CE PROVA 3
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Forro, Lajes e Coberturas, Esquadrias e Vidros, Revestimentos e Acabamentos e Pintura.
Lajes
As lajes de concreto são encontradas em grande parte das casas brasileiras.
Muitas vezes, mesmo havendo um telhado de telhas de barro, alumínio ou
fibrocimento cobrindo a residência, por baixo desta estrutura existe uma laje de
concreto, cuja função é aumentar o isolamento ou apenas servir como forro
para os ambientes.
As lajes são estruturas planas, em geral feitas de concreto, que se apoiam nas
vigas da construção. Podem também se apoiar diretamente sobre os pilares,
embora esta solução seja menos comum em construções residenciais. Para
entendermos melhor os tipos de lajes, vamos dividi-las em duas categorias: as
maciças e as pré-moldadas (ou pré-fabricadas).
Lajes maciças
A laje maciça, ou moldada in loco, é totalmente construída na obra a partir de
uma fôrma, normalmente de madeira, na qual é despejado o concreto. Antes, é
montada a armadura de vergalhões metálicos que dá mais resistência ao
sistema. Após a secagem do concreto, está pronta a laje.
Os pontos altos desse sistema são a menor suscetibilidade a trincas e a
fissuras, e a facilidade de vencer grandes vãos, além do acabamento liso da
parte inferior. Porém, as fôrmas exigem um consumo considerável de madeira;
a laje é mais pesada, o que exige mais do restante da estrutura, e o custo final,
normalmente, é mais alto.
As lajes maciças moldadas in loco também se dividem em alguns tipos:
A simples é a mais comuns. Esta laje é formada por uma superfície plana lisa
na parte superior e inferior e se apoia nas vigas da construção.
As lajes do tipo cogumelo são parecidas com as lajes simples, mas se
apoiam diretamente sobre os pilares. Como toda a carga da laje é transferida
para um ponto com pequena área (o topo do pilar), deve-se evitar o fenômeno
que chamamos de "punção", isto é, o risco de o pilar "furar" a laje como uma
agulha pode furar uma folha de papel. Assim, a área de contato entre laje e
pilar deve ser aumentada e reforçada. Em geral isso é feito com o aumento da
quantidade de ferro e da espessura da laje apenas nesse ponto, criando
"chapéus" sobre os pilares.
Lajes nervuradas ou do tipo "caixão perdido" são formadas pela união
de vigas e lajes e foram mais usadas em edifícios antigos. Um conjunto de
vigas é concretado junto com uma laje superior e outra inferior. Esse conjunto
de laje + vigas + laje forma um sistema único chamado de laje nervurada. Por
aproveitar a altura das vigas, essas lajes conseguem vencer grandes vãos com
relativamente pouca espessura. Nos apartamentos com esse tipo de laje é fácil
eliminar paredes porque o forro será uma grande superfície lisa, livre de vigas.
O espaço entre a laje inferior e a superior não pode ser acessado, daí o nome
"caixão perdido".
Além dessas podemos citar outros tipos de lajes maciças, como as mistas e as
duplas, entre outras, mas que são menos usadas em residências.
Lajes pré-moldadas
As pré-moldadas ou pré-fabricadas são as lajes que já chegam prontas ou
semi-prontas na obra. São compostas por placas ou painéis de concreto
preenchidos com materiais diversos a fim de formar um conjunto resistente.
Como vantagem, o sistema apresenta o custo acessível e a facilidade de
montagem. Além disso, dispensam a grande quantidade de madeira usada na
execução das lajes convencionais. A desvantagem está em eventuais
problemas de acabamento e na maior propensão a trincas. Entretanto, desde
que bem projetadas, são muito eficientes. Alguns dos tipos mais frequentes de
lajes pré-fabricadas são:
Lajes treliçadas com lajotas cerâmicas – são as mais baratas para
vencer pequenos vãos. Pequenas vigotas de concreto com uma armadura
superior em forma de treliça são colocadas lado a lado e o espaço entre elas é
preenchido com lajotas cerâmicas. Após a montagem, joga-se o concreto por
cima dessa estrutura e o conjunto adquire resistência. É talvez o sistema mais
usado atualmente em pequenas residências, mas deve-se tomar cuidado com
as lajotas, que são frágeis e podem quebrar durante o transporte, a montagem
e a concretagem.
Lajes treliçadas com isopor – são muito parecidas com o tipo anterior,
mas o espaço entre as vigotas de concreto é preenchido com blocos de isopor.
São muito leves, de fácil montagem e a instalação de canos e conduítes é
muito simples. Entretanto não se pode fazer furos na parte inferior dessas lajes
e para que o acabamento tradicional de chapisco e reboco possa aderir no
isopor é necessária a aplicação de cola especial.
Lajes de painéis treliçados – são compostas por painéis de concreto
(mais largos do que as vigotas usadas nos outros tipos de laje) que, na
montagem, ficam encostados uns nos outros, compondo a própria fôrma para o
concreto. Esse sistema permite que vãos maiores sejam vencidos. Além disso,
pela resistência inicial dos painéis, uma quantidade menor de madeira é
necessária para o escoramento. Não é necessário nenhum acabamento por
baixo da laje, que já pode ficar aparente pelo bom acabamento dos painéis, o
que costuma agradar aos arquitetos. Chega a ser em alguns casos 30% mais
cara do que as lajes com lajotas cerâmicas, mas apresentam uma qualidade
muito superior. Ainda assim são mais baratas do que as maciças.
Lajes alveolares – menos usadas em residências, são compostas por
grandes painéis, geralmente protendidos (ou seja, cuja armadura é constituída
por cabos de aço de alta resistência, tracionados e ancorados no próprio
concreto), que vencem vãos muito grandes. O transporte deve ser feito com
guindastes, devido ao grande peso. Por essas razões são pouco utilizadas em
residências, que normalmente têm vãos pequenos entre as vigas ou pilares. O
custo para estruturas de pequeno porte não é competitivo.
Além desses tipos principais, podemos citar outras lajes pré-fabricadas menos
usadas em residências, como a steel deck (com formas metálicas), as lajes
Atex, também conhecidas como "Danoninho", porque suas fôrmas parecem
potes do iogurte, entre outras.
A escolha da melhor laje para a sua residência deve ser feita pelo arquiteto e
pelo calculista da obra. A importância em escolher a laje mais adequada para
cada construção está diretamente relacionada à estética desejada, qualidade
da obra, à resistência, à durabilidade da sua estrutura, à economia de materiais
e à saúde do seu bolso.
COBERTURA
A cobertura funciona como principal elemento de abrigo para os espaços
internos de uma edificação proporcionando conforto térmico, protegendo contra
o ingresso da radiação solar, controlando passagens de vapor de água e
escoando água da chuva e da neve derretida à um sistema de drenos, calhas e
condutores.
Assim como os pisos, as coberturas devem ser estruturadas para vencer
vãos e suportar seu peso próprio, além do peso de qualquer equipamento
anexo. Além de cargas de gravidade, os planos de cobertura precisam resistir a
solicitações laterais impostas por ventos e abalos sísmicos e transferir tais
forças para sua estrutura de apoio.
O tipo de estrutura da cobertura tem grande impacto na imagem externa
da edificação. Além de ser um componente estrutural, ela também é um
componente funcional e estético que deve se adequar a linguagem de toda a
edificação.
Estrutura Básica do Telhado
-tesoura: recebe e distribui os esforços verticais do telhado e das cargas
externas para a estrutura do edifício. É constituída por: Banzo inferior ou
linha(viga) e banzo superior ou empena, pendural ou oitão, diagonais e
pontalete.
- trama: estrutura que sustenta a telha. É formada por:
TERÇAS: seu espaçamento depende da dimensão dos caibros
CAIBROS: Deve ser espaçado de acordo com a dimensão e o espaçamento
das
Ripas
RIPAS: As ripas devem ser espaçadas de acordo com o tamanho da telha.
RIPAS: As ripas devem ser espaçadas de acordo com o tamanho da telha.
• Telhas mais utilizadas no Brasil:
TELHAS CERÂMICAS
- Telha portuguesa
- Telha Francesa
- Telha Marselhesa
São condutores que escoam as águas, tais como:
Calhas: cano ao longo do beiral do telhado que capta a água da chuva,
conduzindo-a para tubos de descarga. Pode ser utilizada na reutilização da
água da chuva.
Rufos: chapa entre parede e telhado que impede a penetração de água nas
construções
Rincões: estrutura de captação de água no encontro das águas do telhado.
• Isolantes:
materiais que propiciam barreiras ao som, calor e etricidade.
-LÃ DE VIDRO
• É um dos isolantes mais utilizados na construção civil
• Possibilita conforto térmico e acústico
• São incombustíveis, evitando a propagação das chamas e o risco de
incêndio
• Sua capacidade isolante não diminui com o passar do tempo nem com a
maresia
• http://www.metalica.com.br/la-de-vidro-isolamento-termico-e-acustico
- LÃ DE ROCHA
• Está disponível em vários formatos: manta, painel, forro e flocos.
• Pode ser aplicada em coberturas, forros, telhas metálicas, paredes e
dutos e ar condicionado.
• Muito utilizado em isolamento térmico e acústico
- ALUMÍNIO
• Baixa emissividade
• Não deve entrar em contato com a superfície de outro material de
contrução para não perder suas características de isolante térmico.
• Deve estar associado a uma camada de ar 3. Coberturas Planas
Coberturas planas podem proteger de maneira eficiente uma edificação
de qualquer dimensão horizontal e também podem ser estruturadas para
servirem como espaços de uso externo (terraços).
É preciso que haja uma inclinação mínima de 2%, a qual pode ser obtida
inclinando-se os elementos estruturais de um tabuado de madeira ou
reduzindo-se gradualmente a espessura da camada de isolante térmico. Este
caimento geralmente leva a condutores internos para o escoamento pluvial.
A estrutura de uma cobertura plana pode consistir de: lajes de concreto
armado, vigas-treliça ou treliças planas de aço ou madeira, vigas de madeira
ou
perfis de aço cobertos por um tabuado, e vigotas de madeira ou aço cobertas
por painéis.
Camada de proteção mecânica: protege a cobertura da sucção de vento e da
abrasão mecânica
1. Camada de drenagem: permite o livre escoamento da água para os
drenos do telhado.
2. Membrana: é a camada de impermeabilização da cobertura, deve ter a
inclinação mínima de 2% para levar a água da chuva para os drenos do
telhado.
3. Isolamento térmico: dá a proteção necessária contra ganhos e perdas
térmicas através da cobertura, pode ser instalado em três lugares
diferentes: sob a laje de cobertura, entre a laje e uma membrana de
impermeabilização ou sobre esta proteção.
(http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2002-
1/Isolamento_Termico/index.html)
4. Barreira de vapor: reduz a difusão da umidade para a camada de
isolamento da estrutura de cobertura (indicada em localidades nas quais
a temperatura média externa pode ser abaixo de 4°C).
5. Laje ou tabuado de cobertura: deve ser rígido o bastante para manter a
inclinação desejada sob as condições de carga previstas, e deve ser liso,
limpo e seco para a fixação adequada do isolamento rígido ou membrana
de cobertura. 4. Ventilação
Para uma manutenção passiva de temperatura, diferentes táticas devem ser
adotadas, de acordo com o clima local e com as variações de cada estação do
ano, aproveitando-se a temperatura externa sempre que isso for vantajoso. Há
diversas formas de trabalhar com o calor solar e com a ventilação natural
combinando-os adequadamente.
• Uma maneira que a cobertura pode ajudar na ventilação do ambiente é,
em climas quentes, criar aberturas na parte superior e inferior do
ambiente, pois o ar quente sairá pela parte superior e o ar frio entrará
pela abertura inferior, esfriando o ambiente por convecção, criando uma
corrente que dissipa o calor do local.
Neste artigo falaremos a respeito de sistemas de fechamento de edifícios, com ênfase em
esquadrias e vidros para construção civil.
Os edifícios são “envelopados” por fachadas e
coberturas, que constituem o fechamento e proteção do ambiente interno. O “envelope” é
responsável pelas relações do interior do edifício com o ambiente externo, o que inclui a
garantia de iluminação natural, a troca de ar interno/externo, que proporciona ventilação
natural e simultaneamente proteção contra ventos fortes que carregam poeira e outras
impurezas, e a “troca térmica” entre os ambientes – o que significa a passagem de calor, nos
dois sentidos. Essa troca é necessária e saudável, mas deve ser controlada para proteção
contra as altas temperaturas ou fortes radiações, que além de desconfortáveis podem ser
nocivas.
Outra troca que ocorre por meio desse “envelope” é a “visão” nos dois sentidos. Ou seja,
tanto a vista da paisagem e das atividades externas quanto a de fora para dentro, também
desejável, dependendo do tipo de edifício, mas que em certos casos exige cuidados quanto à
privacidade. O “envelope” é constituído de elementos opacos, translúcidos e transparentes,
cuja participação e relação variam com o uso e finalidade do edifício. Alguns exemplos: uma
residência exige maior privacidade, ou seja, as partes opacas se apresentam em maior área
do que as translúcidas; lojas e exposições devem ter grandes áreas transparentes para
permitir a visibilidade dos produtos; os shoppings devem ter grandes áreas opacas nas
fachadas, pois as lojas estão voltadas “para dentro”, mas é desejável que tenham grandes
áreas translúcidas nas coberturas, para garantir iluminação natural, que, no entanto, deve
ser controlada para evitar excesso de brilho e penetração de calor.
Esquadrias
As funções das esquadrias são: vedação para água e ar,
redução do ruído que penetra no ambiente, controle da passagem de luz - eventualmente, o
bloqueio dessa passagem -, e controle das transferências de calor e da qualidade da
visibilidade.
As esquadrias são guarnecidas por vidros e/ou elementos opacos, de modo a dosar
adequadamente essas trocas entre os ambientes, de acordo com um projeto arquitetônico.
As esquadrias podem constituir portas, janelas, grandes áreas e coberturas envidraçadas etc;
todos esses elementos são formados por esquadrias fabricadas, predominantemente, em
madeira, aço, alumínio ou PVC.
É indiscutível, há muito tempo, a predominância do alumínio como material para a fabricação
de esquadrias. No entanto, não se pode esquecer que a madeira tem uma antiga tradição de
uso, graças às suas qualidades que favorecem o bom desempenho de caixilhos com ela
fabricados. A madeira é facilmente trabalhável e, com ferramentas manuais ou máquinas
adequadas, pode-se cortá-la, furá-la ou nela fazer sulcos e rasgos, criando detalhes muito
eficientes para a vedação da passagem de ar, água e ruído. Além disso, por sua “massa”, a
madeira tem melhor desempenho acústico que os perfis tubulares de alumínio. É, portanto,
um material muito adequado para esquadrias em construções residenciais, hotéis e escolas,
desde que não haja vãos com dimensões exageradas e desde que o aspecto dos caixilhos
seja esteticamente satisfatório para o tipo de edifício.
O aço é adequado para esquadrias de grandes
dimensões, em que não são necessários detalhes complexos para vedação de ar, água e
som, pois é um material muito resistente, mas de difícil trabalhabilidade, o que dificulta a
execução de detalhes. É adequado para os reforços de partes dos fechamentos quando
ocorrem grandes vãos.
Nesse caso, serve para reforçar as esquadrias em madeira, alumínio e PVC ou criar
estruturas auxiliares que lhe dão apoio, o que ocorre nos térreos de edifícios residenciais, nos
lobbies dos edifícios comerciais, em locais de exposição, coberturas etc.
O alumínio tornou-se o material predominante na construção de esquadrias para edifícios por
suas qualidades estruturais: obtêm-se perfis de grande resistência a partir de elementos
tubulares com dimensões adequadas, incluindo espessuras; sua trabalhabilidade é bem
maior que a do aço, principalmente por possibilitar a criação de perfis pelo processo de
extrusão – o que é muito difícil de conseguir com o aço. Isso permite criar detalhes de
reentrâncias, sulcos, encaixes etc,, que resultam em excelentes vedações ao ar, água e
ruído; acusticamente, o alumínio tem comportamento inferior ao da madeira, em razão de ter
menor massa e também pelo “efeito de tubo”, que cria sons harmônicos ao som principal.
Já o PVC é um material que ganha cada vez mais espaço no Brasil. Também pode ser
extrudado, resultando em formas eficientes semelhantes às do alumínio e da madeira. Por
sua pouca resistência estrutural, os perfis em PVC são sempre reforçados internamente com
perfis formatados em aço galvanizado, que lhes dão resistência na medida das necessidades
estruturais.
“O aço é adequado para esquadrias de grandes dimensões, em que não são necessários
detalhes complexos para vedação de ar, água e som, pois é um material muito resistente,
mas de difícil trabalhabilidade, o que dificulta a execução de detalhes.”
Algumas diferenças entre os três principais materiais
1. Os vidros devem sempre ser “encaixilhados” nas esquadrias em madeira ou PVC
(encaixados no perfil, com complementos que os mantêm posicionados). Os vidros não
podem ser “colados” nessas esquadrias; Nos perfis em alumínio, ao contrário, os vidros
podem ser tanto encaixilhados – em especial em sistemas residenciais – como colados,
criando fachadas em que as partes de alumínio não ficam aparentes no lado externo do
edifício. É o sistema conhecido como “silicone estrutural” ou “silicone glazing”, que
predomina hoje em edifícios comerciais, corporativos, hospitais, escolas, shopping centers
etc.
2. A textura da madeira é a mais agradável ao toque, principalmente internamente: sua
temperatura é próxima a da pele humana. Além disso, há uma certa atração do homem por
materiais “naturais”, como madeira, cerâmica, tijolo etc.
3. O PVC não tem toque tão agradável como o da madeira, mas é um material macio e sua
temperatura também é amigável. Essas características não se aplicam ao alumínio, que é frio
e mais “duro” ao toque.
O resultado é que, para os edifícios corporativos, o alumínio é perfeitamente adequado, e,
em edifícios residenciais ou hospitais (principalmente na internação), o ideal é optar pela
madeira ou PVC, que oferecem mais conforto. No entanto, é preciso levar em conta, no caso
de hospitais e similares, o problema da “contaminação dos materiais”. São locais que exigem
limpeza e descontaminação constante, o que requer a aplicação de produtos agressivos. A
madeira deixa de ser adequada nesses ambientes; o PVC ainda pode ser considerado,
dependendo dos produtos para limpeza.
Como se conclui, nem sempre é fácil a escolha do tipo de esquadria e do material a ser
empregado.
Os Vidros
Os vidros ocupam a maior área das esquadrias, constituindo, portanto, a maior área de
penetração de luz, calor e ruído através das fachadas. Por essa razão, sua especificação deve
ser cuidadosa e, para isso, é necessário conhecer o desempenho dos vários tipos de vidro
disponíveis para construção civil.
Numa explicação simples, os vidros devem ser considerados por seu desempenho estrutural
– resistência às solicitações de vento, a cargas acidentais etc. Há o desempenho relacionado
à entrada de luz e à visibilidade através do vidro e o desempenho acústico, muito importante
quando se pretende que o vidro reduza o nível de ruído ao adequado uso do edifício. Para
hospitais ou instituições de ensino, por exemplo, os níveis são mais baixos. Para edifícios de
escritório admitem-se níveis mais elevados, mas as normas brasileiras e as internacionais
sempre limitam esses níveis de acordo com as frequências dominantes do ruído externo –
ruídos de baixa frequência incomodam mais e são mais nocivos que os de alta.
Adicionalmente, o vidro deve contribuir para o conforto térmico do ambiente interno, ou seja,
tem que controlar a passagem de calor de um lado para outro. Em países de clima frio, o uso
da calefação gera grandes custos e o que se pretende dos vidros é que permitam que o calor
penetre no ambiente durante o dia, mas não deixem o calor sair durante a noite ou em
períodos com temperatura externa muito baixa. Já nos países de clima quente,
principalmente nos trópicos – nosso caso – o que se procura é barrar a entrada de calor
durante o dia e permitir que ele saia com facilidade nos períodos com menos radiação e à
noite.
Por essa observação já se nota que as necessidades são exatamente opostas nos climas frios
e nos trópicos. Ignorar essa condição gera sérios enganos na especificação de vidros feita
com base nos usos mais conhecidos na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, não pode ser ignorada a
necessidade de utilizar vidros que “reflitam calor para fora”. Ao mesmo tempo, devido à
claridade excessiva nos trópicos, é necessário também limitar o excesso de passagem de luz
para o ambiente interno. É frequente entre arquitetos e usuários o comentário
quanto ao uso, na Europa, de vidros muito claros, com transparência total. Esse
questionamento sugere que se analise com alguma lógica por que não é conveniente usar
tais vidros aqui.
Sempre há dúvidas relativas à “refletividade” dos vidros para fora. Muitos temem que, em
busca de controle de luz e o calor, sejam especificados vidros muito refletivos, criando o
indesejado efeito espelho. Esse temor tem origem numa época em que a tecnologia do vidro
ainda não havia evoluído para condições mais precisas de controle desses efeitos. Há algum
tempo, porém, existem vidros com refletividade muito baixa de luz, mas que são muito
eficientes no controle do calor. São vidros de controle solar de alta eficiência.
Uma consideração a fazer é que os vidros refletem luz e calor não apenas “para fora”, mas
também “para dentro” e alguns tipos têm refletividade luminosa interna até maior que a
externa. Essa situação é muito desconfortável, pois, num dia chuvoso ou nublado e à noite, a
refletividade interna aparece com intensidade – há pouca luz externa – e ao olhar pelas
janelas vemos apenas reflexos do ambiente interno. Trata-se de uma “jaula de espelhos” e
isso deve ser cuidadosamente evitado.
Tipos de vidros
- Monolíticos são os vidros tais como são produzidos originalmente. Incolores ou coloridos,
são uma placa única produzida industrialmente. Esses vidros podem ser temperados ou
semi-temperados, para aumento de sua resistência.
- Os vidros temperados e semi-temperados passam por um processo de choque térmico que
os endurece, proporcionando maior resistência mecânica. São usados
para grandes envidraçamentos para reduzir as espessuras. Mas requerem um cuidado:
podem sofrer quebra originada por várias causas e, portanto, não podem ser instalados em
guarda-corpos, em coberturas etc.
- Os laminados são compostos de duas ou mais placas de vidros monolíticos, comuns ou
temperados, unidas por uma película por meio de um processo industrial. Oferecem maior
segurança, pois, ao se quebrarem, os cacos ficam grudados na película.
- Insulados são os compostos por duas lâminas de vidro – comum, temperado ou laminado –
montadas de forma a ter entre elas uma câmara de ar que fica sem contato com o ar
exterior. Esses vidros colaboram em certa medida para o conforto térmico e, dependendo
das frequências e níveis dos ruídos, podem ser eficientes acusticamente. Ao contrário da
crença mais difundida, nem sempre constituem a melhor solução acústica. Por isso um
especialista deve ser consultado para a especificação em cada caso.
Para assentarmos pisos e revestimentos cerâmicos devemos seguir alguns procedimentos
por ordem e não “pular” nenhum deles:
1. PLANEJAMENTO
2. APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE
3. ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS
4. REJUNTE
5. CURA
6. LIMPEZA
PLANEJAMENTO
Verificar o esquadro e as dimensões da base a ser revestida para definição da largura
das juntas entre as peças, buscando reduzir o número de recortes e o melhor
posicionamento destes.
Locar, sobre a superfície a ser revestida, as juntas horizontais e verticais entre as
peças cerâmicas.
Marcar os alinhamentos das primeiras fiadas, nos dois sentidos, com linhas de nylon,
servindo então de referência para as demais fiadas, ou então a partir da fixação de
uma régua de alumínio junto à base.
Arranjar as peças de forma que sejam feitos cortes iguais nos lados opostos à
superfície a ser revestida.
Planejar a colocação das peças com relação: à decoração das peças, ao encaixe
preciso dos desenhos, à colocação em diagonais e perpendiculares.
Para o caso de assentamento de paisagens ou mosaicos, desenhar com giz as figuras
a serem formadas, colocando entre as linhas desenhadas o formato e a cor das peças
que fazem parte do desenho.
APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE
Preparo:
Preparar a argamassa manualmente ou em misturador mecânico limpo, adicionando-se
água na quantidade recomendada na embalagem do produto até que haja homogeneidade
da mistura. A quantidade preparada deve ser suficiente para um trabalho de no máximo 2
a 3 horas. Após a mistura, a argamassa deve ficar em repouso pelo período de tempo
indicado na embalagem, para que ocorram as reações dos aditivos, sendo a seguir
reamassada. No caso de preparo manual, utilizar um recipiente plástico ou metálico limpo,
para fazer a mistura.
Aplicando:
O método de aplicação da argamassa colante depende da área da placa cerâmica a ser
assentada. Para peças cerâmicas com área igual ou menor que 900cm2, a aplicação da
argamassa pode ser feita pelo método convencional, ou seja, a aplicação da argamassa é
somente na parede, estando a peça cerâmica limpa e seca para o assentamento. O
posicionamento da peça deve ser tal que garanta contato pleno entre seu tardoz e a
argamassa. Para áreas maiores que 900cm2 a argamassa deve ser aplicada tanto na
parede quanto na própria peça (dupla colagem). Os cordões formados nessas duas
superfícies devem se cruzar em ângulo de 90º, e a cerâmica deve ser assentada de tal
forma que os cordões estejam perpendiculares entre si.
Área da superfície dasplacas cerâmicas (cm2)
Formato dos dentes dadesempenadeira (mm) Procedimento
menor que 400 Quadrados 6 x 6 x 6 Convencional
entre 400 e 900 Quadrados 8 x 8 x 8 Convencional
maior ou igual a 900 Quadrados 8 x 8 x 8 Dupla colagem
A argamassa deve ser espalhada com o lado liso
da desempenadeira, comprimindo-a contra a
parede num ângulo de 45º, formando uma camada
uniforme. A seguir, utilizar o lado denteado da
desempenadeira sobre a camada de argamassa,
para formar cordões que facilitarão o nivelamento e
a fixação das peças cerâmicas. Durante a
colocação das peças os cordões de cola devem ser
totalmente esmagados, formando uma camada
uniforme, e garantindo o contato pleno da argamassa com todo o verso da peça. A
espessura da camada final de argamassa colante deve ser de 4 a 5mm, podendo chegar a
12mm em pequenas áreas isoladas, onde existam irregularidades superficiais na base. As
reentrâncias de altura maior que 1mm, eventualmente presentes no tardoz das peças
cerâmicas, devem ser preenchidas com argamassa colante no momento do assentamento.
Devem sempre ser respeitados os tempos de uso,
tempo em aberto e tempo de ajuste, indicados na
embalagem do produto, levando-se em conta que
em dias secos, quentes e com muito vento, estes
tempos são diminuídos. O final do tempo em aberto
da argamassa é indicado pela formação de uma
película esbranquiçada sobre os cordões de cola. A partir deste momento as condições de
assentamento ficam prejudicadas, podendo favorecer o descolamento precoce da peça
cerâmica. Periodicamente durante o assentamento, deve-se arrancar peças
aleatoriamente (1% das peças), verificando se estão com o verso totalmente preenchido
com argamassa. Este procedimento é denominado de Teste de Arrancamento e se destina
a avaliar a qualidade do assentamento, e fazer ajustes caso seja necessário.
ASSENTAMENTO DAS PLACAS
O tardoz da placa cerâmica a ser assentada deve estar limpo, isento de pó, gorduras, ou
partículas secas e NÃO deve ser molhado antes do assentamento. A colocação das placas
cerâmicas deve ser feita de baixo para cima, uma fiada de cada vez. As placas cerâmicas
devem ser colocadas ligeiramente fora de posição, sobre os cordões de cola. O
posicionamento da peça é então ajustado e o revestimento cerâmico é fixado através de
um ligeiro movimento de rotação. Para a retirada do excesso de argamassa, devem ser
dadas leves batidas com ummartelo de borracha sobre a face da cerâmica, ou mesmo
batidas com cabos de madeira de martelos comuns e colher de pedreiro. A argamassa que
escorrer deve ser limpa antes do seu endurecimento, evitando que esta prejudique o
rejunte.
REJUNTE
O preenchimento das juntas de assentamento pode ser
iniciado no mínimo 3 dias após concluído o
assentamento das peças. Verifique, primeiramente, se
existe alguma cerâmica onde não há argamassa
embaixo. Para isto, dê leves pancadas com os dedos
sobre a superfície das cerâmicas, se alguma delas
apresentar um barulho oco, esta deve ser removida e
reassentada. A seguir, limpar as juntas, eliminando
toda a sujeira existente e umedecê-las, somente em
locais com muito sol, ventos constantes ou baixa
umidade do ar. Utilizar somente argamassas de rejunte industrializadas, especiais para
rejuntamento e com impermeabilidade garantida. A argamassa de rejunte deve ser
misturada em um recipiente metálico, ou de plástico, limpo, obedecendo as
recomendações do fabricante quanto à quantidade de água, até a obtenção de uma
mistura homogênea.
No caso de argamassas industrializadas, a mistura deve permanecer em repouso por 15
minutos após o processo de mistura. Após o período de repouso, a argamassa deve ser
remisturada e espalhada nas juntas com auxílio de uma desempenadeira com base de
borracha flexível, em movimentos alternados, de modo que ela penetre uniformemente no
espaço entre as cerâmicas. Após secagem inicial da argamassa, remover o excesso com
pano, esponja ou estopa úmidos. Após transcorrido mais algum tempo, que garanta
princípio de endurecimento da argamassa, frisar as juntas, obtendo assim acabamento liso
e regular. Esta operação pode ser feita com instrumentos de madeira, desenhados
especialmente para esse fim, ou com auxílio de cabos elétricos dobrados. Limpar
novamente com estopa ou pano secos, para remoção de quaisquer resíduos de
argamassa aderidos sobre o revestimento cerâmico.
LIMPEZA
Esta é a operação final e tem a finalidade de eliminar resíduos de argamassas ou outros
materiais usados no processo de assentamento. A limpeza de revestimentos com ácido é
contra-indicada, pois pode prejudicar tanto a superfície da peça cerâmica como o rejunte.
Entretanto, quando for necessária a limpeza com ácido, deve-se usar uma parte de ácido
para dez partes de água (1:10). Neste caso, deve-se proteger previamente com vaselina
os componentes susceptíveis ao ataque pelo ácido. Após a limpeza, que deve ser feita
com água em abundância, utiliza-se uma solução neutralizante de amônia (uma parte de
amônia para cinco partes de água) e se enxágua com água em abundância. Finalmente,
enxuga-se com um pano para remover a água presente nas juntas.
CURA
Após a limpeza, as operações para o revestimento da parede estão completas, muito
embora a parede ainda não esteja adequada para uso. É necessário esperar
aproximadamente 15 dias para que as reações físicas e químicas, que ocorrem com as
argamassas, possam acontecer. Estas reações são fundamentais para a qualidade da
aderência entre as diversas camadas que compõe a parede revestida com placas
cerâmicas.