Cedae anuncia obras no sistema de esgoto

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35 Ano III, N o Novembro de 2012 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita Centro de Artes da Maré Lona Cultural Herbert Vianna Luta não é briga Alunos de muai thay treinam firme e ainda se esforçam no colégio. pág. 11 Violência contra mulheres Participe dos 16 dias de ativismo, organizados pelo CRMM. Pág. 5 Ela é musa! Conheça a Andréa, do Parque União. Pág. 3 Receita Feijoada de frutos do mar. pág. 15 Pág. 15 Moradores aderem à campanha “Somos da Maré e temos direitos” , lançada em novem- bro pela Redes, Observatório de Favelas e Anistia Internacional. O objetivo é que todos nós possamos nos contrapor à abordagem histórica desrespeitosa da polícia na favela. Cinquenta mil folders e adesivos estão sendo distribuídos de casa em casa, informando os direitos da população e como agir em caso de abuso. Conheça a campanha e leia a opinião dos moradores sobre a iniciativa. Pág. 8 a 10 Segundo a Cedae, as obras na rede de esgoto do Conjunto Esperança ao Parque União terão início até março de 2013. Além disso, os resíduos da Maré passarão a ser tratados na Estação de Alegria. Ou seja, não serão mais lançados in na- tura nos canais. Se ocorrer como anunciado em primeira mão ao Maré, a qualidade de vida vai melhorar. Pág. 6 e 7 Ouvimos leitores e uma pesquisadora so- bre igualdade, diferença, preconceito e co- tas, um assunto pertinente num país que ainda não oferece as mesmas oportunida- des para negros e brancos. Pág. 12 a 14 Porque temos direitos! Cedae anuncia obras no sistema de esgoto Consciência negra Elisângela Leite Elisângela Leite Elisângela Leite Elisângela Leite Elisângela Leite Renato de Bragança

Transcript of Cedae anuncia obras no sistema de esgoto

35Ano III, No Novembro de 2012 - Maré, Rio de Janeiro - distribuição gratuita

Centro de Artes da MaréLona Cultural Herbert Vianna

Luta não é brigaAlunos de muai thay treinam firme e

ainda se esforçam no colégio. pág. 11

Violênciacontra mulheres

Participe dos 16 dias de ativismo,organizados pelo CRMM. Pág. 5

Ela é musa!Conheça a Andréa, do Parque União.

Pág. 3

ReceitaFeijoada de frutos do mar. pág. 15

Pág. 15

Moradores aderem à campanha “Somos da Maré e temos direitos”, lançada em novem-bro pela Redes, Observatório de Favelas e Anistia Internacional. O objetivo é que todos nós possamos nos contrapor à abordagem histórica desrespeitosa da polícia na favela. Cinquenta mil folders e adesivos estão sendo distribuídos de casa em casa, informando os direitos da população e como agir em caso de abuso. Conheça a campanha e leia a opinião dos moradores sobre a iniciativa. Pág. 8 a 10

Segundo a Cedae, as obras na rede de esgoto do Conjunto Esperança ao Parque União terão início até março de 2013. Além disso, os resíduos da Maré passarão a ser tratados na Estação de Alegria. Ou seja, não serão mais lançados in na-tura nos canais. Se ocorrer como anunciado em primeira mão ao Maré, a qualidade de vida vai melhorar. Pág. 6 e 7

Ouvimos leitores e uma pesquisadora so-bre igualdade, diferença, preconceito e co-tas, um assunto pertinente num país que ainda não oferece as mesmas oportunida-des para negros e brancos. Pág. 12 a 14

Porque temos direitos!

Cedae anuncia obras no sistema de esgoto

Consciência negra

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Expediente

Instituição Proponente Redes de Desenvolvimento da Maré

Diretoria Andréia Martins

Eblin Joseph Farage (Licenciada) Eliana Sousa Silva

Edson Diniz Nóbrega Júnior Fernanda Gomes da Silva

Helena EdirPatrícia Sales Vianna

Shyrlei Rosendo

Coordenação de ComunicaçãoMirella Domenich

Instituição Parceira Observatório de Favelas

Apoio Ação Comunitária do Brasil

Administraçãodo Piscinão de Ramos

Associação Comunitária

Roquete Pinto

Associação de Moradores e Amigos do Conjunto Bento Ribeiro Dantas

Associação dos Moradores e Amigos do Conjunto Esperança

Associação de Moradores do Conjunto Marcílio Dias

Associação de Moradores do Conjunto Pinheiros

Associação de Moradores do Morro do Timbau

Associação de Moradores do Parque Ecológico

Associação de Moradores do Parque Habitacional

da Praia de Ramos

Associação de Moradores do Parque Maré

Associação de Moradores do Parque Rubens Vaz

Associação de Moradoresdo Parque União

Associação de Moradores

da Vila do João

Associação Pró-Desenvolvimento da Comunidade de Nova Holanda

Biblioteca Comunitária Nélida Piñon

Centro de Referência de Mulheres da Maré - Carminha Rosa

Conexão G

Conjunto Habitacional Nova Maré

Conselho de Moradores da Vila dos Pinheiros

Luta pela Paz

União de Defesa e Melhoramentos do Parque

Proletário da Baixa do Sapateiro

União Esportiva Vila Olímpica da Maré

Editora executiva e jornalista responsável

Silvia Noronha (Mtb – 14.786/RJ)

Repórteres e redatores Hélio Euclides

(Mtb – 29919/RJ)Rosilene Miliotti

Fabíola Loureiro (Estagiária)

Fotógrafa Elisângela Leite

Projeto gráficoe diagramação

Pablo Ramos

Logotipo Monica Soffiatti

Colaboradores Anabela Paiva

Aydano André MotaFlávia Oliveira

Observatório de Favelas

Impressão Gráfica Jornal do Commércio

Tiragem 40.000 exemplares

Redes de Desenvolvimentoda Maré

Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda / Maré

CEP: 21044-242 (21) 3104.3276 (21)3105.5531

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Os artigos assinados não

representam a opinião do jornal.

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FILUau! É a musa do Carnaval!

Moradora do Parque União é musa do Carnaval e pretende ser rainha de bateria

Rosilene Miliotti Renato de Bragança

Com samba no pé e sorriso no rosto, a carioca Andréa Martins Machado, 35 anos, modelo, musa da Inocentes de Belford Roxo, professora de ballet e moradora do Parque União, é uma das representantes da beleza da Maré na Sapucaí durante o Carnaval. O gosto pelo Carnaval começou ainda criança, quando seu pai a levava para os blocos e ela já usava fantasia e maquiagem. Sua musa inspiradora é a modelo Luisa Brunet.

“Comecei no Carnaval como passista e já passei por diversas escolas como a Inocentes de Belford Roxo, Caprichosos de Pilares, União da Ilha, Viradouro. Em 2010 ganhei o concurso de musa da comunidade de São Gonçalo. Desde então, me aposentei como passista e agora sou musa. Já fui musa da Porto da Pedra, da Inocentes de Belford Roxo e da Renascer de Jacarepaguá. Este ano eu permaneci na Renascer e recebi um convite para ser musa na Águia de Ouro, em São Paulo. O Carnaval de São Paulo é maravilhoso, mas o do Rio ainda é melhor. Já fui rainha de bateria do Boi da Ilha do Governador, mas meu sonho é ser rainha de uma escola do grupo especial”, conta.

Em 2010, ela chegou à final do concurso Rainha do Carnaval carioca, mas não ganhou. Este ano, ela tentou novamente, mas foi eliminada na semifinal. “O que importa é que o concurso é uma vitrine e depois que eu participei surgiram muitos trabalhos, entre eles fazer parte do corpo de bailarinas do programa da Regina Casé, o Esquenta”, revela. Ela, no entanto, acabou cortada do programa porque precisou faltou à gravação para socorrer a mãe, que estava doente. Ficou decepcionada, mas não se arrepende. “Família em primeiro lugar”, frisa.

Andréa está no mundo do samba há 17 anos. Para ela, o trabalho com o Carnaval dura o ano inteiro. Andréa participa de um grupo que faz animação de festa, com uma mini escola de samba. Já passou por muitos sacrifícios para estar na avenida: dieta, malhação e procedimentos estéticos fazem parte de sua rotina. “Mas não sou só um corpo bonito. Sou mãe, professora, esposa e musa. Minha vida não gira em torno do Carnaval”, avisa. E jogando limpo, acrescenta: “As pessoas acabam confundindo o fato de trabalhar no Carnaval com ser prostituta. Tem quem faça, como em várias profissões, mas não é o meu caso porque tudo que consegui até hoje foi com muito sacrifício e mérito”, afirma.

Pagar para sambar

Andréa também não paga para desfilar. Apenas banca a sua roupa, mas diz que uma rainha de bateria do grupo especial chega a pagar R$ 250 mil para desfilar. “As pessoas têm que pagar cargo nas escolas de samba e eu acho isso um absurdo. São poucas as escolas que dão oportunidade para as pessoas da comunidade e nas comunidades têm muitas mulheres bonitas que poderiam ter destaque durante o Carnaval, mas não têm porque quem tem dinheiro e fama paga, e paga muito caro por esses cargos de destaque. Toda passista sonha em ser rainha de bateria. E por que não dar uma oportunidade para aquela passista que está sempre presente na vida da comunidade?”, questiona.

Este ano ela irá desfilar na Inocentes de Jacarepaguá, Unidos de Padre Miguel e na Águia de Ouro, em São Paulo. Mas ainda aguarda os convites para desfilar no grupo especial.

Direito a uma vida melhor

Esta edição traz matérias particular-mente importantes para a Maré. Es-tamos tratando de temas dos mais impactantes no nosso dia a dia e apontando para uma perspectiva de vida melhor.

O tema da reportagem de capa, da pág. 8 a 10, alerta os moradores para seus direitos no campo da segurança pública e, sobretudo, promove uma declaração conjunta da população local, dizendo aos policiais que nós conhecemos os nossos direitos. Como diz Eliana Sousa, aqui não tem cidadão de segunda classe; e é importante que a gente tente assumir uma nova postura perante o Estado.

Outro tema dos mais relevantes en-volve a saúde ambiental, que requer a oferta de serviços de saneamento bem melhores do que os verifica-dos hoje nas comunidades. Não faz sentido, em pleno século 21, na se-gunda maior cidade do país, sermos obrigados a conviver com esgoto in natura nas nossas ruas e canais. Parece que teremos uma situação melhor daqui a dois anos, conforme anuncia a Cedae, em reportagem exclusiva nas páginas 6 e 7.

A todos, uma boa leitura.

“Não sou só um corpo bonito. Sou mãe, esposa, professora e musa, mas minha vida não gira em torno do Carnaval.”

Humor: “Saúde Pública” - André de Lucena

CartasUm quebra-cabeça de fios

Venho lhe pedir que faça um comentário sobre as redes de comunicação da Oi. Nossos postes são um verdadeiro emaranhados de fios, e quando a Light troca um poste aí a coisa fica feia. Se a Oi tivesse seus postes nada disso estaria acontecendo. Tenho feito pedido pra ver se melhora essa bagunça, mas de nada adianta.

Everaldo Barboza da Silva

Nota da redação:

Caro Everaldo, ao andar pela Maré, é fácil constatar o excesso de fiação. Para piorar, os fios estão cheios de linha e alguns com chuteiras. O morador pode ajudar não soltando pipa perto da rede elétrica e evitando colocar objetos sobre os fios.

Entramos em contato com a Oi, que pediu que moradores identifiquem os pontos específicos de fiação desativada e entrem em contato para que a equipe possa atuar. A Light, por sua vez, informou que vai verificar se os fios emaranhados pertencem à concessionária e, caso sejam, tomará as providências necessárias.

Leia nosso Maré na internet e baixe o PDF:www.redesdamare.org.br.

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O que acontece e o que não deixa de acontecer por aqui

O Centro de Referência de Mulheres da Maré Carminha Rosa (CRMM-CR) convida para a campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”. As atividades começarão após 25/11, Dia Internacional pela Não Violência contra as Mulheres. O CRMM-CR reconhece como agressão tanto a violência física, que é mais visível, como

SOS doações à bibliotecaA Biblioteca Nelida Piñon, em Marcílio Dias, pede o

apoio de todos para a compra de um novo prédio. A atual sede, alugada, não comporta mais a quantidade

de livros. Até a sala de informática precisou ser desativada para virar depósito. Além do acervo de cerca de 6.000 livros, a biblioteca oferece cursos de artesanato, alfabetização e supletivo; disponibiliza assessoria jurídica e exame de vista; e organiza passeios para as crianças. Por enquanto, segundo o administrador Geraldo Oliveira, a venda de óleo de cozinha usado vem ajudando a quitar as despesas.

Para doações: Associação Semear – Banco Itaú, agência 6504, conta-corrente 06190-1. Mais informações: [email protected].

Discussões sobre o Plano de Direitos Humanos

Pelo fim da violência contra as mulheres

O encontro para discussão e aprovação do Plano de Direitos Humanos da Maré está marcado para 28 de novembro, uma

Sala Futura MaréAnote na agenda a programação semanal da Sala Futura, uma parceira do Canal Futura com a Redes, que disponibiliza um vasto acervo de vídeos e DVDs para troca de saberes nas comunidades da Maré. Tudo gratuito.

TERÇA tem FUTURA CRIANÇA, cine-sessão seguida de atividade em grupo, em dupla sessão: 10h e 14h.

QUINTA é o dia Jovem da Sala futura, alternando entre o FUTURA TEEN, cine-sessão que abordará os temas sexualidade e gênero, e o DEBATE-PAPO FUTURA, cine-sessão que vai explorar temas como Cidadania e Juventude, Participação Política, O Jovem na Sociedade, entre outros. As sessões também são às 10h e 14h.

SEXTA é dia de REDONDA FUTURA, cine-sessão quinzenal, às 17h30, para adultos e jovens da comunidade, abordando temas como Segurança Pública, Direitos Humanos, Protagonismo Político e mais. A estréia será em 16 de novembro.

A Sala Futura fica no prédio da Biblioteca da Redes, na Rua Sargento Silva Nunes, 1.008, Nova Holanda.

EDI recebe nome de moradoraO Ciep Operário Vicente Mariano, próximo ao Morro do Timbau, foi desmembrado em três. Com isso, nas estatísticas, o Rio tem mais unidades escolares. O primeiro andar do Ciep abriga agora somente os alunos do 2º segmento (6º ao 9º ano). Já o segundo andar virou Escola Municipal Escritor Bartolomeu Campos de Queiros, destinada ao 1º segmento (até ao 5º ano). E, por fim, a pré-escola, localizada dentro do terreno do Ciep, foi batizada de Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Cremilda da Silva Santos.

O diferencial foi a força da mobilização para batizar o EDI com o nome de Cremilda, moradora e educadora que ajudou diversas crianças, com alfabetização e reforço escolar. “Essa minha educação devo a ela, e muitos têm o mesmo pensamento, alguns já formados. Ela dedicou a vida toda ao social; foram três gerações de alunos. Fiquei feliz com esse reconhecimento da população”, confessa o filho de Cremilda, Anderson Machado Pinto.

Em que rua eu moro, afinal?José da Con-ceição Silva, morador da Nova Holan-da, não vê a hora de resol-ver o problema do nome da sua rua. Ele mora na Rua Jorge Luiz, que há mais de 10 anos se chamava Rua E. Suas con-

tas – luz, telefone etc. – chegam direitinho com o endereço atualizado. Porém, a lista-gem de CEP indica Rua E até hoje. “Tive que abrir minha empresa recentemente como se fosse na Rua E. Quando vou comprar algo é um problema, porque meus comprovantes de residência dizem Rua Jorge Luiz, mas para o comerciante aparece Rua E, porque eles consultam pelo CEP”, relata ele, que já entrou em contato com a Secretaria Munici-pal de Urbanismo, mas não obteve retorno.

O Guia de Ruas da Maré, lançado no fim de setembro pela Redes, promete acabar com a confusão. Além disso, os presidentes das associações de moradores vão buscar solução nas suas comunidades para as ruas sem nome ou que precisam receber outro nome.

Depois disso, a Redes escreverá um projeto a ser entregue à Secretaria de Urbanismo e à Câmara de Vereadores, que precisa oficializar os nomes de rua da cidade.

Está aberto o processo seletivo para as turmas de 2013 da Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc). O projeto, realizado pelo Observatório de Favelas em par-ceira com a UFRJ e patrocínio da Petrobras, vai formar 90 jovens em

16 dias de ativismo26 /11 às 13h30: Oficina artística “Um bairro seguro para as mulheres”, no CRMM, na Rua 17, s/n. Vila do João.27 /11 às 11h: Panfletagem de divulgação da Campanha e do CRMM, no bandejão central da UFRJ, no Fundão.28 /11 às 13h: Cine-pipoca Especial: “Chocolate”, no CRMM.29 /11 às 10h: Mesa redonda “Violência contra a mulher, políticas públicas e intervenção profissional”, no Hospital Federal de Bonsucesso.04 /12 às 13h30: Debate “Saúde da mulher”, no CRMM.06 /12 às 10h: Mesa redonda “Violência contra a mulher e questão de gênero”, não auditório Manoel Maurício, na UFRJ da Praia Vermelha.

Oficinas Dança 1: 2as e 5as às 9h30 / 3as às 13h30Dança 2: 5as às 13h30Crochê: 3as às 9h30 e 13h30Fuxico: 4as às 9h30 e às 13h30Culinária latino-americana: 4asàs 9h30 e 13h30Bordado: 5as às 9h30 e 13h30Curso de direitos humanos: 2as às 13hCurso de Cuidadoras de Crianças: 2as às 13hLeitura: 2as às 13h30Aprendizagem: 4as às 13h30Cine-pipoca : última 4as do mês às 13h30Roda de conversa: penúltima 5as

do mês às 13h30

CRMM-CR, Rua 17, s/n. Vila do João2a a 5a, de 9h às 12h e de 13h às 16h.Tel: 3104-9896

Esses e outros 300 jovens da Maré vão se formar no Ensino Médio em 1º de dezembro. Eles estão concluindo o Supletivo e vão ter direito a uma merecida festa de formatura.

Publicidade Afirmativa, com habilitações em cultura di-gital e audiovisual. A Publi-cidade Afirmativa, ao invés de priorizar o lucro, promo-ve valores de sociabilidade, quer transformar a cultura do

consumismo e incentivar o empre-endedorismo cultural, comunitário e socioambiental. O aluno aprenderá, por exemplo, a produzir sua banda de música, fazer uma fan page e elaborar um roteiro de cinema, en-tre outras ideias.

O curso é gratuito. Acesse o edital em www.espocc.org.br/programa/selecao2013.Contato: Rita Afonso, coord. pedagó[email protected] tel 21 31044057

quarta-feira, de 16h às 21h, no Luta pela Paz, (na Rua Teixeira Ribeiro, 900). O encontro está sendo organizado pelo Iser,

Luta pela Paz, Observatório de Favelas e pela Redes. Mais informações: 3105-5531.

a psicológica, que envolve, por exemplo, o controle excessivo do marido. “O centro é um espaço de orientação e reflexão. Trabalhamos a perspectiva de reconhecimento da mulher como sujeito de direitos, que pode decidir se vai trabalhar, se vai voltar a estudar, se vai sair com as amigas. Aqui, compartilhamos experiências e isso é muito rico”, explica a

assistente social Izabel Gomes. A equipe do centro conta com 18 profissionais especializados, entre advogados, psicólogos e assistentes sociais.

Veja a programação e o calendário de oficinas regulares do CRMM, que é gerenciado pela UFRJ e fica na Vila do João.

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Segundo a estatal, as intervenções, aguardadas há mais de 20 anos, começarão em março do ano que vem e devem levar dois anos

Cedae anuncia obras no sistema de esgoto Hélio Euclides

Na última edição, o Maré de Notícias mostrou como são falhos o abastecimento de água e a rede coletora de esgoto na Maré, serviços públicos de responsabilidade da Cedae, empresa do governo do estado. Diversos problemas foram relatados por moradores e por presidentes das associações das comunidades. Neste número, o diretor de Distribuição e Comercialização Metropolitana da Cedae, Marcello Motta, assegura que a estatal fará uma avaliação na distribuição de água e anuncia obras para melhorar a rede de esgoto e iniciar o tratamento dos resíduos na Estação de Alegria, no Caju.

Caso o investimento anunciado seja realmente feito, os problemas de vazamento de esgoto serão minimizados e os canais (valões), no futuro, terão aparência bem melhor. Provavelmente haverá necessidade de obras de dragagem dos canais para complementar o serviço, mas este trabalho, segundo Motta, não é de responsabilidade da Cedae, e sim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Segundo Alexandre Pessoa Dias, engenheiro sanitarista da Fiocruz, se a Cedae investir mesmo em coletores-tronco, levando o esgoto até a estação de tratamento, os moradores e trabalhadores da Maré sentirão melhorias até quando as chuvas vierem. Haverá menos enchentes, a saúde ambiental da população local vai melhorar, assim como a qualidade das águas da Baía de Guanabara.

Segundo ele, a melhor campanha educativa que o Estado pode fazer é investir em saneamento. “É muito difícil fazer campanha educativa quando as pessoas convivem com o esgoto por onde elas andam. Tem que investir no saneamento dessas áreas com concentração populacional, de baixa renda, mas o governo prioriza as áreas nobres e depois a comunidade é culpada por jogar esgoto na Baía”, critica Alexandre. Mas vamos precisar de paciência: serão 720 dias corridos de obras, com intervenções em algumas ruas para troca de tubulação.

Investimento da Cedae na Maré“Haverá um investimento de R$ 35 milhões somente na Maré, valor vindo por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. Será um conjunto de intervenções, como o novo tronco coletor do Faria Timbó. Esse pacote atingirá Maré, Manguinhos, Alemão e Jacarezinho. Na Maré, as obras contemplarão as comunidades do Parque União até o Conjunto Esperança. As outras três comunidades (Roquete Pinto, Praia de Ramos e Marcílio Dias) que não serão assistidas nesse projeto passarão por uma verificação das dificuldades enfrentadas.”

Planejamento das obras“Será uma obra que deve ser iniciada em quatro meses, com prazo de 720 dias corridos, para construção de seis elevatórias de pequeno porte. Um dos pontos é a construção da elevatória da Bento Ribeiro Dantas, com capacidade de direcionar até 900 litros de esgoto por segundo e conectar na galeria de cintura até a Estação de Tratamento do Parque Alegria, no Caju. Para receber essa capacidade de resíduos só da Maré, haverá uma ampliação da estação.”

Obras nas ruas“A intervenção será também de ligação inter-domiciliar. Para isso é necessário abrir ruas para investimentos de novas redes coletoras de 150 a 1.200 milímetros, aproveitando o que existe em bom estado. Também ocorrerá remanejamento de canos que se encontram dentro da boca de lobo (bueiro retangular de água pluvial).”

Vazamentos crônicos de esgoto“A Maré tem um posto avançado que realiza as demandas de manutenção. Precisamos avaliar e buscar soluções. Uma reclamação da equipe é a dificuldade de entrar em certas ruas, por serem estreitas. Para melhorar essa situação incluiremos a compra de um conjunto de vara de aço para a melhor desobstrução por via manual. Para 2013 deveremos adquirir um equipamento a diesel para desobstruir linha de esgoto. Agora vamos pontuar quais os locais necessitam de troca de rede e limpeza dos coletores. Sabemos que não vamos solucionar todos os problemas da comunidade, mas precisamos minimizá-los com operação de sistema, atuando preventivamente.”

Pagamento de tarifa“Com a finalização das obras, em área de comunidade será cobrada apenas a tarifa social (atualmente em R$ 18,76 mensais).”

Papel do cidadão“Um dos problemas é a educação ambiental. No estado do Rio, alguns usuários transformam o vaso sanitário em lata de lixo. Isso causa problema porque a rede coletora de esgoto é estreita. Precisamos fazer uma campanha para mudar essa situação, começando pela criança. Outra orientação é não ligar tubulação de esgoto à água pluvial.”

Elisângela Leite

Hélio Euclides

Silvia Noronha

Nosso jornal vem documentando os constantes problemas na rede de esgoto. Na foto acima, o

vazamento em frente ao posto de saúde Augusto Boal, no Timbau (edição 31). Na foto abaixo, o vazamento

crônico é na Nova Holanda (Ed. 32)

Trechos da entrevista concedida pelo diretor da Cedae,Marcello Mota, em 29 de outubro.

Falta d’àgua na Maré“Não há falta de água, e sim ausência de pressão. Há casas de cinco pavimentos, mas para chegar num segundo andar seria necessária uma pressão de seis mca (metro de coluna d’água), para atingir seis metros. E na Vila do Pinheiro, próximo ao Parque ecológico, onde é final de linha de abastecimento, é complicado. O que pedimos é que as pessoas tenham um reservatório inferior, ou seja, quando começa a verticalizar é fundamental o uso de uma caixa d’água de PVC, até para suportar uma parada de sistema e ter uma reserva de acordo com o número de moradores da residência. Hoje atendemos a cinco metros de coluna d’água, um primeiro pavimento. A Maré pode ter locais com pressão maior. Estaremos estudando a região mencionada como um todo (proximidades do Parque Ecológico), para ver a possibilidade de aumentar a pressão da rede. Para aumentar a força de final de linha precisamos restringir o início da distribuição, para empurrar mais água. Outra medida é instalar válvulas de pressão para a distribuição adequada, é uma possibilidade.”

Água para Todos“Agora é a segunda etapa, momento de qualificar os problemas, uma reavaliação. É estudar os vazamentos de tubulação que podem ser por baixo recobrimento. Nessa fase é equacionar as comunidades onde ainda há problema de abastecimento. Não vamos repetir o que existiu no início, que foi a troca da caixa de amianto pela moderna, porque já que ocorreu a venda de algumas, então resolvemos parar com esse trabalho.”

“Não vamos solucionar todos os problemas da comunidade, mas precisamos minimizá-los com operação de sistema, atuando preventivamente.”

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- ALTO LÁ!Somos da Maré e temos direitos!

Os moradores e trabalhadores da Maré, mais uma vez, fazem sua própria história e dizem “Não” para as práticas desrespeitosas dos policiais

Leia na próxima página como foi o primeiro ato de mobilização da campanha

As associações de moradores, a Redes, o Observatório de Favelas e a Anistia Internacional estão desenvolvendo uma ação de mobilização dos moradores em busca do direito à segurança pública. É a campanha “Somos da Maré e temos direitos”. A ideia é que possamos nos contrapor à abordagem histórica dos policiais, que entram em nossas casas, reviram tudo, inclusive quando não há ninguém. Nas ruas, também exigimos respeito, simplesmente porque a segurança pública é um direito de todos, não importa se é morador de Ipanema, de Santa Cruz ou da Maré.

Adesivocriado para ser colado na porta da frente das casas da Maré Camisetas de

identificação da campanha.Uma equipe distribuiráo adesivo e o folder de porta em porta durante os meses de novembro e dezembro

O respeitodeve ser mútuo

Banner para que os policiais

possam ler o nosso recado

Este conteúdo faz partedo folder que está

sendo distribuído de porta emporta nas 16 comunidades

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Hélio Euclides Elisângela Leite

Criado por monges na Tailândia há mais de um século, com o objetivo de defesa, o muay thai se tornou uma das artes marciais mais completas, exercitando punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés. O mestre Nélio Naja trouxe as técnicas para o Brasil e ensinou a diversos alunos, entre eles Jefferson Correia, que repassa o que aprendeu a 15 alunos na Vila do João. Os atletas aprendem movimentação, luta, técnica, defesa pessoal e disciplina.

Uma das regras é a proibição de brigar fora das competições. Tirar boas notas no colégio também faz parte do jogo. Caso contrário, o aluno ficará fora do treino. Segundo Jefferson,

esta regra se torna um incentivo aos estudos, porque ninguém quer deixar de treinar.

Apesar de o aluno aprender a bater em partes específicas, Jefferson diz que o muay thai não é uma arte violenta. “É uma arte como outra qualquer. O importante é respeitar que o que se aprende deve ficar na academia e na competição. Anderson Silva (lutador brasileiro) teve sua origem nessa luta, e por isso é tranquilo e técnico”, destaca o instrutor.

Por ser uma luta que libera adrenalina, é comum verificar mudança no comportamento de quem começa a treinar, principalmente dos jovens mais rebeldes, revela Jefferson. “O atleta procura sempre o conselho do mestre ou instrutor e também a união com a família. Quando os alunos começam a treinar o muay thai, eles encontram a necessidade de esforço e de doutrina”, explica o instrutor, que há oito anos apura as técnicas e hoje já é graduado em azul claro com azul escuro. Para levar a doutrina do muay thai, ele é acompanhado de perto pelo mestre Gustavo Muniz.

Um dos momentos de maior empenho é a competição, que consiste em três rounds de dois minutos cada, com uso de capacete, caneleiras, luvas e protetor bucal. Contudo, o aluno só vai à competição com total preparação.

Muay thai na MaréArte marcial criada por monges é ensinada a atletas da Vila do João

(!)Treinos:Academia do Aroldo: R. Seis - Vila do João.2as, 4as e 6as pela manhãCusto: R$ 20 (para compra de materiais)Aceita alunos com 16 anos ou mais

(?)BrancoBranco / vermelhaVermelhaVermelha / azul claroAzul claroAzul claro / azul escuroAzul escuroAzul escuro / pretaPreta

As graduações:O aluno pode fazer o exame

de dois em dois anos

Alunos treinamna academiada Vila do João

Campanha mobiliza moradoresNo dia 6 de novembro, cerca de 100 moradores da comunidade e membros das instituições organizadoras participaram do lançamento da campanha “Somos da Maré e temos direitos”. O grupo visitou casas da Nova Holanda com o objetivo de mobilizar a população. Os morado-res receberam o folder da campanha e colaram o adesivo na porta de entrada de suas casas. Ao longo de novembro e dezembro, o material será distribuído de casa em casa nas 16 comunidades.

Leia as opiniões sobre a campanha, uma iniciativa inédita da Redes da Maré, do Observatório de Favelas e da Anistia Internacional.

“Nós sublinhamos que nossa ação não

é contra a polícia, nossa ação é a favor do

direito à segurança, que interessa a todas as

pessoas. Nós não admitimos que o direito

seja incompleto. A proposta é inverter a ideia

de que a favela é um receptor passivo das

ações do Estado. Não deve ser assim.”Átila Roque, diretor

da Anistia

Internacional

no Brasil

“Boa ideia esse ade-

sivo, importante. Sin-

to que o trabalho da

polícia é importante,

mas eles invadem a

casa das pessoas.

Desde que eles não

chutem a porta do

morador, está bom.”Senhor de 60 anos, há

40 na Maré

“Acho uma boa essa campanha porque eles invadem mesmo. Entram direto na casa da gente, pegam a gente despreve-nida, não dá.”D. Maria Augusta da

Conceição

“Uma vez meu pai acordou com a arma apontada para ele. Os policiais entraram do nada e revistaram a casa. Estão errados porque entraram sem permissão.”Relato de uma adolescente de 17 anos

“A campanha está certíssima

porque os policiais ultrapassam

o poder deles. Nós temos os

mesmos direitos e eu não

aceito eles entrarem dentro da

nossa casa assim. Eles nunca

assumem o lado deles.”Andréa Marinho

“Acho legal a campanha, mas vou ser sincera: se eles quiserem fazer ruindade, na hora não vai ter jornal para mostrar e eles vão fazer. Tomara que eles passem a respeitar.”Moradora que teve sua portaarrombada pela polícia

“Essa ação chama a atenção para

um lado importante do direito à

segurança pública, que é o papel do

morador, que pode contribuir para que

esse direito seja garantido. O receio

de alguns moradores de se colocar

diante dos policiais é justamente

porque esse direito sempre chegou

de maneira autoritária. Aqui não existe

cidadão de segunda classe.”Eliana Sousa Silva, diretora da Redes

“Os policiais são abusados, não

respeitam nossos direitos. Uma vez,

eu estava de resguardo pois tinha tido

bebê, eles bateram na minha casa,

mas eu demorei a atender porque tive

dificuldades de levantar. Eles socavam

a porta, reclamaram da demora e

quiseram ver foto do

meu marido. Estou

colocando o adesivo

da campanha para

ver se eles aprender

a ter educação.”Sueli Marmelo

“Somos moradores da favela, somos trabalha-dores. Não quero ser prejudicada pela polícia. A campanha é impor-tante para gente saber se defender. Precisamos ser respeitados.”D. Maria Rodrigues Araújo

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Qual é a sua COR? Rosilene Miliotti

Elisângela Leite

A sergipana Maria Rita Santos, aposen-tada e moradora da Nova Holanda, con-ta que já sofreu pre-conceito diversas ve-zes. ”Eu tinha uns 35 anos na época e fui fazer a unha de uma cliente na zona sul. Chegando lá, me diri-gi ao elevador social e o porteiro logo veio dizendo que eu deveria pegar o de serviço. Disse a ele que não existe isso de elevadores separados. Aí chegou o síndico per-guntando o que estava acontecendo e eu expliquei a ele. Ele aumentou o tom da voz e disse que o elevador social era só para os moradores. Pedi mais respeito, que ele baixasse o tom e disse que podia pegar o elevador social a hora que eu quisesse. Subi e cheguei ao apartamento da minha freguesa e falei tudo pra ela. O mari-do dela desceu e convocou uma reu-nião entre os moradores e falou com eles: ‘Essa senhora é amiga da minha esposa e na minha família não tem racismo. Ela é de cor e por isso não

pode pegar o elevador?’”, conta. Rita diz que várias vezes tentaram barrá-la no elevador.

Para a aposentada, ainda existe muito racismo no Brasil, partindo inclusive dos negros. “O homem negro, quando tem uma condição de vida melhor, não procura uma mulher negra. Ele quer a branca, a loira. Ele não casa com a raça. O Pelé, os artistas e

jogadores de futebol são exemplos disso”, observa.

Carlos André, estudante de direto, morador de Niterói e trabalhador na Maré, também já passou por várias situações de racismo, além de ter visto muitas outras pessoas sofrendo do mesmo crime (sim! Racismo é crime!). “Não é exagero, já sofri tanto com isso que em um momento da minha vida resolvi, de uma vez por todas, levar para o lado da comédia toda essa agressão por questões de ‘segurança psicológica’ e porque precisava seguir minha vida. Além das situações em lojas de departamento, porta de banco e o famoso comparativo com os animais primatas, no período escolar, a mais absurda situação vivida por mim foi quando em uma festa de casamento, a filha do noivo parou em frente à mesa na qual eu estava sentado com meus amigos e disse que estava tudo

bem, exceto a escuridão naquele lado do salão. Falou isso me olhando com cara de raiva. Levantei imediatamente e fui em direção à delegacia. Só não registrei a ocorrência por conta da turma do deixa disso e pelo pedido emocionado do noivo”, lamenta.

A socióloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rosa-na Heringer, explica que o preconceito e a discriminação estão presentes nas socie-dades humanas, geralmente como uma reação de um determinado grupo a quem for “de fora”, a quem for “diferente”. Já o pre-conceito de negros contra negros também acontece porque os negros vivem e foram socializados na mesma sociedade em que o preconceito está presente; e eles mes-mos ouviram desde crianças que “negro é feio”, “negro é sujo” etc. “Por isso é tão importante educar as crianças e jovens com outra visão, para que eles não sigam reproduzindo esses preconceitos”, sugere.

No mês da Consciência Negra, ouvimos leitores e uma pesquisadora sobre igualdade, diferença, preconceito e cotas

Cota ou não, eis a questão

Quando o assunto são as cotas para o ingresso dos negros nas universidades, a polêmica aumenta ainda mais. Carlos é a favor, “pois a nação tem uma enorme dívida com o povo negro que ela acolhe”. Dona Rita, entretanto, pensa diferente. “Todos nós somos iguais. Por isso acho que não deveria ter distinção para entrar

na faculdade. Estudei apenas até a 5ª série e não continuei por falta de oportunidade. Eu sou contra ter uma quantidade de negros para entrar na faculdade”, conclui.

A professora Rosana lembra que as cotas foram adotadas depois de muitos anos de luta e mobilização do movimento negro, que sempre apresentou para a sociedade brasileira a bandeira da igualdade de

No Brasil, de cada 100 brancos, oito ganham mais de cinco salários mínimos. Entre os que se declaram pretos, somente dois em cada 100

estão nesta faixa de renda.

Dos 513 deputados federais, somente 43 se auto-declaram negros ou pardos. E

dos 81 senadores, apenas dois. Os dados foram divulgados pelo Inesc.

A população negra vem aumentando no Brasil. De acordo

com o Censo 2010, pretos e pardos são maioria e representam

97 milhões de brasileiros.

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

De cada 100 brasileiros de cor preta 34 ganham até um salário mínimo, ao passo que entre os brancos, somente 22 estão

nesta faixa de renda mais baixa.

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Programa infantil Dia 24 /11, sábado, às 18hEspetáculo teatral solo “A Árvore que Contava Sonhos” c/ Ilana Pogrebinschi, contadora de histórias e atriz.Uma flor que acaba de nascer encontra um menino para brincar. Entre uma brincadeira e outra, ele percebe que a flor não sabe que faz parte de uma árvore. Juntos eles descobrem que todos somos um.

Programa adulto Dia 25/ 11, domingo, às 18hEspetáculo de dança “100 gestos” com aCia Dani LimaDo que se trata um gesto? Ao buscar a resposta para esta e outras perguntas, a coreógrafa Dani Lima criou o espetáculo “100 gestos”, centrado no estudo sobre os movimentos e em seu papel na formação das subjetividades.

NOVEMBRO:Temporada Maré de Artes Cênicas

Dança contemporânea (12-18 anos) 18h30-20hDança de rua (Nível avançado) 20h-21h30Cineclube Maré Cine sempre às 17h30

Consciência corporal (a partir de 16 anos) 18h30-20hPercussão (Método O Passo) 20h-21h30

Introdução ao balé (a partir de 8 anos) 9h30-11h na RedesDança de rua (a partir de 10 anos) 17h-18h30

Consciência Corporal (7-12 anos) 18h30-20hDança criativa (7-12 anos) 18h30-20hDança contemporânea 20h-21h30

Introdução ao Balé (a partir de 8 anos) 17hs-18h30Dança de salão (a partir de 16 anos) 18h30-20h e 20h-21h30

OFICINAS REGULARES

2as

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4as

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6asR. Bitencourt Sampaio,181 Nova olanda

(21) 3105-7265

Confira a programação no local ou pelo telefone: 3105-7265 (de segunda a sexta, de 14h às 21h30)

ENTRADA FRANCA

PROGRAMAÇÃO

Cineclube RABIOLATodas as sextas, às 16h30O melhor do cinema infantil e infantojuvenil com muita diversão, pipoca e guaraná!Em novembro:16/11- Meu Malvado Favorito23/11 - Pokémon30/11 - Toy Story 3

Favela Rock 16/11, às 21hTributo a Renato Russo, com a banda 7 Cidades

Forró na Lona 23/11, às 21hCom o grupo Os Três Forrozeiros

Biblioteca Popular Municipal Jorge AmadoDe segunda a sexta-feira, das 9h às 17hAo lado da Lona Cultural Municipal Herbert Vianna e atende a toda a comunidade do

Complexo da Maré. Além de um amplo acervo, a biblioteca oferece brinquedoteca, gibiteca e empréstimo domiciliar, além de

diversas oficinas.

Consulte a programaçãode shows em

www.redesdamare.org.br

R. Ivanildo Alves, s/n - Nova Maré - Tels.: 3105-6815 / [email protected]

FACE: Lona da Maré - ORKUT: Lona Cultural da Maré - Twitter: @lonadamare

cultura

OFICINAS REGULARESViolão & Cavaquinho

2as - 15h às 17h3as - 18h às 20h

Circo 2as - 15 às 17h e 4as - 15 às 71h

Percussão2as e 3as - 9h às 11h30

Gastronomia4as - 9h às 12h e 13h às 16h

Gastronomia Cidadania4as - 13h às 15h

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Feijoada de frutos do mar da JuremaIngredientes:1 kg de camarão graúdo1 kg de badejo ou dourado½ kg de carne de siri1 kg de feijão mulatinhoTrês maços de coentro

Tempero:2 cebolas2 pimentões1 cabeça de alho grandeSal e pimenta a gosto

Modo de preparar:Tempere e cozinhe o peixe, o camarão e o siri, separadamente;Lave a casca do camarão, bata no liquidificador, deixe escorrer e peneire; Coloque o feijão para cozinhar com o caldo da casca de camarão;Depois do feijão cozido, misture os frutos do mar e refogue com alho, coentro, pimenta e sal a gosto.

O segredo está no coentro; por isso, ele tempera tanto os frutos do mar quanto o feijão. Dica da Jurema: Com feijão mulatinho o prato fica melhor. O feijão branco, se ficar muito cozinho, desmancha todo. Serve 20 pessoas. Fabíola Loureiro

oportunidades. As cotas passaram a existir mais de 100 anos após a abolição da escravidão de pessoas de origem africana. O fim da escravidão aconteceu sem nenhuma política de inclusão socioeconômica do negro livre, que até então sequer podia estudar.

“Considero que as cotas raciais são importantes porque partem do princípio de que o país reconhece que houve injustiça em relação aos negros no Brasil e que isso precisa ser reparado de alguma forma. O Brasil precisa de um projeto de igualdade racial. Acredito que só vamos avançar do ponto de vista do desenvolvimento econômico, humano e social se encararmos de frente essa questão e criarmos meios para diminuir estas desigualdades”, ressalta Rosana.

Porém, a estudante de publicidade, Ana Carolina Oliveira, moradora da Baixa do Sapateiro, não acha certo ter que existir cotas. “Tenho a impressão de que

Os negros foram mais da metade (54%) dos inscritos no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em novembro, segundo o Ministério

da Educação. A distribuição por raças é um dos recortes previstos

na nova Lei de Cotas para ingressar nas universidades públicas federais.

20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, dedicado a

refletir sobre a condição do negro na sociedade brasileira.

querem dizer que, por sermos negros, temos menos capacidade de entrar para o mundo acadêmico”.

Rosana explica que esse tipo de pensamento é muito comum no Brasil e evidencia o ideal de uma sociedade igualitária, baseada exclusivamente no mérito e nas características de cada indivíduo. Esse pensamento nos foi ensinado desde que éramos pequenos, mas não é a realidade do Brasil. “É claro que este ideal é importante e iremos sempre buscar realizá-lo, mas o fato é que hoje há uma linha de cor no Brasil que divide em grande medida as pessoas segundo suas oportunidades e chances de sucesso na vida. Ainda assim, a maioria das pessoas acredita no mérito e nas chances iguais para todos, e por isso acreditam que não deve haver distinção nem cotas”. Mas a realidade não é essa, por enquanto. As cotas podem contribuir para que assim seja no futuro.

TeatroSábados - 10h às 12h

Dança de salãoSábados - 18h às 20h

Grafite & desenhoSábados - 12:30h às

13:30hConstrução de brinquedosSábados - 13:30 às 14:30h

Contação de históriaSábados - 14:30 às 15:30h

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Herbert ViannaLona cultural

PROGRAME-SE !TODA A PROGRAMAÇÃO É GRATUITA !

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Diogo Fernandes

Um mineirinho estava caminhando, viu uma lâmpada e esfregou-a; vem um Gênio concedendo 3 desejos. O mineiro pensou e falou:- Eu quero um queijo!E o gênio deu o queijo. E disse:- Qual o 2º pedido?- Hmmmm... me dá outro queijo!!- Tem certeza?- Tenho sim!

pra maré participar do maré

todos os meses! Garanta o seu jornal da sua

comunidade!Busque um exemplar na Associação de Moradores

o mineiro é um gênio! Loira em apuros

Esse menino vai longe!

Esbanjando alegria

Com apenas 11 anos de idade, Tobias já demonstra ter dom para desenhar. Ele é morador da Nova Holanda, aluno da Escola Municipal Hélio Smidt e tem aulas de grafite com o Felipe Reis.

Essa família simpática estava toda sorridente outro dia em frente à Redes, quando um deles pediu para ser fotografado para o Maré. Topamos na hora! Apresentamos a todos Lucielma Rodrigues (de blusa preta) com seus três filhos: Antônio, Vitória (de azul) e Ana Cristina (na ponta da direita). A família mora na Nova Holanda e esbanja alto-astral.

Silvia Noronha

Silvia Noronha

A loira estava tendo problemas com a impressora e ligou para a assistência técnica, fazendo voz que entendia do assunto:— Oi, moço. A minha impressora pifou!— Ela é colorida ou preto e branco?— Hum… Nenhum dos dois, moço!— Nenhum dos dois? Como assim? — perguntou o técnico.— na verdade Ela é meio bege...

E o gênio deu o 2º queijo e disse:- Agora preste muita atenção no que vai pedir! Qual é o 3º?- Eu quero uma muié!E o gênio deu a mulher mas, por curiosidade, perguntou:- Desculpe, mas o que vai fazer com uma mulher e dois queijos?- É que eu fiquei com vergonha de pedir outro queijo!!