Celula tronco Embrionária

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Introdução A célula tronco são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele. Encontramos células tronco adulta ou madura, em um individuo adulto e as célula tronco embrionária é encontradas através da fusão de um ovulo e um espermatozoide dentro do útero e assim como o nome mesmo já diz são encontradas em um embrião, são células novas com sua idade células prematuras. O tema centro deste trabalho é a célula tronco embrionária. Elas têm a capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo, e permite que um embrião se transforme em um corpo totalmente formado em cerca de 5 dias após a fertilização do ovulo, e torna o embrião em uma blastócito que é uma esfera de que possui cerca de 100 células que propiciam a formação dos órgãos e tecidos do embrião.

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Introdução

A célula tronco são células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele. Encontramos células tronco adulta ou madura, em um individuo adulto e as célula tronco embrionária é encontradas através da fusão de um ovulo e um espermatozoide dentro do útero e assim como o nome mesmo já diz são encontradas em um embrião, são células novas com sua idade células prematuras.

O tema centro deste trabalho é a célula tronco embrionária. Elas têm a capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo, e permite que um embrião se transforme em um corpo totalmente formado em cerca de 5 dias após a fertilização do ovulo, e torna o embrião em uma blastócito que é uma esfera de que possui cerca de 100 células que propiciam a formação dos órgãos e tecidos do embrião.

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Tratamentos, terapias com a utilização da célula tronco madura e embrionária

As células tronco podem representar tratamentos para muitas doenças que afetam milhões de pessoas no mundo, trazendo no organismo do individuo a regeneração celular, formação de celulas novas entre outros resultados e curas.

As terapias com célula tronco podem ser usadas em doenças como: diabete, mal de Alzheimer, derrames, enfartes, doenças sanguíneas ou na espinha e até mesmo o câncer e a clonagem testada recentemente.

Mas a evolução de estudos com as celulas tronco ate a atualidade levaram os cientistas na possibilidade que poderiam testar os efeitos terapêuticos e colaterais de drogas em tecidos humanos, sem ter a necessidade de utilizar animais. As células-tronco poderão também ser usadas no tratamento de problemas genéticos.

A utilização de celulas tronco ainda em evolução sobre seus bens benéficos ao tratamentos e terapias é de constante impacto com os princípios religiosos os quais afetam na evolução de muitos estudos aqui no brasil com celulas tronco embrionária, pois os grupos religiosos, são contra o aborto e anti aborto, são contra pois a destruição de um embrião em busca do estudos em célula tronco é o mesmo que matar uma vida. Mas fora do brasil existem liminares que propiciam estudos e tratamentos com celulas embrionárias.

O desenvolvimento das celulas embrionárias para utilização em estudos e tratamentos realizados em laboratório, e possuem crescimento em quantidade limitada e podem ser rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente quando transplantado e podem inclusive gerar tumores.

As celulas tronco maduras oferecem menos risco de rejeição no individuo transplantado pois são tiradas dele mesmo. Porém não se totalmente da capacidade desta célula se transformar em outras celulas, além disso a celulas produzidas ou modificadas em laboratório na quantidade necessária é mais difícil.

Classificação das celulas tronco

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Totipotentes ou embrionárias - São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano.

As totipotentes são aquelas presentes nas primeiras fases da divisão, quando o embrião tem até 16 - 32 células (até três ou quatro dias de vida).

Pluripotentes ou multipotentes - São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas.

As pluripotentes ou multipotentes surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida) - as células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa do blastocisto destinam-se a produzir a placenta e as membranas embrionárias.

Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos.

As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal.

Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido.

As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo.

Celulas tronco e a clonagem

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A disponibilidade de dinheiro de investidores tem incrementado a pesquisa de células-tronco visando a terapia. Geron Corporation apoiou a primeira pesquisa feita em células-tronco embriônicas humanas. Uma equipe da Universidade Johns Hopkins em Baltimore trabalhou com uma contribuição privada de Geron.

Aqueles que possuem ações de Geron Corporation ficaram muito ricos. As ações valem mil vezes mais que o preço original, devido à descoberta bem-sucedida da célula fonte embriônica humana.

Segundo o New York Times de 5 de maio de 1999, a Geron Corporation doou 20 milhões de dólares ao Laboratório Roslin na Escócia, que clonou a ovelha Dolly, e ninguém entende o porquê. O que querem eles daqueles que clonaram a ovelha Dolly? Eles têm células embriônicas humanas.

A associação destes dois laboratórios revela o plano de pesquisa dos cientistas do Laboratório Geron. Eles desejam fazer crescer um fígado em um frasco.

Desejam ser capazes de fazer crescer um coração ou um músculo do coração. Como se faz isso? Pegue uma célula-tronco e coloque-a perto de células do coração, e ela se tornará célula do coração. Há apenas um problema. Se eu a pusesse em um ser humano, aquela célula-tronco veio de um outro ser humano. A menos que seja tratado com drogas imunosupressoras, como em qualquer transplante, o corpo do receptor o rejeitará. Sim, não preciso encontrar um doador de órgão, mas o paciente terá de passar pelos mesmos problemas de rejeição que todo transplantado passa.

Portanto, Geron Corporation decidiu-se por uma nova abordagem. Pegue uma célula somática (por exemplo, da pele) do receptor enfermo, usando a técnica da ovelha Dolly, e insira o núcleo daquela célula em um óvulo sem núcleo, para fazer um embrião. Quando ele chega ao estágio de 140 células, tire a célula-tronco e injete-a no coração doente, onde a célula-tronco se transformará em células cardíacas novas, rejuvenescidas. Mas para fazer isso, precisam de alguém que saiba como tirar uma célula de um adulto e fazê-la fertilizar um óvulo, ou fazê-la agir como um óvulo fertilizado. Onde isso tem sido feito? O Laboratório Roslin fizeram isso com Dolly. Eles têm a técnica para fazer uma célula madura não reprodutiva comportar-se como um espermatozóide ou um óvulo.

Mas Roslin não foi muito bem sucedido. Conseguiram fazer Dolly após 276 tentativas. As outras Dollies tinham quatro cabeças, seis pernas, apenas metade de um corpo. Formaram-se monstruosidades. Conseguiram apenas uma boa. Não se pode fazer isso com humanos, mas quem liga para isso? Não quero fazer Dollies. Preciso apenas de um pedacinho de Dolly. Um coração, ou pulmão. E é aí que está o dinheiro.

Geron Corporation deu 20 milhões a Roslin somente pelo know-how de como clonar uma célula adulta.

Geron deseja oferecer esta terapia: Um paciente tem um coração doente. Tiro uma célula de sua pele, coloco-a em um óvulo do qual foi removido o núcleo, portanto agora tenho o começo de um clone. Este clone receberá as condições para se desenvolver até o estágio das 140 células.

Extraio as células-tronco, e as implanto onde quer que o paciente as necessite. Se o paciente precisa de um coração, injeto algumascélulas-tronco em seu coração. Por ter feito uma célula-

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tronco a partir de uma das células da pele do paciente, posso oferecer um transplante sem medo de rejeição.

Uma célula-tronco é imortal. Exceto por dois tipos de células, todas as células humanas morrem após cinqüenta divisões.

As células do câncer e as células-tronco não morrem. Portanto, se eu tiver uma linha de células-tronco, posso fornecer células-tronco para o mundo inteiro.

O problema é: qualquer outra pessoa rejeitará as células-tronco porque são de um outro organismo. Eis porque uma célula somática do receptor tem de ser clonada para tornar-se uma célula-tronco antes de ser transplantada em um órgão doente.

É uma notável pesquisa que salva vidas! Eis porque a revista Science votou na pesquisa da célula-tronco como a mais importante pesquisa biológica feita neste milênio. Ninguém duvida do potencial sucesso deste esforço. Em outras palavras, ninguém vê como pode dar errado. Deveriam estar certos, e que Deus ajude a guiar as mãos deles.

Novas pesquisas

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Premio nobel em medicina para Britânicos e Japoneses - 08/10/2012

Pesquisadores descobriram que células maduras podem ser reprogramadas para se tornar pluripotentes

ESTOCOLMO - Os cientistas que renovaram a pesquisa de células-tronco e abriram caminho para uma revolução na engenharia de tecidos são os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2012, anunciado esta manhã, pelo Instituto Karolinska, na Suécia. Os nomes do britânico John Gurdon e do japonês Shinya Yamanaka estavam entre os favoritos para receber o prêmio. Gurdon por ter feito nos anos 60 as descobertas fundamentais que levaram Yamanaka, décadas depois, a encontrar um caminho para obter uma nova fonte de células-tronco, quase tão versáteis quanto as embrionárias.

Yamanaka é um dos especialistas em engenharia de tecidos mais conhecidos do mundo. O instituto que concede o Nobel de Medicina informou em nota que os dois foram premiados por terem descoberto que células-maduras e especializadas podem ser reprogramadas para se transformar em células imaturas capazes de se desenvolverem em todos os tecidos do corpo. “Suas descobertas revolucionaram nosso conhecimento de como as células se organizam e se desenvolvem”, disse a nota do Karolinska.

Diferentemente de várias outras descobertas laureadas com o mais importante prêmio da medicina, os trabalhos de Gurdon e Yamanaka têm aplicação direta no desenvolvimento de novas terapias celulares. Em 1962, John B. Gurdon rompeu um paradigma da ciência ao mostrar que a especialização das células é reversível. Numa experiência hoje clássica e na época herética, ele substituiu as células imaturas do núcleo de um óvulo de um sapo pelo núcleo de uma célula intestinal madura. Com isso, ele modificou o óvulo que se desenvolveu como um girino.

Gurdon provou que o DNA da célula madura ainda tinha toda a informação necessária para desenvolver todas os tipos de células que formam um sapo. Quatro décadas depois, Yamanaka descobriu como fazer para que células adultas de camundongos fossem reprogramadas em células-tronco imaturas. Realizada em 2006, a descoberta teve imenso impacto na altamente competitiva pesquisa de células-tronco. Na semana passada, por exemplo, estudos do próprio Yamanaka e colegas na “Science” mostraram ser possível usar células reprogramadas para criar óvulos de camundongos que puderam ser fertilizados e gerar filhotes normais, numa pesquisa que abriu caminho para combater a infertilidade.

Na pesquisa premiada com o Nobel, Yamanaka descobriu que a introdução de alguns poucos genes pode reprogramar célula adultas ao estágio de células-tronco pluripotentes, capazes de originar numerosos tecidos do corpo. As chamadas células-tronco de reprogramação induzida são vistas como uma das mais acessíveis e promissoras fontes de células para a engenharia de tecidos, área que acena com a possibilidade de tratamentos para problemas tão diversos quanto infarto e mal de Parkinson.

O trabalho dos dois pesquisadores revelou ao mundo que as células são muito mais flexíveis do que jamais poderia se imaginar. Elas não estão confinadas para sempre num estágio especializado. Para as células, rejuvenescer totalmente, da maturidade ao estágio de embrião é possível. O segredo está nos genes que apagam a memória da especialização e as faz de novo flexíveis como as de um embrião. Gurdon e Yamanaka mudaram os livros de medicina e reescreveram a ciência.

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John Gurdon trabalha no instituto que leva o seu nome em Cambridge, Inglaterra. Ele tem 79 anos. Shinya Yamanaka tem 50 anos e trabalha na Universidade de Kioto, no Japão.

Avanços e Dispariedades – 04/10/2012

Nesta edição da coluna ‘Bioconexões’, Stevens Rehen descreve os trabalhos que mais lhe chamaram a atenção em evento sobre células-tronco realizado no início da semana, em São Paulo. Apesar da participação brasileira no encontro, trabalhos nacionais não estão no seu ‘ranking’.

Entre os dias 1 e 2 de outubro de 2012, o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sediou evento do Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia, que reuniu especialistas em células-tronco e terapia celular do Brasil, da Argentina e da Califórnia. Foram quase 20 horas de discussões científicas e apresentações de resultados inéditos, alguns dos quais eu terei o privilégio de compartilhar aqui com os leitores.

Em virtude do espaço limitado da coluna, poderei destacar somente os quatro trabalhos que mais me impressionaram dentre os 33 apresentados ao longo do evento. Não foi tarefa fácil escolhê-los.

Apesar da boa qualidade dos projetos brasileiros e argentinos, a pesquisa sobre células-tronco realizada na Califórnia está num nível de complexidade muito além do que conseguimos fazer por aqui.

Passos promissores

Brian Cummings, da Universidade da Califórnia, em Irvine, desenvolveu células-tronco neurais humanas com a capacidade de recuperar o cérebro danificado por lesão traumática cerebral em modelos animais. Segundo Cummings, a lesão traumática cerebral é uma epidemia silenciosa que afeta quase dois milhões de pessoas anualmente nos Estados Unidos. Normalmente causada por armas de fogo, acidentes no trânsito e quedas, traz prejuízos irreparáveis ao funcionamento do cérebro.

O trabalho vem sendo realizado em parceira com a empresa americana Stem Cells Inc. e a Universidade de Zurique. Será o transplante de células-tronco neurais humanas capaz de reverter as perdas associadas à lesão traumática cerebral? Os testes clínicos terão início em 2013 nos Estados Unidos.

Larry Couture é vice-presidente do centro para desenvolvimento de tecnologia aplicada da City of Hope. O nome sugestivo define um dos principais centros de pesquisa privados do mundo, especializado na pesquisa, prevenção e tratamento do câncer e outras doenças como diabetes e HIV. A City of Hope já realizou mais de 10 mil transplantes de medula óssea e desenvolveu a insulina sintética humana em 1978.

A equipe de Larry Couture desenvolve tecnologia para a produção de grandes quantidades de células-tronco embrionárias e reprogramadas com o objetivo de utilizá-las em testes clínicos. A técnica desenvolvida pela equipe é inovadora e permite o cultivo de células pluripotentes como agregados flutuantes, sem a necessidade de estarem aderidas a uma placa ou qualquer outro substrato.

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Um outro aspecto interessante do trabalho de Larry Couture é sua capacidade de captar doações para a City of Hope. Além de recursos estaduais e federais, a instituição recebe outros milhões de dólares por ano de cidadãos americanos que confiam nesse centro de pesquisa para a o desenvolvimento dos procedimentos médicos do futuro.

Joseph C. Wu é da Universidade de Stanford. Sua equipe criou cardiomiócitos (células que formam as fibras musculares cardíacas) a partir da reprogramação de células da pele de pacientes com cardiomiopatia dilatada. Esses pacientes sofrem de insuficiência cardíaca e vivem sob risco de morte prematura.

Wu confirmou que essas células apresentam os mesmos defeitos observados no coração dos pacientes e pretende agora testar medicamentos capazes de consertar tais defeitos. Os medicamentos que apresentarem bons resultados no laboratório serão depois testados nos próprios pacientes. Medicina personalizada da melhor qualidade. Sua equipe também pretende realizar os primeiros testes clínicos em seres humanos com cardiomiócitos gerados a partir de células reprogramadas da pele dos próprios indivíduos.

Rodrigo Brant é um pesquisador brasileiro, da Unifesp, que desenvolve parte de seu trabalho na Universidade do Sul da Califórnia. A equipe de Brant produziu células do epitélio pigmentar da retina a partir de células-tronco embrionárias humanas. Essas células, quando testadas em ratos e miniporcos, foram capazes de reverter cegueira causada por degeneração macular, uma doença degenerativa que causa perda progressiva da visão central e cegueira.

O projeto ‘The California project to cure blindness’ é ousado e inspirador. A equipe desenvolveu ainda uma membrana onde as células do epitélio pigmentar são colocadas e esse conjunto membrana-células é então transplantado para o interior do olho, junto à retina. As células do epitélio pigmentar criadas em laboratório, quando transplantadas, evitam a morte dos fotorreceptores e a perda da visão. Os testes de segurança começarão ano que vem nos Estados Unidos com 15 pacientes.

Distintas condições, distintas contribuições – 04/10/2012

Os motivos para esse evidente distanciamento científico e tecnológico são fáceis de entender. O montante de recursos disponíveis para as pesquisas sobre células-tronco no estado da Califórnia é de 295 milhões de dólares por ano, garantidos por 10 anos.

A Califórnia tem tradição no recrutamento dos mais brilhantes cientistas do mundo para os seus quadros e, com isso, possui massa crítica que, de forma organizada, busca responder as questões mais contemporâneas da medicina e das ciências biológicas.

Um outro aspecto interessante diz respeito ao tempo que leva para que um novo teste clínico seja aprovado. No Brasil, não é raro que um novo teste clínico precise aguardar um ano para que seu início seja autorizado. Nos Estados Unidos, esse tempo não ultrapassa um mês!

Isso sem contar que os cientistas da Califórnia não precisam esperar semanas ou meses por reagentes, que, na maioria das vezes, são entregues no mesmo dia em que são comprados.

A interação entre empresas e universidades é outro ponto forte na Califórnia. No Brasil, há um grande problema nesse sentido, visto que nossa Constituição proíbe a comercialização de produtos de natureza humana, incluindo células. Tal impedimento desestimula o interesse da iniciativa privada em investir em pesquisas sobre células-tronco no país.

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São diferenças que não devem desanimar aqueles que fazem pesquisa no Brasil, mas que explicam a discrepância entre o que é feito atualmente na Califórnia e o que fazemos aqui ou na Argentina.

Cabe mencionar que, por iniciativas do Departamento de Ciência e Tecnologia, do Ministério da Saúde e das agências de fomento estaduais e federais, houve um investimento sem precedentes na área de terapia celular no Brasil nos últimos oito anos.

Além disso, pequenos ajustes no programa Ciência sem Fronteiras poderão promover a fixação de cientistas, atualmente no exterior, aqui no Brasil (hoje o percentual de bolsas para trazer cientistas de fora para o Brasil equivale a menos de 2% do total de bolsas do programa).

Como diria um velho mestre: "internacionalizar a ciência brasileira deveria ser internalizar a ciência internacional". Quem sabe um dia não conseguiremos transformar o Brasil numa nova Califórnia?

Stevens Rehen

Instituto de Ciências Biomédicas

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Stevens Rehen - O vendedor do Prêmio “faz a diferença”2011 do Jornal da Globo – 14/01/2012

Stevens Rehen

Quando voltou ao Brasil em 2005, após cinco anos e dois pós-doutorados em neurociência nos Estados Unidos, o tijucano Stevens Rehen não encontrou lugar para seu laboratório. Com o Centro de Ciências da Saúde da UFRJ lotado, a solução foi fazer obras em um banheiro da instituição e ocupar metade dele com os equipamentos que trouxe na mala. Hoje, Rehen desfruta de um espaço de 200 metros quadrados - sete vezes maior do que o antigo banheiro - no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, onde coordena uma equipe de 35 pesquisadores. Ali é produzida metade de toda a ciência de células-tronco embrionárias do país. Foram 18 artigos assinados em publicações internacionais nos últimos três anos - um por bimestre, em média.

O time fabrica o seu próprio meio de cultivo de células, que era importado por R$ 3,7 mil o litro. Vinte e dois laboratórios nacionais compram o reagente de Rehen, que o vende por um preço 60% menor do que o cobrado por instituições estrangeiras. Além da economia, cientistas de todo o país também evitam aborrecimentos na alfândega, queixa recorrente entre quem se aventura a fazer pesquisa no Brasil.

A luta contra a burocracia é outra bandeira hasteada por Rehen, que já coordenou três levantamentos nos últimos seis anos entre seus pares para conferir como a dificuldade nas importações afeta a produtividade dos laboratórios. - A burocracia é o principal gargalo da ciência brasileira - avalia. - Desde 2004 converso com ministros da Saúde e de Ciência e Tecnologia. Todos estão cientes do problema, mas a máquina é tão grande e engessada que, por mais que haja boa vontade dos líderes, suas resoluções não descem até a base da pirâmide. Li um artigo de 1958 denunciando a dificuldade para a importação de reagentes que poderia ser

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publicado hoje no jornal. É impossível fazer uma ciência de ponta assim. Rehen, no entanto, não é de se render a qualquer aperto.

Além de denunciar a burocracia, foi a Brasília negociar, no Supremo Tribunal Federal, a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias. Ajudou a convencer os ministros e, agora, usa o material para buscar um tratamento para portadores de transtornos mentais como a esquizofrenia. Seu grupo reprograma células da pele de pacientes, transformando-as em neurônios, e, no processo, identifica características bioquímicas da doença. Vendo o pesquisador em tantos fronts, fica difícil imaginar que Rehen por pouco não seguiu outras carreiras - assim mesmo, no plural.

Quando adolescente, ele tentou ser jogador de vôlei. Chegou a ser atleta federado e atacante do Clube Municipal, mas uma série de derrotas para o Flamengo, então com Nalbert, o fez reavaliar a profissão. A baixa estatura e uma contusão o convenceram a dar adeus às quadras. No vestibular, inscreveu-se em comunicação social. Mudou para biologia, quando viu a preferência dos amigos pela área. E, já na universidade, investiu em uma banda de reggae, presença garantida em congressos científicos. Aposentou o bongô, seu instrumento, para dedicar-se mais aos estudos. Decisão tão acertada quanto a tomada quase 15 anos depois, quando converteu um banheiro em laboratório. - Estou muito feliz por ter abraçado o Rio - revela. - Este ano receberemos o Congresso Mundial de Biologia Celular, e, em 2015, o de Neurociência. É o momento ideal para dar à sociedade uma imagem mais próxima do que é ser cientista.

Ética e Legislações sobre célula tronco embrionária

As novas pesquisas com células tronco, ou também denominadas de células-mãe ou ainda células estaminais, têm despertado um grande debate. O primeiro relato de pesquisa em células

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tronco utilizando células embrionárias humanas foi publicado em 1998 pela equipe do Prof. James A. Thomson, da Universidade de Wisconsin/EUA. Neste mesmo ano, a equipe do Prof. John D. Gearhart, da Universidade Johns Hopkins, realizou pesquisas com células tronco fetais humanas.

Vários segmentos da população tem assumido uma posição contrária a este tipo de pesquisas, pois afirmam que o bem da sociedade não pode ser obtido a partir da morte de alguns indivíduos, mesmo que ainda em fase embrionária. A Igreja Católica Romana tem defendido esta posição, igualmente aceita por muitos cientistas e filósofos não vinculados a ela, de que a vida de uma pessoa tem início na fecundação, desta forma não há justificativa eticamente adequada para tal tipo de pesquisa. A Igreja da Escócia, de orientação cristã protestante, também defende esta mesma posição, mas aceita, desde 1996, a realização de pesquisas com embriões, desde tenha por objetivo solucionar situações de infertilidade ou decorrentes de doenças genéticas. Este posicionamento de defender o primado do indivíduo sobre a sociedade remonta a Claude Bernard, que afirmou em 1852, que:

O princípio da moralidade médica e cirúrgica é nunca realizar um experimento no ser humano que possa causar-lhe dano, de qualquer magnitude, ainda que o resultado seja altamente vantajoso para a sociedade.

O potencial de aplicações médicas desta nova fronteira de conhecimento - a utilização de células tronco para produzirem materiais biológicos - tem sido utilizado comojustificativa moral para esta prática. Os que defendem a realização de pesquisas com células tronco embrionárias humanas utilizam o raciocínio moral de que um bem social, que será útil para muitas pessoas que sofrem de doenças hoje incuráveis, se sobrepõe ao de um indivíduo. Ainda mais quando este indivíduo é um embrião em fases iniciais. Muitas pessoas não reconhecem o status de indivíduo para os embriões em estágios iniciais, tanto que utilizam a denominação de pré-embrião, que foi proposta no Relatório Warnock, em 1984. Várias personalidades do meio político, artístico e científico tem se posicionado neste sentido. O Prof. Paul Berg, criador da técnica do DNA recombinante e propositor da moratória de pesquisas de Asilomar, única que efetivamente teve seu resultado atingido, defende a idéia de que os embriões congelados e não utilizados para fins reprodutivos, quando atingirem o limite de sua validade de uso legal devem servir como material para pesquisas. Esta posição, de que o bem da sociedade pode estar acima do indivídual já havia sido proposta por Charles Nicolle, que foi diretor do Instituto Pasteur, na Tunísia. Uma citação utilizada por Tereza R. Vieira exemplifica esta posição:

A consciência humana, as leis, a humanidade, a consciência dos médicos condenam a experimentação no homem, mas ... ela é sempre feita, se faz e se fará por ser indispensável ao progresso da ciência médica para o bem da humanidade.

O impedimento de utilizar embriões neste tipo de pesquisa não inviabiliza a investigação do uso de células tronco para fins terapêuticos. As células tronco, ou stem cells, podem ser obtidas de outras fontes que não embriões. Em experimentos animais já foi possível obter células diferenciadas de fígado. Estas pesquisas também podem ser realizadas com células obtidas a partir da medula óssea humana ou de células de cordão umbilical. O argumento utilizado é que a s células embrionárias são mais promissoras. A utilização de células tronco adultas com o objetivo de recuperar tecido miocárdico já esta sendo realizada em seres humanos em vários centros de pesquisa.

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Em agosto de 2000, o Reino Unido aprovou a realização destas pesquisas em embriões. As regras norte-americanas atuais são mais restritivas que as britânicas, contendo, inclusive, algumas incoerências morais. Uma delas é a de permitir o uso de células embrionárias provenientes de embriões produzidos específicamente para este fim, desde que as mesmas sejam retiradas em laboratórios sem subvenção federal norte-americana. Esta posição repete a já ocorrida anteriormente na década de 1970, quando foi proibida a utilização de recursos federais para pesquisas em embriões visando a reprodução assistida. Esta proibição não impediu a realização de pesquisas nesta área e forçou a migração de pesquisadores para laboratórios privados e para o exterior. A proposta preliminar destas diretrizes foram discutidas com a população norte-americana desde dezembro de 1999. A Igreja Católica reiterou a sua condenação para tal tipo de liberação, considerando estas pesquisas como "ilícitas". Na Austrália foi proposta uma lei que propõe apenas a utilização de células embrionários oriundas de embriões gerados para fins reprodutivos antes de 5 de abril de 2002 e não utilizados. Será proibida a clonagem terapêutica e reprodutiva, assim como a geração de quimeras humanas ou a produção de embriões com material genético oriundo de mais de duas pessoas. A Costa Rica, por sua vez, não aceita qualquer tipo de pesquisa em embrião. No Brasil, a Lei de Biossegurança incluiu a questão da pesquisa em células tronco, em uma legislação bastante confusa. Por esta Lei, é possível utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e que já estavam congelados anteriormente a 2005. São diferentes reações frente ao desconhecido, incerteza e risco dos novos conhecimentos. O que chama a atenção é a utilização de duplo-standard, ou seja, utilizar critérios diferentes para situações iguais, ferindo o Princípio da Justiça.

Ao longo de 2001 foram publicados vários artigos em diferentes periódicos leigos e de divulgação científica defendendo e negando a pesquisa em células tronco embrionárias. Na revista Correio da UNESCO foi publicado um artigo sobre o tema com uma grande preocupação sobre a possibilidade de envolvimento econômico na obtenção de gametas e embriões para a produção de células tronco. A revista TIME, de 25 de junho de 2001, publicou um artigo defendendo a pesquisa em células tronco embrionárias, assim como o New York Times, que dedicou um editorial neste sentido em 15 de julho de 2001.

A surpresa foi a publicação de um artigo científico em julho de 2001, na revista Fertility and Sterility, apresentando os resultados de uma pesquisa com células tronco embrionários realizada com óvulos e espermatozóides obtidos para fins não reprodutivos. Os pesquisadores pagaram US$1.000,00 para as mulheres que cederam seus óvulos e US$50,00 para os homens que cederam espermatozóides. O investigador principal Gary Hodgen já havia abandonado o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, quando houve a proibição para pesquisa em embriões para fins reprodutivos, indo trabalhar no Jones Institute for Reproductive Medicine, vinculado a Eastern Virginia Medical School, em Norfolk, Virginia/EUA. O Prof. Hodgen, a exemplo do Prof. Thomson, já publicou 351 artigos na área de reprodução humana e de primatas desde 1967.

Esta pesquisa, que evidencia que a barreira da produção de embriões sem finalidade reprodutiva para produzir células tronco foi rompida, inclusive com a remuneração pela cessão dos gametas necessários. A possibilidade de que as células geradas tenham sido produzidas por partenogênese só agrega mais pontos de discussão e não atenua a situação. Isto demonstra claramente o efeito slippery slope. De acordo com este conceito, pequenas concessões podem gerar consequências imprevisíveis.

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Recentemente, as pesquisas com células-tronco tiveram inúmeras situações que atestam os riscos de espetacularizar a Ciência e o conhecimento humano. A utilização de falsas promessas, como argumento para aprovação de documentos legais, a divulgação de resultados de pesquisa fraudulentos e a venda de produtos sem comprovação médíco-científica, se aproveitando do desespero de pacientes ou de seus familiares têm demonstrado o quão importante é o papel do controle social nas questões de saúde e pesquisa em saúde.

Várias questões éticas permanecem na área da pesquisa em células tronco embrionárias:

• É adequado utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e não utilizados, cujos prazos legais de utilização foram ultrapassados, para gerar células tronco embrionárias ?

• É aceitável produzir embriões humanos sem finalidade reprodutiva apenas para produzir células tronco ?

• A justificativa da necessidade de desenvolver novas terapêuticas está acima da vida dos embriões produzidos para este fim ?

• Por que não incentivar as pesquisas utilizando células tronco obtidas de outras formas, que também tem demonstrado bom potencial ?

• É aceitável a utilização de óvulos não humanos para servirem substrato biológico para pesquisas em células tronco humanas, desconhecendo-se os riscos envolvidos neste tipo de procedimento ?

• É justo criar um clima de expectativa para pacientes e familiares de pacientes sobre a possibilidade de uso terapêutico de células que sequer foram testadas em experimentos básicos ?

Legislação no mundo

Brasil:

Lei de Biossegurança – lei nº 11105/05

Permite as pesquisas com células tronco embrionárias, com algumas restrições.

Apenas embriões inviáveis ( não utilizados na fertilização in vitro).

Embriões congelados há mais de 3 anos.

A lei também proíbe a comercialização de material produzido a partir de células tronco.

EUA:

É proibida a aplicação de verbas do GOVERNO FEDERAL a qualquer pesquisa que envolva embriões humanos, a não ser para aquelas feitas com células embrionárias obtidas antes de 2001, quando a lei foi aprovada.

Itália:

Proíbe qualquer tipo de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, bem como a sua importação.

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Reino Unido:

Bem liberal.Permite até mesmo a clonagem terapêutica – os cientistas criam embriões por meio da clonagem para sua posterior destruição.

Referencia

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