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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
AMANDA MARTINS E SILVA
DOUGLAS MENDES AMORIM
JANETE DA SILVA DOS SANTOS
JOHNES MONTEIRO DE SOUSA
JULIA ALEXIA DA SILVA PAULINO
WANDERLEY GOMES DE OLIVEIRA
MMA SUA LINGUAGEM E PRECONCEITO: reconhecimento e valorização dentro do
âmbito da Educação Física escolar
Macapá/AP
2015
AMANDA MARTINS E SILVA
DOUGLAS MENDES AMORIM
JANETE DA SILVA DOS SANTOS
JOHNES MONTEIRO DE SOUSA
JULIA ALEXIA DA SILVA PAULINO
WANDERLEY GOMES DE OLIVEIRA
MMA SUA LINGUAGEM E PRECONCEITO: reconhecimento e valorização no
âmbito da Educação Física Escolar
Trabalho apresentado ao Centro de Ensino
Superior do Amapá – CEAP, para obtenção
parcial de nota da disciplina Metodologia do
Trabalho Científico do curso de Licenciatura
em Educação Física.
Orientadora: Profª Doutoranda Márcia
Cristiane da Silva Galindo
Macapá
2015
MMA SUA LINGUAGEM E PRECONCEITO: reconhecimento e valorização no
âmbito da Educação Física Escolar
Amanda Martins e Silva*1
Douglas Mendes Amorim*
Janete da Silva Santos*
Johnes Monteiro de Sousa*
Julia Alexia da Silva Paulino*
Wanderley Gomes de Oliveira*
Professora Doutoranda Márcia Cristiane da Silva Galindo**
RESUMO
Esta pesquisa analisa as lutas MMA dentro da Educação Física escolar. Pois esta modalidade
esportiva vem desde o tempo da pré-história, se fazendo presente nos animais e seres humanos,
usando-as em caças, danças e manifestações corporais, porém foi em meados dos anos 90 houve
a grande modernidade e valorização perante a mídia e espectadores. A partir de sua história
como esporte, este estudo tem como objetivo geral avaliar a luta MMA perante suas linguagens
e preconceitos na perspectiva de inclusão nas aulas de Educação Física Escolar que se destacam
o conteúdo no currículo escolar, as linguagens utilizadas na luta do MMA e o preconceito que
tanto o rodeia. Seguindo este caminho gerou a seguinte questão: O MMA deve ou não ser
abordado nas aulas de Educação Física Escolar? Seguindo essa questão professores sentem-se
incapacitados de abordar este conteúdo ou não possuem o apoio da escola e sociedade pelo fato
deste esporte está ligada a violência, causando a indisciplina dos alunos. Dentro dessa
abordagem, utilizou-se então um estudo com caráter exploratório utilizando como coleta dados
entrevistas a partir de questionários de múltipla-escolha em prol de verificar profundamente o
conteúdo de artes marciais e por fim colhendo dados que ajudassem nas investigações dos
professores que trabalham este esporte em suas aulas de Educação Física e treinadores de
academias marciais. Conclui-se que esta ideia de violência relacionado ao preconceito perante
o MMA está acabando, pois as artes marciais mistas podem ser inseridas como forma de
desenvolver e contribuir integralmente o aprendizado e conhecimento.
Palavras-Chave: Esporte. Linguagem. Preconceito.
*Graduandos do curso de Licenciatura em Educação Física, pelo Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP.
**Doutoranda em Ciências da Linguagem, Mestre em Ciências da Educação e docente do Centro de Ensino
Superior do Amapá.
ABSTRACT
This research analyzes the MMA fights within the school Physical Education. For this sport
comes from the time of prehistory, is doing this in animals and humans, using them on hunts,
dances and physical manifestations, but was in the mid 90s there was a great modernity and
appreciation before the media and spectators. From its history as a sport, this study has the
general objective of evaluating the MMA fight before their languages and biases in the inclusion
perspective in physical education classes that stand out content in the school curriculum, the
languages used in the fight of MMA and prejudice that both surrounds it. Following this path
led to the question: The MMA should or should not be addressed in physical education classes?
Following this question teachers feel unable to approach this content or have no support from
the school and society because this sport is linked to violence, causing the discipline of students.
Within this approach, we used then a study of exploratory using as collecting data interviews
from multiple-choice questionnaires in favor of deep check the contents of martial arts and
finally collecting data that would help in the investigation of teachers working this sport in their
physical education classes and coaches martial academies. It is concluded that this idea of
violence related to prejudice to the MMA is running out, because mixed martial arts can be
inserted in order to develop and fully contribute learning and knowledge. Keywords: Sport. Language. Preconception.
INTRODUÇÃO
Mixed Marcial Arts MMA2 surgiu nos anos 90 pelo mestre de jiu-jitsu Carlos Gracie,
onde convidava lutadores de diversas modalidades para enfrentar desafios dentro de um
octógono3. Porém sua verdadeira origem vem desde a pré-história em 648 a.c, nas formas
primitivas de defesa. Esta luta está relacionada com o pancrácio, luta popular da Grécia que
estava inserida nas Olimpíadas, que envolvia socos, chutes e imobilização do adversário. 2 500
anos depois surge o Vale-Tudo moderno, no Rio de Janeiro. Em 1993, houve o primeiro evento
do UFC4, organizado pelo sobrinho de Gracie, Rorion Grace, evento este que transformou a
modalidade em fenômeno mundial. É importante deixar claro que os eventos do UFC são
marcados por 12 lutas; 6 lutas do card preliminar e 6 lutas do card principal, são realizadas em
3 lutas com duração de 5 minutos cada. No caso de disputas de cinturão (ultima luta da noite-
principal), 5 rounds5 com 5 minutos cada.
Apesar de possuir características do esporte, o MMA com suas diversas técnicas de artes
marciais o torna, de fato, violento por não possuir regras especifica de lutas, por isso o nome
“Artes Marciais Mistas” utilizando punhos, mãos, pés e cotovelos para mobilizar um ao outro.
Nesse sentido, surgem indagações a respeito do conteúdo lutas, pois este, atualmente, se
encontra em dificuldades de ser inserido no currículo escolar por ter suas linguagens mal-
entendidas perante a sociedade que não se iguala ao âmbito escolar e pelo fato da escola dar
prioridades a outros conteúdos.
O MMA desde seu início sofreu preconceitos pela sua linguagem aparentemente
violenta através de seus eventos e marketings divulgados pela mídia. Afinal, o MMA deve ou
não ser abordado/tematizado na Educação Física escolar?
Partindo da problemática, a luta MMA em si vai muito além do octógono. Verifica-se a
luta como um método extremamente eficaz para ser abordado nas aulas de Educação Física.
Não se deve somente se basear na violência para criar conclusões precipitadas de seu conteúdo,
isso faz com que, além da possibilidade de conquistar o aluno seja perdido, como também
2 As Artes Marciais Mistas (AMM), mais conhecidas pela sigla MMA (do inglês: Mixed Martial Arts são artes
marciais que incluem tanto golpes de combate em pé quanto técnicas de luta no chão). 3 Ringue em formato octogonal utilizado por grande parte dos campeonatos e ligas de MMA. 4 Ultimate Fighting Championship-UFC, organização que realiza eventos ao redor do mundo com base em Artes
Marciais Mistas. Atualmente tendo grande espaço na mídia, podendo ser visto também através de TV a cabo ou
canais abertos. 5 Divisão de lutas em espaços de tempos de igual duração. No caso do MMA, os assaltos (round) duram 5
minutos, com 1 minutos de intervalo.
deixar de formar um cidadão. Devem extrair os valores deste conteúdo, as oportunidades de
aproveitar esse meio como processo educativo para melhor desempenho e interesse dos alunos.
Este estudo tem como objetivo geral avaliar a luta MMA perante suas linguagens e
preconceitos na perspectiva de inclusão nas aulas de Educação Física Escolar que se destacam
três específicos: a) identificar o conteúdo no currículo escolar nas aulas de Educação Física; b)
averiguar suas linguagens utilizadas na luta do MMA e c) Descrever o preconceito desde a
criação do esporte.
Apresenta-se em três capítulos, um Reconhecendo o MMA como esporte na educação
física escolar; 2 Os tipos de linguagem usadas no MMA; 3 Preconceito e violência: entre o
combate e o debate.
No capitulo um relata o esporte MMA inserido dentro do currículo escolar, as regras, os
fundamentos, visando não somente o esporte em si, mas os valores adquiridos pelo mesmo.
No capítulo dois trata-se das línguas usadas neste esporte, padrão, não padrão, técnicas
e corporais, averiguando as linguagens do MMA para serem tematizadas nas aulas de Educação
Física.
O esporte em si é muito complexo, através de seu contexto histórico, as diversas línguas
usadas, e que muitos não conseguem entender, a mídia expõe este esporte como um esporte
violento em seus eventos, fazendo com que muitos da sociedade tenham duvidas e receios
discriminando o esporte dentro da escola, capitulo três.
Realizaram-se pesquisas bibliográficas de autores de natureza qualitativa, abrindo
espaço para interpretação, na qual foram buscada revisão em livros, revistas, artigos que
abordam o tema.
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1RECONHECENDO O MMA COMO ESPORTE E CONTEÚDO DE ENSINO
O MMA como manifestação corporal, traçou grandes obstáculos até se tornar nos dias
atuais a grande coqueluche do momento.
Segundo Alvarez e Marques, 2012. Em 1925 o Vale-tudo, foi criado por Hélio Gracie.
No início o Mixed Martial Arts (artes marciais mistas - MMA) era conhecido como vale
tudo. No vale tudo todos poderiam participar e lutar, mas ao contrário do nome nem tudo era
permitido, havia regras, por isso houve grande incentivo para a mudança do nome para
Mixed Martial Arts.
No Brasil, o MMA teve enorme aceitação, sendo um dos principais países a valorizar e
ser forte referencia no que diz respeito a lutadores para o esporte.
O MMA no Brasil foi inspirado nas competições de vale-tudo, o MMA surge por volta dos
anos 80, com a popularização do jiu-jitsu, principalmente pela introdução e recriação deste
esporte pela família Gracie. Seus praticantes dizem que essa luta possui a técnica mais
eficiente para derrotar o adversário em “lutas reais”. Por isso, tem sido promovida como
esporte de competição, como forma de defesa pessoal e até mesmo como forma de treinar
órgãos da polícia e do exército (VASQUES 2013).
As lutas como um todo, abordam variadas opções a serem trabalhadas nas escolas, onde
que esses assuntos muitas vezes criam uma visão bastante significativa para os alunos.
Na perspectiva de tratar o MMA nas aulas de Educação Física, onde vários temas poderiam
ser discutidos, como: o MMA e a mídia; a esportivização desta luta; a violência presente nos
combates; a nutrição e o controle do peso dos lutadores; sua constituição histórica; as
modalidades e técnicas mais utilizadas pelos lutadores; sua profissionalização; o MMA e seus
"donos” o MMA e as mulheres; dentre outros (VASQUES e BELTRÃO, 2013).
Neste sentido, os alunos irão conhecer de uma forma mais dinâmica e conceituada a
vida do atleta de artes marciais, seu treinamento, relações interpessoais e métodos de como
conseguiram se tornar um grande atleta profissional. Lembrando que, deve-se focar no modo
didático, lucido, ministradas de forma pedagógica não priorizando o esporte somente como algo
profissional.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, as danças, esportes, lutas, jogos e
ginásticas fazem parte de uma rica gama de conhecimentos e valores culturais que
devem ser valorizadas e reconhecidas. Além disso, tais conhecimentos contribuem
para a auto-reflexão dos alunos de Educação Física no sentido de adotar uma postura
sem preconceitos e não discriminatória diante das várias manifestações e expressões
dos grupos étnicos e sociais e às pessoas que dele fazem parte (Brasil, 1997).
Portanto as lutas devem fazer parte dos conteúdos a serem trabalhados nas aulas de
educação física escolar. Não somente em escolas, mas visitar academias, assistir diversos filmes
que abordam o tema das artes marciais, ou até mesmo fazer pesquisa podendo assim despertar
o interesse dos alunos nas aulas.
As artes marciais utilizam dinamicamente vários testes de si mesmo, através de um
sistema de acertos e erros, e sempre propõe ao artista alcançar o princípio de “ser o
que é”. Um aluno praticante não deve ser considerado um artista marcial no sentido
estrito de possuir um status ou uma graduação; ele o é, apenas quando estuda seus
princípios fundamentais e procura sempre se tornar melhor do que antes era, tanto em
sentido de técnica de luta quanto em crescimento pessoal, afetivo e social
MONAHAN (2007),
O objetivo de inserir as lutas, especificamente o MMA, não é formar aluno-atleta, muito
menos aprofundar-se em suas técnicas, mas será promover ao aluno vivencias diversificada de
esportes e culturas. Pois dentro do âmbito escolar, a Educação Física possui um conjunto
enorme de conteúdo e oportunidades que complementam o desenvolvimento do educando.
De acordo com Freire e Scaglia (2003) o conteúdo para se trabalhar lutas na escola, irá
depender de quais lutas a escola optou para serem desenvolvidas a partir daí se define os
conteúdos para se trabalhar a luta, mas não pode esquecer-se de seguir os princípios
pedagógicos que orientam as demais atividades da educação física.
Quando se trata de ensinar lutas, logo se encontra pessoas despreparadas e
descompromissadas com o valor que as diversas modalidades proporcionam a seus praticantes.
Com práticas ruins e rotineiras, utilizam-se métodos inadequados sujeitos a riscos para a saúde,
esses profissionais, de forma alguma, não estão preparados para formar um indivíduo integro
sob a perspectiva da necessidade pedagógica do mesmo. Sem capacidade de usar sua
criatividade, esquecem que o objetivo da Educação Física Escolar é conceituar, praticar, ensinar
algo que possa contribuir para o desenvolvimento do processo educativo do ser humano.
Neste sentido, Nascimento e Almeida (2007) afirmam: outros fatores dificultam ainda
hoje as possibilidades de trato pedagógico deste conteúdo, como a falta de vivência pessoal em
lutas pelos professores, tanto no cotidiano como no âmbito acadêmico; e a preocupação com a
violência, considerada por vezes como intrínseca às lutas.
O professor de Educação Física deve está capacitado e acima de tudo preparado para
qualquer situação sobre o esporte, apresentando jogos e brincadeiras, além do próprio esporte
MMA. Com esta base, Ferreira (2006) afirma: esse conteúdo deve fazer parte das aulas de
educação física, seja no ensino infantil, fundamental ou médio. Vale ressaltar que as lutas não
são somente artes marciais sistematizadas como judô, karatê e outras lutas existentes. Várias
brincadeiras como braço de ferro, cabo de guerra, lutas representativas como: luta do sapo e
luta do saci, são apenas alguns exemplos de como abordar o conteúdo lutas de uma forma
estimulante e agradável nas aulas de educação física.
2.2 OS TIPOS DE LINGUAGEM USADA NO MMA
O MMA, diferentemente dos outros modelos de esportes, tende a ser muito mais expressivo
por conta de sua vasta característica das outras artes marciais, tendo como base uma linguagem
típica da modalidade. Juntando diversos estilos de lutas, as artes marciais mistas causam certa
dificuldade de entendimento para quem está começando a acompanhar o esporte.
Os estudos sobre a questão do MMA começam a adquirir espaço no meio acadêmico com
destaque, principalmente, nas ciências sociais. Na área da Comunicação Social, Alvarez e
Marques (2012) afirmam:
O MMA um fenômeno midiático que é fruto do processo de globalização dos meios
de comunicação de massa na sociedade contemporânea e, para a sua efetivação e
aceitação social, foi necessário passar pelo “crivo” dos parâmetros normativos
estabelecidos pela sociedade capitalista (ALVAREZ e Marques, 2012).
Seguindo o mesmo pensamento, Torezani (2012) atribui o vertiginoso crescimento do MMA
às transmissões das lutas pelas emissoras da TV aberta, à programação especializada que faz
apologia ao referido esporte, à linguagem utilizada por esses meios e à sua associação com
outras modalidades esportivas.
Entretanto, parece haver uma lacuna a preencher na referencias especializada sobre o
desenvolvimento de estudo para uma melhor compreensão relacionada ao MMA e a
participação da mídia nesse processo.
A criação do UFC, no ano de 1993, é considerada um marco para este esporte/espetáculo.
Inicialmente era apenas um evento com a intenção de promover atletas de outras academias
marciais, não sendo pensado como esporte a ser transmitido através de TV fechada para
assinatura.
Ao vermos uma luta de MMA pela TV (essa é a maneira como o esporte chega à
maioria de seus fãs), é como se a pudéssemos senti-la em toda a sua intensidade, como
se os lutadores dentro do octógono fossem nossos avatares, extensões de nós mesmos
(ALVAREZ e MARQUES, 2011, p. 11).
O que mais chama atenção nos eventos de MMA é a propaganda do próprio lutador, uma
espécie de documentário com os lutadores (as) que participarão das lutas do evento. Neste
documentário chamado de countdown, os lutadores exibem seus treinos, vida pessoal e social.
Além de estar vinculada com a simbologia da violência, desumanidade, crueldade, é claro
que o objetivo é identificar este enquanto um tipo de esporte, cheios de performances, rico na
questão de entretenimento consumido por um publica através de seus eventos do UFC.
Obviamente, alguns se oporão dizendo que o evento só esta crescendo na mídia por conta de
um complexo trabalho propagandístico, empurrando “a força” à modalidade. Outros irão se
contrapuser afirmando que a luta serve como entretenimento alienando as massas comparando-
a com as lutas do Coliseu Romano “pão e circo”.
Por ser considerada algo de muita importância e de grande relevância, o esporte se repercute
na mídia transformando-as em noticiais do dia a dia. E com o esporte, MMA, não é diferente,
está presente em diversos meios de propaganda, seja internet, revistas, jornais, em meio a
noticiários econômicos e policiais também, “O esporte pode aparecer como pano de fundo ou
como tema principal; como simulação de prática ou como falação” (BETTI, 1998, p. 150).
Além disso, há campanhas publicitárias que utilizam a imagem dos atletas, os filmes
e as telenovelas que fazem apologia ao esporte, contribuindo com a veiculação diária
de uma infinidade de informações para o telespectador (TOREZANI, 2012).
Em relação a isso fica evidente a influencia que a modalidade de lutas marciais,
especificamente o MMA, contribui para a popularização do esporte.
As performances verbais nos momentos de provocação, entrevistas e matérias midiáticas
promovidas com os lutadores é outro momento rico que merece observação. Pois fazem parte
do entretenimento, da venda do evento, e estão embebidas de questões de ordem técnicas, sobre
as melhores técnicas de treinamento e condicionamento físico dos lutadores. Mas as noticias do
Ultimate Fighting Championship são carregadas de termos “estranhos” ao público leigo no
esporte. No MMA, algumas curiosidades bastante curiosas se destacam. O Double Leg, mas
conhecido como golpe, é quando o lutador segura as duas pernas do lutador e o derruba ao chão.
Espalhar o frango é uma gíria utilizada quando o lutador toma as costas do adversário, por isso
se ouvir falar em “baiana’ não pense que são mulheres com saias brancas rodando no octógono.
Alguns conceitos de Schechner são de fundamental importância para este artigo. Seu
trabalho intitulado “Performance studies: an introduccion”, faz uma introdução básica e
analítica sobre o que seria performance, dando grande apoio a compreensão desses fenômenos
observando e analisando os diferentes tipos de performance existentes.
Segundo Schechner (2006):
Performances marcam identidades, dobram o tempo, remodelam e adornam o corpo,
e contam estórias. “Performances – de arte, rituais, ou da vida cotidiana –
são ‘comportamentos restaurados’, ‘comportamentos duas vezes experiências’,
ações realizadas para as quais as pessoas treinam e ensaiam”. (SCHECHNER, 2006,
p. 28).
Um dos mais importantes conceitos desse autor são os “comportamentos restaurados”,
retrata da experiência do atleta do MMA, que necessita vivenciar diariamente com as lutas,
ensaiando golpes, aperfeiçoando suas técnicas ate que haja um momento que não poderá mais
errar, no caso a vitória sobre o lutador adversário.
O praticante de artes marciais possui uma rotina diferente de muitos atletas. Em sua rotina
insere treinamento pesado e frequente, além da sua complexidade que envolve técnicas de
diversas modalidades que misturam socos, cotoveladas, joelhadas, ataque e defesa em situação
de luta no solo. r, as lutas do UFC são organizadas em diferentes tipos de categorias por peso,
que são: Peso Pesado (até 120 kg); Meio Pesado (até 93 kg); Médio (até 84 kg); Meio Médio
(até 77 kg); Peso Leve (até 70 kg); Peso Pena (até 66 kg); Peso Galo (até 61 kg); Peso Mosca
(até 56 kg); Peso Galo Feminino (até 58 kg). O lutador então num processo rigoroso de controle
do peso precisa atingir o limite de sua categoria para poder lutar, sem perder parte da bolsa, no
caso sua remuneração, ou não ser desclassificado.
Em eventos de grande porte de MMA, o que também atrai bastante a atenção dos
espectadores são técnicas de golpes usadas durante a luta. Estes elementos técnicos não só
atraem a vasta multidão seguidora desta modalidade, mas que atrai também os patrocinadores
para divulgação dos lutadores.
Para ser fiel a uma descrição de uma das lutas do evento do UFC, foi retirado de um site de
noticias de MMA, o “Super MMA”, uma matéria que descreu a luta da seguinte maneira:
O duelo começou com Anderson mostrando uma postura mais séria dentro do
octógono. Weidman foi logo buscando colocar a luta para baixo, mas o brasileiro
conseguiu se defender muito bem. Chris conectou um excelente golpe e Silva caiu.
Ele passou a castigar e por pouco o duelo não terminou ainda no primeiro round. Por
cima, Weidman dominava completamente, usando e abusando das cotoveladas e
tentando a todo o custo a finalização. Primeiro round ganho para o americano. No
segundo, os dois voltaram novamente se respeitando muito na luta em pé. Anderson
buscava o cruzado de esquerda e chute baixo, enquanto Weidman tentava o contra
golpe. Até que o combate continuou em pé... eis que então Anderson buscou um chute
baixo e acabou quebrando o tornozelo, sendo imediatamente mobilizado. Com isso, o
árbitro decretou a vitória de Chris Weidman.
Logo depois da luta citada acima, está descrição foi publicada. Apenas um erro pode ser
identificado, pois Anderson Silva não quebrou o tornozelo e sim sofreu fraturas na tíbia e fíbula.
Nesta modalidade pode-se encontrar, principalmente, a questão da linguagem corporal usada
como uma maneira de se comunicar através de gestos e expressões faciais, podendo sofrer
mudanças dependendo do contexto e culturas, propicia também ao individuo conhecer a si
mesmo e ao outro, contribuindo também a respeito da participação e interação social.
Outro espaço de divulgação do evento, o que não deixa de ser um elemento corporal, trata-
se no momento da pesagem. Neste momento todos os lutadores se pesam e imediatamente são
colocados em duplas com seus adversários onde ficam de cara um com o outro, imóvel posando
para fotos com um gesto de “mal encarado”. Após isso, se cumprimentam ou não, deixando
aquele momento de tensão com manifestação de vaias e/ou aplausos do publico presente no dia
da pesagem.
Segundo Cunha, 1954:
Através de suas manifestações corporais o ser humano se comunica e se expressa,
deixando transparecer suas carências, privações, necessidades, dificuldades
existenciais e emocionais. Em cada palavra da linguagem corporal, cresce o diálogo
entre os homens e o corpo proporciona diversas e sucessivas leituras. (CUNHA,
1994).
Muitas das vezes a linguagem corporal e verbal não é verdadeira, nosso corpo nem sempre
diz o que realmente sentimos ou pensamos, porém o MMA não deixa lacunas para falsas
interpretações, pois exige responsabilidade, comprometimento e fidelidade embasados nas suas
regras.
Voltando a questão do lutador em fases de competição, o controle de corpo é rigoroso e
exige técnicas corporais extrema.
Nesse sentido a prática esportiva, que envolve o corpo, práticas corporais e sua
moldagem, seja para qual fim, um deles haverá de ser o de perseguir performances, e
não é apenas a prática esporádica, mas a prática regular de exercícios, ou seja, é
preciso mais do que a mera repetição de movimentos, é preciso se entregar a uma
prática sistemática do ato de exercitar o corpo. É dentro disso que podemos pensar
que atletas de MMA buscam alta performance e estão vinculados a esse processo
regular de treinos do corpo (OLIVEIRA, 2014).
As linguagens dentro do octógono no momento das lutas são identificadas, porém
poucos conhecem o seu significado. Durante as lutas, as linguagens corporais são sempre
seguidas de linguagens técnicas, um exemplo disso é quando o lutador executa o golpe
“montada” - posição de luta no solo em que um atleta senta sobre a barriga do outro evitando
assim sua reação, sendo assim o lutador sob o adversário não conseguindo se libertar da situação
poderá bater três vezes com a palma da mão no chão ou no corpo do adversário.
A comunicação não-verbal assume relevância nos processos de comunicação humana,
influenciando nas relações interpessoais e os profissionais que se utilizam desta forma
de comunicação no exercício de suas funções são de extrema importância, pois podem
colaborar para uma melhor percepção e avaliação de outras pessoas e para uma
contribuição mais geral na formação do indivíduo. (MESQUITA, 1997).
Quando levado para o âmbito escolar, o professor/instrutor deve utilizar métodos de
movimentos humanos para identificar as necessidades e dificuldades de cada aluno, ajudando
em suas dificuldades aprimorando seus e desenvolvendo suas habilidades.
A partir de uma proposta educativa, pode-se trabalhas todas as linguagens dessa modalidade,
MMA, de acordo com cada faixa etária o nível de conhecimento irá se aprofundar.
2.3 PRECONCEITO E VIOLÊNCIA: ENTRE O COMBATE E O DEBATE NO
CURRICULO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
De acordo com Cabral e Lucas (2010), no contexto atual, a “violência na escola” é mostrada
constantemente nas redes sociais, discutido em programas de TV e em jornais de ampla
visibilidade, que abrangem todo o país e até mesmo o mundo.
Em decorrência disso, ao abordar o esporte MMA nas escolas surgem diversas duvidas das
escolas e dos pais dos alunos alegando que este seria um esporte violento que tornaria os alunos
agressivos aumentando ainda mais a violência no âmbito escolar.
Como instrumento pedagógico, as artes marciais trazem para a prática as dificuldades
motoras e psicológicas dos alunos, convidando-os a imergir num trabalho de
autoconstrução, autocrítica, auto superação, tornando-se cada vez mais capazes de
solucionar e compreender os próprios problemas e os problemas externos
(LANÇANOVA, 2007).
Como foi citado os (Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) no capitulo 1, onde afirma
que as lutas estão inseridas como conteúdo escolar, pois lutas como os outros esportes,
trabalham vários fundamentos primordiais na vida de seus praticantes.
A violência, na maioria das vezes é utilizada como argumento do professor para não
incluir as lutas como conteúdo a ser trabalhado pedagogicamente nas suas aulas de
Educação Física. A justificativa que eles apresentam é que as lutas provocam
comportamentos, atitudes ou condutas não desejadas nos alunos (SÃO PAULO,
2009).
Porém, o MMA e consequentemente as outras lutas, sempre foram alvos de enormes
críticas e preconceitos na sua inclusão no âmbito escolar, por ainda nos dias atuais ser
considerados intolerável à educação.
Os autores Nascimento e Almeida (2007), questionam se o trato das lutas na escola
realmente contribuiria para suscitar comportamentos violentos, indesejáveis neste contexto, e
apresentam um relato de experiência do ensino das lutas onde afirmam que o ensino das lutas
não despertou manifestações de violência nos alunos.
Entretanto, dependera da prática daquele professor juntamente com seus métodos
adequados e sistematizados pedagogicamente não exigindo uma seleção rigorosa, e não apenas
trabalhando o cognitivo como forma de conhecimento do aluno, mas procurar trabalhar os
métodos conceitual, procedimental e atitudinal.
O conteúdo lutas sempre encontrou dificuldades de se inserir de fato no currículo escolar.
Em seu contexto histórico, a Educação Física escolar priorizou o ensino de esportes e ginásticos,
mas as pessoas apenas extraem das lutas à questão da violência e se esquecem dos valores e
lições de vida que a mesma trata.
Por se concretizarem como práticas importantes da cultura de movimento, a Educação Física
escolar, principalmente desde os anos 1990 (SOARES et al., 1992; BRASIL, 1997), considera
que as lutas são um dos conteúdos a serem desenvolvidos na educação básica. Porém, se por
um lado a escola reproduz as manifestações da sociedade, por outro deve selecionar as
representações que realmente proporcionam aos alunos uma leitura relevante da realidade,
possibilitando, assim, sua inserção transformadora nessa realidade. Assim, questiona-se como
a Educação Física escolar deve lidar com esta manifestação que produz cenas de violência.
Desta forma, a caracterização do MMA frente o meio escolar se tornou e sempre se tornará
complicada pelo simples fato de sua visão pré-determinada sobre a violência.
O preconceito a respeito da luta MMA, é grande, pois quem a pratica é agressivo, ríspido,
mal-intencionado, logo não se vê isso. Segundo Oliveira (2000) “posiciona-se no sentido de
que as lutas na escola, sistematizadas e pedagogicamente pensadas e conduzidas, servem como
importante elemento para a criança gerir e controlar a complexidade das relações violentas”.
Ou seja, a restrição à violência existente no seio das regras das lutas como manifestação
esportiva poderia auxiliar a criança a controlar seus impulsos violentos.
A partir de Daniel Vasques e José Beltrão (2013), dada essa conjuntura constituída pela
massificação dos eventos e pela sua prática no Brasil, suas possíveis implicações no ambiente
escolar e a relação, ainda que, dessa modalidade de luta com a violência, pretende-se refletir
sobre o MMA como manifestação sociocultural do campo das lutas/esportes e o seu
ensinamento com a educação física escolar. Acredita-se que tais reflexões podem ser relevantes
como instrumentos de crítica, com vistas ao aprofundamento do debate e reflexões sobre essa
prática em ambiente escolar.
A Educação Física escolar anseia por conhecimentos científicos embasados no tema lutas
onde o MMA está inserido, logo este necessita ser debatido principalmente no meio acadêmico
para intervenção de futuros professores.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa exposta é do tipo qualitativo, de cunho quantitativo e descritivo de caráter
exploratório, que tem por finalidade a apresentação sobre o Mixed Marcial Arts (MMA) no
âmbito escolar, mostrando assim, sua real face, tanto na visão interna e externa desta luta,
buscando através de estudos sobre a área entender se há ou não interação da mesma nas aulas
de educação física escolar.
A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo o trabalho científico. São finalidades
de uma pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores
informações sobre determinado assunto, facilitar a delimitação do estudo e a definição de
objetivos ou formulação de hipóteses. Portanto, “através da pesquisa exploratória avaliou-se a
possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto” Andrade (2003, p.
124).
Para a coleta de dados utilizou-se um questionário, escolhido por ser um instrumento
que proporciona um grande número de informações, atingindo o maior número de pessoas
simultaneamente. (MARKONI; LAKATOS, 2009). As questões abordaram o conhecimento e
valorização do esporte MMA inserido nas escolas através das aulas de Educação Física.
A pesquisa qualitativa, por sua vez, descreve a complexidade de determinado problema,
sendo necessário compreender e classificar os processos dinâmicos vividos nos grupos,
contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das mais variadas
particularidades dos indivíduos DALFOVO; LANA; SILVEIRA, 2008. Já a pesquisa
descritiva, conforme Andrade (2003, p. 124), ”compreende os fatos observados, registrados,
analisados e interpretados”. As questões abordaram a luta MMA inserida dentro do âmbito
escolar. Neste mesmo sentido, as pesquisas só se tornam exploratórias quanto tendem investigar
algo pouco conhecido. Gil (1999, p.43), “As pesquisas exploratórias têm como principal
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação
de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.
Para analise das questões, delimitou-se o universo da pesquisa, com 1.581 alunos de
uma escola estadual pública de Macapá a qual foram selecionados 93 alunos do 2º ano do ensino
médio, além de 5 professores de Educação Física e 2 treinadores de MMA. Os resultados são
submetidos a interpretações, inter-relacionando com a temática envolvida neste artigo,
buscando a interpretação e que os sentidos possam ser mais amplos as análises. Para que a
interpretação dos pesquisadores fosse sucinta, optou-se em organizar as questões em categorias
com alternativas referentes a cada capitulo deste artigo. Os entrevistados sentiram-se um leve
desconforto, porém bem receptivos, se disponibilizando a sua contribuição com a pesquisa,
respondendo a cada uma das questões propostas no questionário em prol da coleta dados.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste estudo houve a averiguação e divisão de três fatores primordiais para tentar-se
entender de maneira clara, sucinta e objetiva o MMA como um todo, que foram: o esporte, a
linguagem e o preconceito.
4.1 RECONHECENDO O MMA COMO ESPORTE E CONTEÚDO DE ENSINO
É impossível negar que o esporte em que mais cresce no mundo é o Mixed Martial Arts
(MMA). O esporte hoje em dia é avaliada em mais de 1 bilhão de dólares ao ano, através da
organização Ultimate Fighting Championship (UFC). Considerando que o MMA moderno se
originou em meados dos anos 90 e inicio dos anos 2000, seu crescimento no decorrer dos anos
é absolutamente espantosa sobre a mídia.
Durante a pesquisa, uma das questões colocadas para os alunos entrevistados foi onde
estes têm contato com informações sobre o MMA. As respostas nessa questão foram
organizadas em cinco alternativas (jornais e revistas, sites, redes sociais, televisão e nas aulas
de Educação Física). A maioria dos entrevistados, que corresponde a 63% afirmou que possuem
contato através de televisão. Certamente, essas respostas sejam referentes de uma das grandes
vantagens da mídia, pois em um curto período de tempo alcança um grande número de pessoas,
denominadas, telespectadores. A sociedade atual conhecida como contemporânea, é
denominada a Era da Sociedade da Informação, cujo objetivo seria a momentaneidade das
informações, segundo Pires (2000, p. 20) “despeja diariamente milhares de notícias, fatos,
curiosidades, propagandas, projeções, entretenimento, etc., em todas as esferas do globo”. No
gráfico 1 é bastante notável e inegável que a mídia, televisão, contribui de forma significativa
sobre assuntos relacionados ao MMA, alcançando um número elevado de público. Entretanto,
a internet assim como a televisão é um dos principais meios de comunicação que dissemina o
MMA, seja através de sites e redes socais as modalidades de lutas e artes marciais, segundo
Nascimento e Almeida, estão presentes na sociedade de diversas maneiras, “Todavia, mesmo
sendo defendidas por muitos autores e docentes, é notável que ainda estejam muito ausentes do
ambiente escolar” (NASCIMENTO e ALMEIDA, 2007), mesmo que nos PCN’s esteja
constando o conteúdo “luta” no âmbito escolar.
4.2 OS TIPOS DE LINGUAGEM USADA NO MMA
O MMA, em é diferenciado de qualquer outra modalidade esportiva. Pois é mais
expressivo, mais técnico e exige uma alta performance para competir nos eventos oficiais.
Através das Linguagens Padrão, Não-Padrão, Técnicas e Corporais o esporte se torna ainda
mais complexo.
Enquanto os alunos entrevistados estavam analisando questionário perguntavam um ao
outro sobre o que é MMA, e como inseri-lo na Educação Física. Segundo os autores Daniel e
José, “Ao analisar o MMA, percebe-se que o mesmo é uma produção que integra a cultura
corporal, assim, passível de ser tematizado nas aulas de Educação Física. Esta manifestação se
configura como uma prática emergente, sua apreensão contribuirá na formação de
telespectadores críticos e conscientes de futuros praticantes instruídos de conhecimentos
científicos.” (DANIEL; JOSÉ, 2007). Os alunos ficaram empolgados em saber como trabalhar
as lutas do MMA na escola. Logo se nota que 81% almejam uma aula de Educação Física, de
forma diferenciada, mais estruturada mostrando interesses em novos conteúdos para se
trabalhar.
4.3 PRECONCEITO E VIOLÊNCIA: ENTRE O COMBATE E O DEBATE NO
CURRICULO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
O MMA é praticado por pessoas de diversas classes em academias por todo o Brasil que
procuram por trabalho e esporte, não como uma ferramenta a ser usada para o ato violento. O
MMA diante da mídia, para algumas pessoas, é uma forma de incentivar a violência causando,
para se contrapuser a isso existem vários meios para tentar quebrar o tabu e incentivar a sua
prática; filmes, livros, artigos, que relatam a verdadeira historia da modalidade e de seus
lutadores. Logo, é um equivoco falar que o esporte MMA, é considerado um ato de selvageria
e que em nada contribui para a formação integral do praticante.
O conteúdo lutas sempre encontrou dificuldades de se inserir de fato no currículo
escolar. Em seu contexto histórico, a Educação Física escolar priorizou o ensino de esportes e
ginásticos, mas as pessoas apenas extraem das lutas à questão da violência e se esquecem dos
valores e lições de vida que a mesma trata. Os autores Nascimento e Almeida, neste mesmo
sentido, afirmam: “Um desses fatores que dificultam a abordagem do conteúdo lutas na escola
é a sua associação com a violência” (NASCIMENTO; ALMEIDA, 2007, RUFINO; DARIDO,
2011). Porém, neste caso, essa questão da violência está perdendo seu espaço para a
conscientização do verdadeiro sentido às lutas e a sua contribuição para o desenvolvimento
integral do individuo que a pratica.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado no tema deste artigo sugere que o tema MMA deve ser debatido dentro de sala
de aula de modo certo e aprofundado. A área da Educação Física é um curso diferenciado de
muitos outros por conter um “leque” de grandes conteúdos e oportunidades para serem
trabalhados em qualquer ocasião, porém há uma lacuna a preencher sobre conhecimentos
embasados em termos científicos para professores. Por outro lado, o tema MMA está cada vez
mais frequente acessível ao público jovem, através de televisão, internet e rádio, portanto
considerado um espetáculo de comercialização e produto, pois seus responsáveis além de obter
aceitação em meio à sociedade almejam em ganhar muito dinheiro e fama praticando esta
modalidade.
De modo que a Cultura Brasileira agrega mistura de raças e valores, a luta MMA tem
seus valores morais e culturais que tem origem de diversas modalidades de artes marciais. Ao
mesmo tempo em que o espaço ocupado pelo MMA se enquadra nos parâmetros curriculares
da Educação Física por está inserido em lutas também gera muitas indagações e duvidas a seu
respeito. Como incluir o MMA no âmbito escolar? Como será o posicionamento da escola? E
dos pais? As lutas são complexas, porém trazendo para um lado pedagógico, ou seja, extrair
seus valores, suas qualidades, irá proporcionar oportunidades de contribuir para a formação do
educando. Pois o MMA passou por momentos muitos difíceis em relação a sua história e seus
praticantes denominados pessoas violentas. Entretanto o MMA avançou e muito em seu
conceito histórico e que os acadêmicos de Educação Física e professores devem se impor e
debater perante este grande avanço de conceito sobre o MMA em relação a Educação Física
escolar.
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