Cecília meireles

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Poetisa Brasileira

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Poetisa Brasileira

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles,

funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D.

Matilde Benevides Meireles, professora

municipal, Cecília Benevides de

Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro

de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a

única sobrevivente dos quatros filhos do

casal. O pai faleceu três meses antes do seu

nascimento, e sua mãe quando ainda não

tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua

avó D. Jacinta Garcia Benevides.

"Nasci aqui mesmo no Riode Janeiro, três mesesdepois da morte de meupai, e perdi minha mãeantes dos três anos. Essase outras mortes ocorridasna família acarretarammuitos contratemposmateriais, mas, ao mesmotempo, me deram, desdepequenina, uma talintimidade com a Morteque docemente aprendiessas relações entre oEfêmero e o Eterno.”

Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia,

estreou em 1919 com o livro de

poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido

com louvor por João Ribeiro.

Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos

Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei,

em 1925.

Observa-se ainda seu amplo reconhecimento

na poesia infantil com textos como Leilão de

Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de

Carolina, a bailarina, Sonhos da menina, O

menino azul e A pombinha da mata, entre

outros.

A Bailarina

Esta meninatão pequeninaquer ser bailarina.Não conhece nem dó nem rémas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fáMas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no are não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véue diz que caiu do céu.

Esta meninatão pequeninaquer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,e também quer dormir como as outras crianças.

O menino quer um burrinho

para passear.

Um burrinho manso,

que não corra nem pule,

mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho

que saiba dizer

o nome dos rios,

das montanhas, das flores,

— de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho

que saiba inventar histórias bonitas

com pessoas e bichos

e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo

que é como um jardim

apenas mais largo

e talvez mais comprido

e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,

pode escrever

para a Ruas das Casas,

Número das Portas,

ao Menino Azul que não sabe ler.)

Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema

dos Poemas, e, em 1925 Baladas Para El-

Rei. Após longo período, em 1939,

publicou viagem livro com o qual ganhou

o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira

de letras.

Eu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro,nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coração que nem se mostra.Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa, tão fácil:Em que espelho ficou perdida a minha face?

Frase:

Poetisa, professora,brasileira: Imortalizada em sua obra.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de

1964, sendo-lhe prestadas grandes

homenagens públicas. Seu corpo é velado no

Ministério da Educação e Cultura.