Categorias da narrativa 9º ano

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Ação Tempo Espaço Personagens Narrador Narratário Modos de Expressão e representação

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Ação

Tempo

Espaço

Personagens

Narrador

Narratário

Modos de Expressão e representação

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O texto narrativo• O texto narrativo conta acontecimentos ou experiências conhecidas

ou imaginadas. Contar uma história, ou seja, construir uma

narrativa, implica uma ação, desenvolvida num determinado espaço e

num determinado tempo, praticada por personagens, que nos é

transmitida por um narrador.

• Normalmente, o texto narrativo é constituído por narração (a ação

avança – momentos de avanço), descrição (das personagens e do

espaço – momentos de pausa), diálogo (as personagens falam entre si)

e monólogo (uma personagem fala consigo mesma).

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- acontecimentos principais e acontecimentos

secundários: ação central e ação secundária;

- momentos determinantes no desenrolar da ação:

situação inicial (introdução), peripécias

(desenvolvimento) e desenlace (desfecho ou conclusão);

- ação fechada (solucionada até ao pormenor) ou ação

aberta (não solucionada);

Ação

Relevância dos

acontecimentos

Estrutura da ação

Final da ação

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‐ ordem real dos acontecimentos / ordem textual dos

acontecimentos:

‐ encadeamento (ordenação cronológica dos

acontecimentos),

‐ alternância (entrelaçamento das sequências

e/ou ações),

‐ encaixe (introdução de uma sequência e/ou

ação noutra).

Organização das

sequências narrativas

e/ ou ações

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‐ espaço físico (lugar da realização da ação),

‐ espaço social (o meio social a que as personagens

pertencem e onde se deslocam),

‐ espaço psicológico (o espaço vivenciado pela

personagem, de acordo com o seu estado de espírito, ou o

lugar

do pensamento e da emoção da personagem).

Espaço

Espaço e Tempo

‐ tempo cronológico (marcas da passagem do tempo),

‐ tempo histórico (enquadramento histórico dos

acontecimentos),

‐ tempo psicológico (tempo vivenciado subjetivamente

pelas personagens).

Tempo

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‐ central / principal / protagonista, secundária, figurante,

mencionada ou aludida;

‐ modelada, plana, tipo, individual, coletiva;

‐ retrato das personagens:

– físico (traços fisionómicos, vestuário, gestos),

– psicológico (traços psicológicos, de carácter;

sentimentos, comportamentos),

– social (grupo social; linguagem);

‐ formas de obter informações sobre as personagens:

‐ direta (através de palavras da personagem acerca de

si própria, de palavras de outras personagens, de

afirmações do narrador),

‐ indireta (deduções do leitor acerca da personagem, a

partir de atitudes ou comportamentos da mesma).

Personagemrelevo ou papel

conceção

caracterização

modos de

caracterização

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Narrador e

Modos de Representaçãomarcas da sua presença ou ausência:

– participante (como personagem ou como observador),

– não participante;

marcas da sua imparcialidade ou parcialidade:

‐ objetivo (não toma posição face aos acontecimentos),

‐ subjetivo (narra os acontecimentos, declarando ou sugerindo

o seu ponto de vista).

‐ narração, descrição;

‐ diálogo, monólogo.

Narrador

presença

Posição

Representação

Expressão

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• Um momento da ação ou sequência é uma unidade narrativa, isto é, um

bloco semântico (de sentido) reconhecido intuitivamente pelo leitor.

• Os momentos da ação ou sequências podem seguir a ordem cronológica dos

acontecimentos - encadeamento - ou não. Por vezes, são integrados, no

tempo em que a ação decorre, factos anteriores (analepse ou flash-back)

ou posteriores (prolepse).

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A ação

• A ação é o desenrolar de acontecimentos que se relacionam entre si e se

encaminham ou não para um desenlace.

• A ordenação ou estrutura de uma narrativa caracteriza-se por uma

situação inicial (introdução), as peripécias (desenvolvimento) e um

desenlace (desfecho ou conclusão), que não existe em certas narrativas

modernas.

• Quando existe desenlace, isto é, a resolução de todas as

dúvidas, expectativas, conflitos ou anseios acumulados, diz-se que se trata

de uma ação fechada. Quando não existe desenlace, ou seja, se a

narrativa deixar ao leitor a possibilidade de imaginar a continuação da

história, diz-se que se trata de uma ação aberta.

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A personagem

• A personagem é um ser ficcional em torno do qual gira a ação do texto

narrativo.

• As personagens definem-se em função do seu relevo ou intervenção na ação:

– personagens principais ou protagonistas - as que assumem o papel mais importante;

– personagens secundárias - as que têm uma intervenção

menor;

– figurantes - as que não têm qualquer interferência na ação..

Page 11: Categorias da narrativa   9º ano

• A caracterização das personagens revela-se através de um conjunto de

atributos, traços, características físicas e psicológicas – retrato físico e retrato

psicológico - moral.

• Quando as características físicas e psicológicas das personagens são apresentadas

pelo narrador, pelas outras personagens ou pela própria personagem, fala-se de

caracterização direta; quando as características psicológicas ou morais podem ser

deduzidas a partir das atitudes, do comportamento, das emoções, da maneira de

falar das personagens, fala-se de caracterização indireta.

• Relativamente à construção da personagem, ela poderá ser construída sem

profundidade e com um reduzido número de atributos - personagem plana

(repete, por vezes com efeitos cómicos, gestos, comportamentos, «tiques» verbais);

ou poderá possuir complexidade bastante para revelar uma personalidade vincada -

personagem modelada (revela o seu carácter gradualmente e de forma

imprevisível, vai evoluindo ao longo da história). Se a personagem plana representar

um grupo social ou profissional, passa a ser uma personagem – tipo.

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O espaço

• O espaço é o lugar ou lugares onde decorre a ação.

• Distinguem-se três tipos de espaço, que nem sempre se encontram em

todas as narrativas: o espaço físico, o espaço psicológico e o espaço social.

A multiplicidade dos espaços ocorre apenas nas narrativas de maior

extensão e complexidade, como a epopeia e o romance.

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• O espaço físico é o conjunto dos componentes físicos que servem de

cenário ao desenrolar da ação e à movimentação das personagens.

Assim, o espaço físico integra os cenários geográficos (espaço físico

exterior) e os cenários interiores, como as dependências de uma casa, a

sua decoração, os objetos, etc. (espaço físico interior).

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• O espaço psicológico é a vivência do espaço físico pelas personagens ou o

lugar do pensamento e da emoção das personagens. Assim, por

exemplo, locais evocados pela memória correspondem ao espaço

psicológico. Por outro lado, em relação ao mesmo espaço, a personagem

pode experimentar diferentes sentimentos, conforme o seu estado de

espírito ou condições exteriores, como as condições atmosféricas.

• O espaço social consiste nas relações sociais, económicas, políticas e

culturais entre as personagens. Constitui-se através das personagens

figurantes e das personagens-tipo, correspondendo à descrição de um

determinado ambiente que ilustra, por exemplo, vícios e deformações de

uma sociedade, servindo então para expressar uma intencionalidade

crítica.

• A descrição é o modo de representação das três espécies de espaço.

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• O tempo corresponde à sucessão dos momentos, de acordo com a sua

contagem (minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, etc.).

• Distinguem-se três espécies de tempo: o tempo cronológico, o tempo

histórico e o tempo psicológico.

• O tempo cronológico refere-se às marcas da passagem do

tempo, obedecendo às regras da sua contagem ou cronometria, e pode ser

considerado o tempo físico, real. Corresponde à sucessão cronológica de

eventos susceptíveis de serem datados.

O tempo

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• O tempo histórico engloba o enquadramento histórico dos

acontecimentos, ou seja, revela-se nas indicações cronológicas que

inserem a acção numa determinada época histórica.

• O tempo psicológico refere-se ao tempo vivenciado subjetivamente, ou

seja, opõe-se muitas vezes ao tempo cronológico, que tem a ver com os

dados objetivos. O tempo psicológico revela-se nas impressões que as

personagens manifestam relativamente ao desenrolar temporal, bem como

nos dados provenientes da memória ou da imaginação.

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O narrador

• O narrador é um ser ficcional, não devendo ser confundido com o autor

real que o cria. O narrador tem a função de enunciar e organizar o

discurso; é ele que nos transmite o mundo inventado ou recriado numa

narrativa.

• Distinguem-se diferentes tipos de narrador, tendo em conta a sua

presença ou ausência no universo da narrativa, a adoção de determinado

ponto de vista e o grau de conhecimento que demonstra ter da história

que conta.

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• Relativamente à presença, o narrador classifica-se como participante

(presente) ou não participante (ausente).

• O narrador participante é aquele que se integra no mundo

narrado, estando presente na ação de dois modos possíveis, participante

como personagem (narra na primeira pessoa, podendo ser também o

protagonista – narrador autodiegético) ou participante como observador

(narra na primeira pessoa, mas não interfere na ação, limita-se a

acompanhá-la como observador – narrador homodiegético).

• O narrador não participante (narrador heterodiegético) exprime-se na

terceira pessoa e está ausente do universo narrativo.

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• Em relação à posição adotada, o narrador classifica-se como objetivo ou

subjetivo. Se o narrador revela imparcialidade, ou seja, se não assume

posição face aos acontecimentos, é objetivo. Se o narrador é parcial, ou

seja, se afirma ou sugere o seu ponto de vista, é subjetivo.

• O narrador caracteriza-se também em função do conhecimento da

história: ele pode fingir que sabe apenas o que presencia, enquanto

personagem ou observador, ou manifestar um total conhecimento da ação

e das personagens, ou seja, revelar que sabe mais que as personagens (ele

conhece os sentimentos, emoções, pensamentos, sonhos, das personagens)

(narrador com visão omnisciente).

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O narratário

• O narratário pode identificar-se com o leitor virtual (todo o leitor

que venha a ler a obra). É a ele que se dirige o narrador. Pode

também ter o estatuto de uma personagem e intervir na ação.

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Modos de representação

e de expressão• O texto narrativo pode apresentar várias modalidades de discurso. O

discurso do narrador, mais próximo da ficção narrada, apresenta-se sob as

formas de (modos de representação):

– narração - relato de acontecimentos e de conflitos, situados

no tempo e encadeados de forma dinâmica, originando a ação

(verbos de movimento e formas verbais do pretérito-perfeito,

imperfeito e mais-que-perfeito);

– descrição - informações sobre as personagens, os objetos, o

tempo e os lugares, que interrompem a dinâmica da ação e vão

desenhando os cenários (verbos copulativos ou de ligação e formas

verbais do pretérito imperfeito).

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• O discurso das personagens, mais distante do narrador, apresenta-se sob

as formas de (modos de expressão):

– diálogo - interação verbal ou conversa entre duas ou mais

personagens (discurso direto com registos de língua variados);

– monólogo - conversa da personagem consigo mesma, discurso

mental não pronunciado ou pronunciado, mas sem ouvinte (discurso

direto com frases simples e reduzidas, muitas vezes com suspensões).

Fim!