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Centro de Educação a Distância do Ceará – Rua Iolanda Barreto, s/n Derby Clube - Sobral/CE CEP 62.042-270 Fone: (88) 3695.1950
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Aperfeiçoamento
para o Ensino da
Língua Portuguesa I
Módulo IV
Coesão e Coerência nos
Processos de Leitura
Autores
Ana Reges Pinheiro de
Medeiros
Anna Cecília Cavalcante
Freitas Hylo Leal Pereira
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Auxiliar o/a professor/a de Língua Portuguesa do Ensino Médio a:
Verificar como se constrói a coerência nos textos e na inter-relação entre
textos verbais e não verbais;
Analisar como se estabelece a unidade de sentidos em um texto;
Identificar elementos linguísticos responsáveis pela continuidade de
sentidos em um texto - a coesão textual.
Agosto de 2018.
Professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio da rede Estadual do
Ceará.
Livros de autores diversos que contemplem as competências da
formação;
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.
Os cursistas serão avaliados pelas respostas aos questionamentos
realizados ao fim de cada unidade e pela elaboração de um material
sistemático de avaliação final.
OBJETIVOS
PERÍODO DE EXECUÇÃO
PÚBLICO ENVOLVIDO
MATERIAL
FORMA DE AVALIAÇÃO E REGISTRO
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Ao final da participação no curso, com a apropriação por parte do
professor de LP do material teórico aqui apresentado, espera-se que ele possa
intermediar o processo de aprendizagem sistemática do aluno, favorecendo por
parte deste a aquisição de competências que o auxiliem a identificar a coerência
e coesão durante a leitura do texto, melhorando seu desempenho em
avaliações externas como a do SPAECE, nos descritores:
D14-Reconhecer as relações entre partes de um texto, identificando
os recursos coesivos que contribuem para sua continuidade.
D15- Identificar a tese de um texto.
D16- Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos
para sustentá-la.
D17- Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas
marcadas por conjunções, advérbios etc.
D18- Reconhecer o sentido do texto e suas partes sem a presença
de marcas coesivas.
RESULTADO/PRODUTO
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COESÃO E COERÊNCIA NOS PROCESSOS DE LEITURA
Na unidade anterior, vimos as estratégias de leitura e como podemos, em
sala de aula, utilizá-las para mediar o desenvolvimento de competências de
leitura. Essas competências permitem ao leitor construir os sentidos de um texto.
Nesse processo, é importante ajudar o aluno a perceber como as relações
harmoniosas entre as partes do texto se desenvolvem, garantindo sua coerência,
sua compreensão, com atenção voltada para os modos como esses elementos
estão ligados entre si, permitindo a solidariedade entre as partes e,
consequentemente, sua inteligibilidade.
Nessa perspectiva, o presente material trará noções relevantes de
coerência e coesão textuais. Na seção 1, debruçaremo-nos sobre a coerência,
como ela pode ser construída, identificada e como ela auxilia a estabelecer a
unidade de sentidos em um texto. Na seção 2, discutiremos sobre a coesão
textual, identificando-se elementos linguísticos responsáveis pela
continuidade/progressão de sentidos em um texto.
COERÊNCIA TEXTUAL
Como bem nos lembra Koch e Elias (2010), frequentemente, quando
ouvimos ou lemos um texto, fazemos nossa avaliação, muitas vezes dizendo:
isso faz sentido, ou não faz sentido nenhum. Quando conseguimos construir
sentido a partir do texto, podemos considerá-lo coerente para nós.
Charoles (1983) vai, então, defender a posição de que a coerência é
um princípio de interpretabilidade do discurso: sempre que for possível
aos interlocutores construir um sentido para o texto, este será, para
eles, nessa situação de interação, um texto coerente (KOCH; ELIAS,
2010, p. 189).
Nessa perspectiva, o que pode parecer coerente para uns, pode não o ser
para outros, pois
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[...] a coerência de um texto não se manifesta apenas através da decodificação de seus elementos linguísticos, mas de uma série de fatores extralinguísticos e pragmáticos inerentes à construção de sentidos. Tais conhecimentos são acionados, sempre, durante a interação, e variam de acordo com cada situação comunicativa (CAVALCANTE, 2017, p.32).
A coerência se estabelece, portanto, na interlocução e depende de muitos
fatores, entre os quais estão a composição do próprio texto, o conhecimento
de mundo e as experiências prévias das pessoas que o interpretam, bem
como a situação sociocomunicativa. Veja uma tirinha da personagem Magali,
de Maurício de Souza, como um exemplo de como alguns desses fatores são
acionados para a construção de sentidos:
TEXTO 01
Disponível em
https://www.google.com.br/search?q=Tirinhas+da+maga%C3%A7li&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwi
RrvKcvMTbAhXCkZAKHRXCBaoQsAQIKQ&biw=1517&bih=735#imgrc=zD4lmJq1cLMCoM. Acesso em 08 de junho de
2018.
Nessa tirinha, a compreensão só será efetivada para aqueles leitores que,
conhecendo a personagem e seu hábito de comer constantemente, associarem
esse conhecimento prévio à leitura. Quem é familiarizado com esse gênero
textual também reconhece a sua função de provocar o humor. A variante
linguística informal também se mostra adequada, sobretudo para o leitor que
conhece as personagens e sabe que são crianças e amigas.
Esses fatores colaboram para a construção da coerência global do texto,
que pressupõe os seguintes tipos: coerência sintática, semântica, temática,
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pragmática, estilística e genérica (KOCH; ELIAS, 2010). Vamos discorrer um
pouco sobre cada um deles, a seguir.
a) Coerência sintática: relaciona-se ao conhecimento linguístico dos
usuários, ou seja, diz respeito ao uso adequado das estruturas linguísticas
(como a ordem dos elementos, a seleção lexical), bem como dos recursos
coesivos, como pronomes, sintagmas nominais referenciais, conectores
etc.
Vejamos, por exemplo, a imagem a seguir:
TEXTO 02
Disponível em http://blogs.odiario.com. Acesso em 08 de agosto de 2018.
Esse anúncio de uma barbearia tornou-se piada na internet. No exercício
da análise de textos, é interessante refletir sobre o que provoca o humor, que
nesse caso, é a organização sintática das palavras, que gera uma ambiguidade.
Na sentença “Corto e pinto cabelo”, essa ambiguidade não existiria, pois a
estrutura frasal obedeceria a ordem canônica de verbos (corto e pinto) e
complemento (cabelo). Na estrutura em questão, por outro lado, o leitor,
justamente por considerar a ordem canônica, pode tomar a palavra “pinto” como
substantivo, como outro complemento para o verbo “cortar”. O efeito de humor já
não aconteceria se a sentença fosse “Corto cabelo e lavo”, pois, nesse caso,
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“lavo” não poderia configurar-se como substantivo, sendo assim, a estrutura
causaria apenas um estranhamento no interlocutor, já que haveria formas mais
adequadas de organizar sintaticamente os elementos (“Corto e lavo cabelos”, ou,
mais adequado ainda, “Lavo e corto cabelos”, se, considerando nosso
conhecimento de mundo, levarmos em conta que os cabeleireiros primeiro
lavam, depois cortam os cabelos). O fato de ser o anúncio de uma barbearia,
cujo público é masculino, também contribui para o efeito de humor. É bastante
interessante propor exercícios em que os estudantes possam testar
possibilidades de reorganização sintática, de uso de diferentes conectores,
de diferentes escolhas lexicais, para refletir sobre os efeitos de sentido
decorrentes.
b) Coerência semântica: refere-se às relações de sentido entre as palavras
ou expressões presentes no texto. Exige-se, para a construção da
coerência semântica, o princípio da não contradição. O nosso
conhecimento de mundo é fundamental quando do momento de
estabelecer a coerência entre os sentidos das palavras presentes no
texto.
Analisemos o texto seguinte:
TEXTO 03
O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
(DRUMMOND, Carlos.
Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm3.html. Acesso em 08 de agosto de 2018).
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Nesse poema, Drummond se utiliza de uma contradição, desafiando
nossas noções de coerência semântica, afinal, como pode o mundo ser grande e
caber em uma janela? Nesse contexto, porém, nossos conhecimentos sobre o
gênero poético nos permitem perceber que não se trata de uma mera
incoerência, e sim que, figurativamente, as aparentes contradições do poema
evidenciam a importância e a grandeza do momento presente. Por mais que
saibamos da extensão e da profundidade do mundo e do amor, muitas vezes é
em breves momentos que eles se presentificam, que se fazem reais, desde que
esses momentos sejam vividos com intensidade. Para se alcançar essa leitura,
há que se familiarizar com a linguagem poética, compreendendo que cada
elemento de um poema tem responsabilidade sobre o sentido. Discussões sobre
os textos, em sala de aula, são muito interessantes e suscitam muitas reflexões.
Nesse caso, por exemplo, poder-se-ia refletir: e se utilizássemos outro conector
nos primeiros versos, como “O mundo é grande mas cabe nessa janela sobre o
mar”? Teríamos o mesmo efeito de sentido? Uma roda de conversa sobre um
poema é uma metodologia livre e, ao mesmo tempo, pedagogicamente mediada
para se viajar nas terras vastas das construções de sentido.
c) Coerência temática: exige que todos os enunciados de um texto sejam
relevantes para o tema em desenvolvimento. Em casos de desvios, a
coerência se estabelece na medida em que o interlocutor consegue
perceber a razão deles, como no caso de inserções explicativas,
avaliativas, retrospectos etc. Para tanto, a língua oferece alguns meios
para a introdução de tais desvios, como as seguintes expressões: antes
que eu me esqueça, por falar nisso, desculpe interromper, mas…,
abrindo um parêntese etc. Também há recursos para a retomada do
tema, como: voltando ao assunto, fechando o parêntese etc.
A seguir, temos um famoso caso de incoerência temática:
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TEXTO 04
Disponível em https://super.abril.com.br/blog. Acesso em 09 de agosto de 2018.
Esse foi um caso de fuga ao tema que ficou famoso na mídia. Nessa
redação, da linha 18 à 21, as informações presentes em nada se articulam com a
discussão em desenvolvimento. No entanto, percebe-se que essa incoerência foi
proposital: o locutor introduz o parágrafo pedindo uma “licença” para tratar de
outro assunto, para o texto não ficar cansativo. Contudo, essa licença não
contribui para nenhuma construção de sentido, pois não estamos diante de um
gênero de cunho humorístico, por exemplo, em que a quebra temática teria uma
intenção de provocar o riso. Certamente, o autor desse texto tinha a intenção de
causar reações, tanto que, pelo início do parágrafo, como já vimos, ele se mostra
consciente do que está fazendo. Se a sua intenção era chamar atenção da
mídia, obteve êxito utilizando-se de incoerência, que é algo que salta aos olhos
dos leitores. É importante estarmos atentos, contudo, para os comuns casos
de fuga ao tema nas redações escolares que não se dão propositalmente, e
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sim por dificuldades que, muitas vezes, os estudantes apresentam no
momento de compreender as temáticas das propostas e discorrer sobre
elas. Exercitar a leitura crítica das próprias produções pode auxiliá-los nos
processos de delimitação de tese, de seleção e articulação de informações em
prol da defesa do ponto de vista, entre outros recursos. Isso pode ser feito até
mesmo de maneira colaborativa, em que os pares se ajudam na leitura e reflexão
das redações uns dos outros.
d) Coerência pragmática: concerne aos atos de fala que o texto pretende
realizar. Sabemos que a língua não serve apenas para transmitir
informações, mas também para agir sobre o interlocutor e sobre o mundo.
Quando dizemos, por exemplo, “Por favor, traga-me um copo d’água”,
estamos explicitamente realizando o ato de pedir, com uma intenção de
movimentar uma ação por parte do interlocutor. Trata-se de um ato de fala
direto. Porém, um ato de fala também pode ser indireto, quando, por
exemplo, uma pessoa diz “Estou com sede”. A depender do contexto,
essa frase não visa informar o interlocutor sobre a sede, e sim, de forma
indireta, ela realiza o pedido pelo copo d’água. Como o texto é uma
sequência de atos de fala, é ideal que eles estejam relacionados e que
obedeçam às condições para a sua realização. Dependendo da ação que
se busca movimentar por meio da linguagem, quem profere o discurso,
por exemplo, pode ou não ter sucesso em sua intenção. No contexto de
uma audiência pública, por exemplo, a sentença “Está aberta a sessão”
não informa que a sessão está aberta, e sim, é ela que abre a sessão.
Todavia, somente quem preside a situação pode enunciar essas palavras
e atingir o objetivo em questão. Um ouvinte não estaria numa posição
adequada para realizar esse ato, logo, se ele fosse à frente e reproduzisse
esses dizeres, os demais reconheceriam a situação de incoerência
pragmática.
Vejamos como uma situação de incoerência pragmática chama atenção
do leitor, no texto seguinte:
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TEXTO 05
Disponível em https://contraposicao.wordpress.com. Acesso em 09 de agosto de 2018.
Nessa tirinha, a resposta de Deus à pergunta de Adão, no primeiro
parágrafo, é um exemplo de coerência pragmática, pois nas situações de
interação, o natural é que uma pergunta preceda uma resposta. Porém, o efeito
de humor é provocado por uma situação de incoerência pragmática, pelo fato de
Adão se utilizar de ironia, de chacota, com Deus, no último parágrafo. Nossos
conhecimentos de mundo concebem, na relação hierárquica entre Deus e o ser
humano, a figura de Deus como autoridade absoluta, onipotente, logo, chama-
nos a atenção o tom que Adão usa para falar com Deus, que seria inadequado.
Além disso, a pergunta que Adão faz no primeiro parágrafo pressupõe uma
situação anterior, em que ele estava esperando que Deus resolvesse o problema
do aquecimento global, e a tirinha se inicia com uma pergunta cujo teor é de
cobrança, e de que Deus é quem deve atender às expectativas de Adão. Isso
demonstra, assim, uma outra incoerência pragmática nessa relação entre Deus e
Adão, que só tem sentido, nesse caso, por conta da intenção de provocar o
humor, própria das tirinhas. No dia a dia, por outro lado, consideraríamos
incoerente um funcionário se utilizar de ironia e chacota com o chefe em uma
reunião de trabalho, por exemplo. Reconhecer esses contextos faz parte também
de nossos conhecimentos sobre coerência estilística e genérica, que veremos
mais adiante, e essas situações geram reflexões bastante pertinentes, em sala
de aula, sobre os usos da língua. É interessante trabalharmos pedagogicamente,
também, com as noções de atos de fala. A pergunta de Adão - “Conseguiu
resolver o problema do aquecimento global?” - não é apenas uma pergunta com
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teor informativo, e sim pressupõe um outro discurso: “Resolva o problema do
aquecimento global”. Refletir sobre as intenções dos locutores e as reações que
elas suscitam nos interlocutores também embasa exercícios interessantes de
análise e de adequação dos discursos às situações comunicativas.
e) Coerência estilística: determina que, em cada situação de interação, o
locutor se utilize da variedade linguística adequada.
O texto a seguir aborda a importância da variabilidade da língua:
TEXTO 06
Disponível em https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br. Acesso em 08 de agosto de 2018.
A tirinha trata da variação linguística de forma bem humorada,
contextualizando a mudança de registro de acordo com a situação. Nossos
conhecimentos de mundo e das variantes da língua portuguesa nos permitem
identificar o sotaque e as expressões próprias do falar mineiro, que a
personagem (e o dicionário!) considera adequados para se utilizar em um
passeio em Minas Gerais, por considerar que, com a variante adequada, a amiga
seria bem compreendida na hora de solicitar uma informação. Muitos são os
exercícios propostos, nos materiais didáticos, de adequação da variante
linguística aos contextos de uso. Apesar de serem atividades válidas,
recomenda-se o cuidado para que elas não se transformem em exercícios de
mera correção gramatical e de uso do texto como pretexto para normatização
linguística. O ideal é que se reflita sobre as razões das adequadas escolhas de
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registro em diferente situações sociocomunicativas e que elas se apresentem, na
escola, de forma contextualizada e motivada, ou, no mínimo, aproximadas de
situações reais.
f) Coerência genérica: refere-se às exigências do gênero textual,
determinado pela situação sociocomunicativa na qual o texto é produzido.
Vale destacar que, a depender do propósito comunicativo, o locutor pode
variar o estilo, a forma composicional, conforme vimos no nosso estudo
sobre gêneros textuais, com o fenômeno da intergenericidade. É o nosso
conhecimento sobre as superestruturas dos textos que nos permitem, por
exemplo, reconhecer a intergenericidade e os efeitos de sentido
provocados, como no exemplo a seguir, em que o poema adquire um
formato de anúncio:
TEXTO 07
Disponível em https://www.blogderocha.com.br. Acesso em 13 de agosto de 2018.
Como se pode observar, a construção de sentidos de um texto vai muito
além da materialidade da superfície textual. Esta não deixa de ser importante, e
a tessitura textual também é terreno fértil para a construção da coerência.
Quando essa tessitura apresenta recursos linguísticos responsáveis pelo
encadeamento e pela relação dos elementos textuais entre si, temos o que
chamamos de coesão textual, tema do próximo tópico.
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PARA REFLETIR:
1) A partir dessas discussões, seria mais adequado falarmos em texto
incoerente ou ruptura de coerência textual? É possível diferenciar uma
e outra situações?
2) Dada a seguinte asserção “a coerência não é uma propriedade estrutural
do texto, mas uma operação do indivíduo sobre o texto: uma perspectiva
interpretativa”, em que medida podemos relacioná-la aos que temos
debatido nas unidades anteriores?
COESÃO TEXTUAL
A ligação entre termos ou palavras é responsável por articular os sentidos
de cada parte de um texto ao sentido do todo. Pode-se dizer que a coesão
textual faz esse trabalho de ligação, como uma linha que costura e mantém
unidas as partes de uma roupa. Os mecanismos de coesão linguística
transformam ideias e palavras em textos. Junto à coerência, é a responsável por
manter a continuidade significativa do texto; é por causa delas que um texto pode
ser considerado uma unidade de sentido, uma tessitura coerente.
A coerência é responsável pela articulação do texto com seu exterior, com
a situação sociocomunicativa, com sua finalidade, com seu contexto. A coesão
articula os textos no seu interior, ligando as partes de maneira a formar um todo.
De acordo com Koch,
Podemos conceituar a coesão como o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos (KOCH, 2012, p. 45).
Segundo a autora, as duas grandes modalidades da coesão são a
remissão e a sequenciação. Isso se dá pelo fato de que, sendo a coesão uma
propriedade da textualidade que une, conecta as partes do texto, ela relaciona
sentenças com o já dito e com o que se dirá depois.
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Corroborando com essa premissa, Fávero (2002) propõe classificar a
coesão em três tipos: referencial, recorrencial e sequencial stricto sensu.
Discorreremos um pouco sobre cada uma delas, a seguir.
a) Coesão referencial: há certos elementos linguísticos cuja função consiste
em estabelecer referência, ou seja, não são interpretados semanticamente
por seu sentido próprio, mas fazem referência a alguma coisa necessária
a sua interpretação. A referência constitui uma abstração: o
leitor/alocutário relaciona determinado signo a um objeto tal como ele o
percebe dentro da cultura em que vive. Veja alguns exemplos de
elementos referenciais na manchete abaixo:
TEXTO 08
Disponível em https://www.noticiasaominuto.com.br. Acesso em 10 de agosto de 2018.
Nesse texto, são elementos referenciais: Xuxa = rainha dos baixinhos =
apresentadora. Os dois primeiros precisam do conhecimento de mundo do leitor.
O último, por sua vez, necessita também da localização dos dois anteriores, pois
isoladamente, não permitiria ao leitor reconhecer de qual apresentadora o texto
trata.
A coesão referencial acontece por meio de substituição e reiteração. A
substituição se dá quando um componente é retomado ou precedido por um
outro elemento gramatical (pro-forma), que pode ser pronominal, verbal,
adverbial, numeral. No caso de sucessão, tem-se uma catáfora; no caso de
retomada, uma anáfora, como no exemplo a seguir, em que os pronomes isto e
isso exercem essas funções, respectivamente:
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TEXTO 09
Disponível em http://fatoresdetextualidade.blogspot.com/p/coesao-textual.html. Acesso em 10 de agosto de 2018.
Vale salientar que muitos estudiosos não detêm suas análises na
distinção entre anáfora e catáfora para em relação ao emprego de isso/isto, pois,
para além dessas relações, interessam aos processos de leitura e escrita de
textos os efeitos de sentido decorrentes do emprego de um e/ou de outro.
No texto 09, por exemplo, ao explorarmos as relações de coesão
referencial, interessa-nos perceber os efeitos de sentido desencadeados ao
empregar isto/isso, efeitos esses que irão demandar a mobilização de vários
conhecimentos e de uma análise global do texto, levando-se em consideração o
segmento verbal e o segmento não verbal.
Percebamos que, para recuperarmos adequadamente a intenção do autor,
para (re)construirmos a coerência humorística do texto, precisamos atentar para
elementos de variados modos semióticos, tais como o destaque dado ao
pronome “isto”, na fala de Hagar, o semblante dos personagens associado a
suas falas etc. Essa consideração de elementos de ordem multimodal para a
construção da referência, logo diretamente ligado às relações de coesão e
coerência do texto, são pauta de discussão em muitos textos científicos, dentre
os quais podemos citar Oliveira (2012), Custódio Filho (2012) e Oliveira-
Nascimento (2014).
O que queremos enfatizar, em suma, é o quanto é importante, ao se
trabalhar com os estudantes as relações de coesão, que chamemos sua
atenção aos efeitos de sentido decorrentes o emprego de determinados
termos em detrimento de outros.
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Por seu turno, a coesão referencial por reiteração dá-se pela repetição de
expressões no texto, tendo os elementos repetidos a mesma referência. Pode
ocorrer pela repetição do mesmo item lexical, pelo uso de sinônimos,
hiperônimos e hipônimos, expressões nominais definidas e nomes genéricos. O
texto a seguir mostra um exemplo de retomada de um referente por uma
expressão nominal definida, “essa porcaria”, referindo-se a “naftalina”:
TEXTO 10
Disponível em https://brainly.com.br/tarefa/11399747. Acesso em 13 de agosto de 2018.
b) Coesão recorrencial: acontece quando, apesar de haver retomada de
estruturas, itens ou sentenças, o fluxo informacional caminha, progride.
Tem por função levar adiante o discurso, articulando a informação nova
(aquela que o escritor/locutor acredita não ser conhecida) à velha (aquela
que acredita conhecida, ou porque está fisicamente no contexto ou porque
já foi mencionada no discurso). Não se deve confundir recorrência com
reiteração. A recorrência tem por função assinalar que a informação
progride e a reiteração tem por função assinalar que a informação já é
conhecida (dada) e mantida. Constituem casos de coesão recorrencial:
recorrência de termos; paralelismo (recorrência de estruturas); paráfrase
(recorrência semântica); recursos fonológicos segmentais e
suprassegmentais. O poema de Manuel Bandeira, a seguir, demonstra a
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recorrência do nome da personagem, Irene, para introduzir novas
informações sobre ela:
TEXTO 11
Irene no céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br). Acesso em 10 de agosto de 2018).
c) Coesão sequencial: chama-se coesão sequencial strictu sensu os
mecanismos cuja função consiste, da mesma forma que os de
recorrência, em fazer progredir o texto, fazer caminhar o fluxo
informacional. Essa denominação se dá porque toda coesão é, de certa
forma, sequencial. Esses mecanismos diferem dos de recorrência, por não
haver neles retomada de itens, sentenças ou estruturas. Podem ocorrer
por sequenciação temporal e por conexão. A sequenciação temporal pode
ser obtida por ordenação linear dos elementos, expressões que assinalam
a ordenação das sequências temporais, partículas temporais e correlação
dos tempos verbais. A sequenciação por conexão acontece por meio de
operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas. Como num
texto tudo está relacionado, esses mecanismos estabelecem relações
entre os enunciados. Os operadores do tipo lógico podem estabelecer
relações de disjunção, condicionalidade, causalidade, mediação,
complementação, restrição. Os operadores do discurso podem ser de
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conjunção, contrajunção, explicação, conclusão e comparação, relações
que também podem ser expressas pelas pausas, através de dois pontos,
vírgulas, etc. A tirinha a seguir traz alguns exemplos desses recursos,
como o uso de conjunção de adversidade e condicionalidade, assim como
o marcador temporal “agora”, no segundo quadrinho.
TEXTO 12
Disponível em http://atividadeslinguaportuguesa.blogspot.com. Acesso em 13 de agosto de 2018.
Sabemos que essa breve explanação sobre os tipos de coesão é bastante
resumida e que essa é uma discussão que está longe de ser esgotada, devido às
inúmeras possibilidades da língua, bem como temos ciência da existência de
uma imensurável quantidade de exemplos para demonstrá-los. Qualquer texto
verbal em prosa que se utilize de recursos coesivos adota a maioria, se não
todos os mecanismos mencionados. Contudo, não é nosso interesse, aqui, nos
restringirmos à identificação e classificação dos tipos e recursos de coesão,
tampouco que as aulas de língua materna se atenham a esse trabalho
meramente metalinguístico. Reiteramos nossas considerações a respeito da
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necessidade de se ater, na sala de aula, aos processos de construção de
sentidos, e conhecer os recursos de coesão deve consistir numa estratégia de
ensino com foco no aprimoramento das competências linguísticas de leitura e
escrita. Nessa perspectiva, trazemos uma sugestão de texto para análise, numa
perspectiva que possa inspirar nosso fazer pedagógico quanto às reflexões
pertinentes à construção de sentidos do texto, considerando os aspectos de
coesão e coerência.
TEXTO 13
Letras louvando Pelé
(Carlos Drummond de Andrade)
Pelé, pelota, peleja. Bola, bolão, balaço. Pelé sai dando balõezinhos. Vai, vira, voa, vara, quem
viu, quem previu? GGGGoooollll.
Menino com três corações batendo nele, mina de ouro mineira. Garoto pobre sem saber que era
tão rico. Riqueza de todos, a todos doada, na ponta do pé, na junta do joelho, na porta do peito.
E dança. Bailado de ar, bola beijada, beleza. A boa bola bólide, brasil-brincando. A trave não
trava, trevo de quatro, de quantas pétalas, em quantas provas, que não se contam? Mil e muitas.
Mundo.
O gol de letra, de lustre, de louro. O gol de placa, implacável. O gol sem fim, nascendo natural,
do nada, do nunca; se fazendo fácil na trama difícil, flóreo. Feliz. Fábula.
Na árvore de gols Pelé colhe mais um, romã rótula. No prato de gols papa mais um, receita rara.
E não perde a fome? E não periga a força? E não pesa a fama?
Ama.
Ama a bola, que o ama, de mordente amor. Os dois combinam, mimam-se, ameigam-se,
amigam-se. “Vem comigo”, e entram juntos na meta. Quem levou quem? Onde um termina e a
outra começa, mistura fina?
Saci-pererê, saci-pelelê, só pelé, Pelé, na pelada infantil. Assim se forma um nome, curto, forte,
aberto. Saci com duas pernas pulando por quatro. Nunca vi. Nem eu. Mas vi. Saci corta o ar em
fatias diáfanas. Corta os atacantes os defensores, saci-bola, tatu-bola, roaz, reto, resplandece.
A arte que se tira do corpo, as belas-artes do movimento, do ritmo. Músculos, nervos, tecidos,
domados, acionados. Reflexos em flor, florindo sempre. Escultura que a todo instante se modela
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e desfaz e refaz, diferente, fluida. Pelé, escultor de si mesmo. A esmo. Errante. Constante.
Presente. Presciente. Próvido.
O sonho de todas as crianças a envolvê-lo. O sonho a continuar nos adultos, novelo, desvelo.
Não é do Santos, é de todos os santos e pecadores. Sua foto leal, seu jeito legal. Um que sabe e
não é prosa: a maior proeza.
Não quer tomar pileques de glória, vai para sua casa, seu povinho, seu que-fazer. Deu tanta
alegria que precisa viver a sua. Chamada paz. Não pode? Pode. Não deve? Claro que deve. E
nós lhe devendo tanto, ainda iríamos lhe cobrar mais uns quantos?
Mas leva a bola consigo, sem camisa amarela; só ela. Vai jogar em família, com seu clube, sua
paz, seu número dez.
A bola não fica triste, a bola alegre resiste. Vai conversando com ele: Agora estamos mais livres?
Vamos viver mais pra nós? A bola indaga; tem voz.
Pois é, responde Pelé. O nome rima no ar. Nome fácil de guardar. De dizer. Os sons se cruzam,
se abraçam: Pelé no Maracanã.
O imenso coro ressoa. Pe-lé. Pe-lé. Pe-lé.
Até
amanhã.
Não é adeus, é até.
logo, Pelé, até.
No Maraca, na esperança, no mundo, o nome, a lembrança, a presença de Pelé.
(Disponível em http://pelethebest.blogspot.com. Acesso em 14 de agosto de 2018).
Esse é um texto riquíssimo em possibilidades de trabalho com a leitura em
sala de aula, sobretudo se considerarmos a paixão de grande parte dos jovens
pelo futebol, o que já estimula o processo de motivação pela leitura (rever as
estratégias exploradas na unidade anterior). Essa motivação pode ser
incentivada com recursos multimídia, como vídeos do Pelé em campo e,
principalmente, pela ativação dos conhecimentos prévios dos estudantes, que
podem ser convidados a discutir sobre quem foi o Pelé, como ele ficou
conhecido, e ainda sobre quem foi Drummond e o que conhecem sobre poesia.
O título pode suscitar o levantamento de várias hipóteses e essas discussões
prévias podem ser bastante interessantes.
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Esses momentos iniciais, como vimos na unidade anterior, contribuem
para a construção da coerência, que também dependerá do reconhecimento da
função e das características do gênero poético e, sobretudo, dos recursos
linguísticos utilizados no texto, muitos deles responsáveis pela coesão textual.
Quanto a isso, é interessante refletir, por exemplo, sobre os termos
utilizados para se referir ao Pelé, todos carregados de significado: menino, mina
de ouro, garoto, Saci, escultura. Com peso de sinônimos, estabelecendo a
coesão referencial, eles suscitam reflexões para além da identificação do
referente a que remontam: como o Pelé pode se equiparar ao Saci? O que se
entende por escultura, nesse contexto?
Os recursos de coesão recorrencial também são interessantes. A
reiteração de recursos fonológicos, como em “Pelé, pelota, peleja. Bola, bolão,
balaço”, sugere o bate-bola e a recorrência das oclusivas remete aos impactos
da bola, convidando o leitor a visualizar uma partida cheia de movimentos, que
são rápidos, como se sugere na aliteração seguinte, com a recorrência do
fonema /v/: “Vai, vira, voa, vara, quem viu, quem previu?”. A coesão recorrencial
também se manifesta pelo paralelismo e pela recorrência de termos em “O gol de
letra, de lustre, de louro. O gol de placa, implacável. O gol sem fim, nascendo
natural, do nada, do nunca […]” e é interessante refletir sobre as escolhas feitas,
em que o autor se utiliza de termos próprios do jargão do futebol, mesclando-os
com outras expressões adjetivas para qualificar o gol, empreendendo um
verdadeiro trabalho de colaboração com o leitor, que precisará acionar seus
conhecimentos sobre futebol e inferir o sentido dessas palavras para perceber a
grandiosidade da atuação de Pelé em campo. Em exercício de leitura
compartilhada, essa colaboração pode se tornar muito rica, pois os estudantes
podem, em um trabalho cooperativo, trabalhar os conhecimentos prévios e a
capacidade de inferência uns dos outros.
A ordenação dos elementos também tem carga semântica. Os dois
primeiros versos do poema, por exemplo, seguem uma coesão por sequenciação
temporal que desenha os dribles até o momento do gol.
Esses e diversos outros recursos demonstram as inúmeras possibilidades
de construção de sentidos a partir de mecanismos de retomada, de
sequenciação e de reiteração. É interessante propor atividades de leitura em que
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se possa refletir sobre as escolhas feitas e seus efeitos de sentido. O texto
também é repleto de linguagem conotativa, o que torna bastante interessante o
trabalho com as inferências para os sentidos metafóricos de, por exemplo,
“árvore de gols” e “romã”, entre outros.
Diante de tantas possibilidades, pode-se considerar uma grande perda de
oportunidades nos restringirmos a exercícios de cunho meramente
metalinguístico de classificações e nominalizações. É necessário se ter atenção
para que essa tendência, outrora tão explorada na identificação de categorias
gramaticais, não se perpetue, agora voltada à categorização de características
de gêneros textuais e de tipos de coesão e coerência. A textualidade é um
campo muito fértil de sentidos e é assim que deve ser percebida em nossas
aulas.
PARA REFLETIR:
1. Em que medida a coesão textual pode ser/tem sido abordada em
suas aulas em função das relações de sentido propostas pelo texto?
Compartilhe uma experiência dessa natureza em nossa discussão.
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ATIVIDADE FINAL DO CURSO
Como atividade final do curso de Aperfeiçoamento para o Ensino de
Língua Portuguesa I, a partir das discussões teóricas suscitadas, sugestões de
práticas pedagógicas trazidas, bem como de outras possíveis referências, o
cursista deverá:
1. Elaborar um plano de aula/minicurso (que terá entre 4 e 8h/a);
2. Realizar a aplicação dessa proposta pedagógica com sua(s) turma(s);
3. Produzir um relato de experiência em que seja descrita a aplicação da
proposta, além de elaborar uma crítica reflexiva relacionada a pelo
menos uma das turmas em que aplicou a referida proposta pedagógica.
(O trabalho deve ter entre duas e quatro laudas).
O plano de aula/minicurso deverá conter os movimentos retóricos próprios
do gênero, a saber:
a) Tema;
b) Objetivo geral;
c) Objetivos específicos;
d) Conteúdos;
e) Metodologia (tempo, recursos necessários etc.);
f) Avaliação;
g) Referências.
Obs: Essa estrutura não é fixa, podendo estar presentes elementos não citados
aqui. É importante termos em mente que a elaboração do plano não deve
ser vista como uma burocracia, mas como um meio para a proposição de
ação pedagógica com oportunidade de reflexão. É por meio desse plano
de aula/minicurso que os tutores poderão auxiliar os cursistas em relação
a eventuais adequações que devam ser feitas antes de se pôr a proposta
em prática.
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REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2017.
CUSTÓDIO FILHO, V. Múltiplos fatores, distintas interações: esmiuçando o
caráter heterogêneo da referenciação. 2011. Tese (Doutorado em Linguística) -
Programa de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2011.
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2002.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Linguística de texto: o que é e como se faz? São
Paulo: Parábola editorial, 2012.
OLIVEIRA, F. P. L. Da construção à co-construção de referentes: um olhar
sobre os mecanismos cognitivo-discursivos subjacentes à produção e à
compreensão de peças de divulgação elaboradas por designers. 2012. 166 fl.
Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Programa de Pós-graduação
em Linguística Aplicada, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2012.
OLIVEIRA-NASCIMENTO, S. S. O. A construção multimodal dos referentes
em textos verbo-audiovisuais. 150 fl. 2014. Tese (Doutorado em Linguística) -
Programa de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará,
Fortaleza, 2014.
KOCH, Ingedore Villaça. ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos
do texto. São Paulo: Contexto, 2010.
SANTOS, Leonor Werneck. RICHE, Rosa Cuba. TEIXEIRA, Cláudia Souza.
Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2013.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.