CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE … · vida é um tema bastante abordado nos anos...
-
Upload
duongduong -
Category
Documents
-
view
216 -
download
0
Transcript of CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE … · vida é um tema bastante abordado nos anos...
1
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE - FAC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE TALENTOS HUMANOS
POR COMPETÊNCIAS
ANTONIA GLEICIANE MARQUES DE ALMEIDA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS:
UM ESTUDO EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
FORTALEZA
2014
2
ANTONIA GLEICIANE MARQUES DE ALMEIDA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: UM
ESTUDO EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Artigo Científico apresentado como exigência parcial
para a obtenção do grau de Especialista em Gestão de
Talentos Humanos da Faculdade Cearense.
FORTALEZA
2014
3
ANTONIA GLEICIANE MARQUES DE ALMEIDA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: UM
ESTUDO EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Artigo Científico apresentado como exigência
parcial para a obtenção do grau de Especialista em
Gestão de Talentos Humanos da Faculdade
Cearense.
Data da aprovação: _____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________________
Profª. Francisca Talitta Muniz Saboya
(Orientadora)
________________________________________________________
Profª. Viviane Roldan
(Banca examinadora)
________________________________________________________
Profª . Milena Falcão
(Banca examinadora)
4
RESUMO
As empresas estão em busca de um diferencial competitivo e de funcionários que respondam
às demandas do mercado. Com o intuito de ter destaque no mundo dos negócios as
organizações têm buscado investir na qualidade de vida dos colaboradores. A qualidade de
vida é um tema bastante abordado nos anos recentes, no qual a literatura sobre esta temática
aponta que tal prática tende a contribuir como um diferencial para as organizações que a
adotam. Partindo dessa análise, o seguinte artigo trouxe uma revisão da literatura atual, por
meio de artigos científicos, pesquisas acadêmicas, livros e outras publicações onde procura
abordar a importância da qualidade de vida no trabalho. Para a pesquisa de campo, escolheu-
se a Unidade de Atenção Primária á Saúde-UAPS Edmilson Pinheiro, com o intuito de
analisar a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores dentro do ambiente
organizacional, através da pesquisa foi possível perceber a diversidade de definições acerca
do assunto, bem como a complexidade deste conceito. Através do questionário aplicado
observou-se que a empresa estudada precisa investir mais na saúde de seus colaboradores, e
investir em programas de qualidade de vida dos mesmos tendo em vista que muitos dos
entrevistados relataram falta de assistência. Desse modo, o presente estudo não pretende
esgotar os assuntos relacionados a esta temática, mas visa a contribuir para a formação de
debates e de aperfeiçoamento de produções futuras nessa área do conhecimento sobre a
qualidade de vida no trabalho especialmente na realidade organizacional considerada, as
instituições públicas.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Trabalho. Organizações públicas.
5
ABSTRACT
Companies are looking for a competitive advantage and employees who meet the market
demands. In order to have featured in business organizations has sought to invest in the
quality of life of employees. Quality of life is a much studied topic in recent years, in which
the literature on this subject indicates that this practice tends to contribute as a differentiator
for organizations that adopt. Based on this analysis, the following article brought a review of
current literature, through scientific papers, academic research, books and other publications
which seek to address the importance of quality of work life. For the field research , we have
chosen the unit primary health - UAPS Edmilson Pinheiro , in order to analyze the quality of
work life of employees within the organizational environment through research it was
possible to realize the diversity of definitions about the subject as well as the complexity of
this concept . Through the questionnaire revealed that the studied company needs to invest
more in the health of its employees, and invest in the quality of life of those in view that
many of the respondents reported lack of assistance programs. Thus this study does not
attempt to matters relating to this subject, but aims to contribute to the formation of debates
and improve future productions this area of knowledge about the quality of work life
especially in organizational reality considered, institutions public.
Keywords: Quality of Life. Work. Public Organizations.
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1: Dados referentes ao sexo dos participantes da pesquisa................................. 22
GRÁFICO 2: Dados referentes à idade dos participantes da pesquisa.................................. 22
GRÁFICO 3: Dados referentes à saúde ocupacional participantes da pesquisa.................... 23
GRÁFICO 4: Dados referentes ao atendimento voltado para os funcionários .................. 23
GRÁFICO 5: Dados referentes ao programa de qualidade de vida no trabalho .................. 24
GRÁFICO 6: Dados referentes à avaliação no ambiente de trabalho .................................. 24
GRÁFICO 7: Dados referentes à relação com colegas de trabalho ...................................... 25
GRÁFICO 8: Dados referentes à relação com seus superiores ............................................ 25
GRÁFICO 9: Dados referentes ao acolhimento quando precisa satisfazer alguma
necessidade ............................................................................................................................26
GRÁFICO 10: Dados referentes à assistência prestada ao trabalhador no local de
trabalho.................................................................................................................................. 26
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................08
1.1 Objetivos .............................................................................................................09
1.2.Objetivo geral.......................................................................................................09
1.2.1Objetivos específicos..........................................................................................09
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................10
2.1 Trabalho...............................................................................................................10
2.2 Qualidade de Vida no Trabalho...........................................................................11
2.3Qualidade de Vida no Trabalho dos Colaboradores nas Organizações
Públicas.......................................................................................................................16
3. METODOLOGIA...............................................................................................18
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................21
4.1 Apresentação da Empresa: conhecendo a UAPS..................................................21
4.2 Apresentação dos Resultados das Entrevistas/ Questionários.............................21
4.3 Análise dos Resultados.........................................................................................27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 29
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................31
8
1. INTRODUÇÃO
A Globalização tem trazido um novo cenário competitivo para o mercado de
trabalho. As inúmeras transformações ocorridas durante o século têm tornado as empresas
mais competitivas. No entanto, para manterem-se vivas e atuantes, essas organizações
precisam adaptar-se às novas exigências surgidas no decorrer do processo acelerado que
vem se alastrando no mundo do trabalho.
Um passo a ser dado é adequar a vida do trabalhador dentro e fora da empresa,
pois este passa maior parte de seu tempo no ambiente de trabalho, contribuindo para a
sobrevivência das organizações. Dele são cobrados esforços, resultados, produtividade e
competitividade, enfim, as exigências que aumentam de acordo com os processos de
mudanças ocorridos nos modelos de produção econômica.
Outros aspectos relevantes a serem citados referem-se ao repentino crescimento
tecnológico e a corrida desenfreada pelo capital que têm contribuído para sérios
comprometimentos à qualidade de vida do trabalhador. Este profissional, na maioria das
empresas, passa a ser visto pelo que ele produz e não pela sua forma de contribuir na
construção e desenvolvimento da mesma.
Portanto, neste contexto de grandes mudanças sociais e econômicas com a pós-
globalização, é possível perceber consequências no âmbito organizacional referente à forte
competitividade, flexibilização das relações de trabalho, terceirização de serviços e novas
exigências no âmbito das competências para o trabalho. Tais transformações do mundo do
trabalho vêm alterando significativamente a vida do trabalhador.
No entendimento de Silva (2000) o trabalho, além de possibilitar crescimento,
transformações, reconhecimento e independência pessoal e profissional, também causa
problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação, e como consequências poderão
ocorrer doenças ocupacionais, relacionadas às características e condições inerentes aos tipos
de atividades. No intuito de mudar a realidade, de dar relevância a necessidade de satisfação
do ser humano, de incrementar a produtividade e acompanhar o processo de mercado, a
qualidade de vida no trabalho tem sido um tema bastante abordado nos estudos recentes.
Mediante exposição das questões apresentadas, este estudo surge a partir de
reflexões acerca da questão da qualidade de vida no trabalho, em especial, a qualidade de
vida do colaborador que atua em instituições públicas, pois a partir da literatura em
destaque, faz-se necessário um aprofundamento teórico na área e o desenvolvimento de uma
9
pesquisa em situações reais de trabalho, que gerem novos conhecimentos, que contribuam
com o tema da qualidade de vida de uma forma geral.
A importância desta pesquisa está no fato de avançar o conhecimento científico
referente à qualidade de vida no trabalho. Pretende-se ampliar o nível de compreensão e
reflexão sobre a importância da qualidade de vida no trabalho para as organizações e as
consequências dos investimentos desta área na competitividade e crescimento das
organizações no mercado global.
1.1 OBJETIVOS
1.2 Geral
Analisar a Qualidade de Vida no Trabalho dos colaboradores na Unidade de
Atenção Primária à Saúde (UAPS) Edmilson Pinheiro.
1.2.1 Específicos
Compreender a complexidade do tema Qualidade de Vida no Trabalho a partir da
revisão de literatura;
Investigar como está sendo desenvolvida a Qualidade de Vida no Trabalho na
Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) Edmilson Pinheiro.
Identificar os principais motivos que ocasionam o índice de absenteísmo dentro das
organizações;
Descrever o ambiente de trabalho dos profissionais da Organização Edmilson
Pinheiro.
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
Para compreender a definição de Qualidade de vida no trabalho, é de suma
importância definir as categorias centrais desse estudo: Trabalho e Qualidade de Vida. A
partir dos estudos sobre os referidos temas, será possível apreender a dimensão do assunto
em questão e sua relevância para os indivíduos e a organização.
2.1. Trabalho
O trabalho ocupa um espaço significativo na vida do ser humano, pois a maior
parte da vida do sujeito se passa dentro do ambiente de trabalho. A ideia de trabalho é aqui
concebida como conjunto de atividades exercidas pelo homem em busca de um determinado
fim, considerado como fator de inclusão social e de reconhecimento pessoal.
O trabalho possui sua conotação existencial na medida em que os indivíduos se
sentem produtivos por terem uma função, um emprego, uma rotina corporativa. Ele é em sua
natureza uma inter-relação entre homem e organização, conforme expõe Lukáes, (1980, p.
139)
O trabalho é, portanto, o elemento mediador introduzido entre a esfera da
necessidade e a da realização desta; dá-se “uma vitória do comportamento
consciente sobre a mera espontaneidade do instinto biológico quando o trabalho
intervém como mediação entre necessidade e satisfação”.
Rodrigues (2000) considera o trabalho como algo inseparável da vida humana e
afirma que provavelmente as organizações são o melhor meio para o homem adquirir sua
identidade, buscar seu ego ideal. O trabalho de certa forma valoriza o ser humano. Por um
lado, as pessoas se realizam por se sentirem úteis dentro da sociedade, além de receber uma
remuneração por seus serviços prestados. Por outro lado, todo indivíduo necessita do seu
momento longe do trabalho para descansar, para seu lazer e para se sentir “livre”.
Henry Ford (1914) já dizia que o ideal seria o de atar capital e trabalho numa
união que como um casamento divino - nenhum poder humano poderia, ou tentaria desatar.
Os trabalhadores dependiam do emprego para sua sobrevivência; o capital dependia de
empregá-los para sua reprodução e crescimento. Malvezzi (2004, p. 15) declara que:
O trabalho é um agente de transformação da realidade que viabiliza a sobrevivência e a realização do ser humano. Através do trabalho, o ser humano
pode perceber sua vida como um projeto do ato e do produto e assim reconhecer
sua condição ontológica, materializar e expressar sua dependência e poder sobre a
11
natureza, produzindo os recursos materiais, culturais e institucionais que
contribuem seu ambiente e desenvolvem seu padrão de qualidade de vida.
Embora o trabalho seja um componente que pode privilegiar a identidade do
homem, permitir o acesso aos bens de consumo e resgatar sua autoestima, ressalta-se que se
não houver condições favoráveis de trabalho esta pode afetar seriamente a saúde dos
profissionais, principalmente se for um ambiente altamente competitivo onde se exige muito
esforço e pouca recompensa, comprometendo assim tanto a saúde física como mental dos
mesmos. (GUIMARÃES et al, 2004).
Verifica-se que em suas palavras o autor faz um comparativo do estresse
ocupacional que está relacionado diretamente a tensão sofrida no trabalho, por acúmulos de
tarefas, cargo, baixa recompensa, falta de reconhecimento entre outros. Portanto, para que os
colaboradores possam desenvolver seu trabalho com qualidade devem dispor de condições
favoráveis, treinamentos, orientações, bem-estar, motivação e segurança.
Percebe-se que o trabalho faz parte da vida das pessoas, sua existência é
essencial na construção da história de um povo, mas para que todos possam viver de forma
íntegra é fundamental que se observe o quesito qualidade de vida das mesmas.
2.2. Qualidade de vida no trabalho
A Qualidade de Vida no Trabalho – QVT tem sido definida de diferentes formas
por diferentes autores ao longo dos anos. De acordo com Albuquerque e França (1998, p.41)
a Qualidade de Vida no Trabalho é:
um conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de
melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais, dentro e fora do
ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento
humano na realização do seu ofício.
Para Davis e Newstrom (2001), a proposta de QVT é desenvolver um ambiente
de trabalho que seja tão bom para as pessoas, como para saúde econômica da organização.
Para tanto, é necessário que haja um enriquecimento no trabalho, de forma a deixá-lo mais
desafiador. No entanto, boa parte das definições guarda entre si, como ponto comum, o
entendimento da QVT como um movimento de reação ao rigor dos métodos tayloristas e,
consequentemente, como um instrumento que tem por objetivo propiciar uma maior
12
humanização do trabalho, o aumento do bem-estar dos trabalhadores e uma maior
participação destes nas decisões e problemas do trabalho.
A proposta acerca do assunto é justamente essa, buscar um ambiente
humanizado que favoreça a saúde e o bem-estar do indivíduo, tendo em vista que este
produz mais e com maior qualidade quando se sente motivado e valorizado. De acordo com
Limongi- França e Arellano (2002), o estudo sobre Qualidade de Vida no Trabalho teve sua
origem na medicina psicossomática. O foco era uma visão holística do ser humano. As
primeiras ações que se referem ao tema datam do início do século XX, como por exemplo: a
regulamentação do trabalho de menores, descanso semanal e indenizações de acidentes de
trabalho.
Dentre os principais estudos iniciais sobre QVT, destaca-se o de Elton Mayo
(1968) que por meio da pesquisa realizada com trabalhadores em uma fábrica de Hawthorne
na Western Electric Company em Chicago constatou a influência de fatores psicológicos e
sociais na dinâmica do trabalho, especialmente, na produtividade. A partir de então, várias
teorias vêm se desenvolvendo no intuito de delimitar as questões vinculadas a QVT, como
também, propor uma visão mais humanizada da participação do trabalhador na organização.
Chiavenato (2004, p.41), por exemplo, destaca que
a Administração Científica foi iniciada no começo do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna TGA. [...]
Sua preocupação original foi eliminar o desperdício e as perdas sofridas pelas
indústrias e elevar a produtividade pela aplicação de métodos e técnicas da
engenharia industrial.
Por volta de 1903, Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do
estudo dos tempos e movimentos. O trabalho deveria ser dividido, analisado e testado
cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos os operários
com a padronização do método e das ferramentas.
Taylor (1911) concentra seu argumento na eficiência do trabalho, que envolve
fazer as tarefas de modo mais inteligente e com a máxima economia de esforço. Para isso,
era preciso selecionar corretamente o operário, e treiná-lo na função específica que iria
desenvolver. Também propunha melhores salários para os operários, e ao mesmo tempo a
diminuição dos custos unitários de produção, o que idealmente levaria prosperidade a
patrões e empregados.
Além de Taylor, outros estudiosos enfatizam o assunto criando conceitos ao seu
modo de ver. Os estudos tayloristas eram voltados para a administração científica,
13
operacionalização e produtividade. Nas teorias de Maslow o estudo foca nas relações
humanas, ou seja, experimentos que vão além da divisão de trabalho e recompensas.
Em seus estudos, Abraham Maslow (1908) apresentou uma teoria da motivação
segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa
hierarquia de importância e influência e que pode ser visualizada como uma pirâmide. Na
base da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as
necessidades mais elevadas (auto-realização).
No seu entendimento, motivação é o resultado dos estímulos que agem com
força sobre os indivíduos, levando-os a ação, destaca ainda, para que haja ação ou reação é
preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente
do próprio organismo. Isto significa que, no momento em que o indivíduo realiza uma
necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para
satisfazê-la.
Percebe-se que cada estudioso defende sua teoria, mas todas se relacionam ao
estudo em questão, que intenta preparar e motivar os funcionários para que estes deem um
retorno significativo para as organizações. Observa-se que o interesse das empresas pela
Qualidade de vida no trabalho não foi repentino. Pelo contrário, surgiu em virtude das
pressões dos trabalhadores e também pela busca do aumento da produtividade.
Diante das transformações do atual mundo do trabalho, a qualidade de vida vem
se tornando uma preocupação crescente nas empresas que buscam a competitividade, pois o
homem é o principal elemento diferenciador e o agente responsável pelo sucesso de todo e
qualquer negócio.
Tendo em vista a necessidade de se adaptar às novas tendências do mercado, as
empresas vêm investindo em subsídios que façam sua marca ser reconhecida no mundo
empreendedor. Por isso, o fato de muitas delas investirem no âmbito da qualidade de vida
para os colaboradores. Antigamente pouco se ouvia falar em qualidade de vida. Hoje em dia
o termo se tornou comum, percebeu-se que não são importantes apenas as condições físicas
de trabalho, mas também as condições sociais e psicológicas.
No entanto, para se ter uma boa qualidade de vida é necessário que o indivíduo
obtenha sucesso e seja feliz em pelo menos quatro áreas distintas, as quais estão
classificadas em social (contatos e relacionamentos sociais), afetivas (relacionamentos
afetivos), profissionais (percepção quanto ao trabalho) e no que se refere à saúde (hábitos de
vida e saúde). De nada adianta o indivíduo ser bem sucedido no trabalho, se ele não estiver
satisfeito nas demais áreas.
14
No que se refere à saúde – um quesito importantíssimo e indispensável aos
profissionais, a OMS (Organização Mundial de Saúde) traz a seguinte definição: “é um
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. A
saúde de um indivíduo pode ser determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente
físico, social e econômico a que está exposto e pelo seu estilo de vida, isto é, pelos hábitos
de alimentação e outros comportamentos que podem ser benéficos ou prejudiciais.
Uma boa saúde está associada também ao aumento da qualidade de vida. A
partir do exposto, é possível destacar o conceito de qualidade de vida no trabalho como o
conjunto das ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações
gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho (LIMONGI-FRANÇA, 1996).
Destaca-se Walton (1973, p.11), valorizando a concepção que este autor traz sobre o assunto
A expressão Qualidade de Vida no Trabalho tem sido usada para descrever certos
valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais, em
favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico.
Na sua proposta teórica sobre QVT, Walton (1973) propõe oito categorias
relacionadas ao estudo sobre qualidade de vida no trabalho, as quais permitem analisar o
grau de satisfação dos trabalhadores e os fatores de bem estar a eles relacionados.
Critérios e indicadores de qualidade de vida no trabalho.
CATEGORIAS INDICADORES
1. Compensação justa e adequada Remuneração adequada ao trabalho
Equidade interna e externa
2. Condições de trabalho Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável
3. Uso e desenvolvimento das capacidades Autonomia
Variedade de habilidade
Significado da Tarefa
Identidade da Tarefa
4. Oportunidades de crescimento e segurança
Possibilidade de carreira
Segurança no emprego
Crescimento pessoal
5. Integração social na organização Senso Comunitário
Igualdade de oportunidades
Relacionamento
6. Constitucionalismo Respeito às leis e direitos trabalhistas
Liberdade de expressão
Privacidade pessoal
Normas e rotinas
7. Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho
8. Relevância social do trabalho na vida Imagem da empresa
Responsabilidade social da organização
Responsabilidade social dos produtos e serviços
Fonte: Mônaco e Guimarães (2000).
15
De acordo com Walton (1973), a QVT é dependente da associação entre estes
oito critérios no ambiente laboral. Isso favoreceria a obtenção de satisfação no trabalho,
como também, melhores resultados da empresa em termos de desempenho e produtividade.
O modelo teórico proposto por Walton (1973) se apresenta como referencial para o atual
estudo por contemplar os aspectos relevantes para a compreensão da ideia de QVT de forma
a abranger as dimensões física, psíquica e social e também, pelo seu uso em pesquisas afins
no Brasil e no exterior, sendo considerado o autor clássico mais referenciado nos estudos
sobre QVT.
Tal modelo se destaca por sua amplitude e adequação a proposta desta pesquisa,
o qual abrange tanto processos de diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho quanto
fatores organizacionais. Estes fatores destacam à importância de bem-estar dos trabalhadores
para a saúde da organização.
Dentre os oitos fatores pode-se destacar 4 fatores que tiveram maior relevância
para a pesquisa de campo desenvolvida, tendo em vista que as perguntas elaboradas
voltaram-se em maior percentual a esse quesitos. Os quais são:
Condições de trabalho: Está relacionada à saúde e ao ambiente físico em que o
trabalhador esta inserido. Tem como objetivo medir a QVT em relação às condições
reais existentes no local de trabalho.
Oportunidades de crescimento e segurança: Avalia as oportunidades que a
organização oferece para o desenvolvimento de seus colaboradores e para a
estabilidade no emprego.
Integração social na organização: Visa medir a integração social e a ausência de
discriminação entre os trabalhadores, onde possa se notar a igualdade de
oportunidades e se existe o cultivo ao relacionamento saudável entre empregado e
organização.
Relevância social do trabalhado na vida: Refere-se à percepção do empregado em
relação à imagem da empresa, relacionando a importância que esta oferece a
comunidade e sua contribuição para solucionar problemas existentes. Além de
avaliar o relacionamento com os empregados e a qualidade dos produtos e serviços
oferecidos.
16
Ao falar em Qualidade de Vida no Trabalho, vem à nossa mente programas de
bem estar, motivação, condições favoráveis de trabalho, em fim são inúmeros critérios que
realmente faz toda a diferença na vida das pessoas e na empresa a qual estão inseridas.
2.3. Qualidade de vida no trabalho dos colaboradores nas organizações públicas
As empresas públicas têm o compromisso de atender às demandas da sociedade.
No entanto, cabe ao servidor público servir o povo, a comunidade como um todo. A
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 39, define os servidores públicos como pessoas
físicas, titulares de cargos, empregos e funções na administração direta, autárquica e
funcional.
A Administração Pública está relacionada com a cidadania, e sob este ponto de
vista, clientes e servidores são, acima de tudo, cidadãos. No entanto, o direito à qualidade de
vida deve ser assistida para todos de forma universal. Qualidade de vida no trabalho tem
sido relacionada ao bem-estar, satisfação com o trabalho, segurança, motivação e alcance de
metas tanto individual como organizacional. Segundo Arellano (2004, p. 30)
Qualidade de vida no trabalho tem como objetivo principal a busca do equilíbrio
psíquico, físico e social dos empregados, dentro do contexto organizacional,
considerando as pessoas como seres integrados nessas três dimensões, através de
ações que refletem em aumento na produtividade e na melhoria da imagem da
empresa tanto no contexto interno, como externamente, levando ao crescimento
pessoal e organizacional. (Arellano 2004, p.30)
Considerando uma análise da realidade, muitos profissionais do setor público
executam seu trabalho sem as mínimas condições necessárias para um desenvolvimento de
qualidade e para o alcance de metas estabelecidas pelas suas empresas. Percebe-se que tais
colaboradores são cobrados de forma acentuada, o que acaba exigindo um maior esforço
físico e mental, afetando, consequentemente na qualidade de vida no trabalho dos mesmos.
Partindo desse pressuposto, supõe-se que os colaboradores que trabalham nessas
instituições podem enfrentar grandes dificuldades, tendo em vista que muitos deles carregam
fardos pesados, tentando levar ou proporcionar saúde para a sociedade, portanto ficam
sobrecarregados chegando muitas vezes a adoecer dentro e fora do ambiente de trabalho. Em
busca de condições favoráveis de trabalho e melhor qualidade de vida é que nascem os
movimentos sociais de greve, pois é uma forma de reivindicar os direitos básicos a todos
garantidos.
17
A motivação e satisfação no trabalho nascem de uma cumplicidade gerada entre
colaborador e organização, estes devem estar aliados de modo a interagir com reciprocidade,
um contribuindo para o sucesso do outro.
18
3. METODOLOGIA
A pesquisa é uma ferramenta essencial para a construção e ampliação do
conhecimento. Pesquisar é procurar respostas e informações que não se sabe, mas que se
precisa saber. A necessidade de pesquisar nasce da indagação e curiosidade de muitos
pesquisadores. Contudo, para o progresso de uma pesquisa, precisa-se destacar as
ferramentas metodológicas e sua validação científica para tal fim.
Para Demo (2000, p. 20), a pesquisa é entendida tanto como procedimento de
fabricação do conhecimento, quanto como procedimento de aprendizagem (princípio
científico e educativo), sendo parte integrante de todo processo reconstrutivo de
conhecimento, através da escolha de um meio, ou seja, de uma metodologia sobre como
determinado estudo será realizado.
A metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os
instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do
pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade) (MINAYO, 2008,
p. 14). A abordagem metodológica adotada para este estudo foi desenvolvida por meio do
método quantitativo, justificando-se por atender às demandas da pesquisa que, em acordo
com Fonseca (2002, p.20)
[...] A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na
análise de dados brutos, recolhidos como auxílio de instrumentos padronizados e
neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as
causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da
pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se
poderia conseguir isoladamente.
Portanto, o método de pesquisa utilizado é de natureza quantitativa, usada tanto
na coleta de dados como na análise e apresentação dos resultados. Inicialmente, foi feito um
levantamento bibliográfico com base em livros, periódicos científicos e sites na internet.
Assim, pôde-se compreender a qualidade de vida no trabalho, temática central do estudo em
questão. De acordo com Malheiros (2010) a etapa inicial para execução da pesquisa levanta
o conhecimento disponível na área, possibilitando que o pesquisador conheça as teorias
produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para compreender ou explicar o seu
problema objeto de investigação.
Segundo Gil (2002, p. 62), a pesquisa bibliográfica é aquela em que os dados são
ditos de fontes bibliográficas, ou seja, de material elaborado com a finalidade explícita de
ser lido.
19
Partindo de tais definições, os métodos de pesquisas para o desenvolvimento do
presente trabalho contou ainda com a pesquisa de campo do tipo descritiva a fim de
proporcionar maior compreensão e familiaridade do contexto/problema estudado, visando
torná-lo mais claro.
A pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as
variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coletas de dados. (GIL, 1999, p. 81).
Dessa forma, procurou-se definir a temática da pesquisa, que partindo de
suposições e indagações da pesquisadora pôde levantar a seguinte hipótese: Como está
sendo desenvolvida a Qualidade de Vida no Trabalho dos colaboradores nas instituições
públicas?
A partir da pergunta de partida, foi delimitada a pesquisa de campo, a fim de
investigar e compreender tal fenômeno. Como unidade de análise, representando o universo
das organizações públicas, a Unidade de Atenção Primária à Saúde Edmilson Pinheiro, se
constituiu como espaço favorável para realização da pesquisa.
A UAPS Edmilson Pinheiro, situada em Fortaleza/Ceará é uma organização
pública vinculada à Prefeitura Municipal de Fortaleza, composta por 58 profissionais, dentre
eles cerca de 40 são servidores e 18 são terceirizados. Portanto, esta pesquisa buscou
identificar e analisar a opinião e os dados transmitidos pelos profissionais na instituição
acima citada sobre do tema qualidade de vida no trabalho, com o intuito de chegar à resposta
da hipótese levantada.
A amostra foi composta por 25% do total de funcionários, participando tanto
funcionários terceirizados (4), como também os servidores públicos concursados (11). Como
instrumento de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada se adequou à proposta de
pesquisa por se tratar de um roteiro de perguntas pré- elaboradas, a qual tem como
característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se
relacionam ao tema da pesquisa. O questionário foi composto das seguintes informações:
1. Dados de identificação do participante: nome (opcional), idade, sexo e profissão.
2. Termo de esclarecimento: identificação do pesquisador e o objetivo da pesquisa.
3. Questionário da pesquisa: composto de perguntas abertas e fechadas relacionadas à
qualidade de vida dos profissionais em seu ambiente de trabalho.
20
Após a coleta dos dados, estes foram tabulados e tratados estatisticamente,
através de Excel, utilizando-se da estatística descritiva simples para análise dos resultados
encontrados.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Apresentação da empresa: conhecendo a UAPS
Em 12 de agosto de 1992 foi fundado o Centro Integrado de Educação,
juntamente com ele a Unidade de Saúde Edmilson Pinheiro, antes conhecida como anexo da
escola, pois servia para atendimento exclusivo dos pais e alunos da instituição. Não era
aberto para toda a comunidade, caso as demais pessoas precisassem de atendimento teriam
que procurar outros meios.
Com o passar dos anos e com a reivindicação de muitos moradores a unidade foi
ampliada para a comunidade. Atualmente a empresa é conhecida como UAPS- Unidade de
Atenção Primária à Saúde, e está situada em Fortaleza, na Av. H no bairro Conjunto Ceará.
A unidade, recentemente inaugurada, conta com 4 equipes médicas funcionando de 7h às
19h de segunda a sexta, dispõe de oito consultórios, atendimento odontológico, instalações
adaptadas para portadores de necessidades especiais, auditório e uma sala para os servidores
cujo trabalho é externo.
A organização atua no setor de saúde procurando levar para a comunidade
promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças, priorizando um atendimento de cerca
de 80% da população.
4.2. Apresentação dos resultados das entrevistas/questionário
Neste estudo, a amostra utilizada foi composta de 15 colaboradores. Procurou-se
abranger o máximo de setores da empresa, desde o coordenador da unidade, até os serviços
gerais. Com efeito, o perfil dos sujeitos da pesquisa, quanto ao sexo, 12 são do sexo
feminino e 3 são do sexo masculino.
22
Gráfico1 – Dados referentes ao sexo dos participantes da pesquisa.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Segundo os dados contidos no gráfico 1, há uma predominância do sexo
feminino no contexto pesquisado, sendo dos respondentes 80% mulheres e 20% homens.
Em relação à idade, varia entre 20 até mais de 49 anos. Conforme demonstra o gráfico 2.
Gráfico 2 – Dados referentes à idade dos participantes da pesquisa.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Percebe-se, em relação à idade dos entrevistados, que 2 (13%) possuem idade
entre 20 a 29 anos, 4 (27%) de 30 a 39 anos, 6 (40%) de 40 a 49 anos e 3 (20%) acima de 49
anos. Ressalta-se que de um total de 15 entrevistados, 6 (40%) têm idade de 40 a 49 anos.
23
Gráfico3 – Dados referentes à saúde ocupacional dos participantes da pesquisa.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
No atinente à saúde ocupacional, observa-se que 3 (20%) consideram ruim e 12
(80%) consideram-na boa. Ou seja, até o presente momento não foi afetada por conta do
trabalho. Nenhum deles respondeu como sendo excelente ou totalmente ruim.
Gráfico 4 – Dados referentes ao atendimento voltado para os funcionários.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Pelo gráfico 4, os dados referentes ao atendimento voltado para os funcionários
ficaram bem divididos, 3 (20%) avaliam como sendo bom, 6 (40%) consideram como sendo
ruim, 4 ( 27%) avaliam como regular, apenas 2 (13%) dos entrevistados avalia como sendo
excelente.
Mediante exposição, de regular a ruim, a maioria dos profissionais está
insatisfeita com o atendimento que recebem no local de trabalho.
24
Gráfico 5 – Dados referentes ao programa de qualidade de vida no trabalho.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Com respeito ao gráfico acima, verifica-se que 13 (87%) dos participantes
afirmam não existir programas que trabalham a qualidade de vida no trabalho, 1 (6%) diz
que sim, e 1 (7%) não soube responder.
Gráfico 6 – Dados referentes à avaliação do ambiente de trabalho.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Ao analisar os dados do gráfico 6, pode-se afirmar que 8 (53%) dos profissionais
consideram o ambiente de trabalho como sendo bom,1 (7%) avalia como sendo ruim ,3 (20%)
consideram regular e 3 (20%) dizem ser excelente. Avalia-se, então, que os participantes não
têm muito problema com relação ao ambiente de trabalho.
25
Gráfico7 – Dados referentes à relação com colegas de trabalho.
Fonte: Dados da pesquisa, Nov/2013.
Os dados contidos no gráfico 7 revelam que 11 (73%) dos colaboradores têm
boa relação com seus colegas de trabalho, em comparação aos 4 (27%) têm uma excelente
relação com seus colegas no ambiente de trabalho.
Gráfico 8 – Dados referentes à relação com seus superiores.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
As informações da pesquisa sobre a relação com os superiores indicam que 11
(73%) dos entrevistados dizem ter uma boa relação para com eles, 1 (7%) tem uma relação
regular, ou estável, e 3 (20%) afirmam ter uma excelente relação com seus superiores, nunca
tiveram nenhuma divergência com eles.
26
Gráfico 9 – Dados referentes ao acolhimento quando precisa satisfazer alguma necessidade.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
Com relação ao acolhimento, quando precisam satisfazer alguma de suas
necessidades, 6 (40%) dos profissionais dizem que são bem acolhidos, 4 (27%) dizem que
não têm um bom acolhimento e 5 (33%) falam que nem sempre são bem acolhidos.
Gráfico 10 – Dados referentes à assistência prestada ao trabalhador no local de trabalho.
Fonte: Dados da pesquisa. Nov/2013.
27
Destaca-se no gráfico 10, com relação à assistência prestada ao trabalhador no
local de trabalho, 4 (27%) dos participantes dizem ser bem assistido, 8 (53%) dizem não ser
bem assistido e 3 (20%) falam que algumas vezes isso acontece. Assim, conclui-se que, com
relação à saúde, o trabalhador ainda encontra dificuldades de assistência.
4.3. Análise dos resultados
Por meio da pesquisa é possível analisar a Qualidade de Vida no Trabalho,
através da opinião e respostas dos funcionários. Tendo em vista às questões elaboradas no
questionário aplicado, no que diz respeito à saúde ocupacional no trabalho, a maioria dos
entrevistados afirma ter boa saúde ocupacional, sendo poucos os que a consideram negativa.
De acordo com o atendimento voltado para os funcionários, percebe-se que
houve uma divergência de opiniões, dentre elas, e de maior percentual, refletem
negativamente, somando ruim e regular dão um total de 67%, ou seja, pode-se concluir que
os profissionais precisam de um atendimento melhor. Com relação aos programas voltados
para se trabalhar a qualidade de vida no trabalho, ficou explicito que não há nenhum que
possa contribuir para a qualidade de vida dos mesmos.
No tocante ao ambiente de trabalho, observa-se que maior parte dos participantes
não veem problemas com o local de trabalho. No que diz respeito à relação com os colegas e
os superiores no local de trabalho, a pesquisa mostra que boa parte deles tem boa relação
entre si e para com os seus superiores. Conclui-se, portanto, que existe boa relação
interpessoal.
Com relação ao aspecto acolhimento quando precisam satisfazer algumas de
suas necessidades, os indivíduos ficaram bem divididos, os percentuais mostram que os
resultados ficaram quase que equitativos. No quesito assistência à saúde no ambiente de
trabalho, percebeu-se que muitos não se consideram ter sido bem atendido, mesmo quando
precisaram.
Tendo em vista os percentuais, em relação à saúde existe uma deficiência, pois é
preciso identificar os aspectos que estão interferindo no bem-estar dos profissionais e por
consequência o desenvolvimento da organização. Em relação às questões contidas no
questionário que não foram expostas em gráficos, observa-se a opinião dos participantes
sobre o tema qualidade de vida no trabalho o que está bom e o que precisa melhorar. Tendo
em vista o pensamento de alguns segue abaixo o exposto:
28
“Que tenha suporte e condições para que as pessoas trabalhem com amor e não como
se fossem máquinas.”
“Materiais de trabalho e condições favoráveis para executar um bom trabalho.”
“Rever a carga horária e dar prioridade para o que realmente compete a cada
profissional.”
“Capacitação dos profissionais para que haja humanização e para que tenham um
atendimento de qualidade.”
“Humildade das nossas empresas, precisamos de um pouco de atenção, pois somos
jogados num lugar e não estão nem ai. Com isso a qualidade de vida fica seriamente
comprometida. Que as pessoas olhem nossa profissão com outros olhos, que eles
vejam as nossas necessidades, voltada para o local que nós trabalhamos que só nos
jogam no local e esquecem atenção, carinho, humildade e principalmente respeito.”
“Que haja harmonia entre os funcionários.”
“Atendimento a saúde.”
“A qualidade de vida é muito importante, mas precisa melhorar bastante, dar mais
assistência à saúde que deixa muito a desejar.”
A opinião dos participantes foi de grande importância para o enriquecimento e
desenvolvimento da pesquisa. Sem ela, seria difícil perceber a extensão acerca do assunto
abordado. Cada palavra, cada gesto expressa muitas sugestões, o pensamento humano é
infinito, quando se pensa que acabou as ideias, surgem outras novas.
29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou fazer uma análise sobre a percepção dos funcionários
da Unidade de Atenção Primária à Saúde – UAPS Edmilson Pinheiro, com relação ao tema
Qualidade de Vida no Trabalho, onde teve como pergunta norteadora: analisar como está
sendo desenvolvida a qualidade de vida no trabalho em uma instituição pública.
A partir do embasamento teórico e da análise dos resultados da pesquisa, foi
possível encontrar respostas para a pergunta lançada. Durante a revisão de literatura sobre a
temática QVT, percebeu-se que as empresas vêm investindo em subsídios e buscando meios
para adaptarem-se às mudanças ocorridas ao passar do tempo, tendo em vista a grande
competitividade no mundo dos negócios.
É importante destacar que o trabalho constitui um espaço significativo na vida
do ser humano, considerando que maior parte do tempo o indivíduo passa dentro do
ambiente de trabalho. Levando-se em consideração a grande importância do trabalho na vida
das pessoas, foi possível observar que existe uma relação mútua entre profissional e
organização. Ambos devem ter uma relação de troca, um contribuir para o sucesso do outro.
Um aspecto que ficou bem claro diz respeito à complexidade do assunto em
questão. A qualidade de vida engloba vários aspectos. De acordo com Walton (1973)
abrangem desde as dimensões física, psíquica até a social. Dados os objetivos específicos,
foi possível observar que em relação ao ambiente de trabalho, as opiniões divergiram,
muitos consideraram-na como sendo um local bom, enquanto outros discordaram. Fato que
ficou duvidoso, visto que a grande maioria deles relatou existir falta de condições favoráveis
de trabalho.
A partir das falas dos entrevistados e a elaboração do gráfico, percebeu-se que a
empresa não possui programa que trabalha a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Contudo, observou-se que, apesar da ausência de alguns contribuintes que são requisitos
para uma boa qualidade de vida, há entre os funcionários uma boa relação interpessoal entre
a maioria.
Constatou-se que o maior problema enfrentado pelos profissionais é a falta de
condições favoráveis de trabalho que infelizmente visa mais o lucro que o próprio ser
humano, o atendimento voltado aos funcionários que está em baixa, a assistência para com
esses funcionários precisa melhor ser avaliada e, no quesito saúde, os profissionais
encontram dificuldades para serem assistidos.
30
Verificou-se, ainda, que muitas pesquisas foram realizadas, muitos estudos e
conceitos desenvolvidos, acerca do assunto em questão. No entanto, percebeu-se que, apesar
do vasto e complexo conceito e abordagem do tema, a qualidade de vida no trabalho ainda
precisa melhor ser desenvolvida em algumas organizações, principalmente no setor público.
Qualidade de vida constitui um universo de princípios que contribui para a
melhoria de vida em vários aspectos, mas que se não encarada de forma coerente em vez de
contribuir, pode acarretar problema.
O presente estudo não pretende esgotar os assuntos relacionados a esta temática,
mas visa a contribuir para a formação de debates e de aperfeiçoamento de produções futuras
na área do conhecimento sobre a qualidade de vida no trabalho, especialmente na realidade
organizacional considerada, as instituições públicas.
31
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, L.G., FRANÇA, A.C.L. Estratégias de recursos humanos e gestão de
qualidade de vida no trabalho; o stress e a expansão do conceito de qualidade total. Revista de Administração. USP, São Paulo, v.33, n. 2, p. 40-51. Abr/Jun. 1998.
ALMEIDA, M. A.B, GUTIERREZ, G.L, MARQUES, R. Qualidade de vida. EACH. São
Paulo. USP. 2012.
ANDRADE, Maria M. de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação:
noções práticas. 5ª. ed. São Paulo. Atlas, 2002.
______, M. Introdução à metodologia do trabalho cientifico. São Paulo. Editora, Atlas
S.A. 1995.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do
trabalho. Boitempo Editorial,vol.5,2002.
ARELLANO, E.B. Avaliação dos programas de qualidade de vida no trabalho: análise
crítica das práticas das organizações premiadas no Brasil. São Paulo, 2008. Tese de
Doutorado – Programa de Nutrição Humana Aplicada – Universidade de São Paulo.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida; tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro,
Zahar, 2001.
BERTELLI, Sandra B.(coord.). Gestão de pessoas em administração hospitalar. Rio de
Janeiro, Qualytimark, 2004.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da república federativa do Brasil:
promulgada em 05 de outubro de 1988.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Elsevier, 2008.
______Administração geral e pública. 3ªed. Elsevier, 2012.
______Introdução a teoria geral da administração compact. Elsevier Brasil, 2004.
DAVIS, Keith e NEWSTROM. John W. Comportamento humano no trabalho: uma
abordagem organizacional. São Paulo, Pioneira TL, 1992.
DEMO, P. Introdução à ciência. 2ª edição. São Paulo. Editora, Atlas S.A. 1987.
______, P. Metodologia do conhecimento cientifico. São Paulo, Atlas, 2000.
DIEHL, Astor Antonio. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas.
São Paulo, Prenctice Hall, 2004.
FONSECA, J.J.S. Metodologia da pesquisa cientifica. Apostila. Fortaleza, UECE, 2002.
32
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ed. São Paulo, Atlas, 2002.
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ed. São Paulo, Atlas, 1999.
______. Técnicas de pesquisa em economia e elaboração de monografias. 4ed. São
Paulo, Atlas, 2002.
LIMONGI- FRANÇA, A.C. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas
nas empresas pós- industrial. São Paulo: Atlas, 2003.
______A.C; Rodrigues. A.L. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. São
Paulo. Atlas, 1999.
MALVEZZI, S. Prefácio. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Organizadores:
Zanelli, J.C.; Boges- Andrade, J.B e Bastos; AA.V.B. Porto Alegre, Artmed. 2004.
MARCITELLI; Carla Regina de Almeida. Ensaios e Ciência: Ciências biológicas, agrárias
e da saúde. Vol.15, nº4. Ano 2011. Universidade Anhanguera.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Guia para elaboração de monografia e trabalho de
conclusão de curso. Atlas 2º edição, São Paulo, 2009.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, Maria
Cecília de Souza; GOMES, Suely Ferreira Deslandes Romeu (orgs.).Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. 27ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008, p.9-29.
MONACO, F. de F. e GUIMARÃES, V. N. Gestão de qualidade total e qualidade de vida
no trabalho. O caso da gerência de administração dos correios. RAC, v. 4, n.3, set/dez,
p. 67-88, 2000.
RODRIGUES, Marcus. V.C. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível
gerencial. 2. ed. Petrópolis, R.J: Vozes, 2000.
SAMPAIO, J.R. Qualidade de vida no trabalho: perspectiva e desafios Atuais. Quality
of working life. Psicologia: Organizações e Trabalho, Minas Gerais, v.12, n.1, p. 137-140,
jan-abr.2012.
SILVA, F.P.P. Burnout: um desafio à saúde do trabalhador. Psicologia Social, ISSN
1516. 4888, v.2, n.1, jun. 2000.
VERGARA, S.C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,
2004.
______ VERGARA, Sylvia Constant. Método de pesquisa em administração. São Paulo:
Atlas, 2005.
WALTON, R.E. Quality of working life: What is it? Sloan Management Rev. 15(1):
1121,1973. Qualidade de vida no trabalho: O que?