Catalogo DIP - Design de Intervenção Português

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Colectivo DIP - Design de Intervenção Português

Transcript of Catalogo DIP - Design de Intervenção Português

Catálogo DIP

Design, Fotografia, Ilustração e Textos

Caramélia

Cardador do Monte

Ilustre Murtas

Letras

Sr. Soares

Vidi

Encadernação - DIP

Impressão - Nossa Senhora das Fotocópias • Caldas da Rainha

© 2009 - DESIGN DE INTERVENÇÃO PORTUGUÊS

IStoÉ MoRRaÇa.

A criação deste catálogo é um pouco

antagónica da ideia de catálogo pre-

definida e comercial. Este catálogo é o

resultado de sensivelmente um ano de

trabalho em conjunto, de infinitas ter-

túlias, de noites de experimentação e

outras somente de alucinação. Enten-

demos portanto que esta colectânea

não é uma produção unicamente pen-

sada para dar resposta a um briefing,

mas sim uma concepção que objectiva

amadurecer o nosso trabalho e as nos-

sas ideologias colectivas.

Foi nossa intenção dar a este registo

uma roupagem repleta de experimenta-

ção e plasticidade por lhe a judar a con-

ferir uma maior versatilidade tornando

o resultando final coerente com as nos-

sas características enquanto designers.

5

FotofobiaBurcas

EXAMESPONTOORGO INÍCIO

9

EXAMESPONTOORG

“Ilustre Murtas: Olá pessoal! Será que há aqui

alguém que ande nesta escola?

Pretendo seguir Design gráfico e multimé-

dia, creio que a nivel de condições seja

a melhor opção, mas como a vida acadé-

mica para mim é muito importante, gostava

de saber se é verdade que não existe vida

académica aí, não há tra jes, não há praxes,

não há nada?!

Ouvi falar também de Comunicação e De-

sign Multimédia na ESECoimbra, só que se-

gundo percebi os docentes não são lá muito

bons assim como as condições da Escola,

alguém para confirmar isto? Quanto ao am-

biente académico eu conheço muito bem

e é definitivamente o melhor de todos.

Que mais soluções há para quem venha

da área de Ciências e Tecnologias e não

tenha Desenho nem Geometria Descritiva,

e pretenda ir para a área de design gráfico

ou design multimédia, ou até mesmo design

de comunicação?!

Mas agr é esperar que a estupidez da fa-

cilidade dos exames nacionais deste ano

não faça disparar as médias, e que eu com

o meu 15,125 consiga entrar na ESAD.CR pq

senão meto uma batata no cano de escape

da ministra da educação e de todos os ele-

mentos do GAVE.

Sr.Soares: Boa sorte para ti Murtas!

Eu tb quero ir pa esad.cr, antes tinha a ilusão

do IADE (coisas de miudo que não conhece

pessoal da área) depois fiz um curso técnico

de desenho gráfico e ai e eu abri os olhos

Mais uma coisa, pessoal de Lisboa, como

e que e a transição? Suave?

Obrigado desde já pelas respostas, e espero

estar por ai em Setembro

Sr.Soares: Hj fui as Caldas da Rainha para

ver o sitio, muito muito giro, vi duas expo-

sições de rua, a construção de um chafariz

brutal, e ainda parte de uma exposição do

Berardo no ccc (centro cultural das caldas)

tudo a borla e claro visitei a esad. Agora

e que quero mesmo ir para aqueles lados.

IlustreMurtas: Oh Alex, visto q se tudo correr

bem, vamos ser colegas, e tendo em con-

ta q a ultima vez k fui as caldas tinha prái

8 anos, podias add ai, e informares a mal-

ta de como é que é LAS CALDAS! joaomar-

[email protected] ya?

Sr.Soares: ja te adicionei, mas só la tive um

dia, mas pergunta pergunta se eu souber

claro que partilho. ja começa o nervoso miu-

dinho a instalar?

Caramélia: Já mesmo!... Isto assim não há

coração que aguente.

Sr.Soares: Acho que festas existem sempre,

pelo menos se entrar na esad, a minha casa

vai estar sempre em festa

Caramélia: também acho que festas há sem-

pre! basta querermos! Temos é que as orga-

nizar...Também gostava de usar tra je...com-

preendo quem defende a diferença e bla bla

bla, mas fogo penso que todos nós quando

sonhamos em ir para a universidade sonha-

mos também em andarmos tra jados com

a dita cerveja na mão. E também adorava

praxes, cheias de brincadeiras divertidas

e sem abusar. É sempre a melhor maneira

do pessoal novo fical logo integrado.

Sr.Soares:mas tens sempre as semanas aca-

demicas, e nem precisas de tra je (nem ser

estudante do superior) para ires, eu fui a

montes de cenas com a minha namorada,

alias ela passou a ser minha namorada na

semana academica de lisboa.

Caramélia: sim...eu sei...mas o que estava

a dizer é que gostava mesmo de ser pra-

xada, de usar o tra je, de ter um benção das

pastas...e lá é impossivel. Hoje fui às Caldas

e adorei! Aquilo é lindo!

Sr.Soares: foste a esad?

Caramélia: Sim até tive a falar com alunos

de lá que me disseram que o curso de de-

sign gráfico está bem melhor. Disseram que

gostam muito e que até n tinha sido a pri-

meira opção mas que ainda bem que foram

lá parar pk gostam muito do curso. Fiquei

com vontade de começar já amanhã!

Sr.Soares: isso e que e preciso ouvir. Se eu fui

la em Agosto, aquilo tava vazio, a não ser pe-

los benditos cães que se passeavam por lá,

tiveste oportunidade de visitar a cidade?

Caramélia: corri tudo...fui com a minha mãe

e um amigo meu (Cardador do Monte) que

também vai tentar entrar lá e deixamos

o carro e fomos a pé procurar casa. Adorei

a rua das lojas, nunca pensei que as caldas

tivesse tanta gente, adorei o jardim que é

lindo mesmo!Achei muita piada às lojas an-

tigas que ainda existem lá e que aqui na mi-

nha zona já desapareceram por completo.

Bem gostei muito da cidade. Já comecei

a arrumar algumas coisas que quero levar,

tou super ansiosa!

E tu? Já foste procurar casa? Se precisares

tenho contactos e vi muitas posso-te dar

umas boas. A maior parte que vi não era

nada de especial.

Sr.Soares: Eu já aluguei quarto, foi um boca-

do a maluco, mas nao dava pa recusar 120

euros em casa só de estudantes.

Caramélia: eu decidi ficar mais no centro...

Um pouco mais longe da escola mas achei

melhor por ter tudo o que preciso mais per-

to. Também não é cara, tem três quartos 2

deles a 130 e um a 120. Como vou com mais

dois amigos fica a casa só para nós...espero

que a senhoria n a alugue a outros.

PS: Eu vou para DGM.

Sr.Soares: Se td correr bem, me too.

IlustreMurtas: Me too. Pessoal, Hoje liguei

prá esad.cr, e as aulas para os caloiros co-

meçam a dia 22 de setembro.

Se tudo correr bem, por lá nos vemos!=)

Sr.Soares: boa sorte para vcs todos.

Caramélia: é hoje pessoal! Boa sorte para

todos! até para a semana na esad

IlustreMurtas: COLOCADO EM DESIGN GRÁ-

FICO E MULTIMÉDIA ESAD.CR =)

Sr.Soares: Colocado.

IlustreMurtas:SÁBADO JÁ VOU PRÁI, PARA

DEPOIS AINDA IR PÁ NIGHT VER SE CONHE-

ÇO ALGUEM...

POR ISSO POVO DE DGM MANIFESTEM-

SE,YA?!

Sr.Soares: peeps de DGM avisa que ya ta-

mos ai a representar no sab o movimento

caloiro-ó-iniciante no movimento caldático

peace out.

Sr.Soares: sexta toca a trocar nº de movel

pessoal, acho que devemos reunirmos infor-

malmente e explorar (ou seja ir beber umas)

as caldas. Fico à espera do vosso contacto já

que vamos ser colegas.

IlustreMurtas: Sábado à noite, pessoal caloi-

ro do curso de design gráfico e multimédia

apareça , DAIKIRI? Procurem-me... Tenho um

metro e noventa.”

PRIMEIRA CONvERSAçãO dOS ElEMENTOS dIP

Os DIP (Design de Intervenção Português)

são um grupo de futuros designers que se

juntaram com o objectivo de promover o

design utilizando a versatilidade dos seus

elementos como uma ferramenta a favor

do seu processo de criação. Tudo come-

çou quando a turma em que os elementos

deste colectivo pertenciam foi desafiada

para a realização de um projecto conjunto

para um evento denominado “CCB Fora

de Si”. A eficiência do trabalho em equipa

juntamente com o emaranhado de ideias

que rodeavam aquele espaço, fez com que

a vontade que residia dentro deles de pro-

duzir em grupo se acentuasse. O projecto

para o “CCB Fora de Si” levou este conjunto

de estudantes à criação de um manifesto:

o “Manifesto Incompleto à Visibilidade” que

visa conectar todas as ideias inicialmente

constituídas por frases soltas, sem sentido,

mas bastante pessoais e marcantes. Este

processo de debate a judou-os a perceber

alguns dos pontos-chave do caminho a se-

guir. Decidiram, assim criar um versátil jogo

entre estes estudantes e o tipo de design

que estes assumiam e criar os DIP. como

resultado de todo este processo. Este grupo

é constituído por seis personagens que dão

luz e cor a este projecto: Caramélia, Car-

dador do Monte, Ilustre Murtas, Letras, Sr.

Soares e Vidi. O objectivo dos DIP enquanto

grupo passa por vários propósitos alem da

óbvia transmissão de ideias subentendidas

no próprio design gráfico e multimédia.

Pretendem que a informação possa chegar

ao pú blico de forma criativa, eficaz,

irreverente, incomodativa, até perturbante

de forma a criar uma mobilização por parte

de quem assiste às nossas intervenções.

Enquanto DIP não pretendem passar des-

percebidos, enquanto indivíduos são

a face da juventude irreverente e interven-

tiva portuguesa.

HISTÓRIA DIP

DIPDoenças Infecto-parasitárias: São doenças causadas por seres vivos ou pelos seus produtos, mediante outros seres vivos .

Departamento de Imprensa e Propaganda:O DIP foi criado no Brasil em 1939, com o objectivo de difun-dir a ideologia do Estado Novo junto ás camadas populares. Este grupo possuía os sectores de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo e imprensa. Cabia-lhe coordenar, orientar e centralizar a propaganda interna e externa, fazer censura ao teatro, cinema e funções desportivas e recre-ativas, organizar manifestações cívicas, festas patrióticas, exposições, concertos, conferências, e dirigir o programa de radiodifusão oficial do governo.

Design de Intervenção Português: Grupo de futuros designers irreverentes que pretendem desassociar a sigla D.I.P. a outro tipo de actividades, objectos ou conceitos pré-definidos.

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Ilustração de uma frase DIPFoge, Foge Borralheira

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Poster Vê a Música

O altruísmo é bonito sim senhor.

CARDADOR DO MONTEFÃ DE LINDA DE SUZA

Nascido no final da década de 80, algures no Baixo Alentejo,

vagueia de olhos vendados para a cultura, dispersando-se por

coisas vulgares. Querendo testar as suas capacidades manuais

e seguido de um espírito irreverente, dedica três anos da sua

vida às Artes Visuais. Um passo que lhe trouxe a oportunidade

e o interesse pelas diferentes formas de comunicar, pela versa-

tilidade da área e pela capacidade que esta tem de mexer com

a sensibilidade das pessoas. De repente, pela primeira vez, vê a

“luz do dia”. Olha em seu redor e apercebe-se que o mundo que

pisa é mais que aquele horizonte infinito e vazio que sempre o

rodeou. Está então na chamada terra das “malandrices” onde

realmente conhece o verdadeiro conceito de “horizonte” graças

aos seus amigos que viria a conhecer. Agora no seio de um gru-

po interventivo que se dá a conhecer como DIP (Design de Inter-

venção Português), continua a desenvolver várias capacidades

para a criação e interpretação de objectos, imagens e segmentos

ilustrativos,comunicativos ou interventivos. Neste colectivo tem

a oportunidade de conhecer e trabalhar com diversos materiais

e usar a experimentação como uma arma de comunicação e di-

ferenciação em relação àquilo que diariamente é visto espalhado

pelas ruas. Essas suas competências são aliadas com as capacida-

des e valências diversificadas do movimento em que se encontra-

va inserido. Tem como perspectivas para o futuro o contacto com

novas culturas visuais e seguir para a Amazónia fotografar bichos

estranhos e tornar-se um artista experimentalista.Fala-se então

de Cardador do Monte.

O futuro?O futuro a nós pertence.

DE REPENTE, PELA PRIMEIRA vEZ, vê A “LUZ DO DIA”. OLhA EM SEU REDOR E APERCEbE-SE qUEO MUNDO qUE PISA é MAIS qUE AqUELE hORIZONTE INFINITO E vAZIO qUE SEMPRE O RODEOU.”

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CARAMéLIACORAÇÃ0 ACORRENTADO

Menina pacata que nasceu na vila mais branca do Alentejo,

Caramélia desde sempre sentiu que não se identificava com o

sossego da terra e que as imensas planícies não lhe preenchiam

a alma.

Procurando sempre mais, Caramélia logo percebeu que o seu ca-

minho não passava pela terrinha, que precisava de mais contacto

com outro Mundo. O mundo das Artes. Assim, tomou a iniciativa

de deixar tudo para trás e partir à descoberta de uma nova rea-

lidade. Em Beja, passa a estudar Artes Visuais e a desenvolver as

suas capacidades dentro do campo visual, comunicativo, plástico

e experimental. Caramélia descobriu que era esse o caminho que

queria percorrer, mas precisava da intensa ligação ao mundo co-

mercial, onde o contacto com as pessoas a fascinava.

Assim, seguiu à descoberta do design gráfico juntamente com

mais três companhas na Cidade das Caldas da Rainha. Nunca

esquecendo o seu mundo, Caramélia levou consigo para a nova

cidade um belo queijo da sua terra que juntou seus companhas

e novos colegas ao redor da mesa saboreando a bela delicia com

a ginginha da região. Assim nasceu uma estranha ligação com as

pessoas que passaram a acompanhar as suas noites de profunda

inspiração e os seus dias críticos de desassossego. Caramélia pas-

sa-se a identificar com a maneira de trabalhar dos seus amigos

formando com eles algo que pretende ser irreverente, mas profis-

sional, os DIP! Caramélia acredita na qualidade do colectivo e na

marca que estes podem deixar no seu percurso e na sociedade.

O futuro? O futuro a nós pertence.

CARAMéLIA LOgO PERCEbEU qUE O SEU CAMINhO NÃO PASSAvAPELA TERRINhA, qUE PRECISAvA DE MAIS CONTACTO COM OUTRO MUNDO. O MUNDO DAS ARTES.”

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LETRASbIg MAMA

Letras, moça de muitas letras mas de poucas palavras, nascida

no glorioso ano de 89. Cubense de gema (sou da Cuba cona da

mana), mas com clara dilatada, sempre sonhou em ser uma gran-

de sabichona, mas a pasmaceira alentejana era mais forte. Ao fim

de alguns, muitos aninhos de pasmaceira, a Letras resolveu dar

um novo rumo à sua vida, um rumo mais dinâmico e rico em expe-

riências. Desde loirinha encaracolada e birrenta que teve

a mania de saber desenhar, assim decidiu explorar o mundo das

Artes ao entrar no curso de Artes Visuais. No liceu de Beja apro-

fundou as suas técnicas a nível manual em vários materiais quo-

tidianos. Com outros objectivos para além de Arte manual em

que principalmente os degradés manifestaram o grande orgulho

na sua vida, invadiu um mundo mais digital. Ao entrar na ESE na

Universidade de Faro, desde cedo, sentiu que o seu mundo não

estava realizado o suficiente a nível académico e procurou outros

caminhos mais “agressivos”. Então a Terra dos Famosos atraves-

sou-se no seu percurso como uma luz da Santa. Decidiu ingressar

com muito agrado na ESAD, onde mais uma parte de si ficou com-

pleta. Foi nas Caldas que encontrou a sua segunda família,

e todos juntos criaram a “obra divina”, os DIP, Design de Interven-

ção Português. A divindade de vários estilos diferentes e dinâmi-

cos num único design. Numa visão longínqua, mas próxima, Letras

pretende seguir um percurso multimédia com a junção do design

e da música. Continuando também a sua direcção com os DIP

enquanto parte multimédia e gráfico, ambiciona atingir, aos pou-

cos e poucos, os seus objectivos porque “devagar se vai ao longe”.

O futuro? O futuro a nós pertence.

ENTÃO A TERRA DOS FAMOSOS ATRAvESSOU-SE NO SEU PERCURSO COMO UMA LUZ DA SANTA. DECIDIU INgRESSAR COM MUITO AgRADO NA ESAD, ONDE MAIS UMA PARTE DE SI FICOU COMPLETA.”

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VIDIFILHA DO QUIM DO BARROTE

14 de Junho de 1990.

Sob o calor intenso alentejano nasce aquela que iria fazer par-

te do elenco DIP (Design de Intervenção Português). Ao crescer

num meio de críticas, lamúrias, queixas, gente picuinhas, ratos

de Igreja e devotas de Narciso apercebe-se que não se identifica

com elas e parte primeiramente para a cidade vizinha, Beja, onde

conhece alguns dos actuais elementos DIP. Estuda Artes Visuais

durante 3 anos, e no último descobre o Design Gráfico, perseguin-

do-o a todo o custo. Candidata-se para o Ensino Superior.

Escolhe a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rai-

nha. Conhece um grupo de pessoas com os mesmos ideais

dela, ficando rendida pela variedade, espontaneidade, fronta-

lidade, honestidade, criatividade daquelas pessoas que a ro-

deavam. Dona de uma voz que encanta bêbedos por todo o

país, começa a ser tratada por Vidi, um diminutivo do nome da

sua terra, Vidigueira, pois apesar de esta não constituir um lo-

cal que pretenda passar a maioria dos dias da sua vida, existe

uma ligação muito forte que os une espontaneamente. Após

muitas noites alucinantes de trabalho perfeccionista, minucio-

so e rigoroso, desperta uma necessidade de criar algo que, ao

fim ao cabo, é o propósito de todo este caminho, este processo

como indivíduo. Criar algo irreverente, provocativo, divertido,

espontâneo, exaustivamente confuso como se de uma panóplia

de ideias se tratasse, sem esquecer um lado profissional, sé-

rio, eiegante, maleável e perfeccionista que faz parte do nosso

quotidano enquanto estudantes e fará parte de nós enquanto

profissionais do design e experimentalistas da comunicação.

Acontece DIP. Tudo muda!

O futuro? O futuro a nós pertence.

DOnA DE UMA VOz QUE EncAnTA BÊBEDOs pOR TODO O pAís, cOMEçA A sER TRATADA pOR VIDI, UM DIMInUTIVO DO nOME DA sUA TERRA, VIDIgUEIRA.”

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ILUsTRE MURTAsBARBA AzUL

Ilustre Murtas nasce no último dos gloriosos anos 80, filho de

um Músico da era das patilhas e cabelos compridos e de uma

talentosa pintora castrada pelas circunstâncias. A influência dos

baús repletos do sabor gingão da música espiritual negra e do

rock anglo-saxónico imaculadamente estimado em vinyl, foi sem

dúvida um catalizador de horizontes. Cuspir o seu latim para

folhas pautadas de alucinações em intermináveis noites regadas

por um álcool diurético tornou-se uma constante e foi entre

esses pensamentos eruditos e punhetas literárias que Ilustre Mur-

tas se apercebe da influência e do poder interventivo e incisivo

que essas “verborreias” mentais podem ter na sociedade. Esta

paixão pela comunicação despertou a necessidade de representa-

ção visual daquilo que os seus pensamentos lhe diziam e foi então

que surgiu o Design como ferramenta de satisfação pessoal. Ilus-

tre Murtas, até este momento apenas um jovem rapaz,deslocado

estudante de Ciências numa pseudo-cidade vizinha à sua Nobre

vila decide arriscar e mudar-se da Murtosa (Aveiro) para estudar

Design Gráfico na Escola Superior de Artes e Design das Caldas

da Rainha. A primeira noite foi uma tertúlia bem bebida onde se

conversou sobre tudo com um grupo de recém conhecidos que

posteriormente viriam em conjunto consigo a criar o Movimento

DIP (Design de Intervenção Português). Seria a primeira de muitas

outras noites de “brainstorming” e intervenção. O Ilustre Murtas

é hoje um militante da comunicação visual pura e dura. Um apai-

xonado pela criação nua e crua!

O futuro? O futuro a nós pertence.

ILUsTRE MURTAsnAscE nO úLTIMO DOs gLORIOsOs AnOs 80, FILHO DE UM MúsIcODA ERA DAs pATILHAs E cABELOs cOMpRIDOs E DE UMA TALEnTOsA pInTORA cAsTRADA pELAs cIRcUnsTâncIAs.”

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sR. sOAREsMEnInO DO BAIRRO nEgRO

Nascido à mais de duas décadas atrás num dos bairros mais ne-

gros de Lisboa, Sr. Soares não conhecia o mundo do design até

chegar à vida adulta. Até então uma sucessão de contratempos

e adversidades marcaram a sua vida. Numa tarde quente

de Outono tem uma epifania no tasco adjunto à sua casa. A olhar

para a beleza intrinseca de um cardápio pequenas engrenagens

começam a rodar na cabeça do Lisboeta. Inscrevendo-se numa

pequena escola no Restelo os primeiros passos imberbes são

dados na sua formação. Volvidos três anos de intensa laboração

tecnológica, Sr.Soares emprega-se num charmoso atelier de três

pessoas com vista para o Tejo. Mas o Sr.Soares não se encontra

satisfeito. Sente-se perdido no mundo acéptico do design da

capital Portuguesa. O seu lado bairrista e gingão começa a sentir-

-se sufocado no baile elitista do design comercial. Num ponto

de viragem pessoal Sr.Soares decide deixar a vida de glamour

da capital, pela pequena cidade provinciana das Caldas da Rai-

nha. Aqui a criança do asfalto sente pela primeira vez o cheiro

da alfafa e a pacatez da vida bucólica do campo nas noites rega-

das a vinho tinto e a cerveja Sr.Soares tem contacto com os seus

colegas universitários provenientes dos quatro cantos de Portugal

Continental. Neles, Sr. Soares encontra almas gémeas que enca-

ram o design como ele. Uma disciplina de experimentação

e realização pessoal na sua plenitude. Forma-se então o colectivo

DIP, que se iria dedicar a partir de então a comunicar as taras

e manias dos seus elementos, para muito deleite de Sr. Soares.

O futuro? O futuro a nós pertence.

nUM pOnTO DE VIRAgEM pEssOAL sR.sOAREs DEcIDE DEIxAR A VIDA DE gLAMOURDA cApITAL, pELApEQUEnA cIDADE pROVIncIAnA DAs cALDAs DA RAInHA.”

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cHAVE D’OUROAcompanhou-nos em noites desvairadas

na planície alentejana, seguido de baila-

rico na nossa cozinha.

DEOLInDAQuando precisamos de dar a volta a isto.

MARIzAPor nos encher a alma de de saudades e

por nos dar aquele brilhozinho nos olhos.

AnA MOURAPorque tem música para cada um de nós.

A LETRAs E A cARAMÉLIAPorque cantam o malhão como ninguem.

gOssIpStanding In The Way Of Control.

MOB OF gODPorque são parceiros filosóficos.

ELEcTROpUTAPor salvar as saídas nas Caldas.

sIMOnE DE OLIVEIRAPorque é uma senhora, fonte de inspiração.

BOB MARLEYEntão não?

AMY WInEHOUsEPorque até dá arrepios.

BOB DYLAnPor ser a banda sonora da vida

do Ilustre Murtas.

EDITH pIAFL’amour.

MLER IF DADAZuvi Zeva Novi, Zuvi Zeva Zuvi Zeva Novi

Zuvi Zeva Novi.

nInA sIMOnEPorque é música de espiritual negro.

Daquela que nos arrepia.

JOsÉ MÁRIO BRAncOPorque vê muito muito à frente.

MAnEL cRUzPorque canta as imagens que estão na

nossa cabeça.

ORnATOs VIOLETAPorque é aquilo que nós eramos e que

ainda somos.

A VIDIPorque nos faz chorar de orgulho.

BAnDAs sOnORAs DIsnEYPorque “recordar é viver”.

AMÁLIAPorque é Portugal.

RUI VELOsOPorque o Ilustre Murtas adora, mas não

acerta dois versos seguidos.

zEcA AFOnsOPorque canta a liberdade. E mais coisas.

cARLOs pAIÃOPor ser chunga-chique.

AO pAssAR A RIBEIRInHAPorque desde o inicio nos acompanhou

nas noites de maior degredo na terra dos

maçudos.

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BAND

ASO

NORA

DIP

AO PASSAR A RIBeIRINhAPorque desde o inicio nos acompanhou

nas noites de maior degredo na terra dos

maçudos.

Ilustração adulterada sobre dinossauros

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Boa Noite,

Depois da nossa reunião convosco perce-

bemos que vocês pretendem que a ima-

gem da vossa banda seja indefinida.

A partir daí reunimo-nos e começámos

a trabalhar nesse sentido tentando com-

binar a elegância com a sobriedade, cor

com a indefinição. As primeiras conclusões

levaram-nos para um conceito de som-

bras/silhuetas uma vez que o nome da vos-

sa banda é MOB OF GOD e MOB é Multidão

e é povo e nenhum destes se pode repre-

sentar por 5 pessoas/caras.

MOB quer também dizer Máfia e a Máfia

não dá a cara o que reforça ainda mais

o nosso conceito.

Após a recepção do vosso email que su-

geria a utilização da cauda do pavão

como imagem gráfica realizámos alguns

esboços e chegámos à conclusão que essa

solução não era viável, uma vez que retira-

va demasiada força à principal mensagem

que se pretende passar, os MOB OF GOD.

Chegámos à conclusão que uma pena re-

presentaria de uma forma mais conceptu-

al a elegância e a cor das vossas melodias.

Seguem portanto em anexo alguns dos

trabalhos que desenvolvemos até este

momento. Não pretendem ser logotipos,

pretendem ser ilustrações que acompa-

nham a tipografia, por exemplo em capas

de CD´s, em artwork e no site. As primei-

ras imagens que vos enviamos são expe-

rimentações que servem unicamente para

perceber as linhas estéticas que preten-

dem ver associadas ao vosso projecto.

PS:Segue link para download dos ficheiros

uma vez que as dimensões dos mesmos

não possibilitavam o envio pelo gmail!

PS2: Dentro de aproximadamente 2 sema-

nas enviar-vos-emos o catálogo DIP com

todos os trabalhos que mais nos carac-

terizaram, de forma a que vocês tenham

conhecimento do que somos capazes

e eventualmente ver algo que vos interes-

se enquanto banda.

Obrigado,

Aguardamos resposta,

Design de Intervenção Português (DIP)

Mob of God é uma jovem banda portuguesa radicada em Lisboa com a qual os DIP têm uma

parceria cultural.

A imagem dessa banda está a ser tratada por este

grupo, ilustrações, capas de cds, artwork.

O texto ao lado é um dos primeiros contactos

com a banda, enviando alguns esboços para

aprovação dos mesmos.

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OF GODMOB

Era uma vez um pequeno ratinho

cego que vivia num mundo sombrio que

só ele frequentava. Rodeado de maravi-

lhas que não podia visualizar, decide ir em

busca de novas experiências e novas sen-

sações. Ouve então falar de 6 curandeiros

que practicavam intervenções e faziam mi-

lagres. O ratinho curioso e desejoso de ver

o mundo que o esperava parte em busca

desses curandeiros denominados DIP. Ao

explorar caminhos que julgava desconheci-

dos, descobre amigos que o encaminham

para o seu objectivo. O ratinho chega a uma

casa onde as suas pequenas cordas vocais

ecoavam como se de um piano se tratasse.

Pela sua acústica, apercebe-se que entra

numa casa antiga, grande e fria. Assustado

o ratinho pergunta se se encontra alguém

naquele espaço. Segue a música de fun-

do que abafa a sua voz. Até que chega a

uma pequena sala onde se encontram os 6

curandeiros DIP. Pede desculpa pela intro-

missão e explica a sua intenção. Os curan-

deiros ouvem-no cuidadosamente e aper-

cebem-se que o pequeno rato não é cego,

mas possuia um medo sombrio de ver um

mundo cruel, feio, poluido, cheio de gente

mal intencionada. Estes sugerem, então,

uma cura. O pequeno rato só necessitava

de conhecer boa gente para perceber que

o mundo somos nós que o fazemos e que

fazer parte dele é uma dádiva a aproveitar.

Após pequenas e delicadas intervenções,

o pequeno rato recupera a visão, poden-

do assim usufruir de todas as maravilhas

do mundo que o rodeava. Despede-se das

pessoas que lhe deram vida e parte para

o desconhecido na esperança de encontrar

gente criativa, bondosa e interventiva como

as que tinha entrado em contacto anterior-

mente. Agora sente-se novo, feliz, seguro

e maravilhado desejoso de viver uma vida

cheia de cores e emoção.

O RAtO ceGO e OS 6 cuRANDeIROS

RODeADO De MARAvILhAS que NãO PO-DIA vISuALIzAR, DecIDe IR eM BuScA (...)

De 6 cuRANDeIROS que PRActIcAvAM INteRveNçõeS e FAzIAM MILAGReS.

OS cuRANDeIROS OuveM-NO cuIDADOSAMeNte e APeRceBeM-Se

que O PequeNO RAtO NãO é ceGO, MAS POSSuIA uM MeDO SOMBRIO De veR uM MuNDO cRueL, FeIO, POLuIDO, cheIO De

GeNte MAL INteNcIONADA.

O PequeNO RAtO Só NeceSSItAvA DecONheceR BOA GeNte PARA PeRceBeR que O MuNDO SOMOS NóS que O FA-

zeMOS e que FAzeR PARte DeLe é uMA DáDIvA A APROveItAR.

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Foge, Foge Borralheira

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Auto-retrato Letras

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Materiais

01. caderno escolar

02. mecanorma

03. etiquetas

04. tinta spray

05. tinta da china

06. tinta acrílica

07. cola baton

08. bondex

09. carimbos

10. tipos metalicos

11. goivas

12. máquina fotográfica

13. linha de costura

14. agulha

15. cola UHU

16. pistola de silicone

17. MAC03

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07

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18. almofada de carimbos

19. linóleo

20. papel quimico

21. adornos

22. bostique

23. pastel seco

24. pincel

25. régua

26. escantilhão

27. canetas

28. x-acto

29. tesoura

30. faca do Hugo

31. máquina de escrever

32. papel craft

33. cartão

Paciência

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Auto-retrato Sr.Soares

Máscara para a Gripe A

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O stencil é uma forma de desenhar ou ilustrar apresentando um número, uma letra, um símbolo tipográfico ou qualquer outra forma ou imagem figurativa ou abstracta que possa ser delineada por corte ou perfuração em papel, papelão, metal ou outros materiais.O stencil obtido é usado para imprimir imagens sobre inúmeras superfícies, des-de o cimento, ao tecido de uma roupa, passando pela madeira e pelo cartão. É uma forma muito popular de grafitti. De aplicação simples e rápida, o seu uso reduz o risco explícito na execução de inscrições em locais não permitidos. O stencil pode também servir como matriz de impressão por mimógrafo e base de pintura serigráfica. Podem ser usados múltiplos stencils sobre a mesma superfí-cie, produzindo imagens de mais que uma côr.

“o seu uso reduz o risco explícito na execução de inscrições em locais não permitidos.”

STENCIL

Kaia x Stencil = DIP2

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Sonya x Stencil = DIP2

“não quero ser preconceituoso, quero que as pessoas intervenham no meu cartaz”

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53

Esta ideia surge numa daquelas casas

em que ninguém cabe por inteiro, do

tempo em que as casas de banho ain-

da eram feitas no quintal, e foi em mais

uma das inúmeras noites de alucinação

por lá passadas, que Fábio desenha a

cara de um cão numa folha e passa-a

ao Sr. Soares que imediatamente inter-

vém desenhando-lhe o corpo de modo

a que parecesse que o cão se estivesse

a arrastar. Rapidamente o animal é bap-

tizado de “Cão-Válido”. Novos conceitos

BREVEMENTE

surgem e pensaram em realizar uma BD

de Parede, cujo nome seria “Cão Hélder”.

Este projecto concretizou-se e foram es-

palhadas dezenas de “Cão Hélder” pela

Escola e pela cidade das Caldas da Rai-

nha. Anunciava-se nas folhas que BRE-

VEMENTE o “Cão Hélder” iria aparecer.

O projecto foi bem sucedido e causou

alguma repercussão, A demora em sair

o próximo “episódio” fez com que alu-

nos da ESAD aparecessem no carnaval

com coleiras a dizer “Onde está o Cão

Hélder?” Foi então que surgiu a ideia de

nunca ser lançado o primeiro episódio

e ser apenas realizado e espalhado os

“BREVEMENTES” e as histórias foram-se

sucedendo até à mais recente, “O gato

marado e a andorinha sem haxe”.

A mesma linguagem de comunicação vi-

sual foi utilizada para facilitar a percep-

ção de quem visualiza esta BD de Pare-

de que gradualemente se espalha pelas

Caldas da Rainha.

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Ilustração com base em rasgos dos cartazespara representar o design de rua.

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Marilyn + Cristo = Amor

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BUGABUGABUGABUGA

Monstrinho realizado em pasta de papel.

Os prédios foram recortados sendo as janelas,

portas e telhados feitos a caneta preta.

Não existem dois prédios iguais.

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“Olh’ó porco preto!”

PSICOPATA

6363

PSICOPATA

01 02

Num dia normal...

Algo de muito estranho acontece num beco deuma cidade.Um monte de ossos sai de uma caixa e ouve o mani festo DIP.Desesperado sem nada para vestir, procura o seu tra je mais heróico.Ao não se recordar da figura de Padre António Vieira, recorda-se do Super Homem.E... Voilá! Super Ossos em acção!- SOCORRO!!De imediato Super Ossos sai pela janela...Aaaaaahhh hh! Fui enganado pelos DIP! Fazer o bem faz mal!Splock!

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linogravura_Sr.Soares.jpg

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linogravura_filhadoquimdobarrote.jpg

ISTO É A GLANDE DO CARALHO

ISTO SÃO OS TOMATES DO PÉNIS

PEGAS PEGA DE CARIMBO SR. SOARES PEGA DE CARIMBO DIP

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PEGA DE CARIMBO SR. SOARES

FALANGE FALANGINHA FALANGETA

SERVEM PARA BATER À PUNHETA

ISTO É A MÃO DO SENHOR

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Tesouro do pirata do Bairro da Ponte

Vidi gosta muito de encarnar a personagem de chucky denun-

ciando essa metamo rfose através desta espressão facial.

Vidi-Chucky faz estragos em tudo o que mexe, arranca cabelos

e crava fortes punhadas paralizando os mais poderosos.

Quando Vidi-Chucky adoece rebola na cama e espalha roupa e

mocosidade pelo chão. Por tal facto é muitas vezes equiparada

a uma lontra esparramada.

VID

ICH

UCKY

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R A Í Z E S A F R I C A N A S

R A Í Z E S P O U C O A F R I C A N A S

O retrato é uma das categorias

mais adoptadas pelo nosso Movi-

mento pela expressividade que es-

tes podem tomar, pelo registo, pela

memória e pela técnica.

O acervo fotográfico DIP composto

por diferentes tipos de retrato sen-

do os mais comuns o auto-retrato, o

retrato de estúdio com um cenário

criado para o efeito, o retrato es-

pontâneo e o retrato em ambiente

natural.

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E S T E T R A B A L H O F OTO G R Á F I C O F OI R E A L I Z A D O C O M O O B J E C T I V O DE S E R PA R T E I N T E G R A N T E D E UMA C E N A A B U S A DA E M VJ .

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“E é então que no topo do desespero o garrido azul do dia se transforma numa locomotiva longa e esguia”

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Ilustre MurtasCaraméliaCardador do MonteVidiSr. SoaresLetras

AGRADECIMENTOS

AO PEDRO CÁ PELA PACIÊNCIA

AO LUIS MIGUEL MACEDO RIBEIROPOR NOS DESAFIAR A DESAFIAR O BRIEFING

AO AVÔ DA CARAMÉLIAPELA GENEROSA OFERTA DOS CARIMBOS ANTIGOS

À VIZINHA DO RÉS-DO-CHÃOPOR NÃO TER CHAMADO A POLÍCIA OUTRA VEZ

AO HUGOPOR TENTAR PERCEBER O QUE NÓS FAZEMOS

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