CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DAS CIVILIZAÇÕES PRÉ … · Em todo planeta nunca se discutiu tanto...

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UNIVERSIDADE FEEVALE INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DIEGO DIETER HELDT CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DAS CIVILIZAÇÕES PRÉ COLOMBIANAS Novo Hamburgo 2017 DIEGO DIETER HELDT

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UNIVERSIDADE FEEVALE INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DIEGO DIETER HELDT

CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DAS CIVILIZAÇÕES PRÉ COLOMBIANAS

Novo Hamburgo 2017

DIEGO DIETER HELDT

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CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DAS CIVILIZAÇÕES PRÉ COLOMBIANAS

Pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Feevale.

Professores: Carlos Henrique Goldman

Alexandra Staudt Vollmann Baldauf

Orientadora: Suzana Vielitz de Oliveira

Novo Hamburgo 2017

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AGRADECIMENTOS

Há dez anos, plantei uma semente, uma semente fraca e muito pequena, sem

intenção de ver ela germinar, com muito esforço e, aos poucos, esta semente foi crescendo,

e se tornando uma planta robusta e, na medida em que o tempo passava mais via que ela

se tornava forte com lindas folhas e presente em minha vida. Esta semente se tornou uma

árvore, pronta para começar a produzir frutos e se chama Arquitetura.

Com a ajuda e o conhecimento dos meus orientadores fui regando esta semente

gradativamente e a transformando nesta realidade e posso agradecer a cada um, que um

dia acreditou ou desacreditou em mim, pois somente alguém que realmente queira seu

bem, vai falar a verdade, caso doa ou não.

Agradeço muito a meus pais por proporcionar essa jornada incrível que chega ao

fim, a meus orientadores e mestres, que sempre foram tão presentes e, ao meu irmão

arquiteto, por sempre me confundir e nunca ajudar em nada, sempre com aquela

frase...”não tá legal, tu podes fazer melhor!”

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"Rise and Rise Again, Until Lambs Become Lions"

(Robin Hood)

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Sumário

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7

1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 8

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 8

2 TEMA ................................................................................................................................ 9

2.1 Primeiros Povos Pré-colombianos ............................................................................ 10

2.2 Incas ........................................................................................................................ 11

2.3 Maias ...................................................................................................................... 13

2.4 Astecas ................................................................................................................. 15

2.5 LEGADO E ACERVO ARQUITETÔNICO .................................................................... 16

2.5.1 Maias ..................................................................................................................... 16

2.5.2 Astecas ................................................................................................................. 18

2.5.3 Incas .................................................................................................................... 20

3. ASPECTOS MUSEOLÓGICOS: CENTRO DE INTERPRETAÇÃO.............................. 22

4 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................... 24

4.1 Pesquisa de Campo .................................................................................................. 24

4.2 Entrevistas ............................................................................................................... 27

5 ÁREA DE INTERVENÇÃO ............................................................................................. 28

5.1 Apresentaçao da Cidade do México ......................................................................... 28

5.1.1 Levantamento Fotografico da Cidade ................................................................... 31

5.2 Apresentaçao do Lote e Justificativas ..................................................................... 33

5.2.1 Levantamento Fotografico do Lote ..................................................................... 37

5.3.1 Análise do Contesto Urbano .............................................................................. 39

5.4 Regime Urbanistico e Plano Diretor ..................................................................... 41

5.4.1 Plano Diretor Do Distrito Federal do México .................................................... 41

5.4.2 Plano Diretor da Delegaçao de Miguel Hidalgo .............................................. 42

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6 PROPOSTA DE PROJETO ............................................................................................ 46

6.1 Projetos referenciais ANÁLOGOS E FORMAIS ....................................................... 46

6.1.1 Projeto Referencial ANÁLOGOS .......................................................................... 46

6.1.1.1 Museu Messner da Montanha Corones ............................................................ 46

6.1.1.2 Centro de Interpretação e Acolhimento de Visitantes de La Antigua ............... 49

6.1.2 PROJETOS REFERENCIAIS FORMAIS .................................................................. 52

6.1.2.1 Museu do Holocausto em Los Angeles / Belzberg Architects ............................. 52

6.1.2.2 Museu Cultural Três Ancestrais ......................................................................... 54

6.2 PROJETO .................................................................................................................... 58

6.2.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES .......................................................................... 58

62.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ........................................................................ 62

6.2.2 ESTUDOS PRELIMINARES E PARTIDO ................................................................. 63

6.2.3 MATERIAIS PRETENDIDOS PARA UTILIZAÇÃO NO PROJETO ........................... 66

7. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ......................................................................................... 68

7.1 Normas técnicas de Acessibilidade do distrito da CDMX ......................................... 68

7.2 Saídas de Emergências da CDMX .......................................................................... 70

7.3 Abalos Sísmicos ..................................................................................................... 71

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 75

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1 INTRODUÇÃO

A proposta desta monografia é criar um projeto arquitetônico para um Centro de

Interpretação das Civilizações Pré-Colombianas, um memorial e resgate cultural das três

maiores civilizações que existiram antes da chegada dos europeus ao continente

americano: os Astecas, Incas e Maias, as quais foram as superpotências da mesoamérica.

O estudo busca conhecer como estes povos viveram na América, como se

estabeleceram em suas regiões e se mantiveram prósperos durante séculos. Pretende-se

mostrar o aspecto voltado mais para a construção e arquitetura e suas tecnologias, até a

chegada dos europeus e os impactos que sofreram. Após a pesquisa teórica deste tema,

busca-se desenvolver um projeto para uma edificação que vai abrigar um acervo

significativo destas civilizações, um espaço em que se possa entender como funcionavam

suas cidades, com réplicas (maquetes) das mesmas, meios de construção, tecnologia

empregada, monumentos e um pouco da história de como se disseminaram pelo

continente.

A cidade do México foi escolhida por ser o centro da América e o marco da passagem

das civilizações que ali deixaram suas marcas e legados, também, por ser a capital da

maior civilização mesoamericana os Mexicas (Astecas). A cidade do México também é

caracterizada como a segunda maior capital dos museus do mundo, sendo assim o berço

da história americana. (Caderno de Viagem Dez 2017)

O projeto para um centro de interpretação dessa memória pretende apresentar

espaços onde, de forma interativa, pode-se chegar aos acervos existentes, como: painéis

explicativos, maquetes eletrônicas e acervos digitais, junto com réplicas de suas maiores

façanhas arquitetônicas. Também um espaço onde seja possível vivenciar as técnicas de

construção usuais desses povos, de modo a poder trazer de volta como fora criado todos

seus feitos.

Verifica-se também que o centro de interpretação pode ser um complemento para a

cidade do México, já possui o “museu nacional de Antropologia” que retrata somente da

história do México; portanto, a proposta é criar um acervo mais contemplativo, das três

maiores civilizações da América (Astecas, Maias, Incas) com suas influências, história e

origens fazendo uma ligação entre culturas.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O tema escolhido já era do meu interesse alguns anos antes, a fascinação por história

e cultura e a percepção de um potencial a ser explorado para o trabalho de conclusão no

curso de arquitetura me motivaram a coletar informações. É fantástico o fato de que, como

uma civilização inteira sem contato com o oriente conseguiu executar tantas façanhas

arquitetônicas, perfeitamente alinhadas e georreferenciadas, sem nenhum tipo de animal

para o auxílio (como se vê em outros locais), apenas com a força humana; a própria roda

que ainda hoje para nós é indispensável, nunca foi usada ou inventada na Mesoamérica.

Estas foram sem dúvida, as maiores civilizações que existiram no mundo, dizimadas

por um pequeno grupo de europeus, quase destruindo seu legado, deixando apenas suas

ruínas do que foi um dia um grande império. Por outro lado, como aconteceu com os

egípcios e romanos, suas técnicas construtivas descobertas há milênios antes, esquecidas

e perdidas, que só agora são redescobertas por historiadores. Atualmente, e de acordo com

a visita técnica à cidade, percebeu-se que existe uma certa influência e preocupação

histórica do governo, em manter e viva as memórias dos ancestrais.

Portanto, a tentativa de Projetar um Centro de Interpretação na cidade do México, não

é apenas um “monumento para os Astecas, Incas e Maias”, é um desafio profissional,

elaborar um projeto para um lote inserido numa das maiores cidades do mundo com seu

plano diretor complexo. São Paulo, a maior cidade brasileira, baseou seu plano diretor no

da cidade do México, por serem muito semelhantes suas necessidades, portanto, se eu

consigo fazer meu trabalho de conclusão para uma área na cidade do México, então não

existem barreiras nem aqui nem lá fora que eu não possa superar!

1.2 OBJETIVOS

O objetivo principal é elaborar uma pesquisa que respalde teoricamente um projeto

arquitetônico para Centro de Interpretação das Civilizações Pré-Colombianas, um memorial

e um resgate cultural das três maiores civilizações que existiram antes da chegada dos

europeus ao continente americano: os Astecas, Incas e Maias.

Busca-se contemplar os seguintes objetivos específicos:

- resgatar cultura pré-colombiana através do estudo e referenciais teóricos;

- propor um espaço interativo onde seja possível o próprio visitante ter uma experiência de

explorador, desvendando e descobrindo por si; e

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- estudar o entorno urbano, plano diretor da cidade do México e as implicâncias para

propor esta edificação numa cidade fora do Brasil.

2 TEMA

Em todo planeta nunca se discutiu tanto sobre patrimônio cultural, após décadas de

descentralização, o resgate cultural que se incorpora agora à economia do país, atrai

olhares das singularidades de uma forma mais abrangente de mostrar sua história, uma

nova mercadoria chamada de patrimônio histórico (PAES, 2007). O patrimônio cultural, quer

seja natural, material ou imaterial, possui uma expressão espacial significativa e constituinte

da própria identidade cultural - a sua inerente territorialidade (DI MÉO, 1995. p.79).

O tema proposto busca resgate cultural das três maiores civilizações, Maias, Incas

e Astecas e, através desse, desenvolver um projeto arquitetônico que possa abrigar esse

acervo na cidade do México (imagem 01). O recorte vai se dar até a chegada dos

espanhóis, retratando as tecnologias empregadas nas construções e buscando enaltecer

as maravilhas que foram feitas durante seu apogeu. Todas as civilizações foram marcadas

por muito sofrimento e guerras (imagem 02), com a chegada dos espanhóis estas

colonizações proporcionaram a quase extinção dos povos conquistados e de sua cultura.

Quase 90% dos aspectos culturais foram perdidos durante a transição imposta pelos

espanhóis e, assim, uma civilização marcada por inúmeras tradições as quais em grande

parte se sobressaem de seus colonizadores ficou esquecida ou menosprezada.

Imagem 01 mapa as civilizações Imagem 02 pintura do choque entre culturas

Fonte: Museu Castelo de Chapultepec Foto tirada pelo autor

Portanto, propor um centro de interpretação para valorizar estes povos na cidade do

México, passa a ser um desafio e um projeto de relevância, que ao mesmo tempo pode

acrescentar no cenário arquitetônico como também pode contribuir para valorizar a nossa

história remota.

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2.1 PRIMEIROS POVOS PRÉ COLOMBIANOS

A América pré-colombiana não foi descoberta em 1492 por Cristóvão Colombo como

nos ensinaram, existem inúmeras provas em sítios Arqueológicos que a espécie humana

já habitava essa região cerca de 14.000 a.C. De acordo com professor Sérgio Henrique

Schultz (SCHULTZ, 2015) que gerencia o site, os mais antigos vestígios deixados foram as

lascas e lapidações de pedras de sílex, mais precisamente, pontas de lanças. Ainda

segundo o mesmo autor, estudos apontam que grande parte dos desbravadores vieram da

Ásia, percorrendo a Sibéria, tal façanha feita na última era glacial só pode ser atingida pois

os mares estavam 60 metros abaixo do nível que se encontram hoje, criando uma grande

aglomeração de gelo nos pólos, assim unindo o Alasca e Rússia pelo estreito de Bering. A

explicação mais plausível para esse tal feito incrível, foi que a espécie humana era formada

de caçadores e coletores e, acredita-se que eles não se aventuravam muito longe da costa

do oceano Pacífico, pois lá era sua grande fonte e riqueza de extração de alimentos

(SCHULTZ, 2015).

Conforme a afirmação do mesmo autor,

A Teoria de Clóvis, afirma que a há cerca de 14 a 15 mil anos atrás os grupos de caçadores e coletores teriam atravessado o estreito de Bering e chegado ao Alasca. Isso somente teria sido possível porque o planeta vivia sua última Era Glacial, quando as águas do mar baixaram drasticamente, deixando descoberto o fundo do estreito de Bering e possibilitando a travessia (SCHULTZ, 2015)

A imagem 03 apresenta um esquema básico da teoria de Clóvis, com o percurso e

ano das migrações das civilizações.

Imagem 03: Teoria sobre a origem do homem.

Fonte:SCHULTZ,2015

O mapa da migração humana, da imagem 04 apresenta os haplogrupos identificados

pela genética. Percebemos que existe uma diferença muito grande na genética entre os

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astecas/maias e os incas, por serem migrações de tempos diferentes, os astecas têm mais

semelhanças com os esquimós enquanto os incas têm mais semelhança com os

australianos, por mais que a cultura em criar monumentos de adoração aos deuses seja

parecida, são culturas distintas.

Imagem 04: Mapa da migração humana.

Fonte:SCHULTZ,2015.

Percebe-se por análises, que por mais que as culturas sejam muito parecidas,

percorreram o caminho em épocas e tempos diferentes, explicando assim a diferença

genética entre as etnias. Então compreendeu-se que as culturas entre as civilizações

estão interligadas e muito parecida as crenças, isso explica um pouco a similaridade de

suas construções.

2.2 INCAS

Situado bem ao sul do canal do Panamá, no início da cordilheira dos Andes, iniciava

o Império Inca no Peru, a segunda maior civilização pré-colombiana. De acordo com

(NORTON, 1971. p.79), o litoral onde hoje situa-se o Peru é um deserto salino, onde quase

nunca chove e existem pequenos bolsões de oásis habitáveis, logo após a costa, enormes

cadeias de montanhas formam uma barreira natural, com seus cumes cobertos de gelo e

com mais de 6.000 metros de altitude, entre as grandes cordilheiras nos deparamos com

vales férteis com chuvas frequentes, lá se estabeleceu a cultura mais avançada da América.

Os incas sob certos aspectos, eram mais adiantados do que o México asteca, e diferente dele sob quase todos pontos de vista. Um asteca que se estabelecesse

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no peru dos incas teria se deparado um ambiente quase tão estranho como se tivesse sido transportado para a Europa (NORTON, Ano 1971. p. 79).

A origem dos incas vem de grupos étnicos espalhados pelos Andes em pequenas

aldeias, todos com culturas muito parecidas, porém distintos, originais dos olmecas que

veneravam o deus sol e animais divinos como o jaguar. Cada divindade representa um ciclo

diferente da vida, a guerra era algo bem frequente entre eles (GREGORY, 2011), era um

meio de provar sua dominância e ampliação do seu território, procurando expandir seu

poder, sua ascensão iniciou de 1.438 d.C a 1.533 d.C, os únicos registros de escrita

encontrados foram pergaminhos com imagens1 de tributos, com seu fundador Pacha Kutig,

cujo significado era “o que muda a Terra”. Até então os Incas não passavam de um pequeno

povoado, o que muda com ajuda dos seus aliados os curacas2, que vencem o ataque dos

“chancas3” e assim inicia o começo da expansão Inca pela América do Sul.

Já em batalha, os chancas confirmaram sua fama de ferozes, lançando-se contra os incas aos gritos, de forma que as duas forças chocaram-se, produzindo-se grande mortandade; neste ponto devemos aclarar que alguns curacas haviam-se postado nos montes próximos, atemorizados pelo poder dos chancas e indecisos sobre a quem deveriam se unir; com o transcorrer da batalha, os incas começaram a se impor e Cusi Yupanqui decide conduzir um ataque diretamente a onde o líder chanca, Uscovilca, se encontrava. Com tamanha rapidez no ataque, as tropas chancas se dispersaram momentaneamente, e os incas gritaram sua vitória, isso acabou por fazer os curacas, que estavam observando do alto dos montes, unirem-se aos cusquenhos, sendo isto explicado pela tradição inca como a lenda dos pururauca (as míticas pedras que se transformam em soldados e decidem a vitória cusquenha) (PACHACUTI, 2017).

Os incas era um povo conquistador que sua grande riqueza se apoiava em controle

de impostos em diversos outros povos. Cada aldeia conquistada, era submetida às suas

crenças e costumes e, como forma de pagamento, eles tinham que oferecer tributos aos

seus senhores. Os povos que não tinha recursos pagavam com mão de obra, isso explica

muito bem, o rápido desenvolvimento da cidade Cusco e de suas edificações.

Em 1527 ocorreu o primeiro contato espanhol, liderado por Francisco Pizarro, o qual

encontra o império Inca dividido por uma guerra civil: de um lado Atahualpa e do outro seu

irmão Huáscar ambos com direitos divinos ao trono. Para os incas, os espanhóis, eram

quase que divinos, corrobora para isto, o fato de que este povo nunca havia visto um cavalo

e, mais ainda, nunca haviam visto homens sobre montarias vestidos de armaduras. Foi um

1 Mesmo possuindo linguagem própria este povo não dominava a escrita.

2 Curacas: povos vizinhos dos Incas e rivais.

3 Chancas: povos vizinhos dos Incas e rivais.

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dos maiores choques culturais que já aconteceu, logo após a vitória de Atahualpa, foi

organizado um encontro a caminho de Cusco, nesse encontro ocorreu o maior

desentendimento da história: Atalhualpa entregou um presente a Pizarro e Pizarro entregou

uma bíblia a Athalhualpa. Ele jamais tinha visto um livro impresso, sendo assim, pegou-o,

olhou e jogou-o no chão. Dessa forma os espanhóis entenderam como grande ofensa,

dando o motivo que eles desejavam ter: além da ganância por ouro a heresia justificava

desencadear o massacre “em nome de Deus”. Com apenas 200 soldados espanhóis

belicamente superiores foi o suficiente para dizimar e escravizar grande parte dos povos

andinos (NEVES, 2017).

A conquista do império Inca foi tão opressora e tão sangrenta que não levou muito

tempo para os espanhóis converterem os sobreviventes em cristãos e, dessa forma,

oprimindo qualquer tipo de resquício da cultura nativa. Os Incas tinham o costume de adorar

os mortos, ir a lugares sagrados de adoração onde ficavam expostos as ossadas dos

mesmos com suas oferendas sagradas. Para acabar com isso, os espanhóis, violando tais

lugares, enterraram as ossadas em Cusco, com um enterro cristão.

Atualmente vemos a preocupação desses descendentes em conservar o restante da

cultura que fora passada entre gerações até os dias atuais, tentando salvar e conservar a

identidade de sua cultura mãe. Percebe-se também, na pouca estadia em Lima no Peru,

uma mistura muito forte entre a cultura espanhola e inca, as quais pouco se diferenciam.

2.3 MAIAS

Os Maias habitaram uma região bem diferente dos outros povos pré-colombianos.

Eles viveram inicialmente nas florestas tropicais da atual Guatemala, que se estendia por

Honduras e pela península de Yucatán que fica ao sul do México. Contrariando o senso

comum, os Maias nunca formaram um império, eram divididos em aldeias e comunidades,

porém veneravam os mesmos deuses e possuíam a mesma forma de linguagem. Isso

facilitou bastante aos espanhóis pois, esta civilização era subdividida em menores

comunidades e mais dispersa.

Seu momento de maior prosperidade foi entre 500 a 700 d.C. que pode se distinguir

em três etapas distintas na história (SOUSA, 2017).

Pré-maia (aproximadamente 3000 a.C. até 317 d.C.): época que permanece um

tanto quanto obscura para os historiadores e arqueólogos até o ano 1000 a.C., quando

começou na América Central um grande crescimento populacional. Este aumento de

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população, deve-se em parte pelo aumento significativo da produção de milho, que era a

base da alimentação desse povo, e por outro lado pela formação de grandes aglomerações

populacionais, originando as primeiras cidades maias (OS MAIAS, 2016).

Antigo Império (317 a 987): neste período as cidades maias formaram um estado

centralizado que fora governado por um monarca semidivino, o qual era o proprietário

nominal de todas as terras que eram cultivadas e que também determinava o trabalho

obrigatório, durante uma época do ano, para toda a população (IDEM, 2017).

Novo Império (987 a 1697): no Novo Império as cidades conquistaram a

independência e voltaram a formar as cidades-estados. Esta independência das cidades

não modificou a cultura comum do povo maia. As diferenças culturais quando existiam,

eram imperceptíveis, no entanto, essa desagregação facilitou o domínio espanhol (IBIDEM,

2017).

A sociedade Maia se distinguia em três camadas da sociedade, no escalão mais alto,

os governantes e representantes dos deuses, logo em seguida comerciantes e funcionário

de alto escalão e, logo abaixo, o povo, os escravos capturados em guerra não eram

forçados a trabalhar apenas oferecidos como modo de sacrifício aos deuses, houve um

momento em que a civilização Maia teve seu ápice se destacando na história, por volta de

500 a 700 a.C eles lutavam entre si para conquistar mais terras e fazer seus rivais pagarem

tributos (NORTON, 1971. p.43). Existia uma grande competição entre os monumentos aos

deuses de cada cidade à procura de verticalizar cada vez mais em altura e impor o domínio

de sua cidade aos demais, grandes cidades se erguiam. Os Maias eram conhecidos por

serem ótimos agricultores e dominar muito bem a irrigação, porém, chegou um momento

na história em que as grandes cidades foram abandonadas, (SOUSA 2017) e os

arqueólogos explicam porque: pelas cidades terem alcançado tamanha grandeza, começou

a surgir doenças avassaladoras, e assim marca um súbito esvaziamento da cidade, e a

volta para as pequenas comunidades isoladas do resto que se perpetua até a chegada dos

espanhóis (NORTON, 1971. p.45).

Entre os séculos VIII e IX os maias entraram em decadência devido a guerras internas, doenças, inundações e grandes períodos de seca. As cidades passaram a ter muros em volta. E em algumas cidades, revoltas dos camponeses também enfraqueceram o império (OS MAIAS, 2016).

A intenção inicial espanhola, logo nos primeiros contatos, sempre fora colonizar e

catequizar os locais. Porém, devido ao estilo de vida e governo dos Maias não obtiveram

êxito imediato. Os maias foram bem mais resistentes ao domínio espanhol, por se

localizarem em várias fortalezas independentes, e não possuírem um local específico onde

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se localizava o seu império (diferente dos incas ou astecas). Assim, o avanço dessa

colonização foi demorada e se consolidou aos poucos, levando em torno de 170 anos até

os espanhóis terem domínio absoluto na região (NORTON, 1971. p.139).

Os poucos relatos que se tem sobre a cultura Maia são sobre as ruínas deixadas há

muito tempo, uma vez que a igreja católica e os governantes espanhóis destruíram e

incendiaram quase todos os textos antigos que relatam o modo de vida deles, deixando

uma grande lacuna na história.

A cultura Maia foi tão avançada astrologicamente que o calendário deles se

assemelhava muito com o nosso, e, assim, conseguiam prever eventos futuros, como o

sistema de contagem numérico baseado em unidade vigésima.

2.4 ASTECAS

O império Asteca era formado por um povo dedicado a guerra que teve seu início

com pequenas subdivisões de grupos étnicos, localizados na região central do México, por

volta de 1200 d.C, que falavam a mesma língua “Náuatle” que era a língua predominante

mesoamericana. As palavras em náuatle aztecatl significa "povos de Aztlán" que faz parte

de uma mitologia que explica o surgimento e a migração deles (HISTÓRIA DOS ASTECAS

2014)

Sua subdivisão social é muito importante com uma hierarquia bem distinta, dividida

em Imperador, chefe que comanda o exército, os nobres que eram formados também por

sacerdotes e outros escalões militares, logo após os camponeses e escravos.

A cidade foi fundada após a chegada a Tenochordenou4, que atualmente é a cidade

do México, junto às ruínas das antigas pirâmides de Teotihuacán Logo ao centro da ilha

foi erguido o templo maior, onde era o local de adoração e veneração e sacrifícios humanos

para os deuses (SÃO FRANCISCO CIVILIZAÇÕES ASTECAS, 2017).

Segundo a lenda, a chegada à “terra prometida” seria indicada por um sinal: a visão de uma águia devorando uma serpente, no alto de um cáctus gigantesco em forma de candelabro. Numa ilhota do lago Texcoco (na atual Cidade do México), guiados pelo chefe Tenoch, os astecas viram esse sinal e concluíram ter encontrado ali o centro de sua expansão. Tenoch ordenou que construíssem uma cidade no lago maior, erguendo as habitações sobre estacas e unindo-as à terra firme por meio de pontes (SÃO FRANCISCO CIVILIZAÇÕES ASTECAS, 2017).

4 Teotihuacán foi uma sociedade muito desenvolvida que se estabeleceu nesta região séculos antes

e que fora abandonada.

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A invasão dos espanhóis na América ocorreu por volta de 1.519 d.C e o primeiro

contato entre ambos foi uma total confusão: os espanhóis só tinham interesse por ouro e

converter novas pessoas à igreja católica e, por outro lado, os astecas confundiram os

espanhóis por deuses. Assim como um costume dos astecas de celebrar a vinda dos

“deuses“ era oferecer sacrifícios humanos, a cena que os espanhóis se depararam de uma

pirâmide no centro da cidade onde jorrava sangue e corpos foi o suficiente para o clero

declarar isso como heresia e condenar todos ao inferno. Foi assim que iniciaram o

massacre, destruindo o templo maior e construindo logo em cima a catedral metropolitana.

A igreja perseguiu e fez tudo o que podia para destruir e extinguir a cultura asteca,

queimando manuscritos e destruindo templos, convertendo todos os indígenas restantes

em cristãos (DI MÉO, ANO 1995 p. 57).

A religião foi a causa determinante da expansão do império asteca, mas, também, a razão de seu declínio. A vida cerimonial religiosa era regida pelo calendário religioso, enquanto as atividades rurais eram ordenadas segundo o calendário solar. A cada mês, dia e noite, correspondiam determinadas atividades. Com a chegada dos espanhóis, acreditaram tratar-se do deus Quetzalcoalt, que voltaria pelo mar para ficar definitivamente entre eles (SÃO FRANCISCO CIVILIZAÇÕES ASTECAS, 2017).

Após a imposição espanhola, grande parte de sua cultura foi oprimida, deixando de

ser pública e passando apenas a ser ensinada em grupos familiares, embora muito se

perdeu, grande parte foi conservada, passando de pai para filho. Hoje com projetos do

governo vemos ela renascer, incentivos à cultura ancestral e ao pesquisar na área podemos

perceber que ela ainda está muito viva nos descendentes mexicanos, mas mesmo assim

ainda existem muitas lacunas em aberto, sem explicações, principalmente na área

arquitetônica, onde a arqueologia está se empenhando a descobrir e desvendar.

2.5 LEGADO E ACERVO ARQUITETÔNICO

2.5.1 Maias

A proporção áurea é uma constante real algébrica irracional obtida quando dividimos

uma reta em dois segmentos de forma que o segmento mais longo da reta dividida pelo

segmento menor seja igual à reta completa dividida pelo segmento mais longo e seu valor

é constituído por 1,6180339887... ou, arredondando, 1,6180. Curiosamente os Maias

também dominaram este conhecimento apresentado por Pitágoras na Antiguidade, entre

570 e 500 a.C. A imagem 05 e 06 apresenta este domínio matemático que foi utilizado para

medir as pedras do topo da pirâmide e alinhar as aberturas.

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Imagem 05 e 06: Maias e a proporção áurea de suas edificações.

Fonte: Hisrtory channel Mundo Maia ano: set. 2015.

Um dos avanços mais importantes da engenharia Maia são as abóbadas de

sustentação por mísulas, que iniciavam com duas pilhas de pedra que gradualmente vão

se projetando uma contra a outra, um tempo depois os maias ajustaram a curvatura do teto

com uma pedra maior que aumentava a espessura das paredes internas (imagens 07 e 08).

Imagem 07 e 08: Paredes internas templo Maia

Fonte: INAH ano 2014

O sistema hídrico de Palenque (imagem 09 e 10), localizado em uma área florestal

com pouco terreno plano para construção, essa cidade foi uma das mais notáveis

demonstrações de arquitetura e engenharia dos maias, um canal 20 x 40 m que passa pelo

meio da cidade que funciona como forma de drenar e canalizar a água.

Imagem 09 e 10: Sistema hídrico de Palenque

Fonte: INAH Ano 15 set. 2014

Os Sacbés, eram um conjunto de estradas que podem atingir até 100 km ligando

cidades maias do Norte. Esta estrada que possuía um alinhamento tão preciso, cujo erro

era menor do que 1 cm, fora executada toda em pedras grandes nas laterais e coberta no

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centro com seixos, pedras e areia, recoberta com uma superfície de “estuque maia”

elaborado com calcário, formando um caminho branco. (imagens 11 e 12) apresenta

arqueologia que demonstra um trecho de um Sacbés.

Imagem 11 e 12: Sacbés

Fonte: INAH Ano 15 set. 2014.

2.5.2 Astecas

A capital dos astecas iniciou-se em uma ilha, num terreno pantanoso. Para firmar o

terreno e construir imensos templos de pedra, esses povos criaram uma forma de estancar

e firmar o chão, através de estaqueamento com pilares de madeira envoltos com material

vulcânico, chamados Chinampas (imagens 13 e 14).

Imagem 13 e 14: Os Chinampas

Fonte: INAH set. 2014.

As Chinampas, portanto, constituem-se de estacas de madeiras, talos, fibras, que

possam flutuar e que são revestidas com o próprio lodo do lago formando ilhas artificiais

com o tamanho em média de 10 x 100 m Imagem 15 e 16. Estes locais se constituíam na

base fundamental da agricultura asteca, e o motivo do seu sucesso como civilização, pois

permitia ter até sete colheitas anuais, enquanto a agricultura convencional é de duas a três

safras somente.

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Imagem 15 e 16 : Aquedutos astecas.

Fonte: INAH, Ano: abril 2014

Outro conhecimento dominado pelos povos astecas foram os Aquedutos, que

tiveram muito êxito em construí-los (imagem 8). Eles conseguiram transportar água das

nascentes e através de canais que faziam chegar água até o centro da cidade localizado

no meio da ilha.(imagem 17 e 18) ,

Imagem 17 e 18: Construindo um Império: Os Astecas

Fonte: CONSTRUINDO Ano: set. 2017.

outro feito incrível dos astecas foi a construção de passarelas sobre a água e diques

para conter as enchentes que assombravam a grande cidade da ruína, feitos com o mesmo

sistema de estaqueamento com toras de madeira, pedras e junco (imagens 15 e 20). as

construções dos contrafortes possibilitam ter um controle maior dos afluentes e o

crescimento desenfreado da cidade (imagem 19 e 20).

Imagem 19 e 20 : Diques: La construccíon azteca.

Fonte: INAH Ano dez. 2013.

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Concluiu-se que os astecas foram uma das civilizações mais prosperas,

conseguindo dominar o meio que vivem ao seu favor, criando uma Veneza Americana.

2.5.3 Incas

Os terraços incas foram um dos motivos pelos quais esse povo fora tão próspero.

Esses foram o meio e a forma de cultivar o solo peruano, com terras irregulares e muitas

vezes pobre de nutrientes, com inundações e chuvas constantes. A solução inca foi criar

terraços, que além de ajudar a dar sustentação para suas construções, eram um modo fácil

de drenar a água evitando a erosão e potencializando a agricultura. Esta era feita por: solo

arável, areia, cascalho e pedras maiores, com uma inclinação de 5% (imagens 21 e 22).

Imagem 21 e 22 : Terraço I: a grandeza da arquitetura inca em machupicchu.

Fonte: National geographic Incas Acesso em: 24 fev 2017.

Uma das mais belas artes incas é a manipulação de riachos e nascentes, mudando

o curso natural por canais entalhados na pedra em com 3% de caimento, os quais desviam

água para os terraços (irrigação) e para o centro da cidade, a água fresca era indispensável

para as cidades (imagens 23 e 24).

Imagem 23 e 24: Terraço II: A grandeza da arquitetura inca em machupicchu.

Fonte: National geographic Incas Acesso em: 24 fev 2017.

Com técnicas apuradas de entalhes nas pedras, as construções incas são quase

todas feitas de pedras, com junções quase tão perfeitas que não passa um prego entre

elas. Sem nenhum material de ferro para ajudar a entralhar, a forma com que eles

conseguiram foi com outras pedras mais duras de rios batendo e lascando uma com as

outras, e por raspagem de pedras menores obtinham superfícies lisas (imagem 25 e 26).

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Imagem 25 e 26: Entalhos: a grandeza da arquitetura inca em machupicchu.

Fonte: National geographic Incas Acesso em: 24 fev 2017.

Por exemplo, a pedra Intihuatana, cuja precisão é perfeitamente alinhada com os

pontos cardeais, norte e sul, fica no ponto mais alto de Machu Picchu e, sua importância é

distinguir as estações do ano para colheita (imagens 27 e 28).

Imagem 27 e 28: Pedra Intihuatana: a pedra sagrada de Machu picchu

Fonte: Projetointi Ano16 Abril 2017

2.6 Considerações acerca do tema

Confirmando todas inovações arquitetônicas e as tecnologias empregadas nas

construções de todos os povos, constata-se que eram povos altamente desenvolvidos,

apesar de não haver contato com outras civilizações europeias. Podem ser constatadas

maravilhas tecnológicas empregadas as quais somente agora são entendidas e aplicadas.

Dentre elas podem ser destacadas a simetria e os estudos matemáticos de proposição em

conjunto com o estudo astrológico. A colonização espanhola (figuras 29, 30 e 31) em muito

colaborou para que estes conhecimentos ficassem esquecidos ou relegados a segundo

plano para o povo americano.

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Imagem 29 ,30 e 31: A Colonização espanhola :MANDELA

Fonte: moisesprofhist blogspot Ano fev 2017

O passado ainda tem muito a nos ensinar, a conquista espanhola de alguma forma,

foi um retrocesso na história no quesito arquitetônico, atualmente vemos a busca pela

identidade dos descendentes desses povos, e a tentativa de resgate cultural é incentivada

pelo governo, porém, ainda existe muito preconceito entre valorizar a cultura antiga. A

mescla de culturas nunca foi tão grande, criando uma nova identidade local, ainda existe

muita coisa para ser redescobertas, principalmente no quesito arquitetônico, a busca

implacável de entender e de trazer de volta, aumentaria o fluxo de turismo nas cidades.

3. ASPECTOS MUSEOLÓGICOS: CENTRO DE INTERPRETAÇÃO

A palavra Museologia provém do latim que significa “lugar das musas”, que é a área

de conhecimentos em prol da manutenção, restauração e organização de exposições. Os

primeiros museus surgiram em meados do século XVl, na França, algo improvisado na

forma de objetos amontoados sem nenhuma relação, esses primeiros museus chamavam-

se de “Gabinetes de Curiosidades” não tinham nenhum preparo ou preocupação com o

acervo (SÃO FRANCISCO, MUSEOLOGIA, 2017).

A pesquisa na área da história da arquitetura e urbanismo na América tem passado

por várias mudanças significativas nos últimos anos, refazendo versões antigas e

tradicionais da historiografia (CASTRIOTA, 2009 p.15). Atualmente, se concebe por Museu

um centro cultural instigante e atuante. Por mais que essa ideia possa parecer estranha é

a que melhor define esse espaço (SÃO FRANCISCO, MUSEOLOGIA, 2017).

Busca-se neste capítulo, conceituar Patrimonialização, Museu e Centro de

Interpretação, para poder apresentar o conceito e o tipo de memorial que se pretende

trabalhar projetualmente.

Patrimonialização configura-se em introduzir na sociedade a necessidade do

estatuto de preservação. Adotando a competência de custodiar os bens destinados e

classificados por patrimônio histórico/ cultural, conservação é o conceito principal que

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sustenta o patrimônio, é a proteção do bem por qualquer ação danosa que possa ocorrer,

natural e intencional, visando a proteção no presente e futuro (LIMA, 2012).

Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos, técnicas – bem como os instrumentos, objetos, artefatos e espaços culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Esse patrimônio cultural intangível, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e pelos grupos em função de seu ambiente, sua interação com a natureza e sua história, e proporciona-lhes um sentido de identidade e de continuidade, promovendo o respeito à diversidade cultural e criatividade humana (UNESCO, 2003a).

O estudo aprofundado na história pode auxiliar o desenvolvimento social e

socioeconômico do lugar, a criação de centros culturais nunca atraiu tantos olhares, as

pessoas cada vez mais se interessam por conhecer culturas e seu modo de vida, atraindo

a atenção e trazendo investimentos para a cidade, reverenciando e honrando suas origens.

A valorização cultural, portanto, trata de preservar e divulgar a cultura, com o intuito

de proteção e dando a importância significativa que a mesma merece (LIMA, 2012).

Referente às técnicas construtivas históricas, de acordo com CASTRIOTA (2009) há

compreensão de que este conhecimento passa pela conservação dos monumentos e

também pela preservação de seus sistemas construtivos. Portanto, deve-se entender que

mudar as técnicas em que o monumento foi construído significa mudar parte importante de

sua própria característica e construção, que tem como caráter irreversível para as próximas

gerações (CASTRIOTA, 2009, p. 323).

Museu:

De acordo com IBRAN (2017) classifica-se como museu uma entidade sem fins

lucrativos que conserva, investiga, comunica, interpreta e expõe acervos. Estes espaços

têm como finalidade, além de fins de preservação, estudo e pesquisa, a educação, a

contemplação e o incremento ao turismo. Uma junção de coleções com significado e

valores históricos, artísticos, científico, técnico e cultural, que beneficiam a humanidade,

aberto ao público, contemplando diversos acervos (IBRAN – 2017).

Centro de Interpretação:

Um centro de interpretação tem como objetivo enquadrar e sensibilizar seus

visitantes mostrando os aspectos únicos e históricos abordados pelo tema protegido em

seu acervo, mostrando seus valores culturais e naturais. (CASTRIOTA 2009)

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O Centro de Interpretação das Civilizações Pré-colombiana pretendido, tem como

objetivo sensibilizar e mostrar aos seus visitantes como foi a verdadeira realidade da

invasão espanhola na América, a ganância pela busca da riqueza e por um falso objetivo

divino, que levou a quase extinção das três maiores civilizações da América, a abordagem

gira em torno dos fascínios tecnológicos praticados por culturas isolados do resto do mundo

que aprenderam sozinhos, apenas observando a natureza.

Propõem-se para isso, o resgate das técnicas e um estudo avançado de sua

arquitetura com um olhar mais minucioso, e dessa forma poder, através do espaço edificado

adequado e qualificado, expor e proporcionar aos visitantes, novas vivências e

experiências.

4 MÉTODO DE PESQUISA

Esta pesquisa utiliza-se de meios digitais, vídeos, pesquisas em artigos e em sites

especializados. Por meios de coleta de dados em acervos públicos e entrevista oral

qualitativa (para a sustentação teórica), realizadas entre julho e novembro de 2017, durante

a Disciplina de Pesquisa do Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo na

Universidade Feevale.

Na pesquisa teórica e bibliográfica busca-se melhor entender as necessidades do

tema sendo que grande parte dos dados e ilustrações foram retirados de livros sobre o

tema, como “As civilizações Pré-colombianas”. Buscando-se dessa forma, respaldo teórico

e histórico nas três maiores civilizações mesoamericanas, como se desenvolveram,

forçando um caminho desde suas origens até seu maior esplendor, permitindo obter uma

comparação de seus folclores e lendas, buscando relatos históricos de como foram os

primeiros contatos com os europeus. Outra parte das informações referenciadas nesta

pesquisa foram possíveis com acessos a documentários da National Geographic.

4.1 PESQUISA DE CAMPO

Na pesquisa de campo realizada no Museu Soumaya na própria Cidade do México

(imagens 32 e 33), que permitiu entender como funciona a disposição e o acervo, e como

se apresenta ao público, para reforçar a proposta do centro de interpretação.

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Imagem 32 e 33 : Museu Soumaya

Fonte: Autor Nov 2017

A visita ao museu referencial para o projeto do centro de interpretação, museu

Soumaya, embora no nome diz museu, ele é um centro de interpretação de arte, cuja a

intenção não é expor objetos iguais aos museus convencionais, e sim demonstrar com

painéis e explicações por vídeos. O objetivo deste é proporcionar sensações e despertar a

curiosidade aos visitantes, em cada andar existe um acervo diferente como podemos ver

nas imagens 34 e 35 com uma videoteca explicando um pouco das obras e suas

peculiaridades, uma visão mais detalhada e próxima.

Imagem 34 e 35 : Museu Soumaya Acervo

Fonte: Autor Nov 2017

O museu conta com um percurso que inicia por uma rampa que acessa todos os

andares gradativamente até chegar ao topo onde se encontra uma grande esplanada de

exposições com uma cobertura de estrutura metálica, imagens 36 e 37.

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Imagem 36 e 37 : Museu Soumaya Acervo superior

Fonte: Autor Nov 2017

Conforme a visita ao local, o acesso se dá logo no primeiro pavimento do prédio por

uma escada. Logo na entrada vemos um grande pé direito com uma recepção, ali podemos

pegar dois caminhos, uma rampa para subir ou outra para descer, a subida dá acesso ao

acervo e a descida ao restaurante, loja e auditório, incluindo o elevador para acesso ao

estacionamento no nível subsolo.

Imagem 38 e 39 : Museu Soumaya implantação

Entrada principal

Fonte: Autor Nov 2017

Toda área de tratamento de obras e administrativa encontra-se no subsolo, deixando

apenas exposições no volume principal. O museu também conta com 4 pavimentos de

estacionamento, como a cidade é muito populosa, este estacionamento serve também aos

prédios executivos do entorno, deixando o nível térreo mais limpo e priorizando o pedestre.

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Imagem 40 e 41 : Museu Soumaya estrutura

,

Fonte: Soumaya 2017.

Imagem 42 e 43 : Museu Soumaya corte

Fonte:

Soumaya 2017

Conclui-se então que o modo mais eficaz para criar o centro de interpretação é deixar

os acessos ao público no nível térreo e superior, enquanto as zonas mais específicas de

circulação de acervo e funcionários para o subterrâneo.

4.2 ENTREVISTAS

Ainda foram feitas entrevistas com alguns descendentes diretos desses três povos,

Por fim, a visita ao terreno pretendido, (executada em novembro deste ano 2017) na cidade

do México, complementa a pesquisa de campo e revela melhor as buscas virtuais que já

estão sendo elaboradas. Ainda os dados de Legislação pertinente como Plano Diretor local

(México) e legislação pertinente brasileira, são fundamentais para viabilizar este trabalho.

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Também foi possível entrevistar um descendente inca no aeroporto Internacional de

Lima no Peru, com o nome de Joaquim Cantuanca. Ele estava com sua esposa que vestia

um ponche de malha de lã e um chapéu, ele utilizava apenas uma camiseta, e uma espécie

de bombacha. Joaquim me contou que a cultura ancestral deles continua bastante

presente, tudo que foi ensinado a eles foi seu pai quem passou, as festividades e

peregrinações que ocorrem periodicamente, ele ainda me mencionou que alguns rituais

ainda são praticados dentre essas peregrinações como mascar uma folha de coca ao subir

algum cume. Perguntei a ele como eram as cidades de outrora e como foram construídas,

se ele já tinha visitado alguma delas, por exemplo, Cusco; porém, ele não soube me dizer

ao certo sobre as cidades, apenas me afirmava que eram belíssimas.

Na Cidade do México, conheci um casal descendente indígena da região, ambos

falavam um dialeto antigo, porém, cada um era de tribos com dialetos e linguagens

diferentes. Questionei como se entendiam, pois cada um falava na sua língua, a resposta

que tive é que eles simplesmente se entendem e que a linguagem que falam foi ensinada

por geração a geração. Para ambos, manter a cultura ancestral é fundamental e fazem

questão de não esquecer, transmitindo também aos seus filhos, porém, existe um problema

hoje: em casa os filhos falam o dialeto, mas na rua eles apenas falam o espanhol por

sofrerem bulling dos demais.

Com as entrevistas concluiu-se que as memórias ancestrais ainda estão vivas, e

precisam ser mais exploradas e valorizadas, revelando e instigando o mundo a conhecê-

las e dessa forma também respeitá-las.

5 ÁREA DE INTERVENÇÃO

5.1 APRESENTAÇÃO DA CIDADE DO MÉXICO

A cidade do México Tenochtitlan foi criada e fundada pelo povo asteca cerca de 1325

d.C e foi construída no centro de uma ilha no meio do lago de Texcoco. (HISTÓRIA DOS

ASTECAS 2014)

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Imagem 44 e 45 : Localização e situação da Cidade

Fonte: Google earth

A cidade está localizada à margem sul do Anáhuac e limita a Norte e Oeste com o

Estado do México e a Sul por Morelos (imagens 44 e 45). O clima predominante na região

é intertropical, com uma média anual de 15 °C. Com isso, a cidade do México apresenta

verões e invernos amenos, além de escassez de chuvas. De acordo com a parcela de terra

onde se localiza, a área a cidade é considerada um elo entre regiões de clima desértico e

temperado do norte com o clima tropical do sul.

Segundo a lenda, foi um deus que indicou o local para ser construído a cidade, o

deus apresentou uma águia empoleirada em um cacto nopal com uma serpente em seu

bico como símbolo de estadia e permanência da civilização aonde deveria prosperar,

demonstrada na Bandeira Nacional do México (imagem 46 e 47).

Imagem 46 e 47 : Bandeira da Cidade

Fonte: Foto Tirada pelo Autor Nov 2017

No ano 1526 iniciou a ocupação espanhola que durou três séculos, até que Miguel

Hidalgo, um padre da povoação de Dolores, proclamou o famoso "grito de Dolores" Imagem

49, iniciando a Guerra da Independência do México, que foi conquistada três anos depois.

Após a proclamação da independência, em 27 de setembro de 1821, os conflitos que se

travaram até final do século XIX dificultaram o desenvolvimento da cidade. No início deste

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século, a cidade expandiu-se e nasceram as primeiras "colônias" residenciais, mas após a

revolução o seu crescimento populacional aumentou significativamente.

Imagem 48 e 49 : Revolução Mexicana

Fonte: Colombo 2014.

A cidade do México é considerada a segunda maior cidade em número de habitantes

da América, sendo a capital dos Estados Unidos Mexicanos, e está entre as maiores

capitais urbanas do mundo, com cerca de 21,5 milhões de habitantes de acordo com o

censo de 2016 com densidade de 5.496 habitantes por quilômetro quadrado. As etnias que

formam a população que moram na cidade são das mais diversas Imagem 50 e 51, com

grande parte de mestiços (europeu + indígena), sendo a maioria descendentes nahua. Fora

este, os grupos de índios mais populosos do México são os mazahuas, zapotecos, otomíé

e mixtecos .

Imagem 50 e 51 : Rua Paseo de la reforma, Los Mariachis

Fonte: Autor Nov 2017

A cidade tem sido castigada pela natureza anualmente, além dos terremotos, que

são frequentes, ela sofre de um problema maior, a cidade foi crescendo a partir de uma ilha

ao centro, que foi aterrada à medida que a população crescia, porém, o solo é úmido e

pantanoso, grande parte dos edifícios da cidade sofrem com afundamento no solo, em

alguns lugares podem atingir até 15 cm por ano. Como podemos ver na demonstração da

deformação do solo nas imagens 52 e 53.

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Imagem 52 e 53 : Localização e situação da Cidade

Fonte: Autor Nov 2017

A cidade do México é culturalmente muito rica e possui muita história e mistérios.

Além disso, tem um povo acolhedor e simpático com a uma gastronomia distinta, variada e

apimentada.

5.1.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA CIDADE

A cidade do México é muito bem urbanizada, com ruas largas e, a cada rótula, algum

monumento histórico. Os espaços públicos são muito qualificados, todos com muita

vegetação e bancos e locais para percursos de pedestres (imagens 54, 55 e 56).

Imagem 54, 55 e 56, Av Paseo de La Reforma

Fonte: Autor Nov 2017

De acordo com as imagem 57, 58 e 59, é notório o investimento e preocupação em

qualificar as áreas urbanas da cidade, buscando o bem estar dos pedestres chamando-se

atenção para as alternativas para qualificar os espaços urbanos e proporcionando melhor

uso. Nas grandes vias, próximo ao passeio público, há lugar para ciclovias, que adentram

as praças ou se juntam ao passeio, que se torna maior, deixando o pedestre mais à vontade

não só para passar por ali, mas sim, curtir a vista e os percursos proporcionados (imagens

57 e 59).

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Imagens 57, 58 e 59 Bosque de Chapultepec

Fonte: Autor Nov 2017

A Avenida Passo de la Reforma é caracterizada por ser a via mais importante da

cidade, onde concentram-se as sedes das maiores marcas do mundo, o perfil urbano dá

lugar a grandes prédios de estrutura metálica e vidro com uma avenida muito arborizada.

(imagens 60, 61 e 62).

Imagem 60, 61 e 62: Bosque de Chapultepec

Fonte: Autor Nov 2017

Conforme já nominado, a gastronomia na cidade do México é bastante específica,

possuindo tendas de ruas e restaurantes que servem comidas típicas, havendo pratos para

todos os gostos, desde os mais simples aos mais elaborados e, em todos, não pode faltar

a famosa pimenta: o chille. O chille é muito apreciado pelos locais sendo que as comidas

perdem o tempero para dar espaço à especiaria, utilizada em refrescos e até em doces e

pipocas (Imagens 63, 64,65 e 66).

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Imagem 63, 64 , 65 e 66 : Comidas e tendas de rua

Fonte: Autor Nov 2017

Imagem 66, 67 e 68 : Xochimilco, Monumento da Reforma, Teotihuacan

Fonte: Autor Nov 2017

Dentre alguns pontos turísticos visitados na cidade do México, a imagem 66

apresenta o famoso xochimilco, um passeio de barco nos canais que sobraram do grande

lago que circulava a cidade asteca. No passeio pode-se ver como era feito as chilampas,

(as ilhas artificiais). Na imagem 67 vê-se o monumento da reforma, um marco da

Independência da cidade, com sua grandiosidade e imponência no entorno, um local

turístico formidável. A imagem 68 apresenta as pirâmides de teotihuacan que fazem parte

de uma das maravilhas no México. Estas construções monumentais foram construídas por

povos muito antes dos astecas e distam cerca de uma hora da cidade do México e, até

hoje, são o destino número 1 para visitantes, moradores e turistas.

5.2 APRESENTAÇÃO DO LOTE E JUSTIFICATIVA

A partir de uma análise do centro histórico da cidade (que podemos ver no mapa da

imagem 69), e levando em conta o templo maior (que era a principal pirâmide asteca)

localizada no centro da ilha, podemos perceber uma linha e uma rota cultural, que

contempla restaurantes e museus, os quais continuam na rua Paseo de la Reforma, aonde

também se encontra o obelisco que marca a independência do país. Seguindo adiante

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percorrendo a rota, existe o museu de arte moderna e, um pouco mais à frente, o Museu

Nacional de Antropologia (que serve neste trabalho também como referência).

O Centro de Interpretação que se pretende trabalhar vem a ser um complemento

para esta rota, na mesma rua nos deparamos com o auditório nacional Imagem 70, e ao

lado dele um terreno vazio sem uso, abandonado e atualmente está sendo utilizado apenas

com estacionamento. Neste lote pretende-se trabalhar o projeto para o Centro de

Interpretação das Civilizações Pré-Colombianas. O lote possui frente para a Avenida Paseo

de la Reforma e lateral maior para a rua Calz Chivatito e está localizado em um ponto

estratégico, próximo do centro cultural e dentro da rota cultural. Ele tem uma das

esplanadas voltadas para o grande parque Bosque de Chapultepec, um dos principais

marcos e centros de aglomeração da cidade.

Imagem 69, Corredor Cultural

Fonte: Autor Nov 2017

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Imagem 70, Localização do Lote e entorno

Fonte: Autor Nov 2017

Imagem 71 e 72 Localização do Lote e entorno

Fonte: Autor Nov 2017

O principal motivo da escolha deste lote, além sua perfeita localização, também se

dá pelo fato de que ele está sem uso específico, servindo apenas como estacionamento

para funcionários do auditório. Grande parte do lote está degradada e interfere na paisagem

urbana em local nobre com já foi dito junto ao Museu Nacional de Antropologia.

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5.2.1 Carta solar da Cidade do México

A cidade do México localiza-se na Latitude 19.43°, Longitude 99.7° com Altitude de

2240m acima do nível do mar, de acordo com a figura 73, percebe-se que na fachada norte

do lote a incidência de sol é maior no verão e, grande parte da incidência solar acontece na

manhã das 6 horas ao meio dia e, à tarde, com uma maior incidência solar das 16 às 19

horas, havendo em grande parte do ano pouca incidência de sol nos períodos da tarde.

Na fachada sul da carta solar, que podemos ver na imagem 74 , a incidência solar é

quase o ano todo, com a máxima exposição solar acontecendo desde a manhã até a noite.

Imagem 73 e 74, Carta Solar Norte e Sul

Fonte: Autor Nov 2017

Na fachada Leste, como vemos na imagem 75, a incidência solar ocorre o ano todo, porém,

apenas do amanhecer ao meio dia e na fachada Oeste, como vemos na imagem 76, a

incidência solar é o ano todo pela parte da tarde (do meio dia até o anoitecer).

Imagem 75 e 76, Carta Solar Leste Oeste

Fonte: Autor Nov 2017

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Concluímos que a fachada mais indicada para funcionar o museu é a norte, com

pouca incidência solar durante o ano, auxiliando na climatização e manutenção de obras,

possibilitando aberturas de vidro.

5.2.1 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO LOTE

Na imagem 77 que corresponde a face leste do lote, vemos a principal via que corta

a cidade, a Av. Paseo de la Reforma, onde existe o maior fluxo de pessoas e veículos

podendo ser considerada a principal porta de entrada ou acesso ao projeto.

Imagem 77, Lote

Fonte: Autor Nov 2017

A oeste, logo ao lado do Auditório Nacional, de acordo com a imagem 78, vê-se a

segunda entrada principal do lote, na Av. Paseo de la Reforma, onde, por base é a

entrada principal do lote.

Imagem 78 Lote

Fonte: Autor Nov 2017

Na imagem 79 indo mais ao sul do lote, podemos perceber pouca circulação de

pessoas, algo bem chocante ao ponto de ser quase deserto e abandonado.

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Imagem 79, Lote

Fonte: Autor Nov 2017

No fim do lote como podemos ver na imagem 80 é possível perceber uma

confluência de três avenidas e um fluxo bem intenso e rápido de veículos.

Imagem 80: Lote

Fonte: Autor Nov 2017

Com a visita realizada foi possível perceber que o lote se encontra em mau estado

e sub-utilizado como estacionamento do auditório (imagens 81, 82 e 83). Portanto, tem-se

um terreno nobre porém abandonado, existindo um grupo de edificações degradadas na

ponta do lote (próximo a Av. Passeo de la Reforma que outrora fora um conjunto para

comércio local). Também o comércio de rua é algo muito presente neste local além de ser

comum na cidade como um todo, que atrai muitos turistas e é frequentado também pela

população mexicana em geral.

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Imagens 81, 82 e 83: Áreas Degradadas Lote

Fonte: Autor Nov 2017

Conclui-se que “a porta de entrada” para o Centro de Interpretação que se pretende

desenvolver, deve ocorrer pela Av Passeo de la Reforma, atraindo o público e ajudando a

urbanizar o entorno, aumentando a circulação de pedestres e turistas da região,

promovendo qualidade e revitalizando o lote.

5.3.1 ANÁLISE DO CONTEXTO URBANO

O sistema viário na delegação de Miguel Hidalgo compartilha redes de infraestrutura

rodoviária com outros municípios. Além disso, constitui um espaço onde há um grande

fluxo de pessoas e mercadorias, de modo que a estrutura e infraestrutura de suas estradas

significam um elemento vital para o bom funcionamento da vida econômica da cidade de

México.

Imagem 81: Hierarquia Viária

Fonte: Autor Nov 2017

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As principais rotas de comunicação que tornam possível esse fluxo regional e

metropolitano são: o Boulevard Adolfo López Mateos, circuito Melchor Ocampo, Av Pdte

Masaryk, Av Rio San Joaquin e Paseo de la Reforma, estas estradas regionais, não só

contribuem para a mobilidade interna da demarcação, mas permitem a intercomunicação

entre distritos e garantem o rápido fluxo interno e externo. Dessa forma, as grandes

avenidas na sua maioria parte ultrapassam as fronteiras entre um distrito e outro e, assim,

criam corredores de escoamento entre distritos.

5.3.2 Estrutura urbana

Os elementos que compõem a estrutura urbana dos Distritos são os centros e

subcentros urbanos e os centros da vizinhança, que estão conectados através das estradas

principais. Na ruas de maior importância mencionados no sistema viário, concentra-se o

maior uso, como comércio, equipamentos, recreação e administração que servem a

população que vive na delegação (distrito).

Imagem 82: Zonas

Fonte: Autor Nov 2017

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5.4 REGIME URBANÍSTICO E PLANO DIRETOR

A Cidade do México por ser uma das maiores cidades do mundo é subdividida em

delegacias ou distritos, somando um total de 16 subprefeituras (Imagem 83), as quais

obedecem um regime urbanístico estadual, válido para toda a cidade, porém, cada zona

tem seu próprio plano diretor, com suas especificações e índices construtivos específicos.

Imagem 83: Distritos

Fonte: Plano diretor dos Distritos

5.4.1 PLANO DIRETOR DO DISTRITO FEDERAL DO MÉXICO

O plano diretor da cidade do México, foi promulgado no dia 15 de junho de 2010. De

acordo com o plano diretor do distrito federal do México, no artigo 5 reforça que, cada distrito

obedece ao plano diretor geral, porém cada delegação tem seu próprio plano diretor,

suprindo as necessidades e autorizando a intervenção de profissionais com licenças

específicas de construção, portanto, cada projeto deve ser encaminhado à delegação

correspondente ao lote.

No Capítulo Vl das Restrições à construção as delegações exigem um projeto de

adequação que atendem: projeto hidráulico, sanitário, sistema solar de acordo com os

artigos 82, 83 e 89, projeto elétrico, localização dos extintores, utilização de águas pluviais

no telhado com metragem superior a 200 m² de telhado.

Conforme o artigo 28 na página 14 todas as edificações novas a serem construídas

necessitam de um laudo e permissão da secretaria e do instituto Nacional de Antropologia

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e História ou do Instituto Nacional de Belas Artes para fins de descoberta e escavações

com alto teor histórico. No capítulo Vl das instalações hidráulicas e sanitárias o artigo 12,

prevê que todos os novos edifícios que contém mais de 3 andares devem contar com um

espaço de armazenamento (previsão de catástrofes) cujo espaço comporte o dobro da

capacidade de visitantes da edificação. Ainda no mesmo artigo, está previsto que haja

armazenamento de água e sistema de bombeamento, para a edificação funcionar como

base e acolher a população caso aconteça algum desastre natural.

5.4.2 PLANO DIRETOR DA DELEGACIA MIGUEL HIDALGO

O lote escolhido fica na delegacia de Miguel Hidalgo, próximo ao centro, aonde

grande parte dos parques e museus se encontram. A delegação de Miguel Hidalgo está

localizada a noroeste do Distrito Federal, na fronteira norte com a Delegação de

Azcapotzalco e os municípios de Huixquilucan e Naucalpan e, ao sul com as delegações

Benito Juárez, Álvaro Obregón e Cuajimalpa de Morelos; ao leste com as delegações

Cuauhtémoc, Azcapotzalco e Benito Juárez; ao oeste com a Delegação Cuajimalpa de

Morelos e o município de Huixquilucan do Estado do México,

As características geográficas da delegação de Miguel Hidalgo colocam-na na zona

das terras altas mexicanas do Eixo Neovolcanico, cuja sub-província são os lagos e vulcões

de Anahuac, o sistema de Topoforms está localizado integrado por lomeríos com Ravinas,

planície aluvial e planície do lago.

Geologicamente e de acordo com o zoneamento, a delegação de Miguel Hidalgo

está localizada na Zona I, chamada Lomas: formada por rochas ou por solos geralmente

firme e terras além da margem do antigo lago.

Imagem 84, Distrito Miguel Hidalgo

Fonte: Autor Nov 2017

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Conforme vemos no zoneamento o lote encontra-se em uma área em que é

permitido novas instalações de auditórios, teatros, cinemas e museus, conforme vemos na

imagem 85.

Imagem 85: Tabela de uso específico

Fonte: Plano Diretor Miguel Hidalgo

Na Zona Habitacional Mista (HM) é permitido a mistura de uso de habitação com

comércio, escritórios e serviços, sendo atribuídos principalmente na área correspondente

aos bairros de Granada e Alargamento Granada e nas propriedades que enfrentam

corredores urbanos que atualmente têm a diversificação de usos. Ocupa uma superfície de

358,07 hectares, o que representa 7,62% do território da Delegação.

A zona Equipamento (E) inclui áreas públicas e privadas e edifícios que forneçam

um serviço à população nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, serviços

urbanos e administração, bem como vagas de propriedade do Governo do Distrito Federal,

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destinadas a facilitar a cobertura dos serviços já instalados. Esta zona ocupa uma área de

636,59 hectares, o que representa 13,55% do território da Delegação.

Imagem 86: Zoneamento I

Fonte: Plano Diretor Miguel Hidalgo

Imagem 87: Zoneamento II

Fonte: Plano Diretor Miguel Hidalgo

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No zoneamento das Áreas de Valor Ambiental (AV), a área total construída pode ser

até 5% da superfície da propriedade, e a área de aproveitamento em altura pode ser de até

2,5 da superfície que será construída. A instalação de quadras esportivas, áreas recreativas

e áreas esportivas ao ar livre será permitida, com a opinião da Ministério do

Desenvolvimento Urbano e Habitação e do Ministério do Meio Ambiente (imagens 86 e 87).

Imagem 88, Tabela dos Índices

PLANO DIRETOR LEGISLAÇÃO PERMITIDO

TO 5% 3.227,95 m²

IA 2,5 8.069,8 m²

ÁREA DO TERRENO 64.559,21 m²

ALTURA MÁXIMA 6 pavimentos

Fonte: Autor Not 2017

Portanto, o máximo de área que o lote permite é de 3.227,95m² sendo o subsolo

liberado para estacionamentos públicos. Com uma altura de no máximo 6 pavimentos o

restante do lote deve ser destinado a serviços públicos como quadras esportivas, praças,

e cobertura vegetal.(imagem 88).

Imagem 89, Índices Máximos

Fonte: Autor Not 2017

Na imagem 89 vemos uma simulação do máximo permitido de área no lote, e o

máximo de construção que abrange a parte do museu.

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6 PROPOSTA DE PROJETO

6.1 PROJETOS REFERENCIAIS ANÁLOGOS E FORMAIS

6.1.1 PROJETOS REFERENCIAIS ANÁLOGOS

6.1.1.1 Museu Messner da Montanha Corones

O Museu Messner da montanha Corones situa-se na província de Bolzano ao sul de

Tirol na Itália. A proposta para este projeto é viabilizar ao público vivenciar um pouco das

experiências do alpinista Reinhold Messner. Vemos um pouco disso na imagem 90 e 91, O

projeto de 2015 tem autoria de Zaha Hadid e já está executado, sendo que o Museu está

em pleno funcionamento.

Imagem 90 – Vista do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: archdaily Messner (2015).

Embora seja considerado um museu a ideia da proposta está mais conectada com

a de um centro de interpretação: fazendo com que a edificação transmita sensações e

experiências vividas e não apenas propondo um tema contemplativo. A experiência de viver

o projeto podemos ver pela imagem 90

Museu Messie tem como objetivo incorporar a experiência do alpinista que foi o primeiro e único a escalar todas as 14 montanhas mais altas do mundo, transmitindo sua visão ao museu. Zaha Hadid explica o conceito do projeto: "A ideia é que os visitantes possam descer para a montanha e explorar suas cavernas e grutas, antes de emergir através da parede, do outro lado, para o terraço em balanço sobre o vale, com vistas panorâmicas impressionantes” (Archdaily, 2015).

Incorporado no cume do Monte Kronplatz cerca de 2.275 metros acima do nível do

mar, no centro de um dos resorts de esqui mais populares do centro sul do Tirol, o Museu

Messner da Montanha é rodeado pelos picos alpinos do Zillertal, Ortler e Dolomites.

Fundado pelo renomado alpinista Reinhold Messner, o sexto e último dos Museus Messner

explora as tradições, história e disciplina do montanhismo (Archidaily Messner 2015 ).

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Imagem 91 – Vista do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: archdaily Messner (2015).

A implantação do museu, no pico de uma das montanhas do Tirol, proporciona ainda

vista para os quatro pontos cardeais, convidando a uma verdadeira experiência de

exploração da local imagem 91.

Imagem 92 – Vista interna do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: archdaily Messner (2015).

Internamente, os espaços apresentam conexões com rampa em cascata que

conecta os três andares da galeria aos espaços para exposições temporárias (imagem 92

e 93). Também as áreas de apresentações e um pequeno auditório capacitam o museu a

exibir sua coleção permanente junto a objetos, imagens e ferramentas do acervo do grande

alpinista Messner.

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Imagem 93 – Corte e disposição do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: archdaily Messner (2015).

Imagem 94 – Zoneamento do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: MUSEU Messner…, 2015.

Para a construção do espaço foi utilizado concreto aparente para que houvesse um

mimetismo com o cinza das rochas do entorno e dessa forma se camuflar na paisagem.

Também o uso deste material e técnica construtiva com concreto armado mesclado ao uso

nos pontos mais críticos com vigas metálicas asseguram e viabilizam os grandes vãos e

aberturas. Algumas paredes têm 40 a 50 cm de largura, o que assegura a temperatura

interna e sua segurança ou contenção entre as rochas (Imagem 95).

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Imagem 95 – detalhamento do Museu/ Centro de interpretação Messner

Fonte: archdaily Messner (2015).

6.1.1.2 Centro de Interpretação e Acolhimento de Visitantes de La Antigua

Em 2009 foi realizado um concurso para a cidade de Gipuzkoa, ao norte da Espanha,

para a criação do centro de interpretação, e o escritório vencedor foi VENTURA+LLIMONA

- taller d’arquitectura i disseny, que criou uma edificação seguindo as seguintes diretrizes

do plano: além de uma exposição permanente o projeto deveria contemplar uma sala de

exposições temporárias, uma de conferência, restaurantes e lojas. Todos esses espaços

estão especialmente traçados para seus usos e pensados para funcionar

independentemente do resto do equipamento, já que podem ser isolados completamente

uns dos outros em caso de necessidade (Archdaily La Antigua 2015). Sendo assim uma

ampliação e complementação do projeto já existente

Imagem 96 – Vista do Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

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O prédio foi construído junto à capela Romana de La Antigua cujo nome é “la

Catedral de las ermitas vascas". Como se trata de uma edificação nova em conjunto com

pré-existências e de reconhecimento cultural e de grande potencial turístico, a edificação

não deveria romper o equilíbrio do entorno (imagem 96 e 97), mantendo alinhamentos,

dentre outros aspectos. De acordo com os autores do projeto e a matéria publicada:

anulou-se a visualização do estacionamento desde o pórtico de acolhimento e o centro, que foi enterrado em 65%, adentrando o monte e minimizando o impacto visual, favorecendo a sustentabilidade do edifício, compensado com o provimento de energia geotérmica (Archdaily 2015).

Imagem 97 – Vista superior do Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

Tanto o projeto do edifício como os materiais construtivos buscam re-interpretar os recursos

naturais da região: madeira, pedra e ferro, economias de subsistência de La Antigua e de

Zumarraga (Archdaily La Antigua 2015) (imagem 98).

Imagem 98 – Corte do Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

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Tanto o projeto do edifício como os materiais construtivos são uma interpretação dos

recursos naturais da região: madeira, pedra e ferro, economias de subsistência de La

Antigua e de Zumarraga. (Archdaily La Antigua 2015).

Imagem 99 – Vista topo, Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

Imagem 100 – Implantação, Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

A busca de um discurso único para integrar conteúdo e conceito levou a um diálogo

contínuo para unir o interesse museológico e arquitetônico. O projeto formaliza-se a partir

da história do lugar, conforme podem atestar as imagens 99, 100 e 101.

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Imagem 101: Zoneamento do Centro de interpretação de La Antigua

Fonte: archdaily La Antigua (2015)

Escolheu-se esse exemplo análogo, por ser uma edificação que apesar de mesclar-

se com o entorno e priorizar a originalidade do local, ainda valoriza a proporção de espaços

e as visuais e consegue ao mesmo tempo ser silenciosa porém com personalidade

resultando em um conjunto agradável. No projeto pretendido, busca-se estes valores e

conceitos de forma a não prejudicar a paisagem do entorno, integrando-se ao local com

originalidade e respeito às pré-existências.

6.1.2 PROJETOS REFERENCIAIS FORMAIS

6.1.2.1 Museu do Holocausto em Los Angeles / Belzberg Architects

O Museu do Holocausto de Los Angeles está implantado em meio a um parque em

e foi construído no ano de 2010, pelo escritório Belzberg Architects. O espaço cheio de

rampas e salas retrata por imagens e fotografias, a triste realidade ocorrida na Segunda

Guerra Mundial. O escritório organizou o edifício de modo em que houvesse diálogo com o

entorno e que o mesmo fizesse parte do parque, e dessa forma, criando uma ampliação do

museu do holocausto já existente ao lado.

Esse projeto tem como objetivo valorizar o entorno e fazer que o projeto não seja um

obstáculo roubando espaço do parque e sim acrescentando ao entorno.(imagem 102 e 103)

O projeto foi pensado desde início em se moldar ao parque possibilitando a seus visitantes

andar e usufruir das subidas e descidas que o edifício proporciona (MUSEU do Holocausto,

2014). A topografia do terreno foi utilizada, conforme relata o autor:

Os tons e texturas de concreto e da vegetação misturam-se com a paleta de materiais existentes do Pan Pacific Park. Estes movimentos simples criam uma fachada distinta para o museu, mantendo a topografia do parque e da paisagem. O

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museu emerge da paisagem como uma única e curvada parede de concreto que divide e cava no chão para formar a entrada (Archdaily Museu do Holocausto 2014).

Imagens: 102 e 103: Museu do Holocausto em Los Angeles / Belzberg Architects

Fonte: archdaily Museu do Holocausto (2014)

A entrada principal do edifício nasce na lateral da rampa. Ao descer, ouve-se sons

de risadas e imagens de crianças brincando no parque com suas famílias. Como o edifício

está parcialmente submerso sob o gramado, a entrada para o edifício implica uma

deterioração gradual dessa conexão visual e auditiva com o parque ao descer uma longa

rampa (Archdaily Museu do Holocausto 2014).

Escolheu-se essa referência justamente pelo fato deste edifício integrar-se a

paisagem, acrescentando ao parque mais um local de uso. Os telhados verdes e as formas

orgânicas se mesclam com o entorno, fazendo com que o projeto seja leve e ao ao mesmo

tempo impactante. As aberturas em formato espacial e os materiais puros também se

integram criando uma harmonia que se busca também alcançar com a nossa proposta.

Imagens 104 e 105: Museu do Holocausto em Los Angeles / Belzberg Architects

Fonte: archdaily Museu do Holocausto (2014)

Conforme as imagens 104 e 105 vemos que a edificação está inserida na paisagem,

fazendo-se valer de curvas e caminhos orgânicos e assim, mesclando-se ao entorno.

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6.1.2.2 Museu Cultural Três Ancestrais

O Museu Cultural Três Ancestrais se localiza em Zhuolu, na parte norte da China.

Com uma área total construída de 9.174 m² este projeto arquitetônico contém áreas

expositivas experimentais e espaços combinados para o uso de escritórios (MUSEU

Cultural…, 2016).

Zhuolu é um dos berços da civilização chinesa, o cadinho dos três legendários ancestrais chineses de Huangdi, Yandi, e Chiyou. Os três grupos culturais coletivos chineses de Hongshan, Yangshao e Hetao integraram-se a partir desse lugar. Além disso, três batalhas importantes foram provocadas por esse choque cultural, as batalhas de Banquan, Zhulu, e Hefu. Desde então, a nação chinesa passou da secessão à solidariedade. Alinhado a isso, o novo museu divide-se em três partes, e a forma física em um padrão convergente com o objetivo de simbolizar a reunião das três tribos legendárias, assim como a civilização chinesa (MUSEU Cultural…, 2016).

Imagens 106 e 107: Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

Os três elementos principais representam cada uma das três culturas dominantes

que guerrilharam nesse local e, cada um com seu próprio acerto (imagens 106 e 107),

divididos em três alas sendo o centro o local de a harmonização entre eles como vemos na

imagem 32 (MUSEU Cultural Três Ancestrais 2016).

Três blocos individuais do novo museu formam uma construção experimental de tempo e espaço. O pátio central rodeado por tais blocos simboliza a harmonia, vitalidade, e a unidade. Além disso, fazendo referência ao padrão cultural do dragão chinês, os três blocos separados na localização central do espaço do átrio estão conectados por três pontes, que implicam o processo da civilização chinesa da secessão à solidariedade (MUSEU Cultural …, 2016).

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Imagem 108 e 109, interiores do Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

Escolheu-se esse projeto como referência formal e análoga pela formulação clara da

conceituação e como ele aborda e trabalha esses três povos distintos, a utilização dos

materiais da região e todos os compostos neutros e rudimentares em harmonia com

esquadrias de vidro que dão um ar de contemporaneidade ao projeto. Também a integração

entre parque e edificação aparece novamente, valorizando o parque e não se destacando

em demasia pelo entorno, como pode ser constatado na imagem 108 e 106.

Imagem 110: Integração com entorno do Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

Essa referência foi escolhida por ser formal e análoga, pois se assemelha muito com

o projeto pretendido para graduação, a distribuição dos espaços e a unificação deles é o

que chama mais a atenção, utilizando materiais da região empregando-os no no projeto,

como podemos ver na imagem 110

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Imagem 111: Disposição Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

Imagem 112: Planta subsolo Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

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Imagem 113: Nivel Terreo Museu Cultural Três Ancestrais

Imagem 114: Nível Pavimento Superior Museu Cultural Três Ancestrais

Fonte: archdaily Museu Cultural Três Ancestrais (2016)

Vemos então conforme as plantas (imagens 111,112,113 e 114) que o museu

encontra-se grande parte no subsolo, deixando nível térreo para os visitantes e todo

acervo do museu.

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6.2 PROJETO

6.2.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O Centro de interpretação das civilizações pré-colombiana tem como objetivo

patrimonial e cultural, tornar-se um complemento e uma referência para a Cidade do

México, complementando a história e podendo explicar as origens dos três maiores povos

Mesoamerica, com a função contemplativa de um museu, abrigando, restaurando e

conservando meios e técnicas de construção, por forma de maquetes, vídeo

demonstrações e artefatos, para cumprir com esse objetivo, propõe-se o programa de

necessidades:

A – Entrada

l – Hall: principal acesso de visitantes para visitação e utilização dos espaços, o

tamanho pretendido ficará em 20m²

ll- Recepção: a recepção terá múltiplas funções, tanto de informações quanto de

bilheteria e guarda volumes, localizado ao centro do projeto, uma área ampla com a

metragem pretendida em 8m²

lll- Café: um café próximo a recepção que funcionará nos mesmos horários do Centro

de interpretação , um local aconchegante e acolhedor, próximo da saída, dispõem-se de

30m² com área mesas e cozinha.

lV- Sanitários: os sanitários ficam localizados próximo a recepção e são

contemplativos somente para visitantes com uma metragem de 15 m² para cada,

(masculino, feminino e acessibilidade).

V- Lojas: terá uma loja de conveniências no museu, próximo do café, que vende

artigos do museu, como livros e itens turísticos tamanho estimado de 30m²

B- Acervo

I – Acervo de Documentos Arquitetônicos: esse acervo conterá todas as plantas e

esquemas das construções documentos únicos e originais de cada povo, por serem

civilizações totalmente diferentes cada um terá uma separação adequada, para não ocorrer

miscigenação cultural, facilitando a compreensão do profissional ou visitante, dispõem–se

100 m² para, um tamanho ideal para segurança e climatização. Esse acervo será fechado

e restrito com visitas controladas, e climatização adequada para não degradar as obras,

também irá conter todas as explicações digitalizadas para evitar o manuseio e degradação

dos originais,

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II – Biblioteca: o Centro de interpretação terá uma ampla biblioteca com todos

estudos e acervos para pesquisa sobre os temas, sendo um centro de referência de

pesquisa, auxiliando o progresso para descobrir mais sobre essas culturas, essa sala prevê

um espaço de entorno de 300 m².

III – Sala de Pesquisa: a sala de pesquisa auxilia os pesquisadores que acessam a

biblioteca e o acervo de documentos arquitetônicos, um local climatizado e tranquilo, para

o desenvolvimento e compreensão, essa sala prevê um espaço de 50 m², possibilitando

trabalhos individuais e coletivos, um ambiente mais descontraído.

IV – Sala de restauração e capacitação: essa sala prevê um cuidado extra,

devidamente climatizada e com acesso restrito, ela dispõe de equipamentos para

restauração e manutenção de obras e documentos provenientes do acervo arquitetônico e

biblioteca, ou novas obras que integram o Centro de interpretação. Está previsto um espaço

para realizar essa manutenção com aproximadamente 50 m², possibilitando também um

auxílio para ingressantes ao curso de restauro de documentos.

V – Lavabo: está previsto um pequeno lavabo de 15 m² unissex para contemplar os

usuários da sala de pesquisa, biblioteca e acervo arquitetônico.

C – MEMORIAL

I – Exposições temporárias: cada bloco terá sua sala de exposições temporárias,

por serem diferentes culturas terão um tratamento especial, através de instalações de

painéis interativos e de exposições de obras, pensando em uma abordagem mais temática

para envolver o público e instigar a curiosidade, cada sala terá em torno de 250 m².

II – Sala de exposições permanentes: contempla todo o acervo existente do centro

de interpretação que ficará sempre a disposição do público, através de instalações de

painéis interativos, inovadores e de exposições de obras, que possibilitam aos visitantes

uma experiência e imersão cultural. Estima-se para essas salas em torno de 200 m² para

cada bloco, contemplando toda experiência de vivenciar uma cultura esquecida.

D – ENSINO – ÁREA PÚBLICA

I – Auditório: prevê um auditório de média dimensão para apresentação de palestras

e de teorias um espaço disponível para profissionais, acadêmicos e visitantes.

Disponibilidade de 120 lugares com área em torno de 200 m².

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II – Sanitários: previsão de dois sanitários de 15 m² separados por sexo (masculino

e feminino), para visitantes, público externo, que será de acesso ao auditório, ambos

adaptados pela norma de acessibilidade para deficientes.

E - SETOR ADMINISTRATIVO

I – Administração: este local prevê uma sala de administração do museu cada uma

contendo 20 m² que será restrito ao público, acesso somente a funcionários.

ll – Curadoria: uma sala específica que recebe e inspeciona as obras, fazendo o

preparo para suas exibições e revisões de catálogo, a dimensão para essa sala está em 10

m².

lll – Direção: a direção abriga a sala do responsável pelo Centro de interpretação,

que coordena as ações e manutenções, sendo previsto área de 5 m².

lV – Conservação Preventiva: contempla a reparação, conservação e restauração

do acervo e materiais bibliográficos, com 10 m² - um espaço fechado e isolado com

temperatura controlada.

V – Sala de reuniões: uma sala de 12 m² disponível para o setor administrativo, onde

a administração se reúne para decisões pertinentes ao centro de interpretação.

Vl – Depósito das exposições: abriga as obras da exposição temporária e seu

manuseio, possibilitando a troca fácil, com 100 m² - pode abrigar mais de uma exposição

ou grandes obras.

Vll – Área de Segurança: uma pequena sala de 10 m² que deve abrigar todo o

monitoramento por vídeo e a central de alarmes do museu.

Vlll – Área de inspeção: uma pequena sala de inspeção da chegada e saída das

exposições, para obter um maior controle do acervo, com 6 m².

F – FUNCIONÁRIOS

l – Depósito de serviço: o depósito de serviço fica próximo da administração, em uma

zona restrita aos visitantes com média de 4 m², que abriga materiais de limpeza e demais

itens.

ll – Vestiário: espaço para funcionários com 8 m² (masculino e feminino) com local

para chuveiros, mictórios e armários.

lll – Copa: área de refeições e preparo de comidas, com uma área de 6 m² equipada

com eletrodomésticos e cadeiras.

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G – ÁREAS TÉCNICAS

l – Sala técnica para Hidráulica, Elétrica , Telefonia: uma sala específica no subsolo

com acesso restrito onde se concentram todos equipamentos de medição de luz, telefone

e hidráulica com 15 m².

ll - Ar Condicionados: área específica onde fica concentrado o painel e motores do

ar-condicionado central e o controle de temperatura, com uma área de 8 m².

lll – Casa de Máquinas: sala que abriga o gerador e todos equipamentos e motores

do elevador, possibilitando o acesso e manutenção com 8 m².

Imagem 115 – Quadro de áreas

Fonte: Autor Out 2017

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62.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

Segundo a imagem 116 do cronograma e fluxograma, apresenta-se nas áreas

distintas os usos propostos. Podemos constatar que o público não pode ter acesso ao setor

de funcionários, porém os funcionários devem ter acesso a todos os espaços, passando

pelas zonas de inspeção e entra e sai do acervo

Imagem 116 – Organograma- fluxograma

Fonte: Autor Out 2017

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6.2.2 ESTUDOS PRELIMINARES E PARTIDO

A História das Sete Tribos de acordo com a mitologia dos três povos, há uma

semelhança absurda da origem do homem na Mesoamérica. Esta lenda conta que fechado

dentro de uma montanha está um sistema de cavernas com sete rosas, cada uma contendo

uma tribo, os nomes das tribos são identificados como: Cochiocan, Tamoanchan, Tiallapan,

Tula, Tollan, e Chicomoztoco, que fazem parte dos primeiros povos que andavam na

América após a saída do oriente, conforme a imagem 107 (WIRTH, 2016 ).

Imagem 117 – As Sete Tribos

Fonte: WIRTH Ano 2016

Seguindo por esse dado histórico, de sete caminhos e sete tribos, o partido começa

com 3 volumes distintos que se conectam por seis caminhos que cruzam o lote(imagem

118). O sétimo caminho, será o percurso que liga o centro da Avenida Passeo de la Reforma

ao centro da edificação, e que também conecta o prédio ao subsolo.(imagem 120)

Imagem 118 – Estudo das entradas

Fonte: Autor Out 2017

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A proposta busca com os três volumes distintos, reunir e simbolizar cada uma das

três maiores civilizações mesoamericanas, buscando uma convergência para o centro, o

que significa a conectividade e a harmonia entre elas, cada cultura específica e peculiar,

porém interligadas.

Imagem 119 – Estudo Volumétrico

Fonte: Autor Out 2017

Imagem 120 – Estudo Volumétrico Entrada principal

Fonte: Autor Out 2017

Iniciando pelo subsolo (imagem 121), um grande subsolo para suprir a demanda de

carros tanto do museu quanto do auditório, ao lado em vermelho demarca a circulação para

o centro de interpretação, o acesso secundário, deixando o nível térreo para circulação e

urbanização da cidade.

Imagem 121 – Estudo Volumétrico

Fonte: Autor Out 2017

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Assim com algumas partes do subsolo no nível térreo há espaço para depósito e a

área de funcionários, deixamos grande parte do nível térreo para o inicio do museu, como

lojas grande hall e circulação. Imagem 122

Imagem 122 – Estudo Volumétrico

Fonte: Autor Out 2017

Logo acima, os acervos de cada civilização, com auditórios interativos e maquetes,

interligados por passarelas. Imagem 123

Imagem 123 – Estudo Volumétrico

Fonte: Autor Out 2017

Percebeu-se que uma grande entrada para o museu deve acontecer de frente para

a Avenida Passeo de la Reforma e que a utilização do subsolo é fundamental, para deixar

a área da superfície terreno para os pedestres e vegetações.

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6.2.3 MATERIAIS PRETENDIDOS PARA UTILIZAÇÃO NO PROJETO

Como materiais para o projeto foram selecionados: pedra local, metal e vidro.

A pedra vulcânica deve ser o material escolhido como a base para os revestimentos

externo. A ideia é reinterpretação dos recursos extraídos na região, as rochas ígneas

extrusivas ou vulcânicas, originais da lava vulcânica resfriada, por ser um dos materiais

mais recorrentes na cidade do México (imagem 124).

Imagem 124 – Pedra Vulcânica

Fonte: Autor Out 2017

As pedras vulcânicas da região têm diversas tonalidades como preta, branca,

vermelha, porém, busca-se as tonalidades mais claras por serem cores refletivas e

ajudarem assim no conforto térmico, já que a cidade possui grande parte do ano estações

de seca e com muita incidência solar (imagem 124).

Outro material muito comum na região é a pedra ônix, cuja principal função na

antiguidade era pontas de lanças e de armas, por ser uma pedra com facilidade de ser

lascada e de formar pontas ásperas e cortantes tão afiadas quanto uma lasca de vidro.

Imagem 125 – Pedra Onix

Fonte: Autor Out 2017

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A Pedra Ônix é muito utilizada em bijuterias e réplicas de facas indígenas, pela sua

beleza e abundância (imagem 125).

Atualmente na cidade do México, todas os edifícios estão sendo construídos com

estrutura metálica, por ser mais rápido e leve e atingir grandes vãos (imagens 126 e 127).

As construções precisam atender outra prioridade, serem resistente à terremotos, uma vez

que a cidade encontra-se em uma grande falha geológica e terremotos são periódicos.

Assim com uma estrutura forte e flexível ela passa a ser uma das escolhas mais certas e

plausíveis para o projeto que precisa resistir a um abalo sísmico.

Imagem 126 e 127 – Estrutura metálica

Fonte: Autor Out 2017

Conforme as imagens 126 e 127 tiradas pelo autor, escolheu-se esse material que

pode ser utilizado às vezes aparente e outras revestidas com concreto.

A pele de vidro foi o material escolhido para contemplar as áreas mais sociais, como

entrada, que possuem a função de transparecer e chamar o público, deixando a edificação

mais pura e moderna, que permite a união entre o antigo e o futuro.

Imagem 128 – Prédios com pele de vidro

Fonte: Autor Out 2017

Como pode ser constatado nas imagens 128 os edifícios em geral nas imediações

do lote possuem grandes vãos com uso de estrutura metálica revestidos com peles de vidro,

dando um caráter especial à edificação.

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7. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

7.1 Normas técnicas de Acessibilidade do distrito da CDMX

por ser um monumento público, há necessidade do projeto contemplar

acessibilidade universal, dessa forma o estudo das Normas técnicas de acessibilidade para

o distrito referido viabiliza a criação de ambientes acessíveis. Portanto foi analisado o

manual de normas técnicas da CDM, que estabelece padrões de acessibilidade globais,

para atender todos os públicos.

De acordo com a Norma (Imagem 129) os padrões de espaço interno de um

cadeirante são 1,22 – 1,37 m por 0,80 m.

Imagem 129 e 130 – Acessibilidade

Fonte: Manual de Normas de Acessibilidade da CDMX ano 2016

Para todas as entradas e portas deve estar previsto o espaçamento para manobras

de cadeirantes e pessoas portadoras de necessidades especiais como mostra na Imagem

130, cuja as medidas para proporcionar as manobras de cadeirantes são de raio 0,75 m a

0,80 m.

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Imagem 131,132 e 133 – Acessibilidade

Fonte: Manual de Normas de Acessibilidade da CDMX ano 2016

Imagem 134 e 135 – Acessibilidade

Fonte: Manual de Normas de Acessibilidade da CDMX ano 2016.

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7.2 Saídas de Emergências da CDMX

Segundo a Norma mexicana NOM-r406001 as áreas de abrigo serão áreas isoladas do fogo por paredes e portas automáticas de fechamento de incêndio, que têm ventilação suficiente localizadas entre As circulações verticais de saídas de incêndios, condições naturais ou artificiais que não estimulam a propagação do fogo para o resto do edifício e que permitem que a proteção temporária de seus ocupantes.

A sessão de uma área de abrigo deve ter acesso à via pública através de uma saída sem exigir o retorno ao espaço do edifício através dos quais a rota para a área de abrigo ocorra.

Cada área de abrigo deve ser acessível e ter uma dimensão para acomodar um espaço para uma pessoa em cadeira de rodas de 0,90 m por 1,30 m por cada 200 pessoas ou fração. Do mesmo modo, cada área de abrigo deve ter uma comunicação de Duas faixas com um ponto de controle central. Instruções para solicitar ajuda através do sistema de comunicação e a identificação escrita da localização da área do abrigo deve ser exibida.

SEÇÃO DOIS

PREVENÇÃO CONTRA FOGO

ARTIGO 109.- Os edifícios devem ter as instalações e equipamento necessário para prevenir e combater incêndios. Os equipamentos e sistemas de combate a incêndios devem ser funcionando a qualquer momento, para o qual devem ser revistos e testados periodicamente conforme estabelecido nos manuais do

fabricante, os Padrões e as normas oficiais mexicanas ( NOM-r406001, artigo

109,p. 71).

Imagem 136 – Escada

Fonte: Norma de saídas de incêndio CDMX 2016

As saídas de emergências terão o tamanho e dimensão mínima de 1,10m com

passagem para duas unidades, seguindo a norma global de saídas de emergência,

PRIMEIRA SECÇÃO DAS CIRCULAÇÕES E ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO

ARTIGO 99.- A saída de emergência é o sistema de circulação que permite o despejo total de ocupantes de um prédio em um horário mínimo no caso terremoto, incêndio ou outras contingências e que cumpra o que está estabelecido em as normas; deve compreender a rota de evacuação e as portas correspondentes, devem estar devidamente marcados e cumprir as seguintes disposições:

I. Em edifícios de risco, deve ser assegurado que todas as circulações de uso permitir esse despejo, prevendo casos em que cada um ou todos estão bloqueados. Em edifícios de alto risco (sic) será necessária uma rota adicional para esse fim;

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II. Os edifícios com mais de 25 m de altura requerem escada de emergência

III. Em edifícios de alto risco até 25 m de altura cuja escada de uso

Desembarque normal em espaços fechados no térreo, escadas de

Emergência. Pag 70

Imagem 137 e 138 – Saídas de emergência

Fonte:

Fonte: Norma de saídas de incêndio CDMX 2016

Conforme a norma, as saídas de emergências devem estar a uma distância mínima

da metade do prédio construído, conforme os exemplos das imagens 137 e 138 das quais

limita e acelera a evacuação de pessoas por saída.

7.3 Abalos Sísmicos

A República Mexicana é geologicamente caracterizada por sua grande atividade

sísmica e vulcânica. No contexto da Tectônica de Placas, o México está localizado no

chamado Belt of Fire, onde a maior parte dos terremotos em todo o mundo são registradas,

de acordo com as estatísticas, há mais de 90 terremotos por ano com magnitude maior que

4 graus na escala de Richter, o que equivale a 60% de todos os terremotos que são

gravados no mundo. Com base no registro estatístico, os estados com o maior risco de

terremotos em larga escala que podem afetar a Cidade do México são: Jalisco, Colima,

Michoacán, Guerrero, Oaxaca, Puebla, Estado do México e Veracruz.

Segundo o título 6 da segurança estrutural das construções, do plano diretor do

distrito federal do capítulo dois artigos 140, o projeto de construção deve considerar uma

estrutura efetiva para resistir a ações que possam afetar a estrutura, com especial atenção

aos efeitos sísmicos.

A Cidade do México após várias investigações e estudos criou-se um Zoneamento

sísmico, que mostra as áreas com o maior impacto e as atuais acelerações no terreno

desfavoráveis para a estabilidade da infraestrutura civil (imagem 141). Desta forma, as

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delegações com maior risco sísmico na cidade são: Cuauhtémoc, Benito Juárez, Gustavo

A. Madero, Venustiano Carranza, Iztacalco, Iztapalapa, Xochimilco e Tláhuac. O

coeficiente sísmico para edifícios classificados como grupo B no artigo 139 do Regulamento

(habitação, hotéis, lojas e infraestrutura não vital) será tomado igual a 0,16 na zona I, 0,32

em II, 0,40 nas zonas IIIa e IIIc , 0,45 em IIIb e 0,30 em IIId (ver tabela 2).

Imagem 139 e 140 – Tabela zoneamento e Movimentação estrutural

Fonte: Normas de Abalos sísmicos CDMX

Imagem 141 – Zoneamento áreas de risco

Fonte: Normas de Abalos sísmicos CDMX

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Na norma sessão 5.1 estabelece as condições técnicas mínimas que um instrumento

e um sistema de alerta sísmico devem cumprir, a fim de evitar perdas humanas e materiais

tanto quanto possível.

O risco sísmico apresentado pelo país e particularmente o Distrito Federal, torna

necessário regularizar e aplicar uma regulamentação técnica que gere o uso de um

instrumento imagem 143, projetado com tecnologia válida e comprovada, para alertar sobre

a chegada de movimentos sísmicos potencialmente destrutivos. por esta razão, é emitido

o presente Padrão Técnico do sistema de alerta sísmico, cujo propósito essencial é

baseado em uma ação preventiva e resposta rápida da população e das autoridades

governamentais responsáveis pela Proteção Civil, para ter um tempo de alerta que permite:

Salvar vidas, Reduzir os efeitos colaterais associados a um evento sísmico relevante, ativar

uma reação de backup e resgate antes que o movimento seja sentido e antes que as redes

de comunicação e energia elétrica sejam perdidas como resultado do fenômeno sísmico.

Imagem 142 e 143 – Movimentação da estrutura e Isolamento do solo

Fonte: Terremotos Ano 2016

Concluiu-se que com o regime imposto pela cidade é de apenas de segurança e de

como reagir a um abalo sísmico, e a exigência principal é que nos prédios acima de 3

andares, deve se pensar algum tipo de prevenção, o mais comum utilizado é por engaste

e molas mas existem vários novos sistemas utilizados no Japão, como por exemplo

pêndulo.

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CONCLUSÃO

Verificou-se através da pesquisa que existe uma lacuna histórica enorme em relação

a cultura dos povos mesoamericanos e, a busca por redescobrir e trazê-las de volta está

sendo muito incentivada por todos os governos. No momento a questão histórica está em

alta e há muito dialogada neste sentido, o aumento de descobertas incentiva o comércio e

o turismo, que dobra o capital e o crescimento das cidades.

Percebeu-se com a visita ao México e ao Peru que a cultura ancestral não se

extinguiu, mas foi suprimida, porém ainda se encontra preservada e passada

principalmente de pai para filho.

Existe uma procura muito grande em descobrir e expandir os conhecimentos sobre

o tema desta pesquisa de graduação, a área arquitetônica que o centro de interpretação

proposto deve abordar. Ainda existem muitas descobertas a serem reveladas, assim sendo

um complemento a cidade. O Centro de Interpretação deve abordar com intensidade os

aspectos construtivos das civilizações estudadas, dentre estes, grande parte das técnicas

ainda desconhecidas de como foram abordadas e executadas. Pretende-se assim,

proporcionar uma explicação lógica e fácil que certamente vai colaborar para o

entendimento.

Analisando os projetos referenciais, percebemos uma relação da construção

contemporânea como também a edificação histórica. Estas referências se complementam

e foram levadas muito em conta, auxiliando nas preocupações que se deve dar não só com

o interior, mas também com o exterior dos projetos. A visita ao local trouxe grandes e

relevantes informações que permitiram chegar a novas ideias.

Assim, foi possível formular o pré-dimensionamento, as diretrizes projetuais e com

todos embasamentos teóricos e dados constatados chegar ao cumprimento de todas as

funções do projeto e ao conhecimento necessário para projetar o Centro de Interpretação

das Civilizações pré-colombianas.

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