Ceiaa Caderno Do Antropologo

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Olhei ao redor: a fonte, a prefeitura, o mercado e busquei me transportar para aquelas antigas imagens, tentando reconstituir em minha mente aquele espaço: caminhei de um canto ao outro, encontrei em meus pensamentos, a doca das frutas e o caminho do bonde. A população que hoje circula distante do lago, nestas antigas imagens relacionavam-se diretamente com ele, pois naquele tempo, o mesmo tomava conta deste espaço, cercando quase que todo o mercado. Onde hoje fica o terminal de ônibus Parobé, havia a antiga doca das frutas. A Av. Mauá e a Av. Siqueira Campos ainda não existiam, pois o lago estendia-se quase que até as portas do mercado. As atividades da população portoalegrense neste período eram essencialmente voltadas para o Lago “Rio Guaíba” . Voltei a caminhar seguindo em direção ao cais, pela a Av. Mauá. O movimento e o barulho de automóveis era intenso. Cheguei a Praça da Alfândega ou antiga Praça da Quitanda (onde, outrora

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CADERNO SOBRE ANTROPOLOGIA.

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Olhei ao redor: a fonte, a prefeitura, o mercado e busquei me transportar para aquelas antigas imagens, tentando reconstituir em minha mente aquele espaço: caminhei de um canto ao outro, encontrei em meus pensamentos, a doca das frutas e o caminho do bonde. A população que hoje circula distante do lago, nestas antigas imagens relacionavam-se diretamente com ele, pois naquele tempo, o mesmo tomava conta deste espaço, cercando quase que todo o mercado. Onde hoje fica o terminal de ônibus Parobé, havia a antiga doca das frutas. A Av. Mauá e a Av. Siqueira Campos ainda não existiam, pois o lago estendia-se quase que até as portas do mercado. As atividades da população portoalegrense neste período eram essencialmente voltadas para o Lago “Rio Guaíba” .

Voltei a caminhar seguindo em direção ao cais, pela a Av. Mauá. O movimento e o barulho de automóveis era intenso. Cheguei a Praça da Alfândega ou antiga Praça da Quitanda (onde, outrora comerciantes e quitandeiros se reuniam para vender seus produtos) e observei a arquitetura daqueles diversos prédios antigos que mais parecem “bolos de noiva” imensos. Novamente volto às minhas coleções de fotos, busco nas imagens os antigos prédio. ___ ___ _ .

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O prédio da Alfandega e posteriormente da Delegacia Fiscal abriga hoje, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o prédio dos Correios e Telégrafos, ou melhor, Telegraphos com ph é hoje o Memorial do Rio Grande do Sul, a velha sede do Banco Sul Brasileiro e depois Banco Meridional agora abriga o também banco, Santander Cultural. Fotografo os prédios, a paisagem, o movimento: pessoas trabalhando, outras sentadas, muitos homens jogando dama (com direito a plateia), eu percebo até mesmo um flerte, um velhinho dá migalhas aos pombos e há também aqueles que andam por ali como se este fosse somente um corredor de passagem, para chegar em seus destinos. Percebo que mais pessoas também possuem câmeras em suas mãos buscando enquadrar aquelas belas e antigas arquiteturas, pois este espaço há algum tempo é considerado o centro histórico da cidade e, por conseguinte, um importante espaço turístico da capital. Indago-me: De que forma a revitalização do Cais atingirá este espaço intrinsecamente ligado ao Porto? .