Catálogo Brasília Utopia
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15 º 47 'S
47º55'O
BRASÍLIA Utopia
Com ângulos certeiros no torto cerrado, os pais fundadores de Brasília traçaram juntos nosso futuro em comum. Cada qual com sua própria quimera, encravariam no íntimo de um país-imensidão sua
utopia de cidade moderna.
A vida em Brasília, ela própria, seria obra-prima. Trabalhadores e governantes embarcariam no mesmo avião, o Plano Piloto, onde compartilhariam escolas, clubes e comércios, cruzariam motorizados suas largas avenidas margeadas de verde e vivenciariam a arte no seu cotidiano, ao ar livre.
Gente de todo o Brasil constituiu lar entre seu solo vermelho e o manto de liberdade do céu do Planalto Central. Vieram sonhados, cada um à sua maneira.
O sonho de uns era concreto. Viveriam nos apartamentos funcionais de linhas austeras, térreo livre e horizonte garantido. Criariam raízes onde acreditavam nada haver. Outros enxergariam seu futuro em cores nativas. Suas brasílias utopias não se extinguiriam nos limites retângulos do Distrito Federal, nem no mito de uma civilização erguida num vácuo simbólico.
Tantos foram aqueles seduzidos por tais so-nhos que a cidade inchou. Projetado para acolher 600 mil habitantes em 2000, na vira-da do milênio, o Distrito Federal já ultrapas-sava a marca dos 2 milhões, e, uma década mais tarde, já contava com outro meio milhão.
A especulação imobiliária expulsou traba-lhadores do Plano Piloto e a opção pelo transporte rodoviário se provou excludente e ineficaz. A ocupação da terra no DF seguiu desordenada, desafiando o princípio de seu Plano Diretor original.
Felizmente, nossa veia utópica também transbordou os desígnios dos fundadores da cidade.Olivier Boëls
Olivier BoëlsOlivier Boëls
Brasília Utopia retrata um pouco da arquitetura humana da cidade-monumento a partir das utopias vividas hoje por seus habitantes. Nossa Brasília é um rico mosaico de novas e tradicionais socialidades. Elas se expressam em diversas formas de relacionar-se com outros humanos e com o am-biente, de interagir com o espaço e de produzir cultura e política. São essas experiências que nos constituem e que ajudam a reinventar cotidianamente a cidade. Afinal, como toda utopia, Brasília é devir.
Lena Tostacuradora
Glossário
Utopia – projeto inovador e / ou revolucionário, geralmente vinculado à concepção de uma civilização ideal.
Quimera (fig.) – sonho, utopia.
Vácuo simbólico – tempo / espaço desprovido de referências culturais.
Plano Diretor – diretrizes municipais que norteiam a política de ordenamento do solo urbano.
Devir - processo de vir a ser.
* Hélio Oiticica
Wagner BarjaDiretor do Museu Nacional
“Museu é o Mundo”*
O Museu Nacional (MUN), numa programação extramuros, tem realizado exposições temáticas de grande visibilidade pública ao ar livre, na praça do Conjunto Cultural da República. A centralidade do MUN e a sua grande visitação diária deve-se também aos pas-santes, em sua maioria usuários da Rodoviária do Plano Piloto, que recebe diariamente cerca de 900 mil pessoas.
Acreditamos que a mostra fotográfica BRASÍLIA UTOPIA, com a curadoria de Lena Tosta, além de reunir imagens de profis-sionais de grande qualidade, contribui para ampliar o acesso do público à cultura. Ela oferece aos inúmeros observadores, dos mais atentos aos mais distraídos, a visão de importantes marcos da natureza desse museu a céu aberto, Brasília e seu entorno, traduzidos aqui em expressivas imagens de seus sím-bolos primordiais.
Museu NacionalOlivier Boëls
A concepção dos expositores partiu da tentativa de traduzir esta cidade, que encanta pela sua aparente simplicidade e falta de flo-reios estéticos, mas que desenvolve uma complexidade perceptível somente àqueles olhares mais desatentos. Brasília surpreende quem ingenuamente começa a sentir o pulsar das relações de seus convi-vas com os planos cegos de concreto, as curvas das cúpulas, a brisa que alisa as canelas nuas dos edifícios, as esculturas em forma de árvores tortas e o horizonte salpicado pelas cores da aquarela solar que as janelas em fita tentam em vão abraçar.
A melhor tradução para os expositores é aquela que o poeta Carlos Drummond de Andrade utilizou para descrever o projeto urbanístico de Lúcio Costa “era rabisco e pulsava”. Os expositores devem ser apenas isso, pequenos rabiscos sutis que emolduram e dão suporte à verdadeira obra de arte: a vida.
Rudi Sato arquiteto
Vista da Torre de TVArthur Monteiro
Vista da Rodoviária João Paulo Barbosa
Congresso NacionalArthur Monteiro
Memorial JKIsabela Lyrio
Memorial dos Povos IndígenasArthur Monteiro
TesourinhasJoão Paulo Barbosa
SQS 204Isabela Lyrio
SQS 105 Arthur Monteiro
SQS 308 João Paulo Barbosa
Panteão da PátriaIsabela Lyrio
Colônia Agrícola Águas ClarasOlivier Boëls
Guariroba, CeilândiaArthur Monteiro
Núcleo BandeiranteJoão Paulo Barbosa
Tambor de Crioula de Seu Teodoro, SobradinhoIsabela Lyrio
Grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko, Vargem BonitaArthur Monteiro
Adeilton Lima, ator Rômulo Andrade, artista plástico Nicolas Behr, poeta Arthur Monteiro
Clésio da Cruz Alves, fotógrafo amador, surdoIsabela Lyrio
Maurício Martins, high line, SEPS 912João Paulo Barbosa
Leandro Valente, canionismo, BrazlândiaJoão Paulo Barbosa
Donaldo de Souza e João Ungarelli, parkour, Asa SulOlivier Boëls
Eixão do Lazer, Asa NorteIsabela Lyrio
Grupo de Capoeira Sol Nascente,Praça do Conjunto Cultural da RepúblicaOlivier Boëls
Campo do Tupi, Setor Sul do GamaIsabela Lyrio
Esplanada dos MinistériosIsabela Lyrio
Exército de Palhaces Autônomos Rebeldes e Insurgentes Olivier Boëls
aUtores
C U R A D O R I A
Lena Tosta é doutora e mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB), com experiência de campo no Brasil, Índia, Canadá e França. Atuou como professora por seis anos na Faculdade de Educação da UnB e no IESB/Brasília. Atualmente, conclui uma especialização em Antropologia e Cinema na Universidade Paris X, trabalha com pesquisa antro-pológica conjugada à produção de imagens em curadorias, publicações, exposições e em atividades de ensino.
Participou de 17 mostras em locais como a Aliança Francesa de Toronto; Centro Cultural da Caixa (SP, DF e BA); Museu Nacional e Teatro Nacional, em Brasília; Musée du Quai Branly, em Paris; CCBB (SP, RJ e DF); Embaixada da França no Brasil e India Habitat Centre, em Nova Délhi, na Índia. É cofundadora do coletivo Etnofoco (etnofoco.com) e tem variadas publicações nacionais e internacionais, entre periódicos e revistas não acadêmicas. É detentora do prêmio Pierre Verger de Antropologia Visual 2002 e da melhor dissertação da Associação Brasileira de Antropologia/Fundação Ford, em 1997.
F O T O G R A F I A
Olivier Boëls é cofundador do coletivo Etnofoco. É detentor de um prestigiado prêmio internacional, o World Press Photo 2000. Foi finalista do prêmio Smithsonian 2011 e 2013, nos Estados Unidos, e do prêmio Memorial Maria Luisa 2011, na Espanha. Entre os prêmios nacionais, ganhou o 1° Foto Arte 2004, na categoria Política e Social, e o Pierre Verger 2002, com a antropóloga Lena Tosta.
O Etnofoco apresentou, em 2010, o curta-metragem Cinzas Sagradas na Era de Kali, no Musée du Quai Branly, em Paris, durante o colóquio internacional Arrêts sur Images. O curta também integrou a exposição Índia, apresentados no CCBB (SP, RJ e DF), em 2012. Um trabalho híbrido, de fotografia e vídeo, resultado da pesquisa e tese de doutorado em Antropologia Iogues Dissidentes: Pedagogia de uma in-disciplina emancipatória.
Participou de 33 exposições em lugares como o Museu Nacional, em Brasília; CCBB; Conjunto Cultural da Caixa; Musée du Quai Branly, em Paris; Harbourfront Center, em Toronto, no Canadá; India Habitat Centre, em Nova Délhi, na Índia; e Museu Nacional da Coreia do Sul. É representado pela galeria Zone Zero, no México, e pela galeria A Casa da Luz Vermelha, em Brasília.
João Paulo Barbosa é fotógrafo profissional e historiador pela UnB. Recebeu o prêmio Special Mention do Banff Mountain Photography Competition 2010, no Canadá. Em 2011, foi finalista do prêmio Smithsonian. Coordenou o projeto dos 50 anos do Parque Nacional de Brasília, que resultou em livro e exposição no Museu Nacional, em Brasília. Ganhou o 2º prêmio do National Geographic Photo Contest/IMS, em 2012, na Itália.
Realizou 66 exposições em países das Américas, África, Ásia e Europa. Publicou seis livros e colaborou com 33 revistas, no Brasil e no exterior. Dentre os lugares em que expôs, estão o National Museum of the American Indian, em Washington, nos Estados Unidos; Korean Foundation Gallery ; Museu Nacional da Coreia do Sul; India Habitat Centre, em Nova Délhi, na Índia; e galeria Bentara Budaya, em Jacarta, na Indonésia. É representado pela NOVICA e pela galeria A Casa da Luz Vermelha.
Arthur Monteiro é fotojornalista e fotodocumentarista há mais de 15 anos. Especialista em retratos, estudou Jornalismo na Universidade Católica de Brasília. Profissional premiado, fundador dos coletivos Lúdica Luz (ludicaluz.com) e Punctum. Tem projetos autorais em países da Ásia e América Latina.
Expôs no Musée Malraux, na França; Museu Nacional da Coreia do Sul; Guangdong University of Foreign Studies, na China; Museu Nacional, em Brasília e em diversos festivais, como o FotoRio, Mês da Fotografia, Paraty em Foco e Foto Arte. Participou de workshops e exposições ao lado de fotógrafos como Walter Firmo e Cristiano Mascaro. É representado pela galeria A Casa da Luz Vermelha e pelo banco de imagens Samba Photo, em São Paulo.
Isabela Lyrio é formada em Comunicação pelo Centro Universitário de Brasília e estudou Ciências Sociais na UnB. Fotógrafa profissional há 12 anos, dedica-se especialmente à documentação social - que considera obra essencial para a memória e instrumento de conhecimento.
Participou de 23 exposições em países como: Brasil, China e Coreia do Sul, e nos festivais FotoRio, Mês da Fotografia e Foto Arte. Faz parte dos coletivos Lúdica Luz e Punctum. Suas fotografias integram o acervo da galeria A Casa da Luz Vermelha e o banco de imagens Samba Photo.
15 º 47 'S
47º55'O
( 6 1 ) 9 1 2 2 - 0 5 2 0 / 8 1 8 0 - 4 0 4 4
b r a s i l i a u t o p i a @ g m a i l . c o m
w w w . f a c e b o o k . c o m / B r a s i l i a U t o p i a
w w w . p r o j e t o b r a s i l i a u t o p i a . b l o g s p o t . c o m . b r
Ficha técnica
COOrDENAçãO GErAl
Olivier Boëls
PrODuçãO ExECutIvA
Nísia Sacco
CONCEItO, CurADOrIA E tExtOS
Lena Tosta
FOtóGrAFOS
Arthur MonteiroIsabela LyrioJoão Paulo BarbosaOlivier Boëls
ArquItEtO
Rudi Sato
IluMINAçãO
Caco Tomazzoli
ArtESãOS
Damião Araújo da SilvaSérgio Inês de Souza
MEDIADOrA EM lIbrAS
Maria Conchita Villafane
SuPErvISOrA DO EDuCAtIvO
Luana Ferreira
PrOjEtO GráFICO
Lena Tosta Olivier BoëlsSandrine Boëls
ASSESSOrIA DE IMPrENSA
Letícia Verdi
ASSESSOrIA DE COMuNICAçãO
Isabela Lyrio
rEvISãO DE tExtOS
Aline Bacelar
15 º 47 'S
47º55'O
Secretaria deEducação
AdministraçãoRegional de
Brasília
APOIO
PATROCÍNIO
PRODUÇÃO