Catálogo Nascente 2015

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1 O PALCO É SEU 23 NASCENTE P R O G R A M A

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Publicação com os finalistas e premiados da edição do concurso artístico da USP de 2015.

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O PALCO É SEU23 NASCENTEP R O G R A M A

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PROGRAMA NASCENTE

EXPEDIENTE

Coordenador AcadêmicoEduardo Tessari CoutinhoCoordenação Executiva Juliana Maria CostaRodrigo Medeiros MonteiroOrganização e consolidação de conteúdo Kátia Verônica Santana OliveiraEstágio em Produção de EventosRenato Augusto LupianhiJéssica Cristina dos Santos

PRODUÇÃO EDITORIAL

SupervisãoVerônica CristoIdentidade VisualThiago AkiokaProjeto Gráfico e DiagramaçãoAndré AsahidaFotosRodrigo MonteiroRevisãoMargarete RamosEduardo Valmobida

AGRADECIMENTOS:Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Biblioteca Brasiliana Guita e José MindlinCentro Universitário Maria AntoniaSuperintendência de Assistência SocialUniversidade Estadual PaulistaUniversidade Estadual de Campinas

ReitorMarco Antonio Zago

Vice-reitorVahan Agopyan

Pró-reitora de Cultura e Extensão UniversitáriaMarcelo de Andrade Roméro

Pró-Reitor de PesquisaJosé Eduardo Krieger

Pró-Reitor de GraduaçãoAntonio Carlos Hernandes

Pró-Reitora de Pós-GraduaçãoCarlos Gilberto Carlotti Junior

PRÓ-REITORIA DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Pró-Reitor de Cultura e Extensão UniversitáriaMarcelo de Andrade Roméro

Assessor Técnico de GabineteJosé Nicolau Gregorin Filho

Assessor Técnico de GabineteRubens Beçak

Assistente Técnico do GabineteCecílio de Souza

Assistente Técnico do GabineteEduardo Alves

Chefe da Divisão de Comunicação InstitucionalMichel Sitnik

Chefe da Divisão de Ação CulturalMargarete Ramos

Chefe da Divisão AcadêmicaMarina Santos de Carvalho

Chefe da Divisão Administrativa e FinanceiraValdir Previde

Universidade de São Paulo. Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária23º Programa Nascente: O palco é seu / Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo. – São Paulo, SP: A Pró-Reitoria, 2015.

94p.; 18 x 24 cm – Programa Nascente, ISSN 2357-7991; n. 23 (2016) 1.Cultura. 2. Extensão. 3.Arte. I. Título. II. Série

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

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SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO TALENTOS DA ACADEMIA

ARTES CÊNICAS AS TRÊS FIANDEIRAS

FINALISTAS

ARTES VISUAIS LITORAL

ローラーボール (RO-RE-BO-RU)

CICLO DO SONO

PAISAGEM NA TERRA DESOLADA

FINALISTAS

AUDIOVISUAL REGRESSO

DESAPARECIDO

CONVERSA DE CABECEIRA

DESIGN LIVRO DE POESIA ILUSTRADO: PROJETO FEITO À MÃO

EMBALAGEM EASY CAKE

3 CARTAZES

MÚSICA POPULAR MEU GURI

ÁCIDO ETANOICO OU DO ZELO AO AZEDO

FINALISTAS

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TEXTO DIVAGAÇÕES PRELIMINARES

ELEFANTES & AFINS

CRÔNICAS DO PRÓPRIO UMBIGO

POLÍTICA DA EDITORA

BEM DIANTE DOS MEUS OLHOS

SEM NOTÍCIAS DO ESTEVES

EROTISMOS DA FORMA

VIADUTOS DA VERTIGEM

21 GRAMAS

POEMAS

MULHER DO FIM DO MUNDO EM PROCESSO

PARCEIROS BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA ANTONIA

ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES

SUPERINTENDÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

A UNESP

A UNICAMP

MÚSICA ERUDITA DANZAS ARGENTINAS

EI PARTE... PER PIETÀ – COSÌ FAN TUTTE – MOZART

ENTREPOLOS I

PERFORMANCE DO PRIMEIRO MOVIMENTO DA SONATA OP. 2 N. 2

DE LUDWIG VAN BEETHOVEN

SUITE BUENOS AIRES

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dido para além dos muros da Universidade e os seus premiados tornam-se artistas de re-ferência da cidade de São Paulo, sendo por isso, verdadeiro repositório dos talentos que formam seguidas gerações de criadores cultu-rais. A edição do catálogo de 2015 é composto por todos os trabalhos premiados nas áreas de Texto, Artes Visuais, Artes Cêni-cas, Música Popular, Música Erudita, Design e Audiovisual. A apresentação dessas obras realiza a missão da Universidade na forma-ção dos seus alunos nos mais diversos campos da criação, que se revela na sensibilidade e inquietação destes talentos do Nascente.

A Universidade de São Paulo, como instituição detentora de patrimônio cultural e artístico no-tável constitui-se em ambiente fértil à criação, acrescente-se a isso que a multiplicidade dos seus programas e habilitações permite contem-plar todas as linguagens da cultura, realidade que caracteriza a dinâmica das sociedades contemporâneas. A reedição do 23º concurso do Pro-grama Nascente, promovido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, referenda o compromisso com a divulgação e a celebra-ção com as vocações emergentes da Universi-dade. O Programa Nascente tem se expan-

Profª. Drª. Maria Arminda do Nas-cimento Arruda

APRESENTAÇÃO

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O Circuito Nascente leva os premiados, isto é, os vencedores e aqueles que receberam a Menção Honrosa, a todos os campi do interior e da capital, fora do campus Butantã, com a importante parceria dos agentes culturais des-tas unidades. Quero agradecer aos professores das unidades da USP, na UNESP e da UNI-CAMP, e aos artistas e especialistas, que tra-zem o olhar da sociedade, que formaram as rigorosas bancas julgadoras de todas as sete áreas. Aos alunos desta Universidade, o foco deste programa, que oferecem suas obras de arte com sensibilidade, inquietação e rigor. Com isso, estamos ampliando a presença da arte na formação dos nossos alunos. Estamos também oferecendo gratuitamente à socieda-de em geral obras de arte que instigam e con-tribuem para a sua formação. E, por fim, o agradecimento especial à equipe do Nascente e aos funcionários da Pró-Reitoria, e seus estagiários, que se desdo-bram trabalhando intensamente para produzir o Nascente e todos os eventos artísticos, mes-mo não sendo produtores artísticos. O momento é de juntar forças para atravessar momentos de restrição financeira, manter a conquista da maior visibilidade do programa e não parar de aprimorar, como a vontade de trazer alunos de pós-graduação. Mais um ano vencido. Que venham outros mais.

Eduardo Tessari Coutinho, primavera de 2015.

Prof. Dr. Eduardo Tessari CoutinhoCoordenador Acadêmico do Programa Nascente

APRESENTAÇÃO

A 23º edição do Programa Nascente demons-trou que o esforço de toda a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU-USP) em apoiar este programa está dando resulta-do, visto o significativo número de inscritos, como na edição anterior. Os textos das Comissões Julgadoras evidenciam a feliz constatação da atitude irre-quieta destes artistas, que reflete a premência da contemporaneidade e o espaço sensível da arte em nossa Universidade. E é nas Comis-sões Julgadoras que inicia um novo ideário do Nascente: a aproximação com as univer-sidades irmãs, UNICAMP e UNESP. Foram convidados e participaram professores destas instituições. A PRCEU já iniciou conversas com estas universidades para que haja um progra-ma similar em cada uma delas, e que possa-mos compartilhar os seus resultados. Continuamos construindo o projeto de ter os alunos de pós-graduação acompa-nhando as atividades do programa em todas as áreas de artes premiadas. Outra parceria já acertada é com os órgãos da PRCEU, que ajudarão as próximas edições do Nascente com a organização e produção da área em que já atuam, como o TUSP, o CINUSP etc. Assim poderemos juntar forças em prol da arte. O Programa Nascente premia os alu-nos de graduação e pós-graduação em sete áreas: Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisu-al, Design, Música Erudita, Música Popular e Texto. A Universidade, ao manter o Nascen-te desde 1991, com o apoio irrestrito dado por todos os pró-reitores de Cultura e Extensão Universitária, reafirma a importância da arte na formação de seus alunos. O envolvimento de diversos atores culturais, como departa-mentos de arte, unidades e órgãos da PRCEU, gera uma fluência e mostra o apoio integral dos diversos níveis de gestão.

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e a Semana de Arte e Cultura, e criando uma sincronia de atividades. Na manhã do dia 14, segunda-feira, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, na Cidade Universitária, recebeu a mostra de Música Erudita. À noite, no Centro Universitá-rio Maria Antonia (Ceuma), na Vila Buarque, região central de São Paulo, aconteceu a abertura da exposição Visualidade Nascente, apresentando ao público os finalistas nas cate-gorias Artes Visuais, Audiovisual e Design. No dia seguinte, dia 15, o auditório da biblioteca foi o cenário do Sarau Literário e da mostra de Música Popular e, depois, da cerimônia de premiação das sete categorias contempladas pelo Programa.

Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, De-sign, Música Erudita, Música Popular e Texto. Sete áreas, todas repletas de trabalhos artís-ticos da mais alta qualidade, que refletem a diversidade da produção dos estudantes da USP: esse é o Programa Nascente – realiza-ção da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Uni-versitária –, criado em 1990, que encerrou na semana passada sua 23ª edição, com o tema O Palco É Seu. Com o objetivo de incentivar o fazer artístico entre os alunos e revelar no-vos talentos, o Programa Nascente é um concurso aberto a todos os alunos de gra-duação e pós-graduação. O encerramen-to contou com dois dias de even tos, mar-cando a convergência entre o Programa

por Isadora Vitti e Michel Sitnikfotos: Isadora Vitti

TALENTOS DA ACADEMIACom a apresentação de música, exposição de arte e uma animada festa de premiação, Programa Nascente finaliza sua 23ª edição revelando obras de alto valor artístico

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MOZARTA Sala de Música da Biblioteca Brasiliana Gui-ta e José Mindlin é conhecida por abrigar, às quintas-feiras, apresentações musicais de alta qualidade para o público em geral. Na mostra de Música Erudita não podia ser diferente. Os cinco finalistas apresentaram obras com estilos bem distintos uns dos outros, mas todos com grande talento e perfeição na execução. A primeira peça apresentada foi a do candidato Guilherme Ribeiro da Cunha. Ele compôs Entrepolos 1, para saxofone tenor, in-terpretada por João Batista Brito Cruz. Cunha explica que a forma da obra, sem melodias, frases ou períodos, funciona como um espelho que divide a obra em duas partes: imagem e reflexo. Camila Aparecida Rabelo foi a se-gunda a se apresentar, migrando da música contemporânea para o período clássico. A es-tudante interpretou parte da ária Ei Parte… per pietà, da ópera Così fan tutte, de Wolfgang Amadeus Mozart, e foi acompanhada pelo pianista Marcos Vinícius Vieira. No último ano da graduação em Música, com bacharelado em Canto, Camila conta que estuda a peça há alguns meses. “Escolhi uma peça com que eu já tivesse certa familiaridade. No geral, gostei de todas as apresentações e acho que todos foram muito bem.”

A apresentação seguinte foi a do candidato Lucas de Oliveira Vieira, que interpretou ao violão a obra Suíte Buenos Aires, com o flautis-ta Fábio Ferreira. Na peça, de autoria de Má-ximo Diego Pujol, cada movimento retrata um bairro específico da capital argentina. Ferreira explica que eles já atuam em dupla há alguns anos e que já haviam trabalhado com a obra. “Fomos para um festival de música em Prados, no meio do ano, e preparamos um repertório de tango. Na fase de eliminatória, era preciso condensar um áudio, e as gravações que a gente tinha eram as do festival.” A mostra terminou com mais duas apresentações, ambas para piano. O candi-dato Helber Fernandes Ribeiro interpretou o primeiro movimento da Sonata op. 2 n. 2, de Ludwig van Beethoven, e a estudante Milena Leme Lopes tocou a peça Danzas Argentinas, do compositor Alberto Ginastera. Enquanto a primeira é um allegro vivace e apresenta a téc-nica das mãos cruzadas ao piano, a segunda foi composta em 1937 e contém elementos de culturas latino-americanas. A divulgação do resultado e a premiação ocorreram no audi-tório da Brasiliana no dia seguinte à mostra (leia abaixo a lista dos vencedores nas sete categorias do Programa Nascente 2015.

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trabalhos Universos Particulares: Impressões do Mundo Moderno, Lipotimia e São Pau-lo Terrível (Maravilhosa), respectivamente. Mirella e Juliana trabalharam com fotogra-fias, sendo que a primeira utilizou imagens registradas em diferentes viagens que fez, e, na segunda obra, as fotos são da cidade de São Paulo. Ambas destacam a importân-cia do Programa Nascente: “Eu acho fantás-tico, porque é raro a gente encontrar esse tipo de oportunidade para os alunos”, afir-ma Mirella. Juliana ratifica a importância do Programa na difusão cultural para a socie-dade: “É uma forma de incentivar os estu-dantes da USP a explorar um lado que não é cobrado na academia. É importante para a sociedade ver o que a gente produz”. Nilen Cohen, em seu trabalho Lipo-timia, utiliza-se de pintura e colagem: foto-grafias, mapas, textos e outras imagens são fragmentadas e reconstruídas em composições diferentes. “Eu já vinha trabalhando na obra e pensei numa questão de reciclagem. A gen-te passa por tantas experiências na vida que você recicla e acumula momentos, mudando sua identidade o tempo todo”, explica ela.

Na noite do dia 15, a programação do Nas-cente prosseguiu com o vernissage da exposi-ção “Visualidade Nascente”, no Ceuma. Ali foram contemplados os trabalhos finalistas das categorias Artes Visuais, Audiovisual e De-sign, de forma gratuita e aberta ao público, que pode conferir os trabalhos até o dia 18 de outubro. Em Artes Visuais, dos 126 trabalhos inscritos no Programa Nascente, a comissão julgadora selecionou 21 como finalistas para a exposição. Já a comissão julgadora de De-sign selecionou como finalistas cinco dos 15 trabalhos, e para Audiovisual foram três de 16 os trabalhos escolhidos para serem expostos. Uma das obras apresentadas na categoria Design foi um kit composto por pimenta-do-reino, molho e geleia de pimenta para a marca fictícia Dona Pimenta. Eduardo Moreira, Cristina Saito e Guilherme Queiroz foram os idealizadores do projeto, realizado inicialmente para uma disciplina acadêmica em Design. Para Moreira, “esta é uma forma muito legal de os próprios alunos conhecerem os trabalhos que os outros cursos fazem”.Já as candidatas Mirella Ballista Callera, Nilen Lizeth Vergara Cohen e Juliana Stendart con-correram na categoria Artes Visuais com os

SÃO PAULO

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Os candidatos Eduardo Hiroshi Yamaguchi Kume, Giulia Faria e Larissa da Costa Batista foram finalistas na categoria Intérprete. Os mú-sicos apresentaram Lamentos do Morro, Meu Guri e Maria do Socorro, respectivamente. Aos poucos, cada vencedor era sele-cionado e chamado ao palco para ser agra-ciado com a premiação. Rafael Dutra Aguaio foi um dos vencedores na categoria Artes Vi-suais. Ele fez a série Litoral, com fotografias do centro de São Paulo. “Posso dizer que a inspiração para o trabalho foram o silêncio e a suspensão de muitas caminhadas pela pai-sagem do centro de São Paulo, onde moro desde que nasci. A importância deste prêmio é a motivação para seguir em outras caminha-das.” Para Giulia Faria, vencedora na catego-ria Música Popular, ter vencido também é um incentivo para a sua formação. “Eu tento levar essas duas veias, não deixo de estudar música erudita e continuo estudando música popular.” Os vencedores receberam prê-mio de R$ 4 mil, além de participarem do Circuito Nascente, que leva os trabalhos e seus autores para diversos campi da USP e outras instituições. Para o coordenador do Programa Nascente, Eduardo Tessari Cou-tinho, esse evento tem grande importância.

Foi em meio a poesias, reportagem e crônicas que se deu o Sarau Literário do Programa Nas-cente, no dia 16, na Biblioteca Mindlin, antece-dendo a Festa de Premiação. O microfone era aberto, e todos aqueles que se inscreveram po-diam se apresentar. Na categoria Texto, ao contrário das outras, os finalistas ainda não tinham sido de-signados. Foi entre as apresentações que os no-mes foram surgindo na tela do palco, num total de 17 finalistas. A Festa de Premiação contou com público numeroso, e teve como mestre de cerimônias a atriz Lucélia Sérgio, que conduziu o evento mantendo a atmosfera de suspense. Entre uma premiação e outra, os grupos fina-listas de Música Popular se apresentaram ao vivo, e a categoria foi a última a ser nomeada. Foram cinco finalistas ao todo a se apresentar na mostra de Música Popular. O primeiro foi o candidato Guilherme Ramos Gonçalves e seu grupo, com a composição de autoria própria Cafuné. A canção fala sobre a distância, a saudade e a importância do som como alento. Outra composição própria foi a da finalista Luiza Sousa Romão, Ácido Etanoi-co ou do Zelo ao Azedo. Interpretada também por um grupo, a letra faz um divertido jogo de palavras, aliterações e duplos sentidos, que vão ganhando forma e significado na canção.

PREMIAÇÃO

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“O Circuito Nascente, além de premiar, leva essas obras maravilhosas para que os ou-tros campi e unidades possam também usu-fruir delas”, diz. A pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, rati-fica: “Esta gestão tem valorizado atividades nos mais diversos campi da USP ao desen-volver uma política de difusão científica e cultural que não fica exclusiva a São Paulo, reconhecendo a importância desses campi”. A pró-reitora finaliza reafirmando o sucesso do evento: “Eu gostei muitíssimo desta edição. O Nascente é um programa que cresce não só do ponto de vista do número de inscritos e de trabalhos, mas também as linguagens da cultura aqui apresentadas são cada vez mais aprimoradas. Elas vão ganhando densidade”.

Abaixo, os vencedores do Programa Nascente 2015, nas sete categorias contempladas pelo concurso.

• Artes Cênicas Interpretação Individual: Gisele Soares de Vas-concelos (As Três Fiandeiras)• Artes VisuaisFotografia: Rafael Dutra Aguaio (Litoral) Gravura: Frederico Heer ローラーボール Projeto – Ficção: Rafael Dornellas Feltrin(Regresso). • DesignProjeto Editorial: Júlia Contreiras(Livro de poesia ilustrado – Projeto feito a mão)• Música EruditaIntérprete Vocal: Camila Aparecida Rabelo (ária Ei parte… per pietà da ópera Così fan tutte, de Mozart); Intérprete Instrumental: Mile-na Leme Lopes (Danzas Argentinas).• Música PopularIntérprete Vocal: Giulia Faria (Meu Guri)• TextoLucas Miyazaki Brancucci (Elefantes e Afins) e Cleber Pereira dos Santos (Divagações)

Especial para o Jornal da USP

PRATA DA CASA

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cênico-audiovisual enquanto a cidade está paralisada pelo caos e pelas informações divulgadas na mídia. A categoria Interpretação de Grupo foi representada na final do Nascente pelo grupo cênico do ator Hélio Toste Pereira Neto. O trabalho intitulado Só Eles os Sabem divi-diu a primeira noite de apresentações com o trabalho Guerra dos Mundos e trouxe ao público a improvi-sação e o jogo entre os atores, construção através da presença, sincronicidade e dilatação. A pesquisa é embasada na relação de movimento-imagem e no esvaziamento da forma dramática. A segunda noite foi iluminada pela interpre-tação impecável e vencedora do prêmio de 2015, da aluna de pós-graduação Gisele Soares de Vasconce-los, com a peça As Três Fiandeiras. No desafio de montar um novo espetáculo, Isadora interpreta a per-sonagem Chica, uma rendeira que se lança no mar em busca de seu filho caçula. A apresentação foi acla-mada pelo público e laureada com o prêmio à Gisele por sua performance.

WAGNER CINTRA FELISBERTO SABINO

ANDREIA NUHUR

ARTES CÊNICAS

COMISSÃO JULGADORA

Dos trabalhos inscritos na edição 2015 de Artes Cê-nicas do Programa Nascente, a Comissão Julgadora selecionou três deles para a Mostra de Teatro Nascen-te, que nesta edição foi realizada nos dias 1 e 2 de se-tembro no Teatro Maria de Lourdes Sekeff do Instituto de Artes da UNESP. Foram finalistas trabalhos de três categorias distintas do concurso. Na peça Guerra dos Mundos, trabalho de direção da aluna Carolina Petrucci dos Santos Rosa, atores tentam realizar uma performance

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ARTES CÊNICAS Interpretação de Grupo

VENCEDOR

GISELE SOARES DE VASCONCELOSPós-graduação em Artes Cênicas – Escola de Comunicações e Artes

AS TRÊS FIANDEIRAS

FICHA TÉCNICADireção e Dramaturgia: Igor Nascimento Elenco: Renata Figueiredo, Gisele Vasconcelos e Rosa EwertonDireção Musical e Preparação Vocal: Gustavo Correia Figurino: Cacau di Aquino Iluminação: Camila Grimaldi Cenografia: Ivaldo Júnior Projeto Gráfico: Maurício VasconcelosFotografia: Márcio VasconcelosProdução: Grupos Xama Teatro e Petite Mort

As Três Fiandeiras nasce da relação entre o te-cer e o narrar: da arte de trançar os fios para fazer uma peça de renda e de costurar histórias de vida para fazer uma peça de teatro. A obra gira em torno do desafio de três atrizes, Beatriz (Renata Figueiredo), Isadora (Gisele Vasconce-los) e Isabel (Rosa Ewerton), em transformar um espetáculo, que foi um fiasco de bilheteria, emV uma nova produção. Para isso, elas teriam um curto espaço de tempo e muitos contratempos. O contraste entre o fazer teatral e a história pessoal das atrizes é mesclada com as narrativas das rendeiras, Das Dores, Chica e Zezé. A vida real se mistura com o universo da ficção. A história da mãe de Ribamar, Chica − rendeira cujo filho foi pescar em alto mar e não retornou −, se entrelaça com o desafio das atrizes: é preciso ir buscar o filho desaparecido assim como é preciso montar um novo espetá-culo.

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DIREÇÃO

FINALISTAS

CAROLINA PETRUCCI DOS SANTOS ROSA

GUERRA DOS MUNDOS

INTERPRETAÇÃO EM GRUPO

SÓ ELES O SABEM

CAMILA MARX COHENCARLYLE OLIVEIRA PORTODANILO BARBOSA MARTINSHÉLIO TOSTE PEREIRAINAYARA SAMUEL SILVA NETOINGRID ALVES ESTEVESLUIZ FELIPE BIANCHINILUIZA SOUSA ROMÃOMARIA EDUARDA MACHADORAQUEL SOUZA PARRAS ROMÁRIO FERNANDO DOS SANTOS OLIVEIRATHADEU IBARRA MOURÃOVANDERLEI ELCIO CIDRAL JUNIOR WILSON WALMICK HOLANDA CAMPOS FILHO

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Nesse quadro de diversidade o Programa Nascente promoveu encontros e diálogos entre professores de universidades públicas diversas; aproximou artistas, críticos, curadores, público e, assim, constituiu espa-ços convergentes na pluralidade. A mostra das obras de arte selecionadas no prédio da Universidade de São Paulo, na rua Maria Antônia, no centro da cidade, favorece a visitação de um público amplo de jovens em formação, de profis-sionais vinculados ou não às comunidades acadêmi-cas, assim como de interessados na área. Pode ser esse o propósito essencial do Pro-grama: produzir interlocuções de artistas com artistas; de artistas com observadores; críticos, com os mem-bros da Comissão Julgadora; de artistas com cura-dores e, sobretudo, com o grande público. Também permitir, igualmente, a ocorrência de outro tipo de di-álogo, fundamental para as artes visuais, dos objetos artísticos com os seus locais de exposição. Esse universo intelectivo alarga a experiên-cia criativa e atua sobre a poética dos artistas, permi-tindo-lhes compreender suas produções de novas ma-neiras, perspectivas, ou novos ângulos de observação. Ao apresentar ao público jovens artistas com um futuro promissor, o programa cumpre a sua finali-dade de expandir, aperfeiçoar e intensificar experiên-cias.

MARCO GARAUDE GIANNOTTI JOSÉ LEONARDO DO NASCIMENTO

LÚCIA FONSECA

ARTES VISUAIS

COMISSÃO JULGADORA

As obras apresentadas ao Programa Nascente foram diversas nos seus procedimentos artísticos e no empre-go dos materiais. As Artes Visuais abrangeram, nesta edição do programa, as linguagens do desenho, da escultura, fotografia, gravura, instalação, multimídia, performance e pintura. Foram 21 os selecionados. Nem todas as linguagens artísticas foram contempladas. A Comis-são Julgadora empregou os critérios da excelência artística, da habilidade no uso da matéria, da fatura e da novidade artísticas, independentemente das lin-guagens expressivas. Houve, muitas vezes, interações de lingua-gens e hibridizações, e apresentou-se um universo de grande variedade poética, expresso, também, pelos títulos das obras.

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suspensão do ordinário, do ir, vir e ficar; achar o silêncio no barulho; levantar dúvidas nas certezas das construções; procurar outras paisagens na paisagem. Assim apresento Litoral, uma série de cinco fotografias da paisagem do centro da cidade de São Paulo, que tem seus horizontes nas fachadas de prédios que narram outras paisagens a partir de janelas, espaços de cor, índices de construções passadas e pelos intem-perismos da natureza. A suspensão proposta dialoga com aquela proporcionada entre o limite da terra e do mar; espaço e tempo de parênteses numa vida acelerada, automática e dessubjetivada nas ruas da cidade. Logo, o li-toral se dá nessa ambiguidade das paisagens, das imagens técnicas sobre elas e o estar pe-rante ambas.

ARTES VISUAISFotografia

VENCEDOR

RAFAEL DUTRA AGUAIOArtes Visuais – Escola de Comunicações e Artes

LITORAL

FICHA TÉCNICAFotografia digital, com impressão jato de tinta sobre papel de algodão. 30 x 30 cm. 2015.

Minhas primeiras investigações poéticas se dão por meio de desenhos: gravuras, fotogra-fias, caminhadas e observação. Manifesta-se, então, uma noção de desenho como processo profundamente dinâmico do pensamento de um ser em relação estética com o mundo. Por sua vez, este mundo esteticamen-te vivido ocorre na paisagem, espaço potente de significações, questões e proposições de nossa vida íntima e cultural; do micro e macro cosmos. Pensando este desenho e o estar na paisagem, principalmente naquela onde me sinto pertencente (o centro da cidade de São Paulo), busco olhar de novo para o óbvio, o já posto e comum a todos, como as ruas da cidade e seus horizontes de prédios, propon-do poeticamente, por meio da fotografia, uma

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Série de xilogravuras feitas entre 2014 e 2015, resultado da parceria entre Guilherme Boso e Frederico Heer. Pensada tanto como cartazes quanto uma peça editorial, é série é apresentada nas paredes enquanto lambe-lam-be e também como álbum, que reúne todas as 11 gravuras, intercaladas por seus respectivos nomes impressos em serigrafia.

ARTES VISUAISGravura

VENCEDOR

FREDERICO HEERArtes Plásticas – Escola de Comunicações e Artes

ローラーボール (RO-RE-BO-RU)

FICHA TÉCNICA E EQUIPEPeças em Xilogravura, 70x40cm

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Projeções involuntárias de luzes da cidade, como carros em movimento e postes de luz, que tomam os interiores dos prédios e se que-bram nas quinas dos cômodos. Aqui, são re-projetadas em uma nova quina visual, em com-

FICHA TÉCNICA E EQUIPE:Vídeo digital. Duração: 2’19. 2015Suporte na montagem: Caio Antônio

ARTES VISUAISMultimídia

MENÇÃO HONROSA

FRANCISCO MENDEZ MIGUEZAudiovisual – Escola de Comunicações e Artes

CICLO DO SONO

posições que relacionam seus desenhos e per-cursos.

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de desgaste dos suportes, na tentativa de en-contrar sua temporalidade final, sua conclusão de paisagem ou sua sobrevida.

Paisagem pertencente à série de pinturas reali-zadas após a leitura do poema Wasteland, de T. S. Eliot. Realizadas em suportes encontrados na rua, procura-se enfatizar os traços finitos e

ARTES VISUAISPintura

MENÇÃO HONROSA

VICTOR PANACHÃO MAIAArtes Plásticas – Escola de Comunicações e Artes

PAISAGEM NA TERRA DESOLADA

FICHA TÉCNICA:Sem título. Pixe, flanela, alumínio, spray me-tálico, tinta óleo e pastel oleoso sobre madei-ra.170 x 110 cm. 2015

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FINALISTAS

NILLEN LIZETH VERGARA COHENvLipotimia

TALITA NEUMANN HOFFMANN Varanda

MARCOS DO NASCIMENTO SAADLinha Neutra

PINTURA DESENHO

THAIS YUKARI SUGUIYAMABanheiras

JULIANA AKSTEIN SIMÃO INCROCCIMorrinhos

CAMILA KRANTZ CESARINO FERREIRA SANTOSLembrança Carne Viva MATHEUS HENRIQUE GONÇALVES DIAS Suspenso

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FOTOGRAFIA ESCULTURA/OBJETO

GIOVANNI SILVA KAWANO Troca de Olhares ADRIANA MORENO Mercado de Jamaica JULIANA STENDARD São Paulo Terrível (Maravilhosa) MARTIM PASSOS Transmomentos MIRELLA BALLISTA CALLERA Universos Particulares: impressões domundo moderno JULIANA FERNANDES STOCCO LELLIS Atmosférica MARCELO NAKANO DANIEL Estação da Luz

ALINE MORENO DE OLIVEIRAContrapontos

FELIPE MARCELO BRUM SOARESParalaxe99 – ensaio sobre a cidade

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Os projetos contemplados nesta 23ª edição do con-curso destacam-se pela clareza de suas intenções e por sua capacidade em encontrar uma forma dramá-tica através de sons e imagens. São projetos consisten-tes que demonstraram o domínio de seus autores em diferentes aspectos da realização audiovisual em toda a sua complexidade. A comissão observa que o conjunto das pro-postas inscritas transita por diferentes gêneros cinema-tográficos − mantendo a diversidade temática − traço do Programa Nascente ao longo de suas edições.

LUIS FERNANDO ANGERAMI ROBERTO FRANCO MOREIRA

PAULO SACRAMENTO

AUDIOVISUAL

COMISSÃO JULGADORA

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bando começam a ameaçar o casal e a pro-priedade deles. Francisco, filho de Antônio e Maria, vive há anos na cidade de São Paulo e não mantém muito contato com a família. Ele fica sabendo do atropelamento e decide voltar para o interior para tentar resolver a situação e entender melhor os acontecimentos recen-tes. Ao mesmo tempo, ele deverá enfrentar as questões mal resolvidas que existem entre ele e o pai, assim como seu lado bruto e anima-lesco que começa a aflorar aos poucos com seu retorno. Regresso trata-se do retorno à ori-gem rural de alguém mascarado pela buro-cracia metropolitana; trata-se da decadência de uma aristocracia muito antiga no Brasil; trata-se do afastamento das abstrações vazias e excessivamente etéreas das “grandes ques-tões” existenciais do homem contemporâneo; trata-se da anti-publicidade, da anti-abstração, do cinema físico e, enfim, da busca pela mise--en-scène. E após todas essas tentativas de definições, o que fica é a urgência de contar uma história de um personagem não assimila-do, em um filme, portanto, não-reconciliado.

AUDIOVISUALProjeto – Ficção

VENCEDOR

RAFAEL DORNELLAS FELTRINAudiovisual – Escola de Comunicações e Artes

REGRESSO

FICHA TÉCNICA E EQUIPERegresso, Brasil, 2016, cor, 20’Direção e roteiro: Rafael DornellasProdução: Afonso Moretti e Catarina LapaAssistência de direção: João Pedro BimFotografia: Lucas Silva CamposSom: Rafael Rodrigues LeiteArte: Iris LibanioMontagem: André CuryArgumento e história: Lucas Silva Campos, João Pedro Bim e Rafael Dornellas

Antônio, um velho fazendeiro decadente, vive com sua mulher Maria em uma antiga fazenda da família em uma pequena vila no interior de São Paulo. Um dia Antônio atropela um ho-mem e o mata. O homem é irmão de Jóça, um baderneiro e morador da vila. Jóça e seu

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AUDIOVISUALProjeto – Ficção

MENÇÃO HONROSA

GUILI BARKI MINKOVICIUSAudiovisual – Escola de Comunicações e Artes

DESAPARECIDO

Desaparecido conta a história de Fernando, um jovem solitário que nutre uma paixão pla-tônica por Isabel, moça que encontra todos os dias no ônibus, mas com quem nunca conse-guiu conversar. A timidez e reserva do prota-gonista se opõem diametralmente à persona-lidade impudica de seu tio (Leo), o qual vem se hospedar temporariamente em seu quarto. A visita de Leo desestabiliza a sua família e alimenta a obsessão de Fernando. O filme aposta no tom humorístico, às vezes mais sutir, outras vezes mais ácido, para tratar temas cotidianos e próximos de muitos dos espectadores – que devem se reconhecer no universo da narrativa. Semelhante à atmos-fera de alguns filmes de Woody Allen, como Desconstruindo Harry (1997), elementos fan-tasiosos e sobrenaturais são tratados de forma cômica e com naturalidade.

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Alice e Marcelo são um casal antigo. Ou pelo menos tão antigo quanto permitem os 27 anos que cada um tem. Numa noite eles brigam por causa de um pato. Ah, brigam também por-que Marcelo não planeja as coisas direito, e porque Alice é (sempre) mal-humorada, e por-que Marcelo vai viajar, e porque Alice não demonstra afeto, e porque Marcelo é um pou-co infantil... Bom, talvez o pato seja o de me-nos. Agora eles precisam decidir se aceitam o cansaço e o desgaste da relação e terminam de uma vez, ou se vale a pena continuarem juntos.

AUDIOVISUALProjeto – Ficção

MENÇÃO HONROSA

VICTOR MIACIRO COSTAAudiovisual – Escola de Comunicações e Artes

CONVERSA DE CABECEIRA

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40DESIGN

Os cinco projetos selecionados têm em comum o caráter experimental. Todos eles podem ser enten-didos como explorações de um terreno ainda pou-co mapeado pelos jovens estudantes-designers, em consonância com os objetivos do Programa Nas-cente. No projeto premiado, além do primoroso produto final, destaca-se o empenho da autora no registro de todo o processo de produção. Neste caso específico, o registro dá ao livro acabado um sabor especial.

DENISE DANTASDORINHO BASTOS

FRANCISCO HOMEM DE MELO

DESIGN

COMISSÃO JULGADORA

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variações infinitas de entintagem, fu¬ros mais abertos, mais fechados, dobras mais bem de-finidas, menos defin¬idas, manchas inespera-das, defeitos de impressão dos tipos e assim por diante. Isso torna cada um deles um objeto úni-co, ainda que baseado em matrizes idênticas. Carlos Fernandes era meu avô materno e fale-ceu em 2010 por problemas no coração. As poesias falam de suas lutas políticas pela liber-dade, pela justiça e pela igualdade. Falam do amor, do nível mais mundano ao mais trans-cendental. Falam de esoterismo e de todas as suas crenças na busca pela consciência. Fa-lam de seus companheiros, seus amigos, suas amadas, suas filhas. As xilogravuras foram de-senvolvidas a partir dos significados de cada uma dessas poesias, mas também formam um conjunto único como imagem gráfica. Essas imagens completam as poesias e, através da tradução intersemiótica, contam a história da vida de meu avô.

DESIGNProjeto Editorial

VENCEDOR

JÚLIA CONTREIRASDesign Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

LIVRO DE POESIA ILUSTRADO: PROJETO FEITO À MÃO

Este projeto de conclusão de curso aborda o tema do livro ilustrado de uma maneira prá-tica, feita à mão. O projeto é de leitura, re-leitura, interpretação, compreensão, desenho, entendimento, proposição, inves¬tigação, montagem, gravação, entalhe, entintagem, im-pressão, costura e refile. É um projeto de design gráfico, que une a poesia, os tipos móveis e a xilogravura em um objeto livro, feito de papel, tinta e li-nha. Este é um trabalho sobre o design gráfico produzido e pensado com o uso das mãos, do desenho no papel, do entalhe na madeira, da dia¬gramação com o chumbo e da impressão por pressão. O livro de poesia ilustrado tem como título “Poemas gramados de meu avô” e reúne 20 poesias e 20 xilogravuras.Foram produzidos 30 livros com as matrizes tipográficas das poesias e as matrizes xilográ-ficas das ilustrações. Cada livro segue as suas próprias particularidades de impressões,

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O projeto convém ao propósito prático dos bolos instantâneos, muito apreciados pelo pú-blico em geral. O perfil do consumidor deste produto pode ser aquele que não possui esses utensílios em casa, ou encontra dificuldades em saber a medida certa para quantificar os ingredientes de maneira correta. É o caso do público jovem, como estudantes em estadia temporária ou mesmo viajantes como recursos limitados. A caixa ganhou uma forma elegante, com um desenho que favorece o manuseio das peças. A abertura dela é feita pelos cantos perfurados. Desse processo surgem instantane-amente os utensílios colher, xícara e peneira, que estão prontas para o uso. Uma camada externa de papel foi desenhada para proteger a peneira, na base da caixa. Os utensílios têm cor vibrante, conduzindo a atenção do usuário para eles e criando uma estética interessante.

DESIGNDesign de Produto

CARLA YUMI TAKUSHIDesign – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

EMBALAGEM EASY CAKE

A ideia do Easy Cake partiu da identificação de necessidades em um objeto de uso comum no dia a dia. Inicialmente comercializada na Amé-rica do Norte na década de 40, a mistura para bolo foi uma das inovações em alimentos instantâneos da época e requeria apenas a adição de água. Hoje em dia, as receitas evo-luíram e muitos ingredientes são necessários para fazer a receita, às vezes tantos quantos uma receita normal, como farinha, ovos e lei-te. Qual a facilidade então em comprar uma mistura para bolo pronto? O redesenho do invólucro traz uma facilidade prática para o consumidor no prepa-ro da mistura. Esta é uma embalagem da qual uma colher de sopa, uma xícara e uma peneira são destacadas no momento em que a caixa é aberta. Além da proteção do produto, essas ferramentas dispensam o uso de alguns utensí-lios do consumidor, e dá uma segunda função para o material antes de ser descartado.

FICHA TÉCNICA E EQUIPEEmbalagem Easy Cake. Embalagem cartona-da laminada. 125 x 180 x 50 mm. 2014.

MENÇÃO HONROSA

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Ambos os cartazes, feitos em parceria por Hermes dos Reis, Guilherme Boso e Frederico Heer, chamam o público para duas oficinas re-lacionadas às artes gráficas no ateliê público do CCSP, a Folhetaria. O cartaz do Festival da Despatriarca-lização, festa multimídia na Praça do Patriar-ca realizada a partir do edital Redes e Ruas, foi feito por Frederico Heer e Guilherme Boso em três matrizes de xilogravura e impresso em papel manilha para ser colado como lambe--lambe nas paredes do centro de São Paulo.

DESIGNIdentidade visual e aplicações

FREDERICO HERRDesign – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

CARTAZ OFICINA DE PRÁTICAS GRÁFICAS

As três peças gráficas foram feitas para divul-gação de diferentes eventos da Secretaria Mu-nicipal de Cultura. Realizados para serem dispostos en-tre os pôsteres de eventos do Centro Cultural São Paulo (CCSP), impressos em gráficas con-vencionais, os cartazes da Oficina de Práticas Gráficas e do Ateliê Aberto foram realizados com técnicas artesanais de impressão: o pri-meiro, feito em xilogravura de duas matrizes, e o segundo, combinando as técnicas de seri-grafia e xilogravura.

FICHA TÉCNICAXilogravura sobre papel. 100 x 65 cm. 2015

MENÇÃO HONROSA

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MARCO ANTÔNIO DA SILVA RAMOS

MARCOS CAMARA DE CASTRO PAULO TINÉ

MÚSICA POPULAR

COMISSÃO JULGADORA sempre de maneira aleatória, em que os fatores sorte, esforço individual e a ajuda de alguém fazem parte da construção daquilo que poste-riormente dá-se o nome de sucesso ou, para usar um termo mais adequado, realização pro-fissional. Como diz Menger, “prêmios literários, competições esportivas, torneios de celebridade como inventam regularmente as mídias audiovi-suais, fornecem exemplos de combinação variada de agon e alea, que alimentam um vedetaria-do e um imaginário do sucesso por delegação, tão próximo e tão comumente improvável”.Neste Projeto Nascente, com o respaldo da PRCEU-USP, tudo pode ser diferente. Quan-to maior o foco no treinamento técnico e na valorização dos conhecimentos musicais e

Os concursos são momentos privilegiados em que se mostram trabalhos que muitas vezes já são parte de uma obra em construção dos can-didatos. É a hora de finalmente iniciar a carrei-ra ou dar continuidade aos difíceis passos na direção de um reconhecimento que se dá quase

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literários (quando se trata de canção), me-nos o “fogo de palha” da emoção pere-cerá, porque estará bem acondicionado e registrado nas arquiteturas de gênero e es-tilo musicais escolhidas, e ficarão disponí-veis para reapropriações e reinterpretações.Seja em que área for – composição, inter-pretação vocal/instrumental ou arranjo –, cantam-se ou interpretam-se na canção ou na música instrumental, em última análise, as paixões e as perplexidades humanas. Em Cafuné, canta-se a vontade de sentir o to-que físico de alguém (quem nunca sentiu?):

Boto o gato no colo e você tá tão longeO desejo do tato

que nunca se escondeE a carícia saudosa...só o bicho responde

Segundo Guilherme Ramos Gon-çalves, Cafuné “é uma canção sobre a distância e a saudade e sobre como o som pode ser um alento nessas ocasiões: ‘pra te fazer um cafuné no teu ouvido’”.Na sensível interpretação de Eduardo Hi-roshi Yamaguchi Kume em Lamentos do Mor-ro, de Garoto, os baixos soam suaves sob os acordes insinuantes do samba brasileiro. Trata-se aqui de uma “Interpretação do ar-ranjo de Paulo Bellinati do choro Lamentos do Morro, de Garoto, com inicio improvisado”.Em Maria do Socorro, que diz das contradições do amor, esta interpretação de Larissa da Cos-ta Batista ganha uma sensualidade que, se por um lado pode ser considerada infantil ou escan-

dalosa, por outro passa longe da pretensão, e mostra, como diz o Prof. Pedro Paulo Funari, da Unicamp, como “a cultura erudita assenta--se, em toda parte, no respeito à regra estabi-lizadora e funda-se na repetição e no esforço de auto-repressão do artista na formulação da sua obra (...). A cultura popular, ao contrário, como bem ressalta Gabriel García Márquez, constitui-se ‘das imortais tradições da humo-rística do povo, hostil a todos os cânones e normas, oposta a todas as noções definitivas e petrificadas sobre o mundo: o que o homem não pode fazer, as comunidades o fazem’”:

Suas pernas torneadasPelas ladeiras do morroEla vai pro baile funk

De shortinho, top e gorroÉ afim do Zé Galinha

Mas namora o Zé Cachorro

A intérprete explica: “Neste trabalho apresen-to uma interpretação vocal da música Maria do Socorro. Foi gravado de forma caseira, mas com boa qualidade para ser avaliado. Acompanhado apenas por um violão para que pudessem degustar a sonoridade vocal”.Em Ácido etanoico ou Do zelo ao azedo, apro-veitando a fórmula da canção Diariamente, de Nando Reis, que fez muito sucesso na voz de Marisa Monte, em 1991, o compositor usa o mesmo tipo de reiteração para criar situações de erotismo poético, alternando o gesto melódico com o canto-falado, meio rap meio um Jair Ro-drigues de Deixa isso pra lá, de 1964, como em:

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Ela saca Ele socaEla tira Ele tiro

Ela mata Ele meteEla monta Ele menteEla cama Ele comeEla grita Ele grutaEla supra Ele SutraEla vulta Ele vulva

Ela fenda Ele fundo

Passando pelas agruras da separação, sem-pre com o eficiente violão de Paulinho Paes:

Ela chama ele xingaEla chata Ele chutaEla parte Ele portaEla anda Ele onde

Ela lembra Ele ombroEla limbo Ele lindo

Ela apega Ele apagaEla liga Ele logo

Ela soma Ele someEla surta Ele sorteEla volta Ele vira

Ela vinha Ele vinhoEles vinagre”

Como diz Luiza Sousa Romão, em Ácido eta-noico ou Do zelo ao azedo “a letra tem como estímulo principal a palavra falada, seus versos se dão no encontro com o público: é no jogo de duplos-sentidos, ecos e aliterações que ga-nha corpo. Forma e conteúdo andam juntos na construção ao mesmo tempo popular e re-finada, pop e estranhada, tendo como tema o (des)encontro amoroso, trabalhado através de

uma estrutura simples que se reinventa linha a linha, dia a dia, palavra a palavra e nessa par-ceria com a melodia, se fazendo canção”.Na interpretação de Giulia Faria, em Meu Guri ouve-se uma performance precisa, consciente e carregada de contida emoção, ao cantar um dos principais dramas brasileiros. A intérprete diz que essa “interpretação vocal de canção po-pular (...) integra projeto dedicado a divulgação da música brasileira. Trabalho esse executado pela cantora e músicos acompanhadores que busca contemplar, explorar e dar novas dire-ções a interpretação do gênero”.

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MÚSICA POPULARIntérprete Vocal

GIULIA FARIAMúsica – Escola de Comunicações e Artes

MEU GURI

Giulia Faria, 21 anos, é cantora, violonista e estudante de Graduação do Departamento de Música da Universidade de São Paulo há três anos. Iniciou seus estudos em música aos 11 anos idade, com violão popular, sendo, em seguida, incentivada a cantar também. Desde então vem estudando não só música popular como também música erudita, inclusive tendo cursado um ano de Bacharelado em Violão no Departamento de Música da USP Ribei-rão Preto, enquanto fazia aulas regulares de canto lírico e cantava em coros Sinfônicos, como soprano. A diversidade na sua forma-ção, que procura conciliar técnicas e práticas do mundo musical popular e clássico, além da área educacional e social, revela-se tam-bém na sua presença durante um ano como bolsista no Coral Jovem do Estado de São

VENCEDOR

Paulo, atuando como soprano, na atuação como monitora e regente coral no Laboratório Coral Comunicantus da Universidade de São Paulo trabalhando voluntariamente com coros comunitários amadores, e em trabalhos para-lelos como cantora e violonista popular, que, entre outras consequências, a levou à Menção Honrosa no Programa Nascente de 2012.Em seu trabalho desta edição, acompanhada por músicos amigos, ela foca em sua interpreta-ção vocal para o Meu Guri, de Chico Buarque, buscando um nível técnico elevado, porém com o coração e a subjetividade a frente de sua ma-nifestação artística, com o fim maior de viver e proporcionar um momento de contemplação e emoção para os ouvintes através de gran-des obras da música popular de nosso país.

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lavra a palavra, o que reverbera é traduzido nessa embolada. Uma melodia que revela a camada do texto em canção e assim juntas (letra e música), se deslocam nas entrelinhas de uma relação. Do zelo ao azedo, do vi-nho ao vinagre, oxidação. Nessa parceria, letra de Luiza Romão, melodia de Gabrie-la Gonçalves e harmonia de Paulinho Paes.

MÚSICA POPULARComposição

LUIZA SOUZA ROMÃOArtes Cênicas – Escola de Comunicações e Artes

ÁCIDO ETANOICO OU DO ZELO AO AZEDO

A letra teve como estímulo principal a pala-vra falada, é no jogo de duplos-sentidos, ecos e aliterações que ganha corpo. Forma e conteúdo andam juntos na construção ao mesmo tempo popular e refinada, pop e estra-nhada. O tema do (des)encontro amoroso foi trabalhado através de uma estrutura simples que se reinventa linha a linha, dia a dia, pa-

MENÇÃO HONROSA

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INTÉRPRETE INSTRUMENTAL

FINALISTAS

EDUARDO HIROSHI YAMAGUCHI KUMELamentos do Morro – Garoto -– Interpretação do Arranjo de Pa

LARISSA DA COSTA BATISTAMaria do Socorro

INTÉRPRETE VOCAL

COMPOSIÇÃO

GUILHERME RAMOS GONÇALVESCafuné

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Em 2015, o Nascente recebeu trabalhos musicais inscritos em suas três categorias. Dos 13 traba-lhos concorrentes da área, cinco deles foram se-lecionados para a Mostra de Música Erudita. O evento, realizado na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, contou com ótimas performances de intérpretes instrumentais e de uma soprano que encantou aos presentes. O prêmio foi dividido entre a soprano Camila Aparecida Rabelo com a interpretação impecável de Ei parte… per pietà – Così fan tutte, obra de Mozart, e a pianista Milena Leme Lopes, executando primorosamente a obra Danzas Ar-gentinas. A composição de Guilherme Ribeiro da Cunha e as interpretações instrumentais de Lucas de Oliveira Vieira e Helber Fernandes Ribeiro re-ceberam menção honrosa.

TERESA CRISTINA RODRIGUESVALLERIE ANN ALBRIGHT

ISABEL KANJI

MÚSICA ERUDITA

COMISSÃO JULGADORA

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Ginastera utiliza com frequência interva-los de quartas e de quintas, o que dá à músi-ca uma sensação de expansividade. Isso se deve ao fato do compositor querer refle-tir a vastidão dos pampas argentinos. Na última dança, chamada Danza del gaucho matrero, em português, “dança do gaúcho esperto”, Ginastera usa termos como “furiosamente”, “enérgico”, “violento”, “selva-gem” para que o pianista não tenha dúvidas de como interpretá-la. Nesta peça, o compo-sitor faz uso de muitas dissonâncias, mas o ouvinte também irá se deparar com melodias simples que se harmonizam com as dissonân-cias. O final da peça não é nada sutil, pois Gi-nastera traz o caráter selvagem da peça aos últimos compassos, terminando a obra com um grande glissando.

MÚSICA ERUDITAIntérprete Instrumental

MILENA LIMA LOPESMúsica – Escola de Comunicações e Artes

DANZAS ARGENTINAS

Danças Argentinas é um conjunto de três dan-ças para piano solo composta em 1937 por Alberto Ginastera, um dos grandes composito-res latino-americanos do século XX. A primeira dança, em compasso binário, chama-se Dan-za del viejo boyero, em português, “dança do velho pastor”. No seu começo, pode soar estranha aos ouvidos, pois a mão esquerda toca apenas teclas pretas enquanto que a mão direita apenas teclas brancas. A razão disso é por esta peça ser bitonal, ou seja, cada mão está em uma tonalidade diferente, uma mão em dó maior e a outra em ré bemol maior. Danza de la moza donosa é a segunda peça da obra e, em sua tradu-ção para o português, significa “a dan-ça da moça formosa”. Trata-se de uma dança mais delicada. Em sua harmonia,

VENCEDOR

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variações infinitas de entintagem, fu¬ros mais abertos, mais fechados, dobras mais bem de-finidas, menos defin¬idas, manchas inespera-das, defeitos de impressão dos tipos e assim por diante. Isso torna cada um deles um objeto único, ainda que baseado em matrizes idênticas. Carlos Fernandes era meu avô materno e fale-ceu em 2010 por problemas no coração. As poesias falam de suas lutas políticas pela liber-dade, pela justiça e pela igualdade. Falam do amor, do nível mais mundano ao mais trans-cendental. Falam de esoterismo e de todas as suas crenças na busca pela consciência. Fa-lam de seus companheiros, seus amigos, suas amadas, suas filhas. As xilogravuras foram de-senvolvidas a partir dos significados de cada uma dessas poesias, mas também formam um conjunto único como imagem gráfica. Essas imagens completam as poesias e, através da tradução intersemiótica, contam a história da vida de meu avô.

AUDIOVISUALProjeto – Ficção

DesignFaculdade de Arquitetura e Urbanismo

LIVRO DE POESIA ILUSTRADO: PROJETO FEITO À MÃO

Este projeto de conclusão de curso aborda o tema do livro ilustrado de uma maneira prá-tica, feita à mão. O projeto é de leitura, re-leitura, interpretação, compreensão, desenho, entendimento, proposição, inves¬tigação, montagem, gravação, entalhe, entintagem, im-pressão, costura e refile.É um projeto de design gráfico, que une a po-esia, os tipos móveis e a xilogravura em um objeto livro, feito de papel, tinta e linha.Este é um trabalho sobre o design gráfico pro-duzido e pensado com o uso das mãos, do desenho no papel, do entalhe na madeira, da dia¬gramação com o chumbo e da impressão por pressão.O livro de poesia ilustrado tem como título “POEMAS GRAMADOS DE MEU AVÔ” e reú-ne 20 poesias e 20 xilogravuras.Foram produzidos 30 livros com as matrizes tipográficas das poesias e as matrizes xilográ-ficas das ilustrações. Cada livro segue as suas próprias particularidades de impressões,

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dão e 1ª Academia de Canto em Trancoso, com o maestro Rolf Beck e a professora Lucia Duchonova, ambos de Lübeck (Alemanha). Foi premiada, na categoria jovem, no Bauru Atlanta Festival, do qual participou do encerra-mento como solista da peça Glória de Vivaldi, apresentando-se com a orquestra do festival. Em 2014, venceu o III Concurso Jovens Solis-tas da OCAM-USP, com a qual se apresentou no MASP e no Museu da Casa Brasileira, interpretando árias de Mozart, Bellini e De-bussy. Em 2015, fez parte da programação do Theatro São Pedro, interpretando a obra L’enfant Prodigue, de Claude Debussy. Em 2016, irá para Chorakademie Lübeck (Alema-nha), graças a uma bolsa de estudos conquis-tada na 1ª Academia de Canto em Trancoso.

MÚSICA ERUDITAIntérprete Vocal

CAMILA APARECIDA RAMELOMúsica – Escola de Comunicações e Artes

EI PARTE... PER PIETÀ – COSÌ FAN TUTTE – MOZART

Natural de Aparecida (SP), Camila Rabe-lo iniciou seus estudos musicais em 2006 na Escola Municipal de Artes Maestro Fêgo Camargo, em Taubaté (SP). Atualmente cur-sa o último ano de Bacharelado em Canto e Arte Lírica na Universidade de São Paulo, sob orientação dos professores Francisco Campos Neto e Ricardo Ballestero. Cursa também o primeiro ano do curso Ópera Es-túdio, da Escola de Música do Estado de São Paulo, sob orientação dos professores Mau-ro Wrona, Nancy Bueno e Norma Gabriel. Tem se aperfeiçoado através de masterclas-ses e festivais, tais como: Festival Internacio-nal de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, Festival Música nas Esferas, Festival Música nas Montanhas, Bauru Atlanta Festi-val, Festival Internacional de Campos do Jor-

VENCEDOR

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importantíssima, singular) e o próprio som: a síntese sonora, o leque sonoro que o sax e o músico executante podem oferecer ao compositor. Assim sendo, não há melodias, frases ou períodos, de modo que a forma da peça funciona como um espelho que a divi-de em, basicamente, duas partes: imagem e reflexo. Ainda assim, a harmonia é um ele-mento presente e relevante na peça, e aqui me fiz outra proposta: a de fazer referências ao sistema tonal na composição. Ademais, creio que o dado mais relevante a se dizer aqui é que a utilização das técnicas estendi-das contemporâneas (presentes nessa peça) foi o que tornou possível a modelagem das matérias-primas desta obra: o som e o afeto.”

MÚSICA ERUDITAComposição

GUILHERME RIBEIRO DA CUNHAMúsica – Escola de Comunicações e Artes

ENTREPOLOS I

Entrepolos I, uma peça para saxofone tenor, foi escrita em julho de 2014 e estreada no mesmo ano pela saxofonista norte-ameri-cana Allison Balcetis, na ocasião do Curto--Circuito Internacional de Música Contem-porânea Brasil/Canadá. Na 23ª edição do Programa Nascente, a peça foi interpreta-da pelo saxofonista paulista João Batista. “Nesta composição, impus a mim mesmo um desafio: compor uma música com ‘ape-nas uma nota’. Não só isso, mas também me propus a trabalhar com materiais mínimos du-rante o processo criativo. Nesse sentido, há poucos objetos sonoros, que sofrem, durante a peça, anamorfoses sonoras, variações tim-brísticas. Os itens geradores da peça são o afeto (nesse sentido, o intérprete tem função

MENÇÃO HONROSA

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Fazendo parte da sua formação, deve-se destacar a participação nos festivais: Festi-val Internacional de Inverno de Campos do Jordão, FEMUSC, Festival Música nas Mon-tanhas, Oficina de piano da USP, Performa-clavis (onde também atuou como monitor) e Festival Internacional Música das Esferas.Participou como intérprete em masterclasses de renomados pianistas, como: Konstantin Scherbakov (Rússia), Boaz Sharon (Israel), Guigla Katsarava (Georgia), Cristina Ortiz (Brasil), Caio Pagano (Brasil), Fany Solter (Bra-sil), Ricardo Castro (Brasil), Alexandre Dos-sin (Brasil), Paul Rutman (EUA), entre outros.

MÚSICA ERUDITAIntérprete Instrumental

HELBER FERNANDES RIBEIROMúsica – Escola de Comunicações e Artes

PERFORMANCE DO PRIMEIRO MOVIMENTO DA SONATA OP. 2 N. 2 DE LUDWIG VAN BEETHOVEN

Helber Fernandes, natural de São Paulo, ini-ciou seus estudos de piano aos 15 anos de idade de forma autodidata. Após seis meses ingressou como bolsista no Conservatório Souza Lima, onde além de ser introduzido no campo da Harmonia, Contraponto, His-tória da Música e Música de Câmara, teve como professor o pianista Miguel Lapra-no, com quem estudou durante dois anos.Em 2012, com apenas dois anos de pia-no, ingressou no curso de Bacharelado em Piano na USP, sob orientação do Prof. Dr. Amilcar Zani. A partir do segundo ano da graduação passou a ter aulas com o pia-nista Lucas Gonçalves, preparando-o para pouco mais tarde ingressar na classe do re-nomado pianista Eduardo Monteiro, com quem desenvolve um intenso trabalho no ramo da performance e no ramo acadêmico.

MENÇÃO HONROSA

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MÚSICA ERUDITAIntérprete Instrumental

LUCAS VIEIRA E FABIO FERREIRA Música – Escola de Comunicações e Artes

SUITE BUENOS AIRES

O Duo de flauta e violão formado pelos mú-sicos Fabio Ferreira (Minas Gerais) e Lucas Vieira (São Paulo), teve início em 2014, no programa universitário de concertos organiza-dos pelo Laboratório de Música de Câmara da Escola de Comunicações e Artes de São Paulo. Desde então tem desenvolvido uma larga atividade de estudos, formação e di-vulgação de repertórios originais para os ins-trumentos em importantes espaços culturais. Possuem um diversificado repertório que com-preende desde obras clássicas até composito-

MENÇÃO HONROSA

res contemporâneos. Com uma ideia inicial de interpretação e difusão do repertório brasi-leiro de concerto para a formação, ainda em 2014, conquistaram o primeiro lugar no XVIII concurso nacional de violão “Musicalis” e o título de menção honrosa na Mostra Nascen-te promovida pela USP, no turno Música de Câmara. Atualmente cursam as faculdades de Licenciatura e Bacharelado em Música na Uni-versidade de São Paulo.

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BENEDITO ANTUNES JORGE MATTOS BRITO DE ALMEIDA

MARIO CÉSAR LUGARINHO

TEXTOCOMISSÃO JULGADORA

Das sete áreas contempladas pelo Programa Nascente, Texto talvez seja a mais democrática. Baseada na língua, a criação textual está virtualmente à mão de todos. A área engloba diversos gêneros e formas: Poesia, Ficção, Crô-nica, Dramaturgia, Biografia, Reportagem. Avaliar can-didaturas tão distintas foi, realmente, um enorme desafio, mas o enfrentamos com prazer, pois o grande número de inscrições demonstra que a expressão escrita continua sendo um meio fundamental de representação e reflexão dos dilemas de nosso tempo. Trabalhos agraciados com Menção Honrosa. Atuais e originais, a crônica, a reportagem, o esquete, o conto, a novela e as quatro sequências poéticas são peças de indiscutível valor literário, que satisfazem as exigências de leitores experientes e sensíveis. A leitura dos textos foi, sem dúvidas, instigante. Apesar da variedade, com poemas de uma página a alentados romances, passando por contos e crônicas, o

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conjunto revelou o grande potencial criativo dos par-ticipantes. Nos textos, os jovens alunos de nossa Uni-versidade expressaram suas dúvidas, suas revoltas, seus amores, seus pontos de vista. Foi difícil chegar a uma conclusão sobre os melhores autores. Escolhemos como finalistas aqueles nos quais percebemos não só um exercício de redação, discursiva ou literária, mas também uma busca, a procura de uma voz própria, mesmo que ainda calcada em modelos consagrados. A escolha dos vencedores foi árdua, e o ele-vado número de menções honrosas testemunha o valor desses jovens escritores. Não por acaso, os vencedores representam a ficção e a poesia, dois belos espécimes dos maiores conjuntos de trabalhos inscritos. Cada um à sua maneira, são dotados de estilo seguro, capaz de conduzir o leitor por meandros inusitados da observa-ção e da imaginação literária. O mesmo poderia ser dito a propósito dos trabalhos agraciados com Men-ção Honrosa. Atuais e originais, a crônica, a reporta-gem, o esquete, o conto, a novela e as quatro sequên-cias poéticas são peças de indiscutível valor literário, que satisfazem as exigências de leitores experientes e sensíveis.

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TEXTOFicção

KLÉBER PEREIRA DOS SANTOSDoutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada – Faculdade de Filosofia, Le-tras e Ciências Humanas

DIVAGAÇÕES PRELIMINARES

Eu oculto pela porta, pela geladeira, pelo meu silêncio espantado, fascinado, revolta-do, paralisado. Talvez fosse uma fantasia erótica, não passasse de imaginação, ela não podia, nem... Como? Parecia tão sem aquilo, as mães parecem nunca ter aquilo, aquilo era pras vagabundas lá da luz ver-melha, pras Mariazinhas que começavam a criar corpo nos bancos da escola, não, acho que não, nem atrairia alguém. Como querer comer aquilo que fedia a suor mexen-do em suas panelas sempre de mal humor, xingando eu, meu pai, a parentada toda?

VENCEDOR

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Buraco abrimos um

buraco e tanto passaria até octávio pro outro lado (mas não é amigo) o que vemos é uma toalha branca balançando com o vento

corremos

só as pegadas os adeuses os cocôs ficam pra trás as letras riscadas no cimento passando vazio tarde demais já não existe nada -- não se quer ser historiador

TEXTOPoesia

LUCAS MIYAZAKI BRANCUCCILetras – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

ELEFANTES & AFINSVENCEDOR

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Queria ler um texto. Um texto bonito. Bom mesmo. Havia me tocado profundo. Lembrei do grupo ao lê-lo. Queria compartilhar. Tomar muito tempo? Não. Quase nada. Um texto pequeno. Quase um poema. Poema? Poema é bom. É chique. (...) Ao fim da leitura todos me olhando. Um silêncio. Um deserto. Aquele silêncio entre um minuto e dois. Um vazio de tudo. Um fim de relacionamento. Um luto em estádio de futebol cheio. Uma semente que não germina na seca. Um pão que o estôma-

TEXTOCrônica

FLÁVIO AMÉRICO TONNETTIDoutorado em Educação – Faculdade de Educação

CRÔNICAS DO PRÓPRIO UMBIGOMENÇÃO HONROSA

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EDITOR – A nossa política tem a ver com a nossa história, com a nossa missão... Por uma tiragem de cem exemplares, nós cobramos mil e quatrocentos reais. Providenciamos diagra-mação, revisão básica, desenvolvimento de capa, ISBN, divulgação em nosso site, mar-cadores de página... Entregamos em trinta dias. E podemos ajudar com o lançamento. ESCRITOR – Preciso pensar no assunto. (Ambos ficam em silêncio.) Um profes-sor amigo meu pode prefaciar o livro? EDITOR – Não se preocupe. O prefácio está in-cluso no orçamento que lhe passei. Sempre ar-ranjamos quem escreva por um preço justo. Já até sei quem vou convidar para o seu livro.

TEXTODramaturgia

EDUARDO ALEIXO MONTEIROMestrado em Filosofia e Teoria Geral do Direito – Faculdade de Direito

POLÍTICA DA EDITORAMENÇÃO HONROSA

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Trabalhava lavando roupa para fora, foi as-sim que sobrevivemos, acredita? Até eu co-meçar a ganhar algum dinheiro, no início da adolescência, era assim que a gente se mantinha. Ela era a estabilidade em pessoa, tinha a cabeça no lugar, batalhou um boca-do para me manter na escola e financiar as tentativas infrutíferas de papai. Nunca foi fe-liz ou infeliz o suficiente, sabe como é, não tinha tempo para esses luxos. Papai, por sua vez, era do bem, jamais duvidamos da sua integridade. Seu problema foi ter vindo ao mundo a turismo e ter mantido nós dois na mala, na expectativa de um dia abrir o zíper e nos mostrar o paraíso, um mundinho mais feliz, sei lá, um momento de regozijo que fos-se, qualquer coisa assim estaria ótimo; talvez o fim do caminho sinuoso que percorríamos diariamente, sim, isso já estaria mais do que de bom tamanho, qualquer melhora bastaria. Eu já estava cansado de ficar à deriva, osci-lando perigosamente, enxergando na luneta o mesmo horizonte inalcançável de sempre.

TEXTOCrônica

EDUARDO AUGUSTO ALVES DE ALMEIDADoutorado em Estética e História da Arte – Museu de Arte Contemporânea

BEM DIANTE DOS MEUS OLHOSMENÇÃO HONROSA

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... espera um minutinho só, seu Álvaro. [Me-nina, olha onde vai com esse chocolate, me-nina! Vai se sujar toda! Cuidado, não passa essa mão suja na roupa nem no cabelo!] Des-culpa, seu Álvaro. Bom, onde estava? Ah, sim! Disse para o senhor não se preocupar.

TEXTOFicção

JEAN LUIZ PALAVICINIDoutorado em Psicologia Clínica – Institu-to de Psicologia

SEM NOTÍCIAS DO ESTEVESMENÇÃO HONROSA

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TEXTOPoesia

JEAN LUIZ PALAVICINIFilosofia – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

EROTISMOS DA FORMAMENÇÃO HONROSA

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O homem que caminha sobre o passeioPensa no que a vida lhe reservara

Queria ter condições de mudar tudo, Mas tudo o que faz é caminhar.

Seus passos lentos acompanham os dedos Que seguram a bituca do cigarro,

Fuma como quem tem o poder, A fumaça sai com o gozo autêntico.

Prossegue mais calmo E já começa a esquecer do que o afligia antes,

Esquece que perdeu o emprego e Que tem filhos para criar.

O gozo é passageiro, Dura menos do que aparece na publicidade.

TEXTOFicção

MARCIO VIDAL MARINHOMestrado em Estudos Comparados de Literatura de Língua Portuguesa –Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

21 GRAMASMENÇÃO HONROSA

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Sempre tive no mundo meu aliado. E para cada dor cativa, um achado! Diante da nova dor, malfadado o que digere trajetos do passado. A dor mesma se incha. E parado, nosso mundo calmo, vira fado

TEXTOPoesia

PEDRO FERNANDES GALÉDoutorado em Filosofia – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

POEMAS MENÇÃO HONROSA

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No final do ano de 2014, na cozinha da casa e do estúdio de Guilherme Kastrup, entre con-versas, o produtor me contou a intenção de produzir um disco de Elza Soares. Essa não era a primeira vez que eu ouvia esse desejo vindo de um artista da safra contemporânea. A ideia inicial de Guilherme Kastrup era regra-var sambas do repertório da cantora através da sonoridade desenvolvida pelos trabalhos do Passo Torto e do próprio Kastrup. Logo me opus à ideia de resgate de um repertório. Eu, particularmente, tinha como referência imedia-ta o disco Do cóccix até o pescoço (2002), de Elza Soares, que ressoa até os dias de hoje, pelo frescor de suas composições até então iné-ditas. Não que regravações em si não possam ser interessantes – muito pelo contrário – mas, naquele momento, somente pensei na força e na voz de uma cantora que já declarou, no início da carreira, ter vindo do “planeta fome”.

TEXTOReportagem

RENATO GONÇALVES FERREIRA FILHO Mestrado em Estudos Brasileiros – Instituto de Estudos Brasileiros

MULHER DO FIM DO MUNDO EM PROCESSOMENÇÃO HONROSA

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FICÇÃO

FINALISTAS

MAX LUIZ GIMENESA incrível história de Bernardo

DANIEL VASBigode

FABIO FERREIRA DE JESUS Uns amigos

CAIO JADE PUOSSO CARDOSO GOUVEIA COSTACerta vez

EDSON RENEL DA COSTA FILHOAmor de workaholic

POESIA

MARIA FERNANDA CECCON VOMEROResíduos e rimas

DRAMATURGIA

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dos de assuntos brasileiros por meio de pro-gramas e projetos específicos. Neste sentido, ela tem atuado como um centro interdisciplinar de documentação, pesquisa e difusão científi-ca de estudos brasileiros, da cultura do livro, da tecnologia da informação e das humani-dades digitais, tornando-se um órgão de inte-gração de diversas iniciativas acadêmicas, de interesse intersetorial e transdisciplinar. Além disso, graças aos seus dois Laboratórios, o de Digitalização e o de Con-servação Preventiva Guita Mindlin, agora de-vidamente equipados, a Biblioteca tem desen-volvido ações para garantir a conservação de seu acervo assim como sua disponibilização para o público amplo, em formato digital, faci-litando o acesso à distância de seu acervo. Desde 2005, quando passou a fun-cionar, a Biblioteca tem reunido especialis-tas, sediado projetos e apoiado iniciativas de estudos, de- senvolvendo atividades em torno de quatro campos do saber: 1) Estudos Brasileiros; 2) História do Livro e da Leitura;

BIBLIOTECA BRASILIANA GUITA E JOSÉ MINDLIN

PARCEIROS

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, foi criada, em dezembro de 2004, para abri-gar a brasiliana reunida ao longo de mais de 80 anos pelo bibliófilo José Mindlin e sua es-posa Guita. Com seu expressivo conjunto de livros e manuscritos, essa brasiliana é consi-derada a mais importante coleção do gênero formada por um particular. São mais de 32 mil títulos, ou 60 mil volumes. Parte do acervo doado pertencia ao bibliófilo Rubens Borba de Moraes, cuja biblioteca foi guardada pelo ca-sal desde a sua morte. A Coleção possui obras de literatura, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, periódicos, livros científi-cos e didáticos, iconografia e livros de artistas. Esta Biblioteca, conforme o regimen-to, tem o compromisso de conservar e divulgar o acervo e facilitar o seu acesso a estudantes e pesquisadores, proporcionar irrestrito aces-so de seu acervo digital ao público em geral, bem como promover a disseminação de estu-

R. da Biblioteca, s/nCidade Universitária – São Paulo (SP)www.bbm.usp.brFotos: Marcos Santos/USP Imagens

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3) Tecnologia do Conhecimento e Humani-dades Digitais; e 4) Preservação, conser-vação e restauração do livro e do papel. A Biblioteca iniciou o atendimento ao público em março de 2013, quando o novo edifício foi inaugurado, e mais recentemente, com a instituição de seu Comitê Acadêmico (desde março de 2014), tem promovido coló-quios e cafés acadêmicos para a discussão de temas relevantes e relacionados com sua co-leção. Inclui-se entre suas atividades ainda a organização de seminários e exposições que visam, no primeiro caso, fomentar o debate e, no segundo, disponibilizar o acervo para pú-blicos amplos, a partir de recortes temáticos. A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin se define ainda como um centro de pesquisa, que objetiva atrair pesquisadores juniores e seniores, por meio de chamadas e editais públicos, para desenvolver atividades de exploração de seu acervo, de intercâm-bio de ideias e publicização de resultados.

PESQUISA segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h

EXPOSIÇÕESsegunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h30sábado, das 9h às 13h

SALA DE LEITURA LAMPADIAsegunda a sexta-feira, das 8h30 às 17hsábado, das 9h às 13h

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mais diferentes técnicas e áreas de produção, além de mostras de arquitetura e de retrospec-tivas que visam a discussão sobre o passado recente da arte brasileira. Os textos que acom-panham essas exposições são produzidos, em grande maioria, por jovens autores, pós-gra-duandos e formados pela USP, dando, assim, espaço não apenas à exibição de obras, mas também à pesquisa e à reflexão crítica sobre arte. Paralelamente, nossa equipe de media-ção desenvolve projetos de pesquisa sobre arte contemporânea e disponibiliza, ainda, atendimento a professores e alunos da rede pública, assim como a visitação espontânea às exposições.

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA ANTONIA

O Centro Universitário Maria Antonia está instalado nos edifícios históricos que abriga-ram a antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Em mais de duas décadas de atuação multidisciplinar, conquistou um lu-gar próprio entre as instituições culturais da cidade, orientando-se por um conceito abran-gente de formação. Situado estrategicamente na região central de São Paulo, em área de grande concentração de instituições de cultu-ra e ensino, atende um público diversificado. Desde 1999, o Maria Antonia, como é conhecido, mantém um programa de exposi-ções de arte com cerca de 20 mostras por ano, com a diretriz geral de reunir artistas contempo-râ neos de gerações diversas, dando espaço às

R. Maria Antonia, 259 e 294Vila Buarque – São Paulo (SP)www.mariantonia.prceu.usp.brFotos: Marcos Santos/ USP Imagens

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O Maria Antonia oferece mensalmente cur-sos de curta duração, ligados à área das ci-ências humanas e às artes em geral, e pro-move palestras, debates e seminários com especialistas de várias partes do Brasil e do exterior, além de outros eventos que resultam da pesquisa de unidades diversas da USP e de instituições parceiras. Abriga, ainda, a Bi-blioteca Gilda de Mello e Souza, com acervo dedicado prin cipalmente às artes contempo-râneas e áreas conexas, cujo núcleo gerador é a coleção de livros sobre artes, estética e história da arte que pertenceu à professora Gilda, primeira docente de Estética da Facul-dade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.

O projeto de restauro e reforma de suas insta-lações abrange a sede atual e mais o edifício vizinho, que pertenceu igualmente à FFCL-USP. Com obras em fase de conclusão, o projeto – premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil e pela Fundação Bienal de São Paulo – inclui mais espaços expositivos, novo auditório para música, cinema e outras atividades, café, li-vraria, e também uma praça interna com ve-getação, que cria um novo espaço público, espécie de respiro no entorno densamente construído, colaborando para a revitalização da região central da cidade.

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ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443Cidade Universitária, São Paulo – (SP)(11) 3091-4374www.eca.usp.br Fotos: Marcos Santos/USP Imagens

A ECA mantém ainda, incorporada à sua estrutura, a Escola de Arte Dramática (EAD), tradicional escola de teatro, responsável pelo Curso Técnico em Formação de Atores. É em seu Departamento de Música, no Auditório Olivier Toni, que costumam acon-tecer as apresentações dos finalistas da área de Música Erudita do Programa Nascente. Com 110 lugares, o auditório é local de au-las, ensaios da OCAM (Orquestra de Câmara da Universidade de São Paulo) e dos grupos corais do Departamento.

A Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP oferece sete cursos regulares de gradu-ação e duas licenciaturas. São bacharelados em Artes Cênicas, Artes Visuais, Bibliote-conomia, Comunicação Social (Jornalismo, Editoração, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda), Música, Turismo, Superior do Audiovisual e as licenciaturas em Educomu-nicação e Educação Artística (Artes Cênicas, Artes Visuais e Música). A ECA também oferece em nível de pós-graduação os seguintes programas: Ar-tes Cênicas (PPGAC); Artes Visuais (PPGAV); Ciência da Informação (PPGCI); Ciências da Comunicação (PPGCOM); Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA); Música (PPGMUS).

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O Espaço Ágora, localizado na entrada do Restaurante Central, é o principal pal-co para apresentação de eventos musicais. A CAC e a SAS têm amplamente apoiado o Programa Nascente, permitindo que os totens e displays das últimas edições sejam dispostos nas mesas e nas entradas dos restaurantes em todos os campi a fim de di-fundir ainda mais a visibilidade do Programa Nascente, promovendo uma maior integra-ção desde o calouro até o pós-graduando em suas diversas áreas de conhecimento, o que certamente tem contribuído para o enriqueci-mento e crescimento da qualidade dos traba-lhos apresentados nas edições do Programa.

A missão da Superintendência de Assistên-cia Social da USP (SAS) é promover e de-senvolver atividades de apoio voltadas aos alunos, docentes e funcionários nas áreas de alimentação, moradia, assistência social e atendimento em creche e pré-escola. Já a Comissão de Ação Cultural (CAC) visa: 1) promover a cidadania cultural e renovar a política cultural; 2) oportunizar a integração cultural, a socialização e o lazer entre os funcionários da SAS; 3) garantir o acesso dos trabalhadores da SAS aos bens culturais; 4) motivar os funcionários para efe-tiva evolução cultural; e 5) intensificar as rela-ções transformadoras entre a SAS, por meio do contrato permanente com as diversas uni-dades da USP (intercâmbio), dialogando, tro-cando informações e experiências de eventos que enfoquem a cultura.

SUPERINTENDENCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL

R. do Anfiteatro, 295 Cidade Universitária – São Paulo (SP)www.usp.br/coseasFotos: Marcos Santos/USP Imagens

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soria, elaboração de projetos e pesquisas de opinião. Na pós-graduação, mais de 13 mil alunos estudam em 141 programas, com 120 mestrados acadêmicos, 12 mestrados profis-sionais e 100 doutorados acadêmicos. Há ainda 6,5 mil estudantes em cursos lato sensu promovidos pelo Núcleo de Ensino a Distância (Nead). A Unesp está entre as instituições que mais produzem ciência no Brasil, em todas as áreas. Os alunos são estimulados, desde a graduação, a participar de projetos de pes-quisa por meio de um conceituado programa de Iniciação Científica. Os projetos de extensão universitária buscam repassar à sociedade os conhecimen-tos da Universidade. Em contrapartida, profes-sores e alunos recebem dados valiosos para o aprimoramento de suas atividades de ensino e pesquisa. A Unesp destaca-se pela quantidade e qualidade dos serviços que presta à comuni-dade. Entre eles, estão o atendimento médico e odontológico, a assessoria jurídica a pesso-as carentes, a orientação a micro e pequenos empresários, o atendimento psicopedagógico a crianças com problemas de aprendizagem e a previsão do tempo para agricultores.

A UNESPA Unesp (www.unesp.br) é uma das maiores e mais importantes universidades brasileiras, com destacada atuação no ensino, na pesqui-sa e na extensão de serviços à comunidade. Mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, é uma das três universidades públi-cas de ensino gratuito, ao lado da USP e da Unicamp. Criada em 1976, a partir de insti-tutos isolados de ensino superior que existiam em várias regiões do Estado de São Paulo, a Unesp tem 34 unidades em 24 cidades, sendo 22 no Interior; uma na Capital do Estado, São Paulo; e uma no litoral paulista, em São Vicen-te. Os mais de 3,8 mil professores ga-rantem sólida formação aos alunos. Mais de sete mil funcionários colaboram decisivamente para que as atividades sejam desenvolvidas da melhor forma possível. A Unesp oferece 134 cursos de graduação, em 68 profissões de nível superior, que formam, por ano, 5,5 mil novos profissionais. Na graduação, os mais de 37 mil alunos podem participar de programas espe-ciais de treinamento e realizar atividades ex-tracurriculares. Têm ainda a possibilidade de atuar em empresas juniores, prestando diferen-tes tipos de serviços como: consultoria, asses-

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A UNICAMPA Universidade Estadual de Campinas (Uni-camp) possui uma longa história vinculada ao campo da Arte, história essa que começa, em 1971 com a criação do seu Instituto de Artes (IA), que hoje conta na sua estrutura com os cursos de Artes Visuais, Comunicação Social – Midialogia, Dança, Música, Artes Cênicas na graduação, além dos cursos de pós-gradu-ação em Artes Visuais, Artes da Cena, Música e Multimeios. O IA representou o início da realiza-ção da vocação artística pela Universidade, tendo sido o primeiro embrião de grupos, centros e núcleos de pesquisa, formados por professores, pesquisadores e profissionais, in-clusive vindos de outras áreas e instituições. Para citar alguns deles: Lume Tea-tro; Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural; Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora; Museu de Artes Visuais; Galeria de Artes do Instituto de Ar-tes; Grupo de Estudo e Pesquisa das Artes Circenses (Faculdade de Educação Física); entre outros. Companhias de teatro e de dança e grupos musicais são incontáveis.

Na Unicamp, diferentes unidades e órgãos institucionais possuem atividades significa-tivas voltadas à pesquisa e à formação em artes e em cultura, como letras e literatura, patrimônio e memória, para citar algumas.Como resultado, a vasta produção artística da Universidade, primando sempre pela re-flexão sobre a prática, encontra canais im-portantes para a sua realização e difusão. Confirmando a relação inexorável entre arte e humanidades por um lado e ci-ência e tecnologia por outro, são inúmeras as iniciativas ligadas às áreas de exatas, biológicas e tecnológicas, sendo também destaque na produção cultural universitária.

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