Catálogo - Imigração Italiana

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1 A participação italiana na organização operária e sindical brasileira A participação italiana na organização operária e sindical brasileira La partecipazione italiana nel sindacato brasiliano e organizzazione del lavoro São Paulo Centro de Memória Sindical 2012

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Catálogo - Imigração Italiana

Transcript of Catálogo - Imigração Italiana

1A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

A participação italiana na organização operária

e sindical brasileira

La partecipazione italiana nel sindacato brasiliano e organizzazione del lavoro

São Paulo Centro de Memória Sindical

2012

RealizaçãoCentro de Memória Sindical

PatrocínioSERT – Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho do

Estado de São Paulo, Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, Sindicato dos Metalurgicos de Osasco e Região e Força Sindical

ApoioUnião dos Italianos no Mundo UIM / Brasil e

Associazione di Amicizia Italia – Brasile

Coordenação do projeto e da pesquisaCarmen Lucia Evangelho Lopes

Equipe de pesquisa da exposição fotográficaLígia Maria Araki, Lucas José Tavares de Melo,

Marco César de Araújo e Patrícia Araújo dos Reis

Equipe de pesquisa da publicaçãoSamanta Colhado Mendes

Secretaria do projetoFátima Elias Fernandes Vacari

TextoCarmen Lucia Evangelho Lopes

Projeto gráfico e diagramaçãoAltair Sampaio

RevisãoSelma Regina de Moraes

TraduçãoKatia Maria Magrini Pacchione e Alessandro Spano (págs. 14 e 16)

CuradorPlinio Adri Sarti/UIM

Direção Executiva CMS

PresidenteMilton Cavalo

(Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região)

1° Vice-presidenteJorge Carlos de Moraes

(Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes)

2° Vice-presidenteDjalma de Paula

(Federação dos Químicos do Estado de São Paulo)

1° Secretário-geralMarcos Milanez

(Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado de São Paulo)

2° SecretárioLuiz Carlos Motta

(Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo)

1° TesoureiroJosé Carlos do Nascimento

(Federação das Indústrias Têxteis de São Paulo)

2° TesoureiroWilson Florentino de Paula

(Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo)

Diretor de relações sindicaisJoão Batista Inocentini

(Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical)

Diretor socialElenildo Queiroz Santos

(Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região)

AgradecimentosAo AEL – Arquivo Edgar Leuenroth, AESP - Arquivo do Estado de SP, Casa da

Imagem, CDHO - Centro de Documentação Histórica de Osasco, CEDEM – Centro de Documentação e Memória da UNESP, CEM - Centro de Estudos Migratórios,

Fratelli Alinari, Fundação Pró - Memória de São Caetano do Sul, Fundação SEADE, Instituto Moreira Sales, Museu do Bexiga, Museu da Cidade de Salto, Museu da Energia, Museu Paulista, Museu de Santo André e ao Museu de São Bernardo,

nossos aggradecimentos pelo acesso aos respectivos acervos.

Ao Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e a Força Sindical nosso muito obrigado pelo apoio na impressão desta publicação.

Todo material utilizado nesse Projeto encontra-se organizado e disponível para consulta no Centro de Memória Sindical.

FICHA CATALOGRÁFICA

Evangelho Lopes, Carmen Lucia

A Participação Italiana na Organização Operária e Sindical Brasileira

Carmen Lucia Evangelho Lopes – São Paulo, Centro de Memória Sindical, 2012.

108 páginas, 265x205mm.

1. CMS – Centro de Memória Sindical – 1. História. 2. História do Brasil.

3. Sindicatos. 4. Migrações. 5. Trabalhadores 6. Organizações

Operárias 7. Greves

2. Carmen Lucia Evangelho Lopes

ISBN 978-85-66157-00-0

Saída da ItálIaPartenza dall’ItalIa » Chegada ao BraSIl » arrIvo In BraSIle

aS CondIçõeS de vIda e de traBalhole CondIzIonI dI vIta e dI lavoro

atIvIStaS e MIlItanteSattIvIStI e MIlItantI

a IMPrenSala StaMPa

ManIfeStaçõeSManIfeStazIonI

rePreSSãorePreSSIone

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A exposição fotográfica “A Participação Italiana na Organi-zação Operária e Sindical Brasileira”, foi realizada pelo Centro de Memória Sindical, com o patrocínio da Secretaria de Empre-go e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, com apoio da União dos Italia-nos no Mundo (UIM) e da Associação de Amizade Itália-Brasil, em junho de 2012. Dividiu-se em 6 partes, tentando expressar um pouco da enorme contribuição dos companheiros italianos na organização dos trabalhadores brasileiros:

La mostra fotografica “A Participação Italiana na Or-ganização Operária e Sindical Brasileira” è stata realizza-ta dal Centro di Memoria Sindacale, con il patrocinio della Segreteria ….. e dall’Istituto Italiano di Cultura di San Paolo, con il contributo dell’Unione degli Italiani nel Mon-do (UIM) e dell’Associazione di Amicizia Italia-Brasile, nel Giugno 2012, e si divide in 6 parti, con l’obbiettivo di illus-trare parte dell’enorme contributo dei compagni italiani all’organizzazione dei lavoratori basiliani:

4 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Durante tutta la nostra storia, noi brasiliano abbiamo accolto popoli che portarono con loro esperienze e cultura che hanno aiutato a costruire il paese.

Tra gli italiani che vennero a partire dagli ultimi decenni del XIX secolo, ci sono stati compagni impegnati nella diffici-le organizzazione dei lavoratori e che hanno dato un enorme contributo alla lotta per la conquista di migliori condizioni di vita e di lavoro.

Con questa mostra, nell’ambito delle celebrazioni del Mo-mento Brasile - Italia e dei 150 dell’Unità d’Italia, il Centro di Memoria Sindacale si è posto due obbiettivi fondamentali: il primo è quello di rendere omaggio ai compagni lavoratori italiani, che aiutarono a costruire una parte importante della storia dell’organizzazione operaia brasiliana, di riconoscere i loro sacrifici e la loro costante dedizione. Questa mostra è l’unico spazio, all’interno del Momento Brasile – Italia, in cui vengono ricordati e omaggiati.

Il secondo obbiettivo è di contribuire a fa sì che queste informa-zioni fosse reperibili al maggior numero possibile di lavoratori.

Con il partenariato del Ministero del Lavoro e delle Rela-zioni Lavorative e con l’Unione degli Italiani nel Mondo, abbiamo inaugurato la mostra fotografica nella Estação Sé della Metropolitana di San Paolo, e abbiamo avuto conferma dell’adeguata scelta di ubicazione, dato che il flusso costante di migliaia di persone permette un accesso molto ampio ai contenuti della mostra fotografia sulla partecipazione italiana nell’organizzazione sociale brasiliana, e siamo certi che ciò contribuirà ad un migliore esercizio di cittadinanza.

Ringraziamo calorosamente la UIM, rappresentata dal Dr. Plinio Sarti, e l’Associazione Amicizia Italia - Brasile rap-presentata dal Deputato Fabio Porta, per il sostegno ricevuto durante la realizzazione di questo progetto.

Il nostro ringraziamento va, inoltre, al Segretariato dei Trasporti Metropolitani e alla Metropolitana di San Paolo, per aver sostenuto l’iniziativa della mostra dal primo istante e per averci concesso gli spazi delle stazioni Estações da Sé, Clinicas e Luz, dove la mostra è stata aperta al pubblico nel-le date stabilite.

Ai nostri patrocinatori, Il Ministero del Lavoro e delle Rela-zioni Lavorative, rappresentato dal compagno Ortiz, metallur-gico che comprende l’importanza di questa parte di storia, e l’Istituto Italiano di Cultura di SanPaolo, a nome del Sig. Attilio De Gasperis, vanno i nostri ringraziamenti per l’invito ad organizzare questa mostra, e la certezza che iniziative così importanti rivelano il desiderio di inserire la storia dei lavora-tori nella storiografia ufficiale brasiliana.

il Centro di Memoria Sindacale ringrazia tutti coloro che han-no contribuito affinchè questo progetto potesse essere realizzato, e ricorda che il nostro lavoro ha un senso solo se si è capaci di fare luce sulla storia dei lavoratori e restituirla alla società.

Per concludere, ricordiamo il nostro motto: “ non si tratta di riscattare il passato, ma di realizzarne le speranze”

Milton Baptista de souza Filho Presidente del CMS

5A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Ao longo da história, nós brasileiros, recebemos outros povos que para cá trouxeram suas experiências e suas

culturas para ajudar a construir esse país.

Entre os imigrantes italianos, que para cá vieram desde as últimas décadas do século XIX, estavam companheiros com-prometidos com a difícil organização dos trabalhadores e que muito ajudaram nas lutas para conquistar melhores condi-ções de trabalho e de vida.

Ao organizar essa exposição, dentro das comemorações do Momento Brasil-Itália e dos 150 anos da unificação italiana, o Centro de Memória Sindical teve dois objetivos fundamentais: o primeiro deles, homenagear os companheiros trabalhadores italianos que ajudaram a construir parte importante da his-tória da nossa organização operária e sindical, reconhecendo seus esforços e dedicação constantes. Essa exposição é o único espaço dentro do Momento Brasil-Itália, onde eles são lembra-dos e homenageados.

O segundo objetivo, foi contribuir para que o maior número possível de trabalhadores tivesse acesso a essas informações.

Inauguramos a exposição fotográfica na Estação Sé do metrô de São Paulo e confirmamos o acertado da escolha do local, feita em parceria com a Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho e com a União dos Italianos no Mundo: o fluxo cons-tante e intenso de trabalhadores que por ali circulam possibili-ta que milhares de pessoas possam receber e usufruir do acesso as informações da exposição fotográfica sobre a participação italiana na organização social brasileira e, estamos seguros, em muito contribuem para um melhor exercício da cidadania.

Agradecemos imensamente a UIM, em nome do Dr. Plinio Sarti e a Associação Amizade Itália-Brasil, na figura do Depu-tado Fabio Porta, pelo apoio recebido durante todo o proces-so de execução deste Projeto.

À Secretaria dos Transportes Metropolitanos e ao Metrô de São Paulo, nossos agradecimentos por terem acolhido a ini-ciativa da exposição desde o primeiro momento, e nos cedido os espaços das Estações da Sé, Clínicas e Luz, por onde a ex-posição circulou nas datas previstas.

Aos nossos patrocinadores, a Secretaria de Emprego e Rela-ções do Trabalho, na figura do companheiro Ortiz, metalúr-gico que entende a importância da reconstrução dessa histó-ria e ao Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, em nome do Sr. Atilio De Gasperis, nosso muito obrigado pelo convite para organizar a exposição e a certeza de que iniciativas como essa revelam o compromisso de inserir a história dos trabalha-dores na historiografia oficial brasileira.

À todos que contribuíram para que esse Projeto pudesse ser realizado, o Centro de Memória Sindical agradece, afirmando que nosso trabalho só tem sentido se formos capazes de res-gatar a história dos trabalhadores e de devolve-la à sociedade.

Finalizamos, reiterando nosso lema: “não se trata de resga-tar o passado, mas de realizar suas esperanças”.

Milton Baptista de souza Filho Presidente do CMS

6 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

“Un non so che” di italiano in Brasile.

Parlare di Italia nel Brasile significa ripercorrere la storia di molte famiglie sparse in tutto il nostro paese. Ogni genera-zione ha il proprio ruolo nella salvaguardia della cultura e nella costruzione della storia. E’ quindi con immensa gioia ed allegria che ho potuto presenziare — come cittadino e in qualità di Segretario di Stato per l’Occupazione e le Relazio-ni Lavorative — all’inaugurazione di una esposizione che ci arricchisce culturalmente e storicamente. Sono convinto che ogni cittadino di questa splendida città abbia il “dovere” di dare prestigio e guardare con ammirazione la ricca storia con-tenuta ne “A participação italiana na organização operária e sindical brasileira”.

Conscio dell’importanza di affrontare le tematiche facenti parte della nostra cultura, è con soddisfazione che ho parte-cipato alla promozione dell’esposizione, a nome della Segre-tariato del Lavoro e delle Relazioni Lavorative (SERT). Il più grande traguardo raggiunto da questa iniziativa è di rappre-sentare un’anello di congiunzione tra la società e un conte-nuto di così grande spessore, in strutture accessibili a tutti, come le stazioni metropolitane.

Sono certo che le memorie racchiuse nelle fotografie saran-no motivo di emozione per i più anziani.

I giovani a loro volta potranno venire a conoscenza e dare continuità a questi decenni di storia. L’obbiettivo della mo-stra è di raccontare per preservare.

Raccontare i momenti rilevanti e decisivi del nostro sinda-calismo è di fondamentale importanza: ripercorrere l’arrivo degli italiani in Brasile, le loro condizioni di vita e di lavoro dell’epoca, il lavoro della stampa, le manifestazioni operaie e le loro repressioni, tra i vari temi, vuol dire coinvolgere i no-stri contemporanei nel contesto di lotta e determinazione che caratterizzavano quell’epoca.

Sono convinto che la storia del Brasile abbia “un non so che” di italiano. Capite?

Carlos ortiz Segretario dell’Occupazione e delle

Relazioni Lavorative di San Paolo

7A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

“Um quê” de traços italianos no Brasil

Falar de Itália no Brasil é nos remeter à história de mui-tas famílias espalhadas por nosso país. Cada geração

tem o seu papel para a manutenção da cultura e construção da história. Sendo assim, foi com muita honra e alegria que pude participar — como cidadão e secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho - da inauguração de uma exposição que muito nos engrandece cultural e historicamen-te. Não tenho dúvidas de que cada cidadão dessa magnífica cidade tem o “dever” de prestigiar e admirar a rica história contida em “A participação italiana na organização operária e sindical brasileira”.

Ciente da importância de abordarmos temas que fazem parte de nossa cultura, fiquei muito honrado em patrocinar a amostra em nome da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT). A maior conquista desta iniciativa consiste em poder proporcionar esse contato da sociedade com o valio-so acervo em locais tão acessíveis a todos como são as estações

do Metrô. Aos mais velhos, não tenho dúvida da emoção que a memória registrada nas fotos vai trazer. Os jovens, por sua vez, poderão conhecer e dar continuidade a essa história de mui-tas décadas. O objetivo da amostra é contar para preservar.

É de suma importância trazer à tona momentos relevantes e decisivos do nosso sindicalismo. Conferir a chegada dos ita-lianos ao Brasil, as condições de vida e trabalho da época, o trabalho da imprensa e as manifestações operárias e sua re-pressão, entre outros temas, significa envolver nossos contem-porâneos no contexto de luta e determinação daquele tempo.

Estou convicto que a história do Brasil tem “um quê” de traços italianos. Capisce?

Carlos ortiz Secretário de Emprego e

Relações do Trabalho de São Paulo

8 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Nel breve e splendido documentario sulle “Mura di Sana’a”, Pier Paolo Pasolini concludeva il suo appello all’UNESCO con l’affermazione della “scandalosa forza rivoluzionaria del passa-to”, esprimendo in tal modo che solo la consapevolezza e la con-servazione di ciò che ci ha preceduto consente a ciascun gruppo storico di proseguire e migliorare il cammino intrapreso.

Ebbene, è proprio questo il valore più profondo della bella mostra sulla Partecipazione italiana nell’organizzazione operaia e sindacale brasiliana, promossa dal Centro di Memoria Sinda-cale, in quanto la ricostruzione dettagliata delle prime fasi è alla base delle grandi potenzialità successivamente espresse dal mo-vimento sindacale brasiliano.

La conservazione e documentazione della nostra memoria storica in questo meraviglioso Paese, che ha accolto tanta nostra emigrazione, rappresenta altresì uno dei nostri obiettivi istitu-zionali principali ed è al centro della manifestazione nel cui am-bito è stata progettata e realizzata la mostra, “Momento Italia Brasile”, che ha voluto appunto illustrare la capillare presenza italiana in Brasile e il suo contributo determinante allo sviluppo e alla modernizzazione del Paese.

Al termine di questa avventura, desidero rivolgere il mio più sentito personale ringraziamento a tutti i compagni di strada, che l’hanno resa possibile : in primo luogo il Presidente della UIM, Plinio Sarti, ideatore e instancabile promotore del proget-to; Guido Moretti, Presidente della UIL-Brasile; Milton Baptista de Souza “Cavalo”, Presidente del Centro di Memoria Sinda-cale; Carmen Lucia Evangelho Lopes, dinamica e appassiona-ta curatrice; la Metrô da Cidade de São Paulo, che ha ospitato la mostra nella Stazione “Sé”, consentendone in tal modo la fruizione a un pubblico amplissimo e vario; il Deputato italiano Fabio Porta, adoperatosi con molta efficacia, come Presidente dell’Associazione di Amicizia Italia Brasile, nei necessari con-tatti in Italia: gli assessori David Zaia e Carlos Ortiz della Secre-taria Estadual do Trabalho, che hanno sostenuto l’iniziativa tra quelle promosse dal Governo di Stato, in base al Decreto ema-nato dal Governatore Geraldo Alckmin; il Vice Sindaco di San Paolo Alda Marco Antônio, nostra carissima e “italianissima” amica, che con la sua personale presenza ha voluto arricchire l’evento inaugurale di uno speciale significato di durevole ami-cizia tra i due Paesi.

attilio di Gasperis

Direttore Istituto Italiano di Cultura

9A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

No breve e esplêndido documentário sobre as muralhas de Sana’a, Pier Paolo Pasolini concluiu o seu apelo à UNESCO

com a declaração da “escandalosa força revolucionária do passa-do” para expressar, desta maneira, que somente o conhecimento e a conservação daquilo que nos precedeu consente a cada grupo histórico de prosseguir no caminho e melhorar a trajetória.

Pois bem, é exatamente esse o valor intrínseco da bela mos-tra sobre “A participação Italiana na Organização Sindical e Operária Brasileira”, realizada pelo Centro de Memória Sindi-cal, pois a reconstrução detalhada das fases iniciais é a base do grande potencial manifestado posteriormente pelo movimento sindical brasileiro.

A conservação e a documentação da nossa memória histó-rica neste maravilhoso País, que acolheu tantos imigrantes italianos, representa igualmente um dos nossos principais ob-jetivos institucionais e está no centro da manifestação em cujo âmbito foi projetada e realizada a mostra, “Momento Itália--Brasil”, que ilustrou a capilar presença italiana no Brasil e o sua contribuição determinante ao desenvolvimento e à moder-nização do País.

Ao final desta aventura, desejo expressar o meu mais profundo agradecimento à todos os companheiros de estrada, que a torna-ram possível: em primeiro lugar, ao Presidente da UIM, Plinio Sarti, idealizador e incansável promotor do projeto; `a Guido Mo-retti, Presidente da UIL-Brasil; ao Milton Baptista de Souza “Cava-lo”, Presidente do Centro de Memória Sindical; à Carmen Lucia Evangelho Lopes, dinâmica e apaixonada curadora; à Companhia do Metrô de São Paulo, que recebeu a mostra nas Estações da Sé, Clinicas e Luz, permitindo, desta forma, que a mesma pudesse ser vista por um vasto e variado público; ao Deputado italiano Fabio Porta, empenhando-se eficazmente, como Presidente da “Associa-ção de Amizade Itália-Brasil”, nos contatos necessários realizados na Itália; os Secretários David Zaia e Carlos Ortiz da Secretaria Es-tadual do Trabalho, que apoiaram a iniciativa entre àquelas promo-vidas pelo Governo do Estado, com base no Decreto emanado pelo Governador Geraldo Alckmin; a Vice-Prefeita de São Paulo Alda Marco Antônio, nossa caríssima e “italianíssima” amiga que enalte-ceu, com a sua presença na inauguração, o especial significado da duradoura amizade entre os dois Países.

attilio de Gasperis Diretor do Instituto Italiano de Cultura

10 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

In occasione della commemorazione dei Moment MIB Ita-lia Brasile, è stato suggerito che la UIM - Unione Italiani nel Mondo in Brasile — integrare il gruppo di lavoro istituito con decreto del governatore Geraldo Alckmin. La UIM poi ha avuto l’iniziativa di invitare l’Unione Memorial Center per presentare, attraverso la sua vasta collezione, il grande contributo di militanti italiani nei sindacati brasiliani e dei la-voratori, dal momento che le opportunità sono difficili da ri-conoscere e propagare contributo degli immigrati italiani che erano un fattore importante per l’emergere della coscienza di classe necessari per le conquiste dei diritti dei lavoratori.

È registrata presso la lotta alla mostra come idealista come Oreste Ristori, Gigi Damiani, Antonio Piccarolo, che si dedi-carono a gettare le basi del movimento sindacale brasiliana negli ultimi decenni del XIX secolo e all’inizio del XX secolo. Attraverso i giornali, riviste e opuscoli, denunciato lo sfrutta-mento e le condizioni disumane a cui erano sottoposti i lavo-

ratori, gli immigrati principalmente italiane, aziende agricole e le industrie dello Stato di Sao Paulo.

Arturo Campagnoli ha preso l’iniziativa per cercare di orga-nizzare per la prima volta, il 1° maggio in Brasile, nel 1894. In Sao Paulo, più precisamente a Libero Badaro Rua, 110, ini-ziò a progettare eventi per il Labor Day, che purtroppo sono stati ostacolati dalla repressione della polizia che ha colpito Compagnoli ei suoi compagni.

Contribuito notevolmente al successo di questo spettacolo, che è stato ospitato dal San Paolo Metro, il Dipartimento di rapporti di lavoro e del Lavoro del governo dello Stato di São Paulo, l’Istituto Italiano di Cultura del Consolato Generale d’Italia a San Paolo e l’Associazione delle Incontri Italia Bra-sile. La UIM ringraziare tutti.

plinio sarti Presidente da UIM Brasile

La partecipazione italiana in organizzazione sindacale e la lavoratrice brasiliana

1 1A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Por ocasião das comemorações do MIB Momento Itália Brasil, foi sugerido que a UIM - União dos Italianos no

Mundo no Brasil — integrasse o Grupo de Trabalho instituído por Decreto do Governador Geraldo Alckmin. A UIM teve, en-tão, a iniciativa de convidar o Centro de Memória Sindical para apresentar, através de seu importante acervo, a grande contri-buição dos militantes italianos na organização sindical e operá-ria brasileira, uma vez que são difíceis as oportunidades de se re-conhecer e propagar a contribuição dos imigrantes italianos que foram um fator determinante para o surgimento da consciência de classe, necessária às conquistas de direitos dos trabalhadores.

Está registrada nessa exposição a luta de idealistas como Oreste Ristori, Gigi Damiani, Antonio Piccarolo, que se dedi-caram a lançar as bases do movimento sindical brasileiro nas décadas finais do século XIX e início do século XX. Através de jornais, revistas e panfletos, denunciavam a exploração e as condições desumanas a que eram submetidos os trabalha-dores, principalmente os imigrantes italianos, em fazendas e indústrias do Estado de São Paulo.

Arturo Campagnoli teve a iniciativa de tentar organizar, pela primeira vez, o 1º de Maio no Brasil, no ano de 1894. Na ci-dade de São Paulo, mais precisamente na Rua Líbero Badaró, 110, iniciou-se o planejamento de manifestações para o Dia do Trabalho que, infelizmente, foram frustradas pela repressão policial que prendeu Compagnoli e seus companheiros.

Muito contribuíram para o êxito dessa Mostra, que teve como anfitrião o Metrô de São Paulo, a Secretaria de Em-prego e Relações do Trabalho do Governo do Estado de São Paulo, o Instituto Italiano de Cultura do Consulado Geral da Itália em São Paulo e a Associação de Amizade Itália Brasil. A todos a UIM agradece.

plinio sarti Presidente da UIM Brasil

A participação italiana na organização sindical e operária brasileira

12 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

L’influenza italiana nella formazione del movimento sindacale brasiliano costituisce senza dubbio uno degli aspetti più inte-ressanti e significativi della grande epopea dell’emigrazione europea nel grande Paese sudamericano.

Il massiccio arrivo di manodopera italiana tra la fine dell’ottocento e l’inizio del novecento risultò infatti determi-nante relativamente all’evoluzione del movimento operaio brasiliano: tra le centinaia di migliaia di italiani che sbarcaro-no a Santos provenienti da Napoli e Genova non pochi erano gli anarchici e i socialisti che avevano lasciato l’Italia per cer-care rifugio e riscatto nel “nuovo mondo”.

Ho avuto la fortuna e l’onore di collaborare per anni con le organizzazioni sindacali brasiliane, di San Paolo in particolare, e non conosco nessun sindacato che non abbia una traccia evi-dente e indelebile di tale presenza nelle radici della sua storia.

Una storia che non si è fermata ai primi decenni del secolo scorso; la solidarietà tra il movimento sindacale dei due Paesi è continuata ed ha avuto un importante ruolo nella lotta ai regimi dittatoriali e nel processo di democratizzazione che ha posto le basi per il successo economico del Brasile che noi tutti oggi conosciamo.

Per tutti questi motivi la mostra organizzata dal “Centro di Memoria Sindacale”, che da anni con coraggio e competenza coltiva questo importante lascito storico-culturale, ha un gran-de merito: dare il giusto risalto e valore storico ad una delle pagine più belle della perenne amicizia tra Italia e Brasile.

FaBio porta Associacione di Amicizia Italia Brasile

Presentazione

13A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Apresentação

Ainfluência italiana na formação do movimento sindical brasileiro constitui sem dúvida um dos aspectos mais

interessantes e significativos da imensa epopéia da emigra-ção européia no grande País sul americano.

A massiva chegada de mão de obra italiana entre o final do século XIX e início do século XX foi, na realidade, determi-nante para a evolução do movimento operário brasileiro: entre as centenas de milhares de italianos que desembarcaram em Santos, provenientes de Nápoles e Genova, não eram poucos os anarquistas e os socialistas que haviam deixado a Itália para buscar refúgio e liberdade no “novo mundo”.

Tive a sorte e a honra de colaborar durante anos com as organizações sindicais brasileiras, em particular de São Paulo, e não conheço nenhum sindicato que não tenha um indício evidente e indelével dessa presença nas raízes de sua história.

Uma história que não se acabou nas primeiras décadas do século passado; a solidariedade entre os movimentos sindicais dos dois Países continuou e teve um papel importante na luta contra os regimes ditatoriais e no processo de democratização que serviu de base para o sucesso econômico do Brasil, que nós todos hoje conhecemos.

Por todas essas razões, a mostra organizada pelo Centro de Memória Sindical, que há anos com coragem e compe-tência cultiva essa importante herança histórico-cultural, tem um grande mérito: dar o justo destaque e valor históri-co a uma das páginas mais bonitas da perene amizade entre a Itália e o Brasil

FaBio porta Associação de Amizade Itália Brasil

Deputado no Parlamento Italiano

14 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Storia che incoraggia!

I l Sindacato dei Metallurgici di Osasco e Provincia ha enor-me orgoglio nel contribuire al fine che questa pubblica-

zione arrivi nelle mani dei lavoratori e lavoratrici Brasiliani discendenti di varie nazionalità: italiani, giapponnesi, tedes-chi, africani, libanesi, portoghesi e tanti altri popoli che han-no costituito la forza del lavoro e la storia del nostro paese.

Furono loro che costruirono le pagine della lotta del movi-mento operaio brasiliano e, senza dubbio, la presenza italiana fú la grande influenza per il movimento sindacale brasiliano di oggi, dei grandi scioperi e del sindacalismo ai cittadini.

Conoscere questa storia ci fortifica e incoraggia per affron-tare le sfide di costruire una società piú giusta e avanzata: sog-no permanente dei lavoratori per poter avanzare nella nostra lotta, migliorando la qualità di vita e le condizioni di lavoro dei brasiliani.

È in questa direzione la preziosa contribuzione del Centro di Memoria al Sindacato che con il patrocinio della Segreteria

di Impiego e Relazioni del Lavoro di San Paolo e dell’Istituto Italiano di Cultura ha riunito parte significativa della memoria dei lavoratori immigrati che qui arrivarono e contribuirono alla organizzazione sindacale e operaia, disponibilizzandola per tutti noi. Sono informazioni necessarie alle nuove gene-razioni per sapere quanti compagni hanno dato la vita per la conquista dei diritti sociali che oggi usufruiamo.

Osasco, città sede del nostro Sindacato fù fondata da ita-liani e culla di belle lotte create daí lavotaroti immigrati e città gemella di Osasco in Italia. Questa pubblicazione è preziosa anche perchè è la storia dei lavoratori raccontata dai lavorato-ri, qualcosa senza dubbio che da peso e distingue questa pub-blicazione: il nostro punto di vista. Niente puó paragonare ad un amicizia cosi forte come quella tra Brasile e Italia.

Congratulazioni a tutti che hanno contribuito a questa pubblicazione.

JorGe nazareno

Presidente Sindacato dei Metallur-gici di Osasco e Provincia

15A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

História que encoraja!

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região tem enorme orgulho em contribuir para que esta publicação

chegue às mãos de trabalhadores e trabalhadoras, brasileiros descendentes de várias nacionalidades: italianos, japoneses, alemães, africanos, libaneses, portugueses e tantos outros povos que constituíram a força de trabalho e a história de nosso país.

Foram eles que construíram as páginas de luta do movi-mento operário brasileiro e, sem dúvida, a presença italiana foi a grande influência para o movimento sindical brasileiro de hoje, das grandes greves e do sindicalismo cidadão.

Conhecer essa história nos fortalece e encoraja para en-frentar os desafios de construir uma sociedade mais justa e desenvolvida: sonho permanente dos trabalhadores para que possamos avançar em nossas lutas, melhorando a qualidade de vida e as condições de trabalho dos brasileiros.

É nesse sentido a valiosa contribuição do Centro de Me-mória Sindical, que com o patrocínio da Secretaria de Empre-

go e Relações do Trabalho de São Paulo e do Instituto Italiano de Cultura, reuniu parte significativa da memória dos traba-lhadores imigrantes que para cá vieram e contribuíram para a organização sindical e operária, disponibilizando-a para todos nós. São informações necessárias às novas gerações para que saibam quantos companheiros deram a vida para a conquista dos direitos sociais que hoje usufruímos.

Osasco, cidade sede de nosso sindicato, foi fundada por italianos, é berço de lindas lutas desenvolvidas por trabalhado-res imigrantes e cidade-irmã de Osasco na Itália.

Essa publicação é valiosa, também, porque é a história dos trabalhadores contada por trabalhadores, algo que, sem dúvidas, dá peso e diferencial a esta publicação: o nosso olhar. Nada mais a altura de uma amizade tão forte como a amizade Brasil-Itália.

Parabéns a todos que contribuíram para a materialização desta publicação.

JorGe nazareno Presidente do Sindicato dos

Metalúrgicos de Osasco e Região

16 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Costruendo na nostra storia

C on l’immigrazione italiana, movimento iniziato alla fine del XIX secolo, ebbe inizio la formazione della

classe operaia Brasiliana, dovuto al fatto che il lavoro con salario sostituiva il lavoro di schiavitù.

Nel Brasile, fino a quel momento, regnava una socie-tà ritardada in termine di diritti sociali e con pratiche di schiavitù.

Gli immigrati italiani vennero all’inizio per lavorare nel-le fattorie di caffè e in un secondo momento nelle industrie di San Paolo, passando ad avere un ruolo fondamentale nel organizzazione del movimento operaio brasiliano a ragione dell’esperienza di organizzazione avuta nel loro paese di ori-gine. Per affrontare lo sfruttamento passarono a contribuire nell’organizzazione dei lavoratori per conquistare diritti e poter ridurre l’orario di giorni di lavoro. Furono le prime innovazioni della prima fase dell’organizzazione sindacale.

La formazione dei sindacati divenne piú solida con il 1º Congresso Operaio Brasiliano nel 1906 e si distaccarono per gli schioperi nel Paese nel decennio successivo.

San Paolo fu un palco provilegiato delle grandi lotte sindacali. Gli anarchisti e socialisti italiani, scatenarono un’ondata di scioperi e ribellioni contenute peró attraverso una violenta repressione della polizia.

Loro “italiani” ci hanno lasciato molti insegnamenti sul ruolo del sindacato nell’organizzazione, mobilitazione e con-sapevolezza dei lavoratori per un salario migliore , piú diritti ed una migliore qualità di vita. La lotta diceva di creare i presupposti appunto della consapevolezza dei lavoratori.

MiGuel torres

Presidente sostituto della Força Sindical

17A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Construindo nossa história!

C om a imigração italiana, movimento que começou no final do século XIX, iniciou-se a formação da classe

operária brasileira, pois o trabalho assalariado substituiu o trabalho escravo.

No Brasil, imperava uma sociedade atrasada em termos de direitos sociais e com práticas escravocratas.

Os imigrantes italianos vieram primeiro para as fazendas de café e depois para fábricas de São Paulo e passaram a exercer um papel fundamental na organização do movimen-to operário brasileiro, em razão das experiências de organi-zação adquiridas em seu país de origem. Para enfrentar a exploração, passaram a contribuir na organização dos tra-balhadores para conquistar direitos e reduzir a jornada de trabalho. Foram as grandes lideranças na primeira fase de organização dos sindicatos.

Fundaram sindicatos, tornaram-se maioria no I° Congres-so Operário Brasileiro, em 1906, e atuaram com destaque nas greves no país da década de 1910.

E São Paulo foi um palco privilegiado de grandes lutas. Os anarquistas e socialistas italianos desencadearam uma onda de greves e rebeliões, contida mediante violenta re-pressão policial.

Eles nos deixaram muitos ensinamentos sobre o papel dos sindicatos na organização, mobilização e conscientização dos trabalhadores por melhores salários, mais direitos e melhor qualidade de vida. A luta, diziam, tem de levar à emancipação política dos trabalhadores.

MiGuel torres Presidente em exercício

da Força Sindical

18 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

19A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

A PartidaLa Partenza

20 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Partenza.... Speranza

Emigrare, lasciare per sempre la nostra patria, la terra che ci vede nascere e crescere, dove nacquero e crebbero i no-stri antenati e i nostri figli, dove si parla la nostra lingua madre, di cui conosciamo gli usi e i costumi è sempre un atto triste e doloroso.

Anche quando la crisi ci mette alle strette ed è necessario fare delle scelte per sopravvivere, emigrare è una decisione razionale che però non risparmia grandi sofferenze emotive.

E fu così che migliaia di lavoratori italiani, in lotta per la so-pravvivenza, lasciarono la loro terra e decisero di intraprende-re il duro viaggio verso una terra lontana, quasi sconosciuta, dall’altra parte dell’immenso oceano.

La grave crisi che soffocava l’Europa aveva colpito anche l’I-talia, che era appena diventata una nazione. Le guerre di uni-ficazione avevano debilitato il neonato paese e i cambiamenti imposti dalle nuove regole della rivoluzione industriale e dello sviluppo del capitalismo, si traducono in enormi difficoltà sia nelle campagne, sia nelle città. In questo nuovo quadro econo-mico, la produzione di alimenti era insufficiente e i lavoratori soffrivano la fame.

(1) Estratto da una lettera al

ministro italiano Giovanni Nicotera, da contadini della

Lombardia nel 1876

“Coltiviamo grano e non so cosa sia il pane bianco. Coltiviano vigneti e no bere vino. Pren-dersi cura degli animali e mai mangiare carne. In-dossari stracci, vivo in covis. E con questo, non si vuole emigrare? Oppressi e vessati in ogni modo possibile, andiamo via,per voi a vivero meglio...”

Questi vennero portando con loro la loro esperienza ed i loro sogni di costruire una vita migliore... In principio, la loro desti-nazione furono le fazenda, le piantagioni di caffè nello stato di San Paolo, dove il processo di abolizione della schiavitù impli-cava la sostituzione del lavoro degli schiavi. Successivamente si insediarono nelle città, portando con sé la loro lingua, le loro canzoni e le loro idee per costruire un mondo migliore.

La nascente classe operaia brasiliana era soggetta a pessime condizioni lavorative, condizioni che l’Europa aveva conosciu-to agli inizi del XIX secolo ed era inesperta in materia di orga-nizzazione sociale, dato che fino a quel momento le relazioni di lavoro erano prettamente schiaviste.

Parte della lettera inviata al Ministro Italiano Giovanni Ni-cotera dai contadini lombardi nel 1876

21A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Partenza ... Speranza

emigrar, deixar para sempre a nossa pátria, a terra que nos viu nascer e crescer, onde nasceram e cresceram nossos

antepassados e nossos filhos, falamos a língua materna, domi-namos os hábitos e costumes é sempre um ato doloroso e triste.

Mesmo quando a crise nos atinge e precisamos decidir pela sobrevivência, emigrar é uma decisão racional que não impe-de que o afetivo sangre.

Foi assim, que milhares de trabalhadores italianos lutando pela sobrevivência deixaram sua pátria e optaram pela dura viagem para uma terra longínqua, quase desconhecida, que ficava do outro lado do imenso oceano.

A grave crise que assolava a Europa havia chegado a Itália que acabava de se unificar. As guerras pela unificação haviam debilitado o nascente país e as mudanças ocasionadas pelas novas regras impostas pela revolução industrial e pelo desen-volvimento do capitalismo impunham enormes dificuldades tanto no campo quanto na cidade. Não havia produção de alimentos para todos neste novo quadro econômico e a fome assolava os trabalhadores.

(1) Trecho da carta enviada ao Ministro italiano Giovanni Nicotera, por camponeses da Lombardia em 1876

“Cultivamos o trigo e não sabemos o que é pão branco. Cultivamos vinhas e não bebemos vinho. Criamos animais e nunca comemos carne. Vesti-mos farrapos e moramos em covis. E com isso, o senhor não pretende que emigremos? Oprimidos e vexados de todas as maneiras possíveis, partimos, para que o senhor viva melhor ...”1

Eles vieram e trouxeram consigo suas experiências e seus sonhos de construir uma vida melhor... no início, seu desti-no eram as fazendas de café do interior de São Paulo, onde o processo de abolição da escravatura exigia a substituição do trabalho escravo. Mas, logo povoaram as cidades, com seu lin-guajar próprio, suas canções e suas idéias para construir um mundo melhor.

O nascente operariado brasileiro sofria as péssimas con-dições de trabalho que a Europa já vivenciara no inicio do século XIX e era inexperiente na prática da organização social, pois até aquele momento as relações de trabalho eram fundamentalmente escravocratas.

Rapidamente os imigrantes italianos que aqui chegaram fun-daram uma imprensa operária, parte significativa foi impressa na língua materna, para esclarecer seus compatriotas e convocá--los à organização. Outras foram escritas em português, embora a maioria dos trabalhadores brasileiros pouco conhecesse da lei-

22 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

tura e da escrita. Foram incessantes na difusão de suas idéias, de sua concepção de mundo, na fundação de organizações para lutar por melhores condições de vida e de trabalho.

Perseguidos, centenas foram presos, responderam a pro-cessos policiais e muitos deles foram deportados para o país natal, para países vizinhos ou para o campo de Cleve-landia (Amapá). Alguns insistiram e voltaram, para nova-mente enfrentar as prisões e a deportação.

Hoje, quando a Itália comemora os 150 anos de sua unifica-ção, ressaltar a participação de um grupo significativo de mi-litantes italianos na organização dos trabalhadores brasileiros, sem avaliar suas ideologias ou crenças políticas, é a maneira mais simbólica que encontramos para agradecer a todos aque-les que deixaram seu país, familiares e companheiros, muitas vezes fugindo da perseguição política italiana para enfrentar as perseguições políticas brasileiras. Todos aqueles que doa-ram o melhor de suas vidas para contribuir na construção da organização sindical e operária em nosso país.

Aos companheiros italianos que para cá vieram e lutaram por um Brasil melhor, a certeza de que suas idéias e suas ações germinaram e fortaleceram a luta permanente por um mundo mais igual que permita realizar suas esperanças.

Centro de MeMória sindiCal

In poco tempo, gli immigrati italiani fondarono un giorna-le operaio, di cui una parte significativa era scritta nella loro lingua materna per facilitare la comprensione ai propri com-patrioti e convocarli alle riunioni dell’organizzazione. Un’altra parte venne scritta in portoghese, nonostante la maggior parte dei lavoratori fosse analfabeta. La stampa fu fondamentale per la diffusione di idee, di concezione del mondo nella continua lotta per migliori condizioni di vita e di lavoro.

Perseguitati ed arrestati in centinaia, furono sottoposti a processi pensali e molti furono deportarti in Italia,in paesi vicini o per le piantagioni di Clevelandia (Amapà). Alcuni in-sistettero e tornarono, per rivivere nuovamente la prigionia e la deportazione.

In occasione delle celebrazioni per i 150 anni di Unità d’I-talia, mettere in risalto la partecipazione di un gruppo signi-ficativo di militanti italiani dell’organizzazione dei lavoratori basiliani, senza giudicarne le ideologie o il credo politico, è il modo più significativo da parte nostra di rendere omaggio a tutti coloro che lasciarono il proprio paese, famiglia, com-pagni, in molti casi per sottrarsi alla persecuzione politica ita-liana, per affrontare le persecuzioni politiche in Brasile. Tutti coloro che hanno contribuito con i migliori anni della propria vita alla costruzione dell’organizzazione sindacale e operaia nel nostro paese.

Centro di MeMoria sindaCale

23A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

A decisão de imigrar é sempre difícil. Significa afastar-se de tudo que constituiu nossa identidade ao longo da

vida, abandonar pessoas queridas, lugares que nos marcaram o afetivo, sabores que nos acompanharão para sempre na memó-ria, odores que impregnarão nossa alma de saudades, hábitos e tradições que nos formaram. No entanto, as vezes, a realidade força essa decisão.

Foi assim na segunda metade do século XIX, quando a Eu-ropa vivia a expansão do desenvolvimento do capitalismo. A Itália havia passado por um duro período de guerras para uni-ficar seu território num Estado Moderno e as exigências cria-das pela expansão da Revolução Industrial impunham um duro quadro de necessidades à população, principalmente no cam-po. A Itália não dispunha, em seu solo, das matérias primas necessárias para impulsionar a industrialização: carvão e ferro; desconhecia os hábitos e costumes industriais (regime e ritmos de trabalho, noção de disciplina e de propriedade dos meios de produção, etc.); o mercado interno estava em formação; não havia acumulado excedente de capital que lhe possibilitasse exportar e necessitava de capital externo para seu desenvolvi-mento interno. Essa realidade impunha um lento crescimento industrial ao recente país, insuficiente para garantir a sobrevi-vência daqueles que haviam sido expulsos da economia rural pelo avanço do capitalismo na região.

La decisione di emigrare è sempre difficile. Implica allonta-narsi da tutto ciò che ha fatto parte della nostra identità per una vita intera, abbandonare i propri cari, i luoghi pregni di importanza emotiva, i sapori che accompagnano per sempre la memoria, gli odori che risvegliano la profonda nostalgia, le abitudini e le tradizioni che formano la propria identità. A volte, però, è la realtà che impone questa decisione.

Accadde ciò durante la seconda metà del XIX secolo, quan-do l’Europa viveva l’espansione dello sviluppo del capitalismo. L’Italia era reduce da un periodo di guerre che accompagna-rono l’unificazione del territorio verso uno Stato Moderno, e le ripercussioni della Rivoluzione Industriale sono particolar-mente aspre per la popolazione, specialmente per i contadini. L’Italia non disponeva delle materie necessarie per sostenere/ poter affrontare l’industrializzazione, vale a dire carbone e ferro, e non aveva familiarità con l’industria (ritmi e regimi lavorativi, nozione di disciplina e di proprietà dei mezzi di produzione ecc.). Il mercato interno non si era ancora for-mato del tutto, non aveva accumulato il capitale necessario per l’export e necessitava di capitale esterno per lo sviluppo del settore interno. Questa realtà avvia una lenta crescita del paese, crescita insufficiente a garantire la sopravvivenza di co-loro che erano stati esclusi dall’economia rurale a causa degli avanzamenti del capitalismo nella regione.

Le tasse alte, necessarie al finanziamento e all’accumulo nelle casse del nuovo Stato, le calamità naturali e le epidemie in aumento, dovute alla crescita urbana, rappresentano un enorme ostacolo per la popolazione.

24 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Le dure condizioni causate dall’arrivo del capitalismo nella campagna italiana si unirono ad una realtà che ali-mentava i “sogno americano”, stimolato dalla forza eco-nomica italiana che vedeva nei movimenti migratori molti vantaggi. I proprietari terrieri licenziavano i contadini, che addirittura eccedevano la produzione necessaria; lo Stato da poco unificato imponeva delle misure fiscali pesanti, le banche si organizzarono per mantenere il monopolio del-le transazioni finanziarie degli immigrati, che inviavano denaro alla propria terra natale, e le imprese marittime e ferroviarie intensificarono la propaganda sui benefici dell’immigrazione.

Coloni della zona di Mantova, Lombardia

in partenza per il Brasile, 1881

Os altos impostos, necessários ao financiamento e acumu-lação do novo Estado, os f lagelos naturais e as epidemias que aumentavam devido ao crescimento urbano impunham um enorme sacrifício da população.

As duras condições criadas pela penetração do capitalismo no campo italiano passou a conviver com uma realidade que ali-mentava o sonho de “fazer a América”, estimulado pelas forças econômicas italianas que compreenderam as vantagens que po-deriam tirar do movimento imigratório. Os proprietários rurais expulsavam os “contadini” que ainda excediam o necessário a produção; o Estado recentemente unificado instituía pesadas medidas fiscais, os bancos se organizavam para reter o mono-pólio das transações financeiras dos imigrados que enviariam economias para a terra natal e as empresas marítimas e ferroviá-rias intensificavam a propaganda dos benefícios da imigração.

Colonos da região de Mântua, Lombardia, que partiram para o

Brasil, 1881, Acervo

25A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

(1) (1)Alvim, Zuleika: “Brava Gente: os italianos em São Paulo”.

L’immigrazione, per l’Italia, è una necessità. Devo-no partire trai i 200 e i 300 mila individui ogni anno, così che possano trovare lavoro coloro che restano”1.

Dall’altro lato, il Brasile viveva un momento di transizione tra la schiavitù e il lavoro libero. Era stata adottata una le-gislatura che impediva il traffico ed il commercio di schiavi con mire all’abolizione della schiavitù, creando la necessità di sostituire la mano d’opera degli schiavi nei campi, special-mente nelle fazendas di caffè all’interno dello stato di San Paolo. Vennero stabilite le condizioni per l’incentivo ai flussi migratori, nonostante gli strumenti per garantire l’entrata de-gli immigranti nel paese fossero ancora scarsi.

Considerando entrambi i lati della medaglia, questo proces-so non è una semplice variante/manovra economica, poiché coinvolge individui con una storia, un passato, dei legami af-fettivi e professionali, delle ideologie politiche e delle credenze religiose. Tutti questi fattori entrano in gioco nel momento in cui si decide di emigrare. Nel definire il proprio futuro e quello della propria famiglia, l’immigrato deve affrontare due realtà diverse tra loro. Bisogna mettere in conto ambizioni, dispute, disillusioni, sogni ed aspettative. Che dura decisione da prendere!

“A emigração, para a Itália, é uma necessidade. Preci-samos que partam de 200 a 300 mil indivíduos por ano, para que possam encontrar trabalho os que ficam”1.

Por outro lado, o Brasil vivia o momento de transição entre o trabalho escravo e o trabalho livre, aos poucos adotava uma legis-lação que impedia o trafego e o comércio de escravos em direção a abolição da escravatura, criando a necessidade de substituir a mão de obra escrava no campo, em especial nas fazendas de café do interior paulista. Estavam estabelecidas as condições para o incentivo ao fluxo imigratório, embora fossem ainda incipientes os instrumentos para garantir a entrada dos imigrantes no país.

Lista di immigranti imbarcati sul vaporetto Maranhao, in parteza da Genova per Santos, 1897. Archivio APESP.

Relação imigrantes embarcados no vapor Maranhão partindo de Gênova para Santos, 1897, Acervo APESP

26 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Il grande flusso migratorio dal 1870 al 1920 coinvolse mi-lioni di cittadini che da diverse regioni d’Italia portavano con sè usi, costumi, tradizioni, dialetti, esperienze di vita, di orga-nizzazione e di partecipazione sociale. In un primo momento (1870-1885), la politica di immigrazione in Brasile non era molto chiara: considerava l’immigrazione come strumento per arginare la pressione dei fazendeiros (i proprietari del-le piantagioni di caffè) della parte ovest della regione di San Paolo che necessitavano di manodopera. Le famiglie italiane che giunsero all’epoca appartenevano al gruppo dei mezzadri, piccoli proprietari terrieri e latifondisti dell’Italia Settentrio-nale (Emilia Romagna, Lombardia, Piemonte, Veneto) o Me-ridionale (Basilicata, Calabria, Campania, Molise), regioni in cui l’ascesa del capitalismo causava la concentrazione delle proprietà, alte imposte sulla terra, una maggiore offerta di prodotti a prezzi più bassi nel mercato e la proletarizzazione della mano d’opera per sopperire al processo di industrializ-zazione che stava avvenendo in maniera non omogenea né uniforme. Questo quadro impose, ai lavoratori che l’industria italiana non fu in grado di includere, di lasciare il paese, date le gravi condizioni di miseria in cui erano obbligati a vivere.

Se essa decisão tem dois lados, esse processo não é uma variável econômica simplesmente e envolve pessoas, indiví-duos que possuem uma história, um passado, laços afetivos e profissionais, ideologias políticas e credos religiosos. Tudo isso se mistura no momento da decisão de emigrar. São duas realidades diversas que devem ser enfrentadas pelo mesmo imigrante, definindo seu futuro e de sua família. São tensões, ambições, disputas, desilusões, sonhos e expectativas que de-vem ser considerados.

Penosa decisão de uma vida!

Cartaz da imigração, 1911. Acervo APESP

Documenti di immigrazione, 1911

Archivio APESP.

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La Associação Auxiliadora de Colonização e Imigração, fondata nel 1871 dal Governo Imperiale, ricevette 100 conti per sopperire alle spese dei biglietti, tuttavia le critiche mosse dai fazendeiros della Vale do Paraìba limitarono la sovvenzio-ne dei biglietti degli immigranti fino al 1885. Nel frattempo, intorno al 1877, il Governo Imperiale contrattò un agente/intermediario che aveva il compito di reclutare lavoratori in Italia. Secondo il contratto, l’agente promotore era autorizza-to a far sapere, tramite i foglietti di propaganda, nel momento dello sbarco “gli immigranti avrebbero avuto un passaggio gratuito dal punto di sbarco fino al luogo di permanenza da loro scelto, e terra, semi, alimenti per oltre 6 mesi; e che sa-rebbero potuti diventare proprietari se avessero dato prova di

Volantino utilizzato dagli Agenti di Propaganda nella promozione dell’emigrazione in Italia

Panfleto que os Agentes de Propaganda utilizavam para promover a emigração na Itália “Na América/ Terras no Brasil para os italianos./Navios em partida todas as semanas/do Porto de Gênova. Venham construir os seus sonhos com a família./Um país de oportunidade. Clima tropical e abundância./ Riquezas minerais.No Brasil voces poderão ter o seu castelo./O governo dá terras e utensílios a todos.” Acervo CMS

Documenti sull’immigrazione, San Paolo, 1886. Archivio CMS.

Cartaz da Imigração, São Paulo, 1886. Acervo CMS

essersi stabiliti in modo permanente.” L’acquisto del bigliet-to, che veniva rimborsato all’arrivo in Brasile, era unicamen-te alla portata di piccoli proprietari, latifondisti e mezzadri, ossia coloro che erano in grado di accumulare la cifra mini-ma necessaria per partire.

Fino alla definizione di una Politica di Immigrazione uf-ficiale, questo tipo di reclutamento di immigranti fu fonda-mentale per rispondere alla necessità di braccianti nel settore della coltivazione del caffè nella zona ovest della regione di San Paolo. Tuttavia, tra coloro che si imbrcavano non vi era-no solo agricoltori, ma anche individui senza esperienza nel settore che, una volta arrivati , si rifiutavano di lavorare alla coltivazione del caffè.

28 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

La seconda ondata migratoria in Brasile (1885-1902) è ca-ratterizzata dalla definizione di una politica di immigrazione che va appannaggio dei proprietari terrieri della parte occi-dentale della regione di San Paolo, ed si basa essenzialmente sull’incentivo all’immigrazione italiana. In Italia l’agricoltura arrancava a causa della concorrenza dei prodotti di importa-zione, venduto a prezzi nettamente inferiori a quelli di pro-duzione locale. Di conseguenza, i piccoli produttori agricoli erano obbligati ad abbandonare il campo. Nelle regioni più avanzate, dove il capitalismo era già dominante ed era già presente l’industria, avvenne la transizione dei lavoratori in proletari rurali, ossia i braccianti. Saranno questi immigranti a costituire il primo contingente di lavoratori a San Paolo.

Questi lavoratori immigrarono all’interno di una politica sovvenzionata dalla Provincia di San Paolo. La Società Promo-trice dell’Immigrazione (SPI), fondata dai fazendeiros dello Stato di San Paolo, era un’impresa privata con il compito di organizzare viaggi e provvedere alla collocazione dei lavora-tori immigranti, di concretizzare le possibilità dei braccianti che necessitavano mezzi per l’acquisto dei biglietti, di dare viabilità all’immigrazione. Durante il primo anno di operato, la SPI stilò un contratto con il Governo dello Stato di San Paolo, assumendo il compito di promuovere l’immigrazione italiana e di contrattare imprese di navigazione, per provvede-re al trasporto di passeggeri.

La SPI promosse i proprio obbiettivi tramite una grande campagna pubblicitaria, presentando, attraverso la stampa, l’offerta sui biglietti per i familiari di immigrati perchè si riunissero in Brasile. La domanda di forza lavoro era tanto grande da spingere l’allora presidente della Provincia di San Paolo, Martinho Prado, a recarsi in Italia per siglare un accor-do ufficiale che assicurasse l’arrivo a San Paolo di un maggior numero di agricoltori rispetto ad altri tipo di persone.

O grande movimento migratório de 1870 a 1920, envolveu milhões de cidadãos que partindo de diversas regiões da Itá-lia traziam consigo diferentes costumes, hábitos culturais, dialetos, conhecimentos de vida, de organização e de parti-cipação social. No primeiro momento, (1870/1885), o Bra-sil ainda não tinha uma política imigratória clara, acolhia a imigração como forma de atender a pressão dos fazendeiros de café do Oeste paulista que necessitavam de braços para a produção do café. As famílias italianas que aqui chegaram nesse período, pertenciam, em sua maioria, ao conjunto dos meeiros, pequenos proprietários e arrendatários da Itália se-tentrional (Emilia Romagna, Lombardia, Piemonte, Veneto) ou meridional (Basilicata, Calabria, Campania, Molise), re-giões onde a entrada do capitalismo no campo provocava a concentração das propriedades, altos impostos sobre a terra, maior oferta de produtos a preços mais baixos no mercado e a proletarização da mão de obra para atender ao incipiente processo de industrialização, que não ocorria de maneira ho-mogênea nem uniforme, liberando do campo um excedente de trabalhadores que a indústria italiana não conseguia ab-sorver, impondo a miséria aos trabalhadores e necessidade de sair do país como alternativa de sobrevivência.

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A Associação Auxiliadora de Colonização e Imigração, criada em 1871 pelo governo imperial, recebeu 100 contos para arcar com as despesas no pagamento das passagens, mas as críticas dos fazendeiros do Vale do Paraíba mantive-ram limites a subvenção para as passagens dos imigrantes até 1885. Entretanto, por volta de 1877, o governo imperial estabeleceu um contrato com um agenciador para recrutar trabalhadores na Itália. Esse contrato autorizava o agente promotor a divulgar nos folhetos de propaganda que, ao

Dipinto di Angelo Tommasi – Gli Emigranti, 1895.

Pintura Angelo Tommasi – Os Emigrantes, 1895 Acervo

desembarcar os “imigrantes teriam passagem gratuita do porto de desembarque a sede da residência escolhida, ter-ra, sementes, alimentos por mais de 6 meses e poderiam torna-se proprietários assim que tivessem dado provas de estabelecimento fixo.” Nesse período, era necessário dispor de alguns recursos para comprar a passagem que seria reem-bolsada no Brasil, limitando a imigração aos pequenos pro-prietários, arrendatários e meeiros que conseguiam reunir o minimo necessário para partir.

30 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

“... (…) e, per la prima volta, con il premesso con-ceduto dal Governo tramite circolari emesse alle au-torità, si aprirono le porte dall’Italia a San Paolo, e vennero addirittura stabiliti i luoghi dove i nostri agenti avessero potuto prelevare le persone...”1

Durante la terza fase (1902-1920) si consolida il processo mi-gratorio iniziato da San Paolo e si estende a tutto il paese, a causa del divieto di immigrazione imposto a seguito delle pesanti denunce mosse dal Governo Italiano circa le condizioni lavora-tive degli immigrati nelle piantagioni di caffè dello Stato di San Paolo. Il Decreto Pintetti del 1902 sospese la concessione li li-cenze per il trasposto sovvenzionato (e gratuito) degli immigrati ad alcune navi. In seguito all’unificazione politica dello Stato Italiano, ci fu l’apertura a nuovi mercati per l’economia del Mez-zogiorno, facendo sorgere così la necessità di un miglioramen-to degli accessi alla regione. La competitività di questi mercati richiedeva una maggiore produttività; la produzione casearia e le piccole industrie artigianali furono soffocate/sopraffatte, lasciando il passo alla coltivazione di grano, che non era com-patibile con le condizioni geografiche dell’Italia Meridionale. Regioni come la Basilicata, la Sicilia, la Calabria, la Campania e l’Abruzzo, nelle quali le relazioni sociali di produzione erano antiquate e semifeudali, “espulsero/radiarono/allontanarono” contadini per i lavori nelle piantagioni di caffè brasiliane.

In queste regioni, la propaganda ad opera della Provincia di San Paolo metteva in risalto le bellezze e le ricchezze delle terre della regione brasiliana, affermando che “(...) nei paesi con una numerosa popolazione in relazione al territorio (…) è presente la concorrenza tra i lavoratori (…) il lavoro è poco per il gran

Bilhetes de embarque de 3ª classe de

Gênova para Santos, 1911 Acervo APESP

Biglietti di imbarco di 3ª classe da Genova

per Santos , 1911. Archivio APESP.

numero di braccia che cerca di sopravvivere (..) … (…) l’emigran-te e la sua famiglia non devono spendere assolutamente nulla per il biglietto, dato che è il Governo dello Stato a pagare... (…)” garantendo a coloro che pagassero i biglietti, il diritto “ di essere indennizzati dalla Zecca dello Stato”, informando che da Napo-li e Genova salpavano “quattro linee di navi a vapore per Santos che avevano l’autorizzazione per il trasporto di immigranti”2

Alcune canzoni popolari italiane cantavano del dolore della partenza. “Italia bella, mostrati gentile”, del folclore toscano di fine XIX secolo nel dialetto di Casentino, piccolo paesino della provincia di Arezzo, cantava la speranza di ri-manere nel paese.

(2) Alvim Zuleika, op.cit

(1) Discorso di

Martinho Prado

Junior all’Assemblea

Legislativa di San

Paolo il 17/11/1888,

(Beiguelman,

op. cit. p.103)

31A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

(1) Discurso de

Martinho Prado Jr,

Assembléia Legislativa

de SP em 17/11/1888,

citado Beiguelman,

op.cit. pag 103.

Até que fosse definida uma política oficial de imigração, esse tipo de ação de arregimentação de imigrantes foi funda-mental para atender a necessidade de braços na cafeicultura do Oeste paulista. Apesar desses esforços, embarcavam entre os agricultores indivíduos que não tinham experiência no trabalho do campo e ao chegar aqui se negavam a ir para as lavouras de café.

O segundo momento da imigração (1885-1902) se caracteri-za, no Brasil, pela definição de uma política imigratória favorá-vel aos fazendeiros do Oeste paulista, essencialmente baseada no incentivo a imigração italiana. Na Itália, a agricultura so-fria a concorrência dos produtos similares vindos do exterior a preços muito inferiores ao custo de produção local. Em con-seqüência, o pequeno produtor agrícola foi obrigado a deixar o campo e nas regiões mais desenvolvidas onde as relações capitalistas já eram dominantes e a indústria se implantara, ocorreu a transformação desses trabalhadores em proletários rurais, os braccianti. São esses imigrantes, que vão compor o primeiro contingente de trabalhadores em São Paulo.

Esses trabalhadores imigram dentro de uma política subven-cionada pela Província de São Paulo. A Sociedade Promotora de Imigração – SPI, criada em 1886, por fazendeiros paulistas, era uma empresa privada com responsabilidade de organizar as viagens e providenciar uma colocação para os trabalhadores imi-grantes, oficializava as possibilidades dos “braccianti”, sem re-cursos financeiros para as passagens, de viabilizarem a imigra-ção. No ano seguinte, a sua criação a SPI fechou contrato com o Governo paulista assumindo a responsabilidade de promover a imigração italiana e a contratar as empresas de navegação para realizar o transporte de passageiros.

A Sociedade Promotora de Imigração promoveu uma forte campanha de publicidade de seus objetivos, anunciando nos jor-nais a oferta de passagens para familiares dos imigrantes que desejassem vir para o Brasil. A necessidade de braços para a lavoura era tão grande que, o então presidente da Província de São Paulo, Martinho Prado foi a Itália para estabelecer um acor-do oficial que permitisse aumentar a entrada de agricultores em São Paulo e evitasse a viagem de outros tipos de pessoas.

“ ... (...) e, pela primeira vez, com o assentimen-to expresso do governo, por meio de circulares às autoridades, abriram-se as portas da Itália a São Paulo, determinando-se até os lugares de onde po-diam nossos agentes retirar pessoas ...”1

Já o terceiro momento (1902-1920), consolida o processo imigratório iniciado por São Paulo, o amplia para o restante do país e proibe a migração subvencionada, depois das graves de-núncias ao governo italiano sobre as condições de trabalho dos imigrantes nas fazendas de café paulistas. O Decreto Pinetti, 1902, suspendeu a concessão de licenças de alguns navios para o transporte subvencionado (gratuito) dos emigrantes. Com a unificação política do Estado italiano, ocorreu a abertura de novos mercados para a economia do sul do país provocando a necessidade de melhoria dos acessos à região. A disputa por es-ses mercados exigia maior produtividade, sufocando a produção de laticínios e a pequena indústria artesanal, cedendo espaço a plantação de grãos que não se adaptavam as condições geográfi-cas da Itália Meridional. Regiões como Basilicata, Sicilia, Calá-bria, Campania e Abruzzi, onde as relações sociais de produção eram atrasadas e semi-feudais, “expulsaram” camponeses para as lavouras de café brasileiras.

32 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

A propaganda que o governo da Provincia de São Paulo fazia nessas regiões acentuava as belezas e a fartura das terras pau-listas e afirmava que “(...) nos países que tem população gran-de em relação ao seu território (...) aparece a concorrência dos trabalhadores (...) o trabalho é pouco para o grande numero de braços que procura viver (...) ... (...) o emigrante não precisa

gastar absolutamente nada em passagem para si e para a famí-lia, pois é o governo do estado quem paga ... (...)”, garantindo aos que pagassem as próprias passagens o direito “de serem in-denizados pelo Tesouro do Estado”, informando ainda que de Nápoles e Gênova saiam “quatro linhas de vapores para Santos que ainda continuavam autorizadas a transportar emigrantes”.1

(1) Alvim Zuleika, op.cit

Immigranti al porto, s.l., s.d Archivio

Pubblico dello Stato di San Paolo.

Imigrantes no porto, sI, sd. Arquivo

Público do Estado de São Paulo

33A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Algumas canções populares italianas cantavam a dor da par-tida. Italia Bella, Mostrati Gentile (Itália Bela, Mostra-te Gen-til), do folclore toscano do final do século XIX, cantava no dia-leto de Casentino em Porciano, pequeno vilarejo da província de Arezzo, a esperança de permanecer no país.

“Itália Itália bela, mostra-te gentil / e os filhos teus não abandonar, / se não eles vão todos para o Brasil / e não se lembram mais de voltar. / Ainda aqui have-ria trabalho, /sem ter que emigrar para a América. / O século presente está nos deixando, / e o novecentos se aproxima. / Eles tem a fome pintada na cara / e para saciá-los não existe a medicina. / A cada momento es-cutamos dizer: / ”E vou pra lá onde tem a colheita do café” / A cada momento escutamos dizer: / “E vou pra lá onde tem a colheita do café”.

O operário não trabalha / e a fome o devora, / e aqui os assalariados / não sabem como fazer para ir pra frente. / Esperaremos no novecentos, / acabará este tormento, / mas este é o problema, / o pior toca sempre ao operário. A cada momento escutamos dizer: “E vou pra lá onde tem a colheita do café”. / A cada momento escutamos dizer: / E vou pra lá onde tem a colheita do café”.

Não sobrou mais do que padres e frades, / freiras de convento e franciscanos, / e certos comerciantes deses-perados / de impostos não conhecem os limites. / Virá um dia que também eles deverão partir / pra lá onde tem a colheita do café. / Virá um dia que também eles deve-rão partir / pra lá onde tem a colheita do café. Garotas que procuravam marido / vêem partir o seu namorado. / Vêm partir o seu namorado / e elas ficam aqui com o senhor pároco. / Virá um dia que também elas deverão partir / pra lá onde tem a colheita do café.”

“Italia bella, mostrati gentile e i figli tuoi non li ab-bandonare, sennò ne vanno tutti ni’ Brasile e ‘un si rìcordon più di ritornare Ancor qua ci sarebbe da la-vorà, senza stà in America a emigrà. Il secolo presente qui ci lascia, i’ millenovecento s’avvicina; la fame ci han dipinto sulla faccia e per guarilla ‘un c’è la me-dicina Ogni po’ noi si sente dire: E vo là dov’è la rac-colta del caffè.

L’operaio non lavora e la fame io divora e qui’ brac-cianti ‘un san come si fare a andare avanti. Spererem ni’ novecento, finirà questo tormento, ma questo è il guaio: il peggio tocca sempre all’operaio. Nun ci rimane più che preti e frati, monìcche di convento e cappuccini, e certi commercianti disperati di tasse non conoscono i confini. Verrà un dì che anche loro dovran partì là dov’è la raccolta del caffè.

Ragazze che cercavano marito vedan partire il loro fidanzato, vedan partire il loro fidanzato e loro restan qui co’i sor curato. Verrà un dì che anche loro dovran partì là dov’è la raccolta del caffè. Le case restan tutte spigionate, l’affittuari perdano l’affitto, e i topi fanno lunghe passeggiate, vivan tranquilli con tutti i dirit-ti. Verrà un dì che anche loro dovran partì là dov’è la raccolta del caffè.

In Veneto, alla fine del XIX secolo, si cantava:

América América si campa a meraviglia andiamo nel Brasile con tutta la famiglia América América si sente cantare andiamo nel Brasile Brasile a popolare”.

34 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Alla disperata ricerca di sopravvivenza, cantavano della loro ultima speranza di garantire una vita un poco degna:

“ Sarà quel che sarà. Peggio del presente non sarà.Tentiamo la sorte. E poiché abbiamo, presto o tardi, da morire, tanto vale di lasciare la nostra pelle in America come in Europa… Viva l`America! Morte ai signori!… Noi andiamo in Brasile. Ora toccherà ai padroni lavorare la terra. (Merica, Merica, Merica, di Armando Carrara).

La decisione di emigare con la famiglia implicava vendere i pochi possedimenti, ottenere la documentazione necessatia e definire una strategia per arrivare fino al porto, solitamente quello di Genova, Napoli o Marsiglia; il tragitto veniva fatto a piedi, arrivando così al porto vari giorni prima della partenza.

Ed essi vennero! Affrontarono le difficili condizioni di viaggio per varie settimane, ammassati nella scura e umida terza classe delle navi, senza comodità né condizioni igie-niche decenti, con scarsa alimentazione, vivendo l’ansia del mare mosso e delle violente tempeste, la proliferazione di malattie e spesso perdendo i propri cari a causa delle pessime condizioni di viaggio. Tutte queste esperienze tra-sformavano la sensazione di viaggio in quella di un sogno lunghissimo e intangibile.

Titolo di viaggio di un passeggero

nella nave a vapore Garibaldi, 1921.

Archivio APESP.

Certificado de embarque de

passageiro no Vapor Garibaldi, 1921, Acervo APESP.

Barbiere di bordo, Archivio AEL.

Barbeiro de bordo. s.l., s.d. Acervo AEL

35A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

As casas ficam todas sem inquilino, / os proprietá-rios perdem o aluguel, / e os ratos fazem longos pas-seios, / vivem tranquilos com todos os direitos. / Virá um dia que também eles deverão partir / pra lá onde tem a colheita do café. / Virá um dia que também eles deverão partir / pra lá onde tem a colheita do café.

Na região do Vêneto, no final do século XIX, cantava-se:

“América América / lá se vive que é uma maravilha / vamos ao Brasil / com toda a família / América Amé-rica se ouve cantar / vamos ao Brasil / Brasil a povoar.

Regulamento do navio, com a lista de alimentos que os embarcados tinham direito, 1911, Acervo APESP

Regolamento della nave, con la lista de-gli alimenti concessi agli imbarcati, 1911. Archivio APESP.

Embarque de imigrantes no navio que os traria para o Brasil, s.d., s.l. Acervo APESP

Emigranti che si imbarcano sulla nave che li avrebbe por-tati in Brasile. Archivio APESP.

No desespero da sobrevivência, cantavam a última esperan-ça de garantir uma vida com um pouco de dignidade:

“O que será, será. Pior do que este não será. Tente-mos a sorte. E já que, cedo ou tarde, termos que mor-rer, tanto faz deixar nossa pele na América como na Europa ... o `Viva a América! Morte aos senhores! ... Nós vamos para o Brasil. Agora cabe aos patrões traba-lhar a terra.” (Da peça teatral Merica, Merica, Merica, de Armando Carrara)

A decisão de emigrar com a família envolvia a venda dos pou-cos bens, a obtenção da documentação necessária e a definição de uma estratégia para chegar até ao porto, geralmente de Gê-nova, Nápoles ou Marseille, uma vez que o trajeto, via de regra, era feito a pé, chegando ao porto vários dias antes da partida.

36 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

L’arrivoProa de navio com imigrantes vindo

da Itália para o Brasil após parada na Ilha da Madeira,

1925, Acervo Museu de Santo André

Immigrati sulla prua della nave partita

dall’Italia in direzione del Brasile, dopo la sosta sull’Isola di Madeira, 1925. Archivio Museo di Santo Andrè.

E, eles vieram!!!! Enfrentaram duras condições de uma viagem de várias semanas, amontoados na terceira classe escura e úmida dos navios, sem conforto nem higiene, com alimentação escassa, vivendo a apreensão do mar bravio e das intensas tempestades,

compartilhando a proliferação de doenças e muitas vezes sofren-do a perda de entes queridos que sucumbiam as péssimas condi-ções da viagem, experiências que transformavam a distância da viagem na sensação de um sonho longínquo e inatingível.

37A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

A ChegadaL’arrivo

38 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

(1) Canto Contadino, Veneto

“Andaremo in MéricaIn tel Brasil

E qua i nostri sioriLavorarà La terra col badil”1

Ma chi erano questi uomini e queste donne che cantavano canzoni di partenze imminenti, di sogni che accendevano i loro cuori e di quanto erano disposti a lottare per i propri sogni, verso una terra così lontana dalla famose “Mérica”?

Arrivarono qui alla fine del XIX secolo, da varie zone d’Ita-lia, seguendo le false speranze promosse dalla propaganda del Programma di Immigrazione, che promettevano “terra fertile e di libertà dove costruire i propri sogni”.

Sbarcavano al porto di Santos, dove venivano trattenuti per il controllo di indentità, gli uomini venivano separati dalle donne e dovevano attendere che i loro vestiti venissero disin-fettati per poter passare al controllo medico. Dopo la prassi, venivano fatti salire su un treno che li portava direttamente alla Casa do Imigrante (Casa dell’Immigrante) di San Paolo, che poi divenne Hospedaria do Imigrante (Casa d’accoglien-za dell’immigrante). Questa struttura, costruita tra il 1886 e 1888, era un enorme albergo senza nessun comfort e ospitava per gli immigrati appena arrivati per 8 giorni.

Certificato di vaccinazione, Nave a vapore Regina Elena, 1912. Archivio APESP.

Certificado de Vacina, Vapor Regina Elena, 1912, Acervo APESP

39A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

(1) Canto Contadino, Veneto

Passaporte de uma Familia, Nápoles, Itália, para Santos, Brasil, 1925,Acervo APESP

Passaporto italiano del 1912, Archivio APESP.

Passaporto di una famiglia / da Napoli, Italia a Santos, Brasile, 192. Archivio APESP.

Passaporte italiano de 1912. Acervo APESP

“Andaremo in MéricaIn tel Brasil

E qua i nostri siori Lavorarà La terra col badil”1

Mas, quem eram esses homens e mulheres que cantavam as canções de alerta a partida iminente, que sonhos

acalentavam e o quanto estariam dispostos a lutar por seus sonhos numa terra tão distante da famosa “Mérica”?

Eles chegaram aqui, no final do século XIX, vindos de vários pontos da Itália, atendendo as fartas propagandas do progra-ma de imigração subvencionada “para uma terra fértil e de liberdade e aqui construir seus sonhos”.

Passaporte italiano. São Paulo, 1903. Doação Vlademir Sacchetta. Acervo AEL

Desciam no porto de Santos, onde ficavam retidos para controle de identidade, separados por grupos de homens e mulheres, esperando até que suas roupas fossem desinfetadas para passar pelo controle médico. Depois dos procedimentos de praxe, eram colocados no trem que os levava diretamen-te até a Casa do Imigrante de São Paulo, depois Hospedaria do Imigrante. Construída entre 1886 e 1888, para receber os imigrantes, a Hospedaria era um enorme albergue sem con-forto, onde os recém-chegados ficam gratuitamente até 8 dias.

40 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Durante la permanenza nella Casa di accoglienza, gli immi-grati ottenevano la carta d’identità, le vaccinazioni e il contratto di lavoro con i grandi coltivatori di caffè dello Stato di San Pa-olo. L’accesso alla Casa d’accoglienza era permesso solo ai fa-zendeiros e/o ai loro rappresentanti, i quali negoziavano, quasi sempre a voce, le condizioni di lavoro e i salari. La maggior parte degli immigrati non parlava portoghese e aveva grandi difficoltà a comprendere i termini del contratto che firmavano, e ciò causava enormi problemi all’arrivo nelle piantagioni.

Di norma la vita nelle piantagioni di caffè rispecchiava il siste-ma organizzativo tipico della schiavitù, di strette vedute e restio al cambiamento di mentalità, sia in aree urbane sia in quelle ru-rali. Le pessime condizioni igieniche e abitative, la mancanza di orari lavorativi ben stabiliti, il grande rischio di contrarre debiti (a causa delle forme di pagamento e della commercializzazio-ne dei beni di prima necessità), erano aggravati dall’assenza di scuole, assistenza religiosa e dall’isolamento delle piantagioni, data la grande estensione terrena di quest’ultime.

Nave a vapore con immigrati nel porto

di Santos, 1908. Archivio AESP.

Vapor com imigrantes no Porto de Santos, 1908, Acervo AESP

41A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Arrivo della nave a vapore Italie, Santos, 1910. Archivio AESP.

Chegada do Vapor Italie, Santos, 1910.Acervo AESP

42 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Regulamento da Inspetoria de

Imigração, Santos, s.d., Acervo APESP

Il flusso migratorio di italiani verso le fazendas di caffè a ovest dello Stato di San Paolo coinvolse il maggior contingente di lavoratori nel periodo tra il 1870 e il 1920.

Le cartine seguenti mostrano le regioni dove l’immigra-zione italiana si concentrò. Nel 1888 gli italiani rappre-sentavano il 35%, e nel 1920 arrivarono al 48% di tutti gli immigranti. Si concentrarono soprattutto nella regione del nordest dello Stato di San Paolo, per poi espandersi seguen-do la linea ferroviaria verso l’ovest della regione.

Portarono con sé usi e costumi che poi vennero assimilati dalla popolazione locale. Oggi, nelle regioni dove l’immigra-zione è stata significativa, spiccano forti caratteristiche italia-ne nei costumi basiliani, e ciò evidenzia il desiderio di inte-grazione e di partecipazione nella costruzione di questo paese che gli italiani portarono con sé.

In fuga da un’Italia che si stava unificando, abbandonati dal Governo che li aveva accolti e che non aveva mantenuto le promesse, essi lottarono e sopravvissero lavorando la terra, conservando la fiducia nel futuro e inseguendo il “sogno ame-ricano”, sempre accompagnati dalla profonda nostalgia della terra madre. I canti in ricordo degli anni passati nella patria amata facevano loro volgere lo sguardo verso distese infinite. Qui volevano costruirsi quelle opportunità che il loro paese natale gli aveva negato.

L’insoddisfazione verso la realtà brasiliana generò un’onda di reclami da parte dei coloni, che si sentivano ingannati dalla propaganda fatta in Europa. Alcune manifestazioni sfociarono in scioperi, dei quali parleremo più avanti, ma la maggior parte dei coloni adottò una di queste tre alternative alla fine dei rac-colti: il ritorno in Italia (che fu significativo in alcuni periodi), la ricerca di un’altra fazenda che offrisse migliori condizioni di produzione, o il trasferimento in centri urbani, solitamente nella capitale San Paolo.

Sede dell’Ispettorato dell’Immigrazione,

Santos, s.d. Archivio APESP.

Regolamento dell’Ispettorato

dell’immigrazione, Santos, s.d.

Archivio APESP

Prédio da Inspetoria de Imigração, Santos,

s.d., Acervo APESP

43A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Hospedaria dos italianos, São Paulo, s.d., Acervo AEL

Hospedaria do Imigrante, São Paulo, 1908, Acervo APESP

No período em que ficavam na Hospedaria, era providen-ciado o cartão de identificação, a vacinação e o contrato de trabalho com os grandes cafeicultores paulistas. O acesso a Hospedaria só era permitido aos fazendeiros e/ou seus re-presentantes, que negociavam, quase sempre verbalmente, as condições de trabalho e o respectivo pagamento. A maioria dos colonos não falava o português e tinha grande dificulda-de em entender os termos do contrato que estava firmando, o que causava enormes problemas quando chegavam as fa-zendas. Em regra geral, a vida na cafeicultura ainda refletia as relações estabelecidas na escravatura, com grandes dificul-dades de mudança na mentalidade seja agrária ou urbana. As

Casa d’accoglienza degli italiani, San Paolo,s.d. Archivio AEL.

Casa d’accoglienza degli immigranti, San Paolo, 1908, Archivio APESP.

44 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

péssimas condições de habitação e higiene, a falta de horário determinado de trabalho, as grandes possibilidades de con-trair dívidas em função da forma de pagamento e de comer-cialização dos produtos de primeira necessidade, eram acen-tuadas pela ausência de escolas, de assistência religiosa e pelo isolamento das fazendas em decorrência da grande extensão de terras de muitas delas.

O grande movimento de imigração italiana para fazen-das de café do Oeste do Estado de São Paulo envolveu o maior contingente de trabalhadores imigrantes no período de 1870/1920.

Os mapas abaixo, assinalam as regiões onde a imigração italiana se concentrou. Em 1888, os italianos representavam 35% e em 1920, chegaram a 48% dos imigrantes. Ocuparam, principalmente, a região nordeste do Estado de São Paulo, seguindo a expansão da linha férrea para o oeste paulista.

Trouxeram consigo hábitos e costumes que logo foram assi-milados, em sua maioria, pela população local. Hoje, perma-necem fortes características italianas nos costumes brasileiros das regiões onde a imigração foi significativa, evidenciando o desejo de integração e de participação na construção deste país que os imigrantes italianos carregavam na bagagem.

1888

1920

Fonte: Anuário do Estado de São Paulo,

Fundação Seade, 1988

Fonte: Annuario dello Stato di San Paolo

Imigração Italiana no Estado de

São Paulo, 1888, Fundação SEADE

Imigração Italiana no Estado de

São Paulo, 1920, Fundação SEADE

45A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Família de imigrantes na entrada lateral da Hospedaria do Imigrante, São Paulo, 1907. Acervo AEL

Retirantes de uma Itália que se unificara, abandonados pelo governo do país que os acolheu e que não cumpria o prometido, eles lutaram e sobreviveram trabalhando a ter-ra, mantendo a fé no futuro e acalentando os sonhos de “fazer a América” sempre misturados a saudade da terra longínqua. Só eram traídos pelo olhar distante ao cantar as músicas que embalaram os anos passados na pátria amada. Buscavam construir aqui as oportunidades que o país natal não lhes oferecera.

A insatisfação com a realidade encontrada gerou uma enorme onda de reclamações dos colonos que se sentiam enganados pelas propagandas feitas na Europa. Algumas manifestações resultaram em greves, falaremos disso mais

Famiglia di immigranti vicino la entrata laterale della Casa d’accoglienza dell’immigrante, San Paolo, 1907. Archivio AEL.

Carta di colono, Nucleo Campos Sales, San Paolo, s.d. Archivio APESP.

Carteira de colono, Nucleo Campos Sales, São Paulo, s.d., Acervo APESP

46 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

adiante, mas a maioria dos colonos adotou uma das três al-ternativas ao final das safras agrícolas: o retorno a Itália, o que em determinados períodos foi bastante significativo; a busca por outra fazenda que oferecesse melhores relações de produção ou ainda a vida nos centros urbanos, geralmen-te na Capital paulista.

Imigrantes na entrada da Hospedaria dos

Imigrantes, São Paulo, s.d.Acervo AEL

Immigranti all’entrata della Casa

d’accoglienza degli immigranti, San Paolo,

s.d. Archivio AEL.

As jornadas de trabalho nas fazendas de café variavam se-gundo as estações do ano. Alguns grupos se dedicavam a des-matar e abrir estradas; outras famílias trabalhavam carpindo e preparando o terreno para receber o café; enquanto outros grupos plantavam o café para colher alguns anos depois e

47A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Imigrantes na colheita de café em Jaú, São Paulo, s.d, Acervo Alinari

Imigrantes na colheita de café, São Paulo, s.d., Acervo AESP

Le giornate di lavoro nei campi variavano a seconda delle sta-gioni. Alcuni gruppi si occupavano di disalberare e aprire nuo-ve strade, altre famiglie di sradicare e preparare il terreno,altri gruppi piantavano il caffè (che sarebbe stato raccolto anni dopo) ed altri ancora raccoglievano, essiccavano e trasportavano il raccolto nel deposito. Inoltre si occupavano della costruzione di abitazioni, di piccoli lavoretti di manutenzione, e di coltivare prodotti propri per poi venderne l’eccedente.

Il tempo libero era rappresentato da feste familiari o religio-se, con musica e balli tipici delle regioni di provenienza, molto cibo e storie della terra natale.

Il coronamento del sogno dei braccianti dipendeva dal loro duro lavoro, dal numero di familiari in grado di lavorare, dalla salute fisica e dalla condotta corretta dei fazendeiros. Secondo i dati, pochi coloni riuscirono a comprare delle terre fino al 1895. A causa della crisi del caffè la situazione peggiorò e ci fu un massiccio ritorno in patria e un forte dislocamento verso le aree urbane.

Immigranti durante il raccolto di caffè a Jaù, San Paolo, s.d. Archivio Alinari.

Immigranti durante il raccolto di caffè, San Paolo, s.d. Archivio AESP

alguns colhiam, secavam e carregavam para o depósito; havia, ainda, a construção das moradias, os pequenos consertos, a plantação e criação para a própria alimentação e para a ven-da do excedente.

O lazer eram as festas familiares ou religiosas, com músicas e danças típicas da região das famílias, muita comida e histó-rias da terra natal.

O sonho da posse da terra dependia do trabalho duro, do número de familiares com capacidade de trabalho, da saúde de todos e da forma correta de agir dos fazendeiros. As referências indicam que poucos colonos conseguiram comprar terras até 1895. Com a crise do café, a situação piorou e ocorreu uma forte volta a pátria e um deslocamento para a vida urbana.

48 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Colonos italianos, Núcleo Colonial

Gavião Peixoto, 1911. Acervo AESP

Família de colonos italianos no Núcleo

Jorge Tibiriçá, Rio Claro, SP, 1911,

Acervo AESP

Famiglia di coloni italiani nel Nucleo

Jorge Tibiriçá, Rio Claro – SP, 1911

Archivio AESP.

Coloni Italiani. Nucleo coloniale

Gavião Peixoto, 1911. Archivio AESP.

Titolo di proprietà di appezzamento nel Nucleo Piraguera-

assu, 1908. Archivio APESP.

Título de Propriedade de lote no Núcleo

Piraguera-assu, 1908, Acervo APESP

49A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Condições de Vida e

de Trabalho

Condizioni di vita e di lavoro

50 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Trabalhadores da fábrica Mont Serrat,

Salto/ SP, 1905. Acervo Museu de Salto

Lavoratori nella fabbrica di Mot

Serrat, Salto – SP, 1905. Archivio del

Museo di Salto.

51A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

No Brasil, o primeiro grande surto industrial ocorreu entre 1881 e 1889, quando a quantidade de estabeleci-

mentos fabris passou de 200 para 600 estabelecimentos. Os fazendeiros do Oeste paulista, apoiados por um forte

projeto de imigração subsidiado pelos governos da Província e da União, lograram constituir um mercado de trabalho no campo. As péssimas condições de trabalho e de vida nas fa-zendas de café e o desejo de “vencer na vida”, incentivaram o fluxo de imigrantes para a cidade. Na Itália, as denúncias con-tra as condições de vida e de trabalho dos colonos no interior paulista levaram ao governo italiano a proibir a imigração dos que não tivessem recursos para arcar com as passagens.

“A América é longa e é largaÉ formada de montes e planaltos

E com a indústria dos nossos italianosTemos fundado aldeias e cidades.”

(América, América)La prima grande impennata industriale in Brasile si verificò tra il 1881 e il 1889, quando il numero di stabilimenti indu-striali passò da 200 a 600.

I proprietari terrieri della parte occidentale della regione di San Paolo riuscirono a dare vita ad un mercato lavorativo rurale, appoggiati da un solido progetto di immigrazione spon-sorizzato dal Governo della Provincia e dell’Unione. Le pessi-me condizioni di lavoro e di vita nelle fazendas ed il desiderio di “farcela” incentivarono il flusso di immigranti a spostarsi nelle città. In Italia, le ribellioni dei coloni contro le condi-zioni di vita e di lavoro spinsero il Governo Italiano a proibire l’immigrazione a coloro che non avessero i mezzi necessari per permettersi i biglietti.

Nonostante ci fossero soluzioni alternative, come il rimborso delle spese di viaggio all’arrivo a San Paolo, il divieto influì sul cambiamento del profilo dell’immigrante che sbarcava in Brasile, fenomeno che di fatto era iniziato dalla fine del XIX secolo. Non erano venivano solo per lavorare, ma sceglievano la vita nelle città, nei quartieri attigui alla rete ferroviaria.

“La Merica l´è lunga e l´è largaL´è formata de monti e de piani

E con l’industria dei nostri italianiAbbiam fondato paesi e città”

(Mérica, Mérica)

52 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

A San Paolo, nel 1893,gli italiano rappresentavano il 34% della popolazione, e si stabilirono inizialmente nei quartieri Bràs, Mooca, Bom Retiro, Barra Funda, Bexiga e Belezinho.

Le abitudini, i costumi, i dialetti, l’esperienza di vita della quotidianità che portarono con loro contribuirono al cambia-mento dello stile di vita delle città della regione, specialmente della capitale.

La maggior parte degli immigrati viveva in abitazioni co-muni, con un paio in condivisione con varie famiglie, con pochi comfort, umidi e poco ventilati, che favoriva la proli-ferazione di malattie, come la tubercolosi; inoltre le strade non asfaltate, la mancanza di elettricità, di acqua e di reti fognarie aggravarono il tasso di mortalità infantile.

Antonio Piccarolo, italiano, professore e militante sociali-sta arrivato a San Paolo nel 1904, sul giornale “Avanti”, di cui era direttore, scrisse circa la presenza italiana in città:

“Sembra di stare in Italia, nell’Italia d’oltre oceano, dove oltre alla lingua sono stati trapiantati i costumi, le tradizioni domestiche, le feste popolari, tutto ciò che ci ricorda di cuore la nostra terra d’origine” (1)

(1) Piccarolo, Antonio: O Estado de

São Paulo, 29 Gennaio 1913.

Região / Regioni 1876 – 1920

Veneto 365.710

Campania 166.080

Calabria 113.155

Lombardia 105.973

Abruzzo/Molise 93.020

Toscana 81.056

Emilia Romagna 59.877

Basilicata 52.888

Sicilia 44.390

Piemonte 40.336

Puglia 34.833

Marche 25.074

Lazio 15.982

Umbria 11.818

Liguria 9.328

Sardegna 6.113

Total / Totale 1.243.633

Tabela das regiões italianas de onde

emigraram no período de

1876 a 1920.fonte Alvim

Zuleika, op.cit.

Tabella delle regioni italiane da

cui provenivano gli immigrati nel

periodo 1876-1920.fonte: Alvim

Zuleika op. cit.

53A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

“Tinha-se a impressão de estar na Itália, na Itália de além-mar, para onde, juntamente com a língua, são transplantados os costumes, as tradições domésticas, as festas populares, tudo enfim que nos pode lembrar de coração a nossa terra de origem”1

Foi forte a presença de trabalhadores italianos na formação da classe operária brasileira, suportando as precárias condi-ções de trabalho: pouca ventilação e iluminação, jornadas di-árias de mais de 14 horas, significativa presença de mulheres e crianças na produção, altos os índices de acidentes, sem nenhuma legislação de proteção ao trabalho.

Trabalhadores na indústria Fracalanza, São Paulo, s.d., Acervo APESP

Lavoratori nell’industrial Fracalanza, San Paolo, s.d. Archivio APESP.

(1) Piccarolo, Antonio: O Estado de São Paulo, 29 de janeiro de 1913

Embora existissem alternativas, como o reembolso das despesas de translado ao chegar em São Paulo, essa proibição contribuiu também para a mudança, que já vinha ocorrendo desde o final do século XIX, no perfil do imigrante que aqui chegava. Não iam mais só para a lavou-ra, optavam por viver na cidade, morando em bairros vizi-nhos as linhas das estradas de ferro. Na capital paulista, em 1893, os italianos correspondiam a 34% da população e se estabeleceram, inicialmente, no Brás, Mooca, Bom Retiro, Barra Funda, Bexiga e Belenzinho.

Traziam consigo hábitos, dialetos, ofícios, culturas e expe-riências de vida que nortearam o seu cotidiano aqui e contri-buíram para modificar a vida das cidades paulistas, em espe-cial a vida da Capital.

A maior parte dos imigrantes vivia em habitações coletivas com um pátio comum a varias famílias, com cômodos peque-nos úmidos e sem ventilação, o que permitia a proliferação de doenças, particularmente a tuberculose, em ruas sem cal-çamento, sem água, luz ou esgotos, o que fazia serem muito elevadas as taxas de mortalidade infantil.

Antonio Piccarolo, italiano, professor e militante socialista, que chegou a São Paulo, em 1904 e dirigiu o Jornal “Avanti”, escreveu sobre a presença italiana na cidade:

54 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Nas fotos podemos observar a presença significativa de crianças, pois o desrespeito a legislação que assegurava 8 ho-ras de trabalho para os menores era grande. Um panfleto dis-tribuído na Fábrica de Tecidos Votorantim denunciava as pés-simas condições a que eram submetidas as crianças “Centenas de crianças que ali se estiolam na seção de fiação, cansadas de

La presenza dei lavoratori italiani nella formazione della classe operaia brasiliana fu molto forte, nonostante dovessero sopportare precarie condizioni lavorative: poca ventilazione e illuminazione, giornate lavorative di oltre 14 ore, numerose donne e bambini coinvolti nel processo di produzione, alti in-dici di incidenti e una tutela legislativa completamente assente.

Donne lavoratrici nell’industria tessile, s.l., s.d. Archivio AEL.

Trabalho feminino na indústria têxtil, sI, sd. Acervo AEL

55A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Osservano le foto si nota la presenza significativa di bambini, dato che la legislatura che assicurava loro 8 ore di lavoro, non veniva rispettata. In un volantino distribuito nella Fabbrica di Tessuti Votorantim venivano denunciate le pessime condizioni a cui erano soggetti i minori: “Centinaia di bambini hanno rallentato la sezione di filatura, stanchi di essere malamente sfruttati e obbligati a lavorare per 9 ore, ed hanno deciso di abbandonare il lavoro per far rispettare le 8 ore lavorative. Ciò è bastato a far si che i gendarmi (...) chiudessero le porte e le finestre della fabbrica, per impedire ai piccoli martiri del lavoro di tornare a casa. (…) il gruppo di operai del turno di notte rifiutò, in un profondo gesto di solidarietà, di iniziare a lavorare fino a che non fossero riconosciuti ai compagni di sventura i propri diritti (…) due donne sono state arrestate e soggette agli abusi più vergognosi, e un gruppo di minori han-no riportato ferite in diverse parti del corpo.” (1)

Tra il 1890 e il 1920 la maggior parte della classe operaia nello stato di San Paolo era composta da stranieri, special-mente da italiani. Antonio Piccarolo stimò che “nel 1913, 4/5 dei falegnami era italiano” e il lavoro di donne e bambini era preferito, perchè costava di meno!

Uno studio sulle industrie di San Paolo, realizzato nel 1901, parlava così del lavoro infantile:

“... è notevole il numero di minori, a partire dai 5 anni, che lavorano nel settore produttivo, che perce-piscono un salario di circa 200 rèis al giorno; inoltre questi minori hanno il vantaggio di acquisire delle nozioni lavorative, di imparare una professione che garantisca loro un futuro, contrastando, allo stesso tempo, la crescita di gruppi di minori vagabondi che infestano questa città...” (2)

serem exploradas miseravelmente e, ultimamente, coagidas a trabalhar 9 horas por dia, resolveram abandonar o trabalho para fazerem respeitar a jornada de 8 horas. Foi quanto bas-tou para os janízaros, (...), trancassem as portas e janelas da fábrica, querendo, assim, evitar que os pequenos mártires do trabalho pudessem regressar a seus lares. (...) a turma que havia de trabalhar a noite recusou-se, num belo e altruísti-co gesto de solidariedade, a iniciar os serviços, enquanto não fossem a seus companheiros de infortúnio, reconhecidos os direitos que lhes assistissem. (...) foram duas moças presas e submetidas a aos mais vergonhosos vexames e uma porção de meninos saíram feridos em diversas partes do corpo.”1

Caricatore di caffè nella stazione di Mococa della ferrovia di Mogiana, s.l., s.d. Archivio APESP.

(1) Volante impresso, assinado pelo Comitê de Greve da Votorantim in Hall, Mike: A classe operária no Brasil, Brasiliense, São Paulo, 1981

Carregador de café na estação de Mococa da Estrada de Ferro Mogiana, s.l,s.d, Acervo APESP

(2) Realizzazione di Antonio Francisco Bandeira Junior (Hall, M)

(1) Volantino firmato dal Comitato di Sciopero dalla VotorantimHall, Mike: La classe operaia in brasile, Brasiliense, San Paolo, 1981.

56 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Saída dos operários da fábrica Votorantin,

Sorocaba/SP, sd, Acervo AEL.

Uscita degli operai dalla fabbrica

Votorantin, Sorocaba – SP, s.d. Archivio AEL

57A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Nonostante i lavoratori italiani fossero in maggioranza e avesse-ro credenze religiose in comune con quelli del luogo, prevalente-mente il cattolicesimo, erano frequenti gli attriti con i lavoratori brasiliani, anche loro in disputa per i posti di lavoro, per cariche più qualificate e per salari migliori. Generalmente gli italiani oc-cupavano cariche più qualificate, dato che quasi tutti erano in grado di leggere ed avevano familiarità con la professione.

Entre 1890 e 1920 a maioria do operariado paulista era composta por estrangeiros, particularmente por italianos. An-tonio Piccarolo estimou que, “em 1913, 4/5 dos trabalhado-res em alvenaria eram italianos” e, o trabalho das mulheres e das crianças era o preferido, pois era o mais barato!

Um estudo sobre as indústrias de São Paulo, realizado em 1901, assim se referiu ao trabalho das crianças: “... É conside-rável o número de menores, a contar de cinco anos, que se ocu-pam dos serviços fabris, percebendo salários que começam por duzentos réis diários; mas, mais do que isso, tem esses menores a vantagem de adquirir hábitos de trabalho, aprendendo um ofício que lhes garante o futuro, ao passo que não aumentam a falange dos menores vagabundos que infestam esta Cidade ...”.1

(1)Realizado por Antonio Francisco Bandeira Junior, citado por Hall, M.: op.cit.

Operários da fábrica de móveis Narcisio Pelosini, São Bernardo do Campo/SP, 1926. Acervo Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Oficina e Carpintaria Bonini, São Bernardo do Campo/SP, 1945. Centro de Memória de São Bernardo do Campo

Operai della fabbrica di mobili Narcisio Pelosini, San Bernardo do Campo – SP 1926. Archivio del Centro di Memoria di San Bernardo do Campo.

Officina e carpenteria Bonini, San Bernando do Campo – SP. Centro della Memoria di San Bernardo do Campo.

58 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Apesar dos trabalhadores italianos serem a maioria e das semelhanças de crença religiosa, com a predominância do catolicismo, eram freqüentes os atritos com os trabalhadores brasileiros decorrentes da disputa por empregos, por cargos mais qualificados e por melhores salários. De maneira geral, os italianos ocupavam cargos mais qualificados, pois quase sempre sabiam ler e muitas vezes já conheciam um oficio.

Trabalhadores na pedreira, São

Bernardo do Campo/SP, 1927,Acervo Centro

de Memória de São Bernardo do Campo.

Lavoratori nella cava, San Bernardo do Campo – SP, 1927. Archivio Centro della

Memoria de San Bernardo do Campo.

Cooperativa dei Vetrai, Osasco – SP,

1912, Archivio CDHO.

Cooperativa dos Vidreiros, Osasco/SP,

1910, Acervo CDHO

59A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Trabalhadores no interior de uma fábrica do setor de couros, sl, sd., Aerco AEL

Lavoratori all’interno di una fabbrica del settore conciario, s.l., s.d. Archivio AEL.

60 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

(1) Amigo do Povo, 28/08/1904, Acervo

Biblioteca Nacional

Operários italianos da Tecelagem

Mariangela (Matarazzo), São

Paulo, primeira década século XX,

Acervo. APESP.

A capacidade de assimilação foi muito rápida. A maioria dos imigrantes falava o dialeto de sua região natal e não sabia falar a língua de Dante, adotada como língua nacional depois da unificação italiana. Isso facilitou a integração das nacionalida-des. O jornal “Amigo do Povo” assim se referiu a esse proces-so: “ São Paulo é um laboratório perfeito.Assistimos a transfor-mação à vista em tudo, desde a cozinha ao tipo de habitante. Basta percorrer as fábricas, os meios operários; basta ler as resenhas de casamento com o glorioso internacionalismo do amor.Não há assimilação completa: há fusão”1.

A indústria paulista se expandiu em decorrência da rique-za acumulada na agricultura, que expandiu o mercado con-sumidor, gerou um capital excedente que foi aplicado em atividades externas as agrícolas, incentivando o espírito em-presarial que já havia se manifestado nas empresas cafeeiras e nas empresas de navegação.

As fábricas se instalaram na Capital e nos seus arredores, pelas facilidades ali encontradas. Dedicavam-se a produção do que seria comercializado através da cafeicultura, predominan-do a fiação e tecelagem, a produção de alimentos e a chama-da “indústria leve”. No setor de exportação, as indústrias não foram significativas no volume exportado, não apresentando concorrência com o café.

Trabalhadores da tecelagem Pery

Ronchetti, São Bernardo do Campo/ SP, 1926,

Acervo. Centro de Memória de São

Bernardo do Campo

Operai italiani della Fabbrica

Tessile Mariangela (Matarazzo), San Paolo, primo decennio del XX secolo. Archivio APESP.

Lavoratori dell’industria tessile

Pery Ronchetti, San Bernardo do

Campo – SP, 1926. Archivio Centro della

Memoria di San Bernardo do Campo.

L’assimilazione avvenne in manera molto rapida. La maggior parte degli immigrati parlava il dialetto della propria regione e non conosceva la lingua di Dante, adottata come lingua ufficiale dopo l’unità d’Italia. Questo facilitò l’integrazione delle nazio-nalità. Il giornale “Amigo do Povo” spiegò così questo processo:

61A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

“San Paolo è un laboratorio perfetto. Assistiamo alla trasformazione di tutto alla luce del sole, dalla cu-cina al tipo di abitante. Basta guardare le fabbriche, i

(1) Amigo di Poco, 28 Agosto 1904. Archivio Biblioteca Nazionale.

Lavoratrici della fabbrica Brasital, Salto – SP, 1903. Archivio Museo di Salto.

Trabalhadoras da fábrica Brasital, Salto/SP, 1903, Acervo Museu de Salto

macchinari, basta leggere le pubblicazioni di matrimonio come esempio di glorioso internazionalismo dell’amore. Non si tratta di assimilazione completa, ma di fusione.”1

62 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

L’industria dello Stato di San Paolo, grazie alla ricchezza accumulata nel settore agricolo, che a sua volta ampliò il mercato, generò un capitale eccedente che venne impiegato in altre attività. In questo modo lo spirito imprenditoriale, già presente nelle imprese di caffè e di navigazione, venne ulteriormente incentivato.

Le fabbriche si stabilirono nella capitale e nelle zone limi-trofe. Si dedicavano alla produzione che poi veniva commer-cializzata tramite la coltura del caffè, la filatura e la tessitura, la produzione di alimenti e la cosiddetta “industria leggera”. Il volume delle esportazioni delle industrie non fu significati-vo, quindi furono in grado di competere con il caffè.

Padaria italiana, Brás/SP, 1926,

Acervo APESP

Panetteria italiana, Brás – SP.

Archivio APESP

Oleificio Sol Levante, Matarazzo,

immigranti, San Paolo, 1900. Archivio AESP.

Fábrica de óleo “Sol Levante, Matarazzo,

imigrantes, São Paulo, 1900, Acervo AESP

Trabalhadores da Olaria Moretti, São Caetano do Sul/SP,

1912, Acervo Fundação Pró-Memória São

Caetano do Sul

Lavoratori dell’Olaria Moretti, San Caetano

do Sul – SP, 1912. Archivio Fondazione Per la Memoria San

Caetano do Sul.

63A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Uscita del lavoratori dalla Fabbrica di Cioccolato Facchi, s.l. 1918, Archivio AEL

Saída de trabalhadores da Fábrica de chocolates Facchi,, s.l.,1918, Acervo AEL

64 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

65A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Attivisti e Militanti

Ativistas e Militantes

66 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

eles saíram de várias regiões da Itália, levando consigo a vontade de lutar por um mundo melhor. Chegando

aqui, enfrentaram todas as diferenças da língua, dos hábitos e costumes, mas não esmoreceram na defesa cotidiana de so-nhar a igualdade, a liberdade e a solidariedade. É impossível nomear todos eles .... escolhemos alguns que representam vi-das dedicadas à organização dos trabalhadores para construir o sonho de um mundo mais fraterno e igual.

Gli immigati vennero da diverse regioni italiane e por-tarono con sé la volontà di lottare per un modno miglio-re. Una volta arrivati dovettero affrontare tutte le diffe-renze di lingua, di usi e costumi, ma non smisero mai di difendere i loro sogni di uguaglianza, di libertà e di solidarietà. Nominarli tutti sarebbe impossibile, quindi ne abbiamo scelto alcuni che dedicarono la propria vita all’organizzazione dei lavo-ratori, per dare vita al sogno di un mondo più fraterno e equo.

Antonio Piccarolo (Piemonte 1863 – San Paolo 1947) professore e militante so-cialista. Nel 1881 iniziò a frequentare il corso di Diritto presso la Facoltà di Lettere e Filosofia dell’Università di Torino e nel 1892 partecipò alla fondazione del Partito dei Lavoratori Italiani, che poi divenne il Partito Socialista Italiano.

Diresse il giornale socialista torinese Il Grido del Popolo. Nel 1904 fu invitato dal Partito Socialista a dirigere il giornale Avanti! pubblicato in lingua italiana in Brasile, e fondò Il Secolo (1906 – 1910) A San Paolo, nel 1908, si occupò di un lavoro pioniere, O Socialismo no Brasil, nel quale adattò le idee marxiste al contesto del paese e prese le difese dell’immigrazione italiana, giudicandola imprescindibile per lo sviluppo econo-mico e sociale brasiliano. Diresse diversi periodici e riviste, tra cui La Rivista Coloniale (1910 – 1924), La Difesa (1923 – 1926), Il Risorgimento (1928).

Fu collaboratore del periodico O Estado de São Paulo. Insegnò latino in varie scuole di San Paolo e partecipò alla fondazione della Facoltà Paulista di Lettere e Filosofia, nel 1931. Terminò la sua carriera di docente nella Scuola Libera di Sociologia e Politica nel 1946. Attivo militante antifascista, durante gli anni ‘20 guido l’opposizione degli italiani residenti a San Paolo contro il fascismo, fondò il primo giornale antifascista, La Difesa, al quale partecipò fino al 1926. Militò nella Società Amici dell’America, ente antifascista di appoggio agli Alleati durante la II Guerra Mondiale.

Antonio Piccarolo, s.l.,s.d., Acervo AEL

Antonio Piccarolo, s.l., s.d, Archivio AEL

67A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Antonio Piccarolo (Piemonte 1863 - São Paulo 1947) professor e militante socialista. Em 1881, in-gressou no Curso de Direito da Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Turim e em 1892, participou da constituição do Partito dei Lavorati Italiani, depois Partido Socialista Italiano. Adminis-trou o periódico socialista de Turim, Il Grido de Po-polo. Em 1904, foi convidado pelo Partido Socialis-ta para dirigir o jornal Avanti! publicado em língua italiana no Brasil e fundou Il Secolo (1906-1910). Em São Paulo, em 1908, editou um trabalho pionei-ro O Socialismo no Brasil, no qual adaptou idéias marxistas à situação do país e defendeu a imigração italiana como a mais adequada para o desenvolvi-mento econômico e social brasileiro. Aqui dirigiu diversos jornais e revistas além do Avanti!, La Rivis-ta Coloniale (1910-1924), La Difesa (1923-1926), Il Risorgimento (1928).

Foi também colaborador do jornal O Estado de São Paulo. Lecionou latim em várias escolas de São Paulo e ajudou a fundar a Faculdade Paulista de Letras e Filosofia, em 1931. Encerrou sua carrei-ra docente na Escola Livre de Sociologia e Política, em 1946. Ativo militante antifascista, liderou nos anos 20, a oposição dos italianos de São Paulo con-trários ao fascismo, fundou o primeiro jornal anti-fascista de São Paulo, La Difesa, no qual participou até 1926. Militou na Sociedade Amigos da América, entidade antifascista, de apoio aos Aliados, durante a 2ª Guerra Mundial.

Estatuto da Sociedade Amigos da América, antifascista, São Paulo, 1943, Acervo AEL

Statuto della Società Amici dell’America, antifascista. San Paolo, 1943. Archivio AEL.

Antonio Piccarolo, Poços de Caldas, 1973, Archivio CMS

Antonio Piccarolo, Poços de Caldas, 1973, Acervo CMS

68 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Elvira Boni: (Espírito Santo do Pinhal/SP 1899 – Rio de Janeiro 1990), militante socialista e líder grevista, filha de imigrantes italianos, aprendeu os princípios socialistas com o pai e ainda criança assistia palestras na Sociedade Dante Alighieri; iniciou-se na vida sindical participando das ativida-des da Liga Anticlerical. Em maio de 1919, já morando no Rio de Janeiro, fundou com outras profissionais, a União das Costureiras, Chapeleiras e Classes Anexas, leu o discurso de inauguração da entidade e promoveu greve vitoriosa para a categoria pela jornada de 8 horas. No IIIo Congresso Operá-rio Brasileiro de 1920, presidiu a sessão de encerramento do Congresso. Casou-se com Olgier Lacerda, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB), passando a participar de suas atividades, sem se filiar. Escreveu artigos para a revis-ta Renovação e num deles assim se expressou: “E tu, mulher, que és indispensável ao êxito de qualquer iniciativa, deves impor-te abandonando todas essas manifestações de vício e depravação; deves conjugar todos os teus esforços, buscando a instrução como principal fator para uma vitória consciente, e ao lado dos homens, formar no batalhão de uma sociedade onde a cadeia seja substituída pela Escola e não exista o ódio no lugar do amor”.

Tercila e Angelo Boni militante

socialista, pais de Elvira Boni Lacerda, imigrantes italianos,

sl, sd. Acervo AEL.

Elvira Boi e sua filha Vanda Lacerda,

coroação de Rainha das Atrizes,

Rio de Janeiro, 1973, Acervo AEL

Elvira Boni e sua figlia,

Vanda Lacerda, incoronazione di

Regina degli Attrici, Rio de Janeiro,1973.

Archivio AEL.

Tercila e Angelo Boni, militante

socialista, genitori di Elvira

Boni Lacerda, immigranti

italiani. s.l., s.d., Archivio AEL.

69A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Elvira Boni ( Espírito Santo do Pinhal - SP 1899 – Rio de Janeiro 1990), militante socialista e leader degli scioperi, figlia di immigrati italiani. Imparò dal padre i principi socia-listi e fin da bambina partecipò alle riunioni della Società Dante Alighieri. Iniziò la sua carriera sindacale partecipan-do alle attività della Lega Anticlericale. Nel Maggio del 1919, già residente a Rio de Janeiro, fondò con altre professioni-ste l’Unione delle Sarte, Cappellaie e Affini; lesse il discorso di inaugurazione dell’ente e, lo stesso giorno, organizzò un vittorioso sciopero del settore della durata di 8 ore. Durante il III Congresso Operaio Brasiliano del 1920 presenziò alla

Plenário de encerramento do 3° Congresso Operário Brasileiro, presidida por Elvira Boni,1920,Fonte: Velhos Militantes

Sessione pleanaria di chiusura del III Congresso Operaio Brasiliano, presieduta da Elvira Boni, 1920. Fonte: Vecchi militanti.

chiusura dell’evento. Sposò Olgier Lacerca, uno dei fondatori del Partito Comunista Brasiliano (PCB); partecipò alle attivitò del partito senza mai tesserarsi. Scrisse articoli per la rivista Renovaçao, in uno dei quali dichiarò: “E tu, donna, che sei indispensabile per il successo di qualsiasi iniziativa, devi im-porti di abbandonare tutte le manifestazioni di vizio e depra-vazione, devi adoperare tutti i tuoi sforzi nella ricerca dell’i-struzione, come pilastro portante di una vittoria cosciente. E al fianco degli uomini, formare un battaglione di una società dove la catena sia sostituita dalla Scuola e non esista l’odio al posto dell’amore”.

70 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Felice Vezzani (Novellara, Italia 1855 – Paris 1930) Pittore di grande spessore nella produzione artistica italiana del XIX secolo. Nel 1888 aderì al movimento socialista e, con lo pseu-donimo di V. Enizza, collaborò con la rivista Bononia Rider di Bologna gestita da studenti socialisti. Poco tempo dopo di-venne segretario della Società di Mutuo Aiuto e di Resistenza degli Operai “Forners” e vice presidente della Società Operaia di Bologna, essendo considerato uno dei magiori attivisti so-cialisti della regione.

Felice Vezzani, s.l., s.d. Fonte: http://

cartoliste.ficedl.infospip.phparticle1938&lang=fr

Felice Vezzani, sl, sd. Retirada de http://

cartoliste.ficedl.infospip.phparticle1938&lang=fr

Fu uno degli organizzatori del Primo Maggio del 1891, e in se-guito si avvicinò agli ideali anarchici. In occasione del Congresso del Partito dei Lavoratori Italiani, che ebbe luogo a Genova nel 1891, aderisce definitivamente al movimento libertario. Decise poi di emigrare e arrivò in Brasile nel Gennaio del 1893.

Alla fine del 1893 fondò il periodico anarchico L’Asino Uma-no, a San Paolo. Fu arrestato il 15 Aprile 1894 all’uscita di una riunione del Centro Socialista Internazionale, del quale era pre-sidente, durante la preparazione della celebrazione del Primo Maggio. Rimase in carcere per 7 mesi tra San Paolo e Rio de Janeiro, insieme ad altri militanti anarchici e socialisti, tra cui Antonio Maffucci, Galileo Botti, André Allemos, Arturo Cam-pagnoli, Suppo Serafino, Augusto Bargioni, Francesco Patelli, Alfredo Innocenzi, Giuseppe Bacchini.

Una volta libero, collaborò con il periodico L’Avvenire (1894 – 1895) di San Paolo, con Giuseppe Consorti, Augusto Donati e Ludovico Tavani, per citarne alcuni. Durante questo periodo lavorò anche per il periodico Lo Schiavo Bianco. (….) a Marzo del 1895, fu deportato in Argentina a Novembre di quell’anno. A Buenos Aires collaborò con il periodico L’Av-venire, diretto da gli anarchici italiani in Argentina, e con Il Pensiero Moderno.

Tornato in Italia, nel Marzo del 1897, si stabilì a Bologna e collaborò con il periodico L’Agitazione (1897 – 1898). Alla fine del 1899 si trasferì a Parigi.

Nella città dell’Illuminismo divenne il leader degli anarchici italiani. Tra il 1918 e il 1922 si mosse tra Parigi, Bologna e Novellara (in provincia di Reggio Emilia) dai suoi familiari. Tornò a Parigi per fare da guida agli esiliati italiani, nono-stante l’età avanzata.

71A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Felice Vezzani (Novellara/Itália 1855 – Paris 1930) – Pin-tor de considerável importância na produção artística italiana do século XIX. Bem cedo, 1888, aderiu ao socialismo e sob o pseudônimo de V. Enizza colaborou com a revista Bononia Rider de Bolonha por um grupo de estudantes socialistas. Um pouco mais tarde torna-se secretário da Sociedade de Socorro Mútuo e de Resistencia dos Operários “Forners” e Vice-Presi-dente da Sociedade Operária de Bolonha, sendo considerado um dos maiores agitadores socialistas da região.

Foi um dos organizadores do Primeiro de Maio de 1891, quando se aproxima das idéias anarquistas. Por ocasião do Congresso do Partito dei Lavorati Italiani, realizado em 1891 em Genova, adere definitivamente ao movimento libertário. Decidi, então, emigrar e chega ao Brasil em janeiro de 1893.

Ainda no final de 1893, fundou, em São Paulo, o jornal anar-quista “L’Asino Umano. Foi preso em 15 d’abril de 1894 jun-to com vários militantes anarquistas e socialistas, entre eles, Antono Maffucci, Galileo Botti, André Allemos, Arturo Cam-pagnoli, Suppo Serafino, Augusto Bargioni, Francesco Patelli, Alfredo Innocenzi, Giuseppe Bacchini, ao sair de uma reunião do Centro Socialista Internacional, da qual era presidente, e que preparava as comemorações do Primeiro de Maio. Ficou preso durante 7 meses em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Ao ser libertado, colaborou com o jornal L’Avvenire (1894-1895) de São Paulo, com Giuseppe Consorti, Augusto Donati i Lodovico Tavani, entre outros. Nessa época também colaborou com o periódico Lo Schiavo Bianco. Detido em março de 1895, foi deportado para a Argentina em novembro do mesmo ano. Lá chegando colaborou, em Buenos Aires,

com o jornal L’Avvenire, dos anarquistas italianos na Argenti-na e com o Il Pensiero Moderno.

Retornou a Itália, em março de 1897, se instalando em Bo-lonha e colaborou com o periódico L’Agitazione (1897-1898). No final de 1899 viajou para Paris.

Na Cidade Luz, tornou-se líder dos anarquistas italianos. Entre 1918 e 1922, transitou entre Paris, Bolonha e Novellara (Reggio Emilia), onde estava a casa de seus familiares. Retor-nou a Paris para, apesar da idade, voltar a ser uma referência para os exilados italianos.

Felice Vezzani, s.l.,s.d., retirada de http://www.estelnegre.org/documents/vezzani/vezzani.html

Felice Vezzani, s.l., s.d. Fonte: http://www.estelnegre.org/documents/vezzani/vezzani.html

72 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Luigi Damiani (detto Gigi), (Roma 1876 – Roma 1953), figurinista, giornalista, poeta, anarchico.

Presto divenne militante del movimento anarchico. Le sue attività politiche gli costarono gli arresti domiciliari nel Set-tembre 1894, a soli 18 anni. Poco dopo fu inviato a Porto Ercole e confinato tra Tremiti, Favignana e Lipari.

Tornò a Roma nel 1869 e collaborò con il giornale L’Avveni-re Sociale fino al suo secondo arresto, dopo la manifestazione del 1° Maggio del 1897.

Partì per il Brasile il 28 Settembre 1987, fuggendo dalla repressione italiana. Si stabilì nella regione di Alto Tietê, dove si dedicò alla produzione di costumi e accessori teatrali. Il suo primo contributo alla stampa anarchica brasiliana fu la poesia Ad una contessa, pubblicata il 28 Novembre 1897,nel giornale La Biricchina, diretto da Galileo Botti. Da quel momento non

Luigi Damiani, s.l., s.d, fonte: http://wikipedia.

orgwikiFicheiroGigi_Damiani.

smise mai di collaborare con la stampa libertaria, sia in italia-no che in portoghese.

Stabilì dei contatti con altri anarchici e, con Alfredo Mari, fondò il giornale Il Risveglio. Inoltre collaborò con: A Plebe, Guerra Social, A Barricada, Amigo do Povo e La Battaglia, de-dicandosi a stilare relazioni circa le condizioni insalubri e di sfruttamento alle quali erano soggetti gli immigranti italiani nelle fazendas e nelle industrie dello Stato di San Paolo. Fu accusato di violenze sessuali per aver aiutato il suo compagno Josè Sarmento nel rapimento di una donna per motivi amorosi, e fu arrestato nel 1900. Una volta libero, si spostò nello stato del Paranà e collaborò con il giornale di Curitiba Il Diritto, fondato da Egizio Cini. Divenne corrispondente per La Battaglia a Curi-tiba e pubblica uno dei suoi lavori L’ultimo sciopero.

Ritornò a San Paolo nel 1908 e sostituì il direttore del gior-nale La Battaglia, Oreste Ristori, che era stato deportato, e si occupò anche dei giornali che vi succedettero: La Barricata e La Barricata/Germinal. Prese il posto di Alessandro Cerchiai, nel 1914, nella direzione del giornale La Propaganda Libertaria, e sostituì Angelo Bandoni nella direzione di Guerra Sociale.

I suoi numerosi articoli, oltre a discutere la teoria anarchica, erano cronache della colonia italiana a San Paolo e della socie-tà brasiliana. Partecipò alle lotte sociali dell’epoca e si unì allo sciopero del 1917, durante il quale fu arrestato. Fu deportato in Italia nel 1919, dove venne arrestato a causa della pubblica-zioni di scritti contro l’immigrazione verso il Brasile. Nel 1920 divenne editore del giornale Umanità Nova insieme a Errico Malatesta. Dopo gli attacchi al giornale da parte dei fascisti nel 1921 e 1923, Gigi Damiani fondò, a Roma, il giornale Federa-zione, che rimaze attivo fino alla fine della dittatura.

Luigi Damiani, sI, sd. Retirada de

httppt.wikipedia.orgwikiFicheiroGigi_

Damiani.

73A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Luigi Damiani (Gigi Damiani) – (Roma 1876 – Roma 1953) figurinista, jornalista, poeta e anarquista.

Cedo se tornou um militante do anarquismo. Suas ativida-des políticas lhe renderam uma prisão domiciliar em setembro de 1894, quando tinha somente 18 anos. Logo após, foi envia-do para Porto Ercole e isolado em Tremiti Favignata e Lipari.

Ao retornar a Roma, em 1896, colaborou com o jornal L’Avvenire Sociale até ser novamente preso depois da mani-festação de 1° de Maio de 1897, tendo sido enviado a prisão.

Partiu para o Brasil em 28 de setembro de 1897, fugindo da repressão italiana. Em terras brasileiras, se instalou na re-gião do Alto Tietê, onde passou a viver produzindo adereços e vestuários para peças de teatro. Sua primeira contribuição a imprensa anarquista italiana no Brasil foi a poesia (Ad uma cotessa) publicada no jornal paulista dirigido por Galileo Bot-ti, La Birichina em le 28 novembre 1897. Depois disso ele não cessará de colaborar com toda imprensa libertária tanto em italiano quanto em português.

Luigi Damiani e Andrea Agottani, sI, sd. Retirada de httpcepsait.blogspot.com.br201102gigi-damiani-e-andrea-agottani.htm

Estabeleceu contato com outros anarquistas e, fundou com Alfredo Mari o jornal Il Risveglio. Colaborou entre outros com: A Plebe, Guerra Social, a Barricada, Amigo do Povo e La Bat-taglia, dedicando-se a colher relatos das condições de insalu-bridade e de exploração a que eram submetidos os imigrantes italianos nas fazendas e indústrias no estado de São Paulo. Pre-so em 1900 foi acusado de “violências sexuais” por ter ajudado ao companheiro José Sarmento a raptar uma moça por amor. Ao ser libertado, foi para o Paraná e colaborou com o jornal curitibano Il Dirito, fundado por Egizio Cini. Tornou-se corres-pondente do La Battaglia em Curitiba e publicou uma de suas crônicas L’ultimo sciopero.

Luigi Damiani e Andrea Agottani, s.l., s.d., fonte: Retirada de httpcepsait.blogspot.com.br201102gigi-damiani-e-andrea-agottani.htm

74 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Retornou a São Paulo em 1908 e substituiu Oreste Ristori, que havia sido deportado, na direção do jornal La Battaglia e nos jornais que lhe sucederam: La Barricata e La Barricata/Germinal. Em 1914, substituiu Alessandro Cerchiai na direção do periódico La Propaganda Libertaria e, em 1916, ocupou o lugar de Angelo Bandoni na gerência do Guerra Sociale.

Seus inúmeros artigos falavam da teoria anarquista, mas, também, eram crônicas sobre a colônia italiana em São Paulo e sobre a sociedade brasileira. Participava, ainda, das lutas sociais da época e se envolveu na Greve de 1917, quando foi preso. Foi deportado para a Itália, em 1919, onde foi preso pela pu-blicação de textos contra a imigração para o Brasil. Em 1920, tornou-se editor do periódico Umanita Nova, juntamente com Errico Malatesta. Após os ataques ao jornal pelos fascistas em 1921 e 1923, Gigi Damiani fundou na cidade de Roma o perió-dico “Federação” que existirá até o fim da ditadura.

Com o poder fascista na Itália, exilou-se na França de onde foi expulso em 1927, seguindo para a Bélgica, depois Espanha e, finalmente Tunísia onde permaneceu até a queda do regime fas-cista. Voltou para Roma em 1946, e colaborou para o periódico “Umanità Nova” até sua morte em 16 de Novembro de 1953.

Con il Fascismo al potere in Italia, fugge in Francia (da dove viene espulso nel 1927), per poi proseguire in Belgio, poi in Spa-gna ed infine in Tunisia, dove rimase fino alla caduta del regi-me fascista. Tornò a Roma del 1946, e collaborò con il giornale Umanità Nova fino alla sua morte, il 16 Novembre 1953.

Luigi Damiani, sl, anos 30, Acervo AEL

Luigi Damiani, s.l. Anni ‘30, Archivio AEL.

Gigi Damiani e uma criança não

identificada, s.l.s.d., Acervo AEL

Gigi Damiani e un bambino non indentificato, s.l.,

s.d., Archivio AEL

75A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Teresina Carrini (Fontanellato/Itália, 1863- Poços de Caldas, 1951), militante socialista chegou ao Brasil em 1890. Ensinava tricô, italiano e francês. As mulheres trabalhadoras tiveram papel decisivo nas greves do período de 1901 a 1917, denunciando maus-tratos e exploração, sobretudo das costu-reiras e tecelãs. Ernestina Lesina, Maria Lopes e Teresa Fabri, também tiveram papel de destaque nas lutas dos trabalhado-res e assinaram, em 1906, o Manifesto às Trabalhadoras de São Paulo, publicado no jornal anarquista A Terra Livre, in-centivando as costureiras a denunciarem as degradantes con-dições de vida, jornadas longas e baixos salários. Foi uma das fundadoras do jornal operário Anima Vita.

Teresina Carrini (Fontanellato, Italia 1863 – Poços de Caldas 1951), militante socialista che arrivò in Brasile nel 1890. Era insegnate di ricamo, di italiano e di francese. Le donne ebbero un ruolo decisivo durante gli scioperi tra gli anni 1901 e 1907, nel denunciare i maltrattamenti e lo sfrut-tamento delle sarte e delle tessitrici. Ernestina Lesina, Maria Lopes e Teresa Fabri furono altre figure di spicco nella lotta dei lavoratori e nel 1906 firmarono il Manifesto alle Lavora-trici di San Paolo. Il manifesto venne pubblicato sul giornale anarchico A Terra Livre, e incentivò le sarte a denunciare le pessime condizioni di vita, le lunghe giornate di lavoro e i salari troppo bassi.

Teresina Carrisi fu una delle fondatrici del giornale operaio Anima Vita.

Teresina Carini Rocchi, Poços de Caldas, Minas Gerais, 1948. Retirada de CANDIDO, Antônio. Teresina, etc. RJ. Ouro Sobre Azul, 2007.

Teresina Carini Rocchi, Poços de Caldas, Minas Gerais, 1948. Fonte: Antonio Candido

Teresina Carini. S.l.,s.d. Retirada de CANDIDO, Antônio. Teresina, etc. RJ. Ouro Sobre Azul, 2007.

Teresina Carini, s.l., s.d., Fonte: Antonio Candido

76 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Oreste Ristori (San Miniato 1874 – Firenze 1943), giorna-lista, militante anarchico italiano. Tra le sue possibili azioni sovversive gli viene attribuito l’incendio della casa tributaria di Empoli, locale dove le tasse venivano conservate per essere poi inviate al Governo centrale. In questo periodo scrisse il suo primo articolo sulle terribili condizioni dei carcerati in Italia, e venne pubblicato su diverse riviste anarchiche.

Fu rimpatriato dopo un tentativo di fuga in Francia e decise di lasciare l’Italia per trasferirsi in Sud America, viaggiando come clandestino, senza passaporto su una nave. Probabil-mente fuggì dal paese natìo durante la repressione del mo-vimento anarchico da parte dello Stato Italiano, iniziata nel 1898. Arrivò in Argentina nel 1902 e strinse relazioni con anarchici argentini e italiani che rimasero colpiti dalla sua forte volontà. Dopo un anno di azioni di sostegno ai lavoratori e alle relative organizzazioni, il Governo Argentino lo deportò nuovamente in Italia.

Foto segnaletica di Oreste Ristori nel Commissariato di

Polizia di Ventimiglia, 6 Aprile 1902.

Fonte: http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/

pesquisatextos/oresteristori.htm

Oresti Ristori na polícia de Ventimiglia,

6 de abril de 1902. Retirado de http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/

pesquisatextos/oresteristori.htm

Mercato nella piazza di San Domenico a San

Miniato, Italia, 1890. Fonte: http://www.

mnemocine.com.br/pesquisa/pesquisatextos/

oresteristori.htm.

Feira do mercado na praça San Domenico

em San Miniato, Itália, 1890. Retirada de

http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/

pesquisatextos/oresteristori.htm

77A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Oreste Ristori ( San Miniato/Itália, 1874 – Florença/Itá-lia,1943) – Jornalista, militante anarquista italiano. Entre as possíveis ações de sua autoria, estaria o incêndio da casa tri-butária de Empoli, local onde os impostos eram guardados para serem enviados ao governo central. Nessa época escre-veu seu primeiro artigo sobre as terríveis condições em que se encontravam os encarcerados na Itália, publicado em di-versas revistas anarquistas.

Foi repatriado após uma tentativa de fuga para a França e de-cidiu deixar a Itália rumo a América do Sul, viagem que fez sem passaporte embarcando clandestinamente em um navio. É pro-vável que tenha fugido de seu país natal durante a repressão do Estado italiano as idéias anarquistas, a partir de 1898. Chegou à Argentina em 1902 e fez contato com anarquistas argentinos e italianos que se impressionaram com sua trajetória. Um ano depois de ações de apoio aos trabalhadores e suas organizações foi deportado pelo governo argentino de volta para a Itália.

Entretanto, na primeira parada do navio em Montevidéu conseguir escapar. Um ano depois foi novamente preso para ser

Riuscì a fuggire alla prima sosta della nave, a Montevideo. L’anno successivo fu arrestato e deportato per l’ennesima volta ma, aiutato da amici che gli fornirono una barca, fuggì tuffandosi in mare. Oreste Ristori divenne un punto di riferi-mento per i libertari di Bacia do Prata, e si guadagnò rispetto e affetto grazie ai suoi profondi discorsi.

Arrivò in Brasile nel 1904, e lo stesso anno fonda, con Gigi Damiani, il giornale La Battaglia, che divenne rapidamente un faro per tutti gli italiani diseredati, denunciava lo sfrutta-mento e le condizioni disumane in cui vivevano i lavoratori di origine italiana. Questo settimanale veniva pubblicato in par-te in lingua portoghese, e in parte in lingua italiana. Nel 1906 la polizia sequestrò gli uffici della redazione del settimanale.

Nel 1912 tornò in Argentina e fondò la rivista mensile El Burro, di contenuti anticlericali, con illustrazioni e caricatu-re. Nella rivista, Oreste cercò di riprodurre l’efficacia delle riviste anarchiche italiane quali Asino di Podrecca e Galan-tara, ed le loro formidabili vignette satiriche. Il successo fu immediato e raggiunse una tiratura molto ampia.

A causa della sua militanza e del successo della sua rivista, nel 1919 Oreste Ristori fu nuovamente arrestato e imbarcato su una nave che l’avrebbe riportato in Italia. Per la terza volta riuscì a fuggire tuffandosi in mare. Rimase in Argentina fino al 1922, anno in cui tornò in Brasile e si stabilì a San Pao-lo, dove continuò a fare propaganda al movimento anarchico

Oreste Ristori, San Paolo 1911. Fonte: http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/pesquisatextos/oresteristori.htm

Oreste Ristori, São Paulo, 1911, retirado de http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/pesquisatextos/oresteristori.htm

78 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

all’interno della classe operaia della regione tramite un nuovo periodico, chiamato L’Alba Rossa. Oltre alla propaganda, por-tata avanti assieme agli operai davanti alle porte delle fabbri-che e nei luoghi di riunione dei lavoratori, egli incentivò la fondazione della Scuola Moderna, per i giovani delle classi operaie dello Stato si San Paolo, seguendo le orme dell’educa-tore spagnolo Francisco Ferrer.

Con la salita al potere di Vargas, la militanza di Risto-ri tornò ad intensificarsi. Criticò le azioni di Governo, e di conseguenza divenne un noto elemento di disturbo e venne perseguito. Fu schedato dalla DEOPS/SP (la Polizia del-lo Stato di San Paolo), come militante comunista, membro del Comitato Antiguerra e Antifascista per i quali organiz-zava campagne contro la guerra in Abissinia e in Etiopia. Fu addirittura espulso dal paese durante la dittatura di Getúlio Vargas nel 1936, in quanto considerato elemen-to indesiderato dal Governo, e venne rimandato in Italia. Durante i 32 anni passati in Brasile, Oreste Ristori si dimostrò un combattente instancabile nella notta per la costruzione di un mondo migliore per i lavoratori.

Fu giustiziato da un plotone fascista all’ alba del 02 dicem-bre 1943 presso il Poligono delle Cascine di Firenze, Italia.

Orestes Ristori, Argentina, 1919,

retirado dehttp://www.mnemocine.com.br/pesquisa/

pesquisatextos/oresteristori.htm

Oreste Ristori, Argentina, 1919.

Fonte:http://www.mnemocine.

com.br/pesquisa/pesquisatextos/

oresteristori.htm deportado para a Itália. Mas, auxiliado por amigos que lhe con-seguiram um barco, escapou lançando-se ao mar. Oreste Ristori se converteu em uma referência entre os libertários da Bacia do Prata, respeitado e querido por seus grandes discursos.

Chegou ao Brasil em 1904, e no mesmo ano, junto com Gigi Damiani, fundou o jornal La Bataglia, que rapidamente tornou-se um marco de referência para todos os deserdados da Itália, denunciando a exploração e as condições desumanas a que estavam sujeitos os trabalhadores de origem italiana. Essa publicação semanal era editada parte em língua portuguesa, parte no idioma italiano. Em 1906, a revista semanal teria suas oficinas invadidas pela polícia.

Em 1912, retornou a Argentina e fundou a revista El Burro, publicada mensalmente com ilustrações e caricaturas, de conte-údos anticlericais. Em El Burro, Oreste buscou reproduzir a efi-cácia gráfica das revistas anarquistas italianas Asino di Podrecca e Galantara com seus formidáveis desenhos satíricos. O sucesso foi imediato e a revista chegou a alcançar grande tiragem.

79A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Oreste Ristori, Italia, 1936. Fonte: http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/pesquisatextos/oresteristori.htm.

Orestes Ristori, Itália, 1936, retirado de http://www.mnemocine.com.br/pesquisa/pesquisatextos/oresteristori.htm

Graças a sua militância e ao sucesso de sua Revista, em 1919, Oreste Ristori foi novamente preso e colocado em um navio para ser deportado para Itália. E pela terceira vez conse-guiu escapar atirando-se ao mar. Permaneceu na Argentina até 1922, quando retornou ao Brasil e se instalou na cidade de São Paulo, onde continuou propagandeando o anarquismo no meio operário paulistano através de um novo periódico cha-mado L’Alba Rossa. Ao mesmo tempo em que fazia propagan-da junto ao operariado paulistano, nas portas de fábrica e nos locais de reuniões dos trabalhadores, incentivou a implanta-ção da Escola Moderna, seguindo os preceitos apontados pelo educador espanhol Francisco Ferrer para os filhos das classes populares de todo o estado de São Paulo.

Com a chegada de Vargas ao poder, sua militância tornou-se novamente intensa. Passou a criticar as ações do governo aos olhos do qual se tornou um elemento indesejado passando a ser intensamente vigiado. Ristori foi fichado pelo DEOPS/SP como militante comunista, participante do Comitê Antifas-cista onde realizava campanhas contra a guerra na Abissínia e na Etiópia. Até que foi expulso pela ditadura de Getúlio Vargas, em 1936, como elemento indesejável a Nação, retor-nando à Itália.

Nos 32 anos que passou entre nós, no Brasil, Orestes Risto-ri foi um incansável batalhador pela construção de um mun-do melhor para os trabalhadores.

Foi executado por um pelotão fascista na madrugada do dia 02 de dezembro de 1943, no Polígono das Cascine, em Flo-rença, Itália.

80 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

81A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Imprensa

La Stampa

82 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro82 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

A imprensa militante em língua italiana, no Brasil, foi numerosa e bastante diversificada. Se, de um lado, os

militantes anarquistas e socialistas recorriam a imprensa para sensibilizar seus compatriotas com sua visão de mundo e mo-bilizar brasileiros para a participação social, também os indus-triais italianos, que aqui se estabeleceram, divulgavam suas idéias e princípios através da imprensa na língua materna.

O forte movimento migratório trazendo anualmente milha-res de italianos para trabalhar na agricultura, trouxe, também, a necessidade de uma imprensa que “falasse” com e para es-ses imigrantes. E, surgiram “L’emigrante”, “Il Movimento”, “L’Eco d’Italia”, “L’Operaio Italiano”, “La Voce del Popolo”, “L’Italia Unita”, “La Bestia Umana”, “Il Pensiero Italiano”, entre tantos outros.

Dados da Secretaria de Agricultura de São Paulo mostram que 28,72% dos italianos que imigraram no período de 1908 a 1927 eram analfabetos, o que abria um enorme leque de possibilidades de produzir informações que atendesse ao res-tante dos trabalhadores que ainda não falava o português, mas que sabia ler em italiano. Naquela época, manter uma publi-cação periódica, era um enorme desafio: a composição era feita a mão, com caracteres móveis, as maquinas impressoras eram pequenas, a publicidade era escassa, as dificuldades de noticias da Europa eram enormes e os primeiros linoptipos chegaram no Brasil só em 1905. Mas, os militantes assumi-ram esse desafio e produziram dezenas de títulos onde expu-nham suas idéias e disputavam adeptos.

É difícil mensurar exatamente quantas publicações em italiano apareceram no Brasil nesse período, entretanto, há referencias a 170 títulos entre 1880 e 1920, sendo que de 140 a 150 só no Estado de São Paulo.

La stampa in lingua italiana in Brasile fu molto efficace e diversificata. Se da un lato i militanti anarchici si avvalsero della stampa per sensibilizzare i compatrioti sulla loro visione del mondo e incentivare la mobilitazione sociale dei brasilia-ni, dall’altro alto anche gli industriali italiani che si stabiliro-no in Brasile divulgarono le proprie idee e i propri principi attraverso la stampa nella loro lingua materna.

Il forte flusso migratorio che portò miglia di italiani a lavo-rare nelle piantagioni, portò anche la necessità di una stampa che “potesse comunicare” agli immigranti. Per questo furono fondati L’emigrante, Il Movimento, L’Eco d’Italia, L’Operaio Italiano, L’Unità d’Italia, La Bestia Umana, Il Pensiero Italia-no e molti altri.

Secondo i dati della Segreteria dell’Agricoltura di San Pa-olo, il 28, 72% degli italiani emigrati nel periodo compreso tra il 1908 e il 1927 erano analfabeti, il che apriva un ampio spettro di possibilità di promulgare informazioni ai restanti lavoratori che non conoscevano il portoghese, ma che erano in grado di leggere in italiano. A quell’epoca la pubblicazione periodica era un’enorme sfida: la composizione veniva fatta a mano con caratteri mobili, le macchinari di stampa erano pic-coli, la pubblicità era scarsa, reperire notizie dall’Europa era molto difficile e i primi linotipi giunsero in Brasile solo nel 1905. Nonostante le difficoltà, i militanti riuscirono a produr-re dozzine di testate nelle quali divulgavano le proprie idee e incentivavano i compagni.

E’ difficile stabilire con esattezza quante pubblicazioni in lingua italiana circolassero in Brasile in quel periodo, si calco-lano circa 170 testate tra il 1880 e 192, di cui 140 – 150 sono nello Stato di San Paolo.

83A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira 83A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Amigo do Povo, San Paolo, 1902. Archivio UNESP.

O Amigo do Povo, São Paulo, 1902, Acervo UNESP

La Bestia Umana, São Paulo, 1894, Acervo APESP

La Bestia Umana, San Paolo, 1894. Archivio APESP.

84 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

I contenuti della stampa operaia trattavano, generalmente, argomenti come la denuncia, l’informazione sulla quotidiani-tà di fabbriche e fazendas, le manifestazioni e la formazione politica e culturale. Erano molto frequenti le denunce contro lo sfruttamento di donne e bambini.

Inoltre, lo sviluppo della stampa operaia fece sorgere una nuova forma di comunicazione: la satira!

Angelo Agostini (Vernate 1833 – Rio de Janerio 1910), di-segnatore italiano, fu uno dei primi fumettisti in Brasile e il più importante artista grafico del II Reinado. Visse l’infanzia e adolescenza a Parigi. Nel 1859, all’età di 17 anni, si trasferì a San Paolo. Nel 1864 avviò la carriera di fumettista, fondan-do Diabo Coxo, il primo giornale illustrato pubblicato a San Paolo, che conteneva testi del poeta abolizionista Luís Gama. Nonostante il grande successo riscosso, il giornale venne chiu-so nel 1865. L’anno successivo, 1866, lanciò il Cabrião, la cui sede venne depredata dopo i costanti attacchi di Agostino al clero e alle elites schiaviste dello regione di San Paolo, e fallì nel 1867. Si trasferì a Rio de Janeiro dove proseguì la sua lotta per l’abolizione della schiavitù. Pubblicò “Impressões de uma Viagem à Corte”, impressioni di un viaggio a corte, la prima storia a fumetti mai pubblicata in Brasile ed addirittura una delle più antiche del mondo.

Angelo Agostini, artista italiano, s.l., s.d., Fonte: http://

www.jornallivre.com.br/15215/

biografia-sobre-angelo-agostini.html

Angelo Agostini, artista italiano, s.l.,s.d.,

Retirada de http://www.jornallivre.

com.br/15215/biografia-sobre-

angelo-agostini.html

85A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

O conteúdo da imprensa operária seguia, de maneira geral, as seguintes linhas: as denúncias, as informações sobre o coti-diano nas fábricas e nas fazendas, as manifestações e a forma-ção política e cultural. Eram freqüentes as denúncias contra a exploração do trabalho de mulheres e de crianças.

O crescimento da imprensa operária fez surgir, também, uma nova forma de comunicação: a charge! Angelo Agostini (Vernate, 1833 — Rio de Janeiro, 21910), desenhista italiano foi um dos primeiros cartunistas no Brasil e o mais importan-te artista gráfico do II° Reinado. Viveu sua infância e adoles-cência em Paris, e em 1859, com dezesseis anos, veio para São Paulo. Em 1864, iniciou a carreira de cartunista fundando o “Diabo Coxo”, primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, e que contava com textos do poeta abolicionista Luís Gama. Apesar da grande repercussão, o periódico foi fechado em 1865. Lançou, no ano seguinte (1866), o “Cabrião”, cuja sede chegou a ser depredada, devido aos constantes ataques de Agostino ao clero e às elites escravocratas paulistas, falindo em 1867. Mudou-se para Rio de Janeiro, onde prosseguiu em defesa da abolição. Publicou “Impressões de uma Viagem à Corte”, considerada a primeira história em quadrinhos brasi-leira e uma das mais antigas do mundo.

Em São Paulo, no ano de 1907, existiam cinco jornais diá-rios, em língua italiana: “Fanfulla”, “Il Secolo”, “ La Tribuna Italiana”, “L’Avanti” e o “Corriere d’Italia”.

A San Paolo, nel 1907, circolavano 5 quotidiani in lingua italiana: Fanfulla, Il Secolo, La Tribuna Italiana, L’Avanti, e il Corriere d’Italia.

Gli italiani furono i pionieri della stampa operaia e sinda-cale in Brasile, dove fondarono diressero, scrissero, si dedica-rono anima e corpo a centinaia di pubblicazioni il cui prin-cipale obbiettivo era l’organizzazione dei lavoratori e la lotta instancabile per una vita degna. Oreste Ristori, Gigi Damiani, Rodolfo Felipe, Arthuro Campagnolli, Alessandro Cerchiai, Felice Vezzani, Galileo Botti, Angelo Agostini, Antonio Picca-rolo, Eugenio Gasteldetti e molti altri, scrissero con sofferen-za, dignità e speranza, una splendida pagina della storia della storia brasiliana, alla costante ricerca di una vita migliore.

86 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

La stampa operaia di fine XIX secolo e inizi XX secolo fu sia una istancabile denuncia contro le aggressioni subite dai lavoratori, sia un veicolo di divulgazione di idee per l’organiz-zazione e la mobilitazione della classe operaia. Molti militanti, impegnati nella lotta per migliori condizioni di vita e di lavoro per coloni e operai, furono arrestati ma continuarono, irre-movibili, a promuovere idee e obbiettivi. Ne sono un esempio le denunce contro lo difficili condizioni di vita e di lavoro alle quali erano soggetti gli immigranti nelle piantagioni di caffè nella parte occidentale della regione di San Paolo, che sfocia-rono in un gran tumulto sia in Brasile che in Italia. Alcuni militanti, come Oreste Ristori, furono deportati per essersi espressi e aver agito a favore di queste denunce.

O pioneirismo na imprensa operária e sindical no Brasil, cabe aos italianos, que aqui fundaram, dirigiram, escreveram, deram vida e alma, a centenas de publicações cujo o principal objetivo era a organização dos trabalhadores e a luta incansá-vel em defesa de uma vida mais digna. Oreste Ristori, Gigi Da-miani, Rodolfo Felipe, Arthuro Campagnolli, Alessandro Cer-chiai, Felice Vezzani, Galileo Botti, Angelo Agostini, Antonio Piccarolo, Eugênio Gasteldetti e muitos outros, escreveram com sofrimento, dignidade e esperança uma bela pagina da história de nossa imprensa, em defesa de um mundo melhor.

A imprensa operária no final do século XIX e inicio do sé-culo XX foi incansável nas denúncias das agressões sofridas pelos trabalhadores e na propagação das idéias de organização e de mobilização da classe trabalhadora. Engajados na defesa de melhores condições de trabalho e de vida para os colonos e operários, vários militantes foram presos, deportados mas se mantiveram firmes na divulgação de suas idéias e objetivos, um exemplo disso foram as denúncias das difíceis condições de vida e de trabalho a que eram submetidos os imigrantes nas fazendas de café do Oeste paulista, que geraram uma onda de denuncias e reclamações, aqui e na Itália. Alguns militan-tes, como Orestes Ristori, foram deportados por terem dado voz e forma a essas denúncias.

Manifesto contro l’immigrazione, San

Paolo, 1906, Archivio UNESP pag.2

Manifesto contra a Imigração, São

Paulo, SP, 1906. Acervo UNESP

Manifesto contro l’immigrazione,

San Paolo, 1906. Archivio UNESP.

Manifesto contra a Imigração, São

Paulo, SP, 1906. Acervo UNESP, pag.2

87A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

1908

Il Corriere d’Italia, São Paulo, 1908, Acervo APESP Il Meridionale, São Paulo, 1908, Acervo APESP La Vedetta, São Paulo, 1908, Acervo APESP

Il Corriere d’Italia, San Paolo, 1908, Archivio APESP La Vedetta, San Paolo, 1908. Archivio APESP.Il Meridionale, San Paolo 1908. Archivio APESP

87A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

88 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

1909La Battaglia, São Paulo,

1909, Acervo UNESP

La Battaglia, San Paolo, 1909. Archivio UNESP

Il Commercio e l’Industria, San Paolo, 1909. Archivio UNESP.

Il Commercio e L’Industria, São Paulo, 1909, UNESP

89A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

1917“O Comitê de Defesa Proletária desmonta uma tra-

ma montada pelas autoridades e pelos industriais e evita um massacre popular”.

Jornal Guerra Social, em apoio ao Comitê de Defesa Prole-

tária, constituído durante a Greve Geral de 1917, São Paulo,

julho de 1917.

“Premida por uma situação de torturas morais e de atroz miséria, cujas as terríveis conseqüências dia para dia mais lhe amargurava a triste existência, a plebe do-minada pelo desespero, perdeu a paciência e ululante e audaz saiu para a rua afirmando seu direito a vida.

Foi um belo, um importante movimento popular de protesto contra a corja usurpadora. A história desse país não registrou outro de tão grande importância”.

Jornal “A Plebe” referindo-se a Greve Geral de 1917, São

Paulo, julho de 1917“Il Comitato di Difesa Proletaria aventa un tranolo montato dalle autoritá e dagli industriali ed evita un massacro di popolo”.

Giornale Guerra Sociale, in sostegno al Comitato di Difesa Proletaria costituito durante lo Sciopero Genera-le del 1917, San Paolo, Luglio 1917.

“Soffocata da una situazione di tortura morale e di atro-ce miseria, le cui terribili conseguenze giorno dopo giorno ne avvelenano la triste esistenza, la plebe mossa dalla di-sperazione, ha perduto al pazienza e ululante ed audace è scesa in strada affermando il proprio diritto alla vita.

E’ stato un bellissimo e importante movimento di prote-sta popolare contro la casta usurpatrice. Nella storia di que-sto paese, mai si è assistito a un atto di tale importanza”.

Giornale A Plebe in riferimento allo Sciopero Generale del 1917. San Paolo, Luglio 1917.

Guerra Sociale, São Paulo, 1917, Acervo UNESP

Guerra Sociale, San Paolo, 1917. Archivio UNESP.

A Plebe, São Paulo, 1917, Acervo UNESP

A Plebe, San Paolo, 1917. Archivio UNESP.

A Cigarra, reportagem sobre a Greve Geral de 1917, São Paulo, 26 de julho de 1917. Acervo APESP

A Cigarra, reportage sullo Sciopero Generale del 1917. San Paolo, 26 Luglio 1917. Archivio APESP.

90 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

1919O Germinal, São Paulo,

agosto de 1919, Acervo UNESP

O Germinal, San Paolo, Agosto 1919. Archivio UNESP.

O Parafuso, São Paulo, novembro de 1919, nº

170. Acervo UNESP.

O Parafuso n°170, San Paolo, Novembre 1919.

Archivio UNESP.

O Parafuso n°170, San Paolo, Novembre 1919.

Archivio UNESP.

O Parafuso, São Paulo, novembro de 1919, nº

170. Acervo UNESP

Alba Rossa, São Paulo, maio de 1919. Acervo UNESP

Alba Rossa, San Paolo, Maggio 1919. Archivio UNESP.

91A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

1920

1931

Alba Rossa, São Paulo, 1º de maio de 1920. Acervo UNESP

Alba Rossa, San Paolo, 1° Maggio 1920. Archivio UNESP.

Spaguetto, San Paolo, Luglio 1931. Archivio UNESP.

Italia Libera, San Paolo, Maggio 1931. Archivio UNESP.

Spaguetto, São Paulo, julho de 1931, Acervo UNESP

Italia Libera, São Paulo, maio de 1931, Acervo UNESP.

Manifestações

Manifestazioni

94 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

La pratica formativa anarchica includeva le attività culturali, come

quella proposta dal giornale A Plebe, s.l., s.d., Archivio APESP.

A prática formativa anarquista incluía as

atividades culturais de lazer, como esta

promovida pelo jornal A Plebe, sem

local nem data, Acervo APESP

95A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Desde a metade do século XIX, as manifestações de tra-balhadores livres reivindicavam melhores condições

de trabalho, regulamentação da jornada de trabalho das mu-lheres e das crianças, salários dignos. O início da República e os primeiros anos do século XX foram marcados por fortes movimentos do nascente operariado brasileiro na conquista de direitos sociais. Devemos a eles uma série de direitos que hoje usufruímos! Enfrentando difíceis condições de vida e de traba-lho eles bravamente empunharam as bandeiras que julgavam necessárias para construir um mundo melhor.

A partire dalla metà del XIX secolo, le manifestazioni dei liberi lavoratori rivendicavano migliori condizioni lavorative, una valida regolamentazione delle giornate di lavoro per don-ne e bambini e salari adeguati. L’istituzione della Repubblica e i primi decenni del XX secolo furono segnati da forti movi-menti della neonata classe operaia brasiliana, verso la conqui-sta dei propri diritti sociali.

Molti diritti di cui gode il popolo brasiliano oggi, sono un retaggio di quel periodo!

Affrontando difficili condizioni di vita e di lavoro, gli ope-rai fecero tutto ciò che ritenevano necessario per costruire un mondo migliore.

1° de Maio, Santos, s.d. Acervo APESP

Trabalhadores em greve, Fábrica Penteado, 1907, São Paulo, acervo APESP

1° Maggio, Santos, s.d. Archivio APESP.

Lavoratori in sciopero, Fabbrica Penteado , 1907. San Paolo, Archivio APESP.

96 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

As lideranças operárias dessa época, em particular a cor-rente anarquista, tinham uma enorme preocupação com as manifestações culturais e de lazer do proletariado, o que se traduzia nas centenas de iniciativas como: concertos, espetácu-los teatrais, picniques, saraus, etc. Um dos argumentos para a redução das longas jornadas era a necessidade dos trabalhado-res terem um tempo para a formação, a leitura, as atividades culturais. Assim, os passeios e as iniciativas educacionais divi-diam com as greves e as paralizações a atenção das lideranças.

Escola Moderna do Brás, diretor,

professora e alunos, São Paulo, março de

1913. Arquivo João Penteado, USP.

Scuola Moderna del quartiere Brás.

Preside, Professoressa e alunni. San Paolo,

Marzo 1931. Archivio João Penteado, USP.

Comitato Pro-Scuola Moderna, lista di

contributi mensili (in portoghese e in italiano), San Paolo, 1913. Archivio João

Penteado, USP.

Comitê pró Escola Moderna, lista de

contibuições mensais (em português e

italiano), São Paulo, SP, 1913. Acervo João

Penteado, USP

La leadership operaia di quel periodo, specialmente quella anarchica, era molto impegnata in manifestazioni culturali e di svago dedicate al proletariato, come concerti, spettacoli teatrali, balli, pic nic ecc. Uno degli argomenti a favore della riduzione delle lunghe giornate lavorative era la necessità, per i lavoratori, di avere del tempo libero da dedicare alla forma-zione, alla lettura, alle attività culturali. Per questo motivo, gli itinerari e le iniziative culturali, insieme agli scioperi e alle manifestazioni pubbliche, erano di massimo interesse per i vertici della classe operaia.

97A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Ainda no período de transição entre a escravatura e o trabalho livre, registramos revoltas e manifestações de trabalhadores imi-grantes que enfrentavam a mentalidade escravocrata de proprie-tários das fazendas de café no Vale do Paraíba e no Oeste paulista.

Um exemplo, foi a revolta dos colonos da Fazenda de Ibia-caba, na região de Limeira. Os colonos levantaram dúvidas sobre os preços dos gêneros de primeira necessidade, o peso, as unidades de medida, os juros, as dívidas anotadas em cader-neta e se revoltaram.

A indústria têxtil era o grande setor industrial no inicio do século XX e oferecia péssimas condições de trabalho e salários ínfimos, além de empregar em massa mulheres e crianças, que trabalhavam mais de 12 horas diárias. Essa realidade, colocava a greve como única alternativa para os trabalhadores.

Anche nel periodo di transizione tra schiavitù e lavoro li-bero, furono registrate rivolte e manifestazioni di lavoratori immigranti, che contrastavano la mentalità schiavista dei pro-prietari delle piantagioni di caffè nel Vale do Paraíba e nella parte occidentale della regione di San Paolo.

Un esempio fu la rivolta dei coloni della fazenda di Ibia-caba, nella regione di Limeira. Questi non erano d’accordo sui i prezzi dei generi di prima necessità, i peri e le unità di misure, gli interessi e i debiti annotati sul libretto del fazen-deiro e si rivoltarono.

Rivolta dei coloni di Ibialcaba, Limeira – SP, 1857. Archivio APESP:

Revolta dos colonos de Ibiacaba, Limeira/SP, 1857, Acervo APESP

98 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

L’industria tessile era il settore più importante agli inizi del XX secolo, impiegava soprattutto donne e bambini, che lavoravano per oltre 12 ore al giorno in condizioni pessime e percepivano stipendi poverissimi. In questo contesto, per i lavoratori non avevano alternative, se non lo sciopero.

Nel 1909, i bambini che lavoravano nella Vetreria Santa Ma-rina, bloccarono la produzione per rivendicare migliori condi-zioni lavorative e un aumento dello stipendio. La repressione degli scioeri dei bambini indignò i lavoratori adulti, i quali incrociarono le braccia e spensero i forni. L’impresa reagì in modo violento, cacciando i lavoratori dallo stabile, licenzian-done la maggior parte e ritirando il credito alimentare.

Enedina Rossetti (centro), grevista da Vidraçaria Sta Marina em 1909

em São Paulo, Osasco/SP, 1979.

Movimento contra a carestia da vida,

São Paulo, 1913, Acervo AEL

Movimento contro una vita di carestie,

San Paolo, 1913, Archivio AEL.

“1° de Maio pela Paz”, contra a

Primeira Guerra Mundial, São Paulo,

1915, Acervo AEL

Enedina Rossetti (centro), manifestante

della Vetreria S.ta Marina nel

1909 a San Paolo, Osasco – SP, 1979.

“1°Maggio per la Pace” contro la

Prima Guerra Mondiale, San Paolo,

1915. Archivio AEL.

99A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Em 1909, as crianças que trabalhavam na Vidraçaria Santa Marina paralisaram as atividades, reivindicando melhores con-dições de trabalho e aumento salarial. A repressão a greve das crianças indignou os trabalhadores adultos que cruzaram os braços e apagaram o forno. A empresa reagiu violentamente, expulsando os trabalhadores da vila operária, retirando o cré-dito alimentício e despedindo a grande maioria.

As duas primeiras décadas do século XX foram marcadas por intenso movimento de manifestações e greves, provocadas pelo constante aumento do custo de vida e pelo controle sa-larial. A Greve de 1917 “irrompeu no desespero em que se encontrava o operariado paulista, sujeito a salários de fome e a trabalhos extenuantes”.

Começou com os trabalhadores do Cotonifício Crespi, que tiveram negado seu pedido de aumento recebendo a ameaça de fechamento da fábrica. Rapidamente o movimento se alas-trou e paralisou não só a capital, como atingiu inúmeras cida-des do interior do Estado.

Cotonificio Crespi, Greve de 1917, São Paulo, 1917, Acervo APESP

Greve Geral de 1917, A Cigarra, São Paulo, 1917, Acervo AEL

Mulheres na greve de 1917, Revista Careta, São Paulo, 1917, Acervo APESP

Cotonificio Crespi, sciopero del 1917, San Paolo 1917. Archivio APESP.

Donne in sciopero durante il blocco del 1917, Rivista Careta, San Paolo, 1917. Archivio APESP.

100 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Movimento contra a carestia, São Paulo, 1913, Acervo APESP

Movimento contro la carestia, San Paolo,

1913. Archivio APESP.

I primi due decenni del XX secolo furono segante da intensi scioperi e manifestazioni, sorte a causa dell’aumento costante del costo della vita e dei tagli salariali. Lo Sciopero del 1917 “sca-turì dalla disperazione che stava vivendo l’operaio della regione di San Paolo, soggetto a stipendi miseri e lavori estenuanti”.

Lo sciopero ebbe inizio con i lavoratori del Cotonificio Cre-spi, ai quali era stata negata la richiesta di aumento di salario e la cui fabbrica aveva minacciato di chiudere. In pochissimo tempo si allargò e paralizzo non solo la città di San Paolo, ma anche numerose città della Stato.

101A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Repressão

Repressione

102 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

Polícia dispersando grevistas na Greve Geral de 1917, São

Paulo, 1917, Revista Careta, Acervo APESP

Poliziotto che disperde gli scioperanti

durante il Grande Sciopero del 1917. San

Paolo, 1917. Rivista Careta, Archivio

APESP.

103A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Durante a República Velha, a “Questão Social” era tra-tada a patas de cavalo. Sem o reconhecimento oficial

das entidades operárias nem o respeito a interlocução das li-deranças, as negociações por melhores condições de trabalho eram raras e quase sempre desrespeitadas pelo patronato. Os movimentos reivindicatórios eram reprimidos pela cavalaria da polícia com a justificativa de “manter a ordem na cidade”.

Em 15 de abril de 1894, um grupo de militantes anar-quistas e socialistas foi preso ao sair de uma reunião no Centro Socialista internacional, onde discutia formas de co-memorar o 1º de Maio, o que acabou resultando em várias deportações. Muitas vezes, as lideranças imigrantes eram presas e fichadas como ladrões, gigolôs, criminosos e margi-nais, o que propiciava possibilidades de serem considerados elementos não desejáveis ao país.

“O fato de maior importância que se liga à segu-rança pública no decurso do ano de 1894 foi a medi-da, adotada por esta Chefatura, contra o anarquismo, que nesta Capital tentava lançar suas subversivas teo-rias. Tendo chegado ao meu conhecimento que (....) celebravam-se conferências públicas, que visavam ao desenvolvimento da tenebrosa doutrina na sociedade paulista, tomei o alvitre de fazer vigiar e observar os indivíduos denunciados como adeptos extremados da perigosa seita para, em momento oportuno, surpreen-dê-los em seus planos e frustrar a realização de seus sinistros intentos.” Theodoro Dias de Carvalho Junior, chefe de polícia de São Paulo, 1895

Durante l’Antica Repubblica, la “Questione Sociale” veniva affrontata in maniera erronea. Non vi era nessun riconosci-mento ufficiale delle entità operaie e non veniva rispettato il punto di vista della sfera dirigente; per questo motivo i ne-goziati per migliori condizioni di lavoro erano rare e non ve-nivano mai rispettate dai dirigenti. I movimenti rivendicativi venivano repressi dalla Polizia a cavallo, che agiva con la scusa di “mantenere l’ordine cittadino”.

Il 15 Aprile 1894, un gruppo di militanti anarchici e so-cialisti furono arrestati all’uscita di una riunione nel Centro Socialista Internazionale, durante la quale avevano discusso sulle celebrazioni del 1° Maggio, e molti di questi vennero deportati. Molto spesso, i leader operai venivano arrestati e schedati come ladri, gigolò, criminali e individui borderline, aumentando così le loro chances di essere considerati indivi-dui da espellere.

Repressão policial durante a greve geral de 1917, São Paulo, 1917, Acervo AEL

Repressione, da parte della Polizia, durante lo sciopero del 1917, San Paolo, 1917. Archivio AEL.

104 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

“Il fatto di maggiore importanza, in relazione alla sicurezza pubblica, durante l’anno 1984, su l’adozio-ne, da parte della classe dirigente, della misura contro l’anarchismo, movimento che cercava di divulgare idee sovversive in questa Capitale. Essendo giunto a mia conoscenza che (…) avevano luogo conferenze pubbli-che, che miravano a promuovere la tenebrosa dottrina all’interno della società paolista, ho dato l’ordine di fare vigilare e investigare gli individui denunciati come adepti della pericolosa setta cosicché, a tempo debito, vengano colti in flagrante e i la realizzazione dei loro sinistri intenti venga interrotte.”

Theodoro Dias de Carvalho Junior, Capo della Polizia di San Paolo, 1895

“Arrestati il giorno 15 Aprile scorso in diversi luoghi di vie pubbliche da agenti della polizia segreta, ancora oggi ci tro-viamo imprigionati in questo Carcere, senza aver commesso nessuna azione contro la tranquillità pubblica o individuale, né infranto alcuna legge brasiliana o d’ospitalità e di convi-venza sociale”. Eugenio Gastaldetti, Serafino Suppo, Arturo Campagnoli, Alfredo Capricci, Francesco Patelli, Galileo Bot-ti, Antonio Maffucci, Augusto Bargioni – Prigione n°2 della Cadeia da Luz, Maggio 1894.

Già alla fine del XIX secolo, la polizia si avvaleva dei mezzi di comunicazione esistenti per “scambi” di informazioni sugli individui che differivano dallo status quo.

Comunicato della Polizia di San Paolo

del 19 Marzo 1896. Tra i carcerati fotografati

sono presenti anarchici italiani. Archivio APESP.

Comunicato dell’Ispettore Generale Quartier

Generale della Polizia RJ per avvertire sull’arrivo di anarchici e socialisti

a San Paolo, 10 Maggio 1893. Archivio APESP.

Socialisti e anarchici arrestati a San

Paolo, 19 Aprile 1894. Archivio APESP.

Comunicado da polícia de São Paulo de 19 de março de 1896. Entre

os presos fotografados há anarquistas italianos.

Acervo APESP

Comunicado Inspetor Geral Repartição Central

polícia RJ informando embarque, de

anarquistas e socialistas para SP, 20 maio de 1893. Acervo APESP

Socialistas e anarquistas presos em São Paulo,

19 de abril de 1894. Acervo APESP

105A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Já no final do século XIX, com os recursos de comunicação disponíveis, as policias “trocavam” informações sobre quem divergia do status quo.

Mesmo antes da Lei Adolfo Gordo, 1907, a ameaça de de-portação dos militantes estrangeiros estava vigente. Em 1921, a “Lei dos Indesejáveis” estipulou as condições exigidas para a expulsão de estrangeiros do território brasileiro. Naquele perío-do o governo criou a Colônia Penal de Clevelandia, no Estado do Amapá, para onde deportou centenas de imigrantes consi-derados “indesejáveis”. A distância, o acesso e as condições de insalubridade e higiene condenaram a morte 52% dos que pas-saram por Clevelandia. Os militantes para lá deportados, eram simplesmente classificados como operários ou vadios para ocul-tar sua militância operária e/ou sindical.

“Presos no dia 15 de abril próximo passado em di-versos pontos das vias públicas por agentes da polícia secreta, estamos ainda hoje presos nesta Casa de Deten-ção, sem ter cometido nenhuma ação contra a tranqüi-lidade pública ou individual, nem contrária a nenhuma lei brasileira ou àquelas da hospitalidade e da convivên-cia social.” Eugenio Gastaldetti, Serafino Suppo, Arturo Campagnoli, Alfredo Capricci, Francesco Patelli, Galileo Botti, Antonio Maffuci, Augusto Bargioni – Prisão nº 2 da Cadeia da Luz, maio de 1894

Carta dos presos ao Chefe de Policia de São Paulo, 18/05/1894, acervo APESP

Intimidazione al direttore del giornale La Bestia Umana, Felice Vezzani, da parte del 5° regimento di Polizia di San Paolo – SP. 5 Aprile 1984. Archivio APESP.

Intimidazione da parte della polizia al direttore del giornale “La Tribuna Italiana”, 5° regimento di Polizia di San Paolo e Ordine ufficiale di chiusura del giornale. SP, 6 Aprile 1894. Archivio APESP.

Intimação ao diretor do jornal La Bestia Umana, Felice Vezzani, pela 5ª polícia de São Paulo, SP, 5 de abril de 1894, Acervo APESP

Intimação policial para o diretor do jornal “La Tribuna Italiana”, 5ª polícia de São Paulo e Ordem policial de fechamento do jornal, SP, 6 de abril de 1894. Acervo APESP

106 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

La minaccia di deportazione per i militanti stranieri era vigente, anche prima della Legge Adolfo Gordo del 1907. Nel 1921, la “Legge degli Indesiderati” stabilì le condizioni neces-sari perchè avvenisse la espulsione di uno straniero dal suolo brasiliano. In quel periodo il governo creò la Colonia Penale di Clevelandia, nello Stato di Amapá, dove furono deportati centinaia di immigranti “indesiderati”. La distanza e le in-salubri condizioni di igiene, condannarono a morte il 52% di coloro che arrivarono a Clevelandia. I militanti deportati vennero classificati come semplici operai per tenere nascosta la loro militanza operaia e/o sindacale.

Charge sobre deportação de militantes estrangeiros, em especial

os italianos, Revista Careta, 25/10/1919, Aacervo Biblioteca Nacional.

Tassa sulla deportazione di militanti

stranieri, specialmente italiani. Rivista Careta, 25

Ottobre 1919. Archivio Biblioteca Nazionale.

Campo di deportazione

di Clevelandia, Amapá, 1924.

Campo de deportação

de Clevelandia, Amapá, 1924

107A part ic ipação i ta l iana na organização operár ia e s indical bras i le ira

Período / Periodo Italianos / Italiani Total / Totale

1907 25 132

1908 - 1911 14 67

1912 - 1914 34 134

1915 - 1916 6 18

1917 - 1921 42 205

1907 - 1921 121 556

A tabela mostra o número de estrangeiros expulsos do Brasil:La tabella mostra il numero di stranieri espulsi dal Brasile:

Diário Oficial, decisão judicial para deportação dos militantes italianos presos em São Paulo durante a reunião para organizar as comemorações do 1°de Maio, novembro de 1894, Acervo APESP

Gazzetta Ufficiale, decisione giudiziale di deportazione di due militanti italiani arrestati a San Paolo durante la riunione organizzativa per le celebrazioni del 1° Maggio, Novembre 1894. Archivio APESP.

108 La partecipazione i ta l iana nel s indacato bras i l iano e organizzazione del lavoro

E, os imigrantes italianos continuaram a chegar ao Brasil, depois dos anos 20 do século passado. Na bagagem: sonhos, ide-ologias, projetos de vida, esperanças de um futuro melhor, de um mundo melhor. Junto traziam seus hábitos, culturas, língua, experiência vivida, conhecimentos. E, realizou-se a troca. Hoje, seus descendentes falam português e são cidadãos brasileiros. E, os brasileiros adquiriram muitos dos hábitos e dos costumes desses imigrantes, incorporando-os ao cotidiano.

Aos companheiros italianos que para cá vieram, a partir do final do século XIX e, que contribuíram para a organização dos trabalhadores, a nossa certeza de que a história que ajudaram a escrever forjou parte dos sonhos e das esperanças que hoje tentamos construir!

Gli immigranti italiani continuarono ad arrivare in Brasile, dopo gli anni ‘20 del secolo scorso. Nella valigia portavano so-gni, ideologie, progetti di vita, speranze per un futuro miglio-re, per un mondo migliore. Portavano con loro usi, costumi, cultura, tradizioni, lingua, esperienze di vita, conoscenza. E così avvenne lo scambio. Oggi i loro discendenti parlano porto-ghese e hanno cittadinanza brasiliani. I brasiliani hanno assi-milato molti usi e costumi, facendoli propri nella quotidianità.

Ai compagni italiani che giunsero in Brasile a partire dalla fine del XIX secolo, e che contribuirono alle organizzazioni dei lavoratori, va la nostra riconoscenza per aver aiutato a scri-vere una storia che forgiò le basi dei sogni e delle speranze che tutt’ora stiamo costruendo.

Panfleto para greve de março de 1901, São

Paulo, anexado ao processo de expulsão

de Oreste Ristori, Leopoldo Cherchiai e Giulio Sorelli. Acervo

Arquivo Nacional

Processo de expulsão de Oreste Ristori,

Leopoldo Cherchiai e Giulio Sorelli, 1907.

Arquivo Nacional.

Sentença de deportação de Luigi

Damiani, Rio de Janeiro, 1917, Acervo

Arquivo Nacional

Volantino di uno sciopero del Marzo

1901, San Paolo, allegato agli atti del processo di Oreste

Ristori, Leopoldo Cherchiai e Giulio

Sorelli. Fonte: Archivio Nazionale.

Processo di espulsione di Oreste Ristori,

Leopoldo Chierchiai e Giulio Sorelli, 1907. Archivio Nazionale.

Sentenza di deportazione di

Luigi Damiani, Rio de Janeiro, 1917. Fonte: Archivio Nazionale.