Cenários 2011 Profº Rosseti
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UMA VISÃO ESTRATÉGICA DO
MACROAMBIENTE ECONÔMICO:
CONDIÇÕES VIGENTES
E CENÁRIOS PROVÁVEIS
José Paschoal Rossetti
2010
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.1. Megamudanças globais
1.2. Magnitude dos PNBs e do PNB: rankings dos países
1.3. Fatores de expansão
1.4. Fatores inibidores
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. Condições antecedentes
2.2. Evolução dos cenários em 2009 e 2010
2.3. A recuperação da crise
2.4. Situação vigente em 2010
2.5. Situação vigente e perspectivas
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.1. Fatores de expansão
3.2. Pontos fortes e pontos fracos
3.3. Investimentos: a variável crítica da economia
CONTEÚDO
CONTEÚDO
4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE PÓS-CRISE
4.1. Condições antecedentes
4.2. Condições atuantes para superação da crise
4.3. A reativação em curso
4.4. Projeções macroeconômicas 2010-2014
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.1. Megamudanças institucionais
5.2. Megamudanças econômicas
5.3. Diretrizes estratégicas no período 1960-80
5.4. A transição: dois caminhos possíveis
5.5. A opção pela abertura e inserção global
5.6. A emergência de nova configuração ideológica
5.7. Redirecionamento em curso
5.8. Matriz de posicionamentos político e econômico
5.9. Trajetória pós-guerra – 1980
5.10. Trajetória 1980-2010
5.11. Alternativas: avanços ou retrocessos
5.12. O retrocesso institucional: fatores de riscos
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.1. Cenário Mundial
6.2. Cenário Brasil
6.3. Modelo SWOT: potenciais, limitações e riscos
6.4. Cenários mundial e do Brasil
1
CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA
MUNDIAL
Dimensões
Variações anuais (%)
Média
1991-20002001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO3,1 2,2 2,8 3,6 4,9 4,5 5,1 5,2 3,1 - 0,6
• Economias avançadas 2,8 1,2 1,6 1,9 3,2 2,6 3,0 2,7 0,8 - 3,2
Estados Unidos 3,3 0,8 1,6 2,5 3,6 2,9 2,8 2,0 1,1 - 2,6
Eurozona - 1,9 0,9 0,8 2,2 1,7 2,9 2,7 0,8 - 4,1
Japão 1,3 0,2 0,3 1,4 2,7 1,9 2,0 2,4 0,2 - 5,2
União Europeia 2,2 2,1 1,4 1,5 2,6 2,2 3,4 3,1 1,1 - 4,1
• Economias emergentes3,4 3,6 3,0 5,0 5,5 5,6 6,2 6,3 6,0 2,5
• COMÉRCIO MUNDIAL 7,1 0,3 3,5 5,4 10,7 7,7 9,2 7,2 2,9 - 11,0
Economias avançadas 7,4 -1,2 2,8 4,5 9,5 6,0 8,3 4,7 1,2 - 12,7
Economias emergentes 10,2 1,2 7,1 11,7 16,6 12,2 12,8 11,8 6,7 - 8,2
Expressões nominais em US$ Trilhões
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 28,3 31,7 33,0 37,1 41,7 45,1 48,8 54,8 60,1 58,1
• COMÉRCIO MUNDIAL
Mercadorias 4,9 6,1 6,3 7,4 9,0 10,3 11,9 13,7 15,9 12,8
Mercadorias e serviços
6,1 7,6 7,9 9,3 11,3 12,8 14,8 17,1 19,7 15,9
Fonte: World Bank.
TRAJETÓRIA E DIMENSÕES DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL:
ECONOMIAS AVANÇADAS E EMERGENTES
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
TRAJETÓRIA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL
Expressão absoluta e taxas anuais de expansão
58,1
28,3
31,733,0
37,1
41,7
45,1
48,8
54,8
60,1
25
30
35
40
45
50
55
60
65
2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09
Taxas anuais de expansão
nominal 8,36%
real 3,89%
US$
Trilhões
Fonte: World Bank.
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
(a) Redução decorrente da crise global, já estancada e em recuperação
AS DIMENSÕES DA ECONOMIA MUNDIAL: EXPRESSÃO E CRESCIMENTO ABSOLUTO SEM
PRECEDENTES HISTÓRICOS
PRODUTO MUNDIAL BRUTO
Critério de conversão dos PNBs em US$ pelas taxas médias ponderadas
de câmbio das economias nacionais
Expressão absoluta
em 2009
US$ 58,1 Trilhões
Crescimento anual
histórico (1991-2009)
3,5%
Significado do crescimento mundial a 3,5% anuais
Crescimento absoluto Significado
Anual US$ 2,03 Trilhões Um Brasil a mais a cada 10 meses.
Em dez anos US$ 23,86 Trilhões Um Estados Unidos a mais a cada 6 anos.
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
DISTRIBUIÇÃO DO PRODUTO MUNDIAL BRUTO EM 2009
Altos potenciais de crescimento de novos mercados
Economias
segundo
níveis de
renda
Milhões
de
habitantes
PNBs
(US$
Bilhões)
Per capita
(US$ ano)
Alta renda 1.065 41.719 39.172
Renda média
alta851 7.282 8.554
Renda média
baixa3.479 8.715 2.505
Baixa renda 1.345 417 312
MUNDO 6.740 58.133 9.625
Distribuição do PMB
28,4%
Países de alta
e média
renda71,6%
Países de
média baixa e
de baixa
renda
19,1%
Países de
baixa e
média baixa
renda
80,9%
Países de
alta e média
alta renda
POPULAÇÃO
MUNDIAL
PRODUTO
MUNDIAL
BRUTO
Fonte: World Bank. World development Report 2010.
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
A
B
C
D
E
• Acesso fácil.• Produtos mais sofisticados.
MERCADOS DE BENS E SERVIÇOS FINAIS
População Renda Nacional
• Acesso facilitado.• Produtos mais simples.
• Upgrade de todas as classes socioeconômicas, especialmente B, C e D, quanto às aspirações e ao acesso
aos mercados.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO, COM MUDANÇAS SOCIAIS E ASPIRAÇÕES EM ALTA (V)
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
Anos
US$ trilhões correntesRelações %
PMB Produto
Mundial
Bruto (a)
Comércio mundial
Mercadorias
(b)
Mercadorias +
Serviços (c)(b)/(a) (c)/(a)
1970
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2006
2007
2008
2009
Projeções(d)
2010
2020
3,3
11,2
13,9
21,8
27,0
31,2
44,3
48,2
54,3
60,1
58,1
61,9
87,3
0,3
1,3
2,0
3,4
5,0
6,0
9,1
11,9
13,8
15,9
12,8
13,7
24,5
0,4
1,5
2,4
4,3
6,2
8,1
11,3
12,9
14,8
17,2
15,9
17,1
32,1
9,1
11,6
14,4
15,6
18,5
20,5
20,5
24,6
25,4
26,4
22,0
22,1
28,1
12,1
13,4
17,3
19,7
22,9
26,0
25,5
26,7
27,2
28,6
27,4
27,6
36,7
Fontes: (a) World Bank. Projeções: crescimento geométrico de 3,5% ao ano.
(b) e (c) UNCTAD. Projeções: crescimento geométrico de 6,0 ao ano para mercadorias e de 6,5% para mercadorias mais serviços.
(d) Cenário de reativação moderada da economia global.
FLUXOS HISTÓRICOS DE COMÉRCIO: CRESCIMENTO
CONSISTENTE EM RELAÇÃO AO PMB
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
Períodos
1984-89
1990-95
1996-99
2000-05
2010
2020
Relação % com PMB
1,04
1,24
2,18
2,67
3,24
4,02
IED por dia útil
US$ bilhões
0,5
1,1
2,6
3,7
6,7
12,6
A EXPANSÃO HISTÓRICA
DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
130290
650
920
2.010
3.500
150
450
750
1050
1350
1650
1950
2250
2550
2850
3150
3450
3750
1984-89 1990-95 1996-99 2000-05 2010 2020
US$ bilhões
(Médias anuais)
Projeções
Fonte: UNCTAD.
ÍNDICES ACUMULADOS DE CRESCIMENTO, 1985-2009
Categorias
Variações %
Economia
mundial
Mercados
emergentes
• Consumo de derivados do petróleo
37,8 60,4
• Matérias-primas
Minerais 93,7 142,9
Fibras 63,0 129,3
Grãos 77,1 114,5
• PNBs
1985-2009 85,2 114,6
2002-2009 28,1 48,0
DESTINO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS
PeríodosUS$ bilhões
(médias anuais)
% para dez
maiores países
emergentes
1984-89 131 4,1
1990-95 289 17,3
1996-99 652 21,4
2000-09 1.532 29,5
NOVAS REALIDADES
• China, segunda potência econômica mundial, critério PPC.
• Entre as 15 maiores economias:
8 avançadas
7 emergentes
• Maior peso dos emergentes na geração do crescimento mundial:
1990: 28,5%
2000: 36,4%
2008: 65,8%
Projeções
(Critério PPC)
PNB US$ Trilhões
(Valores de 2009)
15 anos 20 anos
EUA, crescimento anual de 3% 22,2 25,7
China, crescimento anual de 7% 24,5 34,4
• Dimensões dos mercados mundiais puxadas pelo peso crescente e pela dinâmica das
economias emergentes
OS PESOS CRESCENTES DAS ECONOMIAS EMERGENTES
DE ALTO POTENCIAL
1. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA MUNDIAL
1.3. FATORES DE EXPANSÃO
2
A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008-2009
Dimensões
Variações anuais (%)
Média
1991-19992001-03 2004-06 2007 2008 2009
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 3,1 2,9 4,8 5,2 3,1 - 0,6
• Economias avançadas 2,8 1,6 2,9 2,7 0,8 - 3,2
Estados Unidos 3,3 1,6 3,1 2,0 1,1 - 2,6
Eurozona - 1,2 2,3 2,7 0,8 - 4,1
Japão 1,3 0,6 2,2 2,4 0,2 - 5,2
União Europeia 2,2 1,7 2,7 3,1 1,1 - 4,1
• Economias emergentes 3,4 3,9 5,8 6,3 6,0 2,5
• COMÉRCIO MUNDIAL 7,1 3,1 9,2 7,2 2,9 - 11,0
Economias avançadas 7,4 2,4 7,9 4,7 1,2 - 12,7
Economias emergentes 10,2 6,7 13,8 11,8 6,7 - 8,2
Expressões nominais em US$ Trilhões
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 28,3 31,7 37,1 41,7 48,8 54,8 60,1 58,1
• COMÉRCIOMUNDIAL
Mercadorias 4,9 6,1 7,4 9,0 11,9 13,7 15,9 12,8
Mercadorias e serviços 6,1 7,6 9,3 11,3 14,8 17,1 19,7 15,9
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.1. CONDIÇÕES ANTECEDENTES
Fonte: World Bank e IMF. World Economic Outlook.
Dimensões Projeções (variações reais)
2010 2011 2012-15
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 4,8 4,2 4,0
• Economias avançadas 2,7 2,2 2,0
Estados Unidos 2,6 2,3 2,5
Japão 1,7 1,5 1,2
União Europeia 1,7 1,7 2,2
• Economias emergentes 7,1 6,4 6,5
• COMÉRCIO MUNDIAL 11,4 7,3 6,3
Economias avançadas 10,5 5,6 4,5
Economias emergentes 13,1 9,5 7,5
Expressões nominais em US$ Trilhões
• PRODUTO MUNDIAL BRUTO 61,9 64,4 67,1 75,4
• COMÉRCIO MUNDIALMercadorias 13,7 15,1 16,1 19,3
Mercadorias e serviços 17,1 18,5 19,6 23,6
Fonte: World Bank e IFM, World Economic Outlook. December, 2009.
CRISE DE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008-2009: A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE (II)
Reversão dos macroindicadores
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.3. A RECUPERAÇÃO DA CRISE
ContinentesValor de mercado em US$ Trilhões
1990 1995 2000 2005 2007 2008 2009 2010(a)
Américas 3,4 7,6 16,5 21,1 24,3 13,9 18,9 20,2
Europa, Oriente Médio e
África2,0 4,4 9,6 12,8 16,7 9,2 16,0 15,8
Ásia e Oceania 3,5 5,1 4,9 9,1 19,8 9,5 13,0 14,2
Totais 8,9 17,1 31,0 43,0 60,8 32,6 47,9 50,2
Total mundial de companhias e valor
médio em US$ Milhões
Número 21.585 25.050 29.300 38.262 46.509 46.705 44.991 45.214
Valor médio 412,3 682,6 1.058,0 1.123,8 1.307,2 697,9 1.064,7 1.110,3
Fonte: World Federations of Exchanges.
(a) Final de setembro.
EVOLUÇÃO DO MUNDO CORPORATIVO E DO MERCADO DE CAPITAIS
Forte contração em 2008. Recuperação em 2009 e 2010.
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.2. EVOLUÇÃO DOS CENÁRIOS EM 2009 E 2010
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
Síntese das potencialidades
• Cúpulas mundiais de acompanhamento e controle dos efeitos da crise, com envolvimento do G8 e do G20. Adoção de fortes
medidas antidepressivas.
• Crescimento demográfico, com mudanças sociais e aspirações em alta:
Expansão anual de 74,3 milhões de habitantes, com mudanças sociais de alto impacto expansionista.
Acesso da baixa renda aos mercados de consumo e upgrade de todas as classes socioeconômicas.
• Fluxos da demanda agregada se mantêm, ainda que retraídos. Alta dispersão setorial dos efeitos da crise: raros mercados
atingidos “mortalmente”.
• Expansão do número de empresas entrantes em praticamente todos os mercados:
Acesso aberto a tecnologias de produção: invasão de mercados por marcas “talibãs”.
Nova dinâmica competitiva, entre grandes consolidados e pequenos guerrilheiros.
• Revoluções tecnológicas associadas à descartabilidade de produtos:
Rendição aos apelos do avanço tecnológico – obsolescência tecnológica antecipando-se à funcional.
Descartabilidade sem precedentes históricos.
• Desfronteirização:
Abertura de mercados.
Acirramento da competição globalizada – exposição das empresas a estruturas competitivas de preços.
Leque mais aberto de produtos finais e maior elasticidade-preço da procura.
• Mobilidade de capitais:
Investimentos estrangeiros diretos.
Fundos de private equity.
• Vigor e dimensões de economias emergentes de alto potencial.
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.4. SITUAÇÃO VIGENTE EM 2010
CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS
Síntese das fragilidades
• Epicentro da crise: economias avançadas, com forte “efeito contágio” em todo o sistema mundial:
EUA e Eurozona: 39,5% do Produto Mundial Bruto.
Dimensões do mundo corporativo dos EUA (500 maiores empresas): US$ 9,7 trilhões, 40,7% das receitas operacionais
das 500 maiores do mundo.
• Estado macroeconômico dos EUA:
Altos níveis de endividamento: todos os agentes econômicos.
Desemprego alto e resistente.
• Impactos da crise nos países industriais maduros não totalmente recuperados: Comunidade Europeia, Japão e Tigres
Asiáticos.
• Forte contração das correntes mundiais de comércio: plena recuperação poderá demorar a ocorrer em 2011:
• Mercado acionário: ainda em contração, relativamente aos níveis anteriores a 2008 (postergação de emissões e de aberturas
de capital).
• Expansão do endividamento bruto (% em relação aos PNBs) dos governos dos países avançados: EUA 93,6% e Eurozona
86,3%.
• Regulação mais rigorosa das operações do sistema financeiro: desalavancagem e retração da liquidez.
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.4. SITUAÇÃO VIGENTE EM 2010
Fluxos
(Bens e serviços)
Variações anuais (%)
2009 2010 2011
• Importações
Avançados
Emergentes
-12,7
- 8,2
10,1
14,3
5,2
9,9
• Exportação
Avançados
Emergentes
-12,4
- 7,8
11,0
11,9
6,0
9,1
Fonte: WEO, outubro 2010.
CONDIÇÕES EM 2010 E PERSPECTIVAS 2011-2012: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES
Potencialidades são estruturais, mas convivem com fragilidades que não são
apenas conjunturais. A volta aos padrões e níveis de crescimento do
quinquênio 2003-2007 requer ajustes nas contas fiscais das economias
avançadas, pleno restabelecimento de clima de confiança, redirecionamento
de recursos e forte expansão das economias emergentes.
Pela natureza das fragilidades e dos ajustes exigidos, a recuperação plena
não se dará em 2010, mas no biênio 2011-12, e ainda
sujeita a volatilidades.
2. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
2.5. SITUAÇÃO VIGENTE E PERSPECTIVAS
3
CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA
BRASILEIRA
PONTOS FORTES
Probabilidade de deterioração a médio prazo
Baixa Mediana Alta
• Importância geopolítica. ●
• Mercados expressivos. ●
• Peso e liderança econômica regional. ●
• Abundância e diversidade de capital natural. ●
• Mobilidade social ascendente. ●
• Estrutura produtiva diversificada. ●
• Modernização das plantas. ●
• Alta densidade de cadeias certificadas. ●
• Sistema financeiro: regulação e tecnologia operacional. ●
• Cadeias produtivas competitivas:
Primárias. ●
Industriais. ●
• Setor externo:
Reputação internacional. ●
Liquidez, “grau de investimento”. ●
Atratividade para investidores. ●
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS
PONTOS FORTES INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS
PONTOS FRACOSProbabilidade de remoção a médio prazo
Baixa Mediana Alta
• Riscos de descontinuidade estratégica:
Agenda ideológica.●
Mudanças regulatórias. ●
• Instituições legais:
Lentidão processual.●
Baixo enforcement – impunidade. ●
Tolerância – revelações impunes. ●
• Economia no setor público:
Baixa eficiência.●
Rolagem onerosa da dívida interna. ●
Baixa relação investimentos/ carga tributária. ●
• Economia no setor privado:
Alta informalidade.●
Tolerância com inadimplência. ●
• Infraestrutura:
Gargalos em todos os modais de transportes.●
Riscos de suprimentos de energia. ●
Precariedade em saneamento básico. ●
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS
PONTOS FRACOS INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS (I)
PONTOS FRACOSProbabilidade de remoção a médio prazo
Baixa Mediana Alta
• Baixa relação I/PIB. ●
• Custos sistêmicos:
Tributos. ●
Encargos trabalhistas. ●
Juros. ●
Transportes. ●
Cobertura de deficiências dos serviços públicos. ●
• Condições sociais:
Habitação. ●
Educação. ●
Níveis ainda altos de pobreza absoluta. ●
Violência e segurança. ●
• Elites descompromissadas. ●
• Proteção à propriedade. ●
• Inflexibilidade da política ambiental: ●
Formação bruta de capital fixo. ●
P&D. ●
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS
PONTOS FRACOS INSTITUCIONAIS, REAIS E FINANCEIROS (II)
• Pontos Fortes
Condições estruturais estabelecidas.
Baixa probabilidade de deterioração: 10 dos 14 listados.
Pesos presumidamente inferiores aos dos pontos fracos.
• Pontos Fracos
Alta predominância de barreiras institucionais.
Todos são de alta relevância para o crescimento da economia.
Dificuldades para remoção a médio prazo: 15 dos 31 listados.
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.2. PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS
UMA TENTATIVA DE AVALIAÇÃO DOS PONTOS FORTES E FRACOS
Anos % em relação ao PIB Anos % em relação ao PIB
1990 20,66 2000 16,80
1991 18,11 2001 17,03
1992 18,42 2002 16,39
1993 19,28 2003 15,28
1994 20,75 2004 16,10
1995 18,32 2005 15,94
1996 16,87 2006 16,52
1997 17,37 2007 17,55
1998 16,97 2008 18,65
1999 15,66 2009 16,72
Médias ponderadas do período
Década de 90: 18,24%
2000-2009: 16,70%
1990-2009: 17,47%
Fonte: IBGC, Centro de Contas Nacionais
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.3. INVESTIMENTOS: A VARIÁVEL CRÍTICA DE ECONOMIA
INVESTIMENTOS NO PERÍODO 1990-2009
Países de alta renda Países emergentes
1. Espanha 31,1 1. China 42,8
2. Austrália 27,2 2. Índia 34,6
3. Irlanda 25,2 3. Estônia 31,9
4. Japão 23,8 4. Jordânia 30,5
5. Dinamarca 23,0 5. Romênia 30,5
6. Canadá 22,3 6. Bulgária 30,0
7. Nova Zelândia 21,8 7. Croácia 29,8
8. Suíça 21,4 8. Ucrânia 26,9
9. Bélgica 21,3 9. Tailândia 26,5
10. Itália 21,1 10. Eslovênia 26,4
11. França 21,0 11. Lituânia 26,3
12. Noruega 20,7 12. Grécia 26,2
13. Áustria 20,7 13. Eslováquia 25,7
14. Holanda 19,9 14. Venezuela 25,0
15. Suécia 18,9 15. Indonésia 24,7
16. Estados Unidos 18,7 16. República Checa 24,5
17. Finlândia 18,7 17. Polônia 23,1
18. Alemanha 18,6 18. Turquia 22,4
19. Reino Unido 18,1 19. Malásia 21,4
20. Luxemburgo 17,9 20. África do Sul 20,7
Média ponderada 21,3 Média ponderada 28,7
Brasil 16,9
Fonte: IMD World Competitiveness Yearbook. Lausanne: Institute for Management Development, edições de 2005 a 2010.
3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DA ECONOMIA BRASILEIRA
3.3. INVESTIMENTOS: A VARIÁVEL CRÍTICA DE ECONOMIA
INVESTIMENTOS: COMPARAÇÕES QUINQUÊNIO 2005-2009
4
A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE
PÓS-CRISE
QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: CONDIÇÕES VIGENTES (I)
Objetivos Condições vigentes
CRESCIMENTO
ECONÔMICO
• Superação de longo período histórico em que o crescimento do PNB foi inferior ao PMB (1980-
2003). Período 2004-2010: variação do PNB superior ao PMB.
• Bom posicionamento entre os emergentes de grande potencial.
• Fundamentos expansionistas similares aos da economia mundial.
• Fundamentos positivos diferenciadores:
Abundância e diversidade de capital natural.
Alta diversidade da estrutura produtiva.
Potenciais para grandes projetos.
Cadeias produtivas com vantagens competitivas globais.
• Crescimento só não é “chinês” pela baixa relação investimentos/ PNB:
Baixa capacidade de investimento do governo.
Forte tributação do investimento.
Gargalos na infraestrutura: todos os modais de transportes e energia.
ESTABILIDADE DOS
PREÇOS
• Dominada. Longo período de estabilização (1994-2010).
• Êxito da política monetária definida pelo BC: metas de inflação como objetivo dominante.
• Baixa probabilidade de recaídas heterodoxas.
• Riscos de recrudescimento inflacionário:
Aceleração do crescimento acima do PIB potencial.
Variações importantes nos preços mundiais das commodities.
4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE
4.3. A REATIVAÇÃO EM CURSO
QUATRO OBJETIVOS MACROECONÔMICOS FUNDAMENTAIS: CONDIÇÕES VIGENTES (II)
Objetivos Condições vigentes
REPARTIÇÃO DA RENDA
E DA RIQUEZA
• Superação de longo período histórico de concentração da renda e da riqueza (1960-1995).
• Redução do índice de Gini (indicador de concentração): 1990 = 0,616; 1995 = 0,592; 2000 = 0,574; 2005 =
0,532; 2009 = 0,512).
• Redução da pobreza absoluta: em 2003, 28,17% da população; em 2009, 15,54%.
• Aumento do rendimento real médio do pessoal ocupado: em 2003, R$ 1.174; em 2009, R$ 1.353.
• Política redistributiva de rendas : aumento real do salário mínimo, das pensões previdenciárias e do
programa de renda mínima (Bolsa Família).
• Mobilidade social ascendente: upgrade de todas as classes socioeconômicas, especialmente B, C e D.
• Níveis de emprego em rápida recuperação após crise mundial.
EQUILÍBRIO DO BALANÇO
INTERNACIONAL DE
PAGAMENTOS
• Alta liquidez internacional: níveis históricos recordes, superando US$ 280 bilhões.
• Balança comercial positiva, embora em queda nos últimos quatro anos.
• Alta atratividade do país para investimentos estrangeiros diretos:
Cadeias produtivas primárias competitivas.
“Grau de investimento” indicado por três agências de risco.
País emergente de alto potencial: mercados de massa em expansão.
Viabilização de TIR em patamares menores pela redução do risco país.
• Captações importantes de recursos externos via aberturas de capital das empresas.
• Linhas de crédito abertas.
• Condições que requerem atenção:
Déficit crônico alto na balança de serviços (superior ao superávit comercial).
Déficit em transações correntes (comércio < serviços).
4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE
4.3. A REATIVAÇÃO EM CURSO
Indicadores
Evolução recente Tendências
Fundamentos2007 2008 2009 2010
2011-
14
Investimentos/PIB (%) 16,5 18,7 16,7 18,5 20,0
• 1.200 grandes projetos de infraestrutura e indústrias de base definidos: R$ 330 bilhões.
• Forte ingresso de investimentos estrangeiros diretos.
• Foco do governo em ativação de grandes projetos:
Empresas estatais.
Programa habitacional.
Infraestrutura.
• Preparação para os jogos mundiais (2014, 2016): R$ 40 bilhões.
• Redução da taxa de juros.
• Expansão do setor de óleo e gás.
• Fim da capacidade ociosa gerada pela crise mundial.
Variação do PIB 5,4 5,1 - 0,2 7,5 5,0
• Recuperação mais veloz que a do Produto Mundial Bruto.
• Economia emergente de alto potencial.
• Números só não são mais expressivos por condições estruturais:
Fatores que retraem os investimentos privados.
Baixa capacidade de investimento do governo.
IPCA (%) 4,5 5,9 4,5 5,2 4,5• Retomada do crescimento econômico.
PIB mais veloz.
PMB mais suave.
• Assimetria de índices no atacado e varejo.
• Recuperação dos preços das commodities.
• Assimetrias nos investimentos.
IGPM (%) 7,7 9,8 -1,7 9,0 5,0
IGP-DI (%) 7,9 9,1 -1,4 9,5 5,0
SELIC (%)
(Final de ano)11,25 13,75 8,75
Esforços para
sustentação da
taxa média
anual abaixo de
“dois dígitos”
• Estabilização dos preços sob riscos:
Pressões das commodities.
Forte ativação do consumo.
Desarticulação de suprimentos básicos.
• Foco na recuperação do crescimento.
TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2010-2014
4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE
4.4. PROJEÇÕES MACROECÔNOMICAS 2010-2014
IndicadoresEvolução recente Tendências
Fundamentos2007 2008 2009 2010 2011-14
Câmbio médio
(R$/US$)1,95 1,84 2,00 1,75 1,80
• Fatores de apreciação:
Mercado cambial fortemente irrigado (IED e exigíveis).
Taxa interna de juros.
Atratividade do setor real da economia.
• Fatores de depreciação:
Pressões do segmento exportador.
Possível instabilidade institucional.
Agravamento do déficit em transações correntes.
Recrudescimento da crise mundial.
Balança
comercial
(US$ Bilhões)
40,0 24,7 25,3 18,0 10,0
• País importante fornecedor mundial de produtos básicos e alimentos.
• Sustentação do crescimento na China.
• Recuperação gradual da economia mundial.
• Estabilização da taxa nominal de câmbio compensada por ganhos em competitividade.
Transações
correntes
(US$ Bilhões)
3,5 - 28,3 - 20,0 - 50,0 - 65,0
• Superávit comercial decrescente.
• Pressão de déficits expressivos:
Serviços não financeiros fortemente deficitários.
Elevados níveis de remessas de lucros.
Juros da dívida externa em trajetória ascendente.
• Déficit em transações correntes compensados pelo ingresso de investimentos diretos.
• Redução das transferências unilaterais.
Investimento
estrangeiro
direto
(US$ Bilhões)
34,6 45,1 25,9 36,0 40,0
• Atratividade de longo prazo do país.
• Cadeias produtivas globalmente competitivas.
• Reconhecimento tríplice do “grau de investimento”.
Dívida externa
total193,2 198,4 202,3 245,0 250,0
• Linhas de crédito abertas.
• Perspectivas cambiais.
• Atratividade do país.
Reservas
internacionais180,3 206,8
Sustentação em níveis
próximos de 200,0
• Investimentos diretos compensam déficits em transações correntes.
• Reabertura gradual das linhas de financiamento.
• Reativação do mercado interno de capitais.
TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO QUINQUÊNIO 2010-2014
4. A VOLTA GRADUAL À NORMALIDADE
4.4. PROJEÇÕES MACROECÔNOMICAS 2010-2014
5
CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
Décadas de 60, 70 e 80 Anos 90
Século XXI
Primeira década
Tendências observadas
1. Fundamentos
ideológicos e
institucionais
• Extremismos. • Movimentos centrípetos.• Equilíbrio numérico entre
facções político-partidárias.
• Doutrina militarista de
soberania e segurança.
• Enfraquecimento da
doutrina militarista.
• Redirecionamento das
funções das forças
armadas.
• Sistema bipartidário. • Sistema pluripartidário.
• Nova lógica político-
partidária: interesses
plurais representados.
• Estado ditatorial.• Reconstrução do Estado de
direito.
• Estado de direito sob
agressões e vigilância.
• Autoritarismo e centralismo
decisório.• Abertura política.
• Transparência: revelações
comprometedoras.
• Continuísmo. • Nova estrutura de poder.
• Projetos de poder
sobrepõem-se a projetos
de governo.
AS MEGAMUDANÇAS POLÍTICO-IDEOLÓGICAS E INSTITUCIONAIS
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.1. MEGAMUDANÇAS INSTITUCIONAIS
Décadas de 60, 70 e 80 Anos 90
Século XXI
Primeira década
Tendências observadas
2. Fundamentos
econômicos
• Protecionismo. • Abertura econômica.
• Propósitos de alta
representatividade e de
“protagonismo” global.
• Reservas de mercado. • Fim de reservas de mercado. • Mercados abertos.
• Estatização. • Privatizações.• Forte propensão
reestatizante.
• Introversão. • Extroversão: inserção global.
• Ganhos visíveis com
inserção e visibilidade
global.
• Exigíveis > IED. • IED + Portfólio > Exigíveis.• Superação da
vulnerabilidade externa.
• Auto-suficiência.• Adesão à lógica das cadeias
globais de suprimentos.
• Integração ampliada pela
demanda global por
suprimentos básicos.
AS MEGAMUDANÇAS ECONÔMICAS ALINHADAS ÀS INSTITUCIONAIS
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.2. MEGAMUDANÇAS ECONÔMICAS
Diretrizes 1990-2002 2003-2010
RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
• Política externa: movida a
princípios diplomáticos.
• Política externa: forte influência de
bandeiras ideológicas.
• Adesão à onda liberalizante. • Dualidades: inserção global e
ligações estreitas com movimentos
“antiglobalização”.
• Pragmatismo nas relações
regionais movidas a interesses
recíprocos.
• Relações regionais sob alinhamentos
ideológicos.
• Reprovação de anacronismos
ideológicos.
• Tolerância e aproximação com
movimentos antidemocráticos.
• Integração regional como passo
para a continental.
• Limitações da integração regional à
Comunidade Sul Americana.
• Negociações da ALCA: esforços
construtivistas.
• Negociação da ALCA: indiferença e
morosidade.
• Foco nos eixos Sul-Norte. • Foco nos eixos Sul-Sul.
MUDANÇAS DE DIRECIONAMENTOS
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO
Diretrizes 1990-2002 2003-2010
DIMENSÕES E PAPÉIS
DO ESTADO
• Retração do Estado na
atividade produtiva e na
regulação dos mercados.
• Reversão do afastamento do
Estado.
• Controle do peso burocrático. • Aumento e aparelhamento da
estrutura burocrática.
• Reordenamento estratégico e
gestão macroeconômica como
missões essenciais.
• Ampliação das missões: o
Estado provedor, regulador,
indutor e empreendedor.
PRESENÇA DO
ESTADO EMPRESÁRIO
• Programa vigoroso de
privatizações:
Indústrias de base.
Infraestrutura.
Sistema financeiro.
• Fim do processo de
privatizações:
Propensão reestatizante.
Fortalecimento das estatais
remanescentes.
• Parcerias público-privadas
travadas.
MUDANÇAS EM DIRECIONAMENTOS
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO
Diretrizes 1990-2002 2003-2010
MODELO DAS
AGÊNCIAS
REGULADORAS
• Novos marcos
regulatórios:
• Mudanças nos marcos
regulatórios:
Criação de agências nacionais. Esvaziamento das agências
nacionais.
Autonomia para regulação
negociada. Regulamentarismo e dirigismo.
Descentralização decisória. Centralismo decisório.
INCLUSÃO E
MOVIMENTOS
SOCIAIS
• Inclusão social: • Inclusão social:
Orientação para ações estruturais. Orientação assistencialista e
distributivista.
Gestão dos conflitos gerados por
movimentos de massa
organizados.
Apoio explícito do Estado aos
movimentos de massa
organizados.
Gestão da diversidade: interação e
convivência.
Exposição de diversidades:
étnica, socioeconômica e
patrimonial. A divisão da nação
em classes.
MUDANÇAS EM DIRECIONAMENTOS
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.7. REDIRECIONAMENTO EM CURSO
Quadrante A Quadrante D
Quadrante B Quadrante C
Restritas Amplas
Performance
socioeconômica
Satisfatórias
Insatisfatórias
Liberdades
Políticas
UM MODELO DE REFERÊNCIA: POSICIONAMENTO E
A TRAJETÓRIA DAS NAÇÕES
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.8. MATRIZ DE POSICIONAMENTOS POLÍTICO E ECONÔMICO
Quadrante A
1968/80
Os anos do “milagre
econômico”
Plano Estratégico de
Desenvolvimento:
I e II PND
Quadrante DPós-guerra/1960
O desenvolvimentismo
industrialista
Plano Salte e
Plano de Metas
Quadrante B
1964/67
O autoritarismo de
ajuste
Programa de Ação
Econômica do
Governo
Quadrante C1961/63
O reformismo
socializante
Plano Trienal de
Desenvolvimento
Econômico e Social
Restritas Amplas
Performance
socioeconômica
Satisfatórias
Insatisfatórias
Liberdades
Políticas
A TRAJETÓRIA SUPERADA: CONSTRUÇÃO DO MODELO AUTORITÁRIO
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.9. TRAJETÓRIA PÓS-GUERRA – 1980
Quadrante A
1968/80Os anos do “milagre
econômico”
Plano Estratégico de
Desenvolvimento:
I e II PND
Quadrante DPerspectiva
2020Novo ciclo de
mudanças
estruturais.
Quadrante B
1981/84A queda do
militarismo
III PND
Quadrante C1985/2010
A restauração e a
consolidação do
pluralismo democrático.
A reorientação
estratégica.
Restritas Amplas
Performance
socioeconômica
Satisfatórias
Insatisfatórias
Liberdades
Políticas
A RESTAURAÇÃO DO MODELO PLURAL E ABERTO
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.10. TRAJETÓRIA 1980-2010
Movimentos radicais
(Menor probabilidade)Trajetória de consenso
(Maior probabilidade)
1. Retrocesso institucional: a
radicalização.
2. Reordenamento socioeconômico
autoritário.
3. Reabertura política.
4. Consolidação do pluralismo democrático
• Projeto nacional sobrepõe-se a projeto
de poder.
• Processo de mudanças institucionais:
ampla negociação com a totalidade das
forças políticas.
Quadrante A
Quadrante D
Quadrante B
QuadranteC
(Posição
do Brasil)1
2 3
Quadrante A
QuadranteD
Quadrante B
Quadrante C
(Posição
do Brasil)
4
ENTRE O RETROCESSO MONOCRÁTICO E O MODELO PLURAL ABERTO
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.11. ALTERNATIVAS: AVANÇOS OU RETROCESSOS
• Gigantismo do Estado: inflexibilidades para redução.
• Dificuldades para reconstrução do Estado: aparelhamento da estrutura burocrática.
• Desencanto social com a classe política:
Projetos de poder claros, projetos de governo não bem definidos.
Desvios endêmicos em relação aos bons princípios e às boas condutas: os Três Poderes envolvidos.
• Crises de governabilidade: “loteamentos” como fator de sustentação.
• Cooptação dos Poderes Legislativo e Judiciário: progressivo afastamento das práticas de boa governança.
• Propósitos visíveis de desconsideração institucional.
• Resultados sociais: messianismo populista.
• Proposição de mudanças institucionais substantivas sob o manto do PNDH-3.
• Avanços do populismo autoritário na AL: governo brasileiro complacente.
• A divisão da nação em classes:
Privilegiados e excluídos.
Brancos e não brancos.
Proprietários por “via cartorial” e quilombos.
Latifundiários e sem terra.
Índios e colonizadores.
• Movimentos de massa organizados: doutrinação revolucionária e ações contundentes.
• Criminalidade, violência e insegurança: chances não desprezíveis de rendição da sociedade ao
“endurecimento do regime”.
FATORES DE RISCO (PROVAVELMENTE BAIXO)
DO RECRUDESCIMENTO AUTORITÁRIO
5. CENÁRIO POLÍTICO DO BRASIL
5.12. O RETROCESSO INSTITUCIONAL: FATORES DE RISCOS
6
UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
• Apesar de estarem superados os riscos de pânico financeiro e de depressão global
profunda, há pesadas heranças da crise de 2008-09 a ser digeridas:
Custos fiscais dos pacotes de socorro praticados nos países avançados.
Déficits e endividamento fortemente expandidos.
• O pacote de € 750 bilhões (embrião de um Fundo Monetário Europeu) afastou os riscos
de colapso na Zona do Euro a curto prazo. Mas medidas duras nos países mais
endividados devem ser praticadas nos próximos anos para recompor a relação dívida/
PNB dentro dos limites do Tratado de Maastricht).
• Os superávits fiscais primários nos países avançados, projetados para os próximos
anos, poderão ter efeitos contracionistas inevitáveis na Europa, com “efeitos-contágio”
globais.
• Mas, em contrapartida, é pouco provável que tenha chegado ao fim o “ciclo de
crescimento”. Permanecem ativos os fatores estruturais de expansão da economia,
que continuarão jogando a favor de recuperação consistente.
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.1. CENÁRIO MUNDIAL
EXTENSÃO E DURAÇÃO DO “ESTADO DE CRISE”
• Recuperação conjuntural da economia em 2009-2010:
Rapidez de medidas anticíclicas – política de rendas, aumento da liquidez e desoneração
fiscal.
Reação positiva dos mercados financeiros e reais.
Expectativas favoráveis restabelecidas.
• Manutenção de bons fundamentos macroeconômicos.
• Bons indicadores econômicos: externos e internos.
• Reputação internacional:
Agências de risco.
Visibilidade em alta.
Propósitos de maior representatividade.
Presença marcante no G-20.
Sede de jogos de repercussão global.
• Jogam contra:
Questões institucionais mal equacionadas.
Ineficiência do Estado.
• Maiores preocupações são com o cenário político:
Reorientação estratégica mais contundente caso permaneça a atual estrutura de poder.
Riscos de desestabilização caso a oposição vença as eleições presidenciais.
MOVIMENTOS CONJUNTURAIS E CONDIÇÕES ESTRUTURAIS
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.2. CENÁRIO BRASIL
Pontos Fortes Pontos fracos
• Importância geopolítica e presença relevante no cenário
mundial.
• Sistema político aberto, democrático.
• Abundância e diversidade de capital natural.
• Abundância e diversidade de fontes de energia não
renováveis e renováveis.
• Estrutura produtiva diversificada.
• Cadeias produtivas primárias competitivas.
• Alta densidade de empresas certificadas.
• Número crescente e ascensão de empresas transnacionais.
• Sistema financeiro quanto à solidez, regulamentação e
tecnologia operacional.
• Bancos oficiais e de fomento fortes e atuantes.
• Mercado de capitais em expansão.
• Mercado interno expressivo e de alto potencial de
crescimento.
• Mobilidade social ascendente.
• Gestão macroeconômica bem fundamentada: baixos riscos
de heterodoxias.
• Liquidez internacional.
• Instituições legais: complexidade e lentidão processual.
• Instituições políticas: representatividade e ineficiência.
• Inapetência dos três Poderes da República para promover
reformas estruturais: trabalhista e previdenciária,
administrativa, política e judiciária.
• Sistemas regulatórios instáveis, em amadurecimento.
• Carga tributária excessiva e complexa.
• Burocracia excessiva do setor público.
• Orçamentos do setor público comprometidos com gastos de
custeio.
• Baixa capacidade de investimento do governo.
• Baixa relação investimentos/ PNB.
• Custo elevado de financiamento do setor produtivo.
• Inexistência de financiamento de longo prazo de bancos
privados para investimentos.
• Inexistência de barreiras não tarifárias para proteção de
ataques hostis às empresas locais.
• Gargalos em infraestrutura.
• Baixos investimentos em P&D.
• Condições sociais: educação e sistema de saúde precários,
violência e segurança.
PONTOS FORTES E FRACOS
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.2. CENÁRIO BRASIL
Oportunidades Ameaças
• Expressão crescente dos países emergentes no cenário
mundial.
• Crescente visibilidade do país em mercados internacionais.
• Posição inversa às das economias avançadas: mercado
interno com excesso de potencial de demanda em relação à
capacidade efetiva de oferta.
• Demanda mundial crescente de produtos básicos originários
da diversidade e abundância de capital natural.
• “Explosão” do mercado interno de massa.
• Atratividade para alto e crescente ingresso de investimentos
estrangeiros diretos.
• Potencial (1.200 projetos) para investimentos em
infraestrutura: energia, telecomunicações, transportes,
saneamento básico.
• Alto potencial para investimentos em indústrias de base:
mineração, óleo e gás, siderurgia, celulose, petroquímica.
• Eventos de repercussão mundial: Copa 2014 e Olimpíadas
2016.
• Alongamento ou agravamento do “estado de crise” na
economia mundial.
• Diretrizes da política externa: questionável orientação para o
desenvolvimento de novos negócios.
• Instabilidade e tendências políticas em países vizinhos da
América Latina.
• Conflitos de focos estratégicos nos núcleos de poder do
governo.
• Progressivo afastamento das práticas de boa governança no
setor público.
• Déficit crônico na balança de serviços do balanço de
pagamentos.
• Dependência de movimentos positivos de capital para
compensar déficits em transações correntes no balanço de
pagamentos.
• Concorrência predatória de fornecedores estrangeiros
eventuais : falta de equanimidade em termos mundiais.
OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.2. CENÁRIO BRASIL
OPORTUNIDADES – Opportunities (O)
MUNDIAIS
• Expressão dos emergentes.
• Atratividade para IEDs.
• Demanda de produtos básicos.
BRASIL
• Potenciais para grandes projetos: infraestrutura e indústrias de base.
• Eventos de repercussão mundial.
AMEAÇAS – Threats (T)MUNDIAIS
• Alongamento do “estado de crise”.
• BRASIL
• Diretrizes da política externa.
• Governança do Estado.
• Déficits em transações correntes no balanço de pagamentos.
• Dependência de movimentos de capital para equilibrar balanço de pagamentos.
• Concorrência predatória de fornecedores estrangeiros.
PONTOS FORTES – Strenghts (S)• Importância geopolítica e sistema democrático.
• Capital natural, fontes de energia e estrutura produtiva.
• Transnacioalização de empresas nacionais.
• Sistema financeiro como um todo.
• Dimensões e potenciais do mercado interno.
• Gestão macroeconômica.
• Liquidez internacional.
PONTOS FRACOS – Weaknesses (W)• Instituições legais e políticas.
• Excessos burocráticos e ineficiência do governo.
• Carga tributária: complexidade, dimensões e destino.
• Baixa relação investimentos/ PNB.
• Condições sociais e oferta insuficiente de profissionais qualificados.
• Inapetência para reformas estruturais.
• Gargalos em infraestrutura.
• Custo elevado de financiamentos e falta de linhas de longo prazo de bancos privados.
• Inexistência de barreiras não tarifárias de proteção a ataques hostis às empresas locais.
Condições
externas
Condições
internas
POTENCIAIS A EXPLORAR
• Inserção global.
• Fluxos crescentes de IED na direção de emergentes.
• Abundância e diversidade de capital natural.
• Cadeias produtivas mundialmente competitivas.
• Explosão do mercado interno de massas.
• Projetos de investimento de grandes
• dimensões.
LIMITAÇÕES E RISCOS A REMOVER
• Diretrizes da política externa.
• Capacidade interna de investimento: desobstrução dos orçamentos públicos e criação de incentivos fiscais ao investimento do setor privado.
• Gargalos em infraestrutura.
• Política educacional e oferta insuficiente de capacitação profissional.
• Insegurança pessoal e patrimonial.
MATRIZ SWOT: POTENCIAIS, LIMITAÇÕES E RISCOS
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.3. MODELO SWOT: POTENCIAIS, LIMITAÇÕES E RISCOS
MODELO DE REFERÊNCIA: CENÁRIOS MUNDIAL E NACIONAL
POTENCIALIDADES X FRAGILIDADES
Favorável
(Superação da contração nas economias avançadas; restabelecimento da expansão global)
Desfavorável
(Ilhas isoladas de prosperidade)
Cenários
mundiais
Ineficaz Eficaz
Administração das forças e fraquezas nacionais
A2
Perdendo a ondaA1
Na crista da onda
B2
Navegando de pedalinho
B1
Surfando a marola
C2
Naufragando
C1
Navegando contra a corrente
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.4. CENÁRIOS MUNDIAL E DO BRASIL
Fonte: Modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009. (Adaptação )
Cenário Brasil
CENÁRIOS NACIONAIS DE REFERÊNCIA: CARACTERÍSTICAS DOMINANTES
Cenários
Características
Crescimento do
PNB
Concentração da
renda
Estabilidade dos
preços
Equilíbrio do
balanço de
pagamentos
Infraestrutura
Competitividade
e produtividade
da economia
A1. Na crista da
ondaAlto PMB
Redução muito
significativa.
Sob riscos,
exigindo medidas
contencionistas.
Condições
francamente
favoráveis.
Redução
significativa
dos gargalos.
Ganhos elevados
e generalizados.
B1. Surfando a
marolaModerado PMB
Redução
relevante.
Dentro dos limites
fixados para o
núcleo da
inflação.
Sustentação da
liquidez e da
estrutura das
contas.
Gargalos
parcialmente
reduzidos.
Ganhos
importantes,
mas seletivos.
B2. Navegando
de pedalinhoBaixo PMB
Redução
pequena.
Baixa tensão
inflacionária.
Liquidez sob
riscos, na
dependência de
ingressos de
capitais.
Permanência de
gargalos
importantes.
Ganhos pouco
significativos e
concentrados em
alguns setores.
C2. NaufragandoEstagnação
perversaManutenção.
Riscos de
“estagflação”.
Deterioração das
condições
alcançadas no
período 2005-10.
Deficiências
relevantes.
Baixa, embora
com ganhos em
alguns setores.
6. UMA TENTATIVA DE SÍNTESE
6.4. CENÁRIOS MUNDIAL E DO BRASIL
Fonte: Modelo desenvolvido pelo MME/EPE, 2009. (Adaptação )