca, focalizar-se nos valores oficiais e estatísticos, pelo que importa saber interpretar quais as consequências (sociais e económi-cas), de um eventual desinvestimen-to no desenvolvimento turístico do concelho.

Nestes tempos de mudança, torna-se assim essencial promover um produ-to turístico que pela sua originali-dade, identidade e valor verdadeira-mente inusitado consiga afirmar-se além fronteiras, indo mesmo para além do espaço europeu. E nesta matéria só a herança judaica castelo-vidense e a qualidade dos valores ambientais da nossa paisagem terão capacidade de se afirmarem face às exigências, diversidade e competivi-dade dos destinos turísticos es-palhados pelo mundo.

E se este é um processo forçosa-

mente contínuo, criterioso e lento, já quanto ao mercado nacional, que não podemos esquecer que representa cerca de 70% dos nossos turistas, é vital perceber que as mo-tivações e os produtos serão natu-ralmente muito mais abrangentes e genéricos.

Porém, a afirmação e consolidação do nome Castelo de Vide, enquan-to produto turístico (em modesta opinião, tal como Marvão, ainda está muito para além das marcas territo-riais Parque Natural de São Mamede, triângulo turístico Castelo de Vide, Marvão e Portalegre e Turismo Alen-tejo) requer uma permanente visibi-lidade. A oportunidade conquistada por Castelo de Vide, futuro palco privilegiado da realização da próxima telenovela da TVI (goste-se ou não deste género de programas de en-tretenimento!), irá seguramente constituir um passo decisivo na mediatização do nome-produto de “Castelo de Vide” enquanto espaço territorial de excelência em Portugal.

Estamos pois profundamente con-victos que este projecto pode ser determinante, num curto espaço de tempo, para consolidar a nossa ima-gem turística a nível nacional e con-traiar as tendências pessimistas para o corrente ano de 2012, face ao con-texto económico e social em que o país está mergulhado, quer pela crise que flagela a classe média, quer pela

contração da recessão económica, situação que atinge inevitavelmente o perfil do potencial turista que es-tada em Castelo de Vide.

Assim saibamos todos nós estar à al-tura desta grande responsabilidade, acolhendo este projeto sem per-cedentes na história castelo-vidense, acarinhando-o como motivo de orgulho e de notoriedade, mas dele perspetivando os legitimos e espe-táveis benefícios culturais, sociais e económicos.

Se a leitura das fontes permite avaliar o peso da hotelaria na economia local e determinar as opções estratégicas em função da viabilidade e sustenta-bilidade económica das mesmas, outros sinais há que obrigam a Autar-quia a estar atenta a outras tendências emergentes de fazer turismo. Por essa razão a Câmara Municipal construiu uma área de serviço de autocaravanas na Barragem de Póvoa e Meadas, respondendo também deste modo com qualidade a uma procura cres-cente de um segmento que não deve ser menosprezado. Até porque no caso, considerando a sua localização e a excelência da oferta, estamos certos que será um projeto que para além das vantagens que trará para a val-orização ambiental e turistica da Bar-ragem de Póvoa e Meadas, trará igual-mente benefícios económicos para a própria freguesia de Póvoa e Meadas

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Sociedade

Atualidades

O adeus à Taberna do Pisco

Taberna “O Pisco” encerra ao fim de 32 anos a servir petiscos, vinho da

pipa e muita amizade.

António Pires Belo, de 69 anos, e a esposa Maria da Conceição Oliveira Lourenço, durante 32 anos foram cor-po e alma da típica taberna “O Pisco”, que neste mês de Março irá fechar as portas tipo “saloon”, que desde logo anunciam a entrada num espaço es-pecial, se não místico.

Castelo de Vide e a região perdem assim uma das casas mais tradicionais que ao longo destas três décadas resistiu às novas tendências deco-rativas, orgulhando-se do seu alvará de taverna, designação tão antiga quanto genuinamente portuguesa.

O casal António Belo e Maria da Conceição encerram uma casa com história cheia de histórias, que deixará na memória da Rua 5 de Outubro (agora conhecida por “2ª Circular”) e na memória das gerações que vivenciaram

o ambiente caraterístico de adega, onde, às sextas feiras o cheirinho dos carapauzinhos fritos, inevitalmente, desperta os palatos mais insensiveis.No testemunho de Maria da Conceição as marcas tradicionais que decoram a casa mais não são do que a mobília de raiz do próprio estabelecimento que “já se encontravam na casa quando entrámos e por isso decidimos con-tinuar com o mesmo estilo dos anti-gos proprietários, não alterando nada”, e, um pouco emocionada, acrescenta “para além de algum cansaço que já se começa a sentir, também temos a situação do contrato de arrendamento que termina já nos primeiros dias de março e por isso temos que sair”.

Maria da Conceição Lourenço, leva como melhores recordações o con-vívio com as outras pessoas e também alguns amigos que aqui conhecemos, penso que são coisas que nunca esqueceremos e certa-mente vamos sentir muitas saudades de tudo isto”.

A reforma é a etapa da vida do casal de proprietários da taberna “O Pisco” que se segue a estes cerca de 32 anos que agora terminam, e já com os olhos vi-rados para estes novos tempos que se avizinham a passos largos, Maria da Conceição Lourenço revela, à Câmara Municipal, que pretende aproveitar todo o tempo livre que tiver para “ir trabalhando um pouco em casa e também para desfrutar, merecida-mente da reforma e passear sempre que for possível”.Para trás, fica um excelente exemplo deste casal que, apesar de ter a sua origem fora do concelho, aqui se fixou e montou um negócio que irá deixar muitas saudades. MUITO OBRIGADO.

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Musas de Santos Lopes estão de volta

Majestosas e delicadas, estão de volta as estátuas de Santos

Lopes à Praça D. Pedro V.

Vêm comemorar os 500 anos da ou-torga do Foral Novo de D. Manuel I e dar um toque de elegância à magnífi-ca Praça D. Pedro V, a qual expõe estes bronzes que hoje têm exemplares espalhados por diversas praças da Eu-ropa e do continente americano.

Recordamos que Santos Lopes é o au-tor do busto de Salgueiro Maia que se encontra no Parque 25 de Abril, bem como da estatueta dedicada aos músicos de Castelo de Vide instalada no edifício do posto de turismo.

Conferência internacional sobre herança judaica nos açores

Numa perspetiva de valorização e pro-moção da herança judaica açoriana, o governo do arquipélago irá organizar nos próximos dias 5 e 6 de março uma conferência internacional subordinada a esta temática.

Para o efeito, foram convidados pela organização do evento, para além de uma série de personalidades, o vice presidente António Pita e Carolino Ta-padejo ex-presidente da autarquia, os quais abordarão a criação da rede de judiarias de Portugal e o papel de Cas-telo de Vide no contexto da mesma, e a experiência de Castelo de Vide neste processo de dinamização turística.

Castelo de Vide vê assim reconhecida a sua importância estratégica neste seg-mento turístico religioso e congratula-se da sua experiência poder contribuir como um exemplo a analizar e a seguir.

Turismo

Apresentação das “Terras Raianas” na BTL

No próximo dia 2 de março será apre-sentado na Bolsa de Turismo de Lis-boa o o projeto “Terras Raianas”, no

Castelo de Vide promove feira me-dieval na BTL durante o fim de se-mana de 3 e 4

A Viv’arte companhia de teatro irá efetuar uma ação de promoção e de evocação da feira medieval de Cas-telo de Vide durante o certame de turismo emocional. Entre malaba-rismos e actividades circenses serão distribuidos folhetos promocionais da feira (com data marcada para o 1º fim de semana de setembro) que é já uma referência na agenda cultural e turística da região.

qual Castelo de Vide está integrado.Recorde-se que a aprovação desta candidatura vai permitir que o nosso município invista cerca de 67.000 euros em açoes de promoção e valorização turística, sublinhando-se a marcação de percursos, aquisição de canoas, implementação de dispositivo de GPS Bluetooth e audioguias turísti-cos para visitas ao centro histórico, promoção em revistas de grande público.

Este projeto permitirá assim dotar o município de um conjunto de equi-pamentos fundamentais para quali-ficar o serviço turístico ao longo do presente ano de 2012.

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Novo portal já em online é uma porta para o futuro!

http://www.geoportal.altoalentejo.pt/castelovide.asp

GEOPORTAL DE CASTELO DE VIDE JÁ ESTÁ ON-LINE

Entrou em funcionamento o GE-OPORTAL do Município de Cas-

telo de Vide que juntamente com outros Geoportais do Alto Alentejo constituem uma nova ferramenta fundamental para o conhecimento virtual do território a vários níveis.

O Geoportal de Castelo de Vide insere-se num projeto coordenado pela CIMAA (Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo), indo ao encontro das disposições legais em vigor que obrigam a disponibilização por parte dos municípios dos Instrumentos de Gestão do Território (IGT) na Internet.

O geoportal da região do Alto Alen-tejo é constituído por uma série de aplicações inovadoras que aliadas a um Sistema de Informação Geográfica (SIG) disponibilizam potencialidades de acesso, transferência, visualização e manipulação de informação através da Internet. Os geoportais municipais têm como objetivo de centralizar e disponibili-zar para técnicos, decisores, muníci-pes, visitantes e população em geral, toda a informação geográfica existente em cada um dos municípios. No caso de Castelo de Vide poderá ser consultada a cartografia às escalas 1:10.000 e 1:2.000 o cadastro rús-tico, as ortofotografias, os planos municipais de ordenamento do território (Planos Diretores Municipais,

Planos de Urbanização e Planos de Pormenor), mapas estatísticos, que ainda têm como base os censos de 2001 (brevemente complementados como os realizados em 2011) e com esta base cartográfica, fornecer infor-mações georreferenciadas, por exemplo sobre o património, serviços, lazer e hotelaria, no separador designado: roteiro municipal.

Os dados apresentados podem ser visualizados, singularmente ou cru-zados com outros, com a base car-tográfica à escolha, permitindo uma visualização gráfica das informações de uma forma interativa. Deste modo, o geoportal é uma ferramen-ta de trabalho ou de consulta de grande utilidade com um interface fácil e apelativo, ao alcance do utili-zador sem grandes conhecimentos na informática ou na manipulação de sistemas SIG.

As informações constantes neste projeto foram disponibilizadas por diversos setores desta Câmara Mu-nicipal. Compiladas e organizadas pelo técnico José Penhasco, de fu-turo serão gradualmente atualiza-das e complementadas de forma a enriquecer e disponibilizar cada vez mais um número mais vasto de opções ao serviço de todos.O geoportal do município pode ser consultado em: http://www.geopor-tal.altoalentejo.pt/castelovide.asp

José Penhasco

Garcia D’Orta na agenda de 2013

A Imprensa Nacional Casa da Meada e a Câmara Municipal de Castelo de Vide iniciaram já as negociações com vista à produção da próxima agenda da prestígio/comemorativa da INCM.

Estas agendas muitos apreciadas num público muito específico, gozam de um valor extraordinário pelos con-teúdos e grafismo de grande quali-dade que apresentam. Será certa-mente um sinal de notoriedade para Garcia d’Orta e para Castelo de Vide esta evocação que, no presente ano, é dedicada ao arqueólogo José Leite de Vasconcelos e no transato foi cen-trada nas viagens de Fernão Mendes Pinto.

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ciativas. “o caso do Pedro despertou imenso a nossa atenção, talvez por causa de também nós termos vivido em Sacavém e por isso decidimos aderir a esta campanha e trazê-la aqui para a pastelaria”, revela Alexan-dre Quintans, que, no que respeita à adesão da população a esta iniciati-va, se demonstra bastante satisfeito, afirmando que “temos recolhido im-ensas tampinhas junto da população e ultimamente a fábrica das águas de Castelo de Vide também tem con-tribuído imenso com as suas tamp-inhas para esta campanha”.

ação dos cerca de 11000 Euros que são necessários para o financiamento desta prótese.

São assim necessárias para atingir este valor cerca de 74 toneladas de tampinhas e Alexandre Quintans, proprietário da pastelaria, mostra-se bastante empenhado em seguir com esta iniciativa para a frente após ter efectuado recentemente a entrega das primeiras tampas recolhidas, revelando ter colocado logo desde o início a notícia referente a este caso que o Correio da Manhã publicou no dia 28 de Novembro no placar do estabelecimento e ainda não a ter re-tirado porque “ aindacontinuamos a aceitar tampinhas”.

Refira-se que o proprietário da pas-telaria Sintra do Alentejo e a Sua esposa Augusta Quintans, 69 anos, já participam em campanhas de recolha de tampinhas de plástico de consumos caseiros há alguns anos, mas foi esta a primeira vez que de-cidiram alargar ao estabelecimento comercial do qual são proprietários, a sua participação neste tipo de ini-

11 de março dia nacional das Cáritas

“Edificar o Bem Comum, Tarefa de todos e de cada um!”

É sobretudo em período de con-

vulsões sociais e de crise que muitos das respostas se encontram na sociedade civil e na solidariedade anónima, porquanto o Estado fica in-capacitado de satisfazer convenien-temente às carências e solicitações.

Assim sendo, vai a Cáritas promover junto de toda a população, no próxi-mo dia 11 de Março, junto do Posto de Turismo a “Loja Solidária”.

“A Loja solidária” irá disponibilizar roupa calçado para homem, senhora e criança pelo quem necessitar desta ajuda deverá dirigir-se ao local.No local haverá ainda uma venda de bolos regionais e licores para o fundo de solidariedade da Cáritas.

Pastelaria Sintra do Alentejo par-ticipa em campanha de recolha de tampinhas

No âmbito de uma campanha de recolha de tampinhas que tem por objectivo financiar uma prótese mio-electrica para o pequeno Pedro Gomes, uma criança de três anos residente em Sacavém que nasceu sem a mão esquerda devido a uma doença durante a gestação que con-siste numa má formação das veias, a pastelaria Sintra do Alentejo em Cas-telo de Vide iniciou nos finais do mês de Novembro uma recolha de tam-pas de plástico junto da população que se destina a dar também um pequeno contributo para a angari-

Ação Social

Ano europeu do envelhecimento e da solidariedade Intergeracional assinalado no dia 23 de março.

A Fundação Inatel, a Câmara Munici-pal e o Agrupamento de Escolas irão constituir uma parceria com vista a assinalar o Ano Europeu do Envelheci-mento no próximo dia 23. Para o efei-to, a manhã será dedicada ao tema

“Histórias e Estórias”, em que o públi-co infanto-juvenil e o público sénior trocarão histórias e contos.

No período da tarde irá realizar-se a “Oficina Gastronómica” confecionando-se um grupo e em interatividade entre gerações um dos doces mais típicos de Castelo de Vide: boleima de maçã.

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Baile dos compadres

Cerca de uma centena e meia de pessoas participam no “Baile das

Comadres” no Centro Municipal de Cultura.

Decorreu na Quinta-feira, dia 16 de Fevereiro, no Centro Municipal de Cultura de Castelo de Vide, o tradi-cional “Baile das Comadres” que este ano contou com a participação de cerca de uma centena e meia de pessoas.

Organizado pelo Gabinete de Acção Social da Câmara Municipal de Castelo de Vide, o baile teve o seu começo por volta das 15,30 h de Quinta-feira contando com a ani-mação musical do grupo “Arcílio e Companhia”, tendo mais uma vez ultrapassado todas as expectativas do Gabinete de Acção Social no que respeita ao número de participantes à semelhança daquilo que na se-mana anterior se tinha verificado ao nível do “Baile dos Compadres”. As-sim, para além de alguns utentes da Fundação Nossa Senhora da Espe-rança e da Santa Casa da Misericór-dia de Castelo de Vide, participaram também nesta iniciativa do Gabinete de Acção Social da Câmara Munici-pal, algumas pessoas da população em geral, bem como o grupo sénior do Inatel de Castelo de Vide.

De referir ainda que o Gabinete de Acção Social contou com a colabo-ração da Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide ao nível da organ-ização deste evento, tendo esta insti-tuição confeccionado o arroz doce para o intervalo do baile.

Recolha de sangue em Castelo de Vide no dia 4 de Fevereiro

Contando com o apoio da Câmara Municipal de Castelo de Vide, a As-sociação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre marcou mais uma vez presença no Centro de Saúde da vila no Sábado, 4 de Fevereiro, com o objetivo de aqui efetuar a primeira colheita de sangue para o ano de 2012 relativa a este município.

Muitos foram os que acorreram a este serviço durante a manhã de Sábado no sentido de contribuírem com a sua participação nesta atividade, tendo a Câmara Municipal chegado à fala com dois munícipes que nos explicaram o porquê de serem da-dores de sangue já há alguns anos, expondo também a sua opinião rela-tivamente àquilo que pensam das deslocações que esta associação ul-timamente tem efetuado um pouco por todo o distrito de Portalegre em busca de dadores de sangue.

José Alberto Borba, 51 anos, reve-lou-nos assim ser dador de sangue desde os finais da década de 70 e ter começado a doar este bem essen-cial à vida humana com o objetivo de “ajudar outras pessoas”. Em pleno acordo com estas deslocações que a Associação de Dadores Benévo-los de Sangue de Portalegre leva a cabo um pouco por todo o distrito em busca de novas dádivas, revela-nos ainda não poder ser também dador de medula óssea, visto já não ter “idade para isso” como sublinha. Por seu turno, Albertina Iria, 39 anos, revelou-nos ter começado a dar sangue e medula óssea há cerca de quatro anos por ver nesta doação “um bem essencial à saúde humana”, mostrando-se também em total consonância com estas deslocações da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre a Castelo de Vide ao afirmar que as mesmas “facilitam as dádivas e nós evitamos ter que nos deslocar até Portalegre”.

Para além destes dois munícipes, a

Câmara contactou também com a enfermeira Ana Maria Meira, mem-bro da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre no sentido de tentar compreender a aderência da população a este tipo de serviços, aproveitando também para a questionar acerca das locali-dades que a mesma instituição per-corre em busca de novas dádivas e da importância que a recolha de sangue em Castelo de Vide detém quando comparada com as colhei-tas efetuadas nas restantes locali-dades do distrito de Portalegre onde este serviço é efetuado. Ana Maria Meira revelou-nos assim que a asso-ciação percorre todas as localidades do distrito de Portalegre em busca de novas dádivas, inclusivamente “A zona de Galveias e todas as outras localidades perto da Ponte de Sor, que antigamente não percorríamos, mas este ano também já surgem na nossa agenda”, afirmando, quando questionada sobre a aderência da população do distrito de Portalegre a este serviço, que “A nossa associ-ação tem subido muito em termos de dadores, talvez porque nós faze-mos muito o chamado serviço porta-a-porta através destas deslocações, sendo muito impulsionados para isso pelo grande dinamismo do nos-so presidente Sr. Eustáquio”. Já quan-do confrontada com a importância das colheitas de sangue efetuadas em Castelo de Vide quando com-paradas com as recolhas efetuadas em todas as outras partes do distrito, Ana Maria Meira, 64 anos, afirma que de há alguns anos para cá, Castelo de Vide tem estado no topo de gama. “Ultimamente, a vila tem subido em termos de dadores ao contrário daq-uilo que acontece noutros pontos, em que o número de dádivas tem descido um pouco revela.

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Desporto

Jogos Campeonato Distrital 2011/ 12

Benjamins ”C”

- A. D. Castelo de Vide vs C. D. Portalegrense 1925 - 03/03/2012 - 10H30- Eléctrico F. C. “B” vs A. D. Castelo de Vide - 10/03/2012 - 10H30- A. D. Castelo de Vide vs ”O Elvas” C. A. D. - 24/03/2012 - 10H30

Infantis “C”

- C. D. Portalegrense 1925 vs A. D. Castelo de Vide - 03/03/2012 - 10H30- A. D. Castelo de Vide vs C. F. “Os Elvenses” “B” - 10/03/2012 - 10H30- Eléctrico F. C. “B” vs A. D. Castelo de Vide - 24/03/2012 - 10H30

Iniciados

- Eléctrico F. C. vs A. D. Castelo de Vide - 4/03/2012 - 10H30

- A. D. Castelo de Vide vs C. F. “Os Elvenses” 1925 - 18/03/2012 - 10H30

- A. D. Castelo de Vide vs A. C. Arronches - 25/03/2012 - 10H30

Séniores futsal

- A. C. D. Póvoa e Meadas vs A. C. D. Belhó e Raposeira- 10/03/2012 - 18H00- S. C. Campomaiorense vs A. C. D. Póvoa e Meadas - 17/03/2012 - 18H00 - A. C. D. Póvoa e Meadas vs A. D. Alter- 24/03/2012 - 18H00

Agenda desportiva

março

dia 3 - 15H00 Atletismo - Campeonato Distrital de Lançamentos / Km Jovem Distrital, Estádio Municipal Manuel Rodrigues,

dia 10 - 18H00 Futsal - Póvoa e Meadas x AD Belhó e Raposeira - pavilhão municipal,

dia 18 - 10H00 Caminhada - Póvoa e Meadas -Bar-ragem (partida de Castelo de Vide em autocarro pelas 9H30 junto ao pavilhão), em Póvoa e Meadas, par-tida Largo do Rossio,

dia 22 - 9H00 Ciclismo - partida da 1ª etapa da Volta ao Alentejo- Praça D. Pedro V,

dia 24 - 18H00 Futsal - ACDR Póvoa e Meadas x AD Alter do Chão - pavilhão municipal,

dia 26 a 30Férias desportivas Páscoa 2012 - para jovens dos 8 aos 15 anos,

dias 9,16, 23 e 30 - 20H00Torneio futsal não federados - pavilhão municipal.

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Ambiente

Reflorestação da Serra de São Paulo 18 de Março 2012

No seguimento dos grandes in-cêndios ocorridos no concelho

de Castelo de Vide no passado ano de 2003, tomou a Câmara Municipal a iniciativa de organizar anualmente campanhas de reflorestação nas áre-as públicas afectadas, promovendo assim a recuperação daquelas áreas ao mesmo tempo que se promove a recuperação das espécies autóctones em detrimento da monocultura de pinheiro bravo que aí existia.

As acções de reflorestação levadas a cabo desde 2006, contaram com a co-laboração de várias entidades não só de Portugal mas também da vizinha Espanha, assim como de vários muníci-pes que ano após ano voluntariamente se associam a esta iniciativa, tendo já permitido ao município plantar cerca

de 13000 árvores, todas elas pert-encentes a espécies autóctones e adaptadas ao meio, as quais foram distribuídas por uma área de cerca de 15 hectares.

No presente ano de 2012 a campanha de reflorestação irá decorrer no próximo dia 18 de Março, com inicio pelas 9h00 e contará com a parceria da Associacion para la Defensa de la Naturaleza e los Recursos de Ex-tremadura (ADENEX), da Associação

Controlo de Infestantes Arbóreas nas Margens da Albufeira de Póvoa e Meadas

Durante o últimos anos a Barragem de Póvoa e Meadas tem vindo a ser cuidada graças à dedicação dos senhores presidentes das Juntas de Freguesia de S.Tiago maior e S.João batista. No momento em que se acredita que o território que envolve a albufeira poderá conhecer uma valorização decisiva do ponto de vista ambiental e turístico, a afetação de mais meios e de um recurso hu-mano a tempo inteiro àquele es-paço evidencia ainda mais a beleza do lugar.Joaquim costa dede dezembro úl-timo tem desenvolvido um trabal-ho que merece o reconhecimento público, o qual afirma que os ben-efícios imediatos que advêm da sua acção resulta “entre outros pontos na melhoria do aspecto visual que pode atrair mais visitantes na “saúde das espécies arbóreas que se desejam

manter, na melhoria dos espaços de lazer e na valorização dos sítios e monumentos de interesse patrimo-nial, histórico e arqueológico.

A intervenção têm incidido maiori-tariamente sobre as acácias existentes junto ao espelho de água, pro-movendo a sua remoção do local e proporcionando assim aos diver-

Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), da Asociação de Professores de Educação do Norte Alentejo (AP-ENA) e do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM).

As plantas a utilizar na plantação, num total de 3000, pertencem a três espécies distintas, nomeadamente sobreiros, azinheiras e carvalho ne-gral e serão na sua totalidade dis-ponibilizadas pela ADENEX.

sos utilizadores do espaço, por um lado a possibilidade de chegar mais próximo das margens e por outro obter um visão mais abrangente da albufeira, ao mesmo tempo que controla o avanço de uma espécie invasora e problemática e se po-tencia a recuperação dessas áreas pelas espécies autóctones outrora aí existentes.

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Cartas de Foral de Castelo de Vide (1512) e de Póvoa e Meadas (1511) outorgadas por D. Manuel I.

Dois documentos valiosos, originais e raros, em pergaminho produzido na Chancelaria Régia, em exposição durante todo o ano.

Dia Internacional da Mulher8 de março - ateliê “Como fazer bor-boletas de papel”.

Dia do Pai

19 de Março - ateliê “Fazer um diplo-

ma para o pai”

Dia Mundial da Água

22 de Março - “Se eu fosse uma go-tinha de água” - Ação de sensibiliza-ção com vista à poupança da água.

Conto do mês:

“O sapo e o canto do melro”, de Max Velthuijs.

“Um belo dia o sapo encontra no chão um melro imóvel. Preocupado, pergunta o que será. De modo sua-ve e simples, os amigos começam a compreender o signifi cado da morte e a beleza da vida.”

Livro do mês:

“O beijo da palavra”, de Mia Couto

“Não se escreve para crianças. Te-remos, apenas, idade para viver em história. Encantados, como as perso-nagens deste livrinho. Deste modo, estaremos aptos a sermos beijados pelas palavras.”

Seção infanto-juvenil ~Exposiçoes/Atelies

Caderno: Biblioteca Municipal Laranjo Coelho

Os livros são para as criaçans que lêem, muito mais do que simples livros, são sonhos e conhecimentos, são um futuro e um passado. (Esther Meynell)

boletas de papel”.

Dia do Pai

Poema do mês

Março…Março já esta na fi la,Com um ar de galã,Pois quer conquistar,A mais bela princesa,Naquela manhã.Seu nome é Primavera,Que nos vem encantarE traz com elaA alegria e folia. Passarinhos a cantar,Flores a desabrocharE um sol sempre a brilhar.

Andrea Pequito

Coleccionismo de Mário Borrego no átrio da biblioteca

- Idade - 67 anos, reformado

- Naturalidade- Tolosa

- Quando começou a coleccionar?- Mais ou menos à 10 anos, quando trabalhava ainda na Escola.

- Que objectos colecciona?

- Canetas, isqueiros e vários outros objectos.

- Quantas horas por dia/semana dedica à actividade artesanal?- Depende, conforme a minha disposição.

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Multimédia

Caderno: Biblioteca Municipal Laranjo Coelho

Curiosidades literárias

António Montês, em 1939, na sua ru-brica semanal “Terras de Portugal”, aos microfones da antiga Emissora Nacio-nal, pintava com a sua voz quadros vivos com maravilhosas cores verbais que retratavam algumas das mais be-las vilas e cidades portuguesas.

O sucesso destas “palestras” radio-fónicas tiveram tanto êxito que a Emissora Nacional decidiu escolher algumas das “localidades mais con-sideradas”, não só pela dimensão literária do referido programa mas também pela “qualidade do assunto”.António Montês, jornalista, diretor

do Museu José Malhoa e administra-dor do concelho de Caldas da Rainha e Óbidos, no seu percurso cultural e político terá privado com o famoso capitão Henrique Galvão, que em 1934 assumiu a responsabilidade de ser o diretor fundador da Emissora Nacional.

Henrique Galvão (o mesmo que anos mais tarde, em 1961, viria a protagonizar o célebre episódio do assalto ao paquete Santa Maria) pre-facia o referido livro e entre algumas “bicadas” à situação política nacional da época, justifi ca a pertinência da edição afi rmando que “a palavra fala-da é como o vento: só impressiona enquanto sopra”, pelo que seria im-portante materializar as reportagens radiofónicas de António Montês.

Henrique Galvão justifi ca ainda a ne-cessidade de publicar o programa da sua Emissora Nacional porquan-to, afi rma, essas palestras orais são “o mais rico e colorido conjunto que se tem publicado sobre as belezas e o pitoresco de Portugal”.

E assim nasceu a publicação das “Ter-ras de Portugal”, um pequeno retrato descritivo das jóias nacionais em 261 páginas, que dedica o seu capítulo VII a Castelo de Vide.

Para além da nossa Notável Vila, fala ainda com entusiasmo e minúcia de Alcobaça, Évora, Caldas da Rainha, Ma-deira, Nazaré, Tomar, etc., não deixando de ser curioso a forma como termina o texto dedicado à nossa terra:

“Os arrabaldes lindíssimos, os pano-ramas cheios de encanto, os ares pu-ríssimos, os habitantes hospitaleiros, magnífi cas águas, hotéis decentes, e ali está, perdida no alto Alentejo, uma estância de cura e repouso das mais aprazíveis, que com Marvão e Portalegre forma já hoje um triângu-lo de turismo recomendável”.

Recordando que este texto é da década de 30 do século passado, impõe-se a pergunta se não caberá a António Montês a paternidade do conceito do triângulo turístico de São Mamede?

Top DVD´S - Os 10 + mês de janeiro

1 - Rio 2 - A saga twilight : Eclipse : The twilight : Eclipse3 - Bem-vindo ao norte = Bienvenue chez les Ch´tis 4 - Yella 5 - O chacal 6 - Perseguido pelo passado 7 - O visitante 8 - Deixa me entrar : Let the right one 9 - Sonhos vencidos : Million dollar baby 10 - Peacock

A biblioteca tem um variado leque de DVD´S e CD´S.1 300 DVD´S de todos os géneros, 15 000 mil monografi as, 300 CD-ROM e ainda 500 CD´S de vários estilos music-ais esperam por ti. Aparece e escolhe.

Sugestão do mês - 32 Anos de Xutos

Toda a discografi a dos Xutos está á vossa disposição para empréstimo na tua biblioteca.

Homenagem a Zeca Afonso.

Um livro didático escrito por um com-panheiro do cantor, que conta aos mais novos a história da vida de quem escreveu e cantou “Grândola, Vila Morena”, senha musical do 25 de abril.Leitura obrigatória nos 25 anos da sua morte

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Entrevista flashNome:

Clisante Jorge Pinheiro Gasalho

Função na CMCV:

Chefe da Divisão Técnica de Obras

e Urbanismo

Ao Serviço desde:

Janeiro de 1990

Clube:

Futebol Clube do Porto

Castelo de Vide é:

A minha vida

Hobbies:

Colecionismo

Defeito:

Teimoso

Qualidade:

Perseverante

Animal:

Cão

Prato:

Açorda de marisco

Livro:

A Jangada de Pedra de Saramago

Música:

Variada, desde o rock até à música

clássica

Viagem adiada:

Austrália

Na memória:

O meu pai

Uma ideia para Castelo de Vide:

O Turismo ainda pode ser o futuro

Rostos do serviço públicoEngenheiro Gasalho, há 22 anos ao serviço da câmara municipal, é uma figura serena, experiente, afável e dedicado que já faz parte do “mobiliário”.

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- Quando despertou a paixão pelo jornalismo?

-Despertou quando o meu pai me começou a comprar jornais. Tinha poucos livros em casa e devorava todos os jornais que encontrava. Chegava a ficar horas frente ao café Alentejano em Portalegre sentado à espera da camioneta da Setubalense que trazia os jornais de Lisboa. Quan-do eles não vinham naquela carreira ficava triste e amuado. De tal maneira que o meu pai me levava por vezes até Elvas para ir buscar o Expresso.No entanto, só percebi que esta se-ria a minha vida profissional quando o Padre Farinha (o meu professor de jornalismo no Liceu de Portalegre) me ensinou como se deveria ler e estudar um jornal. Nesse dia entendi que este era o meu sonho, a minha profissão e ia lutar até conseguir ser jornalista com todas as forças que tinha.

- Rádio ou televisão?

- Entre as duas o meu coração balança. Estou “casado” com a televisão mas a minha grande paixão foi a rádio. Como em todas as paixões de ado-lescência gosto de recordar os bons momentos que passamos juntos mas agora sei que o meu futuro já não passa por ela.

- A entrevista memorável foi?

- Todas as que fiz a pessoas anónimas e que me comoveram pela verdade, pela honestidade ou pela partilha que com-igo fizeram de momentos importantes da vida. Duas a título de exemplo: uma mãe que perdeu os filhos em Angola e me pediu ajuda para recuperar os corpos das crianças; e um pai cuja filha morreu com a doença das vacas loucas no Reino Unido.

- A figura pública que mais admira?

Nelson Mandela.

- Aquela que nunca convidarias para almoçar?

- Não cabem nestas folhas (risos). Só almoço com quem gosto. Nunca por obrigação.

- Programa preferido:

- Impossível escolher um. Sou “viciado” em televisão feita em todo o mundo!

- Uma recordação da adolescência?

- Ter decidido ir a pé de Castelo de Vide até Espanha com o meu melhor amigo na altura, o Hernâni. Estava na pré-adolescência e fomos sem medir riscos e sem avisar ninguém. Claro que fomos parados antes da frontei-ra e tivemos a GNR à nossa procura porque os nossos pais julgavam que nós tínhamos sido raptados!

- Castelo de Vide é…

- A minha terra, as minhas raízes, a minha família…o lugar onde pertenço.

- E o Alentejo?

- O meu “País”, o meu orgulho, a minha riqueza, e a razão de ser como sou!

- Uma proposta para Castelo de Vide?

- Atrair cada vez mais jovens e evitar que se transforme em mais uma vila envelhecida do interior. Todos nós deveríamos gostar um pouco mais da nossa terra. Não dizer mal dela e percebermos todos a pérola que te-mos aqui!

“Portugal é Lisboa e o resto é pais-agem! ”Uma fatalidade histórica ou inevitabilidade política?

- Está nas nossas mãos mudar isso. acredito que a vontade e a força de um povo ou de uma população é capaz de mudar a história e as vontades políticas!

- Um livro:

- Qualquer um do José Régio desde que tenha o magnífico Cântico Negro.

- Um prato:

- Todos os de caça.

- Vinho:

- “Terrenus”… do nosso querido Alentejo.

- Crise:

Vai acabar!

- Felicidade:

- Não custa dinheiro!

- IP2:

- Uma das estradas do país que mais vezes atravessei.

- Fama:

- Efémera!

- Tempo:

- O bem mais precioso que começa a faltar.

Valores da nossa terraJoão Adelino Faria, o rosto castelo-vidense mais mediático da actualidade, é o valor que este mes destacamos numa entrevista exclusiva revelando-nos a paixão e orgulho pela sua terra natal.

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- Sonho:Só nas almofadas confesso!- Futuro:

Não penso nele. Gosto mais do presente.

João Adelino Faria nasceu em Cas-telo de Vide em 1966 (45 anos), é

licenciado em Direito pela Universi-dade Católica Portuguesa e tem no currículo a passagem por vários jor-nais, rádio e televisão.Começou por estagiar no antigo semanário O Jornal e trabalhou nos anos 80 no Sete e Jornal de Letras. Mais tarde ingressou no Correio da Manhã Rádio onde editou a infor-mação da manhã, realizou vários pro-gramas de entrevista, e em Bruxelas acompanhou a primeira presidência da União Europeia. Convidado por Emídio Rangel integra mais tarde a

equipa que vai dar origem à SIC sendo um dos fundadores do primeiro canal privado de televisão em Portugal.

Na SIC foi editor de política interna-cional, correspondente em Londres, apresentador de programas de in-formação e enviado especial nas últimas décadas a vários conflitos e grandes acontecimentos internac-ionais. Destaque para a cobertura jornalística das principais eleições em vários países europeus, reuniões mais importantes da União Euro-peia, negociações na ONU e várias eleições norte-americanas de Bill Clinton e George W Bush.

Foi ainda repórter em muitos con-flitos internacionais com destaque para o País Basco, ex-Jugoslávia, Mé-dio Oriente e Irlanda do Norte. Du-

rante 5 anos apresentou a Edição Da Noite na SIC Notícias. Recebeu ainda vários prémios de jornalismo com destaque para o prémio internacional de reporta-gem da fundação Luso-Americana em 2000 e melhor apresentador de informação televisiva atribuído pela Casa da Imprensa.

Foi director-adjunto de informação do Rádio Clube Português onde apresentou e editou o programa Minuto a Minuto, um programa de 5 horas diárias em directo com no-ticiários, entrevistas e análise política e cultural.

Actualmente na RTP para alem do Telejornal apresenta e coordena o ECONOMIX na RTP Informação.

Valores da nossa terra

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Evocação ao dia da mulher

Ser mulher!

No próximo dia 8 de março comemora-se o dia da mulher. Ao longo do percurso da história das civilizações, a mulher travou uma luta constante e eterna com vista a conquistar os direitos de igualdade de género. Quis a nos-sa colaboradora Maria José Mi-randa manifestar, em forma de reflexão mas também em jeito de evocação, o seu testemunho.

Ao analisarmos a trajectória

histórica da Mulher, desde as escrituras bíblicas até aos dias de hoje, encontramos grandes e profun-das transformações, mas com a per-manência da condição e estatuto da mulher -mãe e mulher-esposa.

E, onde fica o SER-MULHER?

Percebemos que com o decorrer dos tempos a figura da mulher “prenda-da, dona de casa”, também deu lugar, à mulher trabalhadora.

Com a pluralidade de papéis assumi-dos e suas exigências na vida das mulheres, estes interferem de manei-ra bastante significativa no seu dia a dia, acabando por serem prioritários, o que acarreta o esquecimento do seu EU, do SER-MULHER.Também não podemos esquecer que algo parecido já acontecia com a própria mulher, porque sempre se dedicou à família, abrindo mão da sua própria “vida” em prol dos filhos, marido e pais, ocasionando o es-quecimento do SER-MULHER.

A entrada no mercado de trabalho

alterou esse quadro da mulher-mãe e mulher - esposa, de tal modo que conciliar uma profissão com o quo-tidiano familiar nem sempre é tarefa simples. Cada vez mais a mulher está inserida no mundo do trabalho, conquistando espaços, delimitando novos horizontes, num universo de, lamentavelmente, poucas probabi-lidades de vencer, pois a mulher está consciente que os caminhos que se propõe percorrer, não raras vezes, têm barreiras que têm de ser vencidas.

Assim, ao fazermos uma retrospetiva das últimas décadas da inserção da mulher no mercado de trabalho, ob-servamos uma constante desde os anos 70 em todos os países ociden-tais. A crescente actuação da mulher no mercado económico é cada vez mais intensa e diversificada, não se vislumbrando tendência de retro-ceder.

Tal facto trouxe consequências sig-nificativas no seu quotidiano. As re-lações familiares foram modificadas, como por exemplo, na divisão das tarefas domésticas, na educação dos filhos, etc.

A maternidade sempre foi e continua a ser desejada e vivenciada pela maio-ria das mulheres, é a ocasião mais especial da sua vida. Várias razões le-vam a mulher a ser mãe…

Ser mulher é um privilégio, mas tam-bém uma missão que se vive com força, paixão, luta e –sobretudo– com a convicção de que o seu olhar pode mover e comover o homem amado, o pai admirador, a mãe orgulhosa de suas realizações e os filhos exultantes em contar com ela.

A mulher tem de estar ciente do seu valor para que assim ela consiga re-alizar o desenvolvimento da sua mis-são como esposa, mãe e profissional, atingindo a sua plenitude ao viver a sua vocação como mulher íntegra, desenvolvendo as suas potenciali-dades. Já que a essência da mulher é ser receptora, transmissora e educa-dora da vida humana, é importante que ela mesma redescubra o seu papel na sociedade, cumprindo com o sentido da sua feminilidade não permitindo que se lhe coloquem barreiras que a limitem e não permi-tam o seu autêntico desenvolvimen-to, não se tratando apenas de uma oportunidade para a sua realização

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tos profissionais para a formação dos seus filhos e que esteja disposta a sair de si mesma e dos seus próprios interesses, dando prioridade ao bem estar da sua família, de tal maneira que imprima na sua profissão um selo de humanidade e de testemunho de generosidade e coerência de vida.

Pelo facto da mulher estar mais in-serida que nunca na sociedade e na vida profissional não a deve deixar levar pelas irreflectidas expetati-vas a que diariamente está exposta, como ao facto de apenas se poder realizar sendo uma profissional de sucesso ou tendo um grande desen-volvimento económico. É evidente que hoje, mais que nunca, a mulher está a mostrar as suas capacidades académicas, profissionais, intelec-tuais, o que não quer dizer que deva deixar de lado a maternidade, a edu-cação dos filhos, etc. Tem que se afir-mar pela diferença, tem de defender

enquanto mulher, como também implica um dever que tem de exer-cer para o bem da sociedade, sendo fundamental que, a sua presença, humanize vários âmbitos da vida social, partindo da família, passando pela política, trabalho, educação, etc.

A mulher tem a obrigação de colabo-rar, de modo comprometido e ativo, para o desenvolvimento e transfor-mação do mundo em seu redor, con-seguindo assim o bem comum.Portanto, para que possa chegar a ser uma mulher integral, ela tem o direito e o dever de desenvolver-se no campo profissional, conservando sempre o interesse pela família, fun-damentando valores humanos em contacto com as pessoas em seu redor. Para uma mulher conseguir realizar o que foi antes mencionado, é imprescindível passar por um auto-conhecimento para assim conseguir valorizar a sua natureza e dignidade feminina, e poder desempenhar todas as suas capacidades e habi-lidades, aproveitando as oportuni-dades que lhe forem surgindo.

O desempenho da mulher a nível do trabalho (profissão) não deve inter-ferir na sua função dentro da família, pois a família é que é insubstituível e tem um valor inestimável.

Uma MULHER profissional, que valoriza a sua feminidade e a sua dignidade, considera o seu trabalho como uma verdadeira expressão do seu ser, im-primindo nele as suas características, vendo no seu trabalho uma oportu-nidade de servir e cooperar, indo ao encontro dos anseios dos colegas e demais pessoas, compartilhando com elas o que é e o que tem, fo-mentando assim relacionamentos leais, amigos, em que ressaltam a generosidade e o companheirismo.

Neste sentido, é importante que a mulher, ao desenvolver a sua vo-cação profissional, não esqueça as outras suas tarefas, como por exemplo os seus “hobbys”. É importante que a mulher aplique os seus conhecimen-

os seus direitos e cumprir os seus deveres. Tem de se reconhecer, val-orizar e ir complementando todos os aspectos que foram menciona-dos antes, e que abraçou. Estando realizada em todos os aspectos, pode e deve influenciar a família e a sociedade e velar pelo bem comum.

Quantas vezes a mulher se pergun-ta: ”Porque me sinto tão sozinha?”; “Por que não reconhecem o que eu faço?”; “Porque não me ouvem?” A per-gunta mais acertada seria: “Será que eu me valorizo? Que eu me recon-heço?” Será que eu quero SER MUL-HER?

O ser humano não é um meio para conseguir alguma coisa, mas um fim em si mesmo, por isso merece respeito.

Maria José Miranda - Técnica Superior da CMCV.

Trocando olhares

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!Como sabes ser doce e desgraçada!Como sabes fingir quando em teu peitoA tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosa duma imagem.Adorada que amaram doidamente!Quantas e quantas almas endoidecemEnquanto a boca rir alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têmSem nunca o confessarem a ninguémDoce alma de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade.Dum rei; amor de sonho e de saudade,Que se esvai e que foge num lamento!

Florbela Espanca

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Obras

Opinião técnica

A urgência da reabilitação

Nos próximos meses, o arquiteto Luís Pedro cruz colaborará com

o Castelo de Vide InformAção com a missão de comunicar e divulgar a ar-quitetura da nossa região, levantando, entre outras, questões que se pren-dem com a conservação do nosso património.

Nesse âmbito, e considerando que este é um meio privilegiado para um contacto cíclico e rigoroso com as populações, o arquiteto Luís Pedro

Cruz propõe-se criar neste boletim uma coluna informativa da sua ativi-dade e das causas que defende, no-meadamente no que refere a urgên-cia de sensibilização à REABILITAÇÃO e ao indispensável uso crescente dos materiais e processos construtivos sustentáveis e amigos do ambiente.Inicia-se aqui a publicação de reco-mendações técnicas relativas à re-cuperação de edifícios antigos, tema cada vez mais importante no contexto da preservação e revitalização do nosso património construído, quer seja em contexto urbano ou rural.A primeira sequência de artigos re-porta-se, como se disse, a definir um conjunto de recomendações técnicas associadas à reabilitação.

Antes de iniciar este capítulo é de referir que a elaboração deste docu-mento - Recomendações Técnicas para a Reabilitação de Edifícios An-tigos - traduz um interesse especial nesta área que ganhou forma há algum tempo e que foi enriquecido com vários contributos, nos quais se destaca a passagem do autor pela DGEMN (Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais – Direcção Regional de Edifícios e Monumentos do Sul).

Incidindo directamente neste con-junto de Recomendações, salien-ta-se que a informação recolhida, incluindo as ilustrações, tem por suporte fundamental uma publi-

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cação espanhola do Institut Tecno-logia de la Construcció de Catalunya designada “Soluciones constructivas para la Rehabilitación de viviendas de alta montaña” e pontualmente alguns dos números da Revista do Grémio das Empresas de Con-servação e Restauro do Património Arquitectónico “Pedra & Cal”. Após um primeiro esboço este conjunto de Recomendações foi sujeito à apreciação de entidades creditadas na matéria, nomeadamente o IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico – Direcção Regional de Évora, actualmente integrado na Direcção Regional de Cultura do Alentejo - DRCALEN), o G.E.C.o.R.P.A. (Grémio das Empresas de Con-servação e Restauro do Património Arquitectónico) e a AECOPS (Asso-ciação de Empresas de Construção e Obras Públicas), cujos contributos vieram enriquecer o documento. Houve o cuidado de preservar o tex-to nos termos em que foi elaborado inicialmente relegando-se, na quase totalidade, a intervenção destas enti-dades para notas de rodapé.

Na apreciação desenvolvida pelo G.E.C.o.R.P.A. salienta-se que a con-cepção e execução da maior parte das intervenções sugeridas deve ser feita por profissionais de Arquitec-tura e Engenharia adequadamente qualificados que intervenham de forma correcta e segura num proc-esso de reabilitação estrutural, sob pena de se pôr em risco o sucesso dessas intervenções. Este conjunto de recomendações destina-se essencialmente a estes técnicos, embora procure também uma aproximação da população e no-meadamente dos empreiteiros a uma abordagem ainda não interiori-zada nas “recuperações” que se vão realizando. Ainda de acordo com o G.E.C.o.R.P.A. interessa referir que a própria execução em obra de muitas das técnicas descritas exige pessoal qualificado.

As recomendações incidem, sobre-tudo na parte da obra, realçando

uma omissão que se prende com o enquadramento dessas reco-mendações em termos de tipolo-gias construtivas, dos materiais, das anomalias, fundamental para ajudar a avaliar a adequabilidade das in-tervenções em obra. Consequente-mente este trabalho fica em aberto, exigindo uma posterior clarificação desta situação que deverá apoiar-se na análise das construções ex-istentes na região, assunto este que, seria desejável, viesse a integrar a formação dos técnicos capazes de intervir no nosso património edifica-do. Resta salientar as questões de hi-giene e segurança, não só no caso da desinfestação que mostra a imagem, mas também sempre que se trabal-ha com andaimes, escoramentos, ou se fazem escavações, que cada vez

mais devem ser preocupações pre-sentes em qualquer intervenção.Sendo a região genericamente pouco sensível à problemática da recuperação do seu património con-struído, havendo, naturalmente, lo-calidades onde isto é mais evidente, consideramos importante confron-tar os destinatários deste documen-to com alguns dos princípios con-strutivos e projetuais envolvidos na reabilitação de edifícios antigos.

Para já, é de salientar a existência de documentos internacionais regu-ladores dos princípios teóricos sub-jacentes à reabilitação sendo alguns bem antigos. Por exemplo, em Portu-gal, a primeira lei sobre o Património Histórico e Cultural é publicada a mando de D. João V e data de 20

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de Agosto de 1721. Dos vários tex-tos sobre o assunto interessa-nos destacar a Carta Internacional de Veneza de 1964 que é um docu-mento basilar e a Carta de Cracóvia 2000 (Princípios para a Conservação e Restauro do Património Construído) que é, talvez, o mais recente. A existência deste vasto conjunto de informação permite-nos concluir estarmos perante um assunto que extravasa as preocupações locais e é par-tilhado por todos os países com “História”, conscientes que o futuro assenta cada vez mais na recuperação e moderni-zação do edificado existente. Daqui ressalta uma questão incontornável: os técnicos que trabalham nesta área têm obrigatoriamente que dominar a temática, significando que, além de conhecedores do assunto, têm de ser sensíveis ao valor encerrado

neste património. Esta afirmação parece descabida mas continuamos a deparar-nos com técnicos inter-venientes que não só não valorizam como têm um profundo desprezo pela construção antiga.

Depois, é necessário ter presente que as construções integram o imaginário colectivo, con-centram memórias que fazem delas “casas com passado”, são testemunhos com valor histórico, arquitectónico, estético, ambien-tal, económico e tecnológico o que obriga à sua compreensão e estudo. A expressão morfotipológica do ed-ifício é um dado fundamental na revitalização do imóvel que deve condicionar o acto de concepção. Esta opção não se compadece com a prática comum de ignorar e “apagar”

integralmente o interior do edifício como se estivessem em jogo el-ementos independentes tornando possível, sem pruridos de consciên-cia, encarar o exterior desligado do interior e assim, através de um exer-cício tortuoso apoiado numa grande ginástica espacial, encaixar à força e aleatoriamente os espaços pretendi-dos, rejeitando a identidade em cau-sa e gerando objectos incaracterís-ticos. Isto conduz-nos a uma regra que se traduz na necessidade dos projectos serem bem estruturados e fundamentados expressando uma visão multidisciplinar, tornando-se assim em instrumentos de valoriza-ção da preexistência que salvaguar-dam o respeito pelo imóvel, sendo a contenção na intervenção proposta o seu garante. Esta posição exige um bom conhecimento das técnicas tradicionais e modernas que con-duza a uma decisão correcta sobre as formas de intervenção e sobre a sua execução, tendo como meta garantir a durabilidade do edifício. A intervenção no património deve centrar-se na utilização de materiais e técnicas tradicionais com recurso a soluções contemporâneas criteri-osamente seleccionadas, aplicadas moderadamente mas sem desprezar a possibilidade de aproveitar as características favoráveis que tais ma-teriais e tecnologias garantem. Sobre os materiais tradicionais existe a ideia infundada que a madeira e a alve-naria são materiais estruturais pouco nobres, mecanicamente muito limi-tados e pouco duráveis por oposição ao aço e ao betão. De facto isto não é verdade. O argumento cai quando à volta verificamos a existência destes materiais em edifícios seculares com bom comportamento ou pouco danificados e quando degradados o mais certo é resultar da falta de manutenção pois, maioritariamente, estes edifícios deixaram simples-mente de a ter há muitas décadas.

Convém também ter presente que os materiais modernos não são mi-lagrosos nem eternos. Os aços das estruturas metálicas e os varões das armaduras são sensíveis à corrosão

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e têm um elevado coeficiente de di-latação térmica, o que põe em risco as estruturas que integram. Por exemplo, estruturas em betão armado com fissuras quase imperceptíveis per-mitem que o oxigénio, quando em contacto com as armaduras, desenca-deie a oxidação e provoque a prazo o seu enferrujamento com o conse-quente aumento de diâmetro dos varões e expulsão do betão .

Além do mais, consegue-se resolver as fragilidades dos materiais tradi-cionais, nomeadamente é possível seleccionar e tratar a madeira con-tra a humidade, contra o ataque de xilófagos e contra a acção do fogo; e as baixíssimas resistências à tracção e ao corte das alvenarias podem ser corrigidas melhorando as con-dições de fundações das paredes e garantindo uma solidarização eficaz entre elementos distintos reduzindo os efeitos locais da concentração de esforços devido a sismos e ao assen-

tamento de fundações.As soluções construtivas propostas neste documento têm como finali-dade colmatar um vazio específico na análise de problemas que aparecem frequentemente nas construções tradicionais e oferecer alguns mé-todos concretos e experimentados que facilitem as intervenções no mo-mento em que se planeia uma rea-bilitação, sem, naturalmente, pôr de parte a necessidade de se promover uma consulta técnica e desenvolver projectos. Seja qual for o edifício que se quer reabilitar deve conhecer-se muito bem as suas características e o seu funcionamento de modo a que, mesmo recorrendo às técnicas actuais com vista a aproveitar as suas vantagens, se possa respeitar as características da construção tradi-cional evitando colisões nefastas à integridade do imóvel. Um bom diagnóstico é fundamental para se conseguir uma intervenção bem su-cedida o que implica que cada caso

particular deve ser analisado cuida-dosamente .Os exemplos recolhidos nesta sú-mula, embora sem corresponder a um tratamento exaustivo do assun-to, fundamentam um conjunto de opções capaz de ajudar a encontrar soluções para os vários problemas existentes. Assim, sem nos determos mais no assunto, passamos a trans-mitir alguns dados que permitem obter soluções reversíveis e com-patíveis que não venham a motivar novas patologias nos edifícios a rea-bilitar que é um problema que tem vindo a ganhar expressão pelo recur-so a materiais inadequados:

1 - De acordo com o G.E.C.o.R.P.A., a justificação da corrosão das arma-duras com base no oxigénio que penetra pelas fissuras é incorrecto. O mecanismo mais comum é a carbo-natação do betão de recobrimento que endurece o betão mas também

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o torna mais frágil, reduzindo a sua capacidade para proteger o aço. O betão armado exposto aos cloretos (em locais marítimos ou em estradas onde se utiliza sal) é particularmente sensível no que se refere à corrosão do aço. A corrosão do aço resulta no destacamento do betão. A consoli-dação de um elemento de betão ar-mado afectado por estes fenómenos requer normalmente eliminação do betão deteriorado (jacto de água, meios mecânicos, etc.), a limpeza do aço, a adição de nova armadura e a reconstrução da superfície usando frequentemente betões especiais.

2 - De acordo com o IPPAR (Direcção Regional de Évora) recomenda-se, numa fase anterior, fazer a anam-nese, ou seja, a investigação histórica no que diz respeito a todos os ac-ontecimentos de origem natural ou não, como sejam sismos, alterações, intervenções de conservação, etc. 3 - A mesma fonte refere que há três tipos de compatibilidade a con-siderar: compatibilidade química, recomendando-se a utilização de materiais que não reajam de forma perniciosa com os materiais originais; compatibilidade física, recomendan-do-se uma escolha criteriosa, tendo em conta o peso, a dureza e o coefi -ciente de dilatação térmico, porque

as tensões de contacto poderão ser destrutivas para um deles; compati-bilidade estética, recomendando-se considerações no que diz respeito não só à forma, mas também à cor e à textura dos materiais.

REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS

Os exemplos que se seguem respei-tam, na generalidade, um conjunto de orientações que a seguir se tran-screvem e que concorrem para a preservação da autenticidade dos lugares e construções, contrarian-do a destruição maciça dos edifíci-os antigos e a sua substituição por modelos pouco interessantes, que mais não são do que uma espécie de “faz de conta”, completamente artifi cializados e que, infelizmente, é uma tendência que se tem vul-garizado em todo o país, anulando as diferenças que enriqueciam o território.

• Compatibilização com os mate-riais e sistemas construtivos ex-istentes optando por intervenções pouco intrusivas;

• Reversibilidade na intervenção que permite retomar a forma inicial sem grande esforço de construção civil e distinguir o acrescento;

• Aligeirar as cargas do edifício de forma a minorar os efeitos das in-

AUTORIZAÇÃO GENÉRICA PARA CEL-EBRAR CONTRATOS DE AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS ATÉ AO VALOR DE € 5000: Aprovada por unanimidade, au-torização genérica para celebrar con-tratos de aquisição de serviços, até ao valor de €5000.

SONORIZAÇÃO E ANIMAÇÃO MU-SICAL DO “CARNAVAL TRAPALHÃO DOIS MIL E DOZE “ – AJUSTE DIREC-TO – REGIME SIMPLIFICADO: Delib-erado, por unanimidade, emitir parec-er favorável, nos termos do n.º8 do art.º 26.º da Lei do OE/2012, à contratação da Empresa José Tarouco Unipessoal, Lda, com sede em Castelo de Vide, ten-

do em vista a sonorização e animação musical do “Carnaval Trapalhão/2012”.

ALARGAMENTO E BENEFICIAÇÃO DO TROÇO DO CM 1006 – ENTRE A EM 525 E O CRUZAMENTO COM O CM 1006-1 (ALAGADORES) E PAVIMEN-TAÇÃO DO CM DE ACESSO AO MENIR DA MEADA: Deliberado, por unan-imidade, proceder à abertura do pro-cedimento de concurso público para a empreitada de Alargamento e Ben-efi ciação do troço do CM 1006- entre a Em 525 e o Cruzamento com o CM 1006-1 (Alagadores) e pavimentação do CM de acesso ao Menir da Meada.

tervenções preservando a longevi-dade do imóvel;

• Contenção na intervenção e ma-nutenção dos materiais existentes com intervenções cirúrgicas mini-malistas que visam prolongar o seu tempo de vida .Nestas circunstâncias as estruturas em betão armado estão excluídas deste tipo de intervenções a não ser que se tratem de estruturas com-pletamente independentes. Repor-tamo-nos a soluções que ganham maior cabimento no caso em que fi camos reduzidos à “casca” do ed-ifício e todo o miolo é refeito ou no caso de intervenções pontuais e localizadas em que a introdução de um novo sistema construtivo não afecta o edifício.

4 - O IPPAR (DRE) considera que embora o prolongamento do tempo de vida da estrutura seja sempre um objec-tivo primordial, afi rma que o princí-pio da intervenção mínima tem como fi m a redução da intervenção contemporânea, reduzindo assim também o “ruído”, introduzido no percurso histórico do edifício.

ISENÇÃO DE TAXAS: Deliberado, por unanimidade, isentar a Fundação Nossa Senhora da Esperança, das taxas referentes a uma vistoria para verifi -cação das condições de estabilidade de parte do atual acesso ao depósito de gás, situado no logradouro do Con-vento de São Francisco.

CARNAVAL/2012 – INSTALAÇÃO DE CARRÓCEIS – ISENÇÃO DO PAGA-MENTO DE TAXAS: Também foi de-liberado, por unanimidade, isentar da taxa relativa à ocupação da via pública a instalação dos carrosséis, durante a época do Carnaval.

Principais deliberaçoes da câmara

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Especial: Telenovela “Louco Amor”

A partir do próximo dia 5 de Março começará em Castelo de Vide as fi l-magens da próxima telenovela “Lou-co Amor”, cuja estreia em horário no-bre está prevista para o mês de Abril no canal da TVI.As fi lmagens nesta primeira estadia irão prolongar-se até ao dia 16 e a Câmara Municipal irá disponibilizar toda a informação no link específi co do site do Município. Aqui poderá acompanhar a par e passo a atuali-dade das fi lmagens.Mas, desde já, adiantamos que irão estar connosco nestes próximos quinze dias as seguintes caras:

MAIS UM BOM MOTIVO PARA VIR ATÉ CASTELO DE VIDE

“Louco Amor”

A fechar...

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Caderno: património

A propósito de um colunelo…

No âmbito da regular observa-ção de monumentos e sítios

arqueológicos em áreas rurais do concelho de Castelo de Vide, foi com manifesto desalento que verifica-mos e confirmamos1 que a entra-da do chafurdão do Vale da Bexiga se tinha desmoronado (fig.2). Nesta região do País, estes monumentos são, ainda, elementos marcantes da paisagem rural, de uma cultura e de um tempo passado, infelizmente subvalorizados e em grande parte desconhecidos. No que concerne ao estado de conservação destas es-truturas, a situação agravou-se com o gradual abandono dos campos, principalmente desde os anos ses-senta do passado século. O desape-go verifica-se após o momento em que estas edificações, por algum motivo, são abandonadas logo, vota-das ao esquecimento, o que, de um

modo geral, conduz à sua ruína. Com uma regularidade assustadora, assistimos impotentes à degrada-ção destas curiosas edificações que, em tempos, foram de extrema im-portância na vida rural de pessoas e bens. Presentemente, alguns - pou-cos - chafurdões ainda têm alguma serventia como local de arrecadação. Pouco se sabe sobre estes imóveis mas, urge conhecer, preservar e di-vulgar este legado histórico intrínse-co à vida rural de grande parte dos nossos antecessores.

Só no concelho de Castelo de Vide a lista dos chafurdões “moribundos” é, nestes tempos, bastante extensa: Mascarro, Murta Velha, Roque Mar-tam, Lancheiras, Cangão, Currais da Matinha, Porto de Nisa, Lagarto, Vale de Barrelas... só para citar alguns, já que muitos outros se encontram em completa ruína. Neste contexto, é importante que a breve trecho se redobrem esforços e acções concer-tadas das várias entidades ligadas ao Património Arqueológico e Arquitec-

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tónico, assim como a população em geral, para defendermos e valorizar-mos estas “estranhas casas”.

O guia sobre algum do Património Arquitectónico Transfronteiriço, a ser brevemente editado (no âmbito do Projecto Partexal; Extremadura - Alentejo), pode ser uma mais-valia para o conhecimento, fruição e ma-nutenção deste e doutros vestígios do nosso Património construído em espaço rural. Após este breve preâmbulo, vamo-nos debruçar sobre um achado que, pensamos ser relevante para o co-nhecimento histórico-arqueológico da zona do Vale da Bexiga (localizada na parte oeste do concelho de Caste-lo de Vide). Como diz o adágio popu-lar “não há mal que bem não traga” assim, foi com grande surpresa e en-tusiasmo que identificamos entre os escombros do chafurdão do Vale da Bexiga fracção de um colunelo trun-cado, de calcário e secção cilíndrica, que regista um símbolo desenhado em baixo relevo. Esse símbolo apa-renta ser um cristograma.

Os primeiros cristãos desenhavam, pintavam ou gravavam diversos sím-bolos nas sepulturas para represen-tar a religião do defunto (muitas ve-zes de forma escondida). Um desses símbolos é o monograma de Cristo.

Neste caso em particular, podemos presumir da rudimentar técnica do registo (porquanto a simbologia cristã primitiva apresenta diversas variantes) que fora dos principais centros urbanos, como é o caso, houvesse alguma dificuldade na re-quisição de bons artífices. Talvez a peça em referência fosse produção de um atelier local, ainda que a ma-téria-prima tivesse, necessariamente, de ser trazida de longe.

Nesse Período, sendo o culto cristão um culto novo, parece-nos bastante plausível que a arquitectura que o servia expresse algumas diferenças determinadas pela organização so-cial e geo-política. Verificamos que nesta peça o desenho se traduz na existência de dois triângulos quase

Fig. 1 - Chafurdão do Vale da Bexiga (1982).

Fig. 2 - Chafurdão do Vale da Bexiga (2007)Agradecemos à Drª. Susana Machado - grande entusiasta pelo património arqueológico Castelo-Vidense - que nos informou da derrocada ocorrida no referido chafurdão.

Fig. 3 - Colunelo do Chafurdão do Vale da Bexiga Fig. 4 - Desenho do colunelo

Ver documento no ex-IPPC Évora, respeitante ao Relatório da destruição da Estação Arqueoló-gica do Vale da Bexiga. (Oliveira, 1996)

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equiláteros, em “ampulheta”. Poder-se-á identificar como sendo a letra “X” ?!.

Pelo vértice que os une passa um segmento de recta oblíquo onde na extremidade mais elevada se re-gista um pequeno sulco oblíquo que “trunca” o referido segmento de recta. Um pouco abaixo verificamos a existência de um outro pequeno segmento de seta - transversal - em que a extremidade uneao triângulo superior (será a letra “P” toscamente representada ?!...).

Obviamente, entre outras leituras, não excluímos a possibilidade de se tratar de uma marca de canteiro, ou ainda, de estarmos em presença de simbolo(s) do alfabeto rúnico. Afigu-ra-se-nos possível tratar-se de uma peça paleo-cristã, com a particula-ridade de apresentar um elemento deveras inusitado que, pensamos, doravante - com outros estudos subsequentes - servirá para melhor compreender social e cronologica-mente a presença das primeiras co-munidades cristãs numa área que regista importantes e abundantes vestígios arqueológicos Tardo - Ro-manos e da Alta Idade Média. Recu-peramos e deslocamos este elemen-to arquitectónico do local do achado para o depósito arqueológico da Secção de Arqueologia do Município de Castelo de Vide. Esta atitude não foi irreflectida, mas antes com assun-ção de responsabilidades, garantia de preservação da peça e, sobretu-do, recordando nefastos aconteci-mentos para o património arqueo-lógico registados nesta zona no final do ano de 1986. Nessa ocasião, uma importante necrópole de inumação Alto-Medieval e outras estruturas associadas, por ora indefinidas - Esta-ção arqueológica do Vale da Bexiga - (Rodrigues 1975:pp.155,156,275. Est.s XL e CII) foram completamen-te destruídas2 pelo rendeiro da pro-priedade (fig.16). Este local dista es-cassos 420m para S do chafurdão do Vale da Bexiga. Assim, achou-se por bem fazer a recolha pois, garantida-mente, o “tempo” a faria desapare-cer. Acresce que um caminho públi-co, dista do chafurdão cerca de 20m,

e há sempre gente com curiosi-dade por estas antiguidades: uns para conhecer, outros “interessados” no que possam recolher.

Pela tipologia que a peça apresenta e, comparativamente com os colu-nelos recuperados em 1982 na refe-rida necrópole (fig. 5), pelo Grupo de Arqueologia de Castelo de Vide, mui-to seguramente, este colunelo terá provindo desse antigo cemitério após o abandono e destruição das estruturas que aí se identificaram.

O chafurdão do Vale da Bexiga terá sido construído mais tardiamente e o referido colunelo foi, tão só, mais um elemento pétreo empregue na sua construção.

Muito provavelmente existiria nessa zona um local de culto para devoção dos fiéis dessa emergente religião, tal como sucedeu em Santo Amarinho, onde se regista a maior necrópole Alto-Medieval conhecida no conce-lho de Castelo de Vide (Rodrigues, 1978). Até aos primórdios dos anos setenta do passado século havia ves-tígios, nesse local, de uma ermida ru-ral (Rodrigues, 1975). Da forma como se processou a es-cavação3 de 1982 - o signatário foi um dos elementos do ex-G.A.C.V. presentes na mesma - sem a devida e adequada direcção científica de um arqueólogo credenciado para o efeito, diremos que os dados apura-dos e resultantes dessa intervenção não são clarificadores no sentido de indicar cronologias, definição e ri-gorosa base de dados de unidades estratigráficas, bem como outros elementos assaz importantes para o conhecimento da ocupação do lo-cal. Acresce que a escavação do sítio foi parcial porquanto este já se en-contrava amputado do seu todo ini-cial devido, em parte, por ignorância do que representavam essas ruínas e, entre outros factores, à mecanização e respectiva “limpeza” dessa proprie-dade agrícola.

Em base dos materiais recolhidos na referida escavação: cerâmicas de construção (tegulae, imbrice), cerâ-

micas de uso doméstico e industrial (porção de ânfora, pesos de tear, ce-râmica comum), fíbula, cavilhas, es-cápulas, ponta de lança, colunelos e base dos mesmos, registamos que houve uma continuidade ocupa-cional do espaço em apreço desde, pelo menos, o Período Romano. Na altura, e com a ausência do melhor indicador cronológico – numismas - focamos o nosso interesse num dos colunelos encontrados na área da necrópole. Este, todo trabalhado, apresentando motivos vegetalistas, permite-nos apontar como cronolo-gia provável os séculos IV-V d.C. (Pe-reira e Monteiro, 2003:10), data que deverá corresponder à construção da necrópole de inumação: (…)Es ciertamente habitual que so-bre una antigua villa romana, nor-malmente ya abandonada, se instale, a partir del s. V d. C., o una necrópolis o un edificio de culto cristiano (que puede tener, asimismo, asociada una necrópolis, anterior o posterior a la construcción del centro cultual). Igualmente, aunque en un núme-

Fig. 5 - Planta da intervenção arqueológica realizada em 1982

Participaram na escavação: António Ma-nuel das Neves Nobre Pita; João Alexandre Transmontano Laranjo; João Francisco de Alegria Magusto; José Manuel Bica Penhas-co; Joaquim Henrique dos Santos Costa e Paulo Alexandre Raposo Morais.

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Fig. 6 - Ermida da Srª. das Virtudes (1982)

Fig. 7- Fotografia de pormenor da marca incisa

Castelo de Vide, Setembro de 2008.

ro mucho más bajo, se han hallado ejemplos de villae romanas que en la última fase de su existencia, en tor-no al s. IV d.C., parecen adquirir cier-to significado religioso mediante la construcción de un oratorio privado o una iglesia cristiana entre sus es-tructuras.(…) (Púnzon, 2007: 175)

Face à escassa informação escrita, os dados arqueológicos assumem um papel decisivo para compreender o povoamento na Antiguidade Tardia e Alta Idade Média. A tipologia dos sí-tios, já analisados, parece traduzir um povoamento assente em pequenos núcleos familiares e individualizados.

Embora enferme pelo facto de se tra-tar de uma pequena área, oferecen-do uma visão redutora para análise, é reconhecida espacialmente, (confor-me se pode confirmar no mapa em anexo) grande quantidade do que, pensamos, seriam pequenas estrutu-ras – cabanas. (Bugalhão, 1998: 127) na dependência directa de uma villa e de casais agrícolas, os quais ter-se-iam mantido com a entrada de uma nova organização social e poli-tica (povos germânicos) até épocas, por ora, indeterminadas.

Será que a ermida da Senhora das Virtudes (Trindade, 1989: p.24, 25,27, 227-229), ainda existente e localizada na zona, surge em consequência do desaparecimento de uma outra mais antiga?!. Esta já se encontra em ruínas desde, pelo menos, o ano de 1771 (Repenicado 1965: 142-143). Está afas-tada do principal aglomerado urbano na zona - vila de Alpalhão - em lugar ermo e isolada mas, todavia, próximo das gentes do campo e situada numa zona de potencial aproveitamento agrícola, e cuja designação pode re-montar ao Período Romano. Esse iso-lamento contribuiu, sem dúvida, para acelerar a ruína do templo.

Embora esta edificação religiosa possa ter sido erguida no Período Moderno aí verificamos, além da existência de uma sepultura aberta na rocha granítica, outros vestígios arqueológicos, ainda que residuais, mas mais remotos, como sejam di-versas porções de materiais cerâ-micos romanos.

Porventura o antigo local de culto não seriam as estruturas encontra-das junto à necrópole e entretanto destruídas?

Estariamos em presença de uma edi-ficação religiosa cristã?

Parece pouco credível aceitar a des-lado do cemitério uma estrutura habitacional. Acreditamos que, com base noutros projectos de investi-gação arqueológica, num trabalho “aturado” de pesquisa bibliográfica e consulta de documentação antiga se poderá, porventura, coligir in-formações que dêem resposta a es-tas e outras interrogações. Estão em curso trabalhos respeitantes à Carta Arqueológica do concelho de Nisa os quais, naturalmente, terão como resultado o inventário de novos sítios e monumentos desconhecidos do meio científico e da população em geral. Para o caso em análise importa especialmente “conhecer” a margem esquerda do Ribeiro do Figueiró o qual, limita administrativamente as Freguesias de Alpalhão (concelho de Nisa) e S. João Baptista (concelho de Castelo de Vide).

A finalizar, diremos que este trabalho é, tão só e apenas, um pequeno sub-sídio numa tarefa que se pretende em continuidade.

Bibliografia e outros documentos impressos:

BATATA, Carlos; BOAVENTURA, Rui e CARNEIRO, André (2000) - A inscrição paleocristã de Palhinha 1 e o seu en-quadramento. Revista Portuguesa de Arqueologia. Volume 3. Número 2.2000. pp. 237-246.

BUGALHÃO, Jacinta (1998) – O pov-oamento rural romano no Alentejo: contribuição da arqueologia preven-tiva. Revista Portuguesa de Arqueo-logia. Volume 1 (2). Lisboa, pp. 123-136.

CARVALHO, Joaquim (1998) - Ocupação humana no concelho de Castelo de Vide desde a Pré-História até à Alta Idade Média. Revista Ibn Maruán - Revista Cultural do Con-celho de Marvão, n.º 8, Dezembro de 1998. p. 189.

MAGUSTO, João e PITA, António (1996) -Levantamento Arqueológico da Zona Sudoeste do concelho de Castelo de Vide: Feitosa, Figueiras 1, Lavradores e Cangão. Actas do 2º. Encontro de História Regional e Local do Distrito de Portalegre. As-sociação de Professores de História. Lisboa.

OLIVEIRA, Jorge de (1996) - Relatório da destruição da Estação Arqueológ-ica do Vale da Bexiga. NP (documen-to no ex- IPPC Évora).

PAÇO, Afonso do (1949) – Inscrição Cristã do Monte-Velho (Beirã-Mar-vão). separata da Revista Brotéria, Vol. XLIX, Fasc. 1, Julho de 1949. Academia Portuguesa de História. Lisboa.

PARADINAS, Pedro J. Lavado e outros (1981) - Estudio y Proyectos sobre los valores artísticos e arqueológicos del Parque Natural de S. Mamede. Ma-drid. NP (estudo policopiado).

PEREIRA, André e MONTEIRO, Mário (2003) - Cerâmica Comum Romana no Concelho de Castelo de Vide (Es-tudo Preliminar). Departamento de

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História. Faculdade de Letras. Uni-versidade de Lisboa. (trabalho pol-icopiado).

PEREIRA, Nuno Teotónio e outros (1992-1995) - PLANO DIRECTOR MUNÍCIPAL DE CASTELO DE VIDE -PDM. Lisboa. Registo BT 64 nas fol-has 3.2a e 3.2b, Elementos anexos-servidões, Património Natural e Cultural (Inventário Arqueológico-Quadro).

PENHASCO, José e SARNADAS, Hernâ-ni (1995)- Relatório da prospecção na Zona C, parcela 4 da Freguesia de S. João Baptista, Concelho de Cas-telo de Vide. Secção de Arqueolo-gia da Câmara Municipal de Castelo de Vide. Castelo de Vide. pp. 11, 12, 29, 39, 41 e 86. NP (trabalho polico-piado) PUNZÓN, Julio M. Román (2007)- Evidencias arqueológicas de intolerância religiosa en la Península Ibérica durante la Antigüedad Tardia. Universidad de Granada. Ilu. Revista de Ciências de las Religiones. 2007, XVIII, pp. 169-195.

REPENICADO, António V. Raposo (1965) – Relação de Sucessos Históri-cos, Notícias e Acontecimentos Políticos, Administrativos, Sociais e Outros da Notável Vila de Castelo de Vide. p. 142 e 143.

RODRIGUES, Maria da Conceição Monteiro (1975) - Carta Arqueológica do concelho de Castelo de Vide. Ed-ição da Junta Distrital de Portale-gre. Lisboa. pp. 155, 156 e 275. Est.s XL, CII e CXXX.

RODRIGUES, Maria da Conceição Monteiro (1978) - Sepulturas Medie-vais no concelho de Castelo de Vide. Edição da Junta Distrital de Portale-gre. Lisboa.

TRINDADE, Diamantino Sanches (1989) – Castelo de Vide Arquitectura Religiosa. Subsídio para o estudo das riquezas artísticas de Portugal. Vol. 1. 2ª. edição. Câmara Municipal de Cas-telo de Vide. Lisboa, p. 227-229.

Anexos

Fig. 10 - Aspecto geral dos trabalhos de escavação (1982) nas estruturas contíguas ás sepulturas

Fig. 10 - Mapa de localização do Chafurdão do Vale da Bexiga no concelho de Castelo de Vide

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Fig. 11 - Planta geral dos vestígios arqueológicos encontrados após a escavação realizada em 1982

Fig. 12 - Fase da escavação (1982) na zona tumular com realce para os elementos arquitectónicos avulsos

Fig. 13 - Planta da área intervencionada após a escavação de 1982 com localização de elementos arquitectónicos

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Fig. 14 - Mapa de localização dos vestígios arqueológicos na zona do Vale da Bexiga

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Fig. 15 - Resultado da destruição da necrópole medieval e estruturas anexas (foto de 1994 do arquivo da SACMCV)

Fig. 16 - Aspecto de uma das sepulturas após a escavação realizada em 1982 pelo Grupo de Arqueologia de Castelo de Vide

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