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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE – FAC CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANDRÉA RODRIGUES PEREIRA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS 04 MAIORES INDÚSTRIAS DE CAPITAL ABERTO COM SEDE NO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2008/2010, SOB UMA VISÃO CLÁSSICA DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ, RENTABILIDADE E ESTRUTURA DE CAPITAL. FORTALEZA 2012

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE – FAC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRÉA RODRIGUES PEREIRA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS 04 MAIORES

INDÚSTRIAS DE CAPITAL ABERTO COM SEDE NO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2008/2010, SOB UMA VISÃO CLÁSSICA DOS ÍNDICES DE

LIQUIDEZ, RENTABILIDADE E ESTRUTURA DE CAPITAL.

FORTALEZA 2012

ANDRÉA RODRIGUES PEREIRA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS 04 MAIORES INDÚSTRIAS DE CAPITAL ABERTO COM SEDE NO ESTADO DO CEARÁ NO

PERÍODO DE 2008/2010, SOB UMA VISÃO CLÁSSICA DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ, RENTABILIDADE E ESTRUTURA DE CAPITAL.

Monografia submetida à aprovação Coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Cearense, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Francisco Almeida

FORTALEZA 2012

ANDRÉA RODRIGUES PEREIRA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS 04 MAIORES INDÚSTRIAS DE CAPITAL ABERTO COM SEDE NO ESTADO DO CEARÁ NO

PERÍODO DE 2008/2010, SOB UMA VISÃO CLÁSSICA DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ, RENTABILIDADE E ESTRUTURA DE CAPITAL.

Monografia como pré-requisito para obtenção do

título de Bacharelado em Ciências Contábeis,

outorgado pela Faculdade Cearense – FAC, tendo

sido aprovada pela banca examinadora composta

pelos professores.

Data da Aprovação _____/_____/______.

_______________________________________________ Prof. MS. Francisco Almeida Barroso

Orientador

______________________________________________ Prof. Esp. Osvaldo Olímpio Bezerra

______________________________________________ Prof. Esp. Sávio Giulliano Moraes Ribeiro

Dedico este trabalho a todos aqueles que acreditaram

em mim e me ajudaram a conquistar este sonho, em

especial a minha mãe Aldenira e meu marido

Jonathan Alves.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me iluminar e me dar forças para seguir sempre no caminho

certo e buscar novas conquistas.

Aos meus pais que me incentivaram a alcançar meus objetivos e não temer as

dificuldades de qualquer natureza, sejam estas em minha carreira acadêmica ou profissional.

Aos meus professores que com dedicação ministraram as disciplinas do decorrer

do curso, em especial ao meu orientador professor Francisco Almeida pela atenção e

dedicação para a conclusão deste trabalho.

E não posso deixar de agradecer ao meu marido Jonathan Alves pela paciência e

cumplicidade em nosso dia-a-dia, e ainda as minhas amigas Sabrina Sena e Alynne Bento pela

atenção de todas as horas, e pelos longos quatro anos dedicados a realização de nosso sonho

tornando-nos assim profissionais competentes.

RESUMO

Analisa-se o desempenho econômico financeiro das quatro maiores sociedades industriais de capital aberto com sede no Estado do Ceará, no período de 2008/2010, selecionadas entre todas as companhias cearenses registradas na Bovespa - bolsa de valores de São Paulo. A seleção das empresas analisadas se deu através dos maiores faturamentos, tratando-se então de ramos diferentes, podendo assim haver uma disparidade entre as mesmas. Iniciando-se por meio de estudo bibliográfico, apresenta a estrutura das principais demonstrações contábeis e identificam-se os indicadores financeiros que foram utilizados para a devida análise, após o cálculo dos mesmos com base nos dados das demonstrações financeiras, divulgadas no endereço eletrônico da Bovespa, foram selecionados os indicadores que melhor explicam os resultados. Em geral, as empresas mostraram uma situação de boa liquidez e rentabilidade. Foi constatado que houve reduções no endividamento e melhora na utilização dos ativos no período estudado. Em relação à margem operacional e à rentabilidade do patrimônio líquido, as empresas mostraram comportamentos semelhantes ao longo do tempo. Em seguida buscou-se apontar, dentre as organizações selecionadas, as mais e as menos eficientes durante o período e apresentar alguns dos fatores que contribuíram para obtenção de tal resultado. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e quantitativa. Encontrou-se em cada ano estudado, empresas eficientes segundo os indicadores apontados, sendo essas empresas consideradas como referência para as demais. Além disso, foi possível apresentar quais dos setores analisados obtiveram os melhores resultados econômico-financeiros.

Palavras-Chave: Indicadores Financeiros, Desempenho econômico financeiro.

ABSTRACT It analyzes the economic performance of the four largest financial companies traded industries based in the state of Ceará in the period 2008/2010, selected from among all companies registered in Ceará Bovespa - stock exchange in Sao Paulo. The selection of the analyzed companies took over the largest revenues, in the case then the different branches, and may well be a gap between them. Beginning by studying literature, presents the structure of the main financial statements and identifies the financial indicators that were used for proper analysis, that after calculating the same based on data from financial statements, published on the site of Bovespa, the indicators were selected that best explain the results. In general, companies have shown a good situation of liquidity and profitability. It has been found reductions in debt and improved asset utilization during the study period. Regarding the operating margin and return on equity, the companies showed similar behavior over time. Then we tried to point out, among the selected organizations, the most efficient and least during the period and what factors have contributed to achieve that result. This is a descriptive research and quantitative. Met in each year studied, efficient companies according to the indicators mentioned, these companies being considered as a reference for others. Furthermore, it was possible to present the analyzed sectors which have the best financial results. Keywords: Financial Indicators, economic and financial performance.

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Estrutura do Balanço Patrimonial com as alterações da lei 11.638/07......................15

Quadro 02: Estrutura da Demonstração do Resultado do Execicio.............................................16

Quadro 03: Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ...........................18

Quadro 04: Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto...........................19

Quadro 05: Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto ........................20

Quadro 06: Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado....................................................21

Quadro 07: Listagem de Empresas Analisadas ..........................................................................33

Quadro 08: Balanço Patrimonial – Modelo Padrão ....................................................................36

Quadro 09: Demonstração do Resultado do Execicio – Modelo Padrão.....................................37

Quadro 10: Balanço Patrimonial M. Dias Branco de 2008 a 2010 .............................................43

Quadro 11: Demonstração do Resultado do Exercicio M. Dias Branco de 2008 a 2010 .............44

Quadro 12: Balanço Patrimonial Grendene S.A de 2008 a 2010 ................................................48

Quadro 13: Demonstração do Resultado do Exercicio Grendene S.A de 2008 a 2010................49

Quadro 14: Balanço Patrimonial J. Macêdo S.A de 2008 a 2010 ...............................................54

Quadro 15: Demonstração do Resultado do Exercicio J. Macêdo S.A de 2008 a 2010...............55

Quadro 16: Balanço Patrimonial Vicunha Têxtil de 2008 a 2010...............................................60

Quadro 17: Demonstração do Resultado do Exercicio Vicunha Têxtil de 2008 a 2010 ..............61

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Indices de Liquidez 2008........................................................................................67

Gráfico 02: Indices de Liquidez 2009........................................................................................68

Gráfico 03: Indices de Liquidez 2010........................................................................................68

Gráfico 04: Indices de Renabilidade 2008 .................................................................................69

Gráfico 05: Indices de Renabilidade 2009 .................................................................................70

Gráfico 06: Indices de Renabilidade 2010 .................................................................................70

Gráfico 07: Indices de Estrutura de Capital 2008.......................................................................71

Gráfico 08: Indices de Estrutura de Capital 2009.......................................................................72

Gráfico 09: Indices de Estrutura de Capital 2010.......................................................................72

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Cálculos da Análise Vertical e Horizontal da empresa M. Dias Branco................45 Tabela 02: Cálculos de Índices de Liquidez da empresa M. Dias Branco................................46 Tabela 03: Cálculos de Índices de Rentabilidade da empresa M. Dias Branco........................47 Tabela 04: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa M. Dias Branco.............47 Tabela 05: Cálculos de Análise Vertical e Horizontal da empresa Grendene..........................50 Tabela 06: Cálculos de Índices de Liquidez da empresa Grendene..........................................52 Tabela 07: Cálculos de Índices de Rentabilidade da empresa Grendene..................................52 Tabela 08: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa Grendene......................53 Tabela 09: Cálculos da Análise Vertical e Horizontal da empresa J. Macêdo S.A..................56 Tabela 10: Cálculos de Índices de Liquidez da empresa J. Macêdo S.A..................................57 Tabela 11: Cálculos de Índices de Rentabilidade da empresa J. Macêdo S.A..........................58 Tabela 12: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa J. Macêdo S.A..............59 Tabela 13: Cálculos da Análise Vertical e Horizontal da empresa Vicunha Têxtil..................62 Tabela 14: Cálculos de Índices de Liquidez da empresa Vicunha Têxtil.................................63 Tabela 15: Cálculos de Índices de Rentabilidade da empresa Vicunha Têxtil.........................64 Tabela 16: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa Vicunha Têxtil..............65

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................10 2. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................14 2.1 Balanço Patrimonial - BP ....................................................................................................15 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE.................................................................16 2.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL .............................................17 2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC ..........................................................................18 1.6 Demonstração do Valor Adicionado - DVA ........................................................................20 3. TÉCNICAS DE ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..........................22 3.1 Análises por meio de Índices...............................................................................................22 3.2 Indicadores de Liquidez .....................................................................................................23 3.3 Indicadores de Atividades ...................................................................................................25 3.4 Indicadores de Estrutura de Capital .....................................................................................27 3.5 Indicadores de Rentabilidade...............................................................................................28 3.6 Indicadores de Avaliação da Estrutura Financeira................................................................31 4. METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DAS EMPRESAS ............................................33 4.1 Seleção das Empresas..........................................................................................................33 4.2 Período Analisado. ..............................................................................................................35 4.3 Demonstrações Contábeis e Indicadores Utilizados. ............................................................35 4.4 Padronização e Reclassificação das Demonstrações Financeiras. .........................................36 4.5 Identificação das Empresas .................................................................................................39 4.5.1 M. Dias Branco S.A Comércio e Indústria de Alimentos . ................................................39 4.5.2 Grendene S.A...................................................................................................................40 4.5.3 J. Macêdo S.A..................................................................................................................41 4.5.4 Vicunha Têxtil S.A...........................................................................................................41 5. ANÁLISE DOS ÍNDICES...................................................................................................43 5.1 Análise de Índices da empresa M. Dias Branco ...................................................................43 5.2 Análise de Índices da empresa Grendene.............................................................................48 5.3 Análise de Índices da empresa J. Macêdo ............................................................................54 5.4 Análise de Índices da empresa Vicunha Têxtil.....................................................................60 5.5 Análise Comparativa das Empresas .....................................................................................67 5.5.1 Índices de Liquidez ..........................................................................................................67 5.5.2 Índices de Rentabilidade...................................................................................................69 5.5.3 Índices de Estrutura de Capital .........................................................................................71 CONCLUSÃO.........................................................................................................................74 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................75

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1 INTRODUÇÃO

Com o processo de globalização e a intensificação do comércio entre os países, o

mercado de capitais vem se tornando cada vez mais importante no cenário internacional. O

Brasil, desde meados da década de 90 com o início da abertura dos mercados, e mais

recentemente com o processo de convergência das normas nacionais às normas internacionais

de contabilidade, procura se adequar ao novo ambiente econômico, facilitando a entrada de

investimentos externos. Neste sentido, quanto mais ativo for o mercado de capitais maior será

o desenvolvimento econômico do país.

O Brasil conseguiu exitosamente promover a estabilização dos preços com o

Plano Real em meados da década de 90, após diversas tentativas fracassadas, mas ainda não

conquistou a rota do crescimento econômico. A sua melhor performance ocorreu durante o

ano de 2010, demonstrando sua recuperação após a crise dos mercados financeiros mundiais

que afetaram a economia global de maneira generalizada nos anos de 2008 e 2009.

O mercado de capitais, além de ser uma importante opção de investimento para as

pessoas físicas e jurídicas, propicia às empresas um canal de captação de recursos para

alavancar suas operações, contribuindo também para a geração de emprego e progresso

econômico.

O Brasil ainda tem muito a se desenvolver neste mercado. Reportagem da

jornalista Naiana Oscar, postada no Jornal O Estado de São Paulo em 07/09/2010, afirma que

a BM&FBovespa conta hoje com 450 empresas listadas e pretende chegar a 650 em cinco

anos, crescimento que será puxado pelas pequenas e médias empresas, como tem ocorrido em

outros países.

O jornal Diário do Nordeste de 01.10.2007 informa que a movimentação das

empresas brasileiras em direção à bolsa, como forma de se financiarem, começou no ano

2000, quando foram estabelecidas as normas para o Novo Mercado1, motivando seus registros

na CVM. Essa mesma publicação traz estatísticas sobre o mercado de capitais no nordeste e

no Ceará, indicando que a participação do Nordeste neste mercado ainda é bem tímida, com

33 empresas, das quais 08 são genuinamente cearenses, que perde apenas para o Estado da

Bahia com 17 empresas. Declara ainda que há expectativa de crescimento da participação do

Ceará, considerando que nos próximos quatro anos pelo menos mais quatro empresas

1 Trata-se do mais elevado padrão de Governança Corporativa. As companhias listadas no Novo Mercado só podem emitir ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON).

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cearenses abram seu capital: Santana Têxtil, Aço Cearense, Pague Menos e TAF Linhas

Aéreas.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará -

IPECE, a economia cearense é a terceira mais forte do Nordeste, com participação no produto

interno bruto (PIB) regional de 14,5% em 2010, destacando-se entre os estados nordestinos.

Em 2010 foi registrado o recorde de participação da economia cearense na economia

nacional, onde a produção industrial do Ceará cresceu 9,0% colocando a indústria cearense na

nona colocação nacionalmente.

Conforme dados da Federação das indústrias do estado do Ceará – FIEC, em 2010

havia 14.537 indústrias no Ceará, sendo 12.002 micro-empresas, 2.048 apresentavam o porte

de pequena empresa, 419 são consideradas médias e apenas 68 empresas são classificadas

como grandes empresas.

O setor que mais se destaca na economia cearense é o setor industrial, sobretudo

nas duas últimas décadas, 1990 e 2000, como o reforço do programa de atração de

investimentos, adotado em meados dos anos 90. O setor é composto por quatro subsetores: a

Indústria Extrativa Mineral; a Indústria de Transformação; a Construção Civil; e Produção e

distribuição de Energia Elétrica e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana. Dentre os quatro

ramos, a de Transformação destaca-se, por ser a de maior peso na economia cearense

(IPECE).

As empresas de grande porte pertencentes ao setor industrial, inseridas no

subsetor de transformação, com capital aberto e que possuem sede no Estado do Ceará são:

M. Dias Branco e J. Macêdo SA do ramo de alimentação; Grendene SA de calçados e

Vicunha Têxtil de confecções.

Considerando que estas empresas são as mais relevantes para a economia

cearense, torna-se importante identificar qual a situação econômico financeiro das mesmas.

Tal proposta constitui a problemática deste estudo, ou seja, “Qual o desempenho econômico

financeiro das 04 maiores industrias de transformação do Estado do Ceará listadas na

BM&FBOVESPA?

O objetivo geral, portanto, é apresentar o desempenho econômico financeiro das

empresas selecionadas, consistindo em procurar de forma clara e objetiva, baseada em suas

demonstrações contábeis divulgadas na Bolsa de Valores do Estado de São Paulo – Bovespa,

nos anos de 2008 a 2010.

Os objetivos específicos consistem em:

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Apresentar a estrutura das demonstrações contábeis obrigatórias;

Demonstrar as principais técnicas de análise;

Analisar a evolução dos principais indicadores de desempenho econômico-financeiro das

empresas nos anos de 2008 a 2010.

As empresas analisadas foram selecionadas levando-se em consideração sua

importância na economia cearense, tendo como requisito fundamental os quatro maiores

faturamentos, dentre as indústrias de capital aberto do estado, no ano de 2010. A opção pelas

companhias de capital aberto se deu por conta da disponibilidade das informações.

As empresas inseridas no subsetor da indústria de transformação do Ceará,

segundo dados o IPECE acumularam um crescimento de 17,1%, no período 2002-2009, que

equivale a uma taxa anual próxima de 2,0%, em termos de Valor Adicionado a preços

básicos, sendo considerada como o principal eixo impulsionador do crescimento da economia

cearense.

Através da análise das demonstrações contábeis pode-se determinar qual a real

situação econômica e financeira de uma empresa, com base em informações extraídas de

dados fornecidos pela contabilidade, demonstrando então qual a posição atual da empresa,

bem como sua evolução e tendências futuras.

Todas as demonstrações podem ser analisadas, porém neste estudo serão

analisadas o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, que são as

duas principais demonstrações, pois mostram os aspectos financeiros e econômicos das

empresas, respectivamente. A técnica utilizada nessa análise será por meio de índices, que

refletem a posição econômico-financeira da empresa em determinado período, e são divididos

centralmente em três: Índices de Liquidez, Rentabilidade e Estrutura de Capital.

Considerando o exposto, para responder a problemática em questão, os métodos

utilizados baseiam-se em pesquisas bibliográficas, abrangendo a leitura e seleção de índices

adequados para aplicação na análise das empresas selecionadas. A análise proposta consiste

ainda em uma pesquisa quantitativa que faz a verificação de alguns segmentos de mercado, a

partir da análise das demonstrações contábeis dos anos de 2008 a 2010, bem como de

informações obtidas na imprensa econômica especializada e nos respectivos sites das

empresas.

O estudo encontra-se organizado em quatro capítulos. O primeiro apresenta as

estruturas das demonstrações contábeis obrigatórias, e suas atualizações legais. No segundo

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privilegia-se o entendimento conceitual da análise de balanços, as principais técnicas de

análise e as fórmulas de cálculos dos índices-padrão com o devido detalhamento dos mesmos.

No terceiro capítulo faz-se a apresentação da metodologia utilizada no estudo,

contemplando os critérios de seleção das empresas, além de uma breve descrição de suas

atividades e do mercado de atuação.

No quarto e último capitulo, serão demonstrados os cálculos de alguns índices

necessários para analisar o desenvolvimento de cada empresa, e a partir daíi, será feita a

análise sobre o desempenho econômico-financeiro de cada empresa, fazendo um comparativo

entre as mesmas, identificando qual está em melhor desempenho econômico-financeiro e

identificando alguns dos fatores que contribuíram para tal situação.

Encerra-se o trabalho com suas principais conclusões, expondo de acordo com as

análises, a comparação entre as empresas analisadas, indicando qual delas apresenta o melhor

desempenho econômico-financeiro.

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2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição

patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que

sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão

econômica.

As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa.

Esses dados precisam ser transformados em informações para serem analisados,

proporcionando assim uma visão clara do desempenho e perspectivas da empresa,

identificando seus pontos fortes e fracos e possibilitando tomar decisões que intensifiquem os

pontos fortes e minimizem os fracos.

Segundo Iudícibus (2010, p. 1) “A necessidade de analisar demonstrações

contábeis é pelo menos tão antiga quanto a própria origem de tais peças.”

A análise de balanços é uma ferramenta poderosa à disposição das pessoas físicas

e jurídicas relacionadas à empresa, como acionistas, dirigentes, bancos, fornecedores, clientes

e outros, numa linguagem inteligível, facilitando assim o entendimento por quaisquer

interessados, funcionando como uma tradução dos elementos contidos nas demonstrações

contábeis, sendo assim de fundamental importância para tomada de decisões.

De acordo com Assaf (2010, p. 35) A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas

pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a

evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de

balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura

(projetada) de uma empresa.

Permite ainda extrair dos demonstrativos contábeis apurados e divulgados por

uma empresa, informações úteis sobre o seu desempenho econômico-financeiro, podendo

atender aos objetivos de análise dos investidores, credores, concorrentes, empregados,

governo, etc.

A análise das demonstrações contábeis de uma empresa pode atender a diferentes

objetivos, consoante os interesses de seus vários usuários, sendo eles pessoa física ou jurídica.

No processo de avaliação, cada usuário procurará detalhes específicos.

A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76 – modificada pelas Leis nº

11.638/07 e 11.941/09) determina a estrutura básica das cinco demonstrações financeiras

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obrigatórias, cujo objetivo é a convergência às regras contábeis brasileiras ao padrão contábil

internacional. As demonstrações contábeis obrigatórias são: Balanço Patrimonial - BP,

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido - DMPL, Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC e Demonstração do Valor

Adicionado – DVA.

2.1 BALANÇO PATRIMONIAL - BP

O balanço patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens, direitos e

obrigações da empresa, devendo exprimir com clareza a situação do seu patrimônio em um

dado momento, demonstrando assim a situação econômica e financeira da empresa, por isso é

o relatório mais importante gerado pela contabilidade.

No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que

registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira

da empresa.

Segundo Silva (2010, p. 74): O balanço retrata a posição patrimonial da empresa em determinado momento,

composta por bens, direitos e obrigações. O ativo mostra onde a empresa aplicou os

recursos, ou seja, os bens e direitos que possui. O passivo e o patrimônio líquido

mostram de onde vieram os recursos, isto é, os recursos provenientes de terceiros e

os próprios. Os recursos próprios podem ser originários de capital colocado na

empresa pelos sócios ou de lucro gerado pela empresa.

Com o advento da Lei 11.638/07, que alterou os dispositivos da Lei nº 6.404/76,

inspirada nas normas internacionais, essa demonstração passou a ser representada da seguinte

forma:

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

Ativo circulante Passivo circulante

Ativo não circulante Passivo não circulante

Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido

Investimentos Capital Social

Imobilizado Reservas de Capital

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Intangível Reservas de Lucro

(-) Ações em Tesouraria

Ajuste de Avaliação Patrimonial

Ajustes Acumulados de Conversão

Prejuízos Acumulados Quadro 1 – Estrutura do Balanço Patrimonial com as alterações da lei 11.638/07 Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 118)

2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO - DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil

dinâmica que evidencia a formação do resultado líquido do exercício, através do confronto

das receitas, custos e despesas, oferecendo uma síntese econômica dos resultados operacionais

e não operacionais de uma empresa em certo período.

Apresenta a composição da apuração do resultado do exercício, determinando o

valor do resultado por quota ou ação do capital social integralizado.

Segundo Matarazzo (2010, p. 30): A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e

reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas

representam normalmente aumento do Ativo, através de ingresso de novos

elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações.

Aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam

redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois caminhos possíveis:

redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível.

Para Assaf (2010, p. 64) “A demonstração de resultados visa fornecer, de maneira

esquematizada, os resultados auferidos pela empresa em determinado exercício social, os

quais são transferidos para as contas de patrimônio líquido.”

Demonstração do Resultado do Exercício

Receita Operacional Bruta

(-) Vendas canceladas

(-) Abatimentos sobre vendas

(-) Impostos sobre vendas

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(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas com vendas

(-) Despesas administrativas

(-) Despesas gerais

(-) Outras despesas e receitas operacionais

(=) Resultado das Atividades da Empresa

(+/-) Resultado de equivalência patrimonial

(=) Resultado antes das despesas e receitas financeiras

(+/-) Despesas e Receitas financeiras

(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro

(-) Despesas com tributos sobre os lucros

(-) Participações

(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício

(=) Lucro ou Prejuízo por Ação Quadro 2 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício de acordo com a Lei das S.A. Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 126)

2.3 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - DMPL

As companhias abertas estão obrigadas à apresentação e divulgação da

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).

Esse demonstrativo substitui legalmente a Demonstração dos Lucros e Prejuízos

Acumulados – DLPA, por ser mais abrangente. Contém todas as contas do patrimônio

liquido, identificando os fluxos ocorridos entre uma conta e outra e as variações verificadas

no exercício. Com a nova legislação contábil, a DLPA fica em desuso, haja vista que não mais

existe no Balanço Patrimonial, a conta de Lucros Acumulados.

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Capital Reservas Reservas de Lucros Lucros ou

Movimentações Social de Reserva Reservas Reservas para Reservas para Reservas de Lucros Outras Prejuízos Capital Legal Estatutárias Contingências Expansão a Realizar Acumulados

Saldo do Início do Exercício Ajustes de Exercício Anteriores

Dividendos Extraordinários Aumento de Capital por Incorpo- ração de Reservas Aumento de Capital por Subscrição e Integralização de Novas Ações

Reversões de Reservas Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício Proposta de Destinação do Lucro

Transferência para Reservas Dividendos Propostos

Saldo ao final do Exercício

Quadro 3 – Estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Fonte: Assaf (2010, p. 79)

2.4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC

A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica todas as entradas e saídas de dinheiro

no caixa em determinado período, e o resultado desse fluxo. O caixa compreende dinheiro em

espécie, saldos em conta corrente e aplicações de liquidez imediata.

Conforme a Lei 11.638/07 tornou-se obrigatória para empresas de capital aberto,

companhias de grande porte, e sociedades anônimas de capital fechado com patrimônio

líquido superior a R$ 2.000.000,00 e passou ainda a substituir a Demonstrações das Origens e

Aplicações de Recursos - DOAR.

Segundo Marion (2009, p. 54) A Demonstração dos Fluxos de Caixa evidencia as modificações ocorridas no saldo

de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da companhia em determinado

período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos. Embora a DOAR seja

mais rica em termos de informação, os conceitos nela contidos, como, por exemplo,

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a variação do capital circulante líquido, não são facilmente apreendidos. A DFC, ao

contrário, por ser de linguagem e conceitos mais simples, possui melhor

comunicação com a maioria dos usuários das Demonstrações Contábeis.

De acordo com a Lei 11.638/07 a Demonstração dos fluxos de caixa deve

evidenciar três ciclos financeiros de atividades, sendo eles Operacionais, de Investimentos e

de financiamentos.

Pode ser obtida de duas formas, método direto e Indireto. Onde o método direto

ocorre a partir do caixa e equivalentes de caixa, já no indireto parte do lucro/prejuízo do

exercício.

DFC - MÉTODO DIRETO 1. Ingressos (entradas de recursos) Recebimento de Clientes (+) Recebimento de empréstimos de curto prazo (+) Dividendos recebidos de investimentos avaliados pelo custo (-) Pagamento a Fornecedores (-) Impostos e contribuições pagos. (-) Pagamento de despesas operacionais, inclusive despesas antecipadas (=) Recursos derivados das Operações (+) Recebimentos por venda de bens permanentes (=) Resgate de aplicações temporárias (+) Ingresso de novos empréstimos (+) Integração de capital (+) Resgate de depósitos judiciais (+) Ingressos de outros recursos (=) Total das entradas de recursos 2. Aplicações de recursos Pagamento de dividendos Aquisição de participações societárias Aplicações no AP (imobilizado e diferido) Pagamento de empréstimos a longo prazo Outros pagamentos 3. Variação líquida do disponível (1 - 2) 4. (+) Saldo inicial do disponível 5. (=) Saldo final dos disponível (3 + 4)

Quadro 4 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 81)

20

DFC - MÉTODO INDIRETO

FLUXOS OPERACIONAIS Resultado Líquido (+) Depreciação Aumento/Redução de Duplicatas a Receber Aumento em Duplicatas Descontadas Aumento em Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa Aumento/Redução em Estoques Aumento/Redução em Fornecedores Redução de Salários a Pagar Outros Caixa Líquido das Atividades FLUXOS DE INVESTIMENTOS Pagamento na Compra de Imobilizado Recebimento pela Venda de Imobilizado Outros Caixa Líquido de Investimentos FLUXOS DE FINANCIAMENTO Integração de Aumento de Capital Amortização de Empréstimos e Financiamentos Recebimento/Pagamento de Dividendos Novas Captações de Empréstimos e Financiamentos Outros Caixa Líquido de Financiamentos AUMENTO/REDUÇÃO DE CAIXA SALDO INICIAL DE CAIXA SALDO FINAL DE CAIXA

Quadro 05 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto Fonte: Assaf (2010, p. 85)

2.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA

Tem como objetivo fornecer uma visão bem ampla sobre a real capacidade de

gerar riqueza e sua forma de distribuição entre os diversos fatores de produção.

Segundo Alcântara (2010, p. 58) A DVA evidencia o quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, o quanto ela

adicionou de valor aos seus fatores de produção e quanto dessa riqueza foi

distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital) ou

retida e de que forma. A sua utilidade é notória do ponto de vista macroeconômico,

21

pois conceitualmente, o somatório dos valores adicionados de um país representa

seu Produto Interno Bruto (PIB).

Um beneficio notório dessa demonstração é que pode ser utilizada como forma de

avaliação do desempenho e de acompanhamento de agregação do valor para a sociedade, ou

seja, o quanto a empresa agregou de valor efetivamente para a sociedade no exercício.

Demonstração do Valor Adicionado

I. Geração do Valor Adicionado - Elementos: Receitas Operacionais e Não Operacionais ( - ) Custo das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos ( - ) Serviços adquiridos de Terceiros ( - ) Materiais e Insumos, Energia, Comunicação, Propaganda, etc. ( - ) Outros Valores ( = ) Valor Bruto Adicionado ( - ) Despesas de Depreciação, Amortização e Exaustão ( = ) Valor Adicionado Líquido ( + ) Valores remunerados por terceiros (Juros, Aluguéis e outros) ( = ) Valor Adicionado à Disposição da Empresa II - Distribuição do Valor Adicionado Remuneração do Trabalho Remuneração do Governo (Impostos e Contribuições ) Remuneração do Capital de Terceiros (juros, aluguéis, etc.) Remuneração do Capital Próprio (Dividendos e Lucros Retidos) Outros ( = ) Total do Valor Distribuído (igual ao total gerado)

Quadro 6 – Estrutura da Demonstração do Valor Adicionado Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 83)

Através das demonstrações contábeis bem elaboradas, os analistas utilizam as

técnicas de análise para transformar dados em informações, com o objetivo de identificar a

situação econômico financeira das empresas, possibilitando a tomada de decisões pelos

agentes econômico. Estas técnicas serão estudadas no capítulo seguinte.

22

3 TÉCNICAS DE ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise das demonstrações contábeis relaciona os principais itens e grupos das

demonstrações contábeis e deles são extraídos os chamados índices. É através dos índices que

os analistas buscam informações adicionais e maiores detalhes sobre a situação econômica e

financeira de uma entidade.

Conforme Assaf (2010, p. 41) O raciocínio básico da análise de balanços desenvolve-se por meio de técnicas

oriundas de diferentes áreas do saber (contabilidade, matemática e estatística,

principalmente). Essas técnicas apresentam uso bastante generalizado e sofrem

periodicamente um processo natural de aprimoramento e sofisticação. Métodos

empíricos de avaliação de empresas, por sua vez, alcançaram evidências cientificas

ao longo do tempo, comprovando suas validades.

As técnicas de análise de balanços são as principais ferramentas para o

desenvolvimento da avaliação econômico-financeira de uma empresa. As principais técnicas

de análise de balanços são Análise Horizontal e Vertical e Indicadores Econômicos

Financeiros.

Segundo Alcântara (2010, p. 115) A análise das Demonstrações Contábeis deve começar com um foco retrospectivo,

através da metodologia de análise horizontal e vertical, a qual servirá de etapa

preparatória para análise através de indicadores.

A análise vertical é um processo comparativo, expresso por porcentagem que se

aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável,

identificado no mesmo demonstrativo. baseia-se em valores percentuais das demonstrações

financeiras e serve para calcular o percentual de cada conta em relação a um valor-base, No

caso do Balanço patrimonial calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do

ativo. Já a análise horizontal é a comparação que se faz entre valores de uma mesma conta,

em diferentes exercícios sociais, é basicamente um processo de analise temporal,

desenvolvido por meio de números-índices, pela comparação permite-se tirar conclusões

sobre a evolução da empresa, tendo como base dois ou mais exercícios.

É recomendável que os dois tipos de análise sejam usados em conjunto.

23

Análise Vertical:

AV (%) = Estoque x 100 Ativo Total

Fonte: Matarazzo (2010, p. 171)

Análise Horizontal:

AH (%) = Ano Posterior x 100 - 100 Ano Anterior

Fonte: Matarazzo (2010, p. 172)

3.1 ANÁLISES POR MEIO DE ÍNDICES

Um índice é uma relação entre duas grandezas, facilitam sensivelmente o trabalho

do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais relevante que a

observação de montantes, por si só.

É de extrema importância uma correta classificação das contas pela contabilidade,

para elaboração de um balanço patrimonial bem estruturado, gerando assim índices de

qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores.

3.2 INDICADORES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente a

suas obrigações. Sendo assim de grande importância para a administração dar continuidade à

empresa, pois as variações destes índices devem ser motivos de estudos para os gestores.

Alcântara (2010, p. 134) comenta que “O objetivo do estudo da liquidez é avaliar

o grau de solvência da empresa, ou seja, capacidade financeira para saldar seus

compromissos.”

De acordo Assaf (2010, p. 163) “Os indicadores de liquidez evidenciam a situação

financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros.”

Atualmente estudam-se quatro tipos de índices de liquidez sendo eles Liquidez Corrente,

Seca, Geral e Imediata.

24

A) ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

Significa que, para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo, a empresa dispõe de

certa quantidade em dinheiro, estoques e valores a receber de curto prazo para pagá-la.

Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em

financiar suas necessidades de capital de giro. Liquidez Corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante

Fonte: Alcântara (2010, p. 136)

B) ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA

Significa que, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa dispõe de

certa quantidade em dinheiro e valores a receber de curto prazo para pagá-la, desconsiderando

os estoques. O quociente demonstra a porcentagem das dívidas de curto prazo em condições

de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo

circulante.

Liquidez Seca = Ativo Circulante – Estoque Passivo Circulante

Fonte: Alcântara (2010, p. 137)

C) ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL

Significa que, para cada R$ 1,00 de dívidas a curto e longo prazo, a empresa tem

valores de créditos correspondentes, suficientes ou não para saldar tais compromissos. É

utilizado também como uma medida de segurança financeira da empresa a longo prazo,

revelando sua capacidade de saldar todos seus compromissos. Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Fonte: Alcântara (2010, p. 136)

25

D) ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA

Significa que, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, quanto a empresa

dispõe das disponibilidades para liquidar de curto prazo. Revela a porcentagem das dívidas de

curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente. Liquidez Imediata = Disponibilidade Passivo Circulante

Fonte: Alcântara (2010, p. 135)

3.3 INDICADORES DE ATIVIDADES

Analisam os prazos médios dos ciclos da empresa, ou seja, quantos dias a

empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar

seus estoques. Estes prazos não devem ser analisados individualmente, mas sempre em

conjunto, pois são elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais,

tanto comerciais como financeira. Também são identificados a partir das demonstrações

financeiras, com a utilização das fórmulas a seguir:

A) PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS – PMRV

Indica quanto tempo, em média, a empresa leva para receber suas vendas, ou seja,

o tempo médio decorrido entre a venda das mercadorias ou serviços até o seu recebimento.

PMRV = Duplicatas a Receber x 360 Vendas

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 251)

B) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS - PMPC

Mostra quantos dias, em média, a empresa leva para quitar suas dívidas junto aos

fornecedores. Sendo assim, quanto maior esse prazo, melhor será para empresa compradora,

pois necessitará de menos capital de giro para manutenção dos estoques.

26

B) PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS - PMPC

PMPC = Fornecedores x 360 Compras

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 252)

C) PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES - PMRE

Indica em quantos dias, em média, as mercadorias ou produtos ficam armazenados

na empresa antes de serem vendidos. Considera-se para efeito deste estudo que o PMRE é o

somatório do prazo médio de permanecia das matérias primas no estoque antes de entrarem

no processo de produção, mais o prazo médio de fabricação dos produtos finais, mais o prazo

médio de permanências dos produtos acabados no estoque até o momento da venda.

PMRE = Estoques x 360 Custo de Mercadorias Vendidas

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 249)

D) CICLO OPERACIONAL - CO

A soma dos prazos PMRE + PMRV representa o Ciclo Operacional, que é o

tempo decorrido entre a compra e o recebimento das vendas a prazo. Cada empresa tem seu

ciclo operacional próprio, o período de tempo necessário para aquisição de mercadorias ou

matéria-prima, estocagem, produção, distribuição e recebimento do valor correspondente às

suas vendas.

CO = PMRV + PMRE

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 249)

27

E) CICLO FINANCEIRO - CF

O ciclo financeiro da empresa é calculado subtraindo o PMPC do CO, ou seja:

CF = CO – PMPC

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 255)

O ciclo financeiro, também chamado de ciclo de caixa, indica a quantidade de dias

em que a empresa necessita de financiamento dos seus ativos circulantes, quando tem que

pagar os fornecedores antes de receber dos seus clientes.

3.4 INDICADORES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

Estão relacionados a composição dos capitais, sendo próprios ou de terceiros,

medem os níveis de imobilização de recursos, buscando identificar diversas relações na

estrutura da empresa, demonstrando assim a possibilidade de a empresa elevar o ganho dos

proprietários, mediante o uso de capitais de terceiros.

A) IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - IPL

Indica quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no Ativo

Permanente. Quanto mais a empresa investir no Permanente, mais ela se torna dependente de

capitais de terceiros para seu capital de giro.

IPL = Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

Fonte: Alcântara (2010, p. 141)

Embora não mais exista a expressão “Ativo Permanente”, optou-se por esta

nomenclatura com o objetivo de contemplar as aplicações em investimento, imobilizado e

intangível. Segundo Martins, Diniz e Miranda (2012) são os três grupos de ativos mais

imóveis, e que permanecem na empresa por maior prazo.

28

B) PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS - PCT

Indica o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido,

retratando a dependência da empresa em relação aos recursos externos. Sinaliza que pode ser

vantajoso para empresa trabalhar com capital de terceiros desde que seu custo seja inferior ao

lucro conseguido com sua aplicação nos negócios.

PCT = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x 100 Patrimônio Líquido

Fonte: Alcântara (2010, p. 139)

C) COMPOSIÇÃO DE ENDIVIDAMENTO

Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago no curto prazo, em

relação às obrigações totais, isto é, as obrigações de curto prazo comparadas com as

obrigações totais.

Composição de Endividamento = Passivo Circulante x 100 Capital de Terceiros

Fonte: SILVA, Pereira (2010, p. 267)

Onde capital de terceiros é composto pelo passivo circulante e o passivo não circulante.

3.5 INDICADORES DE RENTABILIDADE

Demonstram qual a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja quanto renderam

os investimentos e qual o grau de êxito econômico da empresa.

Conforme Alcântara (2010, p. 143) É possível avaliar o desempenho global de um empreendimento através do estudo

das taxas de retorno. Esta análise busca identificação do retorno sobre as vendas e

retorno sobre o capital próprio, portanto uma avaliação não apenas da produtividade,

mas sobretudo, da lucratividade do negócio.

29

A) RENTABILIDADE DO ATIVO

Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 1,00 de investimento total.

É uma medida do potencial de geração de lucro por parte da empresa. Mede a eficiência

global da alta direção da empresa na geração de lucros com seus investimentos totais.

Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100 Ativo Total ou Ativo Médio

Fonte: Alcântara (2010, p. 145)

B) RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Indica quanto a empresa obteve de lucro para cada $1,00 de capital próprio

investido. É uma medida que revela a remuneração dos proprietários da empresa, ou seja,

apresenta o retorno que os acionistas ou quotistas estão obtendo em relação aos seus

investimentos na empresa. Considera-se vantajoso para os acionistas um investimento que

remunera a uma taxa superior ao custo de oportunidade do capital.

Rentabilidade do = Lucro Líquido x 100

Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido Médio ou Total

Fonte: Alcântara (2010, p. 146)

C) GIRO DO ATIVO

Indica o número de vezes que o ativo total ou médio da empresa girou, ou seja,

transformou-se em dinheiro, em determinado período em função das vendas realizadas.

Quanto maior se apresentar o giro, melhor terá sido o desempenho da empresa.

Giro do Ativo = Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) Ativo Total ou Ativo Médio

Fonte: Alcântara (2010, p. 143)

30

D) MARGEM LÍQUIDA

Indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 1,00 vendidos, medindo o

percentual de lucro líquido que a empresa conseguiu obter em relação ao seu faturamento,

apresentando assim o percentual de lucratividade gerado.

Margem Líquida = Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas (ou Receitas Líquidas)

Fonte: Alcântara (2010, p. 144)

E) LUCRO POR AÇÃO

É apurado basicamente pela relação entre o lucro líquido do exercício e o número

de ações emitidas pela empresa, é um indicador útil para a análise, notadamente para a

avaliação por parte dos investidores dos resultados gerados pela empresa em relação às ações

possuídas.

Lucro por Ação = Lucro Líquido do Exercício Número de Ações Fonte: Assaf (2010, p. 71)

F) ALAVANCAGEM FINANCEIRA

É a medida que avalia a capacidade da empresa em utilizar encargos fixos para

maximizar os efeitos da variação do lucro, a força da alavancagem pode aumentar o retorno

dos investimentos dos acionistas, através do uso intensivo de capital de terceiros. Alavancagem Financeira = RSPL (Retorno sobre o Patrimônio Liquido) RSA (Retorno sobre Ativo)

Fonte: Alcântara (2010, p. 151)

O cálculo do grau de alavancagem financeira (GAF) é relativamente simples, devendo

ser apurado dentro de duas perspectivas.

31

Quando a GAF for:

• GAF = 1,0: Alavancagem considerada nula.

• GAF > 1,0: Alavancagem considerada favorável.

• GAF< 1,0: Alavancagem considerada desfavorável.

3.6 INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA

A situação do equilíbrio financeiro é importante para definir o estado atual da

empresa, desenvolvido por meio indicadores extraídos essencialmente de seu ciclo

operacional.

Assaf Neto (2010, p. 182) diz que: O comportamento do capital de giro é extremamente dinâmico, exigindo modelos

eficientes e rápidos de avaliação da situação financeira da empresa. Uma

necessidade de investimento em giro mal dimensionada é certamente uma fonte de

comprometimento da solvência da empresa, com reflexos sobre sua posição

econômica de rentabilidade.

A análise da estrutura financeira de uma empresa envolve um estudo de um

conjunto de indicadores operacionais, que refletem todas as decisões tomadas com relação ao

capital de giro e seu equilíbrio financeiro.

A) NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO – NCG

Revela quanto o giro operacional está sendo financiado com recursos de terceiros.

É essencial para se avaliar o equilíbrio financeiro da empresa, ou seja, a maturidade de seus

investimentos e financiamentos. NCG = Ativo Circulante Operacional (ACO) - Passivo Circulante Operacional (PCO) Fonte: Alcântara (2010, p. 166)

Onde o ACO é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra,

produção, estocagem e venda. Já o PCO é o financiamento, também automático, que decorre

dessas atividades.

32

B) CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO - CCL

Representa a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante,

constituindo-se em uma medida estática da folga financeira de que a empresa dispõe para

liquidar seus compromissos a curto prazo. CCL = Ativo Circulante - Passivo Circulante Fonte: Assaf (2010, p. 143)

C) CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO – CGP

Representa a capacidade da empresa em financiar seu ciclo operacional com

recursos próprios. É calculada pela diferença entre o valor total dos recursos investidos nos

ativos mais imóveis, tais como Investimento, Imobilizado e Intangível e as fontes próprias

pertencentes aos acionistas, representadas pelo Patrimônio Líquido. O CCP permite

identificar o volume de carência ou folga de Capital de Giro da Empresa. CGP = Patrimônio Líquido – (Investimento + Imobilizado + Intangível)

Fonte: Alcântara (2010, p. 171)

O capítulo seguinte terá o objetivo de mostrar a metodologia utilizada na

realização do estudo das empresas, as demonstrações contábeis a serem analisadas, os índices

que serão utilizados, as empresas selecionadas e suas principais características.

33

4 METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DAS EMPRESAS

4.1 SELEÇÃO DAS EMPRESAS

As empresas estudadas são indústrias de capital aberto do estado do Ceará, que

possuem ações na Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros do estado de São Paulo –

BM&FBOVESPA e atuam em diversos segmentos. O critério de seleção levou em

consideração os maiores faturamentos, e a importância dessas empresas para a economia do

Ceará, A tabela abaixo demonstra seus faturamentos, considerando os dados do ano de 2010.

(valores em R$ do exercício de 2010)

Empresas Patrimônio

Líquido Faturamento Ativo Total M. Dias Branco S.A Com. e Ind. de Alimentos 1.760.517.000,00 2.444.000.000,00 2.361.609.000,00 Grendene S.A 1.675.666.000,00 1.604.507.000,00 1.999.297.000,00 J. Macêdo S.A 296.467.000,00 1.179.902.000,00 514.414.000,00 Vicunha Têxtil S.A 830.744.000,00 965.011.000,00 1.518.466.000,00 Quadro 7 – Listagem de Empresas Analisadas Fonte: Site Bovespa, dados de 2010.

A opção pelo setor industrial se deu em virtude da sua importância para a

economia do Estado do Ceará, principalmente as indústrias pertencentes ao subsetor de

transformação.

De acordo com dados do IPECE (2010), as empresas inseridas no subsetor da

indústria de transformação do Ceará acumularam um crescimento de 17,1%, no período 2002-

2009, que equivale a uma anual próxima de 2,0%, em termos de Valor Adicionado a preços

básicos, sendo considerada como o principal eixo impulsionador do crescimento da economia

cearense. Os segmentos calçadistas e têxteis tiveram uma participação de 12,7% no PIB do

Estado, transformando-os em importantes polos industriais. Além de que outras atividades

têm tido destaque na economia cearense, como no caso de: Produtos Alimentícios; Couro e

Peles; e Vestuário.

O fato destas empresas possuírem capital aberto facilitou a realização desta

pesquisa, haja vista que, obrigatoriamente devem publicar os seus relatórios contábeis

anualmente. Entende-se por empresa de capital aberto, a sociedade anônima cujo capital

social é formado por ações, com registro apropriado junto à Comissão de valores mobiliários

34

– CVM, e está autorizada a ter seus valores mobiliários negociados junto ao público, tanto em

bolsas de valores, quanto no mercado de balcão. Quem adquirir essas ações torna-se sócio da

sociedade, porém seus poderes ficam restritos à quantidade de ações adquiridas, geralmente a

quantidade disponibilizada no mercado são para sócios minoritários.

O lançamento de valores mobiliários é uma alternativa utilizada para captação de

recursos, viabilizando o acesso a investidores potenciais, tanto no Brasil como no exterior,

gerando assim recursos que poderão ser destinados ao financiamento de projetos, expansão,

mudança de escala ou diversificação de seus negócios, ou mesmo à reestruturação financeira.

A abertura de capital representa uma redução de riscos visto que uma companhia

aberta é menos afetada pela volatilidade econômica e seus executivos tem maior facilidade

para planejar, sem que energia e criatividade sejam consumidas totalmente na administração

das pressões diárias dos compromissos financeiros. Fonte: Bovespa (Acesso em 10.11.2011)

O desenvolvimento econômico está relacionado com um aumento da eficiência da

economia, onde o mercado de capitais tem fundamental importância, pois é a forma mais

eficiente de captar recursos e direciona-los para as atividades mais produtivas.

No Brasil, o mercado de capitais tem tido forte expansão nos últimos anos, porém

a participação dessa fonte no total de investimentos do país terá de ser bem maior, se quiser

continuar crescendo em ritmo acelerado nos próximos anos.

O PIB brasileiro encerrou 2010 com crescimento superior a 7%, melhor resultado

desde 1986. Esse dado reflete a consolidação da recuperação da economia nacional, após um

impacto intenso, embora relativamente breve, da crise financeira global no Brasil. O mercado

de trabalho foi destaque em 2010, com geração líquida de 2,5 milhões de empregos formais

concentrada em serviços e no comércio, proporcionando um aumento da massa salarial, que

aliada à confiança do consumidor, proporcionou forte demanda para o consumo das famílias.

O cenário mundial também encerrou 2010 de maneira positiva, com as economias

mais maduras mostrando recuperação mais consistente e as emergentes liderando o

crescimento global.

Um dos fatores competitivos do Estado do Ceará é a posição geográfica dos

portos do Pecém e de Mucuripe que facilitam para as exportações. Além do apoio de

instituições como Sindindústria, Sebrae, governo estadual e municipal, SENAI, Banco do

Brasil e Banco do Nordeste S/A.

A migração das empresas do setor do Sul e Sudeste para o Estado do Ceará ocorre

devido aos incentivos fiscais e do baixo custo de mão-de-obra, e demostra fatores positivos

35

para o estado, sendo um deles a geração de empregos. Em termos sociais, o governo adotou

uma estratégia de pulverizar a instalação de empresas entre várias cidades, buscando com

isso, a criação de uma renda familiar nos municípios menos desenvolvidos.

4.2 PERÍODO ANALISADO

Este trabalho englobou os exercícios de 2008 a 2010, tendo em vista que no

momento da análise dos dados, as empresas foco deste trabalho ainda não haviam

disponibilizado as demonstrações financeiras padronizadas relativas ao ano de 2011 no site da

Bovespa.

Segundo Matarazzo (2010, p. 69) a quantidade de exercícios sociais analisados

varia de acordo com o propósito da análise a ser desenvolvida. Para Mario (2010, p.9) para

obter um diagnóstico da situação econômico financeira de uma empresa é desejável a

utilização de pelo menos três períodos.

4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E INDICADORES UTILIZADOS

As Demonstrações Contábeis utilizadas no presente estudo são o Balanço

Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, que evidenciam a situação

financeira e econômica, respectivamente, suficientes para atender plenamente os objetivos

propostos.

Dos indicadores apresentados no capítulo anterior, os Índices de Liquidez, de

Estrutura e de Rentabilidade, serão suficientes para extrair as informações necessárias para

identificar o desempenho econômico financeiro das empresas selecionadas.

De acordo com Marion (2010) só é possível conhecer a situação econômico-

financeira de uma empresa por meio de três pontos fundamentais de análise: Liquidez

(Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e Endividamento (Estrutura de

Capital), os quais constituem tripé decisório da empresa.

Para Matarazzo (2010, p. 82) “o importante não é o cálculo de grande número de

índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da empresa segundo

o grau de profundidade desejada.”

36

4.4 PADRONIZAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Para obtenção de uma análise mais eficiente, antes de calcular os índices, as

demonstrações financeiras devem ser organizadas e preparadas para a análise através de

padronizações. Com este procedimento obtêm-se informações mais claras e detalhadas para

gerentes e dirigentes de uma empresa.

De acordo com Matarazzo (2010, p. 136) “a padronização consiste em:

simplificação, comparabilidade, adequação aos objetivos da análise, precisão na classificação

de contas, auxilia a descoberta de erros e proporciona a intimidade do analista com as

demonstrações financeiras”.

Com esse cuidado serão minimizados os erros operacionais que porventura

tenham sido cometidos pela contabilidade, obtendo-se um resultado mais próximo possível da

realidade da empresa, mais claro e preciso, para auxiliar nas tomadas de decisões. E com isso

apresentar um trabalho dinâmico no qual envolve seriedade e perfeição no desenvolvimento

da análise.

O modelo ou padrão previamente definido tem como objetivo atender as diretrizes

técnicas internas das instituições ou do profissional independente que esteja desenvolvendo a

análise para atender a determinada finalidade, como uma decisão de investimento ou decisão

de crédito, entre outros objetivos.

Para estudo utilizar-se-á um modelo de Balanço Patrimonial e de Demonstração

do Resultado sugerido por Matarazzo (2010), conforme segue:

Balanço Patrimonial 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

ATIVO

Ativo Circulante

Disponibilidades

Clientes

Estoques

Despesas antecipadas

Ativo Não Circulante

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Realizável a longo prazo

Aplicações financ. avaliadas a valor justo

Tributos Diferidos

Outros ativos não circulantes

Investimentos

Imobilizado

Intangível

Balanço Patrimonial 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

PASSIVO

Passivo circulante

Obrigações trabalhistas

Fornecedores

Obrigações fiscais a recolher

Empréstimos e Financiamentos

Outras obrigações

Passivo Não Circulante

Empréstimos e Financiamentos

Tributos Diferidos

Provisões

Outras obrigações

Patrimônio líquido

Capital Realizado

Reservas de capital

Reservas de Lucros

Ajustes acumulados de conversão

Lucros/Prejuízos Acumulados Quadro 8 – Balanço Patrimonial – Modelo Padrão Fonte: Matarazzo (2010, p. 70)

Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

Receita operacional bruta

(-) Deduções

Receita operacional líquida

38

(-) Custos do Produtos Vendidos

Lucro bruto

(-) Despesas operacionais

Vendas

Depreciação e Amortização

Gerais e Administrativas

Outras receitas operacionais

Outras despesas operacionais Lucro / Prejuízo operacional antes resultado financeiro

(-) Resultado financeiro líquido

Receitas financeiras

Despesas financeiras

Lucro / Prejuízo antes do IRCS

(+/-) Imposto de Renda e Contribuição social

Lucro / Prejuízo líquido do exercício (+/-) Quadro 9 – Demonstração do Resultado do Exercício – Modelo Padrão Fonte: Matarazzo (2010, p. 71)

A reclassificação é o ato de analisar e reagrupar as contas quando necessário.

Segundo Matarazzo (2007, p. 136) “se o analista conhecer os principais itens de manipulação

dos balanços desconfiará das rubricas citadas e solicitará esclarecimentos à empresa em

análise, na duvida deverá reclassificá‐las”.

Com afirmação de Assaf Neto (2107, p. 126) tem‐se que “dessa maneira, é

sugerido o reagrupamento de algumas contas do demonstrativo, com o objetivo de tornar o

balanço mais homogêneo e consistente para o processo de análise econômico‐financeira”.

Sendo assim a reclassificação e o reagrupamento se torna obrigatoriamente necessária, para a

análise.

O ato de padronizar as demonstrações contábeis e reclassificar as contas quanto

necessário, facilitar para a realização do cálculo dos índices, diminui erros operacionais, tanto

do analista, como de classificação de contas cometidos pela contabilidade, bem como se

obtendo um resultado mais próximo possível da realidade da empresa, mais claro e preciso,

para auxiliar nas tomadas de decisões. E com isso apresentar um trabalho dinâmico no qual

envolve seriedade e perfeição no desenvolvimento da análise.

39

4.5 IDENTIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

4.5.1 M. DIAS BRANCO S.A COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

A M. Dias Branco S.A comércio e indústria de alimentos, com sede na capital

Fortaleza, foi fundada há mais de 60 anos, atualmente possui 12 unidades fabris localizadas

em sete estados do país, no ano de 2006 a empresa abril seu capital, tornando então uma

sociedade anônima de capital aberto, atua na fabricação, comercialização e distribuição de

produtos alimentícios derivados do trigo, especificamente biscoitos, massas, farinha e farelo

de trigo.

É líder nacional nos mercados de biscoitos e de massas no Brasil, em termos de

volume de vendas (em toneladas) e em faturamento (em R$), também possui uma

participação relevante no mercado brasileiro de farinha e farelo de trigo, uma das suas

principais matérias-primas.

A companhia acredita estar entre as três maiores empresas de produção de farinha

e farelo de trigo no País e tem realizado expansões estratégicas ao longo dos anos, por meio

da construção programada de novas unidades industriais e comerciais espalhadas por todo o

País, além de aquisições.

Sua liderança e posição relevante nas linhas de produtos que atua, estão

associadas, principalmente à força de suas marcas, que é conhecido junto ao seu público

consumidor, tais como Richester, Fortaleza e Vitarella líderes no Nordeste do Brasil.

Juntamente com sua abrangência para atender os mais diferentes mercados, tanto populares

quanto premium. O Brasil é o seu principal mercado, e foi responsável por 99,8% da receita

líquida da Companhia em 2010.

Hoje a M. Dias Branco, após mais de sessenta anos de mercado, é uma empresa

com cobertura nacional, líder de mercado no seu segmento de atuação, com processo

produtivo verticalizado, marcas fortes, sistema de distribuição com grande penetração no

micro e pequeno varejo, flexibilidade de produção, certificações que asseguram a qualidade

de processos e produtos, além de uma equipe de executivos experientes e alinhada com os

interesses de seus acionistas.

40

A Companhia negocia suas ações na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

(BM&FBOVESPA), com o código MDIA3, listadas no segmento do Novo Mercado. Em 31

de dezembro de 2010 haviam 28.419.196 ações em circulação no mercado, representando

25,05% do capital total da Companhia, cotadas a R$ 39,50 cada, totalizando R$ 1.122,6

milhões. A média do volume diário negociado neste período foi de R$ 3,538 milhão.

4.5.2 GRENDENE S.A

A Grendene S.A, com sede na capital Fortaleza, com 40 anos de existência, foi

fundada inicialmente em Farroupilha, no interior do Rio Grande do Sul, atualmente possui

seis unidades industriais, compostas por 12 fábricas de calçados, é uma sociedade anônima de

capital aberto desde 2004, e atua na fabricação de calçados em geral. É detentora de marcas

reconhecidas e de sucesso, como Melissa, Rider, Grendha, Ilhabela, Ipanema e Zaxy. Atua

ainda com licenciamentos de celebridades e personagens do universo infanto-juvenil.

É uma das maiores produtoras mundiais de calçados, é totalmente integrada e

possui tecnologia própria e exclusiva na produção de calçados. Sua logística atinge tanto o

território nacional como o exterior. Possui uma fábrica de PVC, para o fornecimento de

matéria prima na produção de suas mercadorias, com uma ampla rede de distribuição,

incluindo representantes comerciais, distribuidores e exportações diretas vias subsidiarias no

exterior.

Ao longo dos seus 40 anos de historia, a Grendene possui uma gestão

profissionalizada, composta por profissionais capacitados, que buscam as tendências de moda

em nível global, buscando sempre maximizar o retorno dos acionistas de forma sustentável e

com compromisso de responsabilidade social e ambiental. Em 2010 a Grendene foi

reconhecida por várias instituições locais, nacionais e internacionais pelo seu desempenho em

diversos setores de atuação.

Suas ações são negociadas no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo

(BOVESPA), sob o símbolo GRND3, desde 29 de outubro de 2004, sua política de

negociação com valores mobiliários tem por objetivo estabelecer diretrizes e procedimentos a

serem observados pela Companhia e pessoas a ela vinculadas.

No ano de 2010 foram negociadas 26,5 milhões de ações ordinárias, 24,3 mil

negócios o que representou um volume financeiro de R$228,5 milhões. As médias diárias

foram de 107,1 mil ações ordinárias, volume financeiro R$925,3 mil e 98 negócios.

41

4.5.3 J. MACÊDO S.A

A J. Macêdo S.A, com sede na capital Fortaleza, possui mais de 70 anos de

história, é uma sociedade anônima de capital aberto desde 2007 e atua no setor de

Industrialização de massas alimentícias, farinhas e misturas para bolo domésticas. É

considerada a maior processadora de trigo no Brasil e uma das maiores compradoras privadas

de trigo do mundo.

Uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil, com um portfólio composto

por marcas fortes e nacionais tais como Dona Beta, Sol, Brandini entre outras, que atendem às

necessidades e desejos de todos os perfis de consumidores, de Norte a Sul do País.

A empresa optou por substituir as marcas regionais por uma única que tivesse

força nacional e lançou a farinha de trigo Dona Benta, com a qual conquistou a liderança de

mercado e ingressou em novas categorias de alimentos: misturas para bolo, fermentos e

massas.

Em 2004, firmou acordo operacional com a Bunge Alimentos, uma das principais

empresas do setor de alimentos e agronegócios do mundo, e, juntas, tornaram-se a maior

processadora de trigo no Brasil e uma das maiores compradoras privadas de trigo do mundo.

Com esta negociação, agregou a seu portfólio grandes marcas como Petybon e Sol.

Obteve o 12º lugar entre as maiores empresas do País que geram maiores

dividendos, ou seja, que melhor remuneram seus acionistas em porcentagem sobre o lucro.

Entre as empresas de bens de consumo, foi classificada em 5º lugar em liquidez corrente,

também é considerada pela publicação a 3ª empresa do Ceará no critério de riqueza em

dólares gerado por cada empregado.

4.5.4 VICUNHA TÊXTIL S.A

A Vicunha têxtil, com mais de 40 anos de mercado, é uma sociedade anônima de

capital aberto desde 1971, com sede na cidade de Maracanaú, possui unidades espalhadas pelo

Brasil e uma fábrica no Equador, com filiais de vendas na Argentina, e atua na fabricação de

índigo, brim, fios, linhas e malhas.

É uma das três maiores indústrias têxteis do mundo e líder em diversos

segmentos, está entre os principais fabricantes mundiais de índigos e brins. Possui um

42

moderno parque industrial, investindo constantemente em tecnologia e na capacitação de seus

8 mil profissionais. Atualmente responde 40% da produção brasileira de Índigo, sendo

também uma das maiores produtoras mundiais.

A companhia preocupa-se ainda com a responsabilidade social, atuando em

projetos na área da educação, motivação dentre outros, Também atua na gestão ambiental com

os princípios fundamentais de preservação do meio ambiente. Potencializa ainda a utilização

de recursos naturais reduzindo ao máximo a geração de resíduos oriundos de suas atividades e

realiza o armazenamento e destinação ambientalmente responsáveis, através de programas

como o 3R´s Redução, Reutilização e Reciclagem.

A Política do Sistema Integrado de Gestão da Vicunha tem como foco principal a

satisfação de seus clientes, estabelecendo compromissos permanentes com a qualidade e

excelência de seus produtos e serviços, respeitando o meio ambiente e a saúde dos seus

colaboradores. Além disso, capacitação e valorização de seus colaboradores e melhoria

tecnológica são, também, requisitos para o seu desenvolvimento.

Possui ainda as certificações ISO9001, ISO14001 e detém ainda o selo verde que

acrescentam valor à empresa e a seus produtos, gerando benefícios para os clientes que têm a

certeza de estarem recebendo produtos de boa qualidade e alinhados com a preservação

ambiental.

Os resultados no exercício 2010 são os melhores dos últimos anos, tendo

registrado um lucro liquido de 70 milhões, melhora significativa se comparado ao resultado

de 2009, quando apresentou um prejuízo de 5 milhões.

A Companhia negocia suas ações na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros

(BM&FBOVESPA), com os códigos VINE3, VINE5 e VINE6, listadas no segmento do Novo

Mercado. Em 31 de dezembro de 2010 haviam 42.315.023 ações em circulação no mercado.

43

5 ANÁLISE DOS ÍNDICES

Neste estudo, foram analisadas o Balanço Patrimonial e a Demonstração do

resultado do exercício, referentes aos três últimos anos, apresentam-se a seguir os indicadores

que serão utilizados na análise dessas empresas. Demonstrando as análises vertical e

horizontal e ainda os indicadores de liquidez, que demonstram a capacidade de pagamento, Os

indicadores de estrutura de capital que dizem respeito ao endividamento e à alavancagem e os

indicadores de rentabilidade que medem a capacidade de operação de modo rentável.

A seguir, serão expostos o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado

do Exercício, resumidas de cada empresa, após padronização e reclassificação, para em

seguida serão realizados os cálculos dos índices e suas devidas análises.

5.1 Empresa M. Dias Branco S.A Comércio e Indústria de Alimentos

Balanços Patrimoniais

Findos 31 de Dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

ATIVO 2.347.792 2.258.006 2.361.609

Ativo Circulante 747.969 650.243 680.397

Disponibilidades 92.641 58.761 54.372

Clientes 383.430 322.411 359.921

Estoques 271.117 268.799 264.499

Despesas antecipadas 781 272 1.605

Ativo Não Circulante 1.599.823 1.607.763 1.681.212

Realizável a longo prazo 198.853 151.058 145.950

Aplicações financ. avaliadas a valor justo 5.572 6.118 10.578

Tributos Diferidos 23.722 29.789 27.010

Outros ativos não circulantes 169.559 115.151 108.362

Investimentos 127 127 127

Imobilizado 843.225 899.056 977.706

Intangível 557.618 557.522 557.429

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

44

PASSIVO 2.347.792 2.258.006 2.361.609

Passivo circulante 711.628 463.700 287.251

Obrigações trabalhistas 43.416 61.865 62.132

Fornecedores 52.016 55.218 62.380

Obrigações fiscais a recolher 32.924 33.624 47.403

Empréstimos e Financiamentos 543.498 245.007 41.013

Outras obrigações 39.774 67.986 74.323

Passivo Não Circulante 433.268 307.009 313.841

Empréstimos e Financiamentos 389.969 260.862 235.187

Tributos Diferidos 0 1.668 26.403

Provisões 34.846 39.636 47.683

Outras obrigações 8.453 4.843 4.568

Patrimônio líquido 1.202.896 1.487.297 1.760.517

Capital Realizado 725.608 728.336 746.529

Reservas de capital 126.398 124.701 123.171

Reservas de Lucros 366.888 648.755 897.049

Ajustes acumulados de conversão 340 -852 52

Lucros/Prejuízos Acumulados -16.338 -13.643 -6.284 Quadro 10 – Balanços Patrimoniais de 2008 a 2010. Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Demonstrações dos Resultados

Exercícios findos 31 de dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

Receita operacional bruta 2.835.624 2.788.784 2.887.460

(-) Deduções -643.053 -440.886 -443.460

Receita operacional líquida 2.192.571 2.347.898 2.444.000

(-) Custos do Produtos Vendidos -1.372.286 -1.352.927 -1.423.723

Lucro bruto 820.285 994.971 1.020.277

(-) Despesas operacionais -537.707 -575.226 -607.542

Vendas -395.947 -451.567 -446.815

Depreciação e Amortização -7.874 -4.540 -5.819

Gerais e Administrativas -142.729 -129.502 -142.327

Outras receitas operacionais 15.426 30.545 12.367

45

Outras despesas operacionais -6.583 -20.948 -24.948 Lucro / Prejuízo operacional antes resultado financeiro 282.578 419.745 412.735

(-) Resultado financeiro líquido -46.556 -13.296 -15.851

Receitas financeiras 261.876 127.906 39.392

Despesas financeiras -308.432 -141.202 -55.243

Lucro / Prejuízo antes do IRCS 236.022 406.449 396.884

(+/-) Imposto de Renda e Contribuição social -21.796 -54.895 -45.243

Lucro / Prejuízo líquido do exercício (+/-) 214.226 351.554 351.641 Quadro 11 – Demonstração do Resultado do Exercício de 2008 a 2010. Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Análise Vertical e Horizontal

Análise Vertical (%) Análise Horizontal (%)

2008 2009 2010 2009/2008 2010/2009

Ativo Circulante 32 29 29 -13 5

Disponibilidades 4 2 2 -37 -7

Clientes 16 14 15 -16 12

Estoques 11 12 11 -1 -2

Ativo Não-Circulante 68 71 71 0,5 5

Realizável a longo prazo 8 7 6 -24 -3

Investimentos 0,01 0,01 0,01 0 0

Imobilizado 36 40 41 7 9

Intangível 24 25 24 -0,02 -0,02

Passivo Circulante 30 21 12 -35 -38

Fornecedores 2 2 3 6 13

Emprest. e Financiamentos 23 11 2 -55 -83

Obrigações Fiscais 1 1 2 2 41

Passivo Não Circulante 18 14 13 -29 2

Emprest. e Financiamentos 17 12 10 -33 -10

Tributos Diferidos 0 0,07 1 166 1.483

Patrimônio Líquido 51 66 75 24 18

Capital Social 31 32 32 0,3 2

46

Reservas de Lucro 16 29 38 77 38

Reservas de Capital 5 5 5 -1 -1 Tabela 01: Cálculos da análise vertical e horizontal da empresa M. Dias Branco. Fonte: Elaborada pela autora.

De acordo com o cálculo da análise vertical, a empresa trabalha com uma média

de 64% de capital próprio e o grupo no ativo que tem maior participação é o imobilizado, por

conta do maquinário necessário para fabricação de seus produtos, enquanto no passivo é o

circulante. A empresa vem ainda reduzindo seu passivo nos últimos anos, por conta da

quitação de seus empréstimos, assim como o crescimento do patrimônio liquido, que se da por

conta das reservas de lucros.

Em relação a análise horizontal, a maior parte das contas do ativo tiveram

aumento, mostrando assim um fator positivo, já no passivo, o circulante teve uma redução que

é um fator positivo, apesar do pequeno crescimento do não circulante, a empresa se mantém

em uma situação positiva, visto que vem reduzindo suas obrigações.

Índices de Liquidez (R$)

Ano Corrente Seca Geral Imediata

2008 1,05 0,67 0,83 0,13

2009 1,40 0,82 1,04 0,13

2010 2,37 1,45 1,37 0,19 Tabela 02: Cálculos de índices de liquidez da empresa M. Dias Branco. Fonte: Elaborada pela autora.

Os índices de liquidez obtidos demonstraram que a empresa vem melhorando nos

últimos três anos, haja vista que, de acordo com os dados de 2010, para cada R$1,00 de

obrigações de curto prazo a empresa dispõe de R$ 2,37 de ativo de curto prazo e R$ 1,45 de

ativo de curto prazo desconsiderando os estoques, sendo assim capaz de quitar suas

obrigações a curto prazo. A situação é bem semelhante para as obrigações no longo prazo,

pois a liquidez geral também vem aumentando sendo suficiente para quitação das obrigações

também a longo prazo.

A empresa encontra-se então em situação bastante confortável, pois todos os

resultados estão positivos, podendo assim liquidar todas as suas obrigações.

47

Índices de Rentabilidade

Rentabilidade Rentabilidade Giro do Margem Lucro

Ano do Ativo(%) do PL(%) Ativo (R$) Líquida(%) por Ação(R$)

2008 9 18 0,93 10 1,86

2009 15 24 1,03 15 3,10

2010 15 20 1,03 14 3,10 Tabela 03: Cálculos de índices de rentabilidade da empresa M. Dias Branco. Fonte: Elaborada pela autora.

A taxa de rentabilidade do ativo indica que para cada R$ 100,00 de investimento

total a empresa se manteve com um lucro de 15% nos últimos dois anos, Já a rentabilidade do

patrimônio líquido vem variando com um aumento de 6% de 2008 a 2009, e uma queda de

4% de 2009 a 2010, mostrando que para cada R$ 100,00 de capital próprio investido a

empresa obteve 20% no último ano.

O giro do ativo indica que para cada R$ 1,00 investido a empresa vendeu uma

média de R$ 1,03 nos últimos dois anos, mostrando que o ativo gira praticamente uma vez a

cada ano, na Margem líquida houve um aumento 2008 a 2009 de 5% porém em 2010 já houve

uma pequena perda, onde o índice de 14% representa que para cada R$ 100,00 vendidos a

empresa conseguiu trazer um retorno de R$ 14,00.

Quanto ao lucro por ação, mostrou uma melhora de 2008 a 2009, e em 2010

manteve o mesmo valor de 2009, consequentemente manteve um índice bastante significativo.

Índices de Estrutura de Capitais (%)

Imobilização Participação no Composição do Endividamento

Ano do PL Capital de Terceiros Endividamento Bancário

2008 116 95 62 78

2009 98 52 60 34

2010 87 34 48 16 Tabela 04: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa M. Dias Branco Fonte: Elaborada pela autora.

Na imobilização do patrimônio liquido, a empresa em estudo teve um índice de

87% em 2010, significa que para cada R$ 100,00 de Patrimônio Liquido a firma investiu R$

48

87,00 em investimentos, imobilizado e intangíveis, isto é, 87% dos recursos próprios não está

em giro. Isso se dá devido ao maquinário que a empresa utiliza para produção de seus

produtos, que é uma característica das indústrias.

A participação no capital de terceiros, vem caindo, que é um fator positivo, pois

para cada R$ 100,00 de capital investido a empresa tomou R$ 34,00 de capital de terceiros, no

exercício de 2010, sendo assim a maior parte está financiada pelo capital próprio.

Na composição do endividamento, a empresa vem mostrando uma redução

considerável, de 12% de 2009 para 2010, mostrando que a maior parte de suas dívidas

encontram-se a longo prazo, assim ela terá mais tempo para buscar ou gerar recursos para

saldá-las, ou seja apresenta um endividamento de boa qualidade.

Visão Geral

Conclui-se então que a empresa M. Dias Branco encontra-se em situação positiva,

pois seus índices de liquidez estão favoráveis, demonstrando que a empresa teria como saldar

suas dívidas e ainda dispõe de uma folga, Mostrando ainda crescimento desses índices nos

últimos anos. Com relação a margem líquida apesar da pequena queda de 2009 a 2010,

mantém-se em um padrão positivo. O grau de imobilização do patrimônio líquido vem caindo,

mas ainda absorve grande parte do patrimônio, no entanto é uma característica das empresas

industriais. O endividamento que também vem sofrendo redução, fechou o último ano com

percentual de 48%, assim como a participação do capital de terceiros que obteve uma redução

de 36% nos períodos analisados. Refletem, portanto uma situação positiva.

5.2 Análise da empresa Grendene S.A

Balanços Patrimoniais

Findos 31 de Dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

ATIVO 1.650.027 1.764.469 1.999.297

Ativo Circulante 1.443.937 1.548.511 1.783.675

Disponibilidades 44.526 30.765 47.296

Aplicações financeiras 755.272 763.594 983.430

Clientes 464.371 571.480 557.546

49

Estoques 141.976 148.571 149.036

Tributos a recuperar 26.896 20.421 18.863

Despesas antecipadas 370 767 1.317

Outros ativos 10.526 12.913 26.187

Ativo Não Circulante 206.090 215.958 215.622

Realizável a longo prazo 20.574 23.038 19.532

Clientes 2.021 1.588 70

Tributos Diferidos 16.764 18.474 15.540

Outros Valores 1.789 2.976 3.922

Investimentos 865 873 877

Imobilizado líquido 174.141 179.638 181.828

Intangível 10.510 12.409 13.385

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

PASSIVO 1.650.027 1.764.469 1.999.297

Passivo circulante 213.228 257.768 302.816

Obrigações sociais e trabalhistas 41.945 63.888 53.352

Fornecedores 17.973 40.009 31.687

Obrigações fiscais a recolher 7.460 9.143 7.746

Empréstimos e Financiamentos 112.780 97.378 163.467

Outras obrigações 31.834 46.047 45.461

Provisões 1.236 1.303 1.103

Passivo Não Circulante 118.719 42.132 20.815

Empréstimos e Financiamentos 111.191 33.188 14.766

Tributos Diferidos 7.528 7.644 4.049

Provisões 0 1.300 2.000

Patrimônio líquido 1.318.080 1.464.569 1.675.666

Capital Realizado 1.097.199 1.226.760 1.231.302

Reservas de capital 255 1.086 1.953

Reservas de Lucros 205.417 230.870 449.557

Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 2.939 -1.059

Ajustes acumulados de conversão 484 -7.881 -8.552

Outros resultados abrangentes 385 173 2.465

50

Lucros/Prejuízos Acumulados 14.340 10.622 0 Quadro 12 – Balanço Patrimonial da empresa de 2008 a 2010. Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Demonstrações dos Resultados

Exercícios findos 31 de dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

Receita operacional bruta 1.576.035 1.819.362 1.998.586

(-) Deduções -326.172 -363.605 -394.079

Receita operacional líquida 1.249.863 1.455.757 1.604.507

(-) Custos do Produtos Vendidos -731.193 -889.711 -953.261

Lucro bruto 518.670 566.046 651.246

(-) Despesas operacionais -352.793 -413.862 -442.833

Vendas -306.442 -356.275 -377.010

Gerais e Administrativas -50.790 -58.977 -61.878

Outras receitas operacionais 11.328 3.200 3.368

Outras despesas operacionais -6.889 -1.810 -7.313 Lucro / Prejuízo operacional antes resultado financeiro 165.877 152.184 208.413

(-) Resultado financeiro líquido 84.238 135.624 122.469

Receitas financeiras 221.701 211.763 178.402

Despesas financeiras -137.463 -76.139 -55.933

Lucro / Prejuízo antes do IRCS 250.115 287.808 330.882

(+/-) Imposto de Renda e Contribuição social -10.699 -15.707 -18.415

Lucro / Prejuízo líquido do exercício (+/-) 239.416 272.101 312.467 Quadro 13 – Demonstração do Resultado do Exercício da empresa de 2008 a 2010. Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Análise Vertical e Horizontal

Análise Vertical (%) Análise Horizontal (%)

2008 2009 2010 2009/2008 2010/2009

Ativo Circulante 88 88 89 7 15

Disponibilidades 51 45 48 -0,7 30

51

Clientes 28 32 28 23 -2

Estoques 7 8 9 5 0,3 Realizável a longo prazo 1,3 1,3 1,0 12 -15

Investimentos 0,05 0,05 0,04 0,90 0,50

Imobilizado 11 10 9 3 1

Intangível 0,6 0,7 0,7 18 8

Passivo Circulante 13 15 15 21 17

Fornecedores 1 2,3 1,6 122 -21 Emprest. e Financiamentos 7 5 8 -14 68

Obrigações Fiscais 0,4 0,5 0,4 23 -15

Passivo Não Circulante 7,2 2,4 1,0 -64 -50 Emprest. e Financiamentos 7 1,9 0,7 -70 -55

Tributos Diferidos 0,4 0,4 0,2 1,00 -47,00

Patrimônio Líquido 80 83 84 11 14

Capital Social 66 70 62 12 0,4

Reservas de Lucro 12 13 22 12 95

Reservas de Capital 0,01 0,06 0,09 325 80 Tabela 05: Cálculos de Análise Vertical e Horizontal da empresa Grendene.

Fonte: Elaborada pela autora.

De acordo com o cálculo da análise vertical, a empresa trabalha com índice baixo

de capital de terceiros, a maior parte se dá com capital próprio, que é fator muito positivo para

empresa. O grupo com maior participação no ativo é o circulante, por conta das aplicações

financeiras, e no passivo também é o circulante, por conta de empréstimos. A empresa teve

um aumento em seu passivo, por conta de empréstimos realizados em 2010. Demonstra

também crescimento no patrimônio líquido, que ocorre por conta das reservas de lucro.

Em relação a análise horizontal, O ativo circulante obteve um aumento significativo, nas

disponibilidades, o realizável a longo prazo sofreu uma queda no ano de 2010, já no passivo,

o circulante e não circulante tiveram uma redução, a empresa se mantém em uma situação

positiva, visto que vem reduzindo suas obrigações, e aumentando seus lucros.

52

Índices de Liquidez (R$)

Ano Corrente Seca Geral Imediata

2008 6,77 6,10 4,41 3,75

2009 6,00 5,43 6,15 3,08

2010 5,89 5,39 5,57 3,40 Tabela 06: Cálculos de Índices de Liquidez da empresa Grendene.

Fonte: Elaborada pela autora.

Os índices de liquidez obtidos mostram uma pequena redução nos últimos anos,

porém não alteram a situação bastante favorável em que a empresa se encontra, de acordo

com os dados de 2010 para cada R$ 1,00 de obrigações a empresa dispõe de R$ 5,89 de

liquidez corrente, R$ 5,39 de liquidez seca e ainda R$ 5,57 de geral, sendo assim capaz de

quitar todas as suas obrigações a curto prazo e longo prazo.

A empresa encontra-se então em situação bastante confortável, pois todos os

indicadores de liquidez calculados estão positivos, podendo assim liquidar todas as suas

obrigações com seus ativos, inclusive utilizando apenas as suas disponibilidades.

Índices de Rentabilidade

Rentabilidade Rentabilidade Giro do Margem Lucro

Ano do Ativo(%) do PL(%) Ativo (R$) Líquida(%) por Ação

2008 15 18 7,57 19 0,7960

2009 15 19 8,25 19 0,9052

2010 16 19 8,02 19 1,0388 Tabela 07: Cálculos de Índices de Rentabilidade da empresa Grendene.

Fonte: Elaborada pela autora.

A rentabilidade do ativo indica que para cada R$ 100,00 de investimento total a

empresa obteve um lucro de 15% , assim como a rentabilidade do patrimônio líquido que

também se mantém em 19%, mostrando assim que para cada R$ 100,00 de capital próprio

investido a empresa obteve uma média de 15% de lucro para os acionistas.

53

O giro do ativo indica que para cada R$ 1,00 investido a empresa vendeu uma

média de R$ 0,80 nos últimos dois anos, demonstrando que os ativos não estão girando. A

Margem líquida se manteve no percentual de 19% nos últimos três anos, onde para cada R$

100,00 vendidos a empresa conseguiu auferir um lucro de R$ 19,00.

Sua situação encontra-se positiva, e esses resultados positivos estão expressos no

aumento dos lucros por ação, que vem aumentando a cada ano.

Índices de Estrutura de Capitais (%)

Imobilização Participação no Composição do Endividamento

Ano do PL Capital de Terceiros Endividamento Bancário

2008 14 25 64 59

2009 13 20 86 53

2010 12 19 94 51 Tabela 08: Cálculos de Índices de Estrutura de Capitais da empresa Grendene

Fonte: Elaborada pela autora.

A imobilização do patrimônio liquido, apresenta-se decrescente ao longo do

período, ou seja, caindo cerca de 1% ao ano, sendo assim para cada R$ 100,00 de Patrimônio

Líquido a firma investiu R$ 12,00 em investimentos, imobilizado e intangíveis, isto é 12%

dos recursos próprios não estão em giro no ano de 2010.

Observa-se que os índices de participação no capital de terceiros, vêm em queda

continua, que é um fator positivo, mostrando que a empresa está conseguindo reduzir o capital

de terceiros, pois para cada R$ 100,00 de capital investido a empresa tomou R$ 19,00 de

capital de terceiros, ou seja, a maior parte está financiada pelo capital próprio.

Na composição do endividamento, a empresa vem mostrando um aumento

considerável, com 94% referente a 2010, mostrando que a maior parte de suas dívidas

encontram-se a curto prazo, que é um fator negativo se não fossem os índices de liquidez, que

demonstram valores suficientes para quitação dessas obrigações.

54

Visão Geral

Conclui-se então que a empresa Grendene encontra-se em situação bastante

favorável, pois seus índices de liquidez estão todos positivos, demostrando que a empresa

teria como saldar suas dívidas e ainda dispõe de folgas generosas. Mostrando ainda

crescimento desses índices nos últimos anos, Com relação a margem líquida vem mantendo

um padrão de 19%, já o grau de imobilização do patrimônio líquido vem caindo, e no último

ano absorveu somente 12% do seu patrimônio líquido. O endividamento mostrou aumento no

ano de 2010, que pode ser explicado pela aquisição de empréstimos utilizados para

investimentos em publicidade e propaganda, mas que não muda a situação da empresa já que

seus índices de liquidez estão auto suficientes. A participação do capital de terceiros também

encontra-se em constante redução mantendo-se em percentual inferior a 20% no último ano.

Mostrando assim bons resultados.

5.3 Análise da empresa J. Macêdo S.A

Balanços Patrimoniais

Findos 31 de Dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

ATIVO 606.735 632.105 614.414

Ativo Circulante 345.446 313.306 286.888

Disponibilidades 19.087 5.189 5.813

Aplicações financeiras 67.605 90.765 65.376

Clientes 124.413 95.836 82.985

Estoques 110.771 97.492 107.618

Tributos a recuperar 22.977 23.049 24.564

Despesas antecipadas 593 975 532

Ativo Não Circulante 261.289 318.799 327.526

Realizável a longo prazo 69.237 66.669 55.475 Aplicações financeiras avaliadas a valor justo 2.623 3.486 3.782

Clientes 1.879 3.185 9.181

Tributos Diferidos 0 41.597 24.648

Créditos com partes relacionadas 51.216 0 3.201

55

Outros ativos não circulantes 13.519 18.401 14.663

Investimentos 17.860 17.464 17.464

Imobilizado 152.816 202.017 226.904

Intangível 21.376 32.649 27.683

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

PASSIVO 606.735 632.105 614.414

Passivo circulante 215.205 239.235 188.669

Obrigações sociais e trabalhistas 12.783 11.659 13.082

Fornecedores 40.731 43.965 41.237

Obrigações fiscais a recolher 25.228 38.003 23.004

Empréstimos e Financiamentos 78.574 110.360 64.408

Outras obrigações 57.889 35.248 46.938

Passivo Não Circulante 139.812 99.567 129.278

Empréstimos e Financiamentos 70.787 43.838 86.906

Tributos Diferidos 13.080 13.418 14.004

Provisões 24.602 15.340 9.107

Outras obrigações 31.343 26.971 19.261

Patrimônio líquido 251.718 293.303 296.467

Capital Realizado 197.872 197.873 197.873

Reservas de capital 601 601 601

Reservas de Lucros 27.836 68.762 71.714

Ajustes de Avaliação Patrimonial 25.386 26.041 26.255

Participação dos acionistas não controladores 23 26 24

Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0 Quadro 14 – Balanço Patrimonial da empresa de 2008 a 2010.

Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Demonstrações dos Resultados

Exercícios findos 31 de dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

Receita operacional bruta 1.512.251 1.372.907 1.347.480

(-) Deduções -240.868 -192.699 -167.578

56

Receita operacional líquida 1.271.383 1.180.208 1.179.902

(-) Custos do Produtos Vendidos -904.617 -803.311 -808.941

Lucro bruto 366.766 376.897 370.961

(-) Despesas operacionais -291.362 -360.723 -345.811

Vendas -213.133 -246.141 -235.858

Administrativas -68.285 -95.714 -96.144

Outras despesas operacionais -9.944 -18.868 -13.809 Lucro / Prejuízo operacional antes resultado financeiro 75.404 16.174 25.150

(-) Resultado financeiro líquido -28.898 -10.449 -11.011

Receitas financeiras 13.747 19.242 15.055

Despesas financeiras -42.645 -29.691 -26.066

Lucro / Prejuízo antes do IRCS 46.506 5.725 14.139

(+/-) Imposto de Renda e Contribuição social -5.046 40.645 3.394

Lucro / Prejuízo líquido do exercício (+/-) 41.460 46.370 17.533 Quadro 15 – Demonstração do resultado do exercício da empresa de 2008 a 2010.

Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Análise Vertical e Horizontal

Análise Vertical (%) Análise Horizontal (%)

2008 2009 2010 2009/2008 2010/2009

Ativo Circulante 57 50 47 -9 -8

Disponibilidades 14 15 12 11 -26

Clientes 20 15 13 -23 -13

Estoques 18 15 17 77 87 Realizável a longo prazo 11 11 9 -4 -19

Investimentos 3 3 3 -2 0

Imobilizado 25 31 36 32 12

Intangível 4 5 5 53 -15

Passivo Circulante 35 38 31 11 -21

Fornecedores 7 7 7 -8 -6

57

Emprest. e Financiamentos 10 17 10 40 -42

Obrigações Fiscais 4 6 4 51 -39

Passivo Não Circulante 23 16 21 -29 30 Emprest. e Financiamentos 12 7 12 -38 98

Tributos Diferidos 2 2 2 3 4

Patrimônio Líquido 41 46 48 17 1

Capital Social 33 31 32 0 0

Reservas de Lucro 5 11 12 147 4

Reservas de Capital 0,09 0,10 0,10 0 0 Tabela 09: Cálculos da análise vertical e horizontal da empresa J. Macêdo S.A

Fonte: Elaborada pela autora.

O cálculo da análise vertical mostra que a empresa trabalha com uma média de

55% de capital de terceiros e 45% de capital próprio. Onde no grupo no ativo as contas com

maior participação são o circulante e o imobilizado, sendo no circulante devido ao alto valor

de seus estoques e no imobilizado devido ao maquinário necessário para fabricação de seus

produtos, Já no passivo o grupo é o circulante, que ocorre devido aos empréstimos e

financiamentos, a empresa demonstra ainda crescimento do patrimônio líquido, que ocorre

por conta das reservas de lucros.

Em relação a análise horizontal, as contas do ativo obtiveram redução, exceto os

investimentos que mostrou uma pequena variação, já no passivo, o circulante obteve uma

redução, já o não circulante teve um crescimento.

Índices de Liquidez (R$)

Ano Corrente Seca Geral Imediata

2008 1,61 1,09 1,71 0,40

2009 1,31 0,90 1,12 0,40

2010 1,52 0,95 1,08 0,38 Tabela 10: Cálculos de índices de Liquidez da empresa J. Macêdo S.A

Fonte: Elaborada pela autora.

58

Os índices de liquidez obtidos mostram que houve uma redução dos índices de

2008 a 2009, em 2010 um aumento, contudo demonstra em 2010 que para cada R$ 1,00 de

obrigações a empresa dispõe de R$ 1,52 de liquidez corrente, R$ 0,95 de liquidez seca e ainda

R$ 1,08 de geral, sendo assim capaz de quitar todas as suas obrigações a curto prazo e longo

prazo.

A empresa encontra-se então em boa situação, já que todos os índices de liquidez

calculados estão positivos, ou seja acima de um, podendo assim liquidar todas as suas

obrigações com seus ativos.

Índices de Rentabilidade

Rentabilidade Rentabilidade Giro do Margem Lucro por

Ano do Ativo(%) do PL (%) Ativo (R$) Líquida (%) Ação (R$)

2008 6,83 16,47 2,10 3,26 1,90

2009 7,34 15,81 1,87 3,93 2,12

2010 2,85 5,91 1,92 1,49 0,80 Tabela 11: Cálculos de índices de rentabilidade da empresa J. Macêdo S.A

Fonte: Elaborada pela autora.

A rentabilidade do ativo indica que para cada R$ 100,00 de investimento total a

empresa obteve um retorno de 3% , na rentabilidade do patrimônio líquido mostrou que para

cada R$ 100,00 de capital próprio investido a empresa obteve 6% de lucro. Ressaltando sobre

a redução desses índices que ocorreu devido ao aumento dos custos, gerando assim redução

de lucros.

O giro do ativo indica que para cada R$ 1,00 investido a empresa vendeu uma

média de R$ 1,96. A Margem líquida sofreu uma redução de 3% no último ano, onde para

cada R$ 100,00 vendidos a empresa conseguiu trazer um retorno de 1%. No lucro por ação

também observa-se a redução significativa de 2009 a 2010, ocorreram devido a redução das

vendas e aumento nos custos, fatores que requerem bastante atenção.

59

Índices de Estrutura de Capitais (%)

Imobilização Participação no Composição do Endividamento

Ano do PL Capital de Terceiros Endividamento Bancário

2008 76 141 61 59

2009 86 116 71 53

2010 92 107 59 51 Tabela 12: Cálculos de índices de estrutura de capitais da empresa J. Macêdo S.A

Fonte: Elaborada pela autora.

Na imobilização do patrimônio líquido, houve um aumento significativo, obtendo

92% em 2010, significa que para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido a firma investiu R$

92,00 em investimentos, imobilizado e intangíveis, isto é 92% dos recursos próprios não esta

em giro. Isso ocorre por conta do maquinário que a empresa utiliza para produção de seus

produtos.

A participação no capital de terceiros, apesar de apresentar queda a cada ano,

ainda representa índices bastante elevado, demonstrando que a empresa esta financiada pelo

capital de terceiros. Na composição do endividamento, a empresa vem mostrando uma

redução considerável de 12% de 2009 para 2010, mostrando que a maior parte de suas dívidas

encontram-se a longo prazo, assim ela terá mais tempo para quitá-las.

Visão Geral

Conclui-se então que a empresa J. Macêdo encontra-se em situação estável, com

índices de liquidez superiores a um real, demostrando que a empresa teria como saldar suas

dívidas. Mostrando ainda um pequeno crescimento desses índices nos últimos anos, Com

relação a margem líquida, sofreu redução considerável, e encerrou 2010 com percentual de

1,5%, já o grau de imobilização do patrimônio liquido vem em crescimento, no último ano

fechou em 92% do seu patrimônio. O endividamento concentra-se a curto prazo, com

percentual de 59% em 2010. Porém a participação do capital de terceiros demonstrou redução,

fechando 2010 com apenas 1,07%.

O alto nível de imobilização do patrimônio refere-se a investimentos realizados

em 2010, visando o aumento da capacidade produtiva de massas, e otimização da logística,

60

um dos fatores que afetaram os resultados foram as oscilações no mercado do trigo, gerando

assim mas gastos. Houve ainda ampliação de algumas unidades e construção de uma nova

estrutura, mais moderna e adequada às necessidades da empresa.

5.4 Análise da empresa Vicunha Têxtil

Balanços Patrimoniais

Findos 31 de Dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

ATIVO 1.543.951 1.495.666 1.518.466

Ativo Circulante 655.973 704.451 644.375

Disponibilidades 21.092 16.459 12.702

Aplicações financeiras 43.710 90.057 67.754

Clientes 311.809 309.015 283.661

Estoques 242.825 242.081 212.380

Tributos a Recuperar 18.761 12.312 10.144

Despesas antecipadas 2.957 2.080 1.138

Outros ativos circulantes 14.819 32.447 56.596

Ativo Não Circulante 887.978 791.215 874.091

Realizável a longo prazo 129.119 97.243 185.639 Aplicações financeiras avaliadas a valor justo 616 652 594

Créditos com partes relacionadas 49.377 14.038 14.827

Outros ativos não circulantes 79.126 82.553 170.218

Investimentos 98.418 31.493 34.417

Imobilizado líquido 645.421 651.244 647.243

Intangível 15.020 11.235 6.792

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

PASSIVO 1.543.951 1.495.666 1.518.466

Passivo circulante 461.711 603.055 299.824

Obrigações sociais e trabalhistas 24.535 22.926 17.133

Fornecedores 69.634 77.846 32.760

61

Obrigações fiscais a recolher 51.649 46.424 56.125

Empréstimos e Financiamentos 287.637 417.098 154.533

Outras obrigações 28.256 28.199 23.429

Provisões 0 10.562 15.844

Passivo Não Circulante 731.874 392.935 387.898

Empréstimos e Financiamentos 313.563 190.747 203.544

Tributos Diferidos 125.481 62.659 65.112

Provisões 24.248 25.078 28.230

Outros valores 268.582 114.451 91.012

Patrimônio líquido 350.366 499.676 830.744

Capital Realizado 927.561 1.097.061 660.809

Reservas de capital 5.212 5.212 6.049

Reservas de Lucros 0 0 54.931

Ajustes de Avaliação Patrimonial 236.569 111.699 114.681

Ajustes acumulados de conversão 0 -5.799 -5.726

Lucros/Prejuízos Acumulados -818.976 -708.497 0 Quadro 16 – Balanço Patrimonial da empresa de 2008 a 2010.

Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Demonstrações dos Resultados

Exercícios findos 31 de dezembro (Em milhares de reais)

31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010

Receita operacional bruta 1.363.710 1.358.641 1.312.706

(-) Deduções -259.294 -622.079 -347.695

Receita operacional líquida 1.104.416 736.562 965.011

(-) Custos do Produtos Vendidos -893.017 -538.852 -680.039

Lucro bruto 211.399 197.710 284.972

(-) Despesas operacionais -194.804 -263.283 -166.772

Vendas -89.508 -71.816 -81.130

Gerais e Administrativas -80.382 -47.223 -76.284

Outras receitas operacionais 80.904 200.496 97.615

Outras despesas operacionais -105.087 -344.740 -103.966

Resultado de equivalência patrimonial -731 0 -3.007

62

Lucro / Prejuízo operacional antes resultado financeiro 16.595 -65.573 118.200

(-) Resultado financeiro líquido -214.821 -101.225 -46.117

Receitas financeiras 102.381 113.339 33.852

Despesas financeiras -317.202 -214.564 -79.969

Lucro / Prejuízo antes do IRCS -198.226 -166.798 72.083

(+/-) Imposto de Renda e Contribuição social 3.327 210.175 -5.255

Lucro / Prejuízo líquido do exercício (+/-) -194.899 43.377 66.828 Resultado Líquido das operações descontinuadas 0 -48.045 2.684 Lucro/Prejuízo Líquido das operações descontinuadas 0 -48.045 2.684

Lucro / Prejuízo Consolidado do Período (+/-) -194.899 -4.668 69.512 Quadro 17 – Demonstração do resultado do exercício da empresa de 2008 a 2010.

Fonte: Elaborada pela autora a partir das Demonstrações Contábeis da empresa em estudo.

Análise Vertical e Horizontal

Análise Vertical (%) Análise Horizontal (%)

2008 2009 2010 2009/2008 2010/2009

Ativo Circulante 42 47 42 7 -8

Disponibilidades 4 7 5 64 -24

Clientes 21 20 19 -1 -8

Estoques 16 16 14 0,3 -12 Realizável a longo prazo 8 7 12 -25 90

Investimentos 6 2 2 -68 9

Imobilizado 42 43 43 0,9 -0,6

Intangível 0,9 0,8 0,4 -25 -39

Passivo Circulante 30 40 20 31 -50

Fornecedores 5 5 2 12 -58 Emprest. e Financiamentos 19 28 10 45 -63

Obrigações Fiscais 3 3 4 -10 21

Passivo Não Circulante 47 26 26 -46 -1 Emprest. e Financiamentos 20 13 13 -39 7

63

Tributos Diferidos 8 4 4 -50 4

Patrimônio Líquido 23 33 55 43 66

Capital Social 60 73 44 18 -40

Reservas de Lucro 0 0 0,4 0 0

Reservas de Capital 0,3 0,3 4 0 16 Tabela 13: Cálculos da análise vertical e horizontal da empresa Vicunha Têxtil.

Fonte: Elaborada pela autora.

O cálculo da análise vertical mostra que a empresa trabalha com uma média de

63% de capital de terceiros e 37% de capital próprio. Onde no grupo no ativo as contas com

maior participação são o circulante e o imobilizado, sendo no circulante devido a conta

clientes e no imobilizado devido ao maquinário necessário para fabricação de seus produtos,

Já no passivo o grupo que tem maior participação é o não circulante, que ocorre devido aos

valores de empréstimos e financiamentos de longo prazo, a empresa demonstra ainda

crescimento do patrimônio líquido.

Em relação a análise horizontal, das contas do ativo, o circulante sofreu uma

redução, já o não circulante teve um aumento bastante considerável, que se deu por conta dos

valores a receber, os investimentos também tiveram um aumento significativo, apesar do

imobilizado e intangível terem sofrido perdas, já no passivo, os dois grupos sofreram

redução, sendo no circulante por conta da quitação de parte dos fornecedores e empréstimos,

já a redução do não circulante se deu por conta da quitação de parte dos impostos parcelados,

já o aumento no patrimônio liquido, ocorreu pelo aumento da receita.

Índices de Liquidez (R$)

Ano Corrente Seca Geral Imediata

2008 1,42 0,89 0,66 0,14

2009 1,17 0,77 0,80 0,18

2010 2,15 1,44 1,21 0,27 Tabela 14: Cálculos de índices de Liquidez da empresa Vicunha Têxtil

Fonte: Elaborada pela autora.

Os índices de liquidez obtidos mostram uma situação favorável, apesar da redução

que houve de 2008 a 2009, Sendo que em 2010 aumentou novamente, demonstrando que para

64

cada R$ 1,00 de obrigações a empresa dispõe de R$ 2,15 de liquidez corrente, R$ 1,44 de

liquidez seca e ainda R$ 1,21 de geral, sendo assim capaz de quitar todas as suas obrigações a

curto prazo e longo prazo.

Portanto, pode-se afirmar, neste caso, que a situação é satisfatória, pois seus

índices de liquidez encontram-se superiores a um real, tendo assim uma margem de

segurança.

Índices de Rentabilidade Rentabilidade Rentabilidade Giro do Margem Lucro por

Ano do Ativo (%) do PL (%) Ativo (R$) Líquida (%) Ação (R$)

2008 Prejuízo Prejuízo 0,72 Prejuízo Prejuízo

2009 Prejuízo Prejuízo 0,49 Prejuízo Prejuízo

2010 5 8 0,64 7 2,22 Tabela 15: Cálculos de índices de rentabilidade da empresa Vicunha Têxtil.

Fonte: Elaborada pela autora.

Os índices de rentabilidade demonstram o quanto a empresa evoluiu, já que em

2008 e 2009 vinha apresentando prejuízo, na rentabilidade do ativo no ano de 2010, indicou

que para cada R$ 100,00 de investimento total a empresa obteve um retorno de 5% , na

rentabilidade do patrimônio líquido mostrou que para cada R$ 100,00 de capital próprio

investido a empresa obteve 8% de lucro.

No giro do ativo indicou que para cada R$ 1,00 investido a empresa vendeu em

2010 R$ 0,64, demonstrando que os ativos ainda não estão girando o suficiente, mas

demonstrou uma melhora. A Margem líquida evidencia que para cada R$ 100,00 vendidos a

empresa conseguiu trazer um retorno de 7%.

65

Índices de Estrutura de Capitais (%)

Imobilização Participação no Composição do Endividamento

Ano do PL Capital de Terceiros Endividamento Geral

2008 217 340 39 172

2009 139 199 61 122

2010 83 83 44 43 Tabela 16: Cálculos de índices de Estrutura de Capitais da empresa Vicunha Têxtil.

Fonte: Elaborada pela autora.

Na imobilização do patrimônio liquido houve reduções significativas, obtendo

83% em 2010, significa que para cada R$ 100,00 de Patrimônio Liquido a firma investiu R$

83,00 em investimentos, imobilizado e intangíveis, isto é 83% dos recursos próprios não esta

em giro.

A participação no capital de terceiros, assim como os demais índices vem em

queda, que é um fator positivo, pois para cada R$ 100,00 de capital investido a empresa

tomou R$ 83,00 de capital de terceiros, no ano de 20110, sendo assim a maior parte esta

financiada pelo capital de terceiros. Quanto a composição do endividamento, a empresa vem

mostrando uma redução considerável de 17% de 2009 para 2010, mostrando que a maior parte

de suas dívidas encontram-se a longo prazo, assim ela terá mais tempo para quitá-las.

No endividamento geral ocorreu uma queda muito significativa, de 79% de 2009

para 2010, mostrando a recuperação da empresa no último ano.

Visão Geral

A Vicunha Têxtil vinha atuando com resultado negativos em 2008 e 2009, mas no

último registrou o lucro líquido de R$ 70 milhões, uma melhora muito significativa, onde sua

receita líquida consolidada alcançou R$ 884 milhões, representando um crescimento de 26%

quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

A retomada da lucratividade da Companhia é consequência de novas estratégias

implementadas dentro da empresa em 2009, distribuiu parte de suas produções, focando assim

seus negócios exclusivamente na fabricação e na comercialização de tecidos índigo e brim.

A redução da dívida financeira contribuiu para os bons resultados obtidos em

2010. Onde parte da divida foi sanada devido a redução no índice de alavancagem financeira.

66

Os negócios apresentaram em 2010 o melhor resultado dos últimos anos. A evolução dos

resultados é fruto de um contínuo plano de ação, baseado em pesquisa e desenvolvimento de

produtos, redução de custos, ações agressivas de marketing e investimentos para diferenciação

de produtos.

67

5.5 ANÁLISE COMPARATIVA DAS EMPRESAS

A análise comparativa não se da no âmbito setorial, mas apenas informativa.

5.5.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ

ÍNDICES DE LIQUIDEZ 2008

0

12

34

5

67

8

Corrente Seca Geral Imediata

M. Dias Bco

GrendeneJ. Macedo

Vicunha

Gráfico 01: Índices de Liquidez 2008

Fonte: Elaborado pela autora.

Em 2008, a empresa que demonstra melhores índices é a Grendene, onde os

índices alcançados pela mesma obtiveram mais que o dobro em comparação aos resultados

das outras empresas, demonstrando que a empresa dispõe de folga para uma possível

liquidação de suas obrigações. A M. Dias Branco obteve os menores índices de liquidez

devido ao alto valor de empréstimos durante o ano. Já J. Macêdo e Vicunha mostraram

comportamentos semelhantes, com índices satisfatórios. Quanto a liquidez imediata apenas a

Grendene demonstrou índices favoráveis.

68

ÍNDICES DE LIQUIDEZ 2009

0

1

2

3

4

5

6

7

Corrente Seca Geral Imediata

M. Dias Bco

GrendeneJ. Macedo

Vicunha

Gráfico 02: Índices de Liquidez 2009

Fonte: Elaborado pela autora.

Em 2009, a Grendene continua demonstrando superioridade de índices em relação

as demais empresas, demonstrando que a empresa continua com bastante folga para uma

possível liquidação de suas obrigações. A M. Dias Branco demonstrou melhora em seus

índices, fato resultante de redução de suas obrigações, que ocorreu com a quitação de grande

parte dos seus empréstimos. Já a Vicunha e J. Macêdo sofreram reduções, que ocorreram

devido à aquisição de empréstimos, aumentando assim suas obrigações. Quanto a liquidez

imediata, somente e Grendene continua com índices satisfatórios.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ 2010

0

1

2

3

4

5

6

7

Corrente Seca Geral Imediata

M. Dias Bco

GrendeneJ. Macedo

Vicunha

Gráfico 03: Índices de Liquidez 2010

Fonte: Elaborado pela autora.

69

Em 2010, mais uma vez a Grendene demonstrou superioridade de índices,

demonstrando que tem como honrar com suas obrigações, os resultados obtidos pela empresa

se dão por conta de bons resultados nos valores de aplicações financeiras. As demais

empresas demonstraram os melhores resultados em comparação aos anos de 2008 e 2009,

porém quanto a liquidez imediata apenas a Grendene representa índices favoráveis. Contudo

demonstra então, que entre as empresas analisadas, esta em melhor situação.

5.5.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

ÍNDICES DE RENTABILIDADE 2008

02468

101214161820

Rentabilidadedo Ativo

Rentabilidadedo PL

Giro do Ativo MargemLíquida

M. Dias Bco

Grendene

J. Macedo

Vicunha

Gráfico 04: Índices de Rentabilidade 2008

Fonte: Elaborado pela autora.

Com relação aos índices de rentabilidade, em 2008 a Grendene continua obtendo

os melhores índices, demonstrando maior capacidade na geração de lucros, as demais

empresas também apresentaram bons resultados com exceção da Vicunha, que apresentou

prejuízo no ano de 2008. Com relação ao giro do ativo, apenas a J. Macêdo mostrou resultado

superior a R$ 1,00 .

70

ÍNDICES DE RENTABILIDADE 2009

0

5

10

15

20

25

30

Rentabilidadedo Ativo

Rentabilidadedo PL

Giro do Ativo MargemLíquida

M. Dias Bco

Grendene

J. Macedo

Vicunha

Gráfico 05: Índices de Rentabilidade 2009

Fonte: Elaborado pela autora.

No ano de 2009, com relação a rentabilidade do ativo, as empresas continuam

demonstrando bons resultados, a Grendene e M. Dias Branco obtiveram o mesmo resultado na

rentabilidade do ativo, de 15% de ganho, com relação a rentabilidade do Patrimônio líquido, a

M. Dias Branco ultrapassou a Grendene com o índice de 24% de ganho de capital próprio,

Ressaltando que Vicunha apresentou novamente prejuízo no ano de 2009. Com relação ao

giro do ativo, as empresas demonstraram pequenas evoluções.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE 2010

0

5

10

15

20

25

Rentabilidadedo Ativo

Rentabilidadedo PL

Giro do Ativo MargemLíquida

M. Dias Bco

GrendeneJ. Macedo

Vicunha

Gráfico 06: Índices de Rentabilidade 2010

Fonte: Elaborado pela autora.

71

No ano de 2010, Todas as empresas demonstraram bons resultados, a Grendene

manteve a mesma média de resultados obtidos, demonstrando sempre melhor situação em

relação as demais empresas. Observando ainda que a Vicunha demonstrou evolução

significativa em seus índices, pois foi o único ano, dentre os três analisados em que obteve

lucro.

5.5.3 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

Gráfico 07: Índices de Estrutura de Capital 2008.

Fonte: Elaborado pela autora.

Na avaliação de estrutura de capital, no ano de 2008, Assim como nos demais

índices a Grendene encontra-se em melhor situação, com a menor imobilização do patrimônio

líquido, e baixos níveis de endividamento. Já a Vicunha e M. Dias branco demonstram índices

elevados, o que pode ser explicado pelo investimento em máquinas necessárias no processo

produtivo, quanto ao endividamento bancário apenas a Vicunha demonstrou índice superior a

100% demonstrando que a empresa não encontra-se em boa situação, refletido então no

prejuízo obtido no período.

72

Gráfico 08: Índices de Estrutura de Capital 2009.

Fonte: Elaborado pela autora.

Com relação ao ano de 2009, houveram poucas alterações em comparação ao ano

de 2008, todas as empresas obtiveram reduções nos índices de imobilização do patrimônio

líquido e na participação no capital de terceiros, a Grendene demonstrou pequeno aumento

nos índices de endividamento, ocorrido devido ao aumento de dívida com fornecedores e ao

aumento no quadro de funcionários que gerou assim aumento das obrigações sociais e

trabalhistas. A Vicunha continua com os maiores índices de endividamento, continuando

assim em situação menos favorável, e permanecendo no prejuízo.

Gráfico 09: Índices de Estrutura de Capital 2010.

Fonte: Elaborado pela autora.

73

Em 2010, Todas as empresas vem registrando queda em seus índices, com exceção

da Grendene que adquiriu empréstimos durante o ano, aumentando assim seu endividamento,

Vale ressaltar também que a Vicunha, que vinha demonstrando índices altos e prejuízo nos

anos de 2008 e 2009, no ano de 2010 conseguiu reduzir suas dívidas financeiras, passando

assim a obter lucros.

74

CONCLUSÃO

Ao término desta pesquisa pode-se afirmar que sua proposta inicial foi atingida

em seus objetivos e problemática, demonstrando a vital importância da análise de balanços na

tomada de decisões para a empresa.

As demonstrações contábeis são as principais fontes de informação, contendo

informações sobre a situação econômica, financeira, contábil, patrimonial da empresa e ainda

sobre sua contribuição em seu desenvolvimento econômico e social, bem como da região na

qual está instalada.

Após o levantamento dos índices, procedeu-se à montagem da base de dados de

indicadores com as empresas selecionadas. Elaborou-se, então, uma planilha com os dados de

liquidez, rentabilidade e estrutura de capitais.

Tendo em vista o objetivo de analisar o desempenho econômico-financeiro de

empresas de capital aberto do estado do Ceará, pode-se afirmar que foi possível, por meio da

análise das demonstrações contábeis, encontrar dentre as companhias analisadas, a mais

eficiente e a ineficiente nos períodos analisados.

Encerradas as tabelas de indicadores, a análise de balanços demonstrou que a

empresa que obteve os melhores resultados foi a Grendene, isso se deu devido grande número

de exportações, onde pelo 8º ano consecutivo liderou com folga as exportações brasileiras

evidenciando seu grande poder de competição nos mercados internacionais. Em 2010, foi

investido cerca de R$127 milhões em publicidade e propaganda, como forma de alcançar a

construção de marcas que tenham uma relação privilegiada com os clientes. Com tecnologia

de ponta, fábricas de primeiro mundo e seguindo normas internacionais de produção, a

Grendene tem obtido ótimos resultados no passar dos anos, demonstrando então que o setor

de calçados esta em melhor situação no período analisado.

Ciente de que este trabalho alcançou a proposta inicial, favoreceu um conhecimento

complementar e muito importante sobre essa área da contabilidade, que é a análise das

demonstrações contábeis.

75

BIBLIOGRÁFIA

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das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2012.

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gerencial, 10ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2010.

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Editora Atlas, 2010.

ASSAF, Alexandre Neto, Estrutura e Análise de Balanços: Um Enfoque Econômico-

Financeiro, 4ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2010.

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MARION, José Carlos, Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial, 5ª

edição, São Paulo, Editora Atlas, 2009.

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76

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http://www.sfiec.org.br/portalv2/sites/indi/files/files/indicadores_setoriais 01.07.2011 Acesso

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BEZERRA, Eloíza, BARBOSA, Eveline. Texto para discussão nº 79, Desempenho

econômico do estado do Ceará em anos recentes. Junho/2010.