06/05/2013

1

O Serviço Social na Contemporaneidade

Tema 1

Contextualizando o Serviço Social na Contemporaneidade

Ma. Edilene Xavier Rocha Garcia

Por que o Serviço Social Hoje?

Um convite à reflexão:• Os Assistentes Sociais são desafiados neste

tempo “[...] tempo de divisas, de gente cortadaem suas possibilidades de trabalho e de obtermeios de sobrevivência,[...] gente [...] ameaçada naprópria vida [...]

2

Por que o Serviço Social Hoje?

Um convite à reflexão:• [...] Tempos de crise, de desemprego, de

subemprego, no campo e na cidade.• Tempos difíceis para a defesa do trabalho e para

a organização do trabalhador”.

3

06/05/2013

2

Iamamoto (2009)

• A globalização.• A hegemonia do capital financeiro.• A revolução tecnológica.• Imprimem novos padrões de produzir e gerir o

trabalho.

4

Iamamoto (2009)

• Ao mesmo tempo em que se reduz a demandade trabalho, amplia-se a população sobrante.

• Cumpre-se a necessidade do capital.• Assim, cresce a exclusão social, econômica,

política, cultural dosmembros das classessubalternas.

5

6

06/05/2013

3

Uma Premissa

• O atual quadro histórico-social conforma e afetao exercício profissional do A.S.

• Pensar o Serviço Social hoje requer olhosabertos para o mundo contemporâneo.

• Requer decifrá-lo e participarde sua recriação.

7

O Serviço Social e os Novos Tempos:Primeiro Pressuposto

• A autora adverte para a necessidade dorompimento da visão endógena.

Sugere alargar os horizontes:• Para os movimentos das classes sociais e do

Estado em suas relações coma sociedade.

8

Quiz:

9

06/05/2013

4

O Serviço Social e os Novos Tempos: Primeiro Pressuposto

• Historicamente o A.S. tem sido um dos agentesque implementam as políticas sociais.

• Para Neto (1992) o A.S. é um executor terminaldas políticas sociais. E atua na relação diretacom a população usuária.

10

O Serviço Social e os Novos Tempos:Primeiro Pressuposto

• Hoje exige-se um profissional que atue além desuas atividades burocráticas.

• Capaz de propor alternativas criadoras,inventivas.

• Isso evita uma atitudefatalista frente ao processohistórico.

11

Visão Fatalista (IAMAMOTO, 2009)

• A realidade está dada, e seus desdobramentospredeterminados, pouco pode ser feito paraalterá-los.

• Esta visão conduz à rotinização do trabalho, aoburocraticismo e àmediocridade profissional.

12

06/05/2013

5

Messianismo Profissional(IAMAMOTO, 2009)

• Uma visão heroica do Serviço Social.• Reforço à unilateralidade da subjetividade dos

sujeitos.• Não há confronto com a realidade social, seus

limites e possibilidades.• Ambas impedem atentar para

a história, para osprocessos sociaiscontemporâneos.

13

O Serviço Social e os Novos Tempos: Segundo Pressuposto

• É preciso entender a profissão como um tipo detrabalho na sociedade.

• Um trabalho condicionado pelas relações entreEstado e Sociedade Civil.

• Pelas relações entre asclasses na sociedade,rompendo com a endogeniano S.S.

14

O Serviço Social e os Novos Tempos: Segundo Pressuposto

Por exemplo:• Aceita-se que o S.S. é a profissionalização da

ajuda (endogenismo).• Todavia a constituição e institucionalização do

S.S. depende da ação doEstado na regulação davida social.

15

06/05/2013

6

O Serviço Social e os Novos Tempos: Segundo Pressuposto

• E é exatamente quando o Estado se “amplia” epassa a tratar a questão social que são criadasas bases históricas da nossa demandaprofissional.

16

O Serviço Social e os Novos Tempos: Terceiro Pressuposto

• Tratar o S.S. como trabalho supõe privilegiar aprodução e a reprodução da vida social, comodeterminantes na constituição da materialidadee da subjetividade das classes que vivem dotrabalho.

17

O Serviço Social e os Novos Tempos: Terceiro Pressuposto

• Os homens devem estar em condições de vivere fazer história.

• Mas é preciso comer, beber, vestir, morar...• O primeiro ato histórico é a produção da vida

material.

18

06/05/2013

7

O Serviço Social e os Novos Tempos: Terceiro Pressuposto

• Mas, ao trabalharem, estabelecem relaçõesentre si: relações sociais.

• A produção e reprodução da vida social, não selimita à dimensão econômica.

• Mas à reprodução dasrelações sociais de indivíduos,grupos e classes sociais.

19

O Serviço Social e os Novos Tempos: Terceiro Pressuposto

• Estas relações sociais envolvem poder, luta,confronto entre as classes e segmentos sociais,que têm no Estado uma expressão condensadada trama do poder vigente na sociedade.

20

Considerações Finais

1º pressuposto:• “Olhar para fora” é condição para se romper

com a visão rotineira da profissão, que impedevislumbrar possibilidades inovadoras.

• E romper com a visão ilusóriae desfocada da realidade

(fatalismo e messianismo).

21

06/05/2013

8

Considerações Finais

2º pressuposto:• Entender a profissão como um tipo de trabalho

na sociedade.• Implica perceber uma prática condicionada pelas

relações entre Estado esociedade civil.

22

Considerações Finais

3º pressuposto:• Tratar o S.S. como trabalho supõe privilegiar a

produção e a reprodução da vida social.• A produção/reprodução das relações sociais.• Incluem-se as formas de pensar.• As formas de consciência,

através das quais se apreendea vida social.

23

O Serviço Social na Contemporaneidade

Tema 2

Questão Social: Conceitos e Implicações

Ma. Edilene Xavier Rocha Garcia

06/05/2013

9

Quiz

25

Questão Social

• “É senão as expressões do processo deformação e desenvolvimento da classe operáriae de seu ingresso no cenário político dasociedade, exigindo seu reconhecimento comoclasse por parte do Estado e doempresariado[...]

26

Questão Social

• [...] é a manifestação, no cotidiano da vidasocial, da contradição entre o proletariado e aburguesia, a qual passa a exigir outros tipos deintervenção, mais além da caridade e repressão”(CAVALHO; IAMAMOTO, p. 77, 2009).

27

06/05/2013

10

Questão Social

• O conjunto das expressões das desigualdades dasociedade capitalista madura.

Raiz comum:• A produção social é cada vez mais coletiva, o

trabalho amplamente social ea apropriação de seusfrutos mantém-se privada.

28

Produção versus Trabalho Coletivo

• A produção é fruto do trabalho cada vez maiscoletivo.

• Hoje é possível ter acesso a produtos de váriaspartes do mundo, cujos componentes sãofabricados em países distintos.

• Contrastando com adistribuição da riqueza.

29

Sociedade Capitalista

A contradição fundamental entre o trabalhocoletivo e a apropriação privada possibilita:• Acesso à cultura, à ciência etc.• Aumenta a distância entre concentração/

acumulação do capital e aprodução da miséria.

30

06/05/2013

11

Questão Social e o Assistente Social

• O Assistente Social trabalha com suas maisvariadas expressões.

• Trabalho, família, habitação, saúde, assistênciasocial, etc.

• Desigualdade versus Resistência.

31

Entendendo o Processo: a produção capitalista

• É na vida em sociedade que ocorre a produção.• Então a produção é uma atividade social.• Para produzir e reproduzir os meios de vida e de

produção, os homens estabelecem vínculos erelações mútuas.

• Por intermédio dos quaistransformam a natureza,ou seja, realizam a produção.

32

Entendendo o Processo: a produção capitalista

• Trata-se de um modo historicamentedeterminado de se produzir as condiçõesmateriais.

• Assim, se reproduz concomitantemente as ideiase as representações que expressam estasrelações e as condiçõesmateriais em que seproduzem.

33

06/05/2013

12

Outro lado da mesma moeda

• Se o capital é uma relação social, o trabalhoassalariado é o outro termo desta relação.

• Capital e trabalho assalariado são unidades dediversos.

• Um se expressa no outro.• Um recria o outro.• Um nega ou outro.

34

Capital

• Capital não é algo material. Mas uma relaçãosocial de produção que corresponde a umadeterminada formação histórica da sociedade.

• É o conjunto dos meios de produçãomonopolizados por uma parte da sociedade.

• Capital pressupõe o trabalhoassalariado como parte desi mesmo.

35

A Reprodução do Capital e a Formação da Resistência

• A produção e reprodução da riqueza material éum processo eminentemente social.

• Ou seja, é indissociável das relações sociaiscujos agentes são os capitalistas e ostrabalhadores assalariados.

• Representantes de classessociais antagônicas.

36

06/05/2013

13

A Lei Geral de Acumulação

• Supõe a acumulação da riqueza, monopolizadapor uma parte da sociedade: a classe capitalista.

• Inseparável da acumulação da miséria e dapauperização daqueles que produzem a riquezacomo uma riqueza alheia.

• Como poder que os domina,enfim, como capital.

37

A Intervenção no Processo

• O Estado passa a intervir diretamente nasrelações entre o empresariado e a classetrabalhadora.

• Estabelece uma regulamentação jurídica domercado de trabalho –por meio de legislaçõessocial e trabalhistaespecíficas.

38

O Estado e a Questão Social

• E gere a organização e prestação dos serviçossociais como enfrentamento da questão social.

• O Estado busca enfrentar o processo depauperização por meio de políticas queimplementem os serviços sociais.

39

06/05/2013

14

Considerações Finais

• Questão social é fruto da sociedade capitalista.• O Assistente Social pode legitimar a situação

vigente, ou reforçar um projeto políticoalternativo assessorando a organização dostrabalhadores.

• Supõe que este profissionaltenha uma compreensãoteórica das implicações desua prática.

40

Reflexão

Conhecer é uma forma criativa de recriar a vida.É uma maneira de interferir na estruturaestabelecida e propor o que ser diferente [...]

Reflexão

[...] É por isso que o conhecimento se configuracomo uma forma de poder.Ele modifica porque pode, mas só modificaquando quer!

Pe. Fábio de Melo