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MARÇO 2006 ANO XX Nº 708 SEG 20 TER 21 QUA 22 QUI 23 SEX 24 SÁB 25 DOM 26 sintufrj.org.br [email protected] CELEBRAÇÃO CELEBRAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL Às 14h desta terça-feira, dia 21, no Salão Azul, no prédio da Reitoria PAUTA: 28%, com a presença do assessor jurídico Dois símbolos de saber, luta e pai- xão na história da UFRJ foram cele- brados na sexta-feira. O professor Ho- rácio Macedo e o auditório do Roxi- nho. O auditório foi reinaugurado – com palestra de Ferreira Gullar – e agora integra o pequeno complexo que compõe o Centro Cultural Horá- cio Macedo, construído no CCMN. Pá- ginas 11 e 12 Sexta-feira, 17 de março de 2006 ONTEM Flagrantes da história O reitor com Gullar e com a decana do CCMN, Ãngela. Homenagem à Marlene e Ana Maria falando em nome do SINTUFRJ

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MARÇO 2006 ANO XX Nº 708 SEG 20 TER 21 QUA 22 QUI 23 SEX 24 SÁB 25 DOM 26 sintufrj.org.br [email protected]

CELEBRAÇÃOCELEBRAÇÃO

ASSEMBLÉIA GERALÀs 14h desta terça-feira, dia 21, no Salão Azul,no prédio da ReitoriaPAUTA: 28%, com a presença do assessor jurídico

Dois símbolos de saber, luta e pai-xão na história da UFRJ foram cele-brados na sexta-feira. O professor Ho-rácio Macedo e o auditório do Roxi-nho. O auditório foi reinaugurado –com palestra de Ferreira Gullar – eagora integra o pequeno complexoque compõe o Centro Cultural Horá-cio Macedo, construído no CCMN. Pá-ginas 11 e 12

Sexta-feira, 17 de

março de 2006

O N T E M

Flagrantes

da história

O reitor com Gullar e com a decanado CCMN, Ãngela. Homenagem àMarlene e Ana Maria falando emnome do SINTUFRJ

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doispontos

JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Antonio Gutemberg Alves do Traco, Neuza Luzia e Gerusa Rodrigues / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenaçãode Comunicação / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. Estagiária: Renata Souza / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto/ Diagramação: Luís Fernando Couto, Caio Souto / Assistente de Produção: Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko Júnior / Revisão: RobertoAzul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aoscuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels: 2560-8615/2590-7209 ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

O Jornal do SINTUFRJ seconsolidou como ferramen-ta indispensável na propaga-ção das lutas da categoria,prestando serviço e escre-vendo o dia-a-dia da históriada UFRJ. Para isso, procuraestá sintonizado com a lutados sindicalizados e com ocotidiano da universidade.Os fatos que se desenrolarama partir do incêndio no Insti-tuto de Biologia, portanto, foifoco natural da nossa cober-tura, uma vez que envolveudestruição de patrimônio daUFRJ. Em relação à nota en-viada à redação, que publi-camos ao lado, tempos a es-clarecer:

1 – O assunto foi tratadona edição nº 707, na matéria“Incêndio na Biologia”, publi-cada na página 8 e que trouxecomo subtítulo a frase “Labo-ratório é completamente des-truído e manutenção do CCSé criticada”;

2 – No texto, não existeuma vírgula que acuse “ostrabalhadores do Serviço deManutenção do Centro deCiências da Saúde CCS/

Patrimônio da categoriaUFRJ”. A afirmação “manu-tenção do CCS é criticada”não particulariza os trabalha-dores da manutenção doCCS, como quer fazer crer anota enviada ao jornal;

3 – O texto não traz “con-clusões infundadas”, porquea matéria não apresenta con-clusões. Ela é descritiva dofato (o incêndio) e reproduzdeclarações de personagensque participaram de umareunião realizada no SalãoAzul no dia 8 para tratar doassunto;

4 – As conclusões, quan-do aparecem, são feitas porparticipantes da referida reu-nião, como a feita pelo chefede departamento, professorAntônio Solé (em destaquena imagem ao lado);

5 – Os profissionais doJornal do SINTUFRJ sãoorientados para perseguir origor e a precisão da infor-mação, trunfo da credibili-dade conquistada pelo veí-culo dos trabalhadores daUFRJ, instituição públicaem que a transparênciadeve prevalecer como va-lor inarredável.

Gostaria de colocar em discussão uma questão relativaao VBC que, com certeza, é do interesse de uma grandeparcela da categoria. Após ler atentamente a matéria “Dire-ção do Sindicato e funcionários discutem o VBC”, publica-da no Jornal do SINTUFRJ nº 706, de março/2006, pude cons-tatar que existe dentro da categoria um certo preconceitoem relação aos funcionários técnico-administrativos de ní-vel superior, talvez por sermos a minoria. A proposta da FA-SUBRA de piso salarial de 10 salários mínimos para o nível Eparece ter deixado alguns companheiros um pouco confu-sos, talvez por não terem conhecimento do mercado de tra-balho fora da esfera pública. A alegação destes companhei-ros é de que este piso “distanciaria o nível superior dos demaisníveis” e de que “não adianta o nível superior querer se distan-ciar do conjunto da categoria”. Ora, esta alegação me pareceum tanto quanto fora de propósito. Sabemos que na inicia-tiva privada este é o piso salarial, por exemplo, para umengenheiro em início de carreira, enquanto que o piso sala-rial para um funcionário com formação básica não chega a 2salários mínimos. Além disso, em vários outros órgãos fede-

Prezada equipe do Jornal do SINTUFRJ

rais funcionários de nível superior, que desempenham mui-tas vezes as mesmas funções que nós, recebem muito maisdo que esse piso de 10 salários mínimos.

Ao longo dos últimos anos os salários dos funcionários denível superior das IFES sempre estiveram muito achatados,chegando mesmo a se equipararem em alguns casos ao nívelmédio, o que, a meu ver, é um desestímulo ao aperfeiçoamen-to profissional do servidor. Assim, podemos considerar queuma grande parcela dos funcionários de nível médio pode seconsiderar privilegiada, já que se estivessem na iniciativa pri-vada com certeza estariam recebendo menos do que aqui naUFRJ. Quero deixar bem claro que não sou contra este fato,mas por que os funcionários de nível superior, que estão comos salários achatados ao longo de tantos anos e que tiveramuma perda real de salário com a implantação desta nova tabe-la em janeiro de 2006, não têm o direito pelo menos de seaproximar da realidade salarial do mercado? Será que somosmenos competentes do que os demais?

GrataNadir de Brito Sanches – Enga. Química-UFRJ/IMA

Ao Jornal do SINTUFRJ:

NO TRECHO em destaque, críticas feitas pelo professor à manutenção do CCS

NOTA DE PROTESTO DA MANUTENÇÃO DO CCSOs trabalhadores do Serviço de Manutenção do Centro de Ciências da Saúde-CCS/UFRJ, reunidos hoje,

no Auditório Hélio Fraga, vêm à público esclarecer que cumprem seus deveres com responsabilidade,dedicação e respeito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Todas as Unidades pertencentesao CCS(são 25, incluída a Decania) são atendidas pelos servidores da Manutenção, que se sentem desres-peitados e agredidos, pela matéria publicada no Jornal do SINTUFRJ de 14 de março/2006; ano xx; nº 707) àcerca de um incêndio, em um laboratório do Instituto de Biologia. Irresponsavelmente, antes do laudotécnico(segue anexo), foram tiradas conclusões infundadas. Desta forma, solicitamos um desagravo porparte do SINTUFRJ; que seja punido o responsável pela matéria desrespeitosa e que o Jornal do SINTUFRJpublique essa nota.

Rio de Janeiro, 16 de março de 2006.

Gostaria de parabenizá-los pelas reportagenssobre a atuação dos técnicos-administrativoscomo pesquisadores na UFRJ.

Principalmente pela proposta de publicaruma série destas.

Através dessas reportagens podemos dimi-nuir as discriminações que sofremos no meio aca-dêmico.

Como membro representante dos técnicos-administrativos no CEPG, gostaria de entrar emcontato com esses pesquisadores para que elesparticipem e reforcem nosso coro para que nossaparticipação seja legítima e reconhecida na pós-graduação na UFRJ.Atenciosamente,

Claudia Motta

Programa de Pós-Graduação em Informática – UFRJNCE/UFRJ

CARTAS

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MOVIMENTO

A Plenária Nacional da Fa-subra – realizada nos dias 10e 11 de março, que contou com117 delegados representando35 entidades – analisou a gre-ve deflagrada em 17 de agos-to. Os 116 dias da greve, seusdesdobramentos e resultados,foram analisados de formacrítica na procura de liçõespara evitar novos equívocosdiante dos desafios constan-tes para organização e para aconstrução das lutas neces-sárias para fortalecer a cate-goria.

HISTÓRICO CRÍTICO – Agreve de 2005 foi deflagradacom o objetivo de garantir re-cursos no Orçamento para re-solução do VBC, a segundaetapa da Carreira e demaisitens da pauta. Já nos primei-ros dias, por pressão do mo-vimento, o governo apresen-tou formalmente ao Coman-do Nacional da Greve, atravésde documento assinado pelosecretário-executivo do MEC,Jairo Jorge, na presença dabancada de parlamentares,Andifes e delegados, propos-ta concreta de resolução doVBC, mesmo que de formatemporária. Consistia na nãoabsorção do VBC, de recursopara a segunda etapa de en-quadramento e instalação demesas de negociação com ca-lendário para os demais itensde pauta.

O CNG não aceitou a pro-posta e as condições apresen-tadas pelo governo, e come-teu um erro histórico ao des-credenciar o MEC como in-terlocutor, posteriormentecorrigido no amadurecimen-to do debate e afirmado pordiversas vezes, reconhecen-do o MEC como legítimo in-terlocutor no processo de ne-gociação. Mesmo assim, ainabilidade e a intransigên-cia do governo em não nego-ciar com o movimento emgreve imputou ao CNG 35dias de paralisia, que contri-buiram para a morosidade doprocesso de retomada de ne-gociação.

Por outro lado, o CNG nãofez nenhuma avaliação do

• Realização do Semi-nário Nacional sobre Ter-ceirização e Prestação deServiços. Os resultadoscontribuirão para a dis-cussão e tomada de posi-ção no grupo sobre ter-ceirização.

• Apresentação ime-diata, através da Comis-são Nacional de Super-visão da Carreira, daconclusão dos trabalhosrelativa à racionalizaçãodos cargos.

• A Fasubra deve tra-balhar nos GTs alternati-vas de resgate dos valo-res do VBC, segundo al-teração da Lei nº 11.091,para que estes valorespossam ser absorvidos natabela (a partir de evolu-ção do step) de formaparcelada.

A Plenária Nacional daFasubra aprovou algunsencaminhamentos para acampanha salarial desteano. Entre eles estão: defi-nição de política salarial;recuperação das perdas dejaneiro de 1995 a dezembrode 2005, tendo por parâme-tro os índices do Dieese; in-vestir na construção doprocesso de negociaçãocoletiva no serviço públicoe da Mesa de Diretrizes dePlanos de Carreira. A Fasu-bra deve contribuir para arevitalização da CNESF epropor um dia nacional deluta em abril.

D E S D O B R A M E N T O SDOS GRUPOS – No campoespecífico, foi decidido que,

Plenária faz avaliação da greve

Outras

deliberações

Balanço afirma que CNG cometeu erro histórico ao descredenciar o MECFoto: Niko Júnior

CRÍTICAS. A Plenária Nacional da Fasubra, em documento oficial, afirma sobre a greve que,ao não aceitar as condições propostas pelo governo, acabou cometendo um erro histórico,descredenciando o MEC como interlocutor. Acima, funcionários da UFRJ participam de umadas muitas assembléias realizadas no curso da greve que durou mais de 100 dias

momento conjuntural que opaís passava e dos cenáriosapresentados nos desdobra-mentos da greve que pode-riam balizar as decisões, bus-cando garantir as conquistaspara a categoria. A falta deunidade na ação, a compre-ensão diferenciada do ele-mento motivador da greve ea disputa fratricida da dire-ção do movimento represen-tado pelo CNG prejudicaramo êxito das negociações.

AÇÃO OFENSIVA – Diantedo quadro, a Fasubra decidiuassumir o seu papel histórico,resgatando a capacidade deser protagonista num proces-so de negociação. Como tam-bém, desenvolver uma açãoofensiva da mesa, com pro-postas que dêem conta dosinteresses da categoria. Deci-diu ainda investir no proces-so de mobilização e na nego-ciação através dos grupos detrabalho instalados no MEC ena mesa setorial de negocia-ção e junto à CNESF, na reto-mada da Mesa Nacional deNegociação Permanente dosServidores Públicos e na de-flagração da Campanha Sala-rial do funcionalismo.

paralelamente às reuniõesdos grupos de trabalho doMEC e da Fasubra, a Fede-ração deve cobrar reuniãocom o secretário-executivodo MEC, Jairo Jorge, paradiscutir desdobramentosdos trabalhos do GT, daComissão Nacional de Su-pervisão da Carreira e Hos-pitais Universitários.

A Fasubra deve apre-sentar propostas na Comis-são Nacional de Supervi-são da Carreira, no GT dereestruturação da tabela, debenefícios, de racionaliza-ção e terceirização e cobraro cumprimento do prazode trabalho dos grupos ins-tituídos, conforme acorda-do com o Governo na mesade janeiro de 2006.

Campanhasalarial na pauta

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CURSO

O Centro de Letras e Artes(CLA) inicia suas atividadesem 2006 oferecendo gratui-tamente à comunidade e aopúblico externo um curso quepropõe uma releitura do sé-culo XX, através de aborda-gens da arte e da cultura, masdentro do contexto socioeco-nômico e político desses anosque tanto marcaram a vidados brasileiros. Os interessa-dos têm até o dia 30 de marçopara se inscrever, bastandopara isso preencher a fichaque acompanha o folder dedivulgação, destacando-a eentregando-a em um dos lo-cais indicados. A iniciativa tempor objetivo estimular a prá-tica de estudos interdiscipli-nares, contribuindo para aformação cultural dos profes-sores, técnicos-administrati-vos, estudantes e profissionaisde diferentes áreas do conhe-cimento, com formação de 2ºgrau completo.

“O século XX e suas inter-faces: arte e cultura no Bra-sil” vai traçar um panoramadas diversas manifestaçõesartísticas que marcaram es-tes cem anos, procurandoabordar o fenômeno artísti-co em suas diferentes lingua-gens: artes plásticas, arquite-tura, literatura e música. Ocurso que começa em abril éestruturado em três módulos,com palestras semanais pro-feridas por professores decada unidade do CLA (Escolade Belas Artes, Escola de Mú-sica, Faculdade de Arquitetu-ra e Urbanismo e Faculdadede Letras), especialistas noconteúdo correspondente.Após cada módulo, os pales-trantes realizarão uma mesa-redonda, possibilitando odebate de idéias entre as di-ferentes áreas.

CONTEXTO HISTÓRICO –O curso invocará passagensda intensa vida nacional noséculo XX, seja na política, naeconomia, nas artes, nos es-portes e nos costumes. Sécu-lo em que a sociedade viven-

CLA propõe uma viagemà cultura do século XX

ciou um processo vertigino-so de urbanização e indus-trialização, rompendo comum passado rural e escrava-gista. As artes foram marca-das por novas linguagens ar-tísticas e o aparecimento deum elenco numeroso e preci-oso de artistas responsáveispelo aprofundamento de umaidentidade cultural brasileira,principalmente a partir da Se-mana de 22. Quem conseguiruma das 120 vagas para essaviagem cultural pelo século XXcom certeza não vai se arre-pender. Sempre às quartas-feiras, das 14h às 17h, no au-ditório Carlos Drummond de

Andrade, na Faculdade de Le-tras, no campus do Fundão.

CalendárioAbertura, dia 5/4, pelo di-

retor da Faculdade de Letras,Ronaldo Lima Lins. Painelhistórico, social e cultural doBrasil no século XX.

PRIMEIRO MÓDULO: Osanos de ruptura – Anteceden-tes do Modernismo. A Semanade 22: a procura de uma iden-tidade nacional brasileira.

PalestrasDia 12/4: Literatura – Dau

Bastos (professor adjunto/

FL). Panorama das vanguar-das européias: futurismo, ex-pressionismo, cubismo, da-daísmo e surrealismo. A ca-nabalização do espírito novopelos nossos modernistas,conforme se constata nospoemas de Lira paulistana(1922), na prosa de Memó-rias sentimentais de João Mi-ramar (1924), no ensaio A es-crava que não é Isaura (1925)e no Manifesto antropológi-co (1928), entre outros textos.

19/4: Artes Pásticas – IsisFernandes Braga (professoraadjunta da EBA e coordena-dora de Graduação/CLA). Aexposição do Modernismo

como resultado do movimen-to renovador ocorrido na dé-cada de 20 e seus anteceden-tes. Lazar Segal, Anita Malfatie Victor Brecheret. A conjun-ção de intelectuais de todasas áreas – Mário de Andrade,Oswaldo de Andrade, GraçaAranha, Menotti del Pichia –que culminou com a Semanade Arte Moderna de 22, desta-cando Di Cavalcanti, Vicentedo Rego Monteiro, OswaldoGoeldi, Zona Aita, John Graz eTarsila do Amaral.

26/4: Arquitetura e Urba-nismo – Roberto Segre (pro-fessor titular visitante/FAU/PROURB). A hegemonia daAcademia até o início dosanos vinte: Archimedes Me-mória, Heitor de Mello e Ra-mos de Azevedo. A presençada arquitetura na Semana de22 em São Paulo e na Exposi-ção do Centenário do Rio deJaneiro. O estilo neocolonialcomo procura de renovaçãoestética: José Marianno Filhoe Lúcio Costa. O CongressoPan-Americano de Arquitetosem 1930. Flávio de Carvalhoe Gregory Warchavchik.

3/5: Música – Sonia MariaVieira (professora adjunta ediretora do Setor Artístico eCultural/EM). Precursores donacionalismo musical brasi-leiro. A música popular urba-na e seus mestres. Os român-ticos. Heitor Villa-Lobos e onacionalismo. A Semana deArte Moderna de 22.

8/5: Mesa-redonda.

SEGUNDO MÓDULO: Opensamento modernista. A for-mação de grupos de artistas: aexperimentação de novas lin-guagens. A ruptura torna-se tra-dição: a consolidação de umpensamento moderno no Brasil.

TERCEIRO MÓDULO: Após-modernidade. Continui-dade e crise do MovimentoModerno no Brasil. Anos 60 edécadas subseqüentes: os mo-vimentos artísticos e seus des-dobramentos.

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BENEFÍCIO

Projeto de lei encaminhado pelogoverno e em tramitação no Con-gresso torna mais próximo da reali-dade a implantação da saúde com-plementar para os servidores. O pro-jeto altera a redação do RJU (RegimeJurídico Único), regulamentando aassistência médica do servidor. Oponto fundamental do projeto é queele determina dotação orçamentáriaespecífica para este fim. Na reuniãodo grupo conjunto de trabalho daFasubra e do MEC sobre Benefício,dia 13, em Brasília, o representantedo MEC, Marco Aurélio, informouque foram previstos no Orçamentode 2006 R$ 35,00 por vida cadastradae que o servidor deverá entrar, a tí-tulo de contrapartida, com um per-centual que dependerá do tipo deconvênio contratado. Ressaltou quedos procedimentos seletivos, con-sultas e exames que não passam peloserviço de urgência serão cobradosum percentual do valor determina-do pela tabela da Associação Médi-ca Brasileira (AMB). Segundo o re-presentante do MEC, o Ministério doPlanejamento deverá contratar asempresas de autogestão disponíveisem cada estado para que a IFE pos-sa fazer opção por uma das empre-sas disponíveis e então proceder àadesão ao seguro saúde.

Segundo a Pró-Reitoria de Pes-soal, a UFRJ acompanha com enor-me expectativa a tramitação do pro-jeto de lei. O superintendente Rober-to Gambine observou que já em 2003a UFRJ, em conjunto com a DVST,promoveu um seminário em que foicriada comissão para tratar da saúdedo trabalhador e que também tratoude projeto de saúde complementarpara os funcionários da Universida-de. De acordo com ele, ainda nestaépoca, o reitor Aloísio Teixeira solici-tou ao Ministério do Planejamentoorçamento específico para viabilizaro programa. Levantamento desta co-missão, em 2003, mostrou que o cus-to médio por cabeça para um planode saúde poderia ficar em cerca de R$90, independentemente da faixa etá-ria. Na última vez que esteve em Bra-sília, Aloísio Teixeira debateu o as-sunto no Ministério do Planejamen-to, discutindo formas de implanta-

Assistência à saúdemais próxima

Projeto delei emtramitaçãono Senadofixa dotaçãoorçamentáriaespecíficapara asaúde

Redação do artigo 230 do PL

“Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de suafamília compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psico-lógica e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de açõespreventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada peloSistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade aoqual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ouainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor des-pendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensio-nistas com plano de saúde ou seguro-saúde, na forma estabelecida emregulamento.

(...) § 4º – O Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil fixará anual-mente, no âmbito do Poder Executivo, mediante portaria, o valor básicomensal do ressarcimento por beneficiário a que se refere o caput desteartigo, de acordo com a dotação específica consignada no Orçamento daUnião, com o número total de beneficiários e com a remuneração dosservidores. (...)

ção de um programa de adesões. Aimpressão que o reitor trouxe de Bra-sília é a de que o governo está empe-nhado na implantação da assistênciaà saúde do funcionalismo.

O Projeto de Lei de Conversão nº3, de 2006, se encontra, no momento,no Senado e é proveniente da Medi-da Provisória nº 272, de 2005, quealtera leis sobre estruturação ou re-estruturação de carreiras na área daPrevidência. A MP, que teve como re-lator na câmara federal o deputadoNelson Pelegrino, foi acrescida doartigo 9º, que altera o artigo 230 daLei nº 8.112 (de 11 de dezembro de1990), que passa a ter em sua redaçãoelementos que regulam a assistênciaà saúde e destinam dotação orçamen-tária específica para este fim. A Andi-fes informou que os reitores solicita-ram ao presidente do Senado, RenanCalheiros, apoio e urgência na trami-tação da medida.

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ASSÉDIO MORAL

A desqualificação técnicae moral a que foi submetidoo técnico-administrativoJúlio d’Assunção pelosprofessores /coordenadoresde programa da Coppe,Marcello Luiz Rodrigues deCampos e Alexandre PintoAlves da Silva, vai ter que serreparada na Justiça. Ojurídico do SINTUFRJ estáestudando providênciasnecessárias para entrar comação judicial contra osresponsáveis pelashumilhações impostas aofuncionário. A primeira

Depois de 20 anos na Co-ppe, sendo que os últimos 10como responsável pelo de-senvolvimento do site dos 12programas da unidade, o en-genheiro eletrônico comespecialização em webemas-ter, Júlio d´Assunção, foi pos-to à disposição “por limita-ções técnicas”, conforme in-formou por escrito MarcelloLuiz Rodrigues de Campos àPR-4. Desde fevereiro Júlioestá lotado no setor de Infra-Estrutura da Coppe, mas ain-da não sabe quais as suas atri-buições na nova equipe detrabalho.

O técnico-administrativoafirmou que depois da des-qualificação técnica por es-crito está passando por umprocesso de desqualificaçãomoral, pois virou assunto deconversas nos corredores ede reuniões da diretoria daunidade. Por isso ele não abremão da ação judicial por as-sédio moral. Júlio d’Assun-ção garante que não houvenenhum motivo que justifi-

Coppe: abusos continuam

Professor vai à Justiça

casse a humilhação que so-freu, a não ser sua efetiva par-ticipação na greve de cem diasda categoria em defesa da im-plantação da nova carreira.

PR-4 – Para o superinten-dente da PR-4, Roberto Gam-bine, o problema administra-tivo de Júlio d’Assunção játeria sido resolvido a partirdo momento em que o fun-cionário foi lotado em outrosetor da Coppe. Ao ser ouvidoem fevereiro, quando o Jornaldo SINTUFRJ publicou a pri-meira matéria sobre o assun-to, Gambine afirmara que, seficasse caracterizada retaliaçãoao funcionário (Júlio) por ade-são à greve, o assunto seriamais sindical do que instituci-onal, caso fique comprovadoque a perseguição ao técnico-administrativo foi pela suaadesão à greve.

Quem pôs o técnico-ad-ministrativo à disposição foio então coordenador de pro-grama da Coppe, professorMarcello Luiz Rodrigues, mascomo esta decisão foi manti-

da pelo seu substituto, pro-fessor Alexandre Pinto Alvesda Silva, este também seráalvo da ação judicial por as-sédio moral. Segundo depoi-mentos de vários outros fun-cionários da unidade, Ale-xandre da Silva se relacionamal com os trabalhadores econstantemente faz ameaçasde punição nos moldes daaplicada a Júlio.

Casos como o de Júliod’Assunção viraram rotina naCoppe. “O meu caso foi ex-posto, mas muita gente pas-sa por isso, e com a conivên-cia de toda a diretoria da Co-ppe. Indicadores de saúdedenunciam que a instituiçãoestá doente”, afirmou o téc-nico-administrativo combase no que a diretora da Di-visão de Saúde do Trabalha-dor da (DVST) UFRJ, VâniaGlória, já atestou. Segundoela, os trabalhadores da Co-ppe se queixam muito deproblemas emocionais pro-vocados pela relação com aschefias.

Na quarta-feira, 22, às13h30, terão que compa-recer à audiência públicana 7ª Vara Criminal do Riode Janeiro os ex-diretoresda Coppe, Segen Farid Es-tefen e Luiz Pinguelli Rosa,a atual diretora da unidade,Marilita Gnecco Braga, e ocoordenador do Programade Engenharia de Transpor-tes, Paulo Cezar Martins Ri-beiro. Eles foram denuncia-dos pelo Ministério PúblicoFederal pelo crime de pre-varicação: os quatro teriamdesobedecido a sentençasjudiciais que favoreceriamo professor Jorge AntônioMartins.

Desde 2001, Jorge An-tônio Martins briga na Jus-tiça para retornar às suasfunções de docente na pós-graduação do Programa de

Engenharia de Transporte(PET). O diretor que o afas-tou do PET, Segen Estefen,não cumpriu mandado desegurança de reintegraçãodo docente e, ao assumir adireção da Coppe em 2002,Luiz Pinguelli Rosa publi-cou portaria removendo oprofessor para o Programade Engenharia Civil. Foimais um descumprimentode ordem judicial pelamudança de lotação, alémde ser incompatível com aespecialização de Martins,segundo documento doMinistério Público assina-do pela procuradora daRepública, Neide Cardosode Oliveira.

TODOS OS ENVOLVI-DOS – Ainda segundo odocumento, outras deci-sões do Poder Judiciário

deixaram de ser cumpridasao longo de todos essesanos, inclusive uma açãoordinária da 11ª Vara Fe-deral de autoria de ex-alu-nos de Jorge Antônio Mar-tins no Programa de Enge-nharia de Transportes,para garantir o reconheci-mento da orientação pres-tada pelo professor na dis-ciplina que lecionava. Atéque em abril de 2005 foicelebrado Termo de Ajus-tamento de Conduta entreo Ministério Público Fede-ral, Martins, a professoraMilena Bodmer, a atual di-retora da Coppe, MarilitaGnecco Braga, e o coorde-nador do PET, Paulo CezarMartins Ribeiro, visandoàefetiva reintegração dodocente às suas antigas ati-vidades.

providência do Sindicato foienviar carta àSuperintendência de Pessoalda UFRJ denunciando o caso.A coordenadora sindicalDenise Góes também discutiuo problema com funcionáriosda Coppe. De acordo comAgnaldo Fernandes, tambémcoordenador-geral doSINTUFRJ, é necessário haverum combate ao assédio moral,que começa a se multiplicarno serviço público, a exemplodo que acontece no setorprivado.

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UFRJA última sessão doConselho de Ensino eGraduação (CEG), dia15 de março, foiocupada com adiscussão sobre oAlojamentoEstudantil da UFRJ.Os conselheirosreceberam relatórioentregue pela diretoraVeraluce Aguiar sobrea ocupação dosquartos – conformeresolução do colegiado– e fizeram umintenso debate sobrea situação dosestudantes doAlojamento. Adiscussão acabousendo provocadatambém pela entregade um abaixo-assinado dosestudantes doAlojamentoreivindicando comurgência uma políticaefetiva para aassistência estudantile melhores condiçõesde moradia.O abaixo-assinadodos estudantescontém inicialmentemais de 160assinaturas – osalojados prometempassá-lo em toda aUFRJ – e apresenta 15propostas, a maioriapara solucionar aprecariedade doprédio do Fundão.Outras reivindicaçõessão o bandejão,ampliação, assistênciamédica e inclusãodigital (internet).A situação doLaboratório deInformática, por suavez, foi apresentadaem relatório anexo, naqual os estudantesdenominam decalamitosa. Aspropostas foramresultado de umaassembléia realizadano dia 14, noAlojamentoEstudantil.

CEG debatealojamento

Abaixo-assinado deestudantes pedereformas urgentes

Reivindicações dos estudantes1 - Reforma Administrativa (abertura de um protocolo para que os pedidos de manutençãodo prédio sejam atendidos);2 - Reforma do Refeitório, para melhoria das condições de limpeza; fiscalização sanitária;melhoria na alimentação com acompanhamento de equipe técnica de nutricionistas comdistribuição eqüitativa em todos os horários dos alimentos oferecidos; funcionário alocadono Alojamento para controlar a quantidade e a qualidade dos alimentos recebidos, com aparticipação de uma comissão de estudantes;3 - Reforma do telhado, pois o prédio apresenta infiltrações;4 - Limpeza das caixas d’agua;5 - Reforma das instalações de água e eletricidade;6 - Gás encanado;7 - Controle sanitário predial;8 - Novos bebedouros e manutenção;9 - Reforma da Biblioteca (novos livros);10 - Reforma do videoclube (novos acervos);11 - Criação do Alojamento de transição para que aqueles estudantes que não conseguiramvaga possam pernoitar, quando for necessário por questões acadêmicas;12 - Ampliação do Alojamento, solicitação de novas vagas;13 - Bandejão para a UFRJ;14 - Presença de um médico, um cirurgião dentista, um assistente social e um psicólogo noAlojamento para atendimento.

TEMA RECORRENTE – Osproblemas em relação aoAlojamento e o questiona-mento da política de assis-tência estudantil são maté-rias recorrentes no CEG. OAlojamento tem apenas 504vagas e os estudantes da UFRJsão mais de 30 mil só na gra-duação. Os próprios conse-lheiros concordam que o pro-blema é crônico e histórico.Remete à estrutura inicial pla-nejada para a universidade,à definição de políticas de as-sistência que realmente con-templem o estudante de umauniversidade pública e a ou-tros problemas que atingema universidade pública. Eleselogiaram a iniciativa dos es-tudantes de apresentar a realsituação do Alojamento.

O conselheiro ErickssonAlmendra, recentemente em-possado diretor da EscolaPolitécnica, e integrante daCâmara Discente do CEG,considerou um absurdo anão construção de seis blo-cos para o Alojamento e ape-nas dois, como inicialmenteera previsto. Para ele, o Alo-

jamento faz parte de um dosprojetos mais importantes dedemocratização do ensino eé preciso saber as reais con-dições em que ele se encon-

tra, assim como as dos estu-dantes que lá moram

A conselheira técnico-administrativa Ana Maria Ri-beiro, que também faz parte

da Câmara Discente doCEG, foi aluna da UFRJ econhece bem a questão. “Aquestão do Alojamento nãoé de hoje. A realidade é di-versa e sua administraçãodifícil. O projeto inicial naUFRJ era de 5 e 6 prédios.Ao comentar a proposta dosestudantes para a criação deuma comissão para discutiro alojamento, Ana Mariapropôs que ela seja consti-tuída de forma paritária, se-gundo ela o caminho maisrepresentativo para garantira democratização das açõesna universidade.

DEFESA – O pró-reitor deGraduação, José RobertoMeyer, defendeu as ações daReitoria quanto à assistênciaestudantil e ao Alojamento.Destacou que em dois anos aUFRJ deu aos seus estudan-tes 4.500 bolsas, e que pode-ria até se dar ao luxo de fe-char o ano de 2005 com su-perávit, se não tivesse feitoum investimento pesado naassistência estudantil. Hoje,o valor de qualquer bolsa éde R$ 300,00. E acrescentou,dizendo que a universidadefechou o ano devendo e atéagora está funcionando semorçamento. “Estamos ope-rando sem um centavo, por-que o orçamento de 2006 ain-da não foi votado no Con-gresso.”

Quanto a outras ques-tões, Meyer disse que o pro-cesso de instalação da inter-net está em andamento eque a Pró-Reitoria tem feitoconvênios com unidades daUFRJ para atendimento mé-dico aos alojados. Inclusive,afirmou que acredita na sen-sibilidade do novo diretor doHU para o atendimento aosestudantes. Sobre o bande-jão, explicou que se tratavade assunto da AdministraçãoCentral, e que esta e algu-mas outras propostas reque-riam tratamento na Reitoriae no Consuni.

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DIREITOS

Na próxima semana desem-barcam no Ministério da Edu-cação (MEC) o reitor AloísioTeixeira, a coordenadora, ge-ral do SINTUFRJ, Ana MariaRibeiro, e uma comissão detrabalhadores de natureza es-pecial (NES). Eles vão parauma audiência com o secretá-rio-executivo do MEC, JairoJorge, com o objetivo de bus-car uma solução para o pro-blema do vínculo trabalhistadesses funcionários com a ad-ministração pública federal.São 268 trabalhadores, a mai-oria com quase 20 anos de tra-balho nas unidades hospita-lares da UFRJ, que estão nestasituação. A regularização fun-cional desses companheiros éuma luta empreendida peloSindicato há mais de dez anos.

Esta foi a decisão da reu-nião convocada pelo SINTU-FRJ com os NES e o reitor Alo-ísio Teixeira, na terça-feira,dia 14. Quase todos os traba-lhadores estavam presentes,lotando o salão do ConselhoUniversitário, que fica no se-gundo andar do prédio daReitoria. Participaram da dis-cussão os pró-reitores de Pla-nejamento e Desenvolvi-mento, Carlos Levi, e de Pes-soal, Luiz Afonso Mariz, e o

Reitor e trabalhadores vão se reunir com o secretário-executivo do Ministério da Educação

superintendente RobertoGambine. A coordenadora doSINTUFRJ, Ana Maria Ribei-ro, expôs o sentimento dosNES: são muitos anos de pro-messas e descaso.

AGENDA – Também ficoumarcada uma nova reuniãocom os NES, para avaliação doresultado da audiência no Mi-nistério da Educação. Será naterça-feira, dia 28, às 13h, nosalão do Conselho Universitá-rio. “Nosso interesse e empe-nho é para resolver o proble-ma. E achamos que ele podeser resolvido”, afirmou o rei-tor. De acordo com Aloísio Tei-xeira, que esteve na semanapassada, em Brasília, o secre-tário de Ensino Superior doMEC, Nelson Maculan, é “par-tidário da solução que vemsendo proposta para os NES, jáapresentada no parecer da Pro-curadoria da UFRJ”.

Mas segundo o reitor,embora o MEC seja simpáti-co a esta solução, é necessá-rio construir a proposta juntoao Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão(Mpog), instância do gover-no federal na qual todo servi-dor está ligado através do(Sistema de Informação daAdministração Pública (Sia-

pe) e que, portanto, é quemfará a regularização dos NES.Neste sentido, o reitor Aloí-sio Teixeira já solicitou umareunião com o secretário exe-cutivo do Mpog, Sérgio Men-donça.

A coordenadora-geral doSINTUFRJ, Ana Maria Ribei-ro, lembrou na reunião que oMpog já foi envolvido no pro-blema dos NES da UFRJ, eque foram realizadas váriasreuniões conjuntas com oMEC no ano passado. O SIN-TUFRJ entregou ao Mpog e

NES: comissão vai a Brasília

ao MEC o parecer do procu-rador da Universidade, masficou tudo parado. E maisuma vez frisou a necessidadede se resolver a situação pen-dente desses trabalhadores.

DÚVIDAS – Durante a reu-nião, alguns trabalhadoreslevantaram dúvidas sobre ossalários que estão receben-do, e o reitor recomendouque procurassem o SINTU-FRJ com seus contrachequespara que a entidade encami-nhe os problemas à PR-4. Se-gundo o superintendente de

Pessoal, pode ser que haja er-ros localizados. Houve aindaquem levantasse outras dú-vidas, como a do INSS, queserão encaminhadas e as res-postas dadas na próxima reu-nião.

Ao final da reunião foramescolhidos os nomes que irãorepresentar os NES na reu-nião em Brasília: RosangelaOliveira (PR-4); Dercival As-sis (HUCFF) e Susana MariaSoares dos Reis (IPPMG), ena suplência Simone Azeve-do (IDT).

Cerca de 200 alunos (foto) que vão cursar o Curso Pré-Vestibular do SINTUFRJ (CPV/SINTUFRJ) este ano partici-param da aula inaugural na segunda-feira, dia 13, no IFCS.Eles foram saudados pela coordenadora do Sindicato, VeraBarradas (que lembrou os 21 anos de tradição do CPV/SIN-TUFRJ), e pelo coordenador do curso, Darlan Montenegro.Darlan destacou que o curso, que é voltado para trabalhado-res, vai privilegiar a formação da consciência crítica. “Vamosestimular a capacidade de relacionar o conhecimento com opensamento crítico. Por isso é importante a participação decada um, para o funcionamento coletivo do curso. Espera-mos que vocês nos dêem retorno para que possamos corri-gir os possíveis erros, porque não há trabalho perfeito”,disse o professor.

Estudantes aprovados no vestibular deste ano e quecursaram o CPV/SINTUFRJ foram prestigiar a aula inau-gural. Entre eles Marco Antônio da Silva, de 27 anos, mo-rador da comunidade Vila do João, que fica no Complexoda Maré. Dependente do sindicalizado Antônio Irineu daSilva, que trabalha no Instituto de Psicologia, Marco vaicursar Geografia na UFRJ.

NA TERÇA. Reitor, representantes da PR 4 e dirigentes sindicais na reunião dos NES

Fotos: Niko Júnior

Aula inaugural do CPV

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Olhar mundialsobre a Educação

EDUCAÇÃO

Durante três dias (de 23 a26 de março) o município deNova Iguaçu abrigará pes-soasde várias partes do mundo noFórum Mundial da Educação,que se reunirão tendo comotema a Educação Cidadã. OGT-Educação dos funcionári-os da UFRJ lembra que o se-minário preparatório para oFórum se realizará nesta se-gunda-feira, 20, às 14h, na sub-sede do HU. O objetivo do se-minário é subsidiar a delega-ção dos técnicos-administrati-vos da UFRJ – a participação épré-requisito para integrar adelegação – para o FME-NI.Na programação, conferênciacom a pró-reitora de Extensão,Laura Tavares, que também épalestrante do Fórum.

A busca de garantias dosdireitos sociais para todos osseres humanos por meio deprojetos político-pedagógi-cos é o objetivo inspiradordo encontro. O Fórum Mun-dial de Educação, organiza-do sob os princípios e objeti-vos do Fórum Social Mun-dial, deixou de ser eventopara se tornar um movimen-to em torno de uma causacomum: a construção de umaplataforma mundial em favordo direito à educação.

Mais de 10 mil pessoas jáestão inscritas no FME-NI.Serão realizadas 3 conferên-cias, 310 atividades autoges-tionadas e mais de 400 apre-sentações de pôsteres. As ins-crições continuam abertas epodem ser feitas no sitew w w . f o r u m m u n d i a l e d u -cacao.org/ni.

Livros com

50% de

desconto

Com a finalidade de di-vulgar o livro universitário eestimular a leitura, as edito-ras da UFRJ, UFF, Uerj e Fio-cruz se uniram e vão realizar,pelo segundo ano consecuti-vo, uma feira de livros. Asobras serão vendidas ao pre-

folders de divulgação.A II Feira do Livro das Edi-

toras Universitárias do Rio deJaneiro será realizada entreos dias 24 e 28 de abril, das9h às 18h, no campus da PraiaVermelha, ao lado da pisci-na. A iniciativa também obje-

tiva promover a integraçãoentre as editoras universi-tárias da cidade, que esta-rão expondo livros de to-das as áreas do conheci-mento – científica, filosófi-ca e artística. A feira é aber-ta ao público em geral.

ço promocional de 50%, umaótima oportunidade para ad-quirir aquela publicação queestá fazendo falta na sua es-tante. O evento conta com oapoio da Fundação José Bo-nifácio e do SINTUFRJ, res-ponsável pela impressão dos

FASUBRA SOBRE O FÓ-RUM - Muitos são os cida-dãos e cidadãs de todo o mun-do que buscam unir forçaspara a construção de uma Pla-

taforma Mundial de Educa-ção. Plataforma esta que es-tabeleça a defesa da educa-ção pública como direito so-cial inalienável e irredutível

à condição de mercadoria.Perseguindo esse objeti-

vo, reunimos estudantes,educadores, entidades sindi-cais, movimentos sociais,

fundações, governos, empre-sas, organizações não-gover-namentais, universidades eescolas para, coletivamente,organizar o Fórum Mundialde Educação Temático deNova Iguaçu – Rio de Janeiro- 2006 (FME-NI).

Esta será a segunda ediçãotemática “Educação Cidadãpara uma Cidade Educadora”.A primeira edição foi realizadaem São Paulo, de 1º a 4 de abrilde 2004, e contou com a parti-cipação de cerca de 100 milpessoas. Esse tema, pela suaabrangência, faz do FME-NIum espaço de discussão econstrução para todos os inte-ressados em tornar realidadeo sonho de uma política edu-cativa ampla e de alcance glo-bal que inclua todas as formasde educação e as diversas ma-nifestações culturais.

Realizar o FME é propi-ciaraos interessados de todo omundo o acesso às discussões,palestras, mesas redondas,apresentações de trabalho eatividades autogestionadasque serão realizadas duranteo encontro que ocorrerá no pe-ríodo de 23 a 26 de março de2006, reunindo cerca de 20.000participantes de diferentes pa-íses.

Nova Iguaçu, localizada naBaixada Fluminense do Rio deJaneiro, prepara-se para con-tribuir com a construção daPlataforma Mun-dial da Edu-cação. Abrigará no SESC, no ae-roclube, nas escolas e entida-des locais um encontro que iráconstruir caminhos para umaoutra Educação possível.

Encontro, surgido do Fórum Social Mundial,já ganhou dimensão de movimento

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Mulheres

Nas últimas décadas asmulheres vêm conquis-tando espaço no mercadode trabalho. Segundo aFundação Carlos Chagas,que oferece um vastobanco de dados sobre operfil da mulher brasilei-ra em sua página na inter-net, houve um acréscimode 25 milhões de traba-lhadoras entre 1976 e2002. Ainda de acordocom a Fundação, a contri-buição feminina foi mui-to mais relevante do quea dos homens no cresci-mento da população eco-nomicamente ativa (PEA).Em 1976 a parcela de mu-lheres na PEA era de 29%;em 2002, ela atingiu 43%.

Este aumento deve-senão apenas à necessi-dade econômica,mas por uma ques-tão de escolha pes-soal. Segundo olevantamento, apartir de meadosdos anos 80, o trabalhofora de casa tornou-se tãoimportante para as mulhe-res quanto a maternidadee o cuidado com a família.Além disso, as mu-lheres têm perma-

necido no mercado de tra-balho cada vez por maistempo. A Fundação apuroutambém que 25% dos che-fes de família eram do sexofeminino.

Mas apesar do avanço,os paradoxos continuam.O nível de atividade, as-sim como os homens, di-ferencia-se conforme raçaou cor. Há uma proporçãosignificativamente menorde mulheres negras entreas mulheres empregadas(apenas 37% do total), oque mostra a dupla dis-criminação que historica-mente vêm sofrendo nomercado de trabalho: mu-lher e negra.

avançam nomercado de

trabalho

Reunião do GT-SaúdeA Coordenação de Po-

líticas Sociais convoca oGT-Saúde e Seguridade/SINTUFRJ para reunião,quinta-feira, dia 23, às14h, na subsede do HU.

Pauta: informes ge-rais; construção do semi-nário de saúde do traba-lhador e HUs na UFRJ;Seminário Nacional deSaúde do Trabalhador eHUs da Fasubra (27 a 29de abril).

• 20/3 Segunda-feira – 14h – Seminário preparatóriopara o Fórum Mundial de Educação de NovaIguaçu, na subsede do HU.

• 21/3 Terça-feira – 14h – Assembléia Geral, no salãoAzul da Reitoria.

– 17h – Posse do diretor do Instituto de Física, noauditório do Salão Nobre da Decania do CCMN.

• 23 a 26/3 – Fórum Mundial de Educação de Nova Iguaçu.• 27/3 Segunda-feira – 10h – Reunião da Coordenação

de Aposentados, no Espaço Cultural doSINTUFRJ.– 17h – Posse do diretor do Instituto de Química.

Assessores da Caixa Econômica Federal (CEF) esta-rão prestando atendimento aos servidores da UFRJ quedesejem mais informações sobre o convênio firmadopela universidade e a CEF. Através desse convênio aCEF colocará à disposição dos servidores um elenco deserviços consignados em folha de pagamento, comoempréstimo pessoal, sem burocracia, avalista, restriçãode SPC e Serasa, a juros mais baixos do mercado. Oplantão é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, nosseguintes locais:

Praia Vermelha: stand instalado próximo à piscina;Fundão: Posto de Cadastramento localizado no 1º an-

dar do prédio da Reitoria; Subsede do SINTUFRJ no HU;Centro da Cidade: Faculdade de Direito.

Obs.: O telefone da subsede do HU é 3866-6939.

Durante dois dias a Coordenação Geral de Gestão de Pessoas do Ministério daEducação ministrou um curso de nivelamento para membros das Comissões Internas deSupervisão de Carreira dos diversos estados da região Sudeste (Rio de Janeiro, MinasGerais, São Paulo e Espírito Santo). O Ministério da Educação está realizando esseseminário em todas as regiões do país preparando os integrantes das CIS para as tarefasque vão ser exigidas no curso da aplicação do plano de carreira e as ações importantesrelacionadas às diretrizes do programa de capacitação e qualificação. O seminário do Riofoi realizado durante dois dias na Praia Vermelha.

AGENDA

Foto: Niko JúniorS ÍNTESE

Dois mil professoresde quatro estados estãosendo capacitados paraensinar a cultura e a his-tória africana e afro-bra-sileira em escolas públi-cas do Brasil. A iniciativafaz parte do projeto “Acor da cultura”, realiza-do pela Secretaria Espe-cial de Políticas de Pro-moção da Igualdade Ra-cial (Seppir), em parce-ria com empresas e a so-ciedade civil.

História africana

na rede pública

CIS: Seminário para a região Sudeste

Convênio com a CEF

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VÁRIAS

Ferreira Gullarencanta o Roxinho

Poeta maranhense lota auditório em aula magna na UFRJ

Estudantes de todos os cur-sos, a maioria recém-ingres-sos na Universidade, lotaramo auditório do novo Roxinhopara assistir à aula magna pro-ferida pelo poeta FerreiraGullar. O espaço também foidisputado por integrantes dequase toda a comunidade uni-versitária, como pró-reitores,

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diretores de unidades, superintendentes, técnicos-administrati-vos e professores, que desde às 9h começaram a chegar ao halldo Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), paraaguardar que o reitor, Aloísio Teixeira, e a decana do Centro,Angela Rocha dos Santos, cortassem a fita, reinaugurando ohistórico Roxinho. Ferreira Gullar foi tratado com todas as hon-ras que a academia concede a visitantes ilustres. Gullar foi intro-duzido no Roxinho pelo decano do Centro de Letras e Artes, LéoAffonso de Moraes Soares, pelo diretor da Faculdade de Letras,Ronaldo Lima Lins, e pelo professor emérito da Letras, Edval-do Cafezeiro, e aplaudido de pé pelos presentes. O reitornão poupou palavras na sua saudação ao “ao poeta,jornalista, crítico de arte, militante político e homempúblico”. Para um emocionado Ferreira Gullar, eledisse: “Hoje magnífico nesta sala é o cidadão mara-nhense, que nasceu em São Luís do Maranhão,cidade reinventada por ele nas páginas do Poemasujo. É magnífico pela sua atividade, coerência,integridade, dedicação às causas pelas quais lu-tou durante a vida toda.”

No elogio ao militante, Aloísio Teixeira re-lembrou 1953, quando conheceu FerreiraGullar em evento que reunia, entre outrospersonagens ilustres da cultura brasileira,como o dramaturgo e escritor OduvaldoVianna Filho. Na época, o poeta era o pre-sidente do Centro Popular de Cultura, cria-do pela União Nacional dos Estudantes(UNE). “O Poema sujo, escrito no exílio, setornou uma arma da luta pelas liberdadesno Brasil. Era lido e relido em reuniõesclandestinas.” Na definição do reitor,“Gullar é assim, com a poesiaele inventa a vida e com avida inventa a poesia”. E, parafinalizar, afirmou: “Hoje é umdia de festa, mas a presençadele aqui deve nos lembrarque tem que ser também,como todos os que vivemos,um dia de luta. Nós temos aobrigação de reinventar essaUniversidade e reinventareste país, que está muito pre-cisado disso e de homenscomo Ferreira Gullar. Paranossa Universidade e paramim, pessoalmente, é umahonra recebê-lo aqui paraproferir a aula magna do anoletivo de 2006.”

INCERTEZAS – FerreiraGullar encantou a platéia, fa-lando com simplicidade, masmuita firmeza. O seu jeitoprovocador de dizer as coi-sas que pensa, ora com hu-mor, ora com ironia, fez comque o Roxinho explodisse emrisos e aplausos inúmeras ve-zes. Gullar começou sua pa-

lestra com uma polêmica e,como defendeu a tese sobreas incertezas, sustentou omesmo tom até o final. “Medesculpem pela minha faltade jeito; o que eu vou falarnão é bem uma aula magna.

E eu ouvi, ao ser anunciado nesta solenidade, que o reitorpode indicar alguém de indiscutível saber para dar essa aulaem seu nome. E eu digo o seguinte: eu sou mais do não saberdo que do saber. Claro que o saber é necessário e imprescin-dível, pois sem saber não consigo viver, e o saber é o que nospossibilita organizar a vida, plantar, colher, produzir as má-quinas e os equipamentos, construir nossas casas, cidades e

preservar a saúde, curar doenças. Mas eu muitopouco sei disso e, se dependesse de mim, o

homem ainda estaria na Idade da Pedrae não teria inventado nem a roda. Pois

assim são os poetas.”O homem, segundo Gullar, inven-

tou tudo, até os instintos que lhe per-mitem sobreviver, assim como osvalores e a justiça, “porque quere-mos ser melhor do que somos”. Einventou até Deus, para respon-der a tudo que não tem resposta.“O homem inventou Deus para

que este o criasse, afinal, como dizWaldick Soriano, eu não sou ca-

chorro não.” Nesse momento só seouviu risos no Roxinho. “Então”, fun-

damentou, “não existe verdades in-discutíveis.” Para o poeta, um ser hu-

mano sem cultura, valores, é um selva-gem. A cultura é um instrumento funda-

mental para que o homem construa umasociedade fraterna e sem violência.

Ferreira Gullar respondeu a várias per-guntas de estudantes, e os temas eram varia-

dos, iam de violência urbana a cotas nasuniversidades. E até ganhouduas poesias feitas em sua ho-menagem. Para o aluno de En-genharia, preocupado porquea poesia jamais iria desbancara telenovela, Gullar respon-deu: “Os homens são iguaisem direito, mas não em qua-lidade. Algumas pessoas gos-tam de poesia e outras não,sem contar com o problemade acesso à educação. Masisso não diminui a poesia quetambém não está perdendopara a telenovela. Os filmesdo Wood Allen também nãoganham da telenovela. Osentido da vida não é os ou-tros. A vida é muito comple-xa, e isso é o que faz dela in-crível.” Na concepção do po-eta, é equivocada a visão deque todo mundo pode fazerarte. “As pessoas são diferen-tes, e é superficial imaginar aigualdade aparente das pes-soas. A verdade é que é fun-damental.”

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ÚLTIMA PÁGINA

A memória do professor HorácioMacedo foi celebrada na tarde da úl-tima sexta-feira com a inauguraçãode um centro cultural que traz o seunome. Foi a seqüência de um dia es-pecial para o CCMN – centro do qualHorácio Macedo foi decano –, marca-do pela manhã por uma palestra deFerreira Gullar. O reinaugurado au-ditório do Roxinho foi identificadocomo marco zero do Centro CulturalHorácio Macedo, cuja placa foi des-cerrada por Anita Macedo, viúva deHorácio, pelo reitor Aloísio Teixeira epor um grupo de pessoas que tive-ram vínculo com Horácio. Ele tam-bém está sendo lembrado pela expo-sição “Tributo a Horácio Macedo”. OCentro Cultural Professor HorácioMacedo (CCPHM) está divido emMarco 1 (Auditório Roxinho), Marco2 (Biblioteca) e Marco 3 (Exposição).Para a implantação completa doCCPHM, falta a construção do museue de um miniteatro de arena, que de-pendem de financiamento.

O ambiente no CCMN era de afir-mação da universidade e emoçãotransmitida pelos oradores que se su-cederam na solenidade. A coordena-dora-geral do SINTUFRJ, Ana MariaRibeiro, abriu o seu discurso invo-cando a lembrança da companheiraMarlene Ortiz, falecida há duas se-manas. Uma faixa com o nome daex-dirigente do SINTUFRJ foi abertadiante do palco. Em seguida, Ana re-feriu-se ao Roxinho como cenário delutas. Ela lembrou ainda da incansá-vel luta de Horácio Macedo pela au-tonomia universitária e ressaltou aimportância de se ter uma universi-dade voltada para a sociedade. “Te-mos que fazer com que a Universi-dade Pública cumpra e ocupe o seupapel social. Uma universidade vol-tada para a classe trabalhadora, dan-do atenção às comunidades que acercam.”

O reitor Aloísio Teixeira disse quea inauguração (do centro cultural)“tem nome e sobrenome: Ângela Ro-cha dos Santos”, decana do CCMN. Ecomparou Horácio Macedo ao per-sonagem Dom Quixote, de Miguel deCervantes. A sua determinação e in-sistência sempre impressionaramAloísio Teixeira: “A cada momento deaparente derrota Dom Quixote apa-

Centro CulturalHorácio Macedo é inaugurado

recia mais forte, porque ele não acei-tava a derrota. Horácio era assim etemos que ser assim. Temos que usaressa lembrança para construir umnovo campo de luta”, disse.

Brasil X CubaO reitor compara o Brasil a Cuba e

identifica o atual momento políticovantajoso. “Faltam algumas coisasque temos que fazer. Temos que dis-cutir que tipo de universidade quere-mos. No Brasil há 2% de jovens, entre18 a 24 anos, que estão em universi-dades públicas. Em Cuba, que é umpaís pequeno e pobre, os jovens des-ta mesma faixa etária representam53% nas universidades. Temos queassumir a responsabilidade. Estamosnum ano muito peculiar, porque ogoverno precisa do nosso apoio. Te-mos que exigir um investimento sig-nificativo. É um momento único nanossa história e temos que saberaproveitá-lo”, disse o reitor.

Decana elogiadaPresente, o secretário federal do

Ensino Superior, Nelson Maculan,parabenizou a UFRJ por recuperaro seu patrimônio. “Nós estamostrabalhando visando ao aumentodo número de universidades pú-blicas, para que possamos honrar

os ideais republicanos. E melhoraras condições de trabalho é impor-tante para que pesquisas possamser desenvolvidas”, disse. A sole-nidade foi prestigiada pelas auto-ridades da UFRJ, pelo secretário deEducação, Cláudio Mendonça, en-tre outros.

Aloísio Teixeira compara ex-reitor a Dom Quixote,personagem da literatura identificado com o sonho

Fotos: Niko Júnior

HOMENAGEM. Placa descerradapelo reitor, por Anita Macedo e porum grupo de pessoas que foramligadas à Horácio Macedo.

NO ROXINHO. Início da solenidade que deu sequência a celebração de sexta