Categorias da Narrativa 8º ano Profº. Lina Aires.

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Categorias da Narrativa

8º ano

Profº. Lina Aires

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Ação

Tempo

Espaço

Personagens

Narrador

Modos de Expressão e representação

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O texto narrativo

O texto narrativo conta acontecimentos ou experiências

conhecidas ou imaginadas. Contar uma história, ou seja,

construir uma narrativa, implica uma ação, desenvolvida

num determinado espaço e num determinado tempo,

praticada por personagens, que nos é transmitida por um

narrador.

Normalmente, o texto narrativo é constituído por narração (a

ação evolui), descrição (das personagens e do espaço),

diálogo (as personagens falam entre si) e monólogo (uma

personagem fala consigo mesma).

Texto Narrativo

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I - Cate

goria

s da N

arra

tiva

- acontecimentos principais e acontecimentos

secundários; Ação central e ação secundária;

- momentos determinantes no desenrolar da ação:

situação inicial (introdução), desenvolvimento

(acontecimentos) e desenlace (desfecho ou

conclusão);

- ação fechada (solucionada até ao pormenor) ou

ação

aberta (não solucionada);

Ação

Relevância dos

acontecimentos

Estrutura da ação

Final da ação

Ação

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‐ ordem real dos acontecimentos / ordem textual

dos acontecimentos:

‐ encadeamento (ordenação cronológica dos

acontecimentos),

‐ alternância (entrelaçamento das sequências e/ou

ações),

‐ encaixe (introdução de uma sequência e/ou ação

noutra).

Ordenação dos

acontecimentos e

da narrativa

Organização das

sequências

narrativas e/ ou

ações

Narrativa

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‐ espaço físico (lugar da realização da ação),

‐ espaço social (o meio social a que as personagens

pertencem e onde se deslocam),

‐ espaço psicológico (o espaço vivenciado pela

personagem, de acordo com o seu estado de

espírito, ou o lugar

do pensamento e da emoção da personagem).

Espaço

Tempo ‐ tempo cronológico (marcas da passagem do

tempo),

‐ tempo histórico (enquadramento histórico dos

acontecimentos),

‐ tempo psicológico (tempo vivenciado

subjetivamente

pelas personagens).

Espaço e Tempo

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‐ central / principal / protagonista, secundária,

figurante, mencionada ou aludida;

‐ modelada, plana, tipo, individual, coletiva;

‐ retrato das personagens:

físico (traços fisionómicos, vestuário, gestos),

psicológico (traços psicológicos, de carácter; sentimentos,

comportamentos),

social (grupo social; linguagem);

‐ formas de obter informações sobre as personagens:

‐ direta (através de palavras da personagem acerca de

si própria, de palavras de outras personagens, de afirmações

do narrador),

‐ indireta (deduções do leitor acerca da personagem, a

partir de atitudes ou comportamentos da mesma).

Personagens

relevo ou papel

conceção

caracterização

modos de

caracterização

Personagem

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Narrador eModos de Representação

‐ marcas da sua presença ou ausência - participante

(como personagem ou como observador), não

participante;

‐ marcas da sua imparcialidade ou parcialidade -

objetivo

(não toma posição face aos acontecimentos),

subjetivo

(narra os acontecimentos, declarando ou sugerindo

o seu

ponto de vista).

‐ narração, descrição;

‐ diálogo, monólogo.

Narrador

presença

Ponto de vista

Representação

Expressão

Narrador

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A ação A ação é o desenrolar de acontecimentos que se relacionam entre

si e se encaminham ou não para um desenlace.

A ordenação ou estrutura de uma narrativa caracteriza-se por uma

situação inicial (introdução), um desenvolvimento

(acontecimentos) e um desenlace (desfecho ou conclusão), que

não existe em certas narrativas modernas.

Quando existe desenlace, isto é, a resolução de todas as dúvidas,

expectativas, conflitos ou anseios acumulados, diz-se que se trata

de uma ação fechada. Quando não existe desenlace, ou seja, se

a narrativa deixar ao leitor a possibilidade de imaginar a

continuação da história, diz-se que se trata de uma ação aberta.

Ação

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Um momento da ação ou sequência é uma unidade narrativa,

isto é, um bloco semântico (de sentido) reconhecido intuitivamente

pelo leitor.

Os momentos da ação ou sequências podem seguir a ordem

cronológica dos acontecimentos - encadeamento - ou não. Por

vezes, são integrados, no tempo em que a ação decorre, factos

anteriores (analepse ou flash-back) ou posteriores (prolepse).

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A personagem A personagem é um ser ficcional em torno do qual gira a ação do texto

narrativo.

As personagens definem-se em função do seu relevo ou intervenção na

ação:

personagens principais ou protagonistas - as que assumem o papel mais

importante;

personagens secundárias - as que têm uma intervenção menor;

figurantes - as que não têm qualquer interferência na ação.

A identificação de uma personagem corresponde à atribuição de um

nome.

Personagem

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A caracterização das personagens revela-se através de um conjunto de atributos,

traços, características físicas e psicológicas – retrato físico e retrato psicológico -

moral.

Quando as características físicas e psicológicas das personagens são apresentadas

pelo narrador, pelas outras personagens ou pela própria personagem, fala-se de

caracterização direta; quando as características psicológicas ou morais podem ser

deduzidas a partir das atitudes, do comportamento, das emoções, da maneira de

falar das personagens, fala-se de caracterização indireta.

Relativamente à construção da personagem, ela poderá ser construída sem

profundidade e com um reduzido número de atributos - personagem plana (repete,

por vezes com efeitos cómicos, gestos, comportamentos, «tiques» verbais); ou

poderá possuir complexidade bastante para revelar uma personalidade vincada -

personagem modelada (revela o seu carácter gradualmente e de forma

imprevisível).

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O espaço O espaço é o lugar ou lugares onde decorre a ação.

Distinguem-se três tipos de espaços, que nem sempre se

encontram em todas as narrativas: o espaço físico, o espaço

psicológico e o espaço social. A multiplicidade dos espaços

ocorre apenas nas narrativas de maior extensão e complexidade,

como a epopeia e o romance.

Espaço

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O espaço físico é o conjunto dos componentes físicos que servem

de cenário ao desenrolar da ação e à movimentação das

personagens. Assim, o espaço físico integra os cenários

geográficos (espaço físico exterior) e os cenários interiores, como

as dependências de uma casa, a sua decoração, os objetos, etc.

(espaço físico interior).

O espaço físico pode constituir apenas o cenário da ação ou ter

também uma função importante na revelação do carácter e do

comportamento das personagens. Neste caso, convém considerar a

variedade dos aspetos do espaço: se abrange ou não uma grande extensão,

se identifica geograficamente determinada região, se é um espaço natural

ou construído pelo homem, rural ou urbano, no país ou no estrangeiro.

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O espaço psicológico é a vivência do espaço físico pelas

personagens ou o lugar do pensamento e da emoção das

personagens. Assim, por exemplo, locais evocados pela memória

correspondem ao espaço psicológico. Por outro lado, em relação ao

mesmo espaço, a personagem pode experimentar diferentes

sentimentos, conforme o seu estado de espírito ou condições

exteriores, como as condições atmosféricas.

O espaço social consiste nas relações sociais, económicas, políticas

e culturais entre as personagens. Constitui-se através das

personagens figurantes e das personagens-tipo, correspondendo à

descrição de um determinado ambiente que ilustra, por exemplo,

vícios e deformações de uma sociedade, servindo então para

expressar uma intencionalidade crítica.

A descrição é o modo de representação das três espécies de espaço.

EBICC Prof. Teresa Pombo – Abril 2006

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IC A

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O tempo O tempo corresponde à sucessão dos momentos, de acordo com a

sua contagem (minutos, horas, dias, semanas, meses, anos,

séculos, etc.).

Distinguem-se três espécies de tempo: o tempo cronológico, o

tempo histórico e o tempo psicológico.

O tempo cronológico refere-se às marcas da passagem do

tempo, obedecendo às regras da sua contagem ou cronometria, e

pode ser considerado o tempo físico, real. Corresponde à sucessão

cronológica de eventos susceptíveis de serem datados.

Tempo

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O tempo histórico engloba o enquadramento histórico dos

acontecimentos, ou seja, revela-se nas indicações cronológicas que

inserem a ação numa determinada época histórica.

O tempo psicológico refere-se ao tempo vivenciado

subjetivamente, ou seja, opõe-se muitas vezes ao tempo

cronológico, que tem a ver com os dados objetivos. O tempo

psicológico revela-se nas impressões que as personagens

manifestam relativamente ao desenrolar temporal, bem como nos

dados provenientes da memória ou da imaginação, e pode indicar

também as mudanças operadas pela passagem do tempo e as

experiências vividas.

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O narrador O narrador é um ser ficcional, não devendo ser confundido com o

autor real que o cria. O narrador tem a função de enunciar e

organizar o discurso; é ele que nos transmite o mundo inventado

ou recriado numa narrativa.

Distinguem-se diferentes tipos de narrador, tendo em conta a sua

presença ou ausência no universo da narrativa, a adoção de

determinado ponto de vista e o grau de conhecimento que

demonstra ter da história que conta.

Narrador

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Relativamente à presença, o narrador classifica-se como

participante ou não participante.

O narrador participante é aquele que se integra no mundo narrado,

estando presente na ação de dois modos possíveis, participante

como personagem (narra na primeira pessoa, podendo ser

também o protagonista) ou participante como observador

(narra na primeira pessoa, mas não interfere na ação, limita-se a

acompanhá-la).

O narrador não participante exprime-se na terceira pessoa e

está ausente do universo narrativo.

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Em relação ao ponto de vista adoptado, o narrador classifica-se

como objectivo ou subjectivo. Se o narrador revela

imparcialidade, ou seja, se não assume posição face aos

acontecimentos, é objectivo. Se o narrador é parcial, ou seja, se

afirma ou sugere o seu ponto de vista, é subjectivo.

O narrador caracteriza-se também em função do conhecimento da

história: ele pode fingir que sabe apenas o que presencia,

enquanto personagem ou observador, ou manifestar um total

conhecimento da acção e das personagens, ou seja, revelar que

sabe mais que as personagens.

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O narratário O narratário pode identificar-se com o leitor virtual (todo o

leitor que venha a ler a obra). É a ele que se dirige o

narrador. Pode também ter o estatuto de uma personagem

e intervir na acção.

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Modos de representaçãoe de expressão O texto narrativo pode apresentar várias modalidades de discurso.

O discurso do narrador, mais próximo da ficção narrada,

apresenta-se sob as formas de:

narração - relato de acontecimentos e de conflitos, situados

no tempo e encadeados de forma dinâmica, originando a acção

(verbos de movimento e formas verbais do pretérito-perfeito,

imperfeito e mais-que-perfeito);

descrição - informações sobre as personagens, os objectos, o

tempo e os lugares, que interrompem a dinâmica da acção e vão

desenhando os cenários (verbos copulativos ou de ligação e formas

verbais do pretérito imperfeito).

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O discurso das personagens, mais distante do narrador,

apresenta-se sob as formas de:

diálogo - interação verbal ou conversa entre duas ou mais

personagens (discurso direto com registos de língua variados);

monólogo - conversa da personagem consigo mesma, discurso

mental não pronunciado ou pronunciado, mas sem ouvinte (discurso

direto com frases simples e reduzidas, muitas vezes com suspensões).

Fim!

Fonte: manual 8º ano