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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE - FAC CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO LIDIANE DO NASCIMENTO MARQUES ALVES ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA O PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL FORTALEZA 2013

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE - FAC

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

LIDIANE DO NASCIMENTO MARQUES ALVES

ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA O PLANEJAMENTO E CONTROLE

FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

FORTALEZA 2013

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LIDIANE DO NASCIMENTO MARQUES ALVES

ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA O PLANEJAMENTO E CONTROLE

FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia submetida à aprovação da Coordenação do Curso de Administração do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração.

Professor-Orientador: Paulo Francisco Barbosa Sousa, Ms.

FORTALEZA 2013

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LIDIANE DO NASCIMENTO MARQUES ALVES

ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PARA O PLANEJAMENTO E CONTROLE

FINANCEIRO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia como pré-requisito para

obtenção do título de Bacharelado em

Administração, outorgada pela Faculdade

Cearense (FAC), tendo sido aprovada pela

banca examinadora composta pelos

professores.

Data da aprovação: ___ / ___ / ____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________ Professor Paulo Francisco Barbosa Sousa, Ms.

Orientador _______________________________________________________________

Francisco Almeida Barroso, Ms. Membro

______________________________________________________________

João Queiroz Junior, Esp.

Membro

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Dedico este trabalho acima de tudo a Deus por ter me guiado nesta jornada, aos meus pais, familiares, amigos, e sem esquecer a minha amada filha Beatriz.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me proporcionado sabedoria, perseverança

e determinação para seguir em frente, sempre me suprindo com força e coragem

para superar os obstáculos da vida.

Aos meus familiares, por estarem sempre me apoiando em minhas decisões e

acreditarem no meu potencial, em especial meus pais que me auxiliam na educação

da minha filha e ter incentivado na conclusão deste trabalho.

As minhas tias Eloisa e Lilian, pelo amor e carinho transmitidos desde sempre, e por

estarem presentes em todos os momentos da minha vida.

Agradeço imensamente a minha pequena Beatriz, mesmo que hoje ela não entenda

essa gratidão por ter apenas quatro aninhos, mas no futuro que ela saiba que as

inúmeras horas de ausência ao seu lado foram para construir uma vida melhor para

nós duas.

Ao mestre e orientador Paulo Francisco pelo acompanhamento, apoio e

compreensão depositados no desenvolvimento desta pesquisa.

Ao diretor da empresa onde foi realizado o estudo, em fornecer informações e

disponibilizar tempo para a contribuição deste trabalho.

Ao meu querido cunhado Marcilio, por ter me incentivado a superar os desafios da

vida, e pela amizade conquistada ao longo do tempo.

Á Faculdade Cearense, por ter repassado conhecimentos e discernimento

fundamental para minha carreira profissional, e também por ter proporcionado

momentos felizes ao conhecer pessoas maravilhosas.

Não poderia deixar de ressaltar o agradecimento as minhas colegas de sala: Patrícia

Furtado, Lidiane e Adriana, em trocarem experiências e aprendizados para a

realização deste estudo e incentivarem para seguir em frente.

E todos que participaram direto ou indiretamente de alguma maneira na

concretização deste trabalho.

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“Aprender é a coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”.

(Leonardo da Vinci)

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RESUMO

Devido ao crescente desenvolvimento que o setor da construção civil tem apresentado no mercado, torna-se importante adotar ações gerenciais e estratégicas. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar a aplicação do fluxo de caixa como ferramenta de auxilio na gestão financeira das micro e pequenas empresas do setor da construção civil. E como hipóteses serão verificadas se as micro e pequenas empresas do setor da construção civil encontram dificuldades em utilizar o fluxo de caixa no gerenciamento financeiro, e se essa ferramenta contribui para uma melhor gestão financeira. Para atingir o objetivo proposto, os procedimentos metodológicos utilizados foram abordagem descritiva, explicativa, bibliográfica e estudo de caso, obtida através de livros, artigos, e trabalhos científicos em geral, assim como também dados fornecidos pela empresa pesquisada. Este estudo caracterizou-se ainda, como pesquisa qualiquantitativa, onde foi desenvolvida uma análise da demonstração do fluxo de caixa e entrevista por meio de um questionário de múltiplas escolhas aplicado in loco com os responsáveis da área financeira. Como resultado, observou-se que a empresa adota o fluxo de caixa em suas atividades rotineiras, por se tratar de uma ferramenta de caráter essencial e importante no gerenciamento das transações financeiras. As hipóteses foram confirmadas com a identificação de dificuldade na utilização do fluxo de caixa, e possuir contribuição positiva para gerenciamento financeiro. Palavras-chave: fluxo de caixa. Gestão financeira. Planejamento. Construção civil.

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ABSTRACT

Due to the increasing development that the construction industry has had on the market, it becomes important to adopt managerial and strategic actions. Given the above, this study aims to examine the application of cash flow as a tool to aid in the financial management of micro and small enterprises in the construction sector. And as hypotheses will be verified if the micro and small enterprises in the construction sector find it difficult to use the cash flow in financial management, and this tool helps to better financial management. To achieve the proposed objectives, the methodological procedures used were descriptive, explanatory, a literature and a case study approach, obtained through books, articles and scientific papers in general, as well as data provided by the company searched. This study was also characterized as qualitative and quantitative research, which was developed from an analysis of the cash flow statement and interview through a multiple-choice questionnaire applied in situ to the leaders of finance. As a result, it was observed that the company uses cash flow in their routine activities, because it is a tool for essential and important character in the management of financial transactions. The hypotheses were confirmed with the identification of difficulty in the use of cash flow, and possess positive contribution to financial management.

Keywords: Cash flow. Financial management. Planning. Construction.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 Tipos de ciclo. ............................................................................................ 21

GRÁFICOS

Gráfico 1 Representação do grupo de despesas do fluxo de caixa ......................... 50

Gráfico 2 Representação dos custos operacionais .................................................. 51

Gráfico 3 Caixa líquido da empresa ......................................................................... 52

Gráfico 4 Composição do fluxo de caixa .................................................................. 56

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

QUADROS

Quadro 1: Modalidades da gestão financeira ............................................................ 17

Quadro 2: Indicadores na construção civil ................................................................ 24

Quadro 3: Atividades do fluxo de caixa ..................................................................... 27

Quadro 4: Vantagens x desvantagens do método direto .......................................... 31

Quadro 5: Modelo DFC - método direto .................................................................... 32

Quadro 6: Vantagens e desvantagens do método indireto ....................................... 34

Quadro 7: Modelo DFC - método indireto ................................................................. 35

Quadro 8: Modelo de fluxo de caixa projetado .......................................................... 38

TABELAS

Tabela 1. Fluxo de caixa pelo plano de contas ......................................................... 49

Tabela 2. Fluxo de caixa analítico ............................................................................. 53

Tabela 3. Análise vertical e horizontal ....................................................................... 54

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AH - Análise Horizontal

AV - Análise Vertical

CE - Ciclo Econômico

CF - Ciclo Financeiro

CO - Ciclo Operacional

DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa

FC - Fluxo de Caixa

FCP - Fluxo de Caixa Projetado

MPE - Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE - Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .......................................................................... 15

2.1 O papel do gestor financeiro ............................................................................. 17

2.2 O planejamento e controle financeiro ................................................................ 18

2.3 A administração do capital de giro .................................................................... 20

2.4 O Planejamento financeiro na atividade da construção civil ............................. 22

3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..................................................................... 25

3.1 Fluxo de caixa ................................................................................................... 26

3.2 Importância do Fluxo de caixa .......................................................................... 28

3.3 Elaboração e análise do fluxo de caixa ............................................................. 30

3.3.1 Fluxo de caixa pelo método direto .................................................................. 30

3.3.2 Fluxo de caixa pelo método indireto ............................................................... 33

3.4 Fluxo de caixa projetado ................................................................................... 35

3.5 Fluxo de caixa realizado .................................................................................... 39

3.5.1 Análise vertical e horizontal ............................................................................ 40

4 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ................................................. 42

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 47

5.1 Apresentação da empresa ................................................................................ 47

5.2 Análise e discussão dos resultados .................................................................. 48

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61

APÊNDICE A - ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA ..................... 67

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1 INTRODUÇÃO

Segundo SEBRAE (2011), as micro e pequenas empresas têm

contribuído para o crescimento econômico do Brasil e indicadores revelam que elas

são responsáveis por, pelo menos, dois terços do total das ocupações existentes no

setor privado da economia. Dessa forma, se faz necessário um monitoramento do

negócio para a sobrevivência desses empreendimentos, que é um processo

indispensável para o desenvolvimento econômico do País.

De acordo com Ferreira (2013), a construção civil, comparado aos outros

segmentos industriais no estado do Ceará, é o que mais cresce. Isso pode ser

confirmado no estudo “Sobrevivência das Empresas” desenvolvido pelo SEBRAE

(Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) no ano de 2013, onde

a construção civil encontra-se em terceiro lugar entre os setores que apresentam

maior sucesso em relação à sobrevivência no mercado.

Os autores Medeiros e Rodrigues (2002) afirmam que, o setor da

construção civil é importante para o desenvolvimento econômico nacional, além de

envolver estruturas sociais, culturais e políticas, gerando assim influencia de modo

significativo no nosso país. Portanto, a construção civil é um setor representativo na

economia brasileira, possuindo características particulares e se destacando por

apresentar uma variedade de atividades em seu processo de produção.

Dado o crescimento deste mercado, observa-se a necessidade de

implantar um planejamento financeiro eficiente nas organizações do setor, assim

como um gerenciamento periódico capaz de controlar a vida financeira das

empresas. A partir deste cenário, o trabalho proposto faz uma análise do fluxo de

caixa, que é uma ferramenta capaz de apresentar a real situação da organização, e

ainda é um instrumento para diagnostico e controle das transações financeiras da

empresa.

Segundo Silva e Ferreira (2007, p. 2) entende-se como fluxo de caixa:

O registro e controle sobre a movimentação de caixa de qualquer empresa, expressando as entradas e saídas de recursos financeiros ocorridos em determinados períodos de tempos. O fluxo de caixa assume importante papel no planejamento financeiro das empresas. Portanto, constitui-se num exercício dinâmico, que deve ser constantemente revisto atualizado na tomada de decisões.

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Deve-se destacar que a crescente competitividade no mercado obriga as

organizações a buscarem ações gerenciais e estratégicas para ganhar espaço e

terem, ainda, um diferencial competitivo entre seus concorrentes. Com o intuito de

melhorar o nível de desempenho das empresas e torná-las mais competitivas, o

presente estudo pretende responder ao seguinte questionamento: a ferramenta de

fluxo de caixa é utilizada para o planejamento e controle financeiro das micro e

pequenas empresas (MPE) do setor da construção civil?

A partir desta problemática, apresenta-se como objetivo geral dessa

pesquisa analisar a aplicação do fluxo de caixa como ferramenta de auxílio na

gestão financeira das micro e pequenas empresas do setor da construção civil.

Quanto aos objetivos específicos da pesquisa, busca-se identificar as

reais dificuldades em utilizar a ferramenta do fluxo de caixa no gerenciamento

financeiro, verificar quais resultados a ferramenta de fluxo de caixa pode trazer para

a gestão financeira da empresa e identificar a periodicidade de utilização desta

ferramenta nas empresas do ramo da construção civil de Fortaleza, onde será

realizada a pesquisa por meio de um estudo de caso. Como hipóteses, será

verificado se as MPE do setor da construção civil encontram dificuldades em utilizar

o fluxo de caixa no gerenciamento financeiro e se essa ferramenta contribui para

uma melhor gestão financeira.

O desenvolvimento deste trabalho justifica-se pela importância de

identificar as deficiências que as MPE encontram no controle financeiro e o emprego

do fluxo de caixa que elas fazem em suas rotinas financeiras. Sobre este aspecto,

os entendimentos adquiridos neste estudo poderão auxiliar para o planejamento e

controle eficaz nessas organizações. O trabalho, além desta introdução, está divido

em capítulos conforme a seguir:

Nos capítulos 2 e 3 serão abordados o referencial teórico mediante as

pesquisas bibliográficas sobre os assuntos relacionados ao tema da pesquisa; de

uma forma generalizada serão tratadas as peculiaridades da administração

financeira e as demonstrações financeiras com foco na demonstração do fluxo de

caixa, relatando seus conceitos e tipologias de aplicações.

Adiante no capítulo 4 foi mostrada a metodologia utilizada, ou seja, a

descrição dos métodos utilizados para a elaboração da pesquisa. De acordo com

Beuren (2009, p. 83), “os procedimentos na pesquisa científica referem-se à maneira

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pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtêm os dados”. Para atingir o objetivo

principal da pesquisa, fez-se uma pesquisa bibliográfica e documental, ao mesmo

tempo realizou-se um estudo de caso no intuito de confirmar as teorias pesquisadas.

Já no capítulo 5 foi abordada a análise dos dados, desenvolvida através

de uma interpretação do fluxo de caixa juntamente com uma entrevista aplicada

numa empresa no ramo da construção civil. E, em seguida, finalmente foram

apresentadas as considerações finais e nelas foram mencionados os principais

resultados oriundos da pesquisa, assim como também os comentários sugestivos do

estudo.

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2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Possuir conhecimento da área de finanças é essencial para o auxílio na

tomada de decisões financeiras, principalmente para quem trabalha em atividades

ligadas a essa área, pois poderão estar em sinergia com as pessoas e processos

financeiros (GITMAN, 2010). Portanto, o conhecimento em finanças é fundamental,

pois é uma área essencial na tomada de decisão gerencial.

Os autores Brigham e Houston (1999, p. 7) afirmam que em todas as

decisões da empresa há situações financeiras, com isso se faz necessário que todos

os executivos, até mesmo os não ligados à área financeira, devam estar atentos à

área de finanças, para que este entendimento lhe auxilie em suas análises. De

acordo com Gitman (2004, p. 4), “podemos definir finanças como a arte e a ciência

da gestão do dinheiro”.

Ainda, em se tratando de conceito de finanças, Bodie e Merton (2002) o

definem como sendo o estudo de como as pessoas fazem a alocação dos recursos

escassos num período estabelecido e a evolução do sistema financeiro ao longo do

tempo.

Portanto, para que a empresa consiga atingir seus objetivos, a

administração financeira deverá auxiliar na interpretação dos resultados e seu

acompanhamento deve acontecer de forma frequente, junto ao controle e à

utilização de ferramentas de análise (SANVICENTE, 1995). Ou seja, a administração

financeira é uma área estratégica da organização, pois ela coordena os

compromissos financeiros da empresa direcionando para a maximização dos lucros.

De acordo com Zdanowicz (2000, p. 22):

A Administração Financeira é a centralização na captação, na aplicação dos recursos necessários e na distribuição eficiente dos mesmos, para que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas a que se propõe a sua cúpula diretiva.

Outros autores como Neto (2007, p. 46) afirma que a administração

financeira tem como objetivo maximizar a riqueza dos acionistas, através da

demonstração do retorno de investimentos realizados e a gestão de seus recursos.

Diante desse contexto e das definições comentadas, entende-se que o objetivo

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econômico e financeiro de uma empresa é melhorar seus resultados e maximizar o

seu valor, através da geração de lucro e caixa ao longo prazo por meio dos seus

objetivos e atividades operacionais.

Para Hoji (2007 apud Hoji, 2004, P.21) o ponto de vista dos acionistas em

relação à gestão financeira é:

[...] uma empresa pode ser visualizada como um sistema que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos. A empresa, representada por seus administradores (diretores e gerentes) e empregados em geral, interage com os agentes econômicos do ambiente em que está inserida, gera os resultados econômicos e financeiros e remunera os acionistas pelo investimento realizado.

De acordo com o entendimento de Groppelli e Nikbakht (2005), “a

administração financeira fornece os meios de tomar decisões de investimento

flexíveis e corretas no momento apropriado e mais vantajoso”. Deste modo, os

gestores financeiros deverão optar pelas ferramentas mais viáveis existentes na

empresa para o controle e alcance de uma vantagem competitiva.

As atividades de finanças não devem ser comparadas com as de

controladoria; existem duas diferenças entre elas, são: a tomada de decisões e a

ênfase em fluxo de caixa (GITMAN, 2004).

Esclarecendo essa distinção, os autores Di Agustini e Zelmanovits (2005)

explanam que o regime de competência está relacionado ao processo contábil de

apuração de resultado (lucro ou prejuízo) e de posições patrimoniais, diferente do

regime de caixa, no qual o impacto dos acontecimentos sobre o ativo, o passivo e o

resultado é verificado nos períodos em que os respectivos fatos geradores incidem.

Complementando essa disparidade entre as áreas de contabilidade e

finanças, a primeira está voltada para a coleta de dados e a apresentação dos dados

financeiros, enquanto a outra analisa os demonstrativos contábeis, aprimora os

dados e parte para a tomada de decisão fundamentada nos possíveis retornos e

riscos inerentes (GITMAN, 2004).

Contudo, a empresa deve ter um planejamento financeiro eficiente,

voltado para a gestão, controle e acompanhamento dos recursos disponíveis. De

acordo com Sá (2008), planejamento financeiro é um agrupamento de operações

financeiras realizadas em prol de um objetivo definido.

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2.1 O papel do gestor financeiro

A utilização adequada da administração financeira na organização pode

facilitar o controle e gestão dos seus recursos, auxiliando da melhor maneira

possível para a tomada de decisão. No entanto, o gestor financeiro deve ter uma

visão holística e estratégica do negócio, assim como estar atualizado com os

assuntos relacionados ao mercado como um todo, pois os instrumentos de análise

financeira por si só são insuficientes para o planejamento organizacional.

No quadro 1 apresentam-se as três modalidades que o administrador

deverá estar atento. Essas modalidades têm por base o entendimento de Ross et al

(2009).

Quadro 1: Modalidades da gestão financeira

Orçamento de capital

• Planejamento e gerenciamento dos investimentos da empresa à longo prazo.

Estrutura de capital

• Junção do capital de terceiros à longo prazo e o capital próprio que a empresa produz para financiar suas transações financeiras.

Administração do capital de giro

• Ativos e passivos à curto prazo que a empresa possui, a administração dos mesmos é importante para que os recursos existentes sejam suficientes no decorrer da operação.

Fonte: adaptado de Ross et al. (2009).

Verifica-se no quadro 1 que o orçamento de capital refere-se aos

investimentos em longo prazo que a empresa possui, em que o administrador

deverá identificar oportunidades de investimentos e gerenciá-los. Em seguida, a

estrutura de capital diz respeito às decisões que o administrador deverá tomar em

relação ao capital que a empresa possui e onde deverá levantar recursos para

financiar suas operações, recorrendo a empréstimos e fontes mais acessíveis para a

organização. Já a administração do capital de giro refere-se à administração dos

ativos e passivos de curto prazo da empresa, na qual o gestor deverá gerenciar os

recursos para assegurar a continuidade da operação.

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O gestor financeiro tem a responsabilidade de gerir os setores

relacionados a finanças, desempenhando assim diversas atividades que se

resumem em: planejamento, orçamentos, controle financeiro, administração do

caixa, crédito e cobrança, identificação e análise de investimentos e a captação de

recursos.

De acordo com Chiavenato (2005), uma das principais atividades do

administrador financeiro de uma empresa é controlar as movimentações financeiras,

ou seja, coordenar, monitorar e avaliar as atividades da empresa através de

informações obtidas, além de tomar decisões de investimentos e de financiamentos.

O administrador financeiro tem total responsabilidade pela vida financeira

da empresa, ou seja, pelo sucesso ou fracasso da organização, onde deverá realizar

a análise e gestão diariamente no que se refere aos recursos existentes. De acordo

com Hoji (2007, p. 17), o gestor financeiro é de suma importância para a empresa,

pois ele é responsável pelo planejamento e controle das transações financeiras e

por nortear a uma melhor direção a ser seguida, através de suas habilidades

técnicas e visão sistêmica do negócio.

Neste mesmo cenário, os autores Brigham e Houston (1999, p. 37)

comentam que no passado cada setor tinha sua responsabilidade de acordo com a

sua área e o administrador financeiro tinha a tarefa de somente levantar os fundos

necessários para investimentos e compras que fossem essenciais e hoje essa

situação mudou, o diretor financeiro toma as decisões com ritmo mais coordenado e

é responsável pelo processo de controle da empresa.

O administrador financeiro deve realizar periodicamente um

acompanhamento das transações financeiras, fazendo uma análise crítica dos

acontecimentos e adotar ações corretivas caso seja necessário. Em síntese, Neto e

Silva (2010) afirmam que a função da administração financeira é prover a empresa

de recursos de caixa suficientes para honrar seus compromissos assumidos e a

maximizar a riqueza da organização.

2.2 O planejamento e controle financeiro

Independente do segmento que a empresa esteja inserida, a concorrência

no mercado encontra-se cada vez mais competitiva, com isso, exacerba-se o

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empenho das empresas em executarem um planejamento e controle financeiro para

permanecerem em um nível competitivo.

Baseado na obra de Lucion (2005), a ineficiência da gestão financeira

pode acarretar vários problemas, são eles: dificuldade na formação de preço,

descontrole nos custos, falta de gerenciamento do capital de giro, acompanhamento

ineficaz do fluxo de caixa, índice elevado de inadimplência, ou seja, várias

dificuldades que podem acontecer na organização caso não haja administração

financeira de forma eficiente.

De acordo com o SEBRAE (2009), alguns fatores podem ocorrer na

empresa quando não é realizado um acompanhamento financeiro, tais como:

-não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas; - não saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, porque não é elaborado o demonstrativo de resultados; - não calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e despesas; - não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volume e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa; - não saber o valor patrimonial da empresa, porque não é elaborado o balanço patrimonial; - não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não é estabelecido um valor fixo para a remuneração dos sócios; - não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque o ciclo financeiro de suas operações não é conhecido e - não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).

Diante de todos esses problemas, evidencia-se a necessidade de um

monitoramento para a sobrevivência da empresa e um profissional qualificado para

esta função. Na perspectiva de Groppelli e Nikbakht (2005), planejamento financeiro

é o processo de análise da real necessidade de um financiamento para que a

organização continue suas operações, definindo assim a maneira de realizar esse

financiamento com poder decisivo.

Para a empresa ter um bom funcionamento e sustentabilidade nas suas

atividades operacionais, é necessário possuir um planejamento financeiro, pois ele

irá fornecer subsídios na direção, coordenação e controle de suas ações no alcance

dos objetivos (GITMAN, 2004, p. 92).

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O planejamento financeiro se torna essencial e importante nas

companhias, com o intuito de prever as necessidades de financiamentos ou

investimentos, de modo que não exponha a empresa a riscos e que tenha recursos

suficientes para honrar seus compromissos. De acordo com Groppelli e Nikbakht

(2005, p. 322), “A principal parte do planejamento financeiro é a administração da

liquidez”.

Consonante com Cardoso (2009, p. 3), o planejamento financeiro é um

processo que proporciona à empresa um acompanhamento das diretrizes de

mudanças e adequação das metas, contribuindo para a previsão de possibilidades

de investimentos, o índice de endividamento e o capital de giro necessário,

direcionando a empresa para o desenvolvimento e a rentabilidade.

Segundo Oliveira (2005, p.14), “Não adianta a empresa ter uma série de

dados se os registros existentes não forem confiáveis e se os procedimentos não

estiverem organizados para fornecer informações em tempo fácil”. Entende-se que a

organização precisa que as informações existentes estejam alinhadas e ordenadas

de forma eficiente.

2.3 A administração do capital de giro

Capital de giro é a capacidade de a empresa converter seu ativo

circulante em caixa, em que os ativos circulantes devem ser capazes de sanar as

obrigações do passivo circulante, permitindo a liquidez da empresa em curto prazo

(GITMAN, 2010). Segundo Neto e Silva (2002, p. 14), o termo “giro” refere-se:

Aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificados como aqueles capazes de serem convertidos em caixa num prazo máximo de um ano. A delimitação de um ano não costuma ser seguida por empresas cujo ciclo produção-venda-produção ultrapasse caracteristicamente este prazo (estaleiros, atividade rural etc.), prevalecendo nesta situação o ciclo operacional para se definirem os recursos correntes.

De acordo com Hoji (2003, p. 110), o capital de giro, também denominado

capital circulante, são os recursos aplicados em ativos circulantes e se transformam

dentro do ciclo operacional frequentemente. Seguindo a mesma visão, Silva (2010)

conceitua capital de giro como sendo a diferença entre o ativo circulante e o passivo

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circulante, constituindo uma medida estática da folga financeira de que a

organização dispõe para sanar seus compromissos de curto prazo. Segundo Neto e

Silva (2010, p. 15), “o capital de giro representa os recursos demandados por uma

empresa para financiar suas necessidades operacionais”.

Entende-se que o capital de giro são recursos necessários para uma

organização cumprir com suas necessidades operacionais e deve estar disponível

durante todo o processo da operação do negócio. Para exercer uma gestão do

capital de giro eficiente, é importante possuir conhecimento do ciclo financeiro (CF),

ou seja, o período entre os pagamentos e os recebimentos, em que o capital de giro

deverá manter o processo operacional.

Segundo Padoveze (2003), existem três períodos que devem ser

gerenciados:

a) ciclo operacional (CO): parte do processo inicial da compra da

mercadoria e vai até o recebimento das vendas;

b) ciclo econômico (CE): é o tempo percorrido entre as compras de

mercadorias e saídas da mercadoria realizadas pelas vendas e

c) ciclo financeiro (CF): período entre o pagamento de fornecedores

referente às compras até o recebimento das vendas.

A figura 1 ilustra como estes ciclos interagem ao longo do tempo e como

são gerenciados na organização.

CO

Dias 0 30 45 60

Compra Venda Pagamento da Recebimento da

Mercadoria compra venda

CE CF

|-----------------------------|

NCG

Figura 1 – Tipos de ciclo Fonte: adaptado de Padoveze (2003, p. 282).

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22

O CO refere-se a todas as atividades operacionais da empresa no seu dia

a dia, com início na compra da matéria-prima até recebimento da venda. O CE

demonstra o período da compra da matéria-prima e vai até a venda da mercadoria.

Por fim, o CF compreende o intervalo de tempo entre o pagamento da compra ao

recebimento da venda (PADOVEZE, 2011).

De acordo com a figura 1, o CO requer atenção, pois neste ciclo a

empresa adquire recursos antes da entrada de caixa. O tempo de rotação de

estoque, ou seja, o período em que o produto permanece no estoque desde a

compra até sua venda é visualizado no CE, ele deve ser administrado para não

haver compras sem necessidade.

Outro ciclo que merece uma análise minuciosa é o ciclo financeiro, pois

nesse período acontece o pagamento de fornecedores e o recebimento das vendas

poderá ter necessidade de capital de giro (NCG); dessa forma, quanto menor for o

tempo entre eles melhor será para a saúde financeira da empresa.

Diante da análise de cada ciclo, o gestor deverá gerenciar o caixa a fim

de evitar um resultado negativo no CO, no qual os intervalos dos períodos dos ciclos

devem ser menores para proporcionar um aumento no capital de giro e permitir

realizar maiores investimentos. Nas empresas, para haver um funcionamento

apropriado, é fundamental o capital de giro e os meios para se conseguir

financiamento. Para este fim, é determinado por cada porte que a organização

esteja inserida.

Empresas grandes e bem avaliadas por institutos especializados geralmente têm amplo acesso a financiamentos de capital de giro, já as pequenas empresas geralmente financiam suas necessidades de capital de giro com empréstimos em bancos locais (GITMAN, 2000, p. 237).

2.4 O Planejamento financeiro na atividade da construção civil

De acordo com Ferreira, Machado e Santos (2004, p. 173), a construção

civil é definida como extensa,

abrangendo desde a preparação do solo (terraplanagem, limpeza do solo, remoção de rochas, abertura de poços etc.) até a limpeza final da obra após a sua conclusão. Portanto, engloba: a construção propriamente dita, a demolição, fundações, pintura, revestimentos, a ampliação, a reforma, a recuperação e, em alguns casos, a própria conservação do imóvel, obras complementares e quaisquer benfeitorias ao solo ou subsolo.

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23

As empresas da atividade da construção civil são conceituadas como

indústria. De acordo com Ferreira, Machado e Santos (2004, p. 173), “a empresa da

construção civil é caracterizada como indústria, uma vez que se dispõe a transformar

a matéria-prima em um novo produto acabado e pronto para a utilização”.

Segundo SEBRAE (2012), o setor da construção civil apresenta projeções

otimistas para os próximos anos e entre os motivos para este comportamento

destacam-se o ‘Programa Minha Casa, Minha Vida’, as obras para a Copa do mundo

de 2014, as Olimpíadas de 2016 e o Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC).

Motivado pelo crescimento e tendências no ramo da construção civil, foi

verificada a importância de um planejamento e controle financeiro neste setor, a fim

de acompanhar o desenvolvimento das empresas e seu gerenciamento financeiro.

Como descrito por Ferreira, Machado e Santos (2004), as construtoras possuem

dois regimes na apuração de suas receitas, são eles:

a) regime de competência: as receitas de aluguéis, de serviços prestados

e demais receitas, à vista ou a prazo, apropria-se essas receitas e sobre

as mesmas a carga tributária incidente e

b) regime de caixa: somente para as receitas a prazo de vendas de

unidades imobiliárias, isto é, quando a receita for realizada e identificado

o recebimento no banco ou caixa, apropriam-se dessas receitas para o

resultado e verifica-se a carga tributária.

Os principais indicadores de desempenho na construção civil são

apresentados de acordo com o quadro 2:

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24

Quadro 2: Indicadores na construção civil

INDICADORES OBJETIVOS

Econômicos

Analisar a empresa sob o ponto de vista de rentabilidade e oferecer importantes entendimentos sobre o seu desempenho nos exercícios sociais considerados. São eles: margem bruta, margem líquida e retorno sobre o patrimônio líquido.

Financeiros

Focar a situação de caixa e liquidez da empresa, bem como a capacidade de geração e manutenção de sua posição de equilíbrio financeiro. São eles: liquidez corrente, seca, imediata e geral, ebitda, capital circulante líquido e cobertura de juros.

Capacidade financeira

Demonstrar a capacidade de liquidação dos compromissos financeiros com terceiros, especialmente financiamentos. São eles: idade média dos passivos onerosos, capacidade de amortização dos passivos e folga de capacidade de amortização dos passivos.

Desempenho

Avaliar quanto a empresa pode se comprometer com novos empreendimentos. São eles: comprometimento do patrimônio líquido em número índice, comprometimento do patrimônio líquido em valor e comprometimento do patrimônio líquido e valor (contemplando a folga financeira de curto prazo).

Fonte: adaptado de Neto (2002).

Através do acompanhamento destes indicadores, o gestor terá a posição

da empresa, podendo juntamente com outras informações de mercado realizar

projeções para a continuidade do negócio. As atividades financeiras tornam-se mais

complexas à medida que as empresas crescem; nesse sentido, os gestores

financeiros necessitam de informações ágeis que auxiliem em suas tomadas de

decisão. Para que uma organização possa ter um controle financeiro e com isso um

gerenciamento financeiro é de suma importância a utilização de alguns dados

visualizados em relatórios, orçamentos e demonstrações financeiras.

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25

3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Segundo Brigham e Houston (1999, p. 29), as demonstrações financeiras

realizam projeções, ao mesmo tempo em que revelam históricos dos índices

operacionais dos últimos cinco ou dez anos, obtidos através da sua visão contábil

das movimentações financeiras da empresa.

De acordo com Morais e Lourenço (2013), as demonstrações financeiras

são representações estruturadas da posição que se encontra a empresa e os dados

que deverão ser elaborados para mostrar o desempenho financeiro e o fluxo de

caixa para os tomadores de decisões econômicas. Nesse sentido, as

demonstrações financeiras pode-se dizer que são um relatório resumido de todas as

movimentações ocorridas num período estipulado.

Para Marion (2006, p. 43), nas demonstrações financeiras:

Os relatórios são elaborados de acordo com as necessidades dos usuários. Evidentemente, um relatório sobre o resultado anual de uma farmácia destacará muito menos pormenores que o de uma siderúrgica, que normalmente, tem um número elevado de proprietários, grande volume de negócios, diversos tipos de impostos a recolher, operações em muitas agencias bancárias.

Segundo a Resolução CFC nº 1.255/2009, as sociedades limitadas e

demais sociedades comerciais, desde que não enquadradas pela Lei nº. 11.638/07

como sociedades de grande porte, também são tidas, para estes fins, como

pequenas e médias empresas, devem incluir as seguintes demonstrações em suas

demonstrações contábeis:

I) Balanço patrimonial ao final do período; II) Demonstração do resultado do período de divulgação; III) Demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes; IV) Demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação; V) Demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação; VI) Notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias.

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Para Hoji (2003, p. 31), a distinção entre o regime de competência e o

regime de caixa é aspecto temporal, pois os dois abordam os mesmo dados. Assim

sendo, a análise dos ciclos operacional, econômico e financeiro fornecem

importantes subsídios para tomadas de decisões financeiras.

Nesse estudo, daremos ênfase nos aspectos teóricos necessários para a

confecção e utilização de uma DFC (demonstração do fluxo de caixa), que pode ser

uma ferramenta eficaz no planejamento e controle financeiro de uma empresa.

Dessa forma, se faz necessário conhecer esta ferramenta e sua importância no

processo de gestão organizacional.

3.1 Fluxo de caixa

De acordo com Filho (1997), o fluxo de caixa registra e controla a

movimentação do caixa de qualquer empresa, expressando as entradas e saídas de

recursos financeiros que acontecem em períodos de tempo definidos.

Os autores Silva e Ferreira (2007, p. 2) entendem como fluxo de caixa o

registro e controle sobre a movimentação de caixa, demonstrando as entradas e

saídas num certo período, assumindo um papel importante nas empresas.

Acrescenta, ainda, que é um processo dinâmico e deve ser sempre atualizado para

o auxílio das tomadas de decisões.

A DFC é elaborada pelo regime de caixa, no qual são apresentadas as

entradas e as saídas de movimentações disponíveis na empresa (caixa, bancos,

aplicações de liquidez imediata) numa linha de tempo, facilitando a compreensão e

visualização dos dados.

Na definição de Neto e Silva (1997, p. 38) fluxo de caixa “é um processo

pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias

atividades desenvolvidas”. São elas: operacionais, de investimento e de

financiamento. Para um melhor entendimento destes três elementos que compõem o

fluxo de caixa, Silva (2010, p.124) define estas classes de fluxos de caixa como

segue apresentado no quadro 3:

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Quadro 3: atividades do fluxo de caixa

ATIVIDADES CONCEITO

Operacionais

São atividades que objetivam demonstrar a movimentação do caixa, decorrente da própria natureza das operações, visando à produção, à entrega de bens e serviços que são basicamente derivados das principais atividades geradoras de resultado da entidade.

Investimentos São atividades que objetivam gerar receitas futuras, sendo que normalmente referem-se aos aumentos e diminuições dos ativos de longo prazo que a empresa utiliza para produzir bens e serviços.

Financiamentos São atividades que objetivam demonstrar os recebimentos e liquidações de empréstimos ou integralização de capital social.

Fonte: adaptado de Silva (2010, p. 124).

O fluxo relacionado à atividade operacional é constituído pela produção e

venda dos bens e/ou serviços, ou seja, são as operações responsáveis pela geração

de receita da empresa. São exemplos desta atividade as despesas e receitas

relacionadas à operação da empresa: os recebimentos de vendas, pagamento de

fornecedores de mercadorias, pagamento de funcionários, entre outros.

O fluxo de atividade de investimento refere-se ao aumento ou diminuição

do ativo imobilizado, com o objetivo de gerar resultados para a organização em

longo prazo. Podemos exemplificar esta atividade com os recebimentos de recursos

provenientes da venda de bens dos ativos, como imobilizado e intangível, compra ou

venda de ações, compra de terrenos, entre outros.

Já o fluxo da atividade de financiamento contempla as informações de

empréstimos e financiamentos adquiridos. Neste caso, os recebimentos e

pagamentos de empréstimos são exemplos desta atividade, assim como também o

envio de ações e debêntures. “Demonstração de fluxo de caixa é o relatório do

impacto das atividades de operação, investimento e financiamento de uma empresa

sobre o fluxo de caixa durante um exercício fiscal” (WESTON, BRIGHAM, 2000, p.

45).

Este formato da DFC no qual as atividades que compõem a situação

financeira do negócio são analisadas separadamente permite ao gestor uma melhor

análise de cada atividade, ao mesmo tempo em que proporciona uma visão mais

detalhada dos impactos que elas poderão interferir no caixa da empresa e como

essas atividades se relacionam entre si.

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Para Brigham e Ehrhardt (2008), a DFC apresenta os fluxos de caixa

operacionais, de investimento e financiamento da organização, conciliando os

mesmos com as alterações dos saldos de caixa e aplicações em títulos negociáveis

no respectivo período. Seguindo a mesma definição, Santos (2001, p. 57) conceitua

o fluxo de caixa como “um instrumento de planejamento financeiro que tem por

objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em determinado

período de tempo à frente”.

3.2 Importância do Fluxo de caixa

Essa ferramenta financeira é de suma importância para as empresas de

todos os segmentos, pois ela dá um direcionamento para os administradores

financeiros, auxiliando na melhor tomada decisão econômica. Como descrito por

Azevedo (2008, p. 17) o principal objetivo da DFC é a de “oferecer aos usuários

informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de

uma entidade num determinado período ou exercício, no sentindo de

evidenciar/tornar transparente a situação financeira da entidade”.

Na percepção de Marion (2006, p. 119), uma empresa não tem como

projetar, planejar e ter uma administração financeiramente sadia sem a aplicação do

fluxo de caixa. Nessa visão, esta ferramenta tem uma grande vantagem de

identificar com antecedência a disponibilidade ou a falta de dinheiro em caixa,

permitindo que o empresário defina a melhor ação a ser tomada e auxilia nas suas

rotinas administrativas.

O resultado apresentado no fluxo de caixa, de acordo Azevedo (2008, p.

17), fornece as seguintes informações para os gestores financeiros:

a) uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, para efeito de honrar seus compromissos; b) se a entidade está gerando fluxos de caixa positivo ou negativo; c) demonstrar as necessidades da entidade de financiamento; d) demonstrar de onde (origem) e onde (destino) está sendo investido o dinheiro.

Segundo Gitman (2004, p. 84), fluxo de caixa é de grande importância

para as empresas, pois sem ele o gestor não terá um acompanhamento dos

recursos existentes na empresa. Nesse caso, as empresas que necessitam

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continuamente de empréstimos imediatos poderão ser prejudicadas caso os bancos

não disponibilizem linhas de créditos para financiamentos. Do mesmo modo,

Cardoso (2009, p. 2) afirma a importância do fluxo de caixa nas organizações:

O fluxo de caixa tem se apresentado como uma das ferramentas mais eficazes na gestão financeira das empresas. O fluxo de caixa possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas (recebimentos e as saídas - pagamentos) de recursos financeiros, de forma que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas determinadas, em curto e em longo prazo. Em curto para gerenciar o capital de giro e em longo para fins de investimentos, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar, com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos.

O déficit de caixa é um problema muito comum nas pequenas empresas.

Silva e Ferreira (2007, p. 3) explicam que todas as empresas passam por problema

de caixa limitado em algum momento, no entanto, as grandes empresas são mais

maleáveis por terem um controle do caixa e bens de valor para negociá-los, já as

pequenas são mais restritas aos tradicionais mercados de capital.

Como descrito por Pivetta (2005, p. 3), na pequena empresa, devido à

simplicidade de estrutura, a principal contribuição da DFC é o entendimento dos

efeitos das decisões tomadas em relação aos recursos existentes na empresa. O

gestor, ao negociar prazos ou descontos aos clientes, pode gerar a necessidade de

buscar recursos para cumprir suas obrigações, levando assim à implicância de

custos financeiros. E essa transação deve ser considerada ao calcular o custo da

operação, principalmente nas vendas a prazo.

De acordo com o entendimento dos autores supracitados, evidencia-se a

importância do fluxo de caixa, pois ele se apresenta como um instrumento útil para

os gestores na resolução de possíveis problemas, identificando onde o dinheiro está

sendo gasto, programar com controle os pagamentos de acordo com as datas

acessíveis, evitando assim custos desnecessários e mostrando segurança para que

o gestor possa se contingenciar para situações futuras.

Outro âmbito positivo é que o fluxo de caixa pode evidenciar a sobra de

dinheiro, direcionando ao administrador o melhor momento de investir ou negociar

descontos em pagamentos antecipados e dessa forma gerar rendimentos do

dinheiro que estaria parado em caixa.

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Na opinião de Araújo e Holanda (2004, p. 7), esta ferramenta é essencial

para que a empresa seja ágil e tenha segurança em suas atividades financeiras,

transmitindo com precisão a situação econômica do negócio.

Diante destas afirmações o fluxo de caixa permite agrupar várias

informações que fornecem condições para o gestor avaliar prudentemente a saúde

financeira da empresa; trazendo melhores resultados frente à competitividade do

mercado, define-se a utilização da DFC como um instrumento fundamental na

tomada de decisões.

3.3 Elaboração e análise do fluxo de caixa

Entende-se que o fluxo de caixa é uma ferramenta necessária na gestão

de uma de uma empresa, auxiliando o administrador no gerenciamento dos recursos

financeiros e conduzindo-o para a melhor tomada de decisão organizacional.

Podemos dizer que o principal objetivo da DFC é informar os recebimentos e

pagamentos de uma empresa num dado período e com isso fornecer subsídios

referentes às atividades operacionais, de investimento e de financiamento da

empresa no respectivo período.

Para o processo de elaboração do fluxo de caixa, Zdanowicz (2000)

afirma que é importante ser flexível e considerar as oscilações caso aconteçam, pois

elas irão implicar em ajustes dos valores projetados. Quanto à elaboração da DFC,

pode ser apresentada sob dois métodos: o direto e o indireto, eles se diferenciam

pela maneira como são apresentados os recursos decorrentes das operações

financeiras.

3.3.1 Fluxo de caixa pelo método direto

Para Ribeiro (2009), o método direto visualiza os recebimentos e

pagamentos relativos às atividades operacionais, ou seja, da atividade social do

negócio. De acordo com os autores Neves e Viceconti (2005, p. 283), este método

“corresponde a uma descrição dos fluxos de entradas e saídas no disponível durante

o exercício”.

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31

“A vantagem desse método é que permite gerar as informações com

base nos critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da legislação

fiscal” (FILHO 1999, p. 30). Na visão de Sá (2008), o fluxo de caixa no método direto

auxilia o empresário perceber se o caixa está tendo um déficit ou superávit.

Outra vantagem da utilização do método direto na DFC, é que ele

proporciona um melhor entendimento para o gestor, uma vez que nela é possível

visualizar integralmente a movimentação dos recursos financeiros decorrentes das

atividades operacionais (FILHO, 1999). Segundo Reis (2009), o método direto

fundamenta-se no regime de caixa, apresentando todas as entradas e saídas no

período, sem se preocupar se estas operações se referem a outros períodos.

O método direto “está baseado no livro caixa, no qual são demonstrados

os recebimentos e pagamentos ocorridos em determinado período, não levando em

conta os princípios da competência” (SILVA, 2010, p. 128). Este método é baseado

no regime de caixa, todos os ingressos e desembolsos das atividades operacionais

são considerados no período do seu acontecimento, permitindo aos administradores

uma visualização das movimentações de caixa de forma mais prática.

Com base na argumentação, apresenta-se no quadro 4 algumas

vantagens e desvantagens da utilização deste método:

Quadro 4: Vantagens x desvantagens do método direto

VANTAGENS DESVANTAGENS Cria situações favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais.

Custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos.

Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas.

A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira para classificar os recebimentos e pagamentos.

As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.

Fonte: adaptado de Filho (1999, p. 48).

De acordo com o quadro 4, o método direto possui um formato mais

simplificado e isso é um ponto forte deste modelo. Complementado as vantagens,

Azevedo (2008, p. 49) diz que a maneira simples de elaborar o fluxo de caixa é a

principal vantagem do método direto. “Nele são destacados apenas os recebimentos

e pagamentos derivados da atividade da empresa, os fluxos que geram ou

consomem o caixa das operações”.

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A evidenciação dos dados que transitam no caixa é essencial para uma

análise e gestão detalhada do fluxo financeiro da empresa; o método referenciado

permite um melhor manuseio dos dados revelados das informações do caixa.

Segue, de acordo com o quadro 5, uma demonstração do método direto, na qual

podemos verificar a divisão por fluxos: operacionais, investimentos e financiamento,

em que serão apresentadas apenas as entradas e saídas referentes aos recursos do

caixa.

Quadro 5: modelo DFC - método direto

ATIVIDADES MOVIMENTAÇÕES

FLUXOS OPERACIONAIS

(+) Recebimento de clientes

(-) Pagamentos a Fornecedores

(-) Salários/encargos colaboradores

(-) Impostos e outras despesas legais

(+/-) (=) Caixa líquido das atividades operacionais

FLUXO DE INVESTIMENTO

(+) Venda de Imobilizado

(-) Aquisição de Imobilizado

(-) Aquisição de outras empresas

(+/-) (=) Caixa líquido das atividades de investimento

FLUXO DE FINANCIAMENTO

(+) Empréstimos tomados

(+) Aumento de capital

(=) Caixa líquido das atividades de financiamento

Aumento/diminuição líquida de caixa/equivalente

Fonte: adaptado de Silva (2010, p. 129).

Conforme podemos observar, as atividades operacionais referem-se às

entradas e saídas relativas às operações do negócio, nas quais, nesse caso, foram

colocados como exemplo os recebimentos de vendas realizadas a clientes, e os

pagamentos de mão de obra e fornecedores para a produção de um determinado

material. Em seguida, nas atividades de investimento, elas acontecem quando é

realizada a venda ou a compra de um ativo imobilizado para a geração do negócio

da organização.

E nas atividades de financiamento, as movimentações surgem à medida

que é adquirido algum empréstimo para captação de recursos, assim como também

o lançamento de sua amortização em prol da liquidação da dívida. Logo adiante,

será apresentado o método indireto, em que o resultado de uma mesma

organização deverá ser idêntico nos dois métodos: direto e indireto, pois a

demonstração é do fluxo de caixa visualizado em dois modelos distintos, ou seja,

analisados com vista em dois ângulos.

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3.3.2 Fluxo de caixa pelo método indireto

Por outro lado, o “método indireto é aquele no qual os recursos

provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido,

ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa

da empresa” (SILVA & NEIVA, 2010, p. 29). De acordo com Sá (2008), o método

indireto é realizado através de informações contidas nas demonstrações contábeis,

dessa forma, o fluxo de caixa indireto é também conhecido como fluxo de caixa

contábil.

Segundo Peres Júnior e Begalli (1999, p. 183):

O método Indireto parte do resultado das operações sociais, isto é, o lucro líquido do período, ajustado pelas despesas e receitas que não interferem diretamente no caixa ou disponibilidades da entidade, tais como depreciações, amortizações, exaustões.

O método indireto apresenta um conteúdo mais detalhado, auxiliando

assim a compreensão da formação do caixa na empresa e reduzindo o lucro ou

prejuízo das operações que não afetaram diretamente o caixa.

Mediante o autor Filho (1999, p. 44), na elaboração do método indireto é

necessário ter conhecimento do regime de competência (balanço patrimonial e

demonstração de resultados) e do regime de caixa (demonstração dos fluxos de

caixa). Portanto, a maioria dos gestores das MPE talvez opte pelo método direto,

pois para utilizar o método indireto se requer uma habilidade contábil para a sua

formulação e sua composição é baseada em dados do balanço patrimonial e da

demonstração de resultados.

Visto que o método indireto é uma ferramenta que pode ser utilizada na

tomada de decisão, apresenta-se o relato de algumas vantagens e desvantagens da

utilização deste método, como se pode observar no quadro 6:

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Quadro 6: Vantagens e desvantagens do método indireto

VANTAGENS DESVANTAGENS

Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e final do período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade.

O tempo necessário para as informações pelo regime de competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito uma vez ao ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.

Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõe a diferença.

Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.

Fonte: adaptado de Filho (1999, p. 48).

Complementando o quadro 6, o autor Azevedo (2008, p. 49) diz que

algumas das principais vantagens do fluxo de caixa pelo método indireto são de

realizar a reconciliação entre o lucro líquido do exercício e o caixa e identificar

aumentos e reduções de determinados itens.

A apresentação dos valores referente à movimentação do caixa

proporciona uma análise minuciosa do fluxo financeiro da organização. O método

indireto possui característica informativa, em virtude da clareza que demonstram as

informações do caixa. Ao mesmo tempo, o método supracitado gera agilidade para o

gestor avaliar a situação econômica da empresa, destacando toda a movimentação

dos recursos financeiros, as disponibilidades de caixa e onde foram aplicados.

Para que o método indireto tenha efeito positivo, é de fundamental

importância o administrador ter conhecimento da área contábil para gerenciar esses

dados e com isso ter uma gestão mais eficiente. Pode-se observar, de acordo com o

quadro 7, um exemplo do método indireto, no qual basicamente apresenta a mesma

estrutura do método direto, porém, a principal disparidade entre eles está na

formulação do fluxo operacional, em que o método indireto apresenta o lucro líquido

ou prejuízo do exercício anterior com seus devidos ajustes.

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Quadro 7: Modelo DFC - método indireto

ATIVIDADES MOVIMENTAÇÕES

FLUXOS OPERACIONAIS

(+) Lucro

(+) Depreciação e amortizações

(+) Provisão para devedores duvidosos

(+/-) Aumento/diminuição em fornecedores

(+/-) Aumento/diminuição em contas a pagar

(+/-) Aumento/diminuição em contas a receber

(+/-) Aumento/diminuição em estoques

(+/-) (=) Caixa líquido das atividades operacionais

FLUXOS DE INVESTIMENTOS

(+) Venda de imobilizado

(-) Aquisição de imobilizado

(-) Aquisição de outras empresas

(+/-) (=) Caixa líquido das atividades de investimento

FLUXOS DE FINANCIAMENTOS

(+) Empréstimos tomados

(+) Aumento de capital

(=) Caixa líquido das atividades de financiamento

Aumento/diminuição líquida de caixa/equivalente

Caixa/equivalente - início do período

Caixa/ equivalente - final do período

Fonte: adaptado de Silva (2010, p. 131).

Observa-se, no quadro apresentado, que a demonstração pelo método

indireto exige do usuário um conhecimento da área contábil, principalmente no início

da estrutura. Diante das argumentações da utilização dos métodos direto e indireto,

fica a critério de cada gestor diante a necessidade de a empresa avaliar a aplicação

de um dos métodos, ressaltando-se que o resultado final de ambos é idêntico.

3.4 Fluxo de caixa projetado

O fluxo de caixa projetado (FCP) tem como principal objetivo antever

entradas e saídas de movimentações financeiras em um determinado período de

tempo, permitindo prever situações de excesso ou escassez de caixa que deverão

ser ajustados e direcionados em prol da sobrevivência da organização. O fluxo de

caixa é parte integrante do planejamento financeiro.

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Sá (2008) define projeção do fluxo de caixa como sendo:

[...] produto final da integração das contas a receber com as contas a pagar. Seu objetivo é identificar as faltas e os excessos de caixas, as datas em que ocorrerão, por quantos dias e em que montante. É a partir do fluxo de caixa projetado que fazemos o planejamento financeiro (2008, p. 59).

Neste aspecto, a projeção do fluxo de caixa auxiliará o administrador na

análise das entradas e saídas futuras de caixa e em paralelo direcioná-lo para a

tomada de decisões antecipadas, se precavendo de situações indesejáveis.

O saldo mínimo necessário para a movimentação do caixa é determinado

pelas previsões do fluxo de caixa, ou seja, quanto maior for a incerteza dos dados

referente ao FCP, maior deverá ser o saldo mínimo de caixa e ao contrário a

tratativa é a mesma, quanto menor as dúvidas em relação ao FCP menor deverá ser

o saldo mínimo de caixa (SÁ, 2008).

Logo, quanto maior o índice de erros na programação do fluxo de caixa

maior será a sustentação da empresa no saldo mínimo de caixa, fazendo dessa

forma com que a empresa tenha sempre um recurso disponível e às vezes mais do

que o necessário. Diante desse mesmo aspecto, os dados que são apresentados no

FCP devem estar precisos para auxiliar o gestor nas suas atividades rotineiras,

diminuindo o risco e evitando futuros transtornos na atividade financeira da empresa.

Segundo Marion (2006), o fluxo de caixa projetado é essencial nas

empresas, pois identifica a situação econômica em que se encontra e sinaliza para o

gestor quando precisar de um financiamento ou quando puder investir para captação

de recursos. Para os autores Weston e Brigham (2000), as ações para serem

tomadas em relação ao processo de projeção de caixa são:

coordenar os esforços dos outros departamentos, como engenharia e

marketing;

garantir que todos os envolvidos na projeção utilizem uma série

consistente de suposições econômicas e

garantir que nenhuma distorção esteja incluída nas projeções.

Na perspectiva de Silva (2005, p. 112), “O gerenciamento do caixa tem

como finalidade básica atender às necessidades da empresa na qualidade e no

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37

tempo corretos, seja na captação ou aplicação de recursos”. O fluxo de caixa

projetado é representado por Zdanowicz (2000, p. 126) da seguinte forma:

em que:

SFC: saldo final de caixa

SIC: saldo inicial de caixa

I: ingressos

D: desembolsos

Nesse sentido, o FCP é uma ferramenta aplicada pelo administrador

financeiro para identificar o saldo final de caixa, através das informações existentes

do saldo que se inicia no caixa, juntamente com os ingressos e os desembolsos no

período que se deseja detectar o resultado.

Portanto, o fluxo de caixa projetado é um instrumento de análise que pode

ser aplicado em qualquer organização, lembrando que após a projeção do fluxo de

caixa, o gestor analisa a sua execução e ele passa a ser um fluxo de caixa

realizado. Com isso, os valores previstos são comparados com o efetivado,

permitindo o gerenciamento das movimentações ocorridas e auxiliando um

planejamento de caixa mais próximo da realidade da empresa.

Demonstrando de forma mais detalhada, o quadro 8 ilustra um modelo de

estrutura para a implantação do FCP:

SFC = SIC + I - D

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Quadro 8: Modelo de fluxo de caixa projetado

ITENS MESES

JAN FEV MAR ABR MAI JUN SOMA

1. ENTRADAS

Vendas de mercadorias à vista

Vendas de mercadorias a prazo

Venda de veículo

Aumentos de capital social

Aluguéis a receber

Receitas financeiras

SOMA

2. SAÍDAS

Compras de mercadorias á vista

Compras de mercadorias a prazo

Salários

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas tributárias

Despesas financeiras

Aluguéis a pagar

Compras de material de consumo

Compra de microcomputador

Contraprestações de arrendamento mercantil

SOMA

3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2)

4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (3 + 4)

6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA

7. EMRÉSTIMOS A CAPTAR

8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO

9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS

10. RESGATES DE APLICAÇOES FINANCEIRAS

11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO

Fonte: adaptado de Zdanowicz (2000).

Esse modelo de projeção é uma estrutura que deve ser adaptada de

acordo com a atividade de cada empresa; o ideal é que possua um sistema

informatizado para o acompanhamento do fluxo de caixa, pois à medida que é feita a

inclusão das entradas e saídas no sistema, automaticamente atualizam-se as

informações das previsões.

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De acordo com Sá (2008), a projeção do fluxo de caixa se torna difícil nas

previsões das entradas, em que o controle é maior nas saídas em relação às

entradas. Isso se explica porque não podemos obrigar o cliente a utilizar os serviços

ofertados pela organização. Na construção civil, por exemplo, fica mais difícil prever,

pois os clientes não são fixos e nesse caso não se sabe quanto vai ser faturado,

exceto os clientes que possuem contrato firmado por um certo período.

3.5 Fluxo de caixa realizado

Para Soares (2008), os fluxos de caixa realizados têm o intuito de revelar

o que realmente ocorreu de entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da

empresa em um determinado período, servindo como referência no planejamento de

futuros fluxos. Para Souza (2009, pp. 24-25),

Um aspecto a ser considerado é a comparabilidade que existe entre os fluxos de caixa realizado e o projetado. Isso possibilita identificar os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou por falhas de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite identificar as causas de eventuais divergências de valores; funciona como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o planejamento financeiro futuro.

Com os resultados do fluxo de caixa é possível compará-los com as

projeções realizadas antes do período de execução, podendo indicar variações que

indicarão eficiência e/ou ineficiência na natureza das projeções. O controle do fluxo

de caixa exige um acompanhamento do desempenho do período analisado, para

levantar as distorções entre o projetado e o realizado, sendo importante fazer

anotações das justificativas das variações que impactaram na análise, auxiliando

assim nas futuras projeções (SILVA, 2005).

A seguir serão mostrados dois métodos: análise vertical (AV) e análise

horizontal (AH), que possuem suma importância na interpretação da estrutura e da

tendência dos índices de uma empresa, em confronto com vários períodos.

Entretanto, pode auxiliar no diagnóstico dos números financeiros e identificar as

principais movimentações do negócio.

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3.5.1 Análise vertical e horizontal

As análises vertical e horizontal possuem objetivos distintos e se

completam, ou seja, não devem ser realizadas individualmente, pois o resultado não

será conforme o desejado. Elas em conjunto com o fluxo de caixa complementam as

análises realizadas por meio de índices. Para Matarazzo (1998, p. 254):

É recomendável que estes dois tipos de análise sejam usados conjuntamente. Não se deve tirar conclusões exclusivamente da análise horizontal, pois determinado item, mesmo apresentando variação de 2.000%, por exemplo, pode continuar sendo um item irrelevante dentro da demonstração financeira a que pertence.

Para Ribeiro (2002, p. 173), a análise vertical “é aquela através da qual se

compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela

evidencia a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto”. O autor

ainda complementa que o principal objetivo desta análise é revelar a participação

representativa de cada conta dentro de um todo, isto é, frente à demonstração

financeira a que está inserida.

O cálculo para análise vertical do fluxo de caixa deve ser realizado

conforme abaixo:

VALOR DO ÍTEM

VALOR DO CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

De acordo com Blatt (2001), a AV tem por objetivo visualizar a relevância

de cada uma das contas em relação ao total que está incluso. Quando é realizado

no balanço patrimonial calcula-se a participação de cada conta em relação ao capital

total. E quando é feita através da demonstração de resultados se faz o cálculo

baseado no valor da receita operacional líquida. Já a análise horizontal tem como

objetivo:

AV= X 100

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Demonstrar o crescimento ou queda ocorrida em itens que constituem as demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A análise horizontal compara percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise vertical compara-os dentro de um período. Esta comparação é feita olhando-se horizontalmente ao longo dos anos nas demonstrações financeiras e nos indicadores (BLATT, 2001, p. 60).

Seguindo a mesma visão, Ribeiro (2002, p. 176) diz que a AH tem por

finalidade evidenciar a trajetória dos dados das demonstrações financeiras num

certo período, permitindo assim um acompanhamento das contas individualmente

constituídas na demonstração averiguada. Diante disso, verifica-se a importância da

análise horizontal, nela é verificado o histórico de variação dos itens financeiros da

organização, e mediante isso se faz um comparativo dos elementos em relação a

um conjunto patrimonial em determinados períodos.

No entendimento de Silva (2001, p. 208), o intuito da AH é justamente

esse, “permitir o exame da evolução histórica de uma das contas que compõem as

demonstrações financeiras”. Para Neto (2002, p. 100), a análise horizontal é um

processo de análise temporal, em que se faz uma comparação entre os valores de

uma mesma conta ou grupo de contas em exercícios distintos, desenvolvido por

meio de números-índices.

O método utilizado para realizar a análise horizontal do fluxo de caixa

pode ser visualizado abaixo:

VALOR DO ITEM EM UM PERÍODO

ESPECÍFICO DA SÉRIE VALOR DO ITEM NO ANO-BASE

De acordo com Reis (2003, p. 110), o método da AH compara o valor de

uma determinada verba em relação ao período anterior de forma percentual.

Segundo Ribeiro (2002, p. 180) “em qualquer processo de análise de balanço, seja

por meio de quocientes, comparação com padrões, análise vertical ou horizontal,

não se pode desprezar o problema da inflação”. Para o autor, para que as

comparações sejam efetuadas visando à menor margem de erro possível, “há

necessidade de traduzir os valores dos exercícios analisados para uma moeda de

poder aquisitivo constante”.

AH=

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4 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Este capítulo aborda a metodologia utilizada no desenvolvimento do

presente trabalho, que será realizada através de um estudo de caso. Logo, seguem

informações teóricas sobre o tipo de pesquisa, a caracterização e abordagem, as

fontes e instrumentos de coleta de dados, bem como o método para análise dos

resultados.

Segundo Andrade (2009, p. 119), a metodologia se caracteriza pelo

“conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento.”

Acrescenta Leite (2008, p. 101), que na metodologia de pesquisa serão descritos os

procedimentos de coleta de dados, as análises e interpretação das informações,

com foco nos objetivos gerais e específicos da pesquisa referenciada.

Para Marconi e Lakatos (2010), a metodologia direciona as atividades do

pesquisador, auxiliando assim suas decisões através de ferramentas adequadas e

disponíveis. De acordo com Gil (2002), a pesquisa é um procedimento racional e

sistemático, que tem o objetivo de responder aos problemas sugeridos. No que se

refere à abordagem do problema, o presente trabalho apresenta perspectivas da

pesquisa qualiquantitativa.

Na definição de Flick (2009, p .9), a pesquisa qualitativa se resume em

“estabelecer um conceito bem definido daquilo que se estuda e de formular

hipóteses no início para depois testá-los. Em vez disso, os conceitos são

desenvolvidos e refinados no processo de pesquisa”. A pesquisa qualitativa é

utilizada nas informações com características interpretativas, em que se busca

compreender, classificar e entender os processos.

Em contrapartida Pessoa (2005) comenta que a abordagem quantitativa é

baseada em dados numéricos de mensuração quantitativa, enquanto que a

qualitativa enfatiza opiniões abertas, motivações e questões subjetivas. Neste

entendimento, a pesquisa apresenta índices numéricos visualizados no fluxo de

caixa, utilizando algumas técnicas com o intuito de evitar quaisquer distorções nos

dados coletados e na sua interpretação.

Segundo Silva e Silveira (2008, p. 149), “Na pesquisa quantitativa, a

preocupação com a precisão cientifica é a tônica. Então, o pesquisador deve estar

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atento aos métodos estatísticos e aos termos a ele relacionados”. O universo da

pesquisa compreende os funcionários da Construtora em estudo. De acordo com

Lakatos e Marconi (2003, p. 223), “universo ou população é o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em

comum”.

O critério utilizado para compor a amostra foi a amostragem não

probabilística, em que foram entrevistadas duas pessoas que trabalham no setor

financeiro da Construtora.

De acordo com Malhota (2005), a amostragem não probabilística está

sujeita ao julgamento pessoal do pesquisador, em vez do acaso, na escolha dos

componentes da amostra. Quanto à técnica de amostragem não probabilística, foi

definida a amostragem por conveniência, caracterizada pelo autor pela tentativa da

obtenção de um elemento com base na conveniência do pesquisador.

A amostragem não probabilística por conveniência é definida por Mattar

(2001, p.132):

Aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra.

Em relação à tipologia, a respectiva pesquisa utilizou-se de uma

abordagem descritiva, explicativa, bibliográfica, documental e estudo de caso.

Os tipos de pesquisa são classificados tantos aos fins quanto aos meios

Vergara (2009). Quanto aos fins, divide-se em exploratória, descritiva, explicativa,

metodológica, aplicada e intervencionista. Já quanto aos meios, em pesquisa de

campo, pesquisa de laboratório, documental, bibliográfico, experimental, ex post

facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso.

Baseando-se nesta concepção, o presente estudo optou por

características descritiva e explicativa. Será descritiva quando se pretende mostrar

as características das ferramentas de gerenciamento financeiro utilizados pelo

objeto de estudo. “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição

das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relação entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42).

Para Leite (2008, p. 65), a pesquisa descritiva é utilizada para descrever e

interpretar os acontecimentos examinados através de seu contexto e processos.

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Será explicativa quando pretende esclarecer os motivos que definem os métodos

aplicados no processo. Dessa forma, Gil (2002, p. 42) afirma que as pesquisas

explicativas focam na identificação dos fatores que determinam ou que contribuem

para a ocorrência dos fenômenos, sendo assim a mais próxima da realidade.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, ou seja, quanto aos meios,

foram utilizadas fontes bibliográficas, documental e estudo de caso; a primeiro foi

utilizado para a fundamentação teórica, a segundo e o última para um melhor

detalhamento do objetivo proposto. Os levantamentos bibliográficos revestem-se de

grande importância para o aprofundamento do estudo, envolvendo a busca de

conhecimento e pensamento dos estudiosos em assuntos ligados ao tema, através

de livros, revistas especializadas, dentre outros (MATTAR, 2008).

Na pesquisa documental, Andrade (2009) propõe o manuseio de dados

oriundos de outros documentos ou materiais, ou seja, de outras fontes. Neste

trabalho, foram buscadas informações de fonte própria do pesquisador referente à

Construtora, através de documentos e dados do setor financeiro da empresa.

Complementa Vergara (2009) que a pesquisa documental é realizada em

documentos restritos, podendo ser: registros anuais, regulamentos, filmes,

memorandos, ofícios, circulares, balancetes, dentre outros. Neste contexto, o estudo

de caso foi definido como metodologia por se tratar de um contexto voltado para a

vida real, na qual se fazem questionamentos relacionados ao ‘como’ e ‘por que’ o

fluxo de caixa proporciona controle financeiro nas empresas, trazendo assim

eficiência para as organizações.

Esclarece Yin (2001, p. 29) que para o uso do estudo de caso, “[...] faz-se

uma questão do tipo ‘como’ e ‘por que’ sobre um conjunto contemporâneo de

acontecimentos sobre o qual o pesquisador tem pouco ou nenhum controle”.

Portanto, esse método aborda um acontecimento atual sem a necessidade de o

pesquisador ter conhecimento sobre o assunto explorado.

A pesquisa voltada para o estudo de caso tem característica marcante no

que diz respeito ao estudo limitado em um único fato. Ele é a preferência dos

pesquisadores que almejam aprofundar seu conhecimento em um determinado caso

específico (YIN, 2001, p. 84).

O objeto de estudo da presente pesquisa baseia-se em uma empresa

familiar de pequeno porte do ramo da construção civil, atuando há 11 anos no

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mercado com localização na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Em princípio, o

negócio partiu da visão do engenheiro-proprietário que trabalhava anteriormente

como diretor-financeiro em outra organização e nela identificou uma oportunidade de

trabalhar com seu próprio empreendimento.

Nos procedimentos operacionais da pesquisa, a coleta de dados foi

dividida em duas etapas, na primeira os dados secundários foram coletados através

de pesquisa bibliográfica e de coleta documental; já na segunda etapa foi utilizada

para obtenção dos dados primários uma entrevista através do instrumento

questionário. Na coleta documental, foram utilizados arquivos particulares da

empresa como fonte complementar de informações.

Para Lakatos e Marconi (2003, p. 174), “a característica da pesquisa

documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos escritos ou

não”. Os autores ainda complementam que os arquivos particulares de instituição de

ordem privada são um dos tipos de fonte documental. O instrumento de pesquisa a

fim de que os objetivos desta pesquisa fossem alcançados utilizou-se de uma

entrevista através de um questionário com perguntas abertas e fechadas como

instrumento da coleta de dados, no qual será respondido pelo gerente e assistente

administrativo relacionado à área financeira da empresa referenciada.

As entrevistas foram realizadas de maneira semiestruturada, permitindo

ao entrevistador uma descrição do tema proposto. Para Vergara (2009), no método

de entrevista as respostas são transmitidas oralmente pelo entrevistado. O

questionário para Cervo (1996) é o método mais utilizado na coleta de dados, pois

possibilita avaliar com melhor exatidão o que se deseja. O questionário é constituído

por um conjunto de questões voltadas para um problema central.

Dessa forma, se busca identificar informações através de uma análise

minuciosa sobre questões essenciais para o aprimoramento deste trabalho. São

elas:

a) o perfil dos respondentes;

b) o perfil da empresa;

c) ferramentas utilizadas no planejamento e controle financeiro e

d) práticas de gestão financeira.

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Foram elaboradas tabelas e gráficos para a análise dos dados coletados,

permitindo realizar um diagnóstico através das opiniões dos funcionários e a

demonstração do fluxo de caixa.

Com a aplicação da entrevista, foi possível atingir o objetivo geral desta

pesquisa, que foi analisar a aplicação do fluxo de caixa como ferramenta de auxilio

na gestão financeira das micro e pequenas empresas do setor da construção civil,

bem como objetivos específicos: identificar as reais dificuldades em utilizar a

ferramenta do fluxo de caixa no gerenciamento financeiro, verificar quais resultados

a ferramenta de fluxo de caixa pode trazer para a gestão financeira da empresa e

identificar o índice de utilização desta ferramenta nas empresas do ramo da

construção civil de Fortaleza.

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo descreve a empresa objeto do estudo de caso deste

trabalho, em seguida, apresenta os dados coletados na pesquisa aplicada, assim

como seus resultados. Os dados foram apresentados por meio de tabelas e gráficos,

com o intuito de responder à problemática proposta e atingir os objetivos traçados.

5.1 Apresentação da empresa

O nome da empresa analisada não pode ser mencionado por solicitação

da diretoria, portanto, ao longo deste trabalho ela foi mencionada como Construtora.

Ela é uma sociedade empresarial limitada, atua no setor da construção civil desde

2002 no estado do Ceará, refere-se a uma empresa familiar constituída por dois

sócios, pai e filho e atualmente é administrada e dirigida pelo pai.

A Construtora está localizada em Fortaleza, conta com 30 funcionários

distribuídos em obras e um escritório administrativo. Atua no mercado há 11 anos,

prestando serviços de construção e reformas, como, por exemplo: criação de

estandes de vendas de apartamentos, reformas em escritórios comerciais,

construção de lojas, galpões, entre outros.

O empresário além de possuir a Construtora, é dono também de

empresas coligadas, sendo uma administradora de imóveis e uma empresa de

prestações de serviços postais. A gestão financeira é um dos maiores interesses da

Construtora, pois se entende que através dela o negócio estará preparado

financeiramente para o mercado. De acordo com Gitman (2004), as atividades da

administração financeira favorecem o alcance do maior objetivo das organizações

que é o de aumentar o valor da empresa em longo prazo.

A empresa referenciada fez um investimento há pouco mais de um ano

com a aquisição de um sistema informatizado, criado especialmente para o

gerenciamento e controle de empresas relacionadas à construção civil. O sistema

possui vários módulos, sendo os mais utilizados: engenharia, suprimentos,

financeiro e suporte à decisão, estes dois últimos foram as fontes utilizadas na

pesquisa.

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As operações financeiras são executadas com disciplina e prioridade em

suas rotinas administrativas, cuja programação de pagamentos e recebimentos é

realizada semanalmente e acontece da seguinte forma:

I todos os desembolsos são lançados no sistema informatizado, por data

de vencimento, de acordo com o seu centro de custo e o plano de contas;

II toda sexta-feira são autorizados pela diretoria os pagamentos do

período de sábado a segunda-feira da semana seguinte;

III os pagamentos autorizados são efetuados diariamente de acordo com

a data de vencimento;

IV as receitas são lançadas de acordo com o recebimento na

movimentação bancária e

V são inclusos no sistema informatizado projeções de pagamentos e

recebimentos, a fim de prever os acontecimentos futuros no relatório do

fluxo de caixa.

Por fim, vale ressaltar que se trata de uma MPE, com faturamento menor

ou igual à receita bruta anual de R$ 1,6 milhão, enquadrada na tributação do

imposto simples nacional, sistema integrado de pagamento de impostos e

contribuições das microempresas e das empresas de pequeno porte.

5.2 Análise e discussão dos resultados

A análise dos resultados foi divida em duas etapas. Na primeira etapa

apresentou-se a demonstração do fluxo de caixa da Construtora e em seguida na

segunda etapa, complementando o estudo, foi realizada uma entrevista com os

responsáveis pela gestão financeira da empresa.

No primeiro momento, a demonstração do fluxo de caixa apresentado se

referiu ao período de janeiro a junho do ano de 2013, em que foram extraídas as

movimentações financeiras realizadas de cinco obras, juntamente com o setor

administrativo. As informações foram obtidas pelos relatórios do fluxo de caixa

emitidos pelo sistema utilizado pela empresa, através das inclusões diárias dos

módulos: contas a pagar e contas a receber. Os dados coletados dos relatórios

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foram lançados em planilhas do programa Excel para uma melhor visualização e

análise.

O relatório do sistema permite vários formatos de visualização do fluxo de

caixa e a seguir expostos os dois modelos mais utilizados na empresa:

I fluxo de caixa pelo plano de contas: nele são mostradas todas as

entradas e saídas organizadas pelo plano de contas, identificando com

uma melhor visualização o total da movimentação de cada conta e

II fluxo de caixa analítico: esse modelo apresenta de forma mais

detalhada os registros financeiros num determinado período.

Os lançamentos são distribuídos de acordo com o plano de contas do

sistema informatizado da empresa; todas as entradas menos as saídas geram o

resultado do mês e se apresentam tanto positivo como negativo. Dessa forma,

quando o resultado mantém o saldo positivo, diz-se que os valores das entradas

foram maiores do que os valores das saídas; já o inverso acontece para o saldo

negativo quando as saídas forem maiores do que as entradas. O resultado de cada

mês da Construtora pode ser visualizado na tabela 1:

Tabela 1 Fluxo de caixa pelo plano de contas

CONTAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL %

ENTRADAS/RECEITAS R$ 183.848 R$ 145.629 R$ 112.646 R$ 498.792 R$ 356.652 R$ 310.320 R$ 1.607.888

RECEITA DE SERVIÇOS R$ 101.248 R$ 68.839 R$ 104.861 R$ 176.481 R$ 113.480 R$ 252.088 R$ 816.996 51%

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS R$ 82.600 R$ 76.791 R$ 7.786 R$ 322.311 R$ 120.172 R$ 53.606 R$ 663.266 41%

RESGATE DE APLICAÇÕES R$ 123.000 R$ 4.625 R$ 127.626 8%

SAÍDAS/CUSTOS/DESPESAS R$ 134.197 R$ 121.555 R$ 106.598 R$ 413.313 R$ 417.039 R$ 235.873 R$ 1.428.576

CUSTO OPERACIONAL R$ 54.240 R$ 56.828 R$ 84.741 R$ 120.444 R$ 154.699 R$ 146.280 R$ 617.233 43%

MÃO DE OBRA PRÓPRIA E ENCARGOS R$ 10.517 R$ 7.183 R$ 18.260 R$ 27.014 R$ 26.916 R$ 32.859 R$ 122.749 9%

SERVIÇOS DE TERCEIROS R$ 12.978 R$ 11.920 R$ 16.735 R$ 28.108 R$ 37.290 R$ 27.481 R$ 134.512 9%

MATERIAIS APLICADOS R$ 17.082 R$ 20.897 R$ 20.120 R$ 24.614 R$ 47.708 R$ 49.078 R$ 179.499 13%

BENEFÍCIOS R$ 3.172 R$ 4.057 R$ 13.194 R$ 7.969 R$ 9.798 R$ 7.075 R$ 45.265 3%

PROLABORE R$ 6.080 R$ 8.579 R$ 12.524 R$ 23.106 R$ 19.061 R$ 21.683 R$ 91.033 6%

DESPESAS GERAIS R$ 1.186 R$ 2.369 R$ 1.241 R$ 3.738 R$ 3.089 R$ 2.245 R$ 13.867 1%

DESPESAS COM IMÓVEL R$ 426 R$ 423 R$ 203 R$ 540 R$ 3.590 R$ 2.371 R$ 7.552 1%

DESPESAS COM EQUIPAMENTOS R$ 33 R$ 83 R$ 270 R$ 35 R$ 35 R$ 115 R$ 571 0%

DESPESAS COM VEÍCULOS R$ 320 R$ 185 R$ 303 R$ 1.694 R$ 3.557 R$ 1.120 R$ 7.179 1%

DESPESAS COMERCIAIS R$ 413 R$ 400 R$ 0 R$ 2.506 R$ 1.000 R$ 4.320 0%

DESPESAS FINANCEIRAS R$ 2.032 R$ 1.088 R$ 1.126 R$ 2.713 R$ 539 R$ 657 R$ 8.156 1%

DESPESAS TRIBUTÁRIAS R$ 2 R$ 44 R$ 365 R$ 913 R$ 610 R$ 597 R$ 2.530 0%

INVESTIMENTO R$ 796 R$ 569 R$ 555 R$ 218.227 R$ 6.352 R$ 31.745 R$ 258.245 18%

FUNDO PARA INVESTIMENTO R$ 0 R$ 217.478 R$ 5.803 R$ 31.174 R$ 254.455 18%

IMOBILIZADO R$ 796 R$ 569 R$ 555 R$ 749 R$ 549 R$ 571 R$ 3.790 0%

FINANCIAMENTOS R$ 79.161 R$ 64.157 R$ 21.302 R$ 74.642 R$ 255.988 R$ 57.848 R$ 553.098 39%

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS R$ 79.161 R$ 64.157 R$ 21.302 R$ 74.642 R$ 255.988 R$ 57.848 R$ 553.098 39%

RESULTADO DO MÊS R$ 49.650 R$ 24.074 R$ 6.048 R$ 85.479 -R$ 60.387 R$ 74.447

SALDO ACUMULADO

SALDO 31/12/12 = -10.964,10R$ 38.686 R$ 62.761 R$ 68.809 R$ 154.288 R$ 93.901 R$ 168.348

Fonte: adaptado da Construtora (2013).

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Conforme se observa na tabela 1, é possível identificar no plano de

contas o que mais impactou no resultado de cada mês, permitindo ao gestor

implantar ações que melhorem o resultado financeiro da empresa, como, por

exemplo: captação de recursos junto a bancos ou a empresa do grupo, realizar

aplicações financeiras ou investimentos como forma de render o capital e manter um

controle baseado em metas para o controle de todas as despesas.

Na análise da tabela 1, as contas mais representativas nas entradas são

as receitas advindas da prestação de serviço, ou seja, o recebimento dos clientes

com 51% em relação à receita total. Já o recebimento de empréstimos é equivalente

a 41%, que são realizados junto aos bancos, juntamente com o recebimento

efetuado com as empresas coligadas. E os resgates de aplicações se mostram com

apenas 8%, em que houve a captação de recursos nos dois últimos meses

pesquisados.

Os desembolsos da Construtora foram separados em custos

operacionais, investimento e financiamento, a fim de ter uma demonstração analítica

dos grupos de despesas. O gráfico 1 apresenta como cada um destes grupos se

comportaram no período de janeiro a junho de 2013.

40%47%

79%

29%37%

62%

49%

1%

0%

1%

53%

2%

13%

12%

59%53%

20% 18%

61%

25%

39%

JAN FEV MAR ABR MAI JUN MÉDIA

CUSTO OPERACIONAL INVESTIMENTO FINANCIAMENTOS

Gráfico 1 Representação do grupo de despesas do fluxo de caixa Fonte: elaborado pela autora (2013).

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51

Diante do que foi exposto no gráfico 1, os valores que mais impactaram

nas saídas foram as despesas efetivadas para a operação do negócio, que são os

custos operacionais, com uma média 49% do total das despesas. Em seguida, com

39%, aparecem as despesas de financiamentos e com apenas 12% se mostram os

desembolsos relacionados a investimentos. Lembrando que os investimentos,

apesar de estarem nas saídas, são aplicações financeiras com o intuito de gerar

receitas em longo prazo.

Com estes resultados, percebeu-se a importância de se realizar uma

análise nos custos operacionais, com o intuito de se identificar quais as contas que

possuem maiores desembolsos dentro da totalizadora. A representação das

despesas podem ser visualizados no gráfico 2:

29%

22%

20%

15%

7% 2%

CUSTOS OPERACIONAIS

MATERIAIS APLICADOS SERVIÇOS DE TERCEIROS

MÃO DE OBRA PRÓPRIA / ENCARGOS PROLABORE

BENEFÍCIOS DESPESAS GERAIS

Gráfico 2 Representação dos custos operacionais Fonte: elaborado pela autora (2013).

Os dados revelaram quais contas devem ser trabalhadas em prol de uma

redução de custos e ganhar com isso melhores resultados financeiros. O gráfico 2

revela ainda que as maiores saídas referem-se a serviços prestados por terceiros e

despesas relacionadas à mão de obra, com 22% e 20%, respectivamente.

A despesa com pró-labore representou 15% do custo operacional e é nele

que o empresário recebe a remuneração pelo trabalho desenvolvido pela empresa.

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E com menos representatividade, com 7% e 2%, se apresentaram os custos com

benefícios e despesas gerais, respectivamente.

Através da visualização das informações do fluxo de caixa pelo plano de

contas, foi possível verificar de uma forma mais clara a geração do caixa líquido

disponível na empresa, fazendo-se um comparativo das saídas em relação às

entradas. O cálculo foi feito com o seguinte critério: entradas menos as saídas, com

relação ao total de entradas representado mês a mês, conforme evidenciado no

gráfico 3:

27%17%

5%17%

-17%

24%

73%83%

95%83%

117%

76%

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

JAN FEV MAR ABR MAI JUN

CAIXA LIQUIDO SAÍDAS

Gráfico 3 Caixa líquido da empresa. Fonte: elaborado pela autora (2013).

Analisando-se esta composição de caixa líquido, pode-se observar que

quase todos os meses o caixa permaneceu positivo, com exceção do mês de maio,

que ficou 17% com saldo negativo, em consequência do aumento de empréstimos

que houve nesse período. Podem-se destacar, ainda, os meses de janeiro e junho,

com o maior caixa líquido gerado, com 27% e 24%, respectivamente.

Dessa forma, no relatório fluxo de caixa pelo plano de contas emitido pela

Construtora, é possível identificar o resultado de cada mês sem a interferência dos

saldos nas contas disponíveis, verificando-se assim se os ingressos são capazes de

honrar todos os desembolsos da organização. O relatório em questão pode ser

visualizado a qualquer momento para a tomada de decisão, mas o ideal que é seja

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examinado mensalmente, após o encerramento do mês, a fim de se comparar as

movimentações com o mês anterior e realizar projeções para o mês seguinte.

Além desta demonstração do fluxo de caixa, a Construtora possui outro

relatório bastante utilizado em suas rotinas financeiras, o relatório fluxo de caixa

analítico, em que se visualizam semanalmente as despesas e receitas diárias, pois

ele age como auxílio na programação de pagamentos.

O sistema é abastecido por diversos lançamentos de compras efetuadas

pelo setor de suprimentos, que emite ordens de pagamento de acordo com as

condições pactuadas com os fornecedores. O sistema também é constituído de

previsões de pagamento originados pelos pedidos de compras em andamento e

previsões de obrigações que possuem datas estabelecidas, mas não possuem

valores atualizados no momento do relatório, como, por exemplo: conta de energia,

tributos, folha de pagamento, encargos, entre outros.

Os dados emitidos em forma de relatório fornecem informações diárias,

de movimentações dos ingressos e desembolsos num dado período, conforme

ilustra a tabela 2:

Tabela 2 Fluxo de caixa analítico

Disponível em 31/12/2012 -10.964,10

Data Cliente/Fornecedor Entradas Saídas Saldo

02/01/2013 IOF S/EMPREST C/C 0,00 55,45 -11.019,55

02/01/2013 COBRANCA DE IOF 0,00 52,10 -11.071,65

02/01/2013 JUROS PROV USO LIMITE 0,00 132,84 -11.204,49

02/01/2013 DEP. PLANALTO DE MAT. DE CONST. 0,00 531,11 -11.735,60

02/01/2013 METALÚRGICA L C R LTDA 0,00 2.556,28 -14.291,88

02/01/2013 PROLUX COMÉRCIO LTDA 0,00 78,61 -14.370,49

02/01/2013 MANDACARU ADM. DE CARTÕES 0,00 357,00 -14.727,49

Total do dia 02/01/2013 0,00 3763,39

Data Cliente/Fornecedor Entradas Saídas Saldo

03/01/2013 EMPRESA I 43.126,15 0,00 28.398,66

03/01/2013 MOTO S/A 0,00 360,00 28.038,66

03/01/2013 DEPÓSITO DE CONSTRUÇÃO HERMÍNIO 0,00 290,00 27.748,66

Total do dia 03/01/2013 43.126,15 650,00

Data Cliente/Fornecedor Entradas Saídas Saldo

04/01/2013 MB COMÉRCIO DE MATERIAIS 0,00 260,02 27.488,64

04/01/2013 DEPÓSITO DE CONSTRUÇÃO HERMÍNIO 0,00 240,00 27.248,64

04/01/2013 PISOART COMÉRCIO DE MATERIAL 0,00 1.648,96 25.599,68

Total do dia 4/1/2013 0,00 2.148,98

Total do período 43.126,15 6.562,37

Fonte: adaptado da Construtora (2013).

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Este modelo apresentado pode ser extraído por qualquer período, mas

neste caso foi retirado do período de 2 a 4 de janeiro de 2013, para visualizarmos

uma pequena amostra do que este relatório pode nos fornecer de vantagens para a

gestão do administrador financeiro e aqui separamos alguns benefícios:

I prever futuros imprevistos, tomando soluções antecipadamente como

buscar recursos para honrar com os compromissos;

II realizar programação de pagamento, gerando um controle e

organização do setor financeiro;

III prever a posição financeira num dado período através do saldo do dia,

gerenciando as movimentações bancárias;

IV negociar com os fornecedores melhores prazos e condições de

pagamento e

V auxiliar na tomada de decisões questões com cunho econômico.

As modalidades de análise do fluxo de caixa apresentados pelo sistema

foram os fluxos de caixa pelo plano de contas e fluxo de caixa analítico, porém,

existem outros tipos de análises que foram adaptados pela Construtora, através das

informações obtidas destes de relatórios: análise vertical (AV) e análise horizontal

(AH).

A análise vertical faz uma comparação de cada conta em relação ao

grupo que ela está inserida, mostrando sua participação representativa dentro do

mesmo período. Esta análise é realizada da seguinte forma: os elementos do fluxo

de caixa são divididos pelo total do conjunto em que estão inclusos, daí o resultado

ser visualizado em forma percentual, revelando a participação relativa de cada

conta.

Já a análise horizontal faz uma avaliação de uma determinada conta

financeira do fluxo de caixa em relação ao mês anterior, acompanhando sua

evolução ou retrocesso. Logo, o cálculo é feito de maneira simples, em que se pega

o período atual e o divide pelo período anterior e o resultado deverá ser mostrado

em forma percentual.

A Construtora utiliza estas duas análises em seu gerenciamento

financeiro. A tabela 3 irá apresentar os resultados que essa modalidade pode gerar.

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Tabela 3 Análise vertical e horizontal

FLUXO DE CAIXA

SALDO INICIAL

AV AV AH AV AH

ENTRADAS 269.477R$ 100% 561.439R$ 100% 108% 606.972R$ 100% 8%

RECEITA DE SERVIÇOS 110.086R$ 41% 231.342R$ 41% 110% 305.568R$ 50% 32%

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 159.391R$ 59% 330.097R$ 59% 107% 173.778R$ 29% -47%

RESGATE DE APLICAÇÃO FINANCEIRA -R$ 127.626R$ 21%

SAÍDAS 255.752R$ 95% 519.911R$ 93% 103% 652.913R$ 108% 26%

CUSTO OPERACIONAL 111.069R$ 41% 205.185R$ 37% 85% 300.979R$ 50% 47%

MÃO DE OBRA PRÓPRIA / ENCARGOS 17.700R$ 7% 45.274R$ 8% 156% 59.775R$ 10% 32%

SERVIÇOS DE TERCEIROS 24.898R$ 9% 44.843R$ 8% 80% 64.771R$ 11% 44%

MATERIAIS APLICADOS 37.979R$ 14% 44.734R$ 8% 18% 96.787R$ 16% 116%

BENEFÍCIOS 7.228R$ 3% 21.163R$ 4% 193% 16.873R$ 3% -20%

PROLABORE 14.660R$ 5% 35.630R$ 6% 143% 40.743R$ 7% 14%

DESPESAS GERAIS 3.555R$ 1% 4.979R$ 1% 40% 5.334R$ 1% 7%

DESPESAS COM IMÓVEL 849R$ 0% 743R$ 0% -13% 5.960R$ 1% 703%

DESPESAS COM EQUIPAMENTOS 116R$ 0% 305R$ 0% 163% 150R$ 0% -51%

DESPESAS COM VEÍCULOS 505R$ 0% 1.997R$ 0% 296% 4.677R$ 1% 134%

DESPESAS COMERCIAIS 413R$ 0% 400R$ 0% -3% 3.506R$ 1% 777%

DESPESAS FINANCEIRAS 3.121R$ 1% 3.839R$ 1% 23% 1.196R$ 0% -69%

DESPESAS TRIBUTÁRIAS 45R$ 0% 1.278R$ 0% 2720% 1.207R$ 0% -6%

INVESTIMENTO 1.365R$ 1% 218.783R$ 39% 15927% 38.097R$ 6% -83%

FUNDO PARA INVESTIMENTO 0R$ 0% 217.478R$ 39% 36.977R$ 6% -83%

IMOBILIZADO 1.365R$ 1% 1.305R$ 0% -4% 1.120R$ 0% -14%

FINANCIAMENTOS 143.318R$ 53% 95.944R$ 17% -33% 313.836R$ 52% 227%

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS 143.318R$ 53% 95.944R$ 17% -33% 313.836R$ 52% 227%

SALDO FINAL 13.725R$ 55.252R$ 9.312R$

1 BIM 2 BIME 3 BIME

-R$ 13.725R$ 55.252R$

Fonte: adaptado Construtora, 2013.

Neste estudo, foi examinado o primeiro, segundo e terceiro bimestre do

ano de 2013 e conforme observado é desejável que a análise vertical seja

complementar à análise horizontal, ou seja, as considerações devem ser realizadas

diante de uma análise conjunta, pois uma determinada conta pode apresentar uma

variação de 2.720% na AH e ser irrelevante na AV, como é o caso da conta

despesas tributárias, que no segundo bimestre teve uma evolução exorbitante, mas

é um item não representativo no contexto geral.

A análise vertical e horizontal é importante para a gestão financeira, uma

vez que ela identifica a participação representativa de cada conta frente à

demonstração financeira que a engloba, permitindo assim avaliar a estruturação do

plano de contas e auxiliar na tomada de decisão.

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Diante de todas as informações visualizadas, foi possível realizar um

comparativo das entradas e saídas, conforme ilustra o gráfico 4:

53%

20%

9%

18%

Composição do Fluxo de caixa

ENTRADAS CUSTO OPERACIONAL INVESTIMENTO FINANCIAMENTOS

Gráfico 4 Composição do fluxo de caixa Fonte: elaborado pela autora (2013).

Neste gráfico houve uma composição de entradas juntamente com as

saídas (custo operacional, investimento e financiamentos). Dessa forma, evidencia-

se mais uma vez que os custos operacionais são as despesas mais representativas

com 20% e em seguida vem os financiamentos com 18% e com apenas 9% os

investimentos.

A partir da análise vertical e horizontal podemos concluir que é possível

elaborar um plano de adequação das despesas, ou seja, fazer uma análise

minuciosa de todos os custos para uma revisão de todas elas. Na segunda etapa da

pesquisa, foi realizada por meio de uma entrevista com duas pessoas da área

financeira, um assistente e um gerente financeiro.

As pessoas pesquisadas possuem faixa etária entre 25 e 30 anos, uma

sendo do sexo feminino e a outra do sexo masculino. Trabalham em média há

quatro anos na empresa e há dois anos no cargo financeiro. Apenas um possui nível

superior, enquanto a outra está com nível superior em andamento.

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Com o intuito de fundamentar a pesquisa, os respondentes foram

indagados quanto ao conhecimento e a aplicabilidade do fluxo de caixa da empresa

em questão. Diante disto, eles responderam que conhecem totalmente e aplicam

esta ferramenta em suas rotinas administrativas e isso acontece porque possuem

um planejamento e controle dos recebimentos e pagamentos, pois sem eles seria

impossível ter uma gestão através do fluxo de caixa.

Ao serem questionados sobre a importância do FC, afirmaram com

segurança no pronunciamento que o fluxo de caixa se faz uma ferramenta muito

importante no dia a dia da empresa, pois ela informa qual a situação financeira

disponível, quais as contas que contribuíram para o resultado, seja ele negativo ou

positivo, atuando ainda de forma decisória no gerenciamento financeiro.

Diante da importância que se tem com a aplicação do fluxo de caixa,

foram comentados alguns benefícios fornecidos por ela, são eles:

auxilia em qualquer tomada de decisão de cunho financeiro,

evitando possíveis acontecimentos desagradáveis;

permite deixar um histórico financeiro para possíveis consultas

futuramente;

proporciona um gerenciamento através de dados confiáveis e

faz com que se tenha um planejamento e controle financeiro;

De acordo com os entrevistados, o fluxo de caixa é atualizado

semanalmente, conforme os dados são inseridos no sistema; se houver necessidade

para a tomada de alguma decisão, o fluxo de caixa pode ser atualizado durante o

dia.

Segundo eles, a demonstração do fluxo de caixa tem contribuído bastante

para o planejamento financeiro, pois nele é possível projetar as receitas e despesas

através de metas estabelecidas durante o ano pela empresa e em consequência

disto ter um norte a ser seguido em suas transações financeiras. Com isso, os

respondentes dialogaram que com o uso do FC se obtém um controle financeiro

eficiente, pois as contas são monitoradas e analisadas no fechamento de cada mês.

Com o objetivo de identificar as possíveis dificuldades na utilização do

FC, os entrevistados garantiram que o sistema é bastante eficiente na utilização do

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fluxo de caixa, porém, as dificuldades surgem no âmbito operacional, por conta das

diversidades de atividades financeiras às vezes falta tempo na atualização diária

deste instrumento. Em relação à periodicidade de utilização desta ferramenta, seu

emprego acontece no período semanal, pois dessa forma o gestor consegue

associá-la a outras atividades financeiras.

Os entrevistados informaram que a empresa não adotou ainda um fluxo

de caixa projetado, mas tem interesse de implantar essa metodologia no ano de

2014, pois acreditam que poderão realizar através dele medições e análises entre o

fluxo de caixa projetado x real, direcionando-os para uma gestão mais eficiente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de pesquisa foi realizado através de literaturas existentes e um

estudo de caso desenvolvido numa construtora situada em Fortaleza, em que foi

analisado um relatório da demonstração do fluxo de caixa em diferentes aspectos e

a aplicação de uma entrevista.

O objetivo geral do trabalho monográfico foi analisar a aplicação do fluxo

de caixa como ferramenta de auxílio na gestão financeira das micro e pequenas

empresas do setor da construção civil. Os resultados responderam a este objetivo,

quando da aplicação da DFC identificam-se os dados capazes de revelar a posição

financeira da empresa e através dela auxiliar a tomada de decisão. Além disso, por

meio da realização das entrevistas junto aos responsáveis pelo setor financeiro da

Construtora, foi possível ainda identificar que ela é uma ferramenta fundamental nas

atividades rotineiras da organização.

Quanto ao objetivo específico, identificar as reais dificuldades em utilizar a

ferramenta do fluxo de caixa no gerenciamento financeiro, o estudo apontou como

única dificuldade, a falta de tempo para a atualização do fluxo de caixa, fazendo que

com sua aplicação não esteja disponível a todo instante.

Em relação ao objetivo específico - verificar quais resultados a ferramenta

de fluxo de caixa pode trazer para a gestão financeira da empresa - a pesquisa

revelou que:

informa a posição financeira da empresa, através da geração do

caixa liquido;

identifica as despesas que mais impactaram no plano de contas;

armazena informações, gerando um histórico financeiro;

possibilita uma gestão através de dados confiáveis e

desenvolve uma prática de planejamento e controle financeiro;

Quanto ao objetivo específico, identificar a periodicidade de utilização

desta ferramenta na empresa objeto de estudo, foi apresentado na pesquisa que seu

uso é semanal, permitindo realizar uma programação de pagamentos e

recebimentos no mesmo período. Segundo os respondentes, este período atende

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aos prazos estipulados pela empresa, auxiliando nas decisões financeiras e atuando

como suporte na programação de pagamentos e recebíveis.

Diante do estudo realizado, evidencia-se que a demonstração do fluxo de

caixa é uma ferramenta gerenciadora e flexível, como verificado na empresa

estudada, atendendo aos seus objetivos e gerenciando de modo eficaz os

financeiros.

As análises divulgaram que a Construtora possui um planejamento e

controle financeiro graças à utilização do FC, pois este instrumento necessita que

todas as informações estejam inseridas e atualizadas no sistema. Este instrumento é

utilizado na empresa porque gera resultados positivos e dá um suporte na gestão

econômica, assim como também proporciona confiança em suas decisões.

De acordo com o estudo, recomenda-se que a aplicação do fluxo de caixa

projetado seja implantada na Construtora, conforme interesse que os respondentes

possuem, a fim de poder gerenciar os custos e receitas ao longo do ano através de

dados orçados. Partindo da relevância do tema pesquisado, recomenda-se para

futuros estudos a elaboração de pesquisas voltadas para MPE de outros ramos de

atividades, de forma a auxiliar as organizações no gerenciamento de suas

transações financeiras e verificar quais os modelos de fluxo de caixa mais utilizados

nas empresas.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

FACULDADE CEARENSE - FAC CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

Aos Senhores responsáveis pelo financeiro da Construtora. Cumprimentando-os, cordialmente, informa-se que este roteiro de entrevista é o instrumento da pesquisa de campo - Análise do fluxo de caixa para o planejamento e controle financeiro em empresa do ramo da construção civil – elaborada pela graduanda Lidiane do Nascimento Marques Alves, sob orientação do Professor Ms. Paulo Francisco Barbosa Sousa. A pesquisa visa levantar informações para subsidiar a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso de Administração da Faculdade Cearense – FaC. Por este instrumento, espera-se obter informações sobre a gestão financeira. Desde já, agradeço pelo valoroso tempo destinado a responder os questionamentos abaixo citados e pela inestimável colaboração. I – CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO 1) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 2) Faixa etária ( ) 18 a 24 anos ( ) 25 a 30 anos ( ) Acima de 30 anos 3) Tempo que trabalha na empresa ( ) Até 3 anos ( ) De 3 até 5 anos ( ) Acima de 5 anos 4) Grau de instrução (Escolaridade) ( ) Analfabeto ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Superior ( ) Pós-Graduação ( ) _______________ 5) Cargo ocupado ( ) Proprietário ( ) Administrador ( ) Gerente ( ) Supervisor ( ) Assistente financeiro ( ) ________________ 6) Tempo no cargo atual ( ) Até 3 anos ( ) De 3 até 5 anos ( ) Acima de 5 anos

II - CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 1) Constituição da empresa: ( ) Sociedade Anônima ( ) Sociedade Limitada ( ) Empreendedor Individual ( ) outros. Qual?________________

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2) Ramo de atuação da empresa ( ) indústria ( ) comércio ( ) serviços ( ) outros. Qual?________________ 3) Quais mercados abrange: ( ) local ( ) nacional ( ) internacional 4)Tempo de atividade da empresa ( ) Até 5 anos de vida ( ) De 5 até 10 anos de vida ( ) Acima de 10 anos de vida 5)Força de trabalho composta atualmente por: ( ) Até 49 funcionários ( ) De 50 à 100 funcionários ( ) Acima de 100 funcionários 6) Faturamento anual médio: ( ) Até R$ 80.000,00 ( ) De R$ 81.000,00 até R$ 250.000,00 ( ) De R$ 250.000,00 até 1,5 milhão ( ) Acima de R$ 1,5 milhão 7) Forma de tributação: ( ) tributação pelo Lucro Real ( ) tributação pelo Lucro Presumido ( ) tributação pelo Simples Nacional

III - APLICABILIDADE DO FLUXO DE CAIXA 1) Você aplica o fluxo de caixa na empresa? ( ) Sim ( )Não 2) Como você avalia seu nível de conhecimento sobre o fluxo de caixa? ( ) Conheço parcialmente ( ) Conheço totalmente ( ) Desconheço 3) A empresa possui planejamento das receitas, custos e despesas? ( ) Sim ( ) Não 4) Qual a importância do fluxo de caixa no gerenciamento da empresa? ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Não é importante Por que? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

5) Você utiliza o fluxo de caixa como ferramenta de auxílio nas tomadas de decisões? ( ) Sim ( ) Não 6) O fluxo de caixa proporcionar benefícios para a gestão financeira? Comente. ( ) Sim ( ) Não Comente,________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

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7) Qual a periodicidade de utilização do fluxo de caixa? ( )Diário ( ) Semanal ( ) Mensal ( ) Anual ( ) Outro____________ 8) Você utiliza o fluxo de caixa como ferramenta do planejamento financeiro? ( ) Sim ( ) Não 9) Você consegue obter um controle financeiro eficiente através do fluxo de caixa? ( ) Sim ( ) Não Se não, comente... _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

10) Quais as dificuldades que você encontra na aplicação do fluxo de caixa? ( ) Tempo para atualizar os dados ( ) Falta de conhecimento ( ) Sistema informatizado ineficiente ( ) Nenhum

( ) Outros________________

11) A empresa possui fluxo de caixa projetado? ( ) Sim ( ) Não 12) Se possui, qual é o prazo desta provisão? ( ) Curto prazo ( ) Longo prazo ( ) Ambas