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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA KAROLINY DE LIMA MEDEIROS ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE UMA EMPRESA DA CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUTORA BETA S.A. FORTALEZA 2012

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA KAROLINY DE LIMA MEDEIROS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE UMA EMPRESA

DA CONSTRUÇÃO CIVIL – CONSTRUTORA BETA S.A.

FORTALEZA

2012

ANA KAROLINY DE LIMA MEDEIROS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE UMA EMPRESA

DA CONSTRUÇÃO CIVIL – CONSTRUTORA BETA S.A.

Monografia submetida à aprovação

Coordenação do Curso de Ciências

Contábeis do Centro Superior do Ceará,

como requisito parcial para obtenção do

grau de Graduação.

FORTALEZA

2012

ANA KAROLINY DE LIMA MEDEIROS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE UMA EMPRESA

DA CONSTRUÇÃO CIVIL – CONSTRUTORA BETA S.A.

Monografia como pré-requisito para

obtenção do título de Bacharelado em

Ciências Contábeis, outorgada pela

Faculdade Cearense – FAC, tendo sido

aprovada pela banca examinadora composta

pelos professores.

Data de aprovação: 29 / 06 / 2012

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Esp. Humberto Correia Lima Filho

(Orientador)

_____________________________________________

Prof. Esp. Osvaldo Olímpio Bezerra

______________________________________________

Prof. Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb

A minha mãe.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial ao Senhor meu Deus que me deu forças para continuar diante

das dificuldades que surgiram.

Aos meus colegas de sala pelo companheirismo.

A minha família, que sempre me incentivou.

Aos professores, cada um com sua característica contribuíram e fizeram parte da

minha vida acadêmica.

“Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do

céu”.

(Jesus Cristo)

RESUMO

Este trabalho tem por finalidade difundir a contabilidade, em especial a importância

da análise dos demonstrativos financeiros utilizando os indicadores econômico-

financeiro (Índices). O estudo foi feito através da conceituação da análise dos

demonstrativos contábeis bem como seus principais índices utilizados durante uma

análise, índices de liquidez, endividamento ou estrutura de capital e rentabilidade,

foram calculados os índices através dos demonstrativos dos últimos três exercícios

(2009,2010 e 2011) de uma empresa de construção civil, Construtora Beta S.A., não

com a finalidade de analisar a situação econômica dessa empresa, mas através de

dados reais demonstrar a interpretação dos índices e como calculá-los por meio de

técnicas e fórmulas usuais. Constatou-se que é possível analisar uma empresa através

dessa técnica, usada como ferramenta de grande importância pelo banco na hora de

liberar um crédito, e que os empresários podem usar essa técnica para informação

interna e evitar um possível processo falimentar de sua entidade.

Palavras-chave: Análise das Demonstrações Financeiras. Índices. Indicadores

Econômico-Financeiros.

ABSTRACT

This study aims to spread the accounting, in private the importance of analyzing

financial statements using the economic-financial indicators (index). The study was

done by analyzing the concept of financial statements as well as main indices used

during an examination, liquidity ratios, debt or capital structure and profitability

indices were calculated through the statements of the last three years (2009.2010 and

2011) for a construction company, Construtora Beta S.A., not for the purpose of

analyzing the economic situation of the company, but with real data demonstrate the

interpretation of indices and how to calculate them using the usual techniques and

formulas. It was found that it is possible to analyze a company using this technique,

used as a tool of great importance for the bank to release credit hours, and that

entrepreneurs can use this technique for internal information and avoid a possible

bankruptcy process for your organization.

Keywords: Financial Statement Analysis. Indexes. Financial and economic

indicators.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Principais aspectos revelados pelos índices financeiros................................. 21

FIGURA 2 Tripé de Análise...............................................................................................................................21

FIGURA 3 Liquidez Seca X Liquidez Corrente................................................................................................25

GRÁFICO 1 Índices de Liquidez - Construtora Beta S.A......................................................42

GRÁFICO 2 Índices de Endividamento - Construtora Beta S.A..........................................42

GRÁFICO 3 Índices de Rentabilidade - Construtora Beta S.A.............................................43

QUADRO 1 Como avaliar um índice..................................................................................22

TABELA 1 Índices-padrão..............................................................................................................................31

TABELA 2 Indicadores Econômico-financeiros da empresa Construtora Beta S.A............41

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 11

2 CONTABILIDADE............................................................................ 13

2.1 Definição............................................................................................ 13

2.2 Origem da Contabilidade................................................................... 13

2.3 Importância da Contabilidade ........................................................... 14

2.4 Usuários da Contabilidade................................................................. 17

3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.......................... 18

3.1 Análise das Demonstrações Contábeis................................................ 18

3.2 Demonstrações a serem analisadas..................................................... 19

3.3 Técnicas de Análise............................................................................. 19

3.4 Análise através de índices................................................................... 20

3.4.1 Liquidez............................................................................................ 22

3.4.1.1 Liquidez Geral (LG)...................................................................... 22

3.4.1.2 Liquidez Corrente (LC)................................................................. 23

3.4.1.3 Liquidez Seca (LS)........................................................................ 23

3.4.1.4 Liquidez Imediata (LI).................................................................. 24

3.4.2 Endividamento ou Estrutura de Capital........................................... 25

3.4.2.1 Participação de Capitais de Terceiros s/ Recursos Totais............. 25

3.4.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros.................... 25

3.4.2.3Relação de Dividas de Curto Prazo com Dividas Totais com 26

Terceiros ou Composição do Endividamento..........................................

3.4.2.4 Imobilização do Patrimônio Liquido ........................................... 26

3.4.3 Rentabilidade.................................................................................... 27

3.4.3.1 Giro do Ativo (GA)....................................................................... 27

3.4.3.2 Margem Liquida (ML).................................................................. 27

3.4.3.3 Taxa de Retorno sobre Investimento – TRI.................................. 27

3.4.3.4 Rentabilidade do Capital Próprio ou Taxa de Retorno s/ o PL..... 28

3.4.4 Índices-Padrão ................................................................................. 28

4 DESCRIÇÃO DO ESTUDO DE CASO................................................ 31

4.1 Cálculo dos índices........................................................................................ 31 4.1.1 Liquidez...................................................................................................... 31

4.1.1.1 Liquidez Geral......................................................................................... 31 4.1.1.2 Liquidez Corrente.................................................................................... 32 4.1.1.3 Liquidez Seca........................................................................................... 32

4.1.1.4 Liquidez Imediata.................................................................................... 33

4.1.2 Endividamento ou Estrutura de Capital...................................................... 34

4.1.2.1 Participação de Capitais de Terceiros s/ Recursos Totais....................... 34 4.1.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros.............................. 35

4.1.2.3 Composição do Endividamento ............................................................. 35 4.1.2.4 Imobilização do Patrimônio Liquido...................................................... 35

4.1.3 Rentabilidade.............................................................................................. 36 4.1.3.1 Giro do Ativo.......................................................................................... 37 4.1.3.2 Margem Líquida..................................................................................... 38

4.1.3.3 Taxa de Retorno sobre Investimento – TRI............................................ 38

4.1.3.4 Rentabilidade do Capital Próprio ou Taxa de Retorno s/ o PL............... 39

5 CONCLUSÃO.................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS................................................................................................... 45 ANEXOS............................................................................................................. 46

10

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho foi elaborado baseando-se nos dados de uma empresa da construção

civil da cidade de Fortaleza, Construtora Beta S.A. nos exercícios de 2009, 2010 e 2011,

analisando-a através da técnica de análise de balanço (índices). A justificativa deste é a

importância da análise dos demonstrativos contábeis para uma tomada de decisão.

O surgimento da análise de balanço é mais sólida por volta do século XIX,

quando é observada a solicitação do balanço patrimonial aos banqueiros que desejavam a

concessão de crédito, daí a expressão análise de balanço, mas tarde houve a necessidade dos

demais demonstrativos como a Demonstração do Resultado do exercício, tornando-se Análise

das Demonstrações financeiras.

Haja vista que a análise das demonstrações não resume apenas em uma técnica,

mas, sobretudo uma ferramenta de grande importância, pois através dela permite uma visão

estratégica dos planos da empresa, bem como o seu futuro, limitações e potencialidade.

Assim origina-se a situação problema (ou estudo de caso).

Busca saber se a utilização dos índices em estudo ajuda a gestão de uma empresa

na tomada de decisão. É eficaz para a tomada de decisão? Essa técnica serve para qualquer

atividade? Em especial serve para as empresas da construção civil?

A contabilidade nasceu através da necessidade de registro, pois havia a

necessidade de controle, do que era consumido, produzido, etc. E com o passar do tempo foi

percebido tal importância era a contabilidade principalmente aos administradores, e na

medida em que as operações ficam mais complexas a contabilidade se refina. Diante dessa

situação não se pode desconsiderar os índices econômico-financeiros que nos permite a

projeção do futuro das empresas. Embora os dados utilizados sejam o passado até o presente,

eles nos permitem saber onde a empresa esteve bem e onde deve melhorar, para isso se faz

necessário que as informações sejam seguras e fidedignas, tornando assim eficiente e

repassando aos seus usuários uma maior credibilidade.

11

Segundo Marion (2010, p 01),

Poderíamos dizer que só teremos condições de conhecer a situação econômico-

financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de análise:

Liquidez (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e

Endividamento (Estrutura de Capital).

Já Matarazzo (2008, p 15) complementa,

As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa de

acordo com regras contábeis. A análise de Balanços transforma esses dados em

informações e será tanto mais eficientes quanto melhores informações produzir.

Ou seja, o gestor ou aquele que estiver interessado nas informações de tal empresa

deverá fazer uma análise da mesma, pois assim saberá como está a vida econômico-financeira

da empresa. É essencial para toda e qualquer tomada de decisão.

O objetivo específico desse trabalho é difundir a importância da contabilidade

para uma tomada de decisão, através de um estudo da técnica de análise e se a mesma é

eficiente na tomada de decisão.

Esse trabalho se justifica pela importância da análise das demonstrações

financeiras na tomada de decisão, principalmente diante do mercado que cresce a cada dia.

O mesmo foi elaborado através de uma pesquisa bibliográfica e documental onde

Gil diz que a “pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos” e a “pesquisa documental são

materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou ainda podem ser reelaborados de

acordo com os objetivos da pesquisa, tais como jornais, boletins e folhetos”.

As informações financeiras do estudo de caso foram coletadas dos demonstrativos

financeiros publicados no Diário Oficial do Estado do Ceará, onde a empresa publica suas

demonstrações de acordo com a lei 6.404/76 alterada pela lei 11.638/07.

De todos os índices existentes este trabalho contempla os seguintes: índices de

liquidez (Geral, Corrente, Seca, Imediata), índices de endividamento (Participação de Capitais

de Terceiros sobre Recursos Totais, Garantia do Capital Próprio ao capital de terceiros,

Composição de Endividamento e Imobilização do PL) e índices de rentabilidade (Giro do

Ativo, Margem Líquida, Taxa de Retorno do Investimento e Rentabilidade do Capital

Próprio).

12

Este trabalho acadêmico também se caracteriza como um estudo de caso que Gil

(2002, p.54) define como:

Um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita

seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante

outros delineamentos já considerados.

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2. CONTABILIDADE

2.1 Definição

Vários são os conceitos sobre contabilidade e/ou ciências contábeis. Seguem alguns:

Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio á disposição das aziendas, em

seus aspectos estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio de fórmulas

racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a formação e a

distribuição dos créditos.

(Prof. F. HERMANN JR.)

É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das

entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos,

com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas

variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial

(HILÁRIO FRANCO)

A contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um

controle permanente do patrimônio da empresa.

(OSNI MOURA)

Ou seja, diante desses conceitos pode-se concluir que contabilidade é uma ciência

que estuda o patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, confronta os bens e

suas obrigações, interpreta o ocorrido com o patrimônio, bem como sua composição e

variação durante um período através de informações.

2.2 Origem da Contabilidade

De repente o homem se questiona: “quanto será que o meu trabalho cresceu desde o

último frio até hoje? Será que o meu cresceu mais que do Floreto?” (Floreto era o

pastor de ovelhas mais próximo deste homem na antiguidade). Este homem, assim

como qualquer um, era ambicioso, tinha desafios e queria ver sua riqueza

aumentando. (IUDÍCIBUS, MARION)

O registro contábil surgiu a mais de dez mil anos, quando o homem primitivo

produzia pinturas e gravações em pedras que qualificavam e quantificavam as coisas tendo

14

por finalidade evidenciar fatos relevantes a fim de avaliar seu crescimento ou não. Segundo

Iudícibus (2000, p29) “a contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem pensante”.

O primeiro contador chegou ao Brasil através das expedições marítimas de Pedro

Alvares Cabral, pois era de costume possuir um profissional de escrita.

É na era Medieval que a contabilidade evolui com mais intensidade, e Frei Luca

Pacioli é considerado o “pai” da contabilidade ao criar o método das partidas dobradas, nos

lançamentos contábeis cada débito deve corresponder um crédito, método utilizado até os dias

de hoje na contabilidade.

A contabilidade só é considerada como ciência por volta do século XIX, em 1870

por meio do Decreto imperial nº 4475 acontece à primeira regulamentação brasileira, e é

reconhecida como guarda-livros.

Por volta de 1902, surgi à primeira escola especializada em contabilidade, que

tinha por objetivo estudar e controlar a contabilidade das empresas comerciais.

2.3 Importâncias da contabilidade

Se antes o recurso fundamental era o capital, hoje o grande recurso é a informação a

qual permite competir e atender a uma demanda cada vez mais segmentada em

termo de qualidade e preços. ROSA (1999, p.20)

Como disse Rosa, hoje o capital é tão importante quanto à informação, para

firmar-se nesse mercado competitivo e globalizado os empresários tem que mudar seus

conceitos sobre contabilidade e reconhece-la como um instrumento de informação.

Independente do porte da empresa, todas deveriam elaborar seus demonstrativos

financeiros e analisá-los, a fim de extrair informações para um melhor gerenciamento da

empresa.

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar

decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os

monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de

comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.

(IUDÍCIBUS, MARION)

15

Mesmo diante de tanta modernização ainda existe muito empresário ignorante no

que diz respeito à importância e a utilidade da contabilidade no auxilio aos gestores na

condução de seus empreendimentos.

Contabilidade hoje é sinônimo de organização, do contrário do pensamento de

muitos ela não se resume apenas em calcular impostos, emitir relatório do mesmo, e

procedimentos burocráticos ela vai bem mais além do que isto, e aquele que permanecer com

esse pensamento não conseguirá acompanhar seus concorrentes como terá uma grande

probabilidade de entrar em processo falimentar.

Franco (1992, p. 94) resume a função e importância da contabilidade,

A contabilidade não se resume no registro dos fatos contábeis, que é função da

escrituração. As funções contábeis vão além do simples registro dos fatos,

procurando suas causas e dando-lhes interpretação. A determinação das causas dos

fenômenos contábeis é função de análise. Conhecidas essas causas podemos dar

interpretação aos fatos.

Para ficar mais evidente a importância da contabilidade, posso citar algo do

cotidiano como uma entidade que necessite de empréstimo bancário, a mesma deve possuir

seus demonstrativos financeiros que serão analisados pela instituição financeira, para saber se

a empresa terá condições de devolver todo o recurso emprestado.

De acordo com NASI (1999 P. 60):

As empresas precisam de nossos serviços, os empresários necessitam de nosso

assessoramento e a sociedade de nosso respaldo para ter a confiabilidade nas

entidades onde coloca suas poupanças, seus investimentos e garantia de seu futuro.

2.4 Usuários da contabilidade

No principio a contabilidade surgiu apenas para controlar as riquezas dos

comerciantes a fim de saber se estavam obtendo lucro ou prejuízo. Ao passar do tempo com a

evolução da contabilidade e das necessidades sociais os usuários dessa ciência foi ampliando

e fazendo com que as empresas passassem a gerar relatórios não somente para seu

conhecimento (ambiente interno), mas também para outros interessados (ambiente externo).

Diante da globalização, da concorrência que a cada dia cresce entre os

empresários torna-se imprescindível a utilização de demonstrativos contábeis para uma

16

tomada de decisão, de acordo com (IUDÍCIBUS, MARION) “vivemos um momento em que

aplicar os recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência tornou-se dadas às

dificuldades econômicas, uma tarefa nada fácil”.

A contabilidade por ser um instrumento gerencial tem como principal objetivo

informar aos seus usuários o lucro, a rentabilidade, ou seu prejuízo.

Assim observar que a contabilidade mais antiga não consegue suprir a

necessidade de seus usuários nos dias atuais onde requer informação precisas, ágeis tanto para

o ambiente interno, ou seja, para tomada de decisões internas, como para o mercado onde esta

inserida. E foge do tradicional onde a mesma apenas coletava informações internas para gerar

informações apenas ao dono, e passar a fazer uma “união” de informações externas e internas

visando informar não mais apenas um interessado, mas toda uma cadeia econômica

necessitada de tal informação, logo essa necessidade faz com que a contabilidade se

ramifique.

Assim posso definir como usuários da contabilidade todas as pessoas físicas ou

jurídicas, que direta ou indiretamente tenha interesse na avaliação ou no desenvolvimento da

entidade, como: os sócios, acionistas, o governo, as instituições financeiras, os concorrentes,

especuladores, e outros.

17

3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS

3.1 Análises das demonstrações contábeis/analise de balanço

De acordo com Matarazzo, “a análise de balanços surgiu e desenvolveu-se dentro

do sistema bancário que foi até hoje o seu principal usuário”.

A análise de balanço é tão antiga quanto à contabilidade, pois quando

contabilizavam o rebanho já havia a preocupação com a variação de sua riqueza, ou seja, já

faziam análise. Com o passar do tempo à análise começou a ser utilizada pelos banqueiros que

solicitavam as empresa o seu balanço patrimonial, dai o nome análise de balanço. Com o

aperfeiçoamento da contabilidade começou a serem exigidas outras demonstrações contábeis,

e passou a ser chamada análise de demonstrações contábeis ou demonstrações financeiras.

Franco (1992, p 24) define a Análise das Demonstrações Contábeis como:

A apreciação dos componentes patrimoniais, enquanto parte do conjunto com

relação á natureza, valor e proporcionalidade, as conclusões de natureza patrimonial,

administrativa, econômica ou financeira, tiradas das comparações entre grupos

homogêneos de um conjunto patrimonial, ou entre eles e grupos de outros conjuntos,

é a matéria estudada sob a denominação de Interpretação das Demonstrações

Contábeis.

A técnica de análise das demonstrações contábeis é de grande importância para os

investidores como acionistas, bem como para empresas que trabalham com compra e venda

em longo prazo, para análise de uma administração e desempenho diante de seus

concorrentes.

Essa técnica tem como objetivo fornecer informações aos interessados em

conhecer a vida econômico-financeira da empresa ou para tomada de decisão, essas

informações deverão ser comparadas com informações de outra empresa do mesmo ramo, ou

índices-padrão estabelecidos pela média. Neste trabalho abordarei a análise por quociente,

segundo Viceconti (2007) “é determinada em função da relação existente entre dois

elementos, indicando quantas vezes um contém o outro a proporção de um em relação ao

outro”.

De acordo com Iudícibus e Marion, “a finalidade da análise é, mais do que retratar

o que aconteceu no passado, fornecer algumas bases para inferir o que poderá acontecer no

futuro”.

18

3.2 Demonstrações a serem analisados

Segundo Marion, “todas as Demonstrações contábeis devem ser analisadas”:

Balanço Patrimonial - BP;

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;

Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR;

Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou mutações do PL) –

DMPL;

Demonstrações do Fluxo de Caixa - DFC;

Demonstrações do Valor Adicionado – DVA.

As duas primeiras citadas acima são de grande importância no processo de

análise, pois evidencia a situação financeira e econômica da entidade.

3.3 Técnicas de análise

Marion relaciona algumas técnicas de análise,

Indicadores Financeiros e Econômicos;

Análise Horizontal e Vertical;

Análise da Taxa de Retorno sobre Investimentos;

Análise das Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), dos

Fluxos de Caixa (DFC) e da Demonstração de Valor Adicionado (DVA).

3.4 Análise através de índices

Os índices são de grande importância na hora da análise, pois eles dão a real

situação econômico-financeira da empresa.

A apresentação dos índices não pode ser confundida com a Análise das

Demonstrações Contábeis e sim entendida como parte dela. Deve-se esclarecer que não é uma

quantidade especifica de índices que darão a real situação da empresa e sim um conjunto deles

que permitirão saber a situação da mesma.

19

A empresa poderá ser analisada separadamente de acordo com a situação

financeira e econômica, evidenciando seus principais aspectos.

A figura 1 demonstra esses aspectos:

Figura 1 – Principais aspectos revelados pelos índices financeiros

Fonte: Adaptado de Matarazzo

Marion nos revela o tripé de análise através da figura 2,

Figura 2 – Tripé de Análise

Fonte: Adaptado de Marion

Situação Financeira

LIQUIDEZ

Estrutura de Capital

ENDIVIDAMENTO

Situação Econômica

RENTABILIDADE

ESTRUTURA

SITUAÇÃO FINANCEIRA

LIQUIDEZ

SITUAÇÃO ECONÔMICA RENTABILIDADE

20

De acordo com Matarazzo (1992) há três maneias de avaliar um índice conforme

Quadro 1:

Quadro 1: Como avaliar índices

Fonte: Adaptado de Matarazzo (1992)

Tipo de Avaliação Finalidade / Descrição

Avaliação intrínseca de um índice

É possível avaliar índices pelo seu significado intrínseco, porém,

de maneira grosseira. Pode-se tentar qualificar a situação

financeira de uma empresa baseado no índice de Liquidez

Corrente: valor de 1,5, ou seja, para cada unidade monetária a

empresa tem $ 1,50 de recursos a curto prazo. Tem uma folga

de 50% sendo considerada suficiente para saldar seus

compromissos, esta conclusão é feita por intuição do analista

ou por ter trabalho em empresas que conseguiram operar bem

com esse nível. Ou por exemplo considerar exagero o nível de

Participação de Capitais de terceiros em 200%. Se a

comunidade financeira considerar normal este nível, a empresa

continuará desfrutando de crédito bancário. Se for considerado

excessivo, a empresa poderá ter sérias dificuldades

financeiras. A análise do valor intrínseco de um índice é limitada

e só deve ser usado se não dispuser de índices-padrão

proporcionados pela analise de um conjunto de empresas.

Comparação com índices no

tempo

A comparação dos índices de uma empresa vistos em anos

anteriores é útil por mostrar tendências seguidas pela empresa.

Se uma empresa apresenta aumento de endividamento e

também seu índice de rentabilidade, por outro lado pode

apresentar redução dos índices de liquidez. Estas informações

permitem ao analista formar opinião a respeito da politica

seguida pela empresa. Os índices precisam ser analisados

conjuntamente.

Comparação com padrões

A conceituação de um índice como ótimo, bom, razoável ou

deficiente, só pode ser feita através da comparação com

padrões. Só é possível fazer alguma qualificação de bom ou

ruim em relação a outros elementos. Ao fazer comparações é

importante saber se o índice é do tipo quanto maior, melhor, ou

quanto menor, melhor. Se uma empresa possuir um índice de

Liquidez Corrente de 1,55 e 80% das empresas do ramo

possuem índices menor, a conclusão é de que a empresa

possuir bom índice de Liquidez Corrente em relação às demais

empresas do ramo. O uso de índices-padrão é vital na Análise

de Balanços. Uma boa análise só é obtida com a comparação

dos índices da empresa analisada com padrões.

21

3.4.1 Liquidez

Segundo Matarazzo os índices de liquidez, “mostram a base da situação financeira

da empresa”, e que não deve ser confundida os índices de liquidez com a capacidade de

pagamento, “a empresa pode ter boa condição de pagar suas dividas, mas não estará,

obrigatoriamente, pagando-as em função de outros fatores”.

De acordo com Marion, é importante ressaltar alguns aspectos no momento de

avaliar a entidade pelos seus índices de liquidez:

O índice não revela a qualidade dos itens no Ativo circulante (São obsoletos, os

títulos a receber são totalmente recebíveis?).

“O índice não revela a sincronização dos recebimentos e pagamentos”, ou seja,

a data do recebimento pode não ser exatamente a data necessária para liquidar suas

dividas, logo a empresa pode encontrar-se em crise de liquidez.

“Aspecto que contribui para o redimensionamento da liquidez corrente, no

sentido de elevá-la”, ou seja, por exemplo, o estoque pode estar avaliado a custo

histórico e a realidade pode não ser a mesma, pois a empresa será sempre mais

pessimista.

3.4.1.1 Liquidez Geral (LG)

Esse índice mostrará o que a empresa tem para converter em dinheiro a curto e longo

prazo. Segundo Ribeiro (1997) “é o quociente que evidencia se os recursos financeiros

aplicados no Ativo Circulante e no Ativo Realizável a Longo Prazo são suficiente para cobrir

as obrigações totais”.

Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Indica: Para cada real de dividas (curto e longo prazo) com terceiros o quanto ela possui para

pagá-las.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

22

3.4.1.2 Liquidez Corrente (LC)

Esse índice tem como objetivo demonstrar a capacidade da empresa pagar suas

dividas.

Fórmula: Ativo Circulante

Passivo Circulante

Indica: Para cada real de divida a curto prazo a empresa dispõe de bens e direitos para pagá-

las. Ao analisar esse índice deve ter bastante atenção e verificar a composição do ativo, como

por exemplo, a questão do estoque estar super avaliado, ou que não seja tão fácil transformar

em dinheiro, outro ponto é as duplicatas a receber, serão realmente recebíveis a tempo para

liquidar as dividas? Esse questionamento deverá ser feito na hora da análise.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

3.4.1.3 Liquidez Seca (LS)

Demonstra a condição de uma empresa pagar suas dividas apenas com seu

disponível e duplicatas a receber. De acordo com Marion, ”nem sempre um índice de

Liquidez Seca baixo é sintonia de ação financeira apertada”. Essa situação pode ser bem

observada na figura 2.

Fórmula: Ativo Circulante - Estoque

Passivo Circulante

Indica: Para cada real de divida a curto prazo a empresa dispõe de bens e direitos a curto

prazo para pagar, menos o estoque.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

23

Figura 3 – Liquidez Seca X Liquidez Corrente

Fonte: Matarazzo (1992 p 120)

3.4.1.4 Liquidez Imediata (LI)

Esse índice esta relacionado a tudo o que a empresa possui de imediato para pagar

dividas de curto prazo, por exemplo, caixa, bancos, aplicação financeira a curtíssimo prazo.

Fórmula: Caixa + Bancos + Aplicações de Curtíssimo Prazo

Passivo Circulante

Indica: Para cada real de dividas a curto prazo com terceiros a empresa dispõe em dinheiro

para pagar.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

3.4.2 Endividamento ou Estrutura de Capital

Segundo Matarazzo, os índices de endividamento “nos mostram as grandes linhas

de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos”.

É nesse índice que conhece o grau de endividamento da empresa, se a mesma

utiliza mais recursos próprios ou recursos de terceiros.

NIVEL ALTA BAIXAL

IQU

IDE

Z S

EC

A

LIQUIDEZ CORRENTE

A

L

T

A

Situação Financeira boa

Situação financeira em principio

insatisfatória,mas atenuada pela

boa Liquidez Seca.Em certos casos

pode até ser considerada

razoável.

B

A

I

X

A

Situação financeira em principio

satisfatoria.A baixa Liquidez Seca

não indica necessariamente

comprometimento da situação

financeira.Em certos casos pode

ser sintonia de excessivos

estoques "encalhados".

Situação Financeira InsatisfatóriaLIQ

UID

EZ

SE

CA

24

3.4.2.1 Participação de capitais de terceiros sobre recursos totais (Quantidade)

Fórmula:

Capital de Terceiros =

Exigível Total =

Capital de Terceiros + Capital Próprio Exigível Total + PL

=

PC+ ELP =

PC + PNC

PC+ ELP + PL PC + PNC +PL

Indica: Representa qual o percentual de endividamento em relação aos recursos totais, ou seja,

quanto do ativo total foi financiada pelos recursos de terceiros.

Interpretação: Quanto menor, melhor.

3.4.2.2 Garantia do capital próprio ao capital de terceiros

Fórmula: Capital Próprio

= PL

= Capital de Terceiros Exigível Total

=

PL =

PL

PC + ELP PC + PNC

Indica: Quanto que a empresa tem de capital próprio para garantir o capital de terceiros, ou

seja, para cada real de capital próprio a empresa possui para garantir o capital de terceiros.

Interpretação: Quanto menor, melhor.

3.4.2.3 Relação de Dividas de Curto Prazo (PC) com dividas Totais com Terceiros (PE) ou

Composição do Endividamento

Fórmula:

Passivo Circulante =

PC =

Capital de Terceiros Exigível Total

=

PC =

PC + ELP PC + PNC

25

Indica: Quanto à empresa possui de obrigações a curso prazo em relação às obrigações totais.

Interpretação: Quanto menor, melhor.

3.4.2.4 Imobilização do Patrimônio liquido

Fórmula: Imobilizado

Patrimônio Líquido

Indicado: Quantos reais a empresa imobilizou para cada real de Patrimônio Líquido

Interpretação: Quanto menor, melhor.

3.4.3 Rentabilidade

Segundo Matarazzo os índices de rentabilidade “nos mostram qual a rentabilidade

dos capitais investidos, isto é quanto renderam os investimentos”. Através deles é possível

medir a capacidade da empresa de gerar lucros.

3.4.3.1 Giro do Ativo (GA)

Fórmula: Vendas Líquidas

Ativo Total

Indica: Quanto à empresa vendeu para real de investimento total. Ele mede a eficiência de

uma empresa de gerar vendas através de seus ativos.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

3.4.3.2 Margem Liquida (ML)

Fórmula: Lucro Líquido

Vendas Líquidas

26

Indica: Quanto à empresa obteve de lucro para cada real vendido

Interpretação: Quanto maior, melhor.

3.4.3.3 Taxa de retorno sobre investimento – TRI

Fórmula: Lucro Líquido

Ativo Total

Indica: Quanto à empresa obtém de lucro para cada real de investimento total.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

3.4.3.4 Rentabilidade do Capital Próprio ou Taxa de Retorno Sobre o PL

Fórmula: Lucro Líquido

Patrimônio Líquido

Indica: Quanto à empresa obtém para cada real de investimento de capital próprio.

Interpretação: Quanto maior, melhor.

27

3.4.4 Índices – padrão

Para que possa analisar um índice é interessante compará-los com algo, ou seja,

que tenha uma referencia, a fim de avalia-los se são ruins, razoáveis, satisfatórios ou bons.

Para isso existem os índices-padrão que permitem a comparação

De acordo com Matarazzo (2008), para obter índices-padrão deve seguir a

sequência de procedência abaixo:

1º Separam-se as empresas em ramos de atividade.

2º De cada empresa, dentro de um mesmo ramo, toma-se determinado índice

financeiro.

3º Os índices assim obtidos são colocados em ordem crescente de grandeza,

4º Os índices-padrão são dados pelo decis.

Para comparar os índices obtidos pela empresa em análise com a tabela de

índices-padrão, o primeiro passo é possuir a tabela de acordo com a atividade em estudo, o

segundo passo é atribui conceito de acordo com a posição de cada índice, dividindo-os em

quatro intervalos.

Para os índices de interpretação quanto maior, melhor,

1º 2º 3º 4º Deficiente Razoável Satisfatório Bom

Para os índices de interpretação quanto menor, melhor,

1º 2º 3º 4º Bom Satisfatório Razoável Deficiente

A planilha a seguir segundo Marion “embora realizada em balanço real, não

reflete 100% da realidade, pois a cada ano há variação. Assim, seriam indicadores

aproximados para simulação”.

28

Tabela 1: Índices-padrão

Adaptada: Marion

RA

MO

DE

END

IVID

AM

ENT

O

AT

IVID

AD

E

Agr

opec

uária

1,20

1,36

1,47

0,31

0,40

0,59

0,74

0,94

1,10

-1,0

%2,

0%4,

0%-2

,0%

1,0%

8,0%

-2,0

%4,

0%8,

0%85

%11

2%16

1%46

%54

%69

%

Alim

ento

1,14

1,30

1,60

0,40

0,74

0,90

0,70

0,98

1,08

3,0%

5,0%

-10,

0%0,

5%3,

0%26

,0%

10,0

%18

,0%

26,0

%11

2%14

8%18

1%50

%50

%72

%

Aut

opeç

as1,

301,

471,

590,

760,

911,

101,

001,

171,

304,

5%9,

0%16

,0%

2,0%

6,0%

30,0

%12

,0%

21,0

%30

,0%

105%

140%

149%

39%

87%

772%

Beb

idas

1,06

1,18

1,31

0,61

0,74

1,00

0,52

0,86

1,00

6,0%

8,0%

17,0

%1,

5%6,

0%38

,0%

14,0

%28

,0%

38,0

%12

4%16

6%19

6%70

%79

%86

%

Con

fecç

ões

1,14

1,29

1,70

0,40

0,79

0,95

1,01

1,12

1,20

5,4%

7,5%

11,0

%3,

0%6,

0%31

,0%

16,0

%24

,0%

31,0

%11

0%19

1%22

4%68

%80

%91

%

Con

stru

ção

Civ

il1,

381,

511,

690,

590,

700,

941,

111,

181,

252,

0%7,

0%14

,0%

2,0%

6,0%

22,0

%8,

0%14

,0%

22,0

%90

%12

7%18

6%60

%74

%87

%

Cou

ros

e C

alça

dos

1,50

1,66

1,80

0,91

1,09

1,19

1,09

1,26

1,40

4,0%

12,0

%15

,0%

1,0%

5,0%

38,0

%16

,0%

26,0

%38

,0%

101%

140%

169%

57%

71%

86%

Edito

rial G

ráfic

o1,

411,

601,

810,

881,

001,

201,

061,

101,

188,

0%13

,0%

16,0

%4,

0%10

,0%

40,0

%25

,0%

31,0

%40

,0%

96%

121%

174%

66%

70%

90%

Elet

rôni

ca

1,40

1,51

1,70

0,70

0,84

1,00

1,08

1,20

1,31

3,0%

9,0%

20,0

%1,

0%5,

0%32

,0%

16,0

%24

,0%

32,0

%98

%11

8%17

0%52

%60

%74

%

Farm

acêu

ticos

1,52

1,71

1,85

0,99

1,18

1,31

1,04

1,31

1,40

1,5%

4,0%

8,0%

0,8%

8,0%

16,0

%2,

0%10

,0%

16,0

%11

6%13

1%18

1%68

%78

%86

%

Hig

iene

e L

impe

za1,

101,

311,

740,

800,

901,

050,

871,

041,

182,

0%9,

0%14

,0%

1,6%

4,0%

21,0

%8,

0%17

,0%

21,0

%11

2%14

0%17

9%69

%78

%87

%

Máq

uina

s e

Equi

p.1,

301,

591,

880,

810,

870,

950,

951,

141,

214,

0%10

,0%

13,0

%2,

0%6,

0%24

,0%

8,0%

18,0

%24

,0%

80%

110%

140%

71%

80%

85%

Mec

ânci

ca1,

101,

602,

060,

680,

871,

400,

921,

181,

581,

0%8,

0%18

,0%

1,0%

5,8%

39,0

%8,

0%21

,0%

39,0

%70

%12

5%21

0%49

%70

%92

%

Met

alur

gica

1,19

1,45

1,71

0,74

0,91

1,06

1,10

1,21

1,29

8,5%

14,0

%21

,0%

1,7%

6,0%

26,0

%14

,0%

22,0

%26

,0%

97%

138%

190%

59%

74%

89%

Min

eraç

ão1,

241,

511,

740,

650,

801,

010,

901,

091,

183,

0%10

,0%

16,0

%2,

0%7,

0%31

,0%

15,0

%21

,0%

31,0

%6%

70%

118%

46%

59%

74%

Móv

eis

1,10

1,29

1,61

0,60

0,69

0,81

0,90

1,08

1,28

3,0%

7,0%

11,0

%1,

3%2,

1%37

,0%

9,0%

21,0

%37

,0%

80%

140%

206%

82%

91%

100%

Pape

l e C

elul

ose

1,16

1,35

1,58

0,50

0,60

0,79

0,74

1,00

1,10

1,0%

4,0%

8,0%

3,0%

7,0%

24,0

%8,

0%14

,0%

24,0

%96

%10

4%12

9%61

%71

%96

%

Plás

ticos

1,14

1,29

1,49

0,54

0,71

0,90

0,81

1,00

1,16

1,0%

6,0%

11,0

%3,

5%9,

0%33

,0%

9,0%

24,0

%33

,0%

109%

141%

190%

46%

59%

78%

Publ

icid

ade

1,01

1,10

1,24

0,88

1,04

1,18

0,72

0,98

1,14

10,0

%16

,0%

24,0

%3,

0%10

,0%

39,0

%21

,0%

35,0

%39

,0%

118%

149%

210%

80%

91%

98%

Quí

mic

a e

Petr

oq,

1,20

1,39

1,62

0,70

0,84

1,02

1,01

1,20

1,29

6,0%

11,0

%17

,0%

4,0%

71,0

%41

,0%

21,0

%27

,0%

41,0

%11

8%10

8%16

4%55

%64

%72

%

Rev

enda

de

Veí

culo

s1,

321,

411,

700,

440,

580,

651,

001,

101,

283,

0%8,

0%16

,0%

2,1%

6,0%

30,0

%16

,0%

21,0

%30

,0%

69%

100%

129%

76%

84%

90%

Side

rurg

ica

1,18

1,30

1,49

0,70

0,81

0,92

0,80

0,92

1,15

4,0%

7,0%

12,0

%1,

0%4,

0%26

,0%

12,0

%17

,0%

26,0

%74

%10

0%15

3%40

%56

%73

%

Supe

rmec

ado

1,09

1,21

1,40

0,05

0,10

0,34

0,98

1,09

1,41

1,0%

6,5%

9,0%

0,6%

1,2%

21,0

%13

,0%

16,0

%21

,0%

102%

146%

206%

89%

91%

99%

Têx

til1,

181,

322,

000,

610,

961,

200,

981,

091,

410,

8%3,

1%4,

6%0,

4%3,

5%31

,0%

4,5%

10,0

%31

,0%

106%

161%

250%

64%

78%

96%

PC

/CT

REN

TA

BIL

IDA

DE

LIQ

UID

EZ

CO

RR

ENT

ES

ECA

GER

AL

LL

/AT

IVO

LL

/VL

L/P

LC

T/P

L

29

4. DESCRIÇÃO DO ESTUDO DE CASO

A empresa cujos dados foram utilizados para este estudo de caso é a Construtora

Beta S.A. foi fundada em 1952 como companhia limitada, transformando-se em sociedade

anônima em 1963. Ao longo do tempo vem se notabilizando pela execução das mais

diferentes obras, em diversos estados de federação.

Ela registra a concretização de uma grande variedade de projetos, em diversas

áreas, como: construções de obras de edificações. Construção de obras rodoviárias de

infraestrutura, terraplenagem, drenagem, pavimentação e conservação. Construção de obras

de artes especiais , construção de obras de saneamento básico, sistema de abastecimento de

água , sistema de esgotamento sanitário e drenagem urbana.

A partir de setembro de 1984, e para se ajustar a nova conjuntura do país houve

necessidade de restringir sua atuação não só no campo territorial, como também na

modalidade de serviços, ficando sua atividade hoje essencialmente focada nos setores de

estradas e saneamento , sendo considerável o volume de obras executadas para

É interessante ressaltar que ao fazer a análise dos demonstrativos financeiros é de

grande importância à reclassificação das contas nas demonstrações contábeis , ou seja uma

nova forma de reagrupar algumas contas para que esclareça e contribua para uma maior

eficiência da análise. Nesse trabalho não pode ser feito a reclassificação pelo fato dos

demonstrativos terem sido extraídos de uma publicação, ou seja, por ser informações

limitadas.

4.1 Cálculo dos índices

4.1.1 Liquidez

4.1.1.1 Liquidez Geral

2009 LG = AC + RLP = 23.514.144,74 + 94.165,22 =

23.608.309,96

= 2,01 PC+ELP

9.124.026,55 + 2.646.315,63

11.770.342,18

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas(curto e longo prazo) com terceiros a empresa possui R$

2,01 para pagá-las.

30

2010 LG = AC + RLP = 29.078.187,07 + 94.165,22 =

29.172.352,29

= 1,50 PC+ELP

14.796.941,50 + 4.636.388,22

19.433.329,72

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas(curto e longo prazo) com terceiros a empresa possui R$

1,50 para pagá-las.

2011 LG = AC + RLP = 37.460.554,24+0 =

37.460.554,24

= 2,06 PC+ELP

13.916.299,50+4.306.067,52

18.222.367,02

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas (curto e longo prazo) com terceiros a empresa possui R$

2,06 para pagá-las.

4.1.1.2 Liquidez Corrente

2009 LC = ATIVO CIRCULANTE

=

23.514.144,74

=

2,58 PASSIVO CIRCULANTE

9.124.026,55

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa possui R$ 2,58 de dinheiro e

valores que se transformarão em dinheiro.

2010 LC = ATIVO CIRCULANTE

=

29.078.187,07

=

1,97 PASSIVO CIRCULANTE

14.796.941,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa possui R$ 1,97 de dinheiro e

valores que se transformarão em dinheiro

2011 LC = ATIVO CIRCULANTE

=

37.460.554,24

=

2,69 PASSIVO CIRCULANTE

13.916.299,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa possui R$ 2,69 de dinheiro e

valores que se transformarão em dinheiro

31

4.1.1.3 Liquidez Seca

2009 LS = AC - ESTOQUE

=

23.514.144,74 -5.723.448,22

=

17.790.696,52

= 1,95 PASSIVO CIRCULANTE

9.124.126,55

9.124.126,55

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 1,95 de ativo

circulante, sem os estoques.

2010 LS = AC - ESTOQUE

=

29.078.187,07 - 5.723.448,22

=

23.354.738,85

= 1,58 PASSIVO CIRCULANTE

14.796.941,50

14.796.941,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 1,58 de ativo

circulante, sem os estoques.

2011 LS = AC - ESTOQUE

=

37.460.554,24-10.706.243,49

=

26.754.310,75

= 1,92 PASSIVO CIRCULANTE

13.916.299,50

13.916.299,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 1,92 de ativo

circulante, sem os estoques.

4.1.1.4 Liquidez Imediata

2009 LI = CX + BANCOS + AF

=

2.346.172,73

=

0,26 PASSIVO CIRCULANTE

9.124.026,55

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 0,26 de

disponibilidade para saldar suas dividas.

32

2010 LI = CX + BANCOS + AF

=

796.847,21

=

0,05 PASSIVO CIRCULANTE

14.796.941,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 0,05 de

disponibilidade para saldar suas dividas.

2011 LI = CX + BANCOS + AF

=

125.813,28

=

0,01 PASSIVO CIRCULANTE

13.916.299,50

Interpretação: Para cada R$1,00 de dividas a curto prazo a empresa dispõe de R$ 0,01 de

disponibilidade para saldar suas dividas.

4.1.2 Endividamento ou Estrutura de Capital

4.1.2.1 Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais (Quantidade)

2009 PC + PNC

=

9.124.026,55 + 2.646.315,63

= 11770342,18

= 0,26

PC+PNC+PL

44.737.270,28 44.737.270,28

Interpretação: 26% dos Recursos Totais originam-se de capitais de terceiros

2010 PC + PNC

=

14.796.941,50 +4.636.388,22

= 19433329,72

= 0,37

PC+PNC+PL

53.221.050,20 53.221.050,20

Interpretação:37% dos Recursos Totais originam-se de capitais de terceiros

2011 PC + PNC

= 13.916.299,50+4.306.067,52

=

18.222.367,02

= 0,30

PC+PNC+PL

13.916.299,50+4.306.067,52+43.500.250,99

61.722.618,01

33

Interpretação: 30% dos Recursos Totais originam-se de capitais de terceiros

4.1.2.2 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros

2009 PL

=

32.966.928,10

= 2,80

PC + PNC

11.770.342,18

Interpretação: Para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros há R$ 2,80 de Capital Próprio como garantia.

2010 PL

=

33.787.720,48

= 1,74

PC + PNC

19.433.329,72

Interpretação: Para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros há R$ 1,74 de Capital Próprio como

garantia.

2011 PL

=

43.500.250,99

= 2,39

PC + PNC

18.222.367,02

Interpretação: Para cada R$ 1,00 de Capital de Terceiros há R$ 2,39 de Capital Próprio como

garantia.

4.1.2.3 Composição do Endividamento (Qualidade)

2009 PC

=

9.124.026,55

= 0,78

PC+PNC

11.770.342,18

34

Interpretação: 78% dos Capitais de Terceiros vencerão a curto prazo.

2010 PC

=

14.796.941,50

= 0,76

PC+PNC

19.433.329,72

Interpretação: 76% dos Capitais de Terceiros vencerão a curto prazo.

2011 PC

=

13.916.299,50

= 0,76

PC+PNC

18.222.367,02

Interpretação: 76% dos Capitais de Terceiros vencerão a curto prazo.

4.1.2.4 Imobilização do Patrimônio Liquido

2009 Imobilizado

=

19.666.226,42

= 0,60

PL 32.966.928,10

Interpretação: A empresa Imobilizou R$0,60 para cada real de Patrimônio Líquido.

2010 Imobilizado

=

21.801.683,90

= 0,65

PL 33.787.720,48

Interpretação: A empresa Imobilizou R$0,65 para cada real de Patrimônio Líquido.

35

2011 Imobilizado

=

21.817.980,01

= 0,50

PL 43.500.250,99

Interpretação: A empresa Imobilizou R$0,50 para cada real de Patrimônio Líquido.

4.1.3 Rentabilidade

4.1.3.1 Giro do Ativo

2009 GA = VL

=

51.977.100,56

= 1,16

AT 44.737.270,28

Interpretação: A empresa vendeu R$1,16 para cada R$1,00 de investimento total.

2010 GA = VL

=

7.315.461,03

= 0,14

AT 53.221.050,20

Interpretação: A empresa vendeu R$0,14 para cada R$1,00 de investimento total.

2011 GA = VL

=

46.868.969,75

= 0,76

AT 61.722.618,01

Interpretação: A empresa vendeu R$0,76 para cada R$1,00 de investimento total.

36

4.1.3.2 Margem Líquida

2009 ML = LL

=

11.136.122,23

= 0,21

VL 51.977.100,56

Interpretação: A empresa obtém R$0,21 de lucro para cada R$1,00 vendido.

2010 ML = LL

=

970.792,38

= 0,01

VL 73.155.461,03

Interpretação: A empresa obtém R$0,01 de lucro para cada R$1,00 vendido.

2011 ML = LL

=

9.712.530,51

= 0,21

VL 46.868.969,75

Interpretação: A empresa obtém R$0,21 de lucro para cada R$1,00 vendido.

4.1.3.3 Taxa de Retorno sobre Investimento – TRI

2009 TRI = LL

=

11.361.122,23

= 0,25

AT 44.737.270,28

Interpretação: Para cada R$1,00 investido há um ganho de R$0,25.

37

2010 TRI = LL

=

970.792,38

= 0,02

AT 53.221.050,20

Interpretação: Para cada R$1,00 investido há um ganho de R$0,02.

2011 TRI = LL

=

9.712.530,51

= 0,16

AT 61.722.618,01

Interpretação: Para cada R$1,00 investido há um ganho de R$0,16.

4.1.3.4 Rentabilidade do Capital Próprio ou Taxa de Retorno Sobre o PL

2009 TRPL = LL

=

11.136.122,22

=

0,34 PL

32.966.928,10

Interpretação: Para cada R$1,00 investido pelos proprietários há um ganho de R$0,34.

2010 TRPL = LL

=

970.792,38

=

0,03 PL

33.787.720,48

Interpretação: Para cada R$1,00 investido pelos proprietários há um ganho de R$0,03.

38

2011 TRPL = LL

=

9.712.530,51

=

0,22 PL

43.500.250,99

Interpretação: Para cada R$1,00 investido pelos proprietários há um ganho de R$0,34.

A tabela 2 mostra o resumo do cálculo dos indicadores Econômico-financeiros da empresa

Construtora Beta S.A.

Na tabela acima, pode-se analisar a liquidez da empresa em estudo quanto as suas

obrigações e sua capacidade de liquida-las, quanto a sua situação de endividamento que uma

média de 30%(Trinta por cento) do seu ativo total foi financiado por recursos de terceiros e

que nos três anos em estudo a empresa consegue garantir o capital de terceiros através de seu

2009 2010 2011

Liquidez Corrente AC/PC 2,58 1,97 2,69

Liquidez Seca AC-ESTOQUE / PC 1,95 1,58 1,92

Liquidez Geral AC+RLP/PC+ELP 2,01 1,50 2,06

Liquidez Imediata CX+BCOS+AF/PC 0,26 0,05 0,01

2009 2010 2011

Participação

Capital de

Terceiros

PC+PNC/PC+PNC+PL 0,26 0,37 0,30

Garantia do

Capital PróprioPL/PC+PNC 2,80 1,74 2,39

Composição do

EndividamentoPC/PC+PNC 0,78 0,76 0,76

Imobilização do PL Imobilizado/PL 0,60 0,65 0,50

2009 2010 2011

Retorno s/

Investimento - TRILL/AT 0,25 0,02 0,16

Retorno s/ o PL LL/PL 0,34 0,03 0,22

Giro do Ativo VL/AT 1,16 0,14 0,76

Margem Líquida LL/VL 0,21 0,01 0,21

RENTABILIDADE

EXERCÍCIO

EXERCÍCIO

Indicadores Econômico - Financeiro

LIQUIDEZ

ENDIVIDAMENTO

EXERCÍCIO

39

capital próprio , conclui-se que a empresa não obteve uma boa rentabilidade quanto ao seus

investimentos.

A seguir os gráficos dos índices calculados da empresa em estudo, Construtora

Beta S.A., para que possa visualizar o desemprenho de cada índice.

No gráfico 1 no mostra o grau de liquidez da empresa nos exercícios 2009,2010 e

2011.

Gráfico 1 : Índices de Liquidez

Fonte: Construtora Beta S.A.

Onde:

LC: Liquidez Corrente

LS: Liquidez Seca

LG: Liquidez Geral

LI: Liquidez Imediata

Observa-se que quando analisada a liquidez corrente a mesma é bem satisfatória

mas ao excluir dos cálculos o estoque, ou seja, calculando a liquidez seca a diferença é bem

considerável, e quanto à liquidez imediata a disponibilidade da empresa é insatisfatória.

No gráfico 2 ilustra a demonstra a Estrutura de Capital da Empresa, ou seja, o

grau de endividamento.

0

1

2

3

2009 2010 2011

Val

ore

s e

m r

eai

s

Exercício

Índices de Liquidez

LC

LS

LG

LI

40

Gráfico 2 : Índices de Endividamento

Fonte: Construtora Beta S.A.

Onde:

P.C.T.: Participação Capital de Terceiros

G.C.P.: Garantia do Capital Próprio

C.E.: Composição do Endividamento

I.PL.: Imobilização do Patrimônio Liquido

Ao analisar o gráfico 2 , conclui-se que é pequena a participação de terceiros no

financiamento dos ativos da empresa, que a empresa obtêm êxito ao garantir o capital de

terceiros, e a composição do endividamento é estável.

O gráfico 3 indica a rentabilidade da empresa.

Gráfico 3 : Índices de Rentabilidade

Fonte: Construtora Beta S.A.

0

1

2

3

2009 2010 2011

valo

res

em

re

ais

Exercício

Índices de Endividamento

P.C.T.

G.C.P.

C.E.

I.PL

0

0,5

1

1,5

2009 2010 2011

Val

ore

s e

m r

eai

s

Exercício

Índices de Rentabilidade

TRI

R.PL

G.A.

M.L.

41

Onde:

TRI: Retorno sobre Investimento

R.PL.: Retorno sobre o Patrimônio Liquido

G.A.: Giro do Ativo

M.L.: Margem Liquida

Observa –se no gráfico 3 que demonstra a rentabilidade da empresa, que houve

uma queda acentuada em relação a sua eficiência de gerar venda através de seus ativos e que a

mesma não possui uma boa rentabilidade, a margem liquida é quase nula.

42

5 CONCLUSÃO

Através da análise das demonstrações financeiras obtenho varias informações

para uma tomada de decisão e/ou gerenciamento de uma empresa. Após uma análise poderá

ser feita uma programação mais segura no que diz respeito aos pagamentos (Liquidez X

Endividamento), se o que esta sendo investida esta gerando retorno (Rentabilidade) e outros.

De acordo com indicadores obtidos pela análise das demonstrações financeiras da

Construtora Beta S.A., analisou-se os índices de liquidez, de uma forma intrínseca, a empresa

nos três exercícios em estudo através da liquidez geral, corrente e seca, a empresa liquidaria

suas dividas com certa folga, sabendo que houve uma queda no exercício de 2010 e ainda

considerando que a mesma receberia toda a sua contraprestação de seus serviços em tempo

hábil. Porém, se depender apenas do que possui de disponibilidade (Caixa, Bancos e

Aplicações Financeiras a curtíssimo prazo) a mesma não conseguiria honrar seus

compromissos.

De acordo com os índices de endividamento pode-se observar que apenas uma

média de 30% (Trinta por cento) do ativo total foi financiada com recurso de terceiros, ainda

verifica-se que seu capital próprio conseguiria cobrir/garantir o capital de terceiros. A maioria

das suas dividas numa média de 76% (Setenta e seis por cento) são a curto prazo, isso não é

muito bom haja vista que seu estoque é um valor considerável e por sua vez não consiga

transformá-lo em dinheiro a tempo para liquidar suas dividas.

Quanto à rentabilidade, houve uma queda bem acentuada em relação a sua

eficiência de gerar venda através de seus ativos, observa-se ainda que não seja uma empresa

com grande margem de lucro e que no exercício de 2010 sua margem liquida foi quase nula.

O retorno sobre os investimentos é baixa e houve uma queda nos últimos dois exercícios, já o

retorno sobre o patrimônio liquido é mais elevada, porém houve uma queda acentuada no ano

de 2010.

Embora tenha feito uma leitura do cálculo dos índices de uma forma intrínseca, já

posso ter uma visão do que se pode analisar, faz se necessário à comparação desses índices

com os índices-padrão de acordo com sua atividade e seu domicilio de prestação do serviço a

fim de saber as quantas anda a posição da empresa perante a sua concorrência. Ainda através

dessa análise a empresa poderia ir mais além e procuram saber o porquê de baixa

rentabilidade, que não é o foco desse estudo.

Logo, conclui-se que a análise das demonstrações financeiras é eficiente para uma

tomada de decisão segura, podendo sim ser utilizada em empresas de qualquer atividade bem

43

como das empresas de construção civil, como já mencionado acima sempre lembrar de

compará-las com o padrão.

É de fato que após uma análise completa a empresa poderá tomar decisões que

podem lhe assegurar futuramente, em questão de provisionar valores para liquidar dividas a

curto prazo, ao analisar e perceber que o retorno de seus investimento não estão dando o lucro

desejado, procurar saber o por quê? Onde alterar para que esse quadro se reverta. Em quanto

tempo os proprietários terão de volta o que foi investido. Através dos índices de liquidez sabe-

se de vários ângulos o grau de solvência da empresa. Ao analisar a estrutura do capital de que

forma esta sendo investido se com capital próprio ou utilizando recursos de terceiros.

Não é objeto deste trabalho analisar a situação econômico-financeira da empresa

Construtora Beta S.A., mas através de seus índices ilustrar o que poderia analisar de uma

forma mais real.

44

REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.

MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Cientifico. 7. ed. São Paulo: Atlas. IUDICIBUS, Sergio. Teoria Geral da Contabilidade. 6.ed.São Paulo: Atlas ROSA, Paulo Moreira. A contabilidade no Mercosul. São Paulo: Atlas, 1999. NASI, Antônio Carlos. Revista Brasileira de Contabilidade. Globalização da Economia e as Novas Tendências da Profissão Contábil no Século XXI. V.27, N 109. P.60, Porto Alegre, 1998. IUDICIBUS, Sergio de, MARION, José Carlos. Introdução a Teoria da Contabilidade. 3.ed.São Paulo:Atlas,2002. MATARAZO, Dante C., Análise Financeira de Balanços, São Paulo: Atlas, 2008. FRANCO ,Hilário. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São Paulo:Atlas,1992. NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo E.V., Contabilidade Avançada, São Paulo: Frase LTDA ,2007. IUDICIBUS, Sergio de, MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade Para não Contadores.5.ed. São Paulo: Atlas,2008.

45

ANEXOS

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49