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Cenário Atual da Navegação Interior no Brasil Adalberto Tokarski Diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários

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Cenário Atual da Navegação Interior no Brasil

Adalberto Tokarski Diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Provocação Inicial

Caso a Navegação realizada nos rios Purus e Juruá fosse dotada de infraestrutura adequada, ou seja, com a definição e manutenção de um canal navegável, balizado, sinalizado (que são elementos típicos de uma hidrovia), o Estado do Acre passaria por um desabastecimento como ocorrido em 2014?

Provocação Inicial

Mas a estruturação de hidrovias não é muito dispendiosa para o Estado?

Mesmo assim o crescimento no transporte hidroviário foi de 14,5%

Entre 1995 e 2005 a Europa investiu 800 bilhões de Euro:

64% rodoviário 32% ferroviário 3% portos 1% hidrovias (somente)

O Exemplo Europeu

Fonte: Consórcio EVTEA Paraná-Tietê (DNIT/AHRANA)

A Experiência Internacional nos mostra...

• O custo do transporte por água é MAIS BARATO E AMBIENTALMENTE MAIS CORRETO

• Os países que investem no transporte por água são os MAIS DESENVOLVIDOS DO MUNDO

• Os países do Norte da Europa que mais investiram no transporte por água são OS PRIMEIROS A SAIR DA CRISE MUNDIAL

• A Europa e os EUA incentivam a CONSTRUÇÃO DE TERMINAIS INTERMODAIS às margens dos rios sempre que possível com INTEGRAÇÃO FERROVIÁRIA

E a nossa realidade?

Estrutura organizacional do setor de transportes aquaviários

Presidência da República

CONIT

Portos Marítimos, Fluviais e

Lacustres

ANTAQ

EPL

Administrações Portuárias

DNIT INPH

Administrações Hidroviárias

SEP MT

• Infraestrutura Hidroviária

• Terminais Fluviais de Passageiros

• Navegação Interior e Marítima

Agenda

1. A Navegação Interior no Brasil

2. Vias Economicamente Navegadas

3. Estatísticas – Anuário 2013

4. Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

5. Investimentos na Navegação Interior

Agenda

1. A Navegação Interior no Brasil

Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

A Navegação Interior no Brasil

Transporte Longitudinal de Cargas

Transporte Longitudinal de Passageiros

Transporte de Travessia

Tipos de Navegação Reguladas pela ANTAQ

A Navegação Interior no Brasil

Via Navegável e Hidrovia

Via Navegável: “É o espaço físico, natural ou não, nas águas dos oceanos, mares, rios, canais, lagos e lagoas, que pode ser utilizado para a navegação” (GEIPOT) .

Hidrovia: “É uma via navegável interior projetada com características padronizadas para determinados tipos de embarcações, mediante obras de engenharia de regularização, dotada de sinalização e equipamentos de auxílio à navegação” (GEIPOT) .

• Hidrovia do São Francisco • Hidrovia do Paraná-Tietê

• Hidrovia do Sul

• Complexo Amazonas-Solimões • Hidrovia do Tocantins-Araguaia

• Hidrovia do Paraguai

Principais Hidrovias Brasileiras

Principais Hidrovias Brasileiras

Principais Hidrovias Brasileiras

HIDROVIA DO SÃO FRANCISCO

HIDROVIA DO PARANÁ-TIETÊ

HIDROVIA DO PARAGUAI

HIDROVIA TOCANTINS-ARAGUAIA

HIDROVIA DO SUL

COMPLEXO SOLIMÕES-AMAZONAS

Complexo Hidroviário Solimões-Amazonas

As vias navegadas que contemplam o complexo totalizam 16.797 km, incluindo o transporte de carga e passageiros.

• Transporte de cargas em 2013: – Navegação interior: 10,8 milhões de t;

– Cabotagem em vias interiores: 19,8 milhões de t;

– Longo curso em vias interiores: 18 milhões de t;

• Principais produtos transportados: grãos, bauxita e minério de ferro;

• Frota cadastrada: 1.319 embarcações de carga;

• Empresas autorizadas: 108 EBN;

• Instalações portuárias autorizadas: 4 Portos Organizados, 31 TUPs e 9 ETC.

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Solimões-Amazonas

Apresenta 982 km de vias economicamente navegadas.

A previsão total para a hidrovia é de mais de 7.000 km, considerando o potencial navegável dos rios Araguaia e Tocantins.

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Hidrovia Tocantins-Araguaia

• Transporte de cargas em 2013:

– Navegação interior: 3,6 milhões de t,

– Cabotagem em vias interiores: 7,5 milhões de t;

– Longo curso em vias interiores: 10,8 milhões de t;

• Principais produtos transportados: bauxita e semirreboque baú;

• Instalações portuárias autorizadas: 2 Portos Organizados e 9 TUPs;

• Eclusas: 1

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Tocantins-Araguaia

Extensão total: 592 km, de Corumbá/MS até a fronteira Brasil-Paraguai;

A extensão navegada pode ser estendida para 1.255km, com obras para a navegação plena até Cárceres-MT.

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Hidrovia do Paraguai

• Transporte de cargas: 5,9 milhões de toneladas na navegação interior em 2013;

• Principal produto transportado: minério de ferro;

• Frota cadastrada: 54 embarcações;

• Instalações portuárias autorizadas: 6 TUPs.

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Hidrovia do Paraguai

Atualmente há transporte de carga entre Ibotirama-BA e Petrolina-PE, 576 km. Caso seja viabilizada a navegação até Pirapora-MG, haverá um acréscimo de 728 km.

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Hidrovia do São Francisco

• Transporte de cargas: 49,5 mil toneladas na navegação interior em 2013;

• Principal produto transportado: caroço de algodão;

• Frota cadastrada: 8 embarcações de carga;

• Empresas autorizadas: 1 EBN;

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Hidrovia do São Francisco

Possui 1.495 km de vias navegadas;

Pode chegar a 6.900 km, caso sejam realizadas obras de infraestrutura nos rios Grande, Paranaíba e outros afluentes do rio Paraná.

Hidrovia Paraná-Tietê

• Transporte de cargas: 6,3 milhões de toneladas na navegação interior em 2013;

• Principais produtos transportados: soja, milho e areia;

• Frota cadastrada: 148 embarcações de carga;

• Eclusas: 10

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Hidrovia Paraná-Tietê

Possui 514 km de vias navegadas;

Pode chegar a 1.849 km, caso sejam realizadas obras de infraestrutura nos rios Camaquã, Taquari e Jacuí, principalmente.

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Hidrovias do Sul

• Transporte de cargas: 4,3 milhões de toneladas na navegação interior em 2013;

• Principais produtos transportados: soja, farelo de soja e fertilizantes;

• Frota cadastrada: 17 embarcações de carga;

• Instalações portuárias autorizadas: 4 Portos Organizados e 16 TUPs;

• Eclusas: 5

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Hidrovias do Sul

2. Vias Economicamente Navegadas

Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

Agenda

Extensão das Vias Interiores

• Levantamento feito pela ANTAQ (SIGTAQ) em 2012 apontou 20.956km de vias economicamente navegadas.

• O potencial estimado da malha é de 40.000 km de vias interiores, necessitando obras de dragagem, transposição e canais.

Extensão das Vias Interiores

VIAS ECONOMICAMENTE

NAVEGADAS

EXTENSÃO

(km) %

PARAGUAI 592 2,82

PARANÁ-TIETÊ 1.495 7,13

SÃO FRANCISCO 576 2,75

SOLIMÕES-AMAZONAS 16.797 80,15

SUL 514 2,45

TOCANTINS 982 4,68

TOTAL 20.956 100

Fonte: Nota Técnica 009/2012-GDI/SNI/ANTAQ

Agenda

3. Estatísticas – Anuário 2013

Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

Transporte em Vias Interiores

O TRANSPORTE DE CARGAS EM VIAS INTERIORES TOTALIZOU

80,3 milhões de toneladas em 2013 (redução de 0,75%)

Na cabotagem e no longo curso em vias interiores houve redução do volume de

carga transportada.

21,2 22,3 23,1 22,3

29,4 32,3 32,6 29,5

23,8 25,1 25,2 28,5

74,4 79,8 80,9 80,3

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

2010 2011 2012 2013

Milh

õe

s

NAVEGAÇÃO INTERIOR LONGO CURSO EM VIAS INTERIORES

CABOTAGEM EM VIAS INTERIORES TOTAL EM VIAS INTERIORES

Destaque: Crescimento de 13%

da Navegação Interior.

16,1%

0,17%

17,8%

65,9%

Carga Geral Solta (t)Carga Geral Conteinerizada (t)Granel LíquidoGranel Sólido

Transporte na Navegação Interior

23,8

25,1 25,2

28,5

15,0

20,0

25,0

30,0

2010 2011 2012 2013

Milh

õe

s

5,5%

0,23% 13%

Transporte por Natureza da Carga

Retomada do crescimento da Navegação Interior

REGIÃO AMAZÔNICA Navegação Interior 10,8 Cabotagem em Vias Interiores 19,8 Longo Curso em Vias Interiores 18,0

REGIÃO DO SÃO FRANCISCO Navegação Interior 49.549 (t)

REGIÃO DO PARANÁ-TIETÊ Navegação Interior 6,3

REGIÃO DO PARAGUAI Navegação Interior 5,9

REGIÃO DO TOCANTINS-ARAGUAIA Navegação Interior 3,6 Cabotagem em Vias Interiores 7,5 Longo Curso em Vias Interiores 10,8

REGIÃO ATLÂNTICO SUL Navegação Interior 4,3 Cabotagem em Vias Interiores 0,6 Longo Curso em Vias Interiores 0,6

milhões (t) Transporte em Vias Interiores por Região Hidrográfica

Agenda

4. Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária

Principais Objetivos:

• Análise de demanda de cargas por

trechos hidroviários existentes ou previstos.

• Indicação de áreas propícias para implantação de novos terminais hidroviários (Antiga atribuição de constituição do PGO Hidroviário).

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Produtos do PNIH

Base de Dados Georreferenciada;

Simulador Logístico baseado em um Sistema de Informações Geográficas (SIGTAQ);

Estudos:

•Análise de demanda de cargas por trechos hidroviários existentes ou previstos.

•Indicação de áreas propícias para implantação de novos terminais hidroviários

Capacitação. 37

Plano Nacional de Integração Hidroviária

PNIH

38

(Demanda Alocada) %

Sul 96.190 45.479 47,3%

Amazônica 297.238 85.738 28,8%

Paraná-Tietê 702.961 26.321 3,7%

Tocantis-Araguaia 163.671 9.591 5,9%

Paraná-Paraguai 42.581 8.058 18,9%

São Francisco 383.164 765 0,2%

Fonte: PNIH/ANTAQ (2013)

 Bacias

2015

Projeção de Demanda da Área Total de

Influência

Projeção de Demanda (mil toneladas por ano)

PNIH Plano Nacional de Integração Hidroviária

Movimentação Projetada

(Demanda Alocada) %

Sul 115.742 55.873 48,3%

Amazônica 382.876 98.513 25,7%

Paraná-Tietê 826.551 28.505 3,4%

Tocantis-Araguaia 222.779 18.765 8,4%

Paraná-Paraguai 61.488 22.927 37,3%

São Francisco 464.363 3.663 0,8%

Fonte: PNIH/ANTAQ (2013)

Projeção de Demanda da Área Total de

Influência Bacias

Projeção de Demanda (mil toneladas por ano)2020

Projeções de Demanda nas hidrovias brasileiras – 2015 e 2020

40

PNIH

Áreas propícias para instalação de novos terminais portuários

Plano Nacional de Integração Hidroviária

TRANSPORTE FLUVIAL DE PASSAGEIROS NA AMAZÔNIA Linhas, Embarcações, Terminais e Passageiros

2013

OBJETIVOS DO ESTUDO

1. IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAS REGULARES DE TRANSPORTE FLUVIAL

2. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS TERMINAIS

3. LEVANTAMENTO DA DEMANDA DE PASSAGEIROS E CARGAS

4. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DA FROTA

5. ANÁLISE DO PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PASSAGEIROS

ESCOPO O ESTUDO APRESENTOU UM DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS LINHAS DE

TRANSPORTE FLUVIAL DE PASSAGEIROS E CARGAS EM EMBARCAÇÕES

MISTAS NA REGIÃO AMAZÔNICA.

ABRANGÊNCIA DO ESTUDO

Longitudinal Estadual 249

Longitudinal Interestadual 59

Travessia 9

TOTAL GERAL 317

Nº TOTAL DE LINHAS

ESTADO QUANTIDADE

Pará 182

Amazonas 290

Amapá 18

Rondônia 11

Interestaduais 101

TOTAL PARCIAL 602

Nº DE EMBARCAÇÕES

NÍVEL DE ATENDIMENTO DA REGIÃO AMAZÔNICA

4%

15%

81%

PADRÃO DE ATENDIMENTO GLOBAL DOS TERMINAIS DA AMAZÔNIA

ELEVADO MÉDIO BAIXO

Agenda

Estudos da Navegação Interior – PNIH e Diagnóstico do Transporte de Passageiros

5. Novos Investimentos na Navegação Interior

PROJETOS HIDROVIÁRIOS

EVTEA – Paraná-Tietê

Rio dos Bois

Rio Tabaji

MS

Santos

Paranaguá

MG

SP

RJ

PR

Araguari

Itumbiara Castelândia

Aparecida do Taboado

São Simão

PK170

Pereira Barreto

Araçatuba

Sabino

Ibitinga

Pederneiras

Piracicaba

Ourinhos Jataizinho

Tereza Cristina

Jussara

Naviraí Juti

PK183

Ivinhema

Rio Brilhante

PK214 Bataguassu

Água Clara Inocência

Três Lagoas

Rosana

Panorama

Teodoro Sampaio

Guaíra

Rio Grande

Pres. Epitácio Maracaju

GO

PK175

PARAGUAI

Rio Tibaji

R$685

M

+R$442

M

R$64M

R$6,3

B

R$3,2

B Rio dos Bois

R$71M

Legenda

Terminal Intermodal

Terminal Existente

Terminal Previsto

Investimento

R$2,1B

3x2

MS

R$7M R$512

M

R$110

M

Dragagem, derrocamento, eclusas e pontes

Investimentos Necessários

AHRANA 47

O desenvolvimento do Modal Hidroviário prevê:

Solução dos gargalos atuais;

Aumento do transporte nos afluentes para o interior;

Integração ferroviária em direção aos portos marítimos e

Criação de Corredores Hidro-Ferroviários Alternativos ao Tietê.

48

49

O

1- Aumento da capilaridade da Hidrovia

2- Novo corredor paralelo ao Tietê para

Paranaguá e São Francisco do Sul

3- Integração Hidro-Ferroviária

/Aproximação dos Portos Marítimos

de Exportção

4- Ganho de escala com o emprego de

Comboios Fluviais de Maior Porte

• Considerações Finais e pontos para reflexão:

– O transporte hidroviário é, mundialmente, uma ótima solução para a diminuição de custos logísticos e, paralelamente, menos poluidor do que outros meios de transporte;

– O Brasil possui vasta malha de rios potencialmente utilizáveis para o transporte hidroviário;

– Nota-se um crescimento da utilização dos rios navegáveis disponíveis no território brasileiro, fato que deve demandar maior investimentos, visando transformar nossos rios em hidrovias stricto sensu;

– Estudos recentes demonstram a grande potencialidade do modal hidroviário para o país,

– Contudo, investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento também serão fundamentais;

– Isso em razão da necessidade de adequação da demanda por transportes com as características próprias de cada rio e das demandas regionais de desenvolvimento.

– Daí a necessidade buscar, também, respostas nas universidades brasileiras, grande repositório de conhecimento no território nacional. • Exemplos:

– Novos modelos de terminais hidroviários (adaptados às características de cada região),

– Embarcações de passageiros (próprias para cada rio),

– Embarcações de cargas (próprias para cada rio),

– Procedimentos para implantação e manutenção de trechos hidroviários (dragagem, derrocamento, sinalização, balizamento),

– Entre outros.

Obrigado

Adalberto Tokarski Diretor da ANTAQ

[email protected]

www.antaq.gov.br