Catalogo do Museu da Chapelaria

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MUSEU DA CHAPELARIA Guia do Visitante

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School project. Catalogue / Guide Museum of São João da Madeira

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MUSEU DA CHAPELARIAGuia do Visitante

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"Estava lá um letreiro à entrada daquele portão, estava lá um letreiro muito grande « não entre se não usar chapéu, não entre para qualquer negócio » muitos iam lá e lavavam o chapéuzito que tinham lá no carro todo amassado, todo velho, chegavam lá deitavam o chapéuzito na cabeça...para ir ao escritório para falar porque antigamente sem chapéu não podiam lá entrar."

Méssio Trindade, ex-operário da Empresa Industrial de Chapelaria

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INDÍCE

Introdução Programa Museológico Visita Guiada

pêlodo pêlo ao feltrodo feltro ao chapéudedos mágicos comercialização de chapéus

Conceito e vocação do museu

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INTRO Dentro destas paredes guardamos máquinas, ferramentas, matérias primas, chapéus. Guardamos as histórias que a memória salvou. Dentro destas paredes esconde-mos as histórias contadas em se-gredo das tristezas e dores que a memória não permitiu esquecer. Guardamos um mundo que é feito de ‘dedos mágicos .́ Dentro deste edifício, que foi um dia o da Em-presa Industrial de Chapelaria, uma das mais importantes unida-des fabris da cidade, nasceu o Mu-seu da Chapelaria, neste edifício onde primeiramente a indústria foi mecanizada, nesta cidade que foi um dos principais e mais importan-

tes centros produtores de chapéus do País.Quis-se perante as máquinas e fer-ramentas, matérias-primas e cha-péus, memórias e histórias de vida, intervir o mínimo possível. Manter visíveis todos os traços de um longo percurso, e não camu-flar aquelas que são as suas marcas do tempo, que as individualizaram verdadeiramente únicas.Por isso, traz-se à luz do dia a má-quina gasta pelo tempo e a memó-ria de quem nela trabalhou, tal como é recordada, sentida e dita. E por isso também, quem um dia pa-cientemente nos ensinou, expli-car-lhe-á hoje, com a mesma devo-

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ção, como era ser chapeleiro, como funcionava a máquina e como se fazia um chapéu. São eles, ex actu-ais operários, ex e actuais empre-sários da indústria da chapelaria que hoje recordarão consigo esse mundo mágico. A eles, por todos os anos de vida dedicada a esta in-dústria e por todas as horas dedi-cadas a este museu, um profundo e muito especial agradecimento. Finalmente recordar dois casos que são exemplares nesta cidade e que impulsionam, cada um do seu modo, o desenvolvimento do Mu-seu da Chapelaria. O do Rotary Clu-be de S. João da Madeira, em 1990, organiza a exposição ‘Museu da

Indústria e Cultura, que teve lu-gar no Centro de Arte de S. João da Madeira. A todos quantos se envol-veram nesta exposição o nosso re-conhecimento. O da Escola Secun-dária João Silva Correia, que cria em 1995 a primeira Sala-Museu da Indústria da Chapelaria, no âmbito do projecto O nascer de um Museu. A todos os professoros casos, de-terminantes para hoje termos este museu.

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Um museu da indústria de cha-péus... por que não? Aliás, a ques-tão deveria até ser outra: porque é que ainda não existe? A esta ques-tão, no entanto, as respostas são múltiplas e imediatas: a actividade museológica dedicada às indús-trias existentes, desaparecidas ou em vias de desaparecimento é, ainda, reduzida em Portugal apesar de iniciativas que se vão tornando notórias; um museu com essa am-bição exige um longo percurso de preparação e largos investimentos; a indústria de chapelaria, a sua importância regional e nacional e o seu impacto social e económico são relativamente mal conhecidos.

E alguém liga chapéus a S. João da Madeira? Quem ouve falar de S. João da Madeira e do seu contexto industrial pensa imediatamente em indústrias de calçado; os cha-péus parecem ser algo de mais ou menos longínquo, que os nossos avós usavam, e que aparece recor-rentemente nos filmes dos meados do século (passado). No entanto a indústria da chapelaria foi notável em termos de importância econó-mica, em termos de ocupação de mão-de-obra, em termos de desen-volvimento regional. E foi S. João da Madeira o centro dessa activi-dade. Por isso à pergunta "Porque não?" parecem não surgir respostas

PROGRAMAMUSEOLÓ-GICO

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capazes. A grande questão era (e em parte ainda será) outra: como?. Como lançar do quase nada um museu que, definitivamente, se não quer seja um museu sensabor, clássico no pior sentido do termo, afastado das pessoas, poeirento e mofado ainda antes da inaugura-ção? Por onde pegar no problema, que afinal é um problema logístico, financeiro, eivado de questões e questiúnculas materiais, mas que é também um problema de concep-ção, um problema de modelo e de opções metodológicas? Por onde começar e como começar? Que opções assumir, que modelo de-

senhar? Afinal, que museu querer para a indústria de chapelaria? Nenhum projecto arranca rigorosa-mente do nada e este, quando para ele fomos convidados, dispunha já de uma base material essencial: a autarquia havia adquirido impor-tante espólio industrial (outrora pertencente à indústria da chape-laria) e um edifício, a parte que se salvara daquele que havia sido a maior instalação industrial de pro-dução de chapéus da região. Aí se havia de instalar o futuro museu. A questão que se colocava, premen-te e inadiável, era de outro tipo e prendia-se com a materialização,

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num programa museológico, de intenções ainda pouco definidas em termos conceptuais: queria a autarquia um museu de indústria, de âmbito supra-regional, actu-al na sua concepção e que tivesse em conta a forte presença local de população que havia estado li-gada à indústria da chapelaria. A autarquia propunha-se sustentar uma equipa de trabalho que gerisse este projecto, lhe desse forma e o levasse à execução. Dessa equipa haviam de fazer parte elementos que, de há muito, se vinham preo-cupando com o projecto e colhendo informação essencial à sua reali-

zação. Eram estes os pressupostos materiais.O que nos ocupa, neste texto e nes-te momento do desenvolvimento do projecto, é o programa museo-lógico. Numa fase inicial, aquando das primeiras opções em termos de definição dos espaços arquitectó-nicos, avançámos com um organi-grama do futuro museu que apon-tava as áreas fundamentais a ter em consideração bem como as re-lações físicas que entre elas have-riam de ser estabelecidas. Tal base de trabalho contribuiu para a to-mada das decisões iniciais no que respeita à utilização arquitectóni-

ca do construído pré-existente e foi ultrapassada na análise e con-sequente desenvolvimento do pro-jecto.Presentemente, o projecto do fu-turo museu contempla uma vasta área destinada a exposições per-manentes ou de longa duração. Aí se desenvolverá um dos pólos prin-cipais do museu, aquele onde a in-dústria da chapelaria será apresen-tada em termos expositivos. Sobre essa área incide, em especial, a presente comunicação. Indepen-dentemente dos aspectos particu-lares de cada uma das principais áreas de exposição permanente ou

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de longa duração, a seguir apre-sentadas, cumpre referir alguns dos aspectos comuns a todas elas e que resultam das próprias e diver-sas opções.Conforme opções de concepção já assumidas anteriormente, a indús-tria de chapelaria será apresentada nas exposições permanentes ou de longa duração de forma a permitir ao visitante um percurso que o leve através das diversas fases de fabri-co dos chapéus. A cronologia do processo de será, pois, uma linha condutora ao longo dos diversos momentos expositivos, devendo notar-se como evidente a sequên-cia dos passos da cadeia operató-ria: da matéria prima (pêlo) até ao produto a comercializar (chapéus) as operações industriais serão ex-

postas sequencialmente. Paralela-mente a esta linha orientadora, as exposições deverão ainda contem-plar alterações tecnológicas ocor-ridas em diversas fases da cadeia operatória. Desta forma, duas li-nhas cronológicas ficarão entre-cruzadas nesta área do museu: a cronologia da produção de um cha-péu e a cronologia da própria in-dústria chapeleira.Com última nota de carácter geral, importa referir que o museu, sen-do da indústria de chapelaria, será também de quem trabalhou nessa indústria. Analisemos, de forma mais circunstanciada, as principais áreas desta zona do museu. brico será, pois, uma linha condutora ao longo dos diversos momentos ex-positivos, devendo notar-se como

evidente a sequência dos passos da cadeia operatória: da matéria prima (pêlo) até ao produto a co-mercializar (chapéus) as operações industriais serão expostas sequen-cialmente. Paralelamente a esta li-nha orientadora, as exposições de-verão ainda contemplar alterações tecnológicas ocorridas em diversas fases da cadeia operatória. Des-ta forma, duas linhas cronológicas ficarão entre-cruzadas nesta área do museu: a cronologia da produ-ção de um chapéu e a cronologia da própria indústria chapeleira.Com última nota de carácter geral, im-porta referir que o museu, sendo da indústria de chapelaria, será tam-bém de quem trabalhou nessa in-dústria.

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VISITA GUIADA

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PÊLO

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Pêlo de coelho ou de castor. Esta é uma matéria prima base do fa-brico de chapéus. O pêlo é prepa-rado num longo processo fabril, recorrendo a várias máquinas e a agentes químicos. Actualmente, esse processo realiza-se na Costa-doria Nacional do Pêlo de S.João da Madeira. Nessa altura todas as chapelarias tinham cortadoria de pêlo, e compravam peles e depois tinham lá mulheres a cortar o pêlo, a tirar a pele e a apartar o pêlo. Um chapéu de pêlo não é feito de uma única qualidade de pêlo, é feito de

uma mistura, há lombos, há barri-gas, há patas e por conseguinte, há pêlo de verão e pêlo de inverno, e o pêlo de inverno é muito melhor que o pêlo de verão porque é mui-to mais comprido os chapéus pre-parados com pêlo de inverno são muito melhores do que os chapéus preparados com pêlo de verão.

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18 . museu chapelaria MISTURADORA DE LÃ

img. 6,7,

Marca ---

Data ---Proveniência FEPSA (doação)

N.Inventário MIC-00104-Q

ACOJADEIRAimg. 8,9

Marca Carl Heinze

Data ---Proveniência EICHAP

N.Inventário MIC-0020-Q

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Depois iam para o fulão, a gen-te chamava-lhe o fulão, que eram umas sapatilhas assim muito gran-des, uma máquina muito grande, havia assim uma coisa em bai-xo redonda, e aquelas sapatilhas eram em madeira, e era sempre as-sim: uma para baixo e outra para cima e os chapéus ali metidos a piusá-los todos, e eles começa-vam a encolher, a encolher, a en-colher a ganhar consistência e a mingar aquilo estava mesmo sem-pre com água quente, se não fos-

se com água quente rasgava todo conforme opções de concepção já assumidas anteriormente, a indús-tria de chapelaria será apresentada nas exposições permanentes ou de longa duração de forma a permi-tir ao visitante um percurso que o leve através das diversas fases de fabrico dos chapéus. A cronologia do processo de será, pois, uma li-nha condutora ao longo dos diver-sos momentos expositivos, apenas chapeleira.

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DO PÊLO AO FELTRO

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Vinham preocupando com o projec-to e colhendo informação essen-cial à sua realização. Eram estes os pressupostos materiais.O que nos ocupa, neste texto e nes-te momento do desenvolvimento do projecto, é o programa museo-lógico. Numa fase inicial, aquando das primeiras opções em termos de definição dos espaços arquitectó-nicos, avançámos com um organi-grama do futuro museu que apon-tava as áreas fundamentais a ter em consideração bem como as re-lações físicas que entre elas have-

riam de ser estabelecidas. Tal base de trabalho contribuiu para a to-mada das decisões iniciais no que respeita à utilização arquitectóni-ca do construído pré-existente e foi ultrapassada na análise e con-sequente desenvolvimento do pro-jecto.Presentemente, o projecto do fu-turo museu contempla uma vasta área destinada a exposições per-manentes ou de longa duração. Aí se desenvolverá um dos pólos prin-cipais do museu, aquele onde a in-dústria da chapelaria será apresen-

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tada em termos expositivos. Sobre essa área incide, em especial, a presente comunicação. Indepen-dentemente dos aspectos parti-culares de cada uma das principais áreas de exposição permanente ou de longa duração, a seguir apre-sentadas, cumpre referir alguns dos aspectos comuns a todas elas e que resultam das próprias opções de concepção do museu.Tingia chapéus eles davam-me e a encomenda com a cor que eu tinha que tingir e eu tinha que tingir e eu tinha um receituário e fazia aquela cor que eles pediam.Se fosse preto levava muita tinta, se fosse de cor pouca tinta gramas. Era uma coisa que era muinta res-ponsabilidade precisava grami-nhas de tinta, por exemplo duas gramas disto, uma daquilo, meia grama muitas vezes uma cor que não existia e eu tinha que a en-saiar. Então lá para os tintos a cor castanha, verde, cinzento, e de-

pois vinha novamente para cima. A tinturaria era uma actividade muito interessante as condições não eram fáceis. A princípio a tin-turaria era feita em dornas e de-pois então é que começaram a vir máquinas para se fazer a tinturaria através de máquinas.Rui Matos da Silva, ex-operário da Empresa Industrial de Chapelaria.Os tintos no meu tempo eram umas masseiras muito grandes Tingia chapéus eles davam-me e a enco-menda com a cor que eu tinha que tingir e eu tinha que tingir e eu ti-nha um receituário e fazia aquela cor que eles pediam.Se fosse preto levava muita tinta, se fosse de cor pouca tinta5 gramasEra uma coisa que era muinta res-ponsabilidade precisava grami-nhas de tinta, por exemplo duas gramas disto, uma daquilo, meia gramamuitas vezes uma cor que não existia e eu tinha que a en-saiar. Então lá para os tintos tin-

ARCOSimg. 11

Marca ---

Data ---Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC- 00063-Q

MULTI-ROLLERimg. 12

Marca Mezzera

Data ---Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC-0055-Q

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gir a cor castanha, verde, cinzen-to, e depois vinha novamente para cima. A tinturaria era uma activi-dade muito interessante (as condi-ções não eram fáceis. A princípio a tinturaria era feita em dornas e de-pois então é que começaram a vir máquinas para se fazer a tinturaria através de máquinas.Rui Matos da Silva, ex-operário da Empresa Industrial de Chapelaria.Os tintos no meu tempo eram umas masseiras muito grandes como as dornas de pisar o vinho estava sempre aquela água a ferver e tin-ta uma pessoa com uma pá grande sempre a mexer de manhã à noite.

Adalcino Salazar, ex-operário da Vieira Araújo Afinal, que museu querer para a indústria de chape-laria?Nenhum projecto arranca rigorosa-mente do nada e este, quando para ele fomos convidados, dispunha já de uma base material essencial: a autarquia havia adquirido impor-tante espólio industrial (outro-ra pertencente à indústria da cha-pelaria) e um edifício, a parte que se salvara daquele que havia sido a maior instalação industrial de pro-dução de chapéus da região. A au-tarquia propunha-se sustentar uma equipa de trabalho que gerisse este

projecto, lhe desse forma e o le-vasse à execução. Dessa equipa ha-viam de fazer parte elementos que, de há muito, se vinham preocupan-do com o projecto e colhendo in-formação essencial à sua realiza-ção. Eram estes os pressupostos materiais.O que nos ocupa, neste texto e nes-te momento do desenvolvimento do projecto, é o programa museo-lógico. Numa fase inicial, aquando das primeiras opções em termos de definição dos espaços arquitectó-nicos, avançámos com um organi-grama do futuro museu que apon-tava as áreas do projecto.

LABORATÓRIO DE TINTURARIAimg. 13,14

Recontituição do laboratório de tinturaria da

Empresa Industrial de Chapelaria

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MÁQUINA DE TINGIR LÃimg. 15

Marca ---Data ---Proveniência FEPSA (doação)

N. Inventário MIC-00106-Q

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DO FELTRO AO CHAPÉU

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A gente era tudo máquinas de cos-tura a de cozer virolas e pespontar era uma máquina normal a de ba-lenar era um máquina que só fazia aquele trabalho, a de por debruns também era própia, também só fa-zia esse trabalho, depois mais tar-de eles compararam uma de aplicar carneiras.Eram 32 chapéus por dia (primeiro era) a fita, a fita, e depois da fita já ia para outros lados, a carnei-ra já era botada noutra máquina, já não era nada com a gente, outras botava,m o forro, cada uma fazia

uma coisa tiras na máquina, ia a coser as cinturas era tudo de mão o que eu fazia, fazia os lacinhos para botar nas carneiras, e a media obra, e marcava o chapéu para de-pois levar a fitinha. O trabalho de costureira de chapéus é nós estamos dos a uma mesa, vem os chapéus dos homens já prontos e nós estamos a botar uma fita por for a do chapéu, por exemplo, eu estava a botar uma fita por for a do chapéu, fita e laço, e depois de mim ipara uma igual. É necessário abrir a copa, fazer

as abas, aparar o pêlo, gomar, dar forma ao chapéu.Os chapéus saem desta secção com forma, mas sem acabento. Nesse programa defi-nem-se, neste momento, as prin-cipais áreas de exposição per-manente ou de longa duração e assumem-se opções expositivas para cada uma delas. Definiram-se também já as peças e as colecções que comporão os núcleos princi-pais de cada uma dessas áreas, se bem que novas eventuais aquisi-ções durante o processo de reali-zação do museu possam vir a in-

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troduzir alguma alteração nessas decisões. Definiram-se também já as áreas que assumirão as peças e as colecções como linguagem fun-damental e aquelas onde serão os aspectos interpretativos a imperar. Por outro lado o tipo de legenda-gem das peças foi também já objec-to de trabalho, estando definida uma legenda-tipo; a esta acrescen-tar-se-ão as legendas de grupo, de secção ou de sala; num nível supe-rior haverá as legendas de título e as legendas introdutórias ou de in-terpretação global.A disposição das peças e dos expo-sitores nas salas dependerá de fac-tores vários: no que respeita à pri-meira sala, o tamanho e o formato

das máquinas a expor não deixarão muitas opções em aberto; uma vez que estamos perante objectos de tamanho.Giar-se-á alidade de res-posta activa.Concluindo, a criação do museu da indústria de chapelaria de S. João da Madeira mantêm nesta fase as características que têm vindo a ser essenciais desde o seu início. O tra-balho é de equipa e cada um dos desenvolvimentos se apoia nos ou-tros, num diálogo que se tem reve-lado frutuoso. O programa museo-lógico e o projecto de arquitectura, nesta linha, têm avançado a par, numa interligação consciente e vo-luntária. O próximo passo será o do projecto de pormenor; a previsão

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MÁQUINA DE AVELUDARimg. 17

Marca ---Data ---

Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC-00007-Q

MÁQUINA DE AFINAR COPASimg. 16

Marca Friedrish Bahner Data ---Proviniência EICHAP

N. Inventário MIC-00003-Q

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ENFORMADEIRAimg. 19

Marca Carl Heinze

Data ---Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC-00016-Q

BATEDORimg. 21

Marca Carl Heinze

Data ---

Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC-00046-Q

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da colocação exacta de cada peça, de cada expositor, de cada legen-da. Nós chamamos a enformadeira, que é uma máquina que tem umas garras que caça o chapéu e ali me-te-se uma forma que começa já a dar o primeiro formato ao chapéu.Máquina que era de puxar o chapéu e pôr na aba e pôr na forma o cha-péu vai para a máquina de Fátima.Adalcino Salaza, ex-operário da empresa Vieira Araújo. Esta é de li-xar as copas o chapéu entra aqui nestes carrinhos e encaixa neste buraquinho e carrega-se aqui em

baixo, tem aqui um pedalzinho, carrega-se e larga-se e ela já ficou lá dentro e depois isto é lixa aqui, isto encosta acolá e ela vai a um lado, vai ao outro e quando chega a segunda vez ela cai.O chapéu encaixa aqui dentro o que faz movimentar a máquina é esta bola preta, nós metemos o chapéu aqui dentro, encostamos a bola para lá e a parte da lixa cai abaixo-tem uma lixa por cima e então isto passa a andar sempre á volta e sem-pre a lixar e depois chega a um cer-to ponto que dispara.

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MÁQUINA DE FAZER GOMAimg. 22,23

Marca ---

Data ---

Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC- 00012-Q

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DEDOS MÁ-GICOS

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Os cones de feltro são transforma-dos em chapéus em várias opera-ções de moldagem.É necessário abrir a copa, fazer as abas, aparar o pêlo, gomar, dar forma ao chapéu.Os chapéus saem desta secção com forma, mas sem acabento. Nesse programa definem-se, neste mo-mento, as principais áreas de ex-posição permanente ou de longa duração e assumem-se opções ex-positivas para cada uma delas. De-finiram-se também já as peças e as colecções que comporão os núcle-os principais de cada uma dessas

áreas, se bem que novas eventuais aquisições durante o processo de realização do museu possam vir a introduzir alguma alteração nessas decisões. Definiram-se também já as áreas que assumirão as peças e as colecções como linguagem fun-damental e aquelas onde serão os aspectos interpretativos a imperar. Por outro lado o tipo de legenda-gem das peças foi também já objec-to de trabalho, estando definida uma legenda-tipo; a esta acrescen-tar-se-ão as legendas de grupo, de secção ou de sala; num nível supe-

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rior haverá as legendas de título e as legendas introdutórias ou de in-terpretação global.A disposição das peças e dos expo-sitores nas salas dependerá de fac-tores vários: no que respeita à pri-meira sala, o tamanho e o formato das máquinas a expor não deixarão muitas opções. outra colega minha que é para botar a tira, que chama-mos a carneira do chapéu, por den-tro, e isso já era cozido à máquina, enquanto eu era tudo manual, ela estava à máquina porque à mão era impossível botar tanto trabalho à mão, e então (ia) para os homens dar o acabamento ao chapéu. No-vamente vinha para a minha mão para botar os forros como a gen-

te diz, em bruto, sem trabalho ne-nhum e mete na forma e depois a aferreadeira, molha-se o chapéu na copa em toda a volta, e aquele ferro quente que tem nas aferreadeiras anda para baixo e para cima a quei-mar a água que nós lhe botámos até ficar o feltro perfeito a aferreadei-ra dá ao trabalho ao chapéu para ele não se escangalhar com esse acabamento, o ferro e a água vai cozer o feltro e fica direitinho com a goma que tem e com a água e com o ferro, fica duro.O trabalho de costureira de cha-péus é nós estamos sentadas a uma mesa, vem os chapéus dos homens já prontos e nós estamos a botar uma fita por for a do chapéu, por

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AFERREADEIRASimg. 25

Marca Doran Data ---

Proveniência EICHAP

N. Inventário MIC-00003-G

MÁQUINAS DE COSTURAimg. 24

Marca ---

Data ---

Proveniência Vieira Araújo

N. Inventário MIC-00001-G

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exemplo, eu estava a botar uma fita por for a do chapéu, fita e laço, e depois de mim ia para uma ou-tra colega minha que é para botar a tira, que chamamos a carneira do chapéu, por dentro, e isso já era cozido à máquina, enquanto eu era tudo manual, ela estava à máquina porque à mão era impossível botar tanto trabalho à mão, e então (ia) para os homens dar o acabamento ao chapéu. Novamente vinha para a minha mão para botar os forros. péu, como a gente diz, em bruto,

sem trabalho nenhum e mete na forma e depois a aferreadeira, mo-lha-se o chapéu na copa em toda a volta, e aquele ferro quente que tem nas aferreadeiras anda para baixo e para cima a queimar a água que nós lhe botámos até ficar o fel-tro perfeito a aferreadeira dá ao trabalho ao chapéu para ele não se escangalhar com esse acabamen-to, o ferro e a água vai cozer o fel-tro e fica direitinho com a goma que tem e com a água e com o fer-ro, fica duro.

MÁQUINA DE CINTURARimg. 26

Marca Doran Data ---

Proveniência EICHAP

N. Inventario MIC-00015-Q

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MOLDES E FORMASimg. 12, 20,28, 29

Os moldes e as formas são usados para criar as

copas e para dar às abas a forma desejada.

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COMÉRCIO DOS CHA-PÉUS

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Diz me que chapéus usas, dir-te-ei em que época vives.O século XIX é o século inovador do vestuário. É nesta altura, que en-tra em Portugal o chapéu fabri-cado com pêlo, e tinha a forma de um tronco de cone invertido com abas reviradas aos lados. As senho-ras nos meados deste século, tal-vez por influência oriental, usa-vam turbantes ornamentados com plumas de várias cores. Até cerca de 1830, as damas desta época or-namentavam-se com grandes cha-péus em que as abas se enchem de

laços, folhas, plumas, flores, etc. Depois o chapéu modifica-se e fica com a forma de capota, o que por causa do seu grande tamanho des-pertam a sátira dos grandes escri-tores. No princípio desta época aparecem chapéus altos, afunila-dos de abas curtas (à Robinson) e chapéus Bolivar de abas enormes, que era o símbolo dos liberais; e o de castro nacional cinzento ou branco.É curioso observar-se, que o árbitro das elegâncias de Lisboa era o nos-so famoso Almeida Garret. Os arau-

tos da da moda em Portugal tinham nomes típicos dados pelo vulgo, por andarem sempre pelo ‘último figurino no que respeitava à indu-mentária masculina. Assim tiveram vários apelidos: o pisa-flores, o pe-ralvilha, o dandi, o janota, o pão, etc. Pode dizer-se que este sécu-lo XIX é era do chapéu alto, pois foi um tipo de chapéu que dominou completamente na moda masculina , embora Diz me que chapéus usas, dir-te-ei em que época vives.O século XIX é o século inovador do vestuário. É nesta altura, que en-

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tra em Portugal o chapéu fabri-cado com pêlo, e tinha a forma de um tronco de cone invertido com abas reviradas aos lados. As senho-ras nos meados deste século, tal-vez por influência oriental, usa-vam turbantes ornamentados com plumas de várias cores. Até cerca de 1830, as damas desta época or-namentavam-se com grandes cha-péus em que as abas se enchem de laços, folhas, plumas, flores, etc. Depois o chapéu modifica-se e fica com a forma de capota, o que por causa do seu grande tamanho des-pertam a sátira dos grandes escri-

tores. No princípio desta época aparecem chapéus altos, afunila-dos de abas curtas (à Robinson) e chapéus Bolivar de abas enormes, que era o símbolo dos liberais; e o de castro nacional cinzento ou branco.É curioso observar-se, que o árbitro das elegâncias de Lisboa era o nos-so famoso Almeida Garret. Os arau-tos da da moda em Portugal tinham nomes típicos dados pelo vulgo, por andarem sempre pelo último figurino no que respeitava à indu-mentária masculina. Assim tiveram vários apelidos: o pisa-flores, o pe-

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ralvilha, o dandi, o janota, o pão, etc. Pode dizer-se que este sécu-lo XIX é era do chapéu alto, pois foi um tipo de chapéu que dominou completamente na moda masculi-na , embora houvesse alterações no comprimento de abas ou na altura da copa.Nos homens houve também do bi-córnio britânico, pequeno e de cor negra. Foi também famoso por an-dar ao par do último grito da época o marquês de Loulé que vestia uma

capa a Quiroga e sobre esta usava bicórnio. É curioso observar-se que enquan-to as camadas nobres, no vestuário eram influenciadas pelas modas in-glesas e francesas, o povo conti-nuou a usar o seu trajo tipíco, for a dessas influências externas. É a produção de chapéus a primeira actividade industrial, que se fixa na laboriosa cidade de São João da Madeira. Os Anais do município de Oliveira de azemeis citam, que em

meados do século XVIII, a gente de São João da Madeira se dedicava ao fabrico manual, caseiro ou de pe-quena oficina de grandes chapéus sombreiros grossos, de lã, usados pelos alentejanos e os chapelinhos de aba revirada, minúscula ou de texto, adornadas de penas e ban-das de veludo, tão característicos do vestuário das varinas e mulhe-res de quase toda a Beira Marítima. Já Domingues Arede nos dizia, fa-lando sobre a indústria de chapéus

ESCRITÓRIOimg. 30,31,32

A empresa possuia um grande escritório. O trabalho

aqui realizado ia desde as fichas dos trabalhadores

até às grandes encomendas.

GRIFAGEMimg. 33

Processo de etiquetagem dos chapéus e das embalagens

dos mesmos.

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em S. João da Madeira: a sua indús-tria princiapal é a chapelaria que vem exercendo a mais de um sécu-lo, e que haverá dez anos, tomou um tão grande incremento, que tornou esta.É a produção de chapéus a primeira actividade industrial, que se fixa na laboriosa cidade de São João da Madeira. Os Anais do município de Oliveira de azemeis citam, que em meados do século XVIII, a gente de São João da Madeira se dedicava ao fabrico manual, caseiro ou de pe-quena oficina de grandes chapéus sombreiros grossos, de lã, usados

pelos alentejanos e os chapelinhos de aba revirada, minúscula ou de texto, adornadas de penas e ban-das de veludo, tão característicos do vestuário das varinas e mulhe-res de quase toda a Beira Marítima. Já Domingues Arede nos dizia, fa-lando sobre a indústria de chapéus em S. João da Madeira: a sua indús-tria princiapal é a chapelaria que vem exercendo a mais de um sécu-lo, e que haverá dez anos, tomou um tão grande incremento, que tornou esta .É a produção de chapéus a primeira actividade industrial, que se fixa

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na laboriosa cidade de São João da Madeira. Os Anais do município de Oliveira de azemeis citam, que em meados do século XVIII, a gen-te de São João da Madeira se de-dicava ao fabrico manual, caseiro ou de pequena oficina de ‘ grandes chapéus sombreiros grossos, de lã, usados pelos alentejanos e os cha-pelinhos de aba revirada, minúscu-la ou de texto, adornadas de penas e bandas de veludo, tão caracte-rísticos do vestuário das varinas e mulheres de quase toda a Beira

Marítima. Já Domingues Arede nos dizia, falando sobre a indústria de chapéus em S. João da Madeira: a sua indústria princiapal é a chape-laria que vem exercendo a mais de um século, e que haverá dez anos, tomou um tão grande incremento, que tornou esta pequena fregue-sia a primeira do concelho e uma das principais do districto, sabe-mos que a fábrica mais antiga que há memória é a que data de 1802, petencente a J. Gomes de Pinho. Mais tarde em 1858, funda-se uma

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CRIAÇÕES PORTUGUESASimg. 34,35,36

Chapéus desenhados por estilistas portugueses

e oferecidos ao museu.

nova fábrica de chapéus que, de-pois veio a pertencer a José An-tónio da Costa. Em 1862, estable-ce-se um novo elemento fabril de chapéus de lã de Francisco Dias de Pinho. Nesses tempos, a execução do chapéu era um trabalho árduo que dispendia muito esforço huma-no pelo que em certas condições até era realizado de noite. Como a sua fabricação tinha um carácter manual, havia muita gente que se dedicava ao seu fabrico e que vi-via essencialmente da chapelaria. A venda do chapéu era feita pelo

próprio industrial, que ia à procu-ra dos mercados essencialmente, alentejanos. Nos anos seguintes foram surgindo novas fábrica mas ao mesmo tempo, também outras forma desaparecendo e, no princí-pio deste século este chapéu, que tinha como matéria prima a lã, foi ficando for a de uso, pois, as ca-madas sociais da população portu-guesa começaram, a dar primazia ao chapéu fino, cuja a matéria pri-ma era o pêlo de coelho.

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Conceptualmente é um museu vivo, em contacto com a população local e com as suas dinâmicas sociais e culturais e com os seus diferentes públicos, sendo um espaço por ex-celência do ver e aprender a fazer e até do fazer verdadeiro, cabendo-lhe como função expor, explicar, ensinar, fazer e deixar fazer.Orientado para a temática da In-dústria da Chapelaria nos seus contornos de produção, comercia-lização, usos sociais e impactos económicos, o Museu da Indústria

de Chapelaria assume-se como um espaço de reflexão, estudo e in-vestigação de uma realidade que moldou toda a História do Conce-lho em particular e da Indústria em geral. É um espaço socialmen-te activo e cultural e pedagogica-mente útil, que evoca histórias e memórias, contribuindo dessa for-ma para aprofundar e divulgar o conhecimento da identidade e cul-tura sanjoanenses. O chapéu é um acessório de moda, sujeito às flu-tuações dos hábitos do vestir e do

CONCEIT0 VOCAÇÃO DO MUSEU

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conviver social. O chapéu é simbo-lo social, para além de simples ob-jecto para cobrir a cabeça contra a chuva ou contra o sol.Da cartola de cerimónia ao chapéu do mendigo, os usos sociais são um vasto campo de estudo possível.Nenhum projecto arranca rigorosa-mente do nada e este, quando para ele fomos convidados, dispunha já de uma base material essencial: a autarquia havia adquirido impor-tante espólio industrial (outro-ra pertencente à indústria da cha-

pelaria) e um edifício, a parte que se salvara daquele que havia sido a maior instalação industrial de pro-dução de chapéus da região. Aí se havia de instalar o futuro museu.

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INDÍCE DE IMAGENS

TÍTULO

méssio Trindadeantigo anúncio publicitário Iantigo anúncio publicitário IIantigo anúncio publicitário IIImuseu da Chapelaria (vista exterior) Imuseu da Chapelaria (vista exterior) IImisturador de lãacojadeiraarcosmulti-rollerlaboratório de tinturariamáquina de tingir lãmáquina de aveludarmáquina de afinar copas enformadeirabatedormáquina de fazer gomamáquinas de costura

IMG

023415

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13,141516171821

22,2324

Nº DE PÁGINA

49

11128

14,1516,1919,20

2224,25

2930333536373940

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aferreadeirasmáquina de cinturarmoldes e formasescritóriogrifagem criações portuguesas

2526

12,20,28,2930,31,32

3334,35,36

4344

27,36,4951,53,54

5457,58,59,60

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FICHA TÉCNICA

CATÁLOGO

TÍTULOMuseu da Chapelaria

COORDENAÇÃOJoão Ferreira / ESAD CR

TEXTOSMuseu da Chapelaria e Câmera Municipal de São João Da Madeira

FOTOGRAFIA João Ferreira e Museu da Chapelaria

DESIGN GRAFICOJoão Ferreira

EXECUÇAO GRÀFICAESAD CR

DATANovembro de 2008

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agradecimentos

O autor agradece a amabilidade flexível e professional da direcção e funcionários do Museu Da Chapelaria em mostrar-se disponível a diversas visitas feitas ao museu sem qualquer custo, à autorização liberal na recolha fotográfica e pelas informações textuais oferecidas.

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Museu da Chapelaria Novembro 2008, São João da Madeira Todos os Direitos Reservados

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MUSEU DA CHAPELARIA