Centro de Psicologia Aplicada do Exército REGRESSO_2017.pdfPor vezes não reconhece o pai/mãe e...
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Centro de Psicologia Aplicada do Exército
Elaborado pelo Núcleo de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise
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Núcleo de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise
O Regresso
Equipa de Psicólogos responsáveis pela elaboração do Guia:
TCor Inf Renato Pessoa Santos
Alf Andreia Matias
Alf Catarina Brito
Queluz, 2017
Edição 2017
Editado por CPAE/NAIP
Adaptado de “Préparation dês retrouvaille: Livret pour les familles”- Conseillers en Opérationnalité Mentale
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Enquadramento
O stress relativamente ao regresso do militar após ausência prolongada poderá ser tão
intenso como o que experimentou no momento da sua partida. Muitas vezes o regresso
é tipicamente marcado por sentimentos e emoções de ambivalência e de ansiedade. Um
certo distanciamento emocional, dificuldades na comunicação, e até mesmo
dificuldades no âmbito íntimo, são comuns nos casais.
Segundo o modelo do ciclo emocional inerente ao processo da participação do militar
numa missão em Teatro de Operações (TO), existe um conjunto de etapas pelas quais o
militar e os seus familiares passam, começando antes da missão propriamente dita, e
terminando algum tempo depois. Cada etapa do ciclo pode ser descrita de acordo com
as mudanças nas emoções das pessoas envolvidas.
Antes do regresso, no seio familiar vive-se geralmente um período preenchido com
felicidade, expectativas e agitação orientada na preparação da chegada do militar.
Posteriormente ao seu regresso, inicia-se a fase de adaptação onde se verifica a
renegociação e a redefinição das expectativas, como uma clarificação de papéis. Nesta
fase a ideia-chave é… COMUNICAÇÃO.
A família deve estar preparada para alguns sinais e sintomas que invadem o
pensamento do militar sobre a sua passagem pelo TO. Muitas vezes esta sintomatologia
é revelada por irritação, isolamento, silêncio e comportamentos aditivos.
A fase do pós-deslocamento, que pode demorar até 6 meses, finaliza quando se verifica
a reintegração e a estabilização do militar e da sua família.
Nesta informação pretendemos deixar algumas ideias que podem ajudar e facilitar o
regresso a casa.
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Depois de meses de ausência, por vezes, o
regresso pode parecer um pouco estranho.
“Será que o(a) meu (minha) parceiro(a)
mudou? Será que ele(a) tem muitas coisas
para contar?” Não está sozinha(o), decerto
o (a) seu(sua) parceiro(a) tem as mesmas
dúvidas.
Durante esses meses de ausência, a vida
dele(a) era completamente diferente da
sua. Ele(a) estava sempre cercado de
camaradas e amigos, a comida era servida
em tempo devido, a roupa era lavada e
passada. Mas durante todo esse tempo,
ele(a) vivia de acordo com um cronograma
imposto, com uma liberdade e privacidade
limitada.
Você teve que lidar com tudo em casa
durante este período. Conciliar o trabalho e
a administração do lar representa um
esforço sério.
Assim, o regresso à vida a dois para lidar
com as demandas do quotidiano também é
um alívio para si.
Então o reencontro revela-se uma mistura
de alegria intensa e alívio.
No entanto, as discussões podem aparecer
após alguns dias, devido à dificuldade do
regresso à rotina a dois. Para viver juntos
novamente em harmonia, precisamos
voltar ao mesmo “comprimento de onda”.
O tempo entre a partida e o
regresso flui com rapidez. Em
breve terminam os e-mails,
cartas e telefonemas: o seu
parceiro regressa a casa.
Quanto mais próxima a data de
regresso, mais a tensão
aumenta. Algumas pessoas
dormem menos e iniciam ou
envolvem-se em tarefas de
limpeza e/ou decoração da
casa. O regresso pode causar
tanta satisfação como stress
indesejável.
Como é que isso vai acontecer?
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Um longo período de separação implica frequentemente uma falta: de
acompanhamento, de apoio emocional, de intimidade, de contacto sexual, etc.
Reabituar-se à presença do parceiro (a) leva tempo e por vezes requer mais
energia do que o previsto.
Os reencontros são uma fonte de alegria, mas também são uma fonte de stress.
Portanto, no regresso a casa do(a) seu(sua) parceiro(a) deve estar preparada(o),
pois as emoções irão ser intensas e as expectativas (“sonhos”) irão ser muito
altas.
TODOS MUDARAM DURANTE O TEMPO DE AUSÊNCIA. Uma vivência diferente
provoca alterações no seu parceiro(a), nos seus filhos, nos seus amigos, na sua
família, mas também em si!
O DIÁLOGO É MUITO IMPORTANTE. É preciso compreender o que o outro
espera do regresso a casa. Assim, falar de emoções e expectativas é uma parte
importante da preparação deste regresso.
Embora o reencontro seja diferente para cada um de vós, receber do parceiro(a)
algumas ideias simples podem torná-lo mais fácil. Passa por decidirem quais as
melhores, quais as ideias que se aplicam aos dois, mas…
…LEMBRE-SE que falar e OUVIR aplica-se a todos os casais.
“Todos mudam durante esses
meses de ausência!”
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Que tipo de regresso você gostaria?
Ao início, tudo parece cor-de-rosa e só vemos o lado bom das coisas.
Mas uma longa ausência não elimina todos os problemas.
Os cuidados do lar, dívidas e problemas no trabalho, não são
resolvidos e continuam a existir. Não espere que o regresso vá
resolver todos os grandes e pequenos problemas.
A missão permite um reforço do orçamento e, neste sentido, o
destino do dinheiro deve ser decidido em conjunto.
Uma grande festa com toda a família e os amigos, ou uma refeição pequena e íntima com o(a) seu(sua)
parceiro(a) (e filhos)?
É melhor falar sobre isso para evitar surpresas desagradáveis ou deceções.
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Tente aceitar todas as mudanças que têm ocorrido e tente adaptar-se. Isso aplica-se a ambos, porque
durante o tempo que o(a) seu (sua) parceiro(a) esteve fora, você teve que adaptar-se a muitas coisas
como por exemplo, à distribuição de tarefas ou decisões que muitas vezes teve que tomar.
A falta de tempo não contribui para o restabelecimento do equilíbrio. A paciência e o diálogo
podem ajudar.
Não tente evitar possíveis problemas. Devem falar
para evitar que pequenos problemas se tornem
importantes. Lembre-se que muitos problemas
surgem devido a mal-entendidos.
O período da ausência pode ter sido muito
exigente e só agora é que vocês podem estar a
sentir a fadiga. Planeiem tempo para
descansar.
Alguma tensão sexual também pode estar
presente. Muitas vezes precisamos de restaurar
primeiro a relação e a intimidade antes de pensar
sobre o sexo. No entanto, uma ausência pode ser
uma fase de fortalecimento dos laços.
É normal que o seu(sua) parceiro(a) possa não falar muito sobre a missão.
Dê-lhe o tempo que ele(a) necessitar.
SEJA PACIENTE, TÊM TODO O TEMPO DO MUNDO UM PARA O OUTRO!
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Estádio 1- Entusiasmo crescente: Começa antes de regressar a casa com a euforia
associada à expectativa do regresso e do reencontro.
Estádio 2- Lua-de-mel: Corresponde ao período imediato ao regresso a Portugal marcada
por uma sensação de calma, de segurança e de conforto.
Estádio 3- Inquietação: Corresponde ao momento em que a novidade do regresso começa a
desaparecer.
Estádio 5- Planeamento: As decisões tomadas podem ser sobre objetivos de carreira, acontecimentos
familiares, novos relacionamentos etc. Fundamental focalizar a atenção no futuro e guardar as
memórias das experiências inerentes à participação do militar na missão.
Estádio 4-Tomada de decisão: Representa as decisões tomadas sobre o que se quer da vida e o modo
de atingir os objetivos definidos.
Estádio 6- Reintegração: Após algum tempo, todos tendem a readaptar-se ao estilo de vida que
tinham, apesar da situação poder ser diferente.
As fases enunciadas constituem um processo normal de reajustamento
Este modelo:
Reflete o percurso de adaptação/ajustamento emocional dos militares/familiares que
regressam de uma missão num TO. Situações/circunstâncias diferentes podem
influenciar a aplicabilidade do modelo, no entanto, um número significativo de
militares/familiares confirmaram que o modelo reflete algumas
sensações/experiências no período pós-deslocamento. O modelo não explica como se
deve lidar com as diferentes emoções e comportamentos, mas sim, evidenciar que estes
são normais quando se regressa a casa depois de um longo período de ausência.
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Adaptação e Renegociação
Reações comuns:
- Dificuldade em restabelecer a intimidade emocional e sexual;
- Sentimentos de excitação, desorganização, ressentimento e frustração;
- Luto da liberdade e da independência.
Como lidar:
- Comunique de forma aberta e honesta;
- Aceite os seus sentimentos como normais;
- Tente ser paciente consigo, com a seu parceiro(a) e com o seu(s) filho(s);
- Renegoceie papéis e responsabilidades domésticas compartilhando a carga
de trabalho;
- Celebre junto com os seus familiares, o crescimento pessoal que cada um
alcançou;
- Se os sintomas e sinais de stress prejudicarem o seu quotidiano procure
ajuda de um profissional.
Reintegração e Estabilização
Reações comuns:
- Reedificação dos sentimentos de intimidade, de proximidade, de confiança
na relação.
Como lidar:
- Lembre-se de cumprir as propostas, ideias e promessas feitas durante o
deslocamento do seu (sua) parceiro(a);
- Relaxe e divirta-se com a sua família;
- Compartilhe o que aprendeu com outras famílias;
- Identifique o que funcionou bem e o que poderia ser melhorado para uma
próxima vez.
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Reações possíveis das Crianças
Para as crianças, uma ausência por um longo prazo,
também é difícil de suportar. Você encontra-se na
melhor posição para perceber como elas
vivenciaram este tempo de ausência.
O primeiro contacto entre pais e filhos após o
regresso pode ser por vezes um pouco difícil. As
crianças podem responder de forma muito diferente
a uma mesma situação.
Muitas crianças podem sentir o regresso como o
perder do lugar de topo. Durante a missão, elas
recebem toda a atenção. É possível que sintam o
regresso do pai (mãe) como o regresso do(a)
"concorrente".
As crianças devem voltar a aprender a viver em
família. Sentir-se-ão mais valorizadas se tanto o pai
como a mãe lhes dedicarem um momento só para
elas.
Aqui tentamos dar-lhe um leque de possíveis respostas
para cada faixa etária.
No entanto, tenha em consideração que cada criança é
única e… quem a conhece melhor é você!
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Bebé (do nascimento até 1 ano)
Por vezes não reconhece o pai/mãe e começa a chorar
quando este o quer abraçar e tende a agarrar-se a si?
O bebé sente as dificuldades do(a) seu (sua) companheiro(a)
em enfrentar o choro e as lágrimas. Certifiquem-se que
relaxam junto à criança. Nos momentos de brincadeira esteja,
inicialmente, junto ao bebé enquanto o(a) seu (sua)
companheiro (a) brinca com ele. O bebé vai sentir-se mais
confortável.
Tem alterações do sono e do apetite?
Inicialmente tentem estar juntos durante as tarefas
como o banho, a alimentação, a colocação do bebé
para dormir. Depois podem começar a dividir essas
mesmas tarefas, alternando um com o outro.
Estamos preparados para a/o apoiar. Asseguramos
um espaço de conforto e a necessária
CONFIDENCIALIDADE respeitante ao apoio que é
prestado.
Crianças (dos 1 aos 3 anos)
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A criança não aceita o abraço do(a) seu (sua) companheiro(a) e
permanece à distância?
Dê tempo à criança para superar esta confusão e tente não forçar
abraços ou beijos. Permita-lhe o tempo e o espaço de que precisa.
Tenta não se apegar ao (à) seu (sua) companheiro(a), notando mesmo que se afasta
deste(a)?
A criança tem esta reação pois, na realidade, teme que este(a) volte a desaparecer. A
criança pode ainda ter sentimentos não resolvidos de raiva contra o(a) seu (sua)
companheiro(a) por sentir que este(a) o deixou, e não está disposta a permitir que o
pai (mãe) volte a novamente a fazer parte da sua vida. Deem atenção à criança,
mimem-na por um tempo até que esta se sinta novamente confortável. Transmita à
criança o afeto que tem pelo(a) seu (sua) parceiro(a).
Pelo contrário, tem comportamentos de excessivo apego ao (à) seu (sua)
companheiro(a), sentindo ansiedade quando este(a) se afasta e andando sempre
atrás dele(a)?
Também se pode verificar este comportamento nalgumas crianças. Isto acontece pois
cada vez que o seu (sua) companheiro(a) desaparece da sua vista por alguns
momentos, a criança tende a pensar, e sente medo, que este(a) possa ir novamente
para longe de casa. Como resultado tende a assegurar-se que não deixa perder o pai
(mãe) de fora da sua vista. Seja Paciente! Com o tempo isto vai passar pois a criança
percebe que o pai (mãe) sai mas regressa novamente.
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Pré-escolar (dos 3 aos 5 anos)
Culpabiliza-se pela partida, pensando
ser ele(a) a razão do(a) seu (sua)
parceiro(a) a(o) ter abandonado e por
isso teme o primeiro contacto pois
acredita que o(a) seu (sua)
companheiro(a) está zangado com
ele(a)?
Nestas idades as crianças estão muito
voltadas para si mesmas, ainda
pensam ser o centro do mundo, e,
portanto, tendem a pensar que tudo o
que acontece é por causa delas
mesmas. É uma forma também de,
defensivamente, sentirem controlo nos
acontecimentos à sua volta pois a
sensação de falta de controlo sobre os
acontecimentos da vida diária pode
produzir uma sensação esmagadora
com impacto nas crianças. Neste
sentido e para que ela não se sinta
culpabilizada, explique à criança, o
porquê deste(a) ter passado tanto
tempo fora de casa e qual o seu
trabalho.
Reage de forma exagerada (chorando)
para obter a sua atenção?
As crianças expressam suas reações,
fornecendo oportunidades para os
adultos compreenderem os seus
pensamentos e sentimentos. Dê tempo à
criança para expressar as suas emoções,
ouvir com atenção e aceitar essas
mesmas emoções.
Testa as reações do(a) seu (sua) parceiro(a)?
A criança está a testá-lo(a) pois tem necessidade de saber se pode novamente confiar no
seu (sua) companheiro(a) e se este(a) ainda nutre sentimentos de amor para com ela.
Sejam pacientes e demonstrem os afetos que lhe têm. Muitas vezes podem tentar testar
os seus pais transgredindo os limites impostos. Como pais, é importante encontrarem
um ponto de vista comum.
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Escolar (dos 5 aos 12 anos)
A criança fala sem parar para saber o que aconteceu, o que fez e interroga
sobre as suas “aventuras” durante a missão?
O (A) seu (sua) companheiro(a) deve despender de tempo para lhe mostrar
fotos e explicar-lhe o que fez durante a missão. Algumas crianças podem reagir
ainda de uma forma muito introvertida, dê-lhe tempo para se exprimir e fale
como seu (sua) companheiro(a) no sentido de este lhe contar as suas
aventuras.
Quer mostrar a todos os amigos que o pai (mãe)
voltou e que está muito orgulhosa dele(a)?
Felicitem a criança pela coragem durante os meses
da ausência demonstrando-lhe que também vocês
estão orgulhosos dela.
Requer toda a atenção e não deixa passar
uma só palavra?
Ouça atentamente tudo o que a criança tem
para dizer e conversem dando-lhe a atenção
que ela requer.
Reage de forma impulsiva e
irracional perante a imposição
de novas "regras"?
Não altere de imediato as regras
que vigoraram durante o tempo
da missão. É necessário tempo
para se voltar a acostumar com
a presença do(a) seu (sua)
companheiro(a) e voltar a
aceitar a sua autoridade
novamente.
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Reage com indiferença ao regresso do seu (sua)
companheiro(a)?
A adolescência é por si só uma etapa difícil. Não se
surpreenda se o(a) seu (sua) filho(a) reagir com
indiferença ao regresso, bem como se não mostra
nenhum interesse pelas histórias da missão. Mesmo
que não o mostre abertamente, ele(a) está feliz
com este regresso. Respeitem a privacidade do(a)
vosso(a) filho(a). Permita-lhe o tempo e o espaço de
que precisa.
Adolescente (dos 13 aos 18 anos)
Outras Reações:
Algumas crianças/adolescentes podem apresentar no regresso (mas também durante a
ausência) comportamentos denominados “de regressão”. Pode-se verificar enurese
noturna, chuchar nos dedos polegares, fazer “birras”, etc. Tudo isto é normal, desde que
temporário.
Estas reações podem ocorrer, mas não necessariamente.
Tenha em mente que a maioria destas reações são temporárias, e vão diminuindo ao longo
do tempo até desaparecerem.
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Notas Gerais
• Fale com o(a) seu (sua) parceiro(a) sobre as possíveis reações;
• Dêem-lhe tempo, não apressem nada, vocês têm todo o tempo do mundo;
• Dedique o tempo necessário aos seus filhos antes do reencontro com os amigos e a família;
• As crianças também são pessoas e precisam de tempo para desenvolverem a confiança antes de se sentirem novamente confortáveis com um adulto de novo nas suas vidas;
• As crianças precisam de tranquilidade e de um sentimento de segurança relativamente aos adultos que cuidam dela;
• Converse com o(a) seu (sua) companheiro(a) de modo a este planear passar algum tempo individualmente com cada um dos seus filhos, fazendo alguma atividade que seja especial para eles. Isso permite ao (à) pai (mãe) readaptar-se com cada criança de uma maneira que seja mais confortável para a mesma. Por outro lado, também permite que as crianças se sintam especiais e apreciadas pela sua individualidade;
• Prepare o seu (sua) companheiro(a) no sentido de este estar preparado para as mudanças físicas e emocionais dos vossos filhos. Às vezes as mudanças são quase impercetíveis no dia-a-dia, mas para o(a) seu (sua) companheiro(a) que esteve ausente, estas mudanças podem ser sentidas como abruptas (por exemplo, a criança começou a andar, falar, aprendeu a tabuada, e/ou o(a) seu (sua) filho(a) adolescente tem um(a) namorado(a), etc.);
• Marque um ponto de partida para trabalhar em direção a um novo ajuste familiar.
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CENTRO DE PSICOLOGIA APLICADA DO EXERCITO Núcleo de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise
Quinta Nova de Queluz, Largo do Palácio,2745-191,Queluz
De 2ª a 6ª feira das 09h00 às 17h00
Tlf de serviço: 916103596 [email protected]
Embora a ocorrência de mudanças
possa perturbar o equilíbrio
familiar, na MAIORIA dos casos as
famílias voltam a readaptar-se e
reajustar-se em harmonia.
Contudo se surgirem sintomas de
stress, tais como cansaço, apatia,
preocupação, insónia, pesadelos,
irritabilidade ou raiva e explosões,
não tenha medo de procurar
ajuda profissional.
A ajuda de um profissional de
Saúde Mental não é sinal de
loucura ou de fraqueza.