Catálogo do XVIII Salão Internacional de Banda de Desenhada de Viseu

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O Salão Internacional de Banda Desenhada (de Viseu) este ano encontra-se integrado na Feira de São Mateus, procurando desta forma alcançar novos públicos e dimensionar o Salão ao modelo de exposição Bienal. Organizado pelo GICAV (Grupo de Intervenção Cultural e Artística de Viseu) em parceria com a Expovis e Salão de Moura o certame irá realizar-se de 9 de Agosto a 22 de Setembro.

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XVIII Salão internacional de Banda Desenhadade Viseu – organização GICAV/Expovis

Ano sim, ano não, fruto das contingências orçamentais e estruturais, realiza-se a festa da banda desenhada em Viseu, pela mão do coletivo GICAV, umprojeto sem fins lucrativos e independente . A norte de Lisboa, parece-nos sereste salão presentemente o único evento de envergadura no panorama dadivulgação e promoção da nossa banda desenhada. Em parceria com a Expovise o salão de Moura, o Gicav assume a integração do XVIII Salão internacionalde Banda Desenhada na programação da Feira de São Mateus, procurandodesta forma alcançar outros públicos e dimensionando o salão ao modelo deexposição bienal. A compreensão da arte implica o seu usufruto com espírito crítico, numadialética permanente com os agentes criativos. O salão de Viseu insere-se napolítica de intervenção cultural do Gicav, procurando numa perspetiva deserviço comunitário estabelecer pontes de diálogo entre os criadores e opúblico amante da BD, dignificando este género artístico tantas vezes mal-amado.Sem apresentar uma temática fechada, o XVIII Salão pretende destacar o“Universo dos Fanzines de BD” em Portugal, apresentando exposições eautores/editores representativos deste fenómeno editorial, tantas vezessobrevivendo à margem dos circuitos comerciais livreiros. Geraldes Lino(crítico, editor, colecionador) é o anfitrião deste salão no que aos Fanzines dizrespeito, distinguido com o Prémio Animarte BD pelo trabalho incessante nadivulgação e promoção dos artistas, muito em particular dos jovens artistas.Apresenta em Viseu um estudo de opinião sobre o mundo dos fanzines emPortugal, uma exposição de fanzines da sua coleção particular e a exposição“Corto Maltese no século XXI”, a partir do Fanzine Efeméride, do qual é editor.

João Amaral, artista multifacetado ligado a Viseu desde longa data, édistinguido com outro Prémio Animarte BD pelo conjunto da sua obraartística. O salão revela em exposição individual alguns dos seus trabalhosmais representativos (A Voz dos Deuses; A História de Manteigas; História deFornos de Algodres; Vidas; O Fim da linha; Cinzas da revolta). Para além das exposições que derivam da atribuição dos Prémios Animarte BD,outras mostras integram este salão internacional:- A Obra de Eça de Queiroz na BD (com Moura)- Homenagem à obra de Will Wandersteen (“)- Humor no Jornal do Exército- Homenagem Póstuma a Sergio Bonelli (TEX)- Nos 50 anos do Spider Man- Grande Plano (sobre alguns álbuns estrangeiros)- Jovens Valores (Joana Afonso – “O Baile”; Pedro Emanuel- Viseu; Dani-Viseu)- Álvaro- Miguel Rebelo (Cartoons)- Rui Lacas – Asteroid Fighters- Corto Maltese no século XXI (G. Lino)- Santos Costa (O Bandarra e outras histórias)- Comés- Homenagem póstuma- Andrea Venturi

A internacionalização do salão ficou a cargo do José Carlos Francisco (TexWiller Blog),mais uma vez , no âmbito da apresentação em Viseu de umconjunto de trabalhos originais de artistas de diversos países, em homenagemao editor italiano do TEX, Sergio Bonelli (falecido recentemente) . AndreaVenturi é o artista italiano presente no salão, no dia 10 de agosto, para umasessão de autógrafos onde estarão outros artistas convidados (Santos Costa,Miguel Rebelo, João Amaral, Pedro Emanuel), a partir das 17 horas.

O Gicav e a Expovis agradecem a todos quantos possibilitaram a concretizaçãodeste evento em prol da Banda Desenhada.

Cartaz da autoria de João Amaral

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Editorial

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PRÉMIO ANIMARTE BD 2012 –EXPOSIÇÃO RETROSPETIVA

Biografia:João Amaral nasce em Lisboa, em 1966 e publica em 1994, emparceria com Rui Carlos Cunha, uma adaptação de A Voz dosDeuses, o célebre romance de João Aguiar, sob a chancela daAsa.De lá para cá. Surge nas Seleções BD – 2ª Série, em 1999com dois episódios de O Que Há de Novo no Império?. Jáem 2000, publica na mesma revista O Fim da Linha, umremake do célebre filme O Comboio Apitou Três Vezes. Ganha uma menção nacategoria de Novos Valores, no Festival da Sobreda, em 2002, para o qual apresentauma história de duas páginas, intitulada Game Over. É também um dos autores queparticipa, em 2003, no álbum Vasco Granja – Uma Vida, 1000 Imagens, comMissão Quase Impossível, uma história feita em parceria com Jorge Magalhães.A mesma dupla elaborou também uma outra curta, intitulada Ok Corral, que é porum lado uma homenagem ao clássico filme de John Sturges e, por outro, umahistória de ficção científica (assinando os autores com os pseudónimos de Jhion eZhion).Elabora também três álbuns, intitulados: História de Manteigas – No Coração da

Estrela, Bernardo Santareno –Fragmentos de uma Vida Breve eHistória de Fornos de Algodres – DaMemória das Pedras Ao Coraçãodos Homens, publicados pela ÂncoraEditores. Mantém, durante dois anosuma colaboração com o jornal CruzAlta, para onde cria com Isabel Afonso,O Gui, a Nô... E Os Outros, sob opseudónimo de Joca.Já em 2012, novamente pelas ediçõesAsa e sob o pseudónimo de Jhion,lança em parceria com Miguel Peres, oálbum Cinzas da Revolta, uma

história passada em plena guerra colonial.Paralelamente foi, ao longo dos anos, desenhador de acções publicitárias, colaboroucom a revista A Rua Sésamo, fez vários postais de felicitações e ilustrações para livros.No seu blogue, entre outros trabalhos que mostra, entre os quais alguns inéditos,publica desde 2010, como Joca, uma tira humorística, intitulada Fred & Companhia.

Blogue: http://joaocamaral.blogspot.pt

GERALDES LINO – PRÉMIOANIMARTE ESPECIAL BD 2012

Português, natural de Lisboa, tem desenvolvido vastaatividade no seu país no âmbito da banda desenhada.

DIVULGADOR DA BD (Blog “divulgandobd.blogspot.com”), INVESTIGADOR E CRÍTICO,COLECIONADOR, EDITOR, …

Autor de textos englobando críticas, entrevistas,atualidades, biografias de autores e personagens.Colaborador esporádico em diversos jornais: semanárioO País, Correio da Manhã, Diário Popular, JL - Jornal de Letras e Artes.Colaborador eventual em revistas e boletins de Bibliotecas.Colaborador de revistas de BD: Mundo de Aventuras, Jornal da BD, Seleções BD - 1ªsérie, Heróis Inesquecíveis, Seleções BD - 2ª série, entre outras publicações.Comissário de exposições: A História na Banda Desenhada (Museu de Arqueologia,Lisboa); A II Guerra Mundial na Banda Desenhada (Biblioteca-Museu da República eResistência, Lisboa); Lisboa na Banda Desenhada (Museu da Cidade, Lisboa).Sócio fundador do Clube Português de Banda Desenhada, em Junho de 1976.Fundador da Tertúlia BD de Lisboa em Junho de 1985. Mantém-se como dinamizadordesta iniciativa bedéfila mensal, que tem por finalidade efetuar atos de homenagema autores consagrados e outras individualidades ligadas à BD, e atos de incentivoaos novos autores da BD portuguesa.Editor de fanzines de banda desenhada. : Eros, Tertúlia BDzine, Folha Volante,Autobiografias Ilustradas, Ad Hoc; Preciosidades da BD; Efeméride.Personagem de várias bandas desenhadas, entre as quais Abdalino do álbumMenatek Hara, de Luís Louro e Tozé Simões e também Capitão Ardina Mango, doálbum As Aventuras de Herb Krox - O Homem de Neandertal de Luís Filipe Diferr.Co-autor (em parceria com Leonardo De Sá) do livro Dédalo dos Fanzines (1987). Colaborador dos vários salões e festivais de Bd em Portugal; colaborador do Gicavem vários salões de Banda Desenhada de Viseu. As presentes exposições sãoapenas uma singela amostra do trabalho desenvolvido por Geraldes Lino enquantocolecionador, crítico e editor de BD (Fanzine Efeméride – Corto Maltese no séculoXXI; O Mundo dos fanzines).

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ANDREA VENTURI

ARTISTA ESTRANGEIRO CONVIDADOO italiano Andrea Venturi começou adesenhar histórias do Tex no início dos anos 90(“Almannaco del West “1996).Com um estilo muito realista, de desenhosrecheados de sombras cheias e perfeiçãoanatómica das figuras, este artista trouxe umanova frescura ao mundo do Ranger,nomeadamente através do recurso a ambientescircenses, como em “O matador de índios”, onde

Venturi desenha um assassino mascarado, e em “Missão em Sierra Vista”, onde nosoferece um desfile de personagens estranhas, ou em “Ópio”, onde evolui uma trupe deatores que se embrenham em relações de ódio e paixão, ganância e crime.Em certos momentos da sua obra, a arte de A. Venturi faz lembrar alguns dosmestres como John Buscema, Ross Andru ou Jack Kirby.A. Venturi representa neste salão de Viseu o grupo deartistas que produziram trabalhos propositadamente paraa homenagem póstuma a Sergio Bonelli, numa iniciativa doJosé Carlos Francisco (Tex Willer Blog), dos quais seapresenta em Viseu a esmagadora maioria dos trabalhosoferecidos ao José C. Francisco.Andrea Venturi apresenta em Viseu um poster original,gentilmente oferecido aos fãs texianos e a todos osamantes da banda desenhada, visitantes do salão de Viseuem dia de inauguração.O nosso agradecimento ao José Carlos Francisco e aoAndrea Venturi por esta possibilidade, engrandecendo osalão de Viseu e o panorama da nossa Banda Desenhada.(adaptado do Tex Willer Blog).

EXPOSIÇÃO DE HOMENAGEM A SERGIO BONELLI

(recolha de originais: José Carlos Francisco (Blog TEX WILLER); seleção e montagem– GICAV) Sergio Bonelli (Milão, 2 de Dezembro de 1932 – Monza, 26 de Setembro de 2011)também conhecido como Guido Nolitta (seu pseudónimo como escritor de bandadesenhada), foi um autor e editor italiano. Filho de Gian Luigi Bonelli (criador de Texe fundador da editora Audace), e de Tea Bonelli, que desde 1946 tomou as rédeasda editora do ex-marido, entra muito jovem no mundo da banda desenhada, fazendode tudo na empresa da família: de moço de recados a fiel de armazém, atéresponder às cartas dos leitores.Em 1957 assume a editora Cepim, a futura Sergio Bonelli Editore, uma das maisimportantes editoras de banda desenhada no panorama italiano, sucedendo nadireção à sua mãe Tea.Empreende também a faceta de argumentista sob o pseudónimo de Guido Nolitta,escolhido para evitar ser confundido com o seu pai. Em 1961 cria um dos maioressucessos da editora: Zagor, personagem “híbrida” entre Tarzan e o western, comfortes incursões no fantástico. Catorze anos mais tarde, em 1975, dará vida àqueleque sempre considerará o seu filho predileto: Mister No, um descontraído ex-soldado americano que vive na Manaus (Brasil) dos anos cinquenta.Em Janeiro de 2007, tomou o lugar de Decio Canzio na direção geral da SergioBonelli Editore e em 2008 o município de Milão galardoou-o com o prestigiosoprémio Ambrogino d’oro. Em Agosto de 2011, quando estava de férias em Provence(França), é acometido por problemas de saúde. Morre em 26 de Setembro de 2011com a idade de 78 anos na clínica San Gerardo em Monza, poucos dias após ter sidohospitalizado devido a doença. Sergio Bonelli, o Homem que fez sonhar gerações de leitores de banda desenhadaum pouco por todo o mundo, foi o principal artificie da passagem da bandadesenhada como simples instrumento de entretenimento popular a produto dedignidade cultural, criando, ao longo da sua carreira de cinquenta anos, uma dasmais importantes editoras de banda desenhada no contexto italiano.

Sergio Bonelli fez sonhar gerações deitalianos mas também de leitores demuitos outros países, como porexemplo Portugal, por isso nada maisjusto que o Salão de Viseu lhe dediquea exposição de homenagem que SergioBonelli merece!José Carlos Francisco (Blog TEX WILLER- adaptadoIlustração original de Andrea Mutti(Itália)

retrato de Sergio Bonelli

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A OBRA DE EÇA NA BANDADESENHADA

Há algum tempo, e em boa hora, os devidosresponsáveis de Moura e de Viseu, coligaram-se parao todo ou para certos espaços específicos. Daqui, porexemplo, o espaço “A Obra de Eça de Queiroz na BandaDesenhada”, esteve patente em Moura (Abril e Maio) eagora em Viseu (Agosto e Setembro). É um glorioso“luxo” didáctico-cultural que Eça bem merece!Eça de Queiroz (1845-1900) Escritor mundialmenteconhecido, traduzido e lido, muitas vezestão inteligentemente mordaz, José Maria Eça deQueiroz, nasceu a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e faleceu aos 54 anos,em Paris, a 16 de Agosto de 1900.Romancista, cronista e poeta, teve cargos políticos, como o de embaixador no Brasil,Cuba e Inglaterra.Algumas das suas obras têm sido adaptadas ao Cinema, ao Teatro e à Televisão,mormente em Portugal, Brasil e México.E pela Banda Desenhada? Pois pela admirável 9.ª Arte, aqui vai “tudo” o queconseguimos apurar:O grande mestre português Eduardo Teixeira Coelho (muitas vezes assinou apenascomo ETC, as iniciais do seu nome), foi o que mais adaptou textos de Eça: “A Aia”,“A Torre de D. Ramires”, “O Defunto”, “O Suave Milagre”, “O Tesouro” e “SãoCristóvam” (esta, para nossa tristeza, ficou incompleta). As completas foram

também editadas no Brasil com capas dotambém nosso e saudoso Jayme Cortez. Entreoutras contabilizam-se também: “O defunto” –José Morim; O primo Basílo – Joaquim OliveiraRibeiro; “A perfeição” – Eugénio Silva; “Ochinês e a cobra”, de “Cartas familiares” –Baptista Mendes; “A Relíquia” – FranciscoMarcatti (Brasil); … Registamos aqui o nosso agradecimento sinceroa quem nos apoiou nesta pesquisa: Dr. JuarezAntonio Leoni (Brasil), Drª. Armanda Patrício(irmã de Joaquim Ribeiro), CarlosGonçalves, Jorge Magalhães, José ManuelVilela, Leonardo De Sá, Baptista Mendes eCâmara Municipal da Póvoa de Varzim. Muito emuito obrigado.E, como citou Eça quando Portugal sofria umacrise semelhante à actual: “Isto já não vai compalavras; só vai com umas bengaladas!”

Luiz Beira/Carlos Rico

Prancha de “A Perfeição” - Eugénio Silva

Álvaro, Parede, 1970

Habilitações Literárias: Licenciatura em Arquiteturapela FAUTLPrática profissional em Arquitetura, Formação,Ilustração, Ensino, Banda Desenhada...Ilustrou alguns livros escolares e livros infantisPublicou banda desenhada em várias publicações.Participou em diversas exposições coletivas de BD ecartune e recebeu alguns prémios na área do cartune.Prémio «AmadoraCartoon/05» e respetiva exposiçãode cartoons e BDs no FIBDA 2005 organizado pela

Câmara Municipal de Amadora.Livros de BD e cartune“As InsustentáveisIncompatibilidades dos Seres”Edição de Autor“Manual de Posições paraLabregos”, Pedranocharco, 2006“Sexo, Mentiras e Fotocópias”,Pedranocharco, 2007Atualmente, entre outrascoisas, publica na Internet asséries de BD “Homem Voador” e“No Presépio...” em coautoriacom o argumentista José PintoCarneiro, natural de Resende.De regresso ao salão de Viseuem 2013.

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Homem-aranha 50 anos de aventuras

“Com grande poder vem grande responsabilidade!”Esta máxima ligada ao herói das ruas de Nova York,tornou-se uma imagem de marca do sucesso dashistórias de vida do Peter Parker.Quando em Agosto de 1962 Stan Lee e Steve Ditkocriaram o “Spider-man”, não imaginavam por certo atremenda responsabilidade que estavam a atirar sobreos autores que lhes sucederiam, e 50 anos depois oseu Homem -Aranha continua a ser o mais popularherói da Marvel, popularidade reforçada com o sucessodos filmes recentes.Nesta singela exposição, baseada noS colecionáveis daMarvel, e no espólio do jovem desenhador/colecionardo Gicav Daniel Almeida, expõe-se o quotidiano doHomem aranha na sua relação com familiares e vilões,sem esquecer as mulheres da sua vida, os principaisdilemas, os seus extraordinários poderes, apresentando também algumas das maissignificativas histórias da vastíssima produção existente em redor desteextraordinário herói urbano.50 anos de histórias, sem marcas de envelhecimento.

Parabéns Homem- Aranha! Gostamos de ti !

CORTO MALTESE NO SÉCULO XXI

FANZINE “EFEMÉRIDE” – GERALDES LINONa sequência dos anteriores títulos dedicados apersonagens da banda desenhada, desta feita éCorto Maltese o alvo de umas dezenas depranchas, no já usual encontro de homenagenssentidas, variações poéticas sobre as matériasoriginais, gozos desabridos ou enxertos entre a obraoriginal e as preocupações dos autores aquipresentes. Na economia do Efeméride, há umapreocupação pela “objetificação” ou reificação daprópria banda desenhada, por o gesto dehomenagem ser feito em torno dos “heróis”, quenão deixam de confirmar toda uma série de regrasusuais de uma produção clássica da bandadesenhada durante anos – personagens masculinas,mais ou menos solitárias ou pelo menos destacadasdos seus coadjuvantes por razões das suas ações,retidão moral, superioridade intelectual ou física, etc. isto é, não será tanto o contributoestético dos autores (sendo-o também, porém), mas sim a construção de um tecidoimaginativo, passível de ser revisitado, como brinquedos em novas situações. Daspersonagens anteriores – Little Nemo, Príncipe Valente, Super-Homem e Tintin – Cortoé uma primeira inflexão, na direção de uma banda desenhada mais moderna, maisintegrada cultural e transversalmente no mundo real, e verdadeiramente adulta,conquista mais tardia para esta arte do que em relação a outras que lhe são próximas,ou mais novas até, no tempo. (…)Curioso é porém notar que a esmagadora maioria dos autores, sejam eles exímiosartistas ou não, com um traço reconhecível ou mais genérico, procuraram todos mimar,de alguma forma, as formas típicas de Pratt - nalguns casos através do decalque direto,seguramente. Os marcados contrastes a preto-e-branco, as silhuetas, as angulosidades,os planos de pormenor do Corto tardio (Tango), e até o trabalho de legendagem emalguns casos são sinal disso. Pepedelrey, Ferrand, Pedro Mota, Pedro Massano, PedroNogueira, Nuno Saraiva, Arlindo Fagundes, Tiago Baptista, Alice Geirinhas (numaespécie de samplagem), todos autores com estilos reconhecíveis e personalizados, sãoaqueles que tornam essa equação mais visível e eficaz (mas também, e mais uma vez,sendo mais profícuos gráfica que narrativamente). (…)Extratos de um texto de Pedro Moura (Ler BD)Artistas colaboradores neste “Efeméride”:Alice Geirinhas; Álvaro; Ana Madureira; André Ruivo; ARechena (AndreiaRechena, Dona Zarzanga); Arlindo Fagundes; Carlos Páscoa; “Zíngr” (CarlosZíngaro); Daniel Lopes; David Campos; David Soares; Falcato (MiguelFalcato); Ferrand (Ricardo Ferrand); Filipe Abranches; J. Mascarenhas;JCoelho (Jorge Coelho); Joana Afonso; João Chambel; João Sequeira (JAS);José Lopes; José Pedro Costa; Lam (João Pedro Lam); Luís Guerreiro; LuísPedro Cruz; Machado-Dias; Marco Mendes; Maria João Careto; Mota (PedroMota); Nazaré Álvares; Nuno Saraiva; Paulo Monteiro; Pedro Massano;Pedro Nogueira; Pepedelrey (ElPepe); Regina Pessoa; Renato Abreu;Ricardo Cabral; Ricardo Cabrita; Roberto Macedo Alves; Rui (Rui Pimentel);Santo (Ricardo Santo, Ricardo Santo Machado); Susa (Susa Monteiro,Susana Monteiro); Tiago Baptista; Vasco Gargalo; Victor MesquitaObrigado Geraldes Lino!

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Didier Comés

– o desaparecimento de um genial artista dashistórias a preto e brancoDidier Comés deixou-nos aos 71 anos (7 março de2013). Nascido em Dezembro de 1942, Mestre dopreto e branco, grande nome da revista “A Suivre”, oartista foi vencido pela doença que o impedia dedesenhar. O seu trabalho começou a ser conhecido noinício da década de 1980 com a publicação de“Silêncio” na revista Suivre, que depois acabou por ser editado em livro pelaCasterman. O livro, a preto e branco, foi publicado na altura em Portugal pela Bertrand,estando hoje em dia à venda em dois volumes com a chancela das Edições Asa. Ao todo, Didier Comès publicou uma dúzia de álbuns de BD, tendo sido editados em

Portugal pelo menos, além de“Silêncio”, “A Árvore-Coração”, “ACasa onde as Árvores Sonham” e“As Lágrimas do Tigre”, trabalhosque continuam a despertar enormeentusiasmo e admiração. Histórias de encanto e desencanto,narradas através de um grafismo eum traço apurado de vincadoscontrastes entre o negro e o branco,um estilo inconfundível de umartista inesquecível.

O HUMOR NO JORNAL DO EXÉRCITO

Afonso Magalhães de Almeida Fernandes (1906-1986),é considerado o fundador do Jornal do Exército, já que foipor seu despacho que esta revista foi criada. Foi Oficial daArma de Engenharia e Engenheiro Civil pelo InstitutoSuperior Técnico (1928, Ministro do Exército (1958-1961),entre outros cargos, sendo reformado com o posto deBrigadeiro do Exército.1960 - A 11 de Janeiro é publicado um despacho doMinistro do Exército, Brigadeiro Afonso de AlmeidaFernandes. Ainda em Janeiro é feita a primeira tiragemdo Jornal do Exército, com 20 mil exemplares. A 14 deJulho, por Portaria do Ministério do Exército, é criado,formalmente, o Jornal do Exército, definido como: órgão de informação, cultura erecreio do Exército Português.

A missão do Jornal do exército :

- Veicula, no meio militar, a informação interna de que for incumbido e contribui paraum adequado conhecimento do Exército

- Divulga assuntos e temas significativos, do âmbito militar em geral e do Exércitoem particular;

- Colabora, com outros órgãos ou entidades, militares e civis, nacionais ouestrangeiras, em atividades do seu âmbito, que respeitem à imprensa, à imprensamilitar, ou a realizações de natureza cultural.

A exposição “ “O Humor no Jornal do Exército 1961-1974”, apresenta a vidamilitar portuguesa nas décadas de 60 e 70 como raramente a vimos. Nestaexposição é esquecida a postura séria normalmente associada ao exército e aosmilitares e são apresentadas ao público dezenas de caricaturas da vida e da ambiçãomilitar em tempos de censura e ausência de liberdade. A Mostra revela um conjunto

de desenhos “criados por diversos militares, mastambém por civis”, que resultam “numa sátira perfeitaao dia a dia da vida militar conturbada da época”.“O HUMOR NO JORNAL DO EXÉRCITO 1961-1974” resultou de um desafio lançado a dois jovenssoldados com o objetivo de pesquisarem,selecionarem e exporem caricaturas e cartoons que aolongo do período em apreço pudessem caraterizar aexpressão desta arte gráfica no âmbito da sátira, daironia, da irreverência, ou da crítica social que, entreoutros aspetos, refletissem o dia-a-dia de um meioprofissional que, particularmente no período emcausa, atravessava e participava na designada GuerraColonial/Guerra do Ultramar. Em Portugal o humor,como representação do grotesco, da crítica moral esocial, teve a sua expressão mais comum através dapalavra escrita, quer sob a forma das cantigas deescárnio e maldizer quer sob a forma de teatro que GilVicente tão acutilantemente revelou. A Inquisição

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surgiu como censora da liberdade de expressão remetendo o riso e a ironia para arepresentação iconográfica nas artes populares.Como menciona Osvaldo de Sousa, o humor, expresso através do desenho associadoà palavra impressa, é referido em Portugal já nos sécs. XVII e XVIII (sobretudo deorigem estrangeira) mas com maior incidência no séc. XIX, no contexto da GuerraPeninsular. No entanto, só em meados desse século é que emerge, comregularidade, na imprensa a publicação de caricaturas e desenhos satíricosproduzidos por autores portugueses que refletem a politica nacional ou a critica decostumes. Este tipo de humor passa a funcionar como uma forma de Oposição aopoder instituído. O nosso agradecimento ao Jornal do Exército por esta colaboração e parceria nadivulgação da arte da ilustração e da banda desenhada. (textos adaptados do “Jornaldo exército” e notas à imprensa)

Willebrord Jan Frans Maria Vandersteen, também conhecidocomo Willy Vandersteen, nasceu em Antuérpia em 15 de fevereiro de 1913 .Deacordo com sínteses biográficas provindas do Centro Belga de Banda Desenhada

com sede em Bruxelas, familiares eamigos de infância de Willy Vandersteencontavam que, sobre a calçada,no Seefhoek, bairro popular onde elenasceu, o menino desenhista produziuestórias de cavaleiros para seus amigos.Os eeus primeiros quadradinhos forampublicados durante a Segunda GuerraMundial. Pudifar de Kater in Wonderland,o suplemento juvenil do jornal DeDag, Simbad Zeerover do Bravoou Floche et Flache em Franc Jeu, foramas suas primeiras tentativas, que, aindatímidas, já apresentavam, no entanto, odinamismo que futuramentecaraterizaria toda a sua vasta obraartística. Com duas tiras diárias, As

Aventuras de Rikki em Wiske começaram no dia 30 de março de 1945 no jornal DeNieuwe Sandaard.Vandersteen já gozava de grande fama em Flandres quando Hergé, criador de Asaventuras de Tintim e Milu e diretor artístico do periódico Tintim, convidou-o paracolaborar no jornal. Enquanto Vandersteen continuou a sua produção em Tintim,desenhou oito histórias de Suske em Wiske para Tintim, entre 1948 e 1959. A pedidode Hergé, seus personagens foram adaptados aos gostos conservadores de Tintim.Ele cuidou mais do tipo de página e ambiente, e desenvolveu scripts maisequilibrados. As histórias que apareceram em Tintim foram o auge do trabalho deVandersteen. A partir de 1951, começou a trabalhar com parceiros,principalmente para atender à demanda e expandir assuas estórias, personagens e séries. Criou Judi eBessy em 1952, De Rode Ridder em1959, Jerônimo em 1960, Pats em 1962, Karl May em1963, Biggles em 1965,Safari em 1969, RobertBertrand em 1972, Tits em 1974 e outras séries, sendoa última The Geuzen. Vandersteen fazia questão deescrever scripts e desenhar os bonecos a lápis antes delançar cada nova série. Depois de alguns álbuns, essaresponsabilidade seria confiada aos seus funcionários.Vandersteen gostava de usar a História como umcenário para seu trabalho.As suas épocas favoritasforam a Idade Média e o século XVI, embora tambémgostasse da Belle Epoque. Sua abordagem histórica,contudo, levou-o a aludir também à atualidade.Esta exposição é uma homenagem conjunta de Mourae Viseu, no centenário do seu nascimento.

GRANDE PLANO

(sobre alguns projetos de autores estrangeiros)

Nesta exposição abrimos um grande plano sobre alguns trabalhos que mereceram anossa atenção, pela qualidade do trabalho artístico ou pelo caráter inovador da artede representar histórias em quadradinhos. “Sang Royal”, de Yodorowsky, uma saga de ALEJANDRO JODOROWSKY;DONGZI LIU – GLÉNATSang Royal tem como cenário uma época medieval violenta e uma família real destruídapor traições e laços amorosos. Jodorowsky gosta de chocar, é um facto. Gosta deabanar as nossas mentes pondo tabus cruamente a descoberto, e se em Bórgia tratoude um caso de incesto sobejamente conhecido historicamente, em Sang Royal o incesto

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é levado ficcionalmente ao extremo. (…) Qualquerque seja a razão este tema surge como centro detoda esta estória. (…) A estória flui sempre muitohomogenia, mesmo quando a ação muda decenário ou temporalmente. Não há quebras, o livronão deixa o leitor parar de ler até ao final, e quandose chega ao final chora-se pelo volume seguinte! Éisto que se espera de um primeiro volume – Forte!Mas nada disto seria a mesma coisa sem DongziLiu… a arte deste chinês é fantástica, de umabeleza que não está ao alcance de todos. Utilizandouma paleta de cores sóbrias, em que usa muitascores neutras consegue um ambiente muito belo,mas ao mesmo tempo choca e agride quandoassim a estória o exige. As figuras humanas sãoretratadas muitas vezes num registo um poucosujo, fazendo contraponto com outras (sobretudo afigura feminina) que se quer que sejam belas,angélicas mesmo. Esta estória- choque tem comobase uma traição, e como final uma vingança cruel.Leituras de BD (adaptado)LA DOUCE – F. SCHUITEN – CASTERMANFrançois Schuiten é um autor cuja obra parece nutrir-se de um veio nostálgico muitoespecífico, que cria um imaginário coerente nele mesmo, parecendo emergir quasediretamente de uma visão do mundo desenvolvida no século XIX, por via da literaturafantástica da época com as suas ilustrações em edições de luxo. E, para mais, mesmoque muitas vezes sob um filtro semi-irónico, tudo passado por uma espécie de saudadepor sistemas tecnológicos obsoletos. O comboio em vapor é em si mesmo alvo deprazeres nostálgicos de muitas formas. Para todos os efeitos, 12/La Douce é um álbumdedicado a um comboio, a uma locomotiva, mas também a um certo estado do mundo,a uma profissão romântica, a um entendimento da relação entre o homem, a máquinae a natureza. (…)O modelo que ocupa o lugar central de estrela no livro é umalocomotiva real, chamada de 12.004, numa luta contra o tempo e os elementos.

Pedro Moura (adaptado)MURENA - DUFAUX & DELABY DARGAUD A assinatura do argumentista Jean Dufaux garante um crédito de confiança a estasérie, pelo seu vasto currículo, inclusivamente através das suas incursões históricas.E o desenho rigoroso de Delaby (um dos mais talentosos desenhadores da suageração) faz o resto, transformando MURENA numa série de grande fôlego e um“fresco” admirável sobre um período crucial do Império Romano.A luta pelo poder em Roma é o motor da ação e o estímulo que anima as vidas dosprotagonistas. O cruzamento das distintas trajetórias decorre num ambiente e sob umaatmosfera construídos com mestria por Dufaux e ilustrados com sensibilidade porDelaby. Tendo como fundo os factos historicamente estabelecidos, os autoresconstroem uma excelente galeria de personagens (Agripina – astuta, possessiva,ambiciosa), o seu filho Nero (inteligente mas vulnerável á manipulação), Britânico(fraco e ingénuo filho de Cláudio, eliminado pela madrasta).Esta Roma representada em Murena não apenas a dos poderosos e influentes, étambém o lugar onde aplebe se debate com os seus gostos, interesses e aspirações, ascorridas, os combates de gladiadores, desempenhando pontualmente papéis

relevantes, fazendo lembrar por vezes alguns clássicos daliterature do cinema como “Bem Hur” ou “Quo Vadis”.

Carlos Pessoa (adaptado)

A Roma construída por Dufaux e Delaby e a personagem deNero, tal como eles a imaginaram, são totalmente credíveis.Murena, um novo Alix, volta a dar vida à banda desenhadahistórica sobre a Antiguidade, com os argumentos de forteintensidade dramática de um Dufaux que assina aqui algunsdos seus melhores trabalhos, e os poderosos desenhos deum Delaby excelente tanto nos cenários como narepresentação dos corpos humanos (Agripina, por exemplo,é magnífica), e as cores quentes e luminosas de DinaKathelyn. Patrick Albray

Adaptações – Gicav.

FERNANDO JORGE DOS SANTOSCOSTA

Nascido em Lisboa no dia de S. Valentim do primeiroano da segunda metade do séc. XXVida profissional como Funcionário das Finanças(Mangualde, Nelas, Lisboa, Maia, Aguiar da Beira,Trancoso)Chefe do Serviço de Finanças de Trancoso aposentadoEx-Presidente do Conselho de Administração da TEGEC

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– Trancoso Eventos, Empresa Municipal de Gestão deEquipamentos Culturais e de Lazer, EEMApresenta-se pela primeira vez no salão de BD de Viseucom uma exposição representativa de uma parte da suaobra.

EM LIVRO: Para além de diversas obras editadas(monografias, novelas, contos, romance, etnografia,infantil), e do trabalho desenvolvido na comunicaçãosocial como fundador, diretor e colaborador de diversosjornais e revistas, apresenta-se aqui um pouco da suaobra artística na área da Banda Desenhada eIlustração.: ILUSTRADORAs Profecias do Bandarra – ilustração da capa, contra-capa e interior do volume cartonado- edições MELSonetos de Florbela Espanca – ilustração da capa do

volume cartonado – edições MELPoesia Completa e Cartas de Cesário Verde – ilustração de capa e contra-capa dovolume cartonado – edições MELA Obra do Escritor Nuno de Montemor- Ensaio - Câmara Municipal da GuardaFábulas de La Fontaine – ilustração da capa do volume cartonado – edições MELO Testamento – ilustração da capa – edições MELA Túnica- Ilustração de Capa – edições MELOs Avós e os Netos (II) – ilustração da capa e duas centenas e meia de ilustraçõesde interior, todas a cores. CARTOONISTAOh Diabo! – Semanário O Diabo (publicados 140 cartoons, semanalmente)BANDA DESENHADA PERIÓDICA (semanal) E OUTRAS PUBLICAÇÕES : Mundo deAventuras (entre 1979 e 1986) – diversas histórias e contos tradicionais; 25-4-1985- Batalha de Trancoso (álbum p/b) – 4 edições – Edição da CâmaraMunicipal de Trancoso1988- O Magriço, um dos doze de Inglaterra (formato livro)1988- O Assalto à Quinta do Ferro – Almanaque O Bandarra1990- O Velho do Surrão – Almanaque O Bandarra1990- Bandarra - Poeta, profeta e sapateiro de Trancoso (álbum, cor) – Edição daCâmara Municipal de Trancoso1994- PSD- Partido Social Democrata- 20 anos (álbum, p/b)- lançado no XVIICongresso Nacional daquele Partido1995 - Batalha de São Marcos – Almanaque O Bandarra1996- 25 de Abril - Duas Década de Governação – Almanaque O Bandarra1997- Dona Chama – Almanaque O Bandarra1998- O Magriço e o Soldado Castelhano – Almanaque O BandarraNO semanário O Crime : ilustrações sobre diferentes temáticas.Álbuns a cores e p/b:Batalha de Trancoso – 1985 – Edição da C.M. TrancosoBandarra – 1990 - Poeta, Profeta e Sapateiro – Edição C.M. Trancoso2002 – Registos Criminais – Edições Época de Ouro (álbum p/b)2003 – A Viúva do Enforcado – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para aCâmara Municipal do Fundão2003 – D. Egas Moniz, o Aio – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para a CâmaraMunicipal de Lamego2005 – La Boda de Don Dinis & Isabel de Aragón en Trancoso – edição em castelhano(espanhol) – Câmara Municipal de Trancoso2005 – The Wedding of D. Dinis and Isabel of Aragon in Trancoso – edição em ingles- Câmara Municipal de Trancoso2005 – As Bodas de D. Dinis e Isabel de Aragão em Trancoso – edição CâmaraMunicipal de Trancoso2007- Lendas da Meda – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para a CâmaraMunicipal de Meda2010 – Lendas de Aguiar da Beira – Edição Município de Aguiar da Beira2012 – Os Piratas do Deserto – Edição ASA (Grupo LeYa)

EXPOSIÇÃO JOVENS VALORES

1. JOANA AFONSO – O BAILEÁlbum vencedor dos Prémios Profissionais deBD 2012 (álbum do ano, melhordesenhador/colorista e melhor argumento)

Joana Afonso é já um nome incontornável nopanorama da nossa Banda Desenhada eIlustração, sobretudo após o seu trabalho “OBaile”, editado pela Kingpin Books e comargumento de Nuno Duarte, ter vencidopraticamente todos os Prémios Profissionais de BD

2012. Um traço único, seguro, irreverente, criativo, dinâmico, deixou-nos com águana boca para os próximos trabalhos que se esperam rápidos.

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2. Pedro Emanuel dos Santos Fernandes é natural davila de Gonçalo, pertencente ao concelho da Guarda.Atualmente reside na cidade de Viseu onde exerce a suaatividade profissional. Formou-se em Filosofia naFaculdade de Letras da Universidade de Coimbra.Posteriormente concluiu o Mestrado em Política CulturalAutárquica com a defesa da tese: “A Rota dos Sentidos”na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Oseu percurso profissional tem-se desenvolvido enquantoprofessor do ensino secundário, lecionando asdisciplinas de Filosofia e Psicologia e, enquanto formadorno Instituto do Emprego e Formação Profissional, naárea da educação e formação de adultos. Desde cedo se interessou pelos domíniosda arte, nomeadamente no campo das artes plásticas, no desenho, na pintura e nailustração, áreas onde tem desenvolvido, de forma autodidática, inúmeros trabalhos. O ambiente natural, o ambiente construído, o gesto que o constrói, os rostosmodelados no tempo, as tradições em vias de extinção são temas preferenciaisassim como a natureza humana, a temporalidade, a finitude do ser e a efemeridadeda beleza. O seu interesse desdobra-se, igualmente, por outras áreas como afilosofia política, existencial, antropologia filosófica, pela estética filosófica, pelaastronomia e pela cosmologia. O seu interesse pela Banda Desenhada levou-o acriar, em pranchas de BD, as aventuras d’O Magriço e dos Doze de Inglaterra.Presentemente encontra-se a preparar as pranchas de BD da história dos amoresentre D. Tedo e a princesa Ardínia. Proximamente editará a peça de teatrointitulada O Guardador de Sonhos, escrita e ilustrada por si.

3. DANIEL ALMEIDAO Dani, como prefere que o tratem, é um jovemviseense de 16 anos e associado do Gicav, a estudar no11.º ano. Quer ser ilustrador e desenhador de BD.Desde pequenino revelou grande interesse, até paixãopelas histórias e bonecos dos quadradinhos, emparticular as aventuras dos super heróis da Marvel e daDC Comics. Começou a fazer banda desenhada de formamais séria em 2009, concorrendo ao concurso da CM deViseu (Prémio D. Afonso Henriques), tendo vencido oconcurso. Desde então participou em diversos concursose mostras (Amadora, Montepio Geral – vencedor;Anicomics, Odemira, Moura – vencedor em 2011 emenção honrosa em 2013). O seu entusiasmo evontade em aprender são os trunfos para vencer neste difícil mundo da arte da BD.Aqui se revelam alguns dos seus mais recentes trabalhos.

MIGUEL REBELO – UM CARTOONISTA DE VISEU

Miguel Alexandre de Oliveira Ramos Rebelo,nascido a 31 de Maio de 1971 em Luanda –Angola, veio residir para Viseu – Portugal noano de 1977. Seguiu o percurso escolarexperimentando as artes e desenho técnico.Em 1989 colabora com o GICAV no 1º Salãode Banda Desenhada de Viseu. No serviçomilitar é colocado no gabinete de desenhodos Serviços de Fortificações e Obras doExército como desenhador. Após o serviçomilitar ingressa no Ensino Superior no Cursode Professores do Ensino Básico na variantede Educação Visual e Tecnológica comotrabalhador /estudante. Leciona a todos osciclos do ensino básico, ensino recorrente,profissional, desempenha todos os cargospossíveis com a sua graduação profissionaldurante doze anos, desvendando emotivando os alunos para as artes e sua importância. Guarda saudades desse tempo porque, diz: “Havia alunos interessados e comexcelentes capacidades, infelizmente, são cada vez menos, o que transforma estaatividade numa outra qualquer que não ensinar”. Foi produzindo ao longo dostempos outros trabalhos: ilustração de livros, criação de logotipos, produção decartazes, decorou montras temáticas, produziu identificação de montras, expôspintura a óleo em três momentos diferentes, publicou cartoon em jornais, … Realizou Mestrado em Ensino de Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico comotrabalhador / estudante. Atualmente trabalha no setor livreiro e procura manter o seusentido critico produzindo cartoons que publica diariamente na rede social Facebook.Mantém o gosto e o desejo de trabalhar na área do desenho e do cartoon, não podendoser a forma de sobrevivência financeira, é certamente a forma de sobreviver atento elúcido neste Portugal que lhe retira a cada dia mais esperança. Mantém um desejo: Queos homens deste mundo voltem a ser dignos desse nome!É colaborador da Revista Animarte (edição do GICAV).

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Asteroid Fighters

RUI LACAS, argumentista e desenhador,já se viu representado anteriormente nosalão de BD de Viseu. Volta este ano como trabalho de grande fôlego “AsteroidFighters”. Nascido em 1974, estudou naFaculdade de Belas Artes de Lisboa.Trabalha como freelancer em ilustração epublicidade. Conta já com diversos álbuns editados,dos quais se destacam “Obrigada, Patrão”,galardoado em França com o prémio demelhor argumento no Festival de LesMoulins, e também com diversos prémios em Portugal, incluindo os de Melhor Álbum eMelhor Argumento no festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora em 2008.Integra atualmente um coletivo de ilustradores situado na capital, “The Lisbon Studio”,de onde surgiu a ideia para este projeto inspirado no seu grupo de amigos. Uma ediçãoASA, a não perder. Sinopse: Após o primeiro cataclismo, em 2012, o Planeta Terra vivia há quase 100anos sem sobressaltos, defendido por uma nova tropa de elite, munida de indivíduossuperpoderosos: os “Asteroid Fighters” …Agora a Terra depara-se com uma nova e inesperada ameaça … Três asteróides deorigem desconhecida rumam em sua direção e os “A.F.” tentam tudo para salvar oplaneta da destruição.Mas terão os defensores da Terra armas suficientes para eliminar estes misteriososasteroides?Capa do Tomo 2, já em distribuição

(Asteroid Fighters – os Oráculos)

A “Criada Malcriada” surgiu no Facebook no final de 2012 e tornou-serapidamente num fenómeno de comunicação. A fórmula é simples: uma tirade banda desenhada anónima sobre uma senhora “queque” desocupada,alcoólica e azeda, e uma empregada doméstica ligeiramente submissa edeliciosamente analfabeta.Autor: ?Anónimo “ O livro é anónimo, como a página. Aliás, a ideia de um autor,estraga a ideia de voyeurismo, que acho que é o que tem mais graça e, como nãouso o meu nome, posso dizer o que me apetece, que também é ótimo.”O projeto já vai com mais de uma centena de tiras humorísticas, publicadas comuma regularidade quase diária no facebook. De um contacto realizado através do próprio facebook, foi dada autorização peloautor/autora ao Gicav para reproduzir nesta sintética mostra um vislumbre doquotidiana da “criada malcriada”, como se espreitássemos pela buraco da fechadurade uma habitação suspeita, onde patroa e empregada ora se entendem ora sedesentendem sobre a vida e os mundos em confronto … e o restante são momentosde comunicação gratuita, onde a interação é imediata.“ Desenhos tão simples conseguem-nos transmitir um mundo de coisas... emoções,críticas sociais, carinho, acomodações aparentes... principalmente fazem-nos rir semser de forma gratuita. Parabéns artista.” – um comentário no facebook.O projeto despertou a atenção social, não apenas das redes sociais, e rapidamentese transformou em livro de “banda desenhada”, anónimo, à venda desde 12 dejunho nas livrarias.Os interessados poderão acompanhar as “tiras” diárias através do facebook,deixarem os seus comentários ou sugestões.

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