Ccih Rotina de Prevencao de Infeccao Do Sitio Cirurgico
-
Upload
pianodecalda -
Category
Documents
-
view
143 -
download
0
Transcript of Ccih Rotina de Prevencao de Infeccao Do Sitio Cirurgico
Revisão:Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH-2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH -2011
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
ROTINA PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Revisão: Abril 2011.
.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
2
SUMÁRIO
I. CONTROLE DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO .................................... 4
II. TIPO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRURGICO – ISC...................................... 4
01. ISC Superficial..................................................................................................... 4
02. ISC Profunda........................................................................................................ 5
03. ISC de Órgão ou Espaço........................................................................................ 5
III.
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO AO GRAU DE
CONTAMINAÇÃO .................................................................................................. 6
01. Cirurgias Limpas................................................................................................... 6
02. Cirurgias Potencialmente Contaminadas.............................................................. 6
03. Cirurgias Contaminadas........................................................................................ 6
04. Cirurgias Infectadas............................................................................................... 6
IV. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO NO PRÉ –
OPERATÓRIO .........................................................................................................
7
01.Preparo do Paciente............................................................................................. 7
V. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO NO INTRA -
OPERATÓRIO .........................................................................................................
7
01. Equipe Cirúrgica................................................................................................... 8
1.1. Preparo da Pele.................................................................................................. 8
A. Anti-sepsia das Mãos.......................................................................................... 8
B. Tricotomia........................................................................................................... 9
C. Anti-sepsia do Sítio Cirúrgico............................................................................ 9
1.2. Antibioticoprofilaxia Cirúrgica ......................................................................... 10
1.3. Paramentação no Centro Cirúrgico ................................................................. 11
1.4. Técnica Cirúrgica .............................................................................................. 13
02. Centro Cirúrgico................................................................................................... 14
2.1. Classificação de Ambiente / Fluxo de Trabalho.............................................. 14
2.2. Ventilação........................................................................................................... 14
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
3
2.3. Limpeza do Ambiente....................................................................................... 15
2.4. Rotina para Sala Contaminada........................................................................ 17
2.5. Fluxo de Materiais............................................................................................ 19
2.6. Desinfecção de Almotolias................................................................................ 19
2.7. Rotina para Abertura de Salas / Rotina da Circulante................................. 20
VI. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO NO PÓS -
OPERATÓRIO ..........................................................................................................
22
01. Curativo................................................................................................................ 22
02. Retirada de Pontos................................................................................................. 23
VII. RECOMENDAÇÕES PARA O TRATAMENTO DE ISC ................................... 23
01. Diagnóstico............................................................................................................ 23
02. Tratamento............................................................................................................. 24
03. Medidas de Isolamento e Precauções.................................................................... 24
VIII. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 25
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
4
I. CONTROLE DE INFECÇÃO DE SITIO CIRÚRGICO
“Uma infecção pode representar apenas uma taxa de 1%
para o cirurgião, mas 100% de sofrimento para quem a contraiu”.
(J.C. Goligher).
Infecções do Sitio Cirúrgico (ISC) são infecções que ocorrem relacionadas à manipulação
cirúrgica acometendo tecido subcutâneo, tecidos moles profundos (fáscia e músculo), órgão e
cavidades com incisão. Enquadra-se como aquelas que ocorrem até o 30º dia de pós-operatório
ou até 01 ano nos casos de cirurgias com implante de próteses.
Segundo Ferraz, estima-se que a ISC ocorra após 11% das operações no Brasil. Essa
ocorrência varia de acordo com o tipo de procedimento cirúrgico e a imunidade do paciente.
Os patógenos causadores de ISC podem ser provenientes de três fontes: microbiota do
próprio paciente, da equipe de saúde e também do ambiente inanimado, incluindo material
cirúrgico.
II. TIPO DE INFECÇÃO DO SITIO CIRÚRGICO (ISC)
01. ISC SUPERFICIAL : Envolve apenas a pele e tecido celular subcutâneo do local da incisão e
a ocorrência de pelo menos um dos itens abaixo:
• Drenagem de secreção purulenta pela incisão, com ou sem confirmação laboratorial.
• Microorganismo isolado de cultura obtida assepticamente da secreção da incisão superficial;
• Incisão superficial deliberadamente aberta pelo cirurgião (exceto se a cultura da incisão
resultar negativa);
• Diagnóstico de infecção do sitio cirúrgico feito pelo cirurgião;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
5
Não é considerada ISC Incisional Superficial:
• Inflamação mínima com drenagem limitada aos pontos de penetração da sutura.
• Infecção de episiotomia ou de circuncisão do recém-nascido.
• Ferida de queimadura infectada.
• ISC superficial que se estende a fáscia e músculo (considerar ISC profunda).
02. ISC PROFUNDA: Envolve os tecidos moles profundos (músculo ou fáscia). Ocorre em até
30 dias após a cirurgia, ou até um ano, em caso de implante de prótese. Deverá apresentar pelo
menos um dos critérios abaixo:
• Presença de secreção purulenta na incisão, acometendo a fascia ou tecidos subjacentes;
• Incisão com deiscência espontânea de tecidos profundos ou deliberadamente aberta pelo
cirurgião;
• Quando o paciente apresentar um dos seguintes sinais ou sintomas: febre (>38ºC), dor
localizada, edema e rubor exceto se cultura negativa.
• Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo fáscia ou músculo, evidenciada ao
exame direto, reabordagem cirúrgica, exame histopatológico ou radiológico.
• Diagnóstico da ISC profunda feita pelo cirurgião.
Obs: Infecções que envolvem incisão superficial e profunda são consideradas ISC incisional
profunda.
03. ISC DE ÓRGÃO/ESPAÇO: Ocorre em até 30 dias após a cirurgia, ou até um ano, em caso
de implante de prótese, envolvendo qualquer outra região anatômica manipulada no
procedimento cirúrgico (ex. órgãos ou espaços), que não a incisão e apresentar pelo menos um
dos seguintes critérios:
• Drenagem purulenta pelo dreno colocado pela incisão cirúrgica no órgão ou espaço;
• Microorganismo isolado de material obtido de forma asséptica de um órgão ou espaço;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
6
• Abscesso ou outra evidência de infecção que envolva órgão ou espaço visto em exame direto
durante a re-operação ou por meio de exame radiológico ou histopatológico;
• Diagnóstico da ISC de órgão ou espaço feito pelo cirurgião.
III. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO
• Grau de contaminação da operação:
As cirurgias são classificadas em (1) limpas; (2) potencialmente contaminadas; (3) contaminadas
e (4) infectadas. As taxas de ISC dependem diretamente do grau de contaminação da operação,
sendo para cirurgias limpas de 1% a 5%, para as potencialmente contaminadas de 3% a 11%,
para as contaminadas de 10% a 17%e para as infectadas acima de 27 %, segundo o Centers for
Disease Control (CDC).
• A taxa de infecção em procedimentos limpos é um dos melhores indicadores de controle das
infecções hospitalares.
01. CIRURGIAS LIMPAS: Eletiva, fechamento por primeira intenção, sem qualquer sinal ou
sintoma de inflamação, sem penetração nos tratos respiratórios, gastrointestinal, geniturinário ou
orofaringe, sem qualquer falha na técnica asséptica e sem drenos. Ex. (a herniorrafia e
safenectomia)
02. CIRURGIAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Abertura do trato respiratório,
gastrointestinal ou geniturinário sob condições controladas, sem sinais de processo inflamatório.
penetração de orofaringe ou vagina. Pequena quebra de técnica. Ex. (gastrectomia).
03. CIRURGIAS CONTAMINADAS: Incisão na presença de inflamação não purulenta aguda,
quebra grosseira da técnica asséptica, trauma penetrante há menos de quatro horas, feridas abertas
cronicamente. Contaminação do trato gastrointestinal. Penetração no trato biliar ou geniturinário
na presença de bile ou urina infectada. Ex. (colecistectomia com inflamação aguda).
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
7
04. CIRURGIAS INFECTADAS: Quando há presença de secreção purulenta, perfuração de
víscera, trauma penetrante há mais de quatro horas, ferida traumática com tecido desvitalizado,
corpo estranho ou contaminação fecal. Ex.: (ceco perfurado).
VI. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO DE SÍ TIO NO PRÉ -
OPERATÓRIO
01. PREPARO DO PACIENTE
• Reduzir o tempo de internação em cirurgias eletivas, sendo a meta um tempo inferior
a 24 horas;
• Compensar doenças subjacentes;
• Tratar infecções em sítio remoto antes da realização do procedimento, a não ser que o
quadro clínico não permita adiantamento do procedimento;
• Infecções: Identificar e tratar infecções comunitárias antes do procedimento cirúrgico, para
evitar que esta seja um fator de predisposição na ISC, se necessário adiar o procedimento até a
cura do processo infeccioso.
• Higiene Corporal: O banho pré-operatório deverá ser realizado na noite anterior e 01 hora
antes da cirurgia, com água, sabão, com objetivo de eliminar a sujidade oleosidade e a microbiota
da pele.
• Para as cirurgias de grande porte da Cardiologia, Transplante e Ortopedia é preconizado
o banho com anti-séptico (clorexidina degermante), 01 hora antes da cirurgia;
• Deve-se realizar higiene oral criteriosa, principalmente em pacientes que serão intubados.
• Diabetes: Controlar a glicemia em todos os pacientes diabéticos, evitando, particularmente
hiperglicemia no pré-operatório.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
8
• Tabagismo: Encorajar a suspensão de o tabagismo no mínimo instruir os pacientes a
suspender por 30 dias antes da cirurgia eletiva o fumo de cigarros, charutos, cachimbo ou
qualquer consumo de tabaco.
V. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO DE SÍT IO CIRÚRGICO
NO INTRA - OPERATÓRIO
01. EQUIPE CIRÙRGICA
1.1. PREPARO DA PELE:
A. Anti-sepsia das Mãos da Equipe Cirúrgica:
A escovação das mãos é o processo que visa a retirada de sujeira e detritos, tem como
finalidade à redução do número de bactérias.
Finalidade:
• Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de
proporcionar efeito residual na pele do profissional;
• As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser descartáveis e de cerdas
macias, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito ungueal,
subungueal e espaços interdigitais.
• A anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos deve durar de três a cinco
minutos para a primeira cirurgia e de dois a três minutos para as cirurgias subseqüentes.
Solução Utilizada: Povidine Degermante (PVPI-I iodóforo) ou Gluconato de Clorexidina 4%
(para profissionais alérgicos ao iodo).
Técnica:
1. Abrir a torneira e molhar as mãos e antebraços com água corrente.
2. Recolher, com as mãos em concha, o anti-séptico e espalhar nas mãos, antebraços e
cotovelos. No caso de escova impregnada com anti-séptico, pressionar a parte impregnada da
esponja contra a pele e espalhar por todas as partes das mãos, antebraços e cotovelos.
3. Limpar sob as unhas com as cerdas da escova.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
9
4. Friccionar as mãos, observando os espaços interdigitais e os antebraços, por no mínimo de
três a cinco minutos, mantendo as, mãos acima dos cotovelos.
5. Enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das mãos para os cotovelos, retirando todo o
resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se a torneira não possuir
fotossensores.
6. Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis, com movimentos compressivos,
iniciando pelas mãos e seguindo pelos antebraços e cotovelos, atentando para utilizar as
diferentes dobras da toalha/compressa para regiões distintas
Observações:
• O processo todo deve durar, rigorosamente, cinco minutos para a primeira cirurgia, e três
minutos entre dois procedimentos;
• Durante todo o processo, as mãos devem estar sempre acima do nível dos cotovelos.
B. Tricotomia: Recomenda-se que a tricotomia deve ser realizada somente se necessário
e imediatamente antes do ato operatório e preferencialmente com um tricotomizador elétrico
Técnica:
• Realizar a tricotomia imediatamente antes da cirurgia, no leito do pacientes, pelo profissional
da enfermagem (máximo com 01 hora de antecedência da cirurgia);
• Confirmar a realização do procedimento no CC, antes de proceder a tricotomia;
• Limitar a remoção dos pelos à área do sítio cirúrgico;
• Solicitar Kit estéril para tricotomia na CME (cuba rim, aparelho de barbear e compressa);
• Solicitar a lâmina de barbear na farmácia (Central de Abastecimento Farmacêutico - CAF);
• Higienizar as mãos e calçar luva de procedimento;
• Utilizar compressa estéril com soro fisiológico ou água destilada e detergente líquido para
ensaboar o local da tricotomia;
• Verificar a adequada remoção dos pelos da pele do paciente (pelos soltos), utilizando se
necessário compressa estéril;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
10
• Realizar procedimento com técnica asséptica.
C. Anti-sepsia do Sítio Cirúrgico:
A anti-sepsia do Sítio Cirúrgico consiste no preparo da pele do paciente, no local da
incisão, e deverá ser realizada pelo médico cirurgião.
• Degermação: com solução Degermante de PVPI-I ou Clorexidina 4% (para pacientes
alérgicos ao iodo), seguida de enxágüe com compressa estéril embebida em soro fisiológico;
• Anti-sepsia: fricção de povidine tópico ou clorexidina partindo do ponto onde vai ser feita a
incisão para a periferia. A solução deve secar espontaneamente.
Técnica:
• Aplicar o PVPI degermante ou clorexidina e remover o excesso de espuma com compressas
esterilizadas;
• Aplicar o PVPI tópico ou clorexidina utilizando pinça e gaze esterilizada, deixar secar
espontaneamente;
• Os movimentos devem ser uniformes partindo das áreas menos contaminadas para as áreas
mais contaminadas e descartando as gazes antes de reforçar ao ponto inicial;
• Utilizar cada lado da gaze apenas uma vez;
• A aplicação do anti-séptico deve ser ampla (30 cm ao redor de toda futura incisão), incluindo
áreas onde se pretende inserir drenos.
Observações:
• O excesso de solução anti-séptica deve ser removido com compressa estéril embebida com
soro fisiológico ao término do procedimento cirúrgico, devido ao risco de causar irritação e
queimadura;
• Utilizar clorexidina nos pacientes alérgicos ao PVPI;
• Não se deve aplicar álcool (etílico ou iodado) após PVPI ou clorexidina, já que os primeiros
anulam o efeito residual dos últimos;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
11
• Para anti-sepsia de mucosas utilizar soluções aquosas de anti-sépticos. Realizar duas
aplicações e aguardar 02 minutos após a última para início da cirurgia.
1.2. ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA:
Embora seja possível a cada cirurgião escolher diferentes agentes para a profilaxia, alguns
princípios fundamentais precisam ser observados, para que se derive o maior beneficio da
cobertura antimicrobiana.
• Indicação apropriada; ensaios clínicos sugerem beneficio mesmo em cirurgias
limpas onde não se indica profilaxia, como mastectomia e herniorrafia,
• Determinar a flora provável numa infecção pós-operatória, de modo a escolher um
ATM eficaz na profilaxia,
• Escolher um ATM totalmente eficaz contra os patógenos potenciais encontrados
na flora residente do local cirúrgico, uma vez que as infecções pós-operatórias são
causadas geralmente pela microbiota do paciente,
• Escolher um ATM menos tóxico e mais barato entre os de igual eficácia,
• Usar dose adequada no momento certo (indução anestésica)
1.3. PARAMENTAÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO:
No intra-operatório a equipe cirúrgica deve estar atenta para a importância do uso
adequado da paramentação com objetivo de proteger a área a ser operada da flora liberada pela
equipe cirúrgica e esta da exposição às secreções dos pacientes.
As Roupas privativas do Centro Cirúrgico devem ser utilizadas apenas nas áreas semi-
restritas e restritas do CC. É terminantemente proibido sair com as roupas privativas para fora
do CC.
• Aventais: A utilização de avental objetiva prevenir a dispersão das bactérias no ar,
provenientes do pescoço, antebraços e demais áreas expostas da pele, e evitar o contato da pele
do cirurgião com sangue e fluídos corporais que possam vir a contaminar suas roupas. Deve ser
retirado, com cuidado para não tocar em locais contaminados, após o término de cada cirurgia
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
12
dentro da sala de operação e colocado no hamper para ser levado a lavanderia. Obrigatório a
utilização em todo procedimento cirúrgico.
• Máscara: Uso destinado à proteção da equipe cirúrgica frente ao risco de exposição a
respingos de sangue e outros fluidos corporais. Uso obrigatório na sala de cirurgia. Após o uso
devem ser cuidadosamente retiradas com manipulação somente das tiras e descartadas. Uso
obrigatório nas áreas restritas do CC.
• Propés: Usado para prevenir a transferência de microorganismo através dos sapatos; Não
utilizá-los como substitutos dos sapatos (risco de contaminação com materiais perfurocortantes,
sangue ou fluídos corporais). O uso de sapato fechado é imprescindível. Uso obrigatório nas
áreas semi-restritas e restritas do CC.
• Gorro: Reduzem a contaminação microbiana, do campo cirúrgico, proveniente do cabelo e
couro cabeludo. Cobrir totalmente os cabelos na face e pescoço. Uso obrigatório nas áreas semi-
restritas e restritas do CC.
• Luvas:
Luvas Cirúrgicas: Tem as funções de proteger o paciente das mãos do cirurgião e proteger o
cirurgião de sangue contaminado. Uso obrigatório em qualquer procedimento cirúrgico. Obs: É
obrigatório o uso de duplo enluvamento para qualquer procedimento que durar mais do que 1
hora; ou trocar a luva a cada 2 horas de cirurgia (quando não fizer duplo enluvamento).
Devem ser utilizadas luvas estéreis nos seguintes procedimentos:
• Em qualquer procedimento cirúrgico;
• Parto normal;
• Procedimentos invasivos;
• Realização de acessos e procedimentos vasculares (vias centrais);
• Quaisquer outros procedimentos nos quais seja necessário manutenção da técnica
asséptica.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
13
Luvas de Procedimento: Prevenir contaminação das mãos dos profissionais com sangue e
outros fluidos corporais. Uso obrigatório em todo procedimento com risco de contaminação
(punção venosa, circulação de sala, limpeza e desinfecção de sala, etc.).
Lembre-se:
• Usar máscara cirúrgica que cubra completamente a boca e o nariz ao entrar em sala cirúrgica
e durante toda a cirurgia;
• Usar gorros que cubram por completo cabelos da cabeça e face quando da entrada na sala
cirúrgica;
• Trocar a roupa cirúrgica, quando visivelmente suja ou contaminada com material biológico;
• Usar capote cirúrgico que seja uma barreira efetiva contar a penetração de líquidos;
• Quando necessário sair do Centro Cirúrgico, retirar o unissex. Ao voltar trocar a roupa por
um novo unissex;
1.4. TÉCNICA CIRÚRGICA:
A Técnica Cirúrgica e a duração da cirurgia são cruciais no desenvolvimento de ISC,
sendo que na literatura estão relacionados à menor incidência de ISC:
Características de uma técnica cirúrgica de menor risco:
• Que minimize os traumas;
• Que leve á menor manipulação da pele;
• Com menor duração possível;
• Que elimine os espaços mortos;
• Que remova os tecidos desvitalizados;
• Que use o mínimo de sutura;
• Que mantenha o suporte adequado de sangue;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
14
• Que mantenha o controle dos níveis de glicose;
• Que mantenha a normotermia e oxigenação, e
• Que inicie a profilaxia cirúrgica na indução anestésica.
02. CENTRO CIRÚRGICO
2.1. CLASSIFICAÇÃO DE AMBIENTE / FLUXO DE TRABALHO:
• Áreas Irrestritas: Onde os profissionais podem utilizar roupas comuns e circulares sem
limitações (vestiário e recepção).
• Semi-restritas: Onde se utiliza roupa privativa e gorro (áreas de estocagem de artigos,
corredores e salas internas).
• Restritas: Consistem nas salas cirúrgicas, com materiais estéreis expostos, sendo necessária
utilização de roupa privativa, gorro e máscara, além do controle do número de pessoas (área de
estocagem de materiais estéreis, salas cirúrgicas).
2.2. VENTILAÇÃO
O objetivo de uma ventilação adequada é a remoção de microorganismos, além de prevenir a
sua entrada e promover a exaustão dos gases anestésicos utilizados durante as cirurgias. A
ventilação deve manter o ambiente confortável e controlar a umidade, diminuindo o risco de
produção de fagulhas eletrostática.
A NBR 7256, citada na Portaria 1.884/94 do ministério da Saúde regulamentada toda a
ventilação da sala de operação nas seguintes condições:
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
15
• Manter pressão positiva da sala cirúrgica em relação ao corredor a as salas adjacentes
(movimento do ar da área limpa para a menos limpa);
• Manter 15 trocas de ar por hora, do qual pelo menos três devem ser de ar fresco;
• Filtrar o arrecirculado e o ar fresco através de filtros apropriados;
• O fluxo de ar na sala;
• Todos os sistemas de ar condicionado em hospital, incluindo em C.C. devem ter dois (02)
filtros em série, sendo o primeiro com eficiência de filtração de 7, 30% e o segundo de 7, 90%.
• Manter a umidade do ar da sala cirúrgica entre 50% e 60% e temperatura entre 21º e máxima
de 24 ºC (reduzir a demanda metabólica dos pacientes, reduzir o crescimento bacteriano).
• Manter a porta da sala cirúrgica fechada, exceto para passagem de equipamentos e pessoal.
Cuidados Gerais: Manter as portas das salas cirúrgicas fechadas, controlar o número de pessoas
na sala, evitar a circulação de pessoal entre as salas e restringir conversação desnecessárias
durante o procedimento cirúrgico. Remover os artigos e medicamentos das caixas protetoras de
papelão e limpar todos os equipamentos antes de entrar no Centro Cirúrgico (evitar a entrada de
sujeira e partículas).
2.3. LIMPEZA DO AMBIENTE: (ver também a rotina do Serviço de Higienização e
Limpeza do ambiente Hospitalar – SHL/ SCIH / CCIH):
O processo de limpeza no CC deve cumprir determinadas etapas:
A. Limpeza Pré-Operatória:
Realizada pelo funcionário da manhã, antes da primeira cirurgia do dia, para remover
partículas de poeira depositadas nos mobiliário e equipamentos. Jamais se esquecer de usar EPI`s.
B. Limpeza Operatória:
É realizada durante o procedimento cirúrgico e restrito a contaminação ao redor do campo
operatório. As áreas contaminadas com matéria orgânica do paciente devem ser limpas, com pano
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
16
molhado com solução desinfetante, antes que sequem e suas partículas possam ser disseminadas
para o ambiente. Jamais fazer qualquer procedimento sem usar EPI.
Observação: A responsabilidade da limpeza de substâncias (sangue e etc.) na sala de cirurgia
durante o ato cirúrgico (limpeza da sala no trans-operatório) é de responsabilidade da circulante.
Faz-se apenas uma desinfecção, retira-se apenas o material orgânico imediatamente após o
acidente. A pessoa da higienização fará a limpeza concorrente ou terminal com supervisão da
enfermagem.
Solução Desinfetante: Desinfetante Hospitalar 5A- 3M ( Quaternário de Amônia de 4ª geração),
Hipoclorito 1% ou Nipo Bac (Glutaraldeído + Quaternário de amônia).
C. Limpeza Concorrente:
É realizada após término de cada cirurgia, envolvem as tarefas de retirada do material sujo
da sala, cuidados com cânulas e frascos de secreções. Deve abranger piso, mobiliário e
equipamentos utilizados na Cirurgia limpando um perímetro de 1 a 1,5 metros em torno do
campo cirúrgico, desde que não haja sujidade visível além desta área.
Técnica:
• Separar material descartável e não descartável. Atenção especial com material perfurocortante
que deverá ser descartado em recipiente resistentes e devidamente identificado;
• Encaminhar ao expurgo material para serem lavados (coloca-los no corredor externo);
• Recolher toda roupa suja e colocá-la no hamper e encaminhá-la para a lavanderia (coloca-las
no corredor externo);
• Limpar todo mobiliário, equipamento com água e sabão; (funcionária da limpeza).
• Passar álcool 70% em todo equipamento e mobiliário;
• Limpar o piso com água e sabão e posteriormente passar solução desinfetante; (funcionária da
limpeza);
• Colocar baldes e todos mobiliários em seus devidos lugares;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
17
• Observar técnica de limpeza e desinfecção seguindo direção única (direita para esquerda),
nunca voltar pano de área suja para área já limpa;
• Ao retirar os instrumentais da mesa cirúrgica colocá-lo nas bancadas do corredor externo do
CC da seguinte maneira (materiais mais pesados e maiores por baixo; abrir todas as pinças e
colocá-las na bacia com serrinha para baixo);
Solução Desinfetante: Desinfetante Hospitalar 5A- 3M ( Quaternário de Amônia de 4ª geração),
Hipoclorito 1% ou Nipo Bac (Glutaraldeído + Quaternário de amônia).
D. Limpeza Terminal:
É a limpeza realizada diariamente após a última cirurgia programada do dia. Envolve
todos os procedimentos de limpeza concorrente acrescentando a limpeza de todos mobiliários,
equipamentos e piso, lavabo, macas.
2.4. ROTINA DE SALA CONTAMINADA:
São consideradas contaminadas as que contêm: Pus, fezes, escaras contaminadas, pacientes
portadores de doença infecto – contagiosa, gangrena e outros.
Objetivo:
� Evitar infecção cruzada;
� Proteção da equipe cirúrgica;
� Evitar contaminação de outras salas;
Cuidados de Enfermagem :
a) Antes da Cirurgia:
� Retirar todo material em excesso e deixar apenas o necessário para cirurgia;
� Rotular “SALA CONTAMINADA” na porta da sala;
b) Durante a cirurgia:
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
18
� Restringir ao máximo o fluxo de pessoas nesta sala para não ploriferação da contaminação, e
quando estas saírem da sala trocar o propé, máscara, gorro e unissex;
� Se faltar algum material pedir o funcionário escalado de SOS (corredor) para providenciar,
assim o circulante da sala não precisar sair;
� Realizar limpeza operatória se necessário;
� Não tocar diretamente em gazes, compressas ou instrumentos contaminados sem luvas;
c) Depois da Cirurgia:
� Pedir aos membros da equipe cirúrgica e circulante de sala que se troquem o propé, máscara e
gorro, e dirijam – se ao vestiário para banho e troca de roupa oferecer gorros e pro - pés limpos
antes da equipe sair da sala;
� Paciente sujo de sangue, secreções ou gesso deverá ser limpo com compressas umedecidas
em álcool iodado, antes de sair da sala;
� Auxiliar na transferência do paciente para a maca, verificar se os tubos de drenagem estão
devidamente fechados para evitar que derramem, contaminando todo o corredor;
� Colocar toda roupa em saco plástico e rotular ‘CONTAMINADO’ encaminhando para
corredor externo;
� Solicitar o SHL (Serviço de Higienização e Limpeza) para realização da limpeza terminal da
sala e dos mobiliários e equipamentos conforme rotina;
Observações importantes:
� As equipes médicas e circulantes de sala contaminada não deverão, em hipótese alguma,
transitar no Centro Cirúrgico durante e após a realização da cirurgia contaminada sem banho e
troca de roupa;
� Quando uma cirurgia tornar - se contaminada no meio do procedimento todas as medidas
descritas deverão ser seguidas à partir da constatação da contaminação;
� A cirurgia contaminada deverá ser agendada com antecedência no mínimo 2 horas, seguindo
as normas do Centro Cirúrgico, nas salas 02 e 03 que dão acesso ao corredor externo;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
19
� As cirurgias contaminadas de emergência deverão, se possível serem encaixadas nestas salas
2 e 3, porque dão acesso ao corredor externo do Centro Cirúrgico.
� Não é necessário horário específico para a realização destas cirurgias desde que sejam
respeitadas as normas estabelecidas nesta rotina;
� Escalar um funcionário para providenciar materiais que faltarem na sala contaminada
evitando a saída do circulante;
� Auxiliar a equipe no curativo cirúrgico ao término da cirurgia para fazer limpeza sumária do
paciente;
� Desligar aparelhos, focos, bisturi elétrico e afastá – los na mesa cirúrgica;
� Auxiliar o anestesistas na intubação e reanimação do paciente quando necessário;
� Providenciar maca para transporte do paciente, auxiliar transferência do paciente para maca,
fechar drenos para evitar contaminação ao corredor;
� Encaminhar para o quarto, UTI ou sala de recuperação pós anestesia de acordo com a
solicitação do anestesista, juntamente com a papeleta devidamente preenchida, conferir se o
médico preencheu todos os documentos do prontuário, assim como, se carimbou e assinou os
mesmos;
2.5. FLUXO DE MATERIAIS:
• A CME é a única responsável pelo processamento e validação de esterilização dos
instrumentais cirúrgicos. Portanto todos os instrumentais cirúrgicos a serem utilizados nos
procedimentos deverão ser esterilizados por este setor;
• Todo instrumental e outros materiais ou equipamentos (particular ou consignado) a serem
utilizados no Centro Cirúrgico deverão ser entregues antecipadamente, no mínimo 06 horas antes
da cirurgia para materiais autoclaváveis e com prazo maior (72H) se necessário utilização de
esterilização por óxido de etileno, na CME e/ou CAF para processamento adequado dos
mesmos;
• É proibida a entrada de pertences pessoais dentro do CC, devendo os profissionais guardar os
mesmos nos armários nos vestiários. A entrada de aparelhos celulares poderá acontecer
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
20
utilizando-se os saquinhos do unissex para acondicioná-los, porém não poderão ser atendidos
durante o ato cirúrgico;
• É proibido a entrada de jornal, revistas, malas, pastas, maletas, capacetes, etc.
2.6.DESINFECÇÃO DE ALMOTOLIAS:
Fluxo de Processamento e Reenvase:
Todas as almotolias (ou bisnagas) que acondicionam sabão líquido de uso no hospital
devem ser lavadas pelo SHL e desinfetadas pela Central de Material e Esterilização em intervalo
máximo de 07 dias.
A. Sabão Líquido
Lavagem: Funcionário do Serviço de Higienização e Limpeza
* Retirar as almotolias desprezando o resto de sabão;
* Substituir a almotolia por uma nova;
* Após recolher as almotolias encaminhá-las para a sala de limpeza do SHL;
* Lavar o reservatório com água e sabão;
* Enxaguar e enxugá-las com compressa limpa;
* Encaminhar as almotolias para CME realizar a desinfecção;
Desinfecção Química: Técnico de Enfermagem da CME
* Mergulhar os reservatórios abertos em solução de hipoclorito de sódio a 1,0 % por 30 minutos;
* Enxágua-los em água corrente e secá-los com compressa estéril.
Desinfecção Física: Técnico de Enfermagem da CME
* Colocar na termodesinfectora e deixar agir conforme rotina da CME.
Reenvase: Funcionário do Serviço de Higienização e Limpeza
* Solicitar as almotolias na CME;
* Reenvasar com sabão e datar;
* Armazenar e encaminhar novamente para os setores;
2.7. ROTINAS PARA ABERTURAS DE SALAS / ROTINAS DA CIRCULANTE:
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
21
• Abrir a sala observando, limpeza de piso, paredes, focos, mobiliários e equipamentos em
geral;
• Ter cuidado de equipar a sala de acordo com a cirurgia a ser realizada;
• Remover pó, caso haja, com compressa com álcool nos equipamentos;
• Testar todos os equipamentos elétricos (foco, bisturi elétrico, aparelhos de RX, monitores,
oxímetros), antes de qualquer procedimento, a fim de evitar surpresas desagradáveis;
• Revisar material e medicamentos da sala e complementar caso falte algo;
• Expor materiais estéreis ou outros que serão utilizados no procedimento cirúrgico,
imediatamente antes da cirurgia;
• Preparar bandeja de anti-sepsia;
• Solicitar pacientes;
• Receber pacientes de maneira cordial e educada;
• Encaminhar para a sala;
• Auxiliar o anestesista sempre que necessário e quando solicitado;
• Auxiliar equipe médica a posicionar o paciente de acordo com as necessidades;
• Preparar mesa com os materiais necessários para cirurgia e levar para a sala;
• Auxiliar a paramentação da equipe cirúrgica, montagem da mesa de instrumental, obedecendo
à técnica asséptica rigorosa;
• Oferecer soluções padronizadas (PVPI tópico ou clorexidina);
• Colocar placa de bisturi no local evitando protuberâncias ósseas e utilizar gel indicado para
evitar queimaduras;
• Aproximar aparelhagem da mesa cirúrgica com cuidado para evitar contaminação do campo
operatório e ligá-lo;
• Atender prontamente as solicitações de toda equipe;
• Manter-se na sala durante o ato operatório;
• Observar sangue no chão ou respingos nas paredes, providenciando a limpeza imediata do
mesmo com compressa molhada em solução desinfetante (Desinfetante Hospitalar 5ª- 3M ou
Hipoclorito 1%);
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
22
• Auxiliar a equipe no curativo cirúrgico ao término da cirurgia fazer limpeza sumária do
paciente;
• Desligar aparelhos, focos bisturi elétrico e afastá-los na mesa cirúrgica;
• Auxiliar o anestesista na intubação e reanimação do paciente quando necessário;
• Providenciar maca para transporte do paciente;
• Auxiliar a transferência do paciente para maca;
• Fechar drenos para evitar contaminação ao corredor;
• Encaminhar para o quarto, UTI ou sala de recuperação de acordo com a solicitação do
anestesista, juntamente com a papeleta devidamente preenchida;
• Realizar limpeza e desinfecção de mobiliário (álcool 70%) e piso (Desinfetante Hospitalar
5A- 3M ou Hipoclorito 1%);
• Trocar todos os látex, conexões e circuitos de respiradores a cada cirurgia;
• Desligar ar condicionado e lâmpada e fechar a sala caso não tenha nenhuma outra cirurgia na
mesma sala.
IV. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO DE SÍ TIO NO PÓS -
OPERATÓRIO:
01. CURATIVO (Ver também rotinas do Manual de Curativos – SCIH / CCIH)
Mantêm umidade e temperatura adequadas nas feridas cirúrgicas, protegendo contar
traumas mecânicos e contaminação do meio externo e absorvem as secreções, favorecendo a
epitelização e a cicatrização. Por seu efeito compressivo, ajudam a prevenir a formação de
hematomas e seromas, oferecem conforto físico e psicológico ao paciente. A sua utilização
adequada é um meio de prevenção das ISC.
• Higienizar as mãos antes e depois da troca de curativos de qualquer contato com o sitio
cirúrgico;
• Realizar o curativo com técnica e material asséptico, logo após o termino da operação e
mantidos por 24 horas, sem molhar;
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
23
• Fazer a troca do curativo após as 24 horas, antes desse horário, apenas se houver acúmulo de
secreções;
• Após 24 horas as feridas suturadas, deverão ser mantidas preferencialmente descobertas;
• Manter o curativo semi-oclusivo por mais tempo na presença de foco infeccioso nas
proximidades (colostomia, infecção);
• Comunicar ao SCIH a presença de sinais de infecção da ferida operatória: febre, edema, odor,
calor, rubor e drenagem purulenta.
02. RETIRADA DE PONTOS:
O tempo para retirada dos pontos deve respeitar o processo de cicatrização da ferida. Sua
retirada precoce pode levar a deiscência da ferida, e seu adiamento permite que o fio funcione
como corpo estranho levando a reações inflamatórias. Normalmente retiram-se os pontos em
torno do 10º dia de pós-operatório ou a critério médico.
Técnica:
• Fazer anti-sepsia da ferida, incluindo os fios a serem retirados;
• Utilizar instrumental esterilizado;
• Corta-se o fio rente a pele e traciona-se a maior extremidade, de modo que a mínima
quantidade de fio externo passe por dentro da ferida, evitando a contaminação do trajeto.
VII. RECOMENDAÇÕES PARA O TRATAMENTO DE ISC
01. DIAGNÓSTICO :
• Clínico:
* Febre: manifesta-se em menos da metade dos pacientes com ISC.
* Geral: mal-estar, taquicardia, taquipnéia, hipoxemia, coagulopatia, topor e coma.
* Local: dor, celulite (hiperemia, edema, calor e dor), drenagem de secreção purulenta ou
necrose tecidual.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
24
• Laboratorial: leucograma infeccioso podem aparecer em aproximadamente 50%, dos
pacientes com ISC, neutrofilia com desvio para a esquerda, eosinopenia;
• Microbiológico: na suspeita de ISC, tentar sempre identificar o agente infeccioso e sua
sensibilidade a antibióticos, para direcionar tratamento antimicrobiano eficiente, se necessário.
* Colher amostra de secreção ou tecido para gerar cultura. (ver o Manual de Coleta
Microbiológica).
02. TRATAMENTO :
• Compressa quente: aplicação de calor local pode favorecer a resolução das ISC superficial e
acelerar a flutuação de abscessos de partes moles;
• Drenagem de coleções infectadas: é importante, pois permite a remoção de bactérias,
piócitos, tecidos desvitalizados e corpos estranhos (fios). Os abscessos profundos ou em
cavidades podem ser drenados cirurgicamente ou por punções;
• Desbridamento de tecidos necróticos: a retirada cirúrgica desses tecidos é essencial para o
controle das infecções necrosantes;
• Curativos: seguir rotina do Manual do Curativo do SCIH/CCIH.
03. ISOLAMENTO DE MEDIDAS E PRECAUÇÕES : (ver também rotina de Isolamento e
Precauções do SCIH/CCIH).
• Isolamento e medidas de precauções: alguns pacientes cirúrgicos apresentam ISC causadas
por microorganismos multirresistentes. Considerando a presença de secreções no sitio cirúrgico, a
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
25
necessidade de manipulação diária da ferida cirúrgica e o risco de disseminação de infecções,
medidas de isolamento precauções devem ser adotadas.
Revisão: Aparecida C. Monte – Acadêmica de Enfermagem PUC – 2011
Drª. Mônica Ribeiro Costa – Infectologista CCIH / SCIH -2011
Enfª. Sorreylla Paulla S. Vasconcelos – Enfermeira da CCIH / SCIH - 201
26
VIII. BIBLIOGRAFIA:
APECIH, Manual de Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico. Associação Paulista de
Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2001.
APECIH, Manual de Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico. Associação Paulista de
Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2009.
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviço de
Saúde: Higienização das Mãos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009.p. 70-72.
MARTINS, M.A. Manual de Infecção Hospitalar e Epidemiologia: Prevenção e Controle. 2º
edição 2001 p. 171-189 e 377-390.
FERRAZ, E. M. et all. “Postdischarge Surveillance for Nosocomial Wound Infection: does
judicious monitoring find cases?” In: APECIH, Manual de Prevenção de Infecção de Sítio
Cirúrgico. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2001.
SCIH / CCIH – Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Manual de Curativos. Revisão / Agosto
2005.
SCIH / CCIH – Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Rotina de Higienização e Limpeza do
Ambiente Hospitalar. Revisão / Março 2005.
SCIH / CCIH – Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Manual de Coleta Microbiológica.
Revisão / 2004.
SCIH / CCIH – Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Rotina de Isolamento e Precauções.
Em revisão.