CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA … de Recursos Naturais Professora Narla Sather Musse de...
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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE SEDE
DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE RECURSOS NATURAIS
CURSO SUPERIOR DE GESTÃO AMBIENTAL
PATRÍCIA CABRAL FERREIRA
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL:
ESTUDO DE CASO NA EMPRESA STER BOM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
NATAL/RN 2007
PATRÍCIA CABRAL FERREIRA
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL:
ESTUDO DE CASO NA EMPRESA STER BOM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso superior de Gestão Ambiental, do Departamento Acadêmico de Recursos Naturais vinculado ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte.
Orientador: Profo. Ms. Wyllys Abel Farkatt Tabosa.
NATAL/RN 2007
Professor Francisco das Chagas de Mariz Fernandes Diretor Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica
do Rio Grande do Norte Professor Enilson Araújo Pereira
Diretor da Unidade Sede Professor Valdelúcio Pereira Ribeiro
Diretor de Administração e Planejamento Professor Belchior de Oliveira Rocha
Diretor de Ensino Professor Liznando Fernandes da Costa
Diretor de Relações Empresariais Professor José Yvan Pereira Leite
Diretor de Pesquisa Professor Erivan Sales do Amaral Gerente de Recursos Naturais
Professora Narla Sather Musse de Oliveira Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Controle
Ambiental Professor Wyllys Abel Farkatt Tabosa
Orientador de Estágio Professor Wyllys Abel Farkatt Tabosa
Orientador da Monografia Professor Aguinaldo do Nascimento Silva
Revisor
Divisão de Serviços Técnicos. Catalogação da publicação na fonte. CEFET/RN. Biblioteca Sebastião Fernandes
Ferreira, Patrícia Cabral. Licenciamento ambiental como ferramenta de gestão
empresarial: estudo de caso na empresa Ster Bom Indústria e Comércio Ltda / Patrícia Cabral Ferreira. _ Natal, 2007.
41f. Orientador: Profo. Ms. Wyllys Abel Farkatt Tabosa. Monografia (Graduação em Gestão Ambiental) – Departamento
Acadêmico de Recursos Hídricos. Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte.
1. Meio ambiente – Monografia. 2. Indústria – Monografia. 3.
Gestão ambiental – Monografia. 4. Licenciamento ambiental – Monografia. I. Tabosa, Wyllys Abel Farkatt. II. Título.
CEFET – RN/BSF
PATRÍCIA CABRAL FERREIRA
A monografia, Licenciamento Ambiental Como Ferramenta de Gestão Empresarial: estudo de caso na empresa Ster Bom Indústria e Comércio Ltda apresentada por Patrícia Cabral Ferreira, foi aprovada e aceita como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Gestão Ambiental, do Departamento Acadêmico de Recursos Naturais do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, pela seguinte banca examinadora:
Período de realização do Estágio: 14 de outubro de 2004 a 14 de outubro de 2005. Carga horária: 20 horas semanais. Data da Apresentação para apreciação: 26 de janeiro de 2007. Resultado: _________________________________________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________ (Orientador) Profo. Ms. Wyllys Abel Farkatt Tabosa
___________________________________________________________
Profa. Ms. Leci Martins Menezes Reis
___________________________________________________________ Profa. Ms. Érika Araújo da Cunha Pegado
Natal, ____ de ______________ de 2007.
A DEUS, que não me permitiu desistir do meu objetivo nos momentos difíceis. A toda a minha família pelo apoio, compreensão e por ter me incentivado a perseverar por esse árduo caminho. A tia Maria, que promoveu a minha educação e sem a qual nunca conseguiria chegar tão longe. A todos os meus amigos, que de qualquer forma me incentivaram e compreenderam a minha ausência em algum momento durante essa caminhada. A Fernando Júnior, pelo carinho e incentivo em todos os momentos de desânimo.
Dedico
AGRADECIMENTOS
Ao CEFET-RN, por promover uma excelente educação no decorrer de todo o curso, permitindo uma formação de ótima qualidade;
Ao meu orientador Professor Ms. Wyllys Abel Farkatt Tabosa, por acreditar na minha capacidade, por todo incentivo, dedicação, paciência e amizade;
A todos os funcionários do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente – IDEMA, por permitir consultar os materiais necessários à execução da pesquisa;
A Técnica do IDEMA Maria das Graças Azevedo, por compartilhar seu conhecimento e pelos ensinamentos acerca do licenciamento ambiental das indústrias;
Ao proprietário da Ster Bom Indústria e Comércio de Alimentos Ltda Antônio Leite Jales, pela receptividade, simpatia e informações sobre sua empresa;
A meu irmão Margley Cabral, por me conduzir até a Ster Bom e pelo empréstimo de equipamentos indispensáveis para elaboração deste trabalho;
A Fernando Júnior, pela contribuição na coleta de dados e desenvolvimento deste trabalho, assim como por toda paciência demonstrada nos momentos de dificuldades;
As colegas de curso Iva Karennina, Vanessa Dantas e Mônica Magalhães, pela amizade, apoio e incentivo.
Aos professores componentes da banca;
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para elaboração deste trabalho.
Meu muito obrigada.
Algo só é impossível até que
alguém duvida e resolve
provar o contrário.
Albert Einstein
FERREIRA, Patrícia Cabral. Licenciamento Ambiental Como Ferramenta de Gestão Empresarial: estudo de caso na empresa Ster Bom Indústria e Comércio Ltda. 41 f. Monografia (Curso de Gestão Ambiental) – Departamento Acadêmico de Recursos Naturais CEFET-RN, Natal, 2007.
RESUMO
Este trabalho tem como foco avaliar as mudanças que o licenciamento ambiental promove em uma empresa em termos de qualidade ambiental, custo-benefício do investimento e satisfação do empresário e do cliente. A empresa escolhida para estudo foi a indústria de sorvetes, picolés e envase e comercialização de água mineral a Ster Bom Indústria e Comércio de Alimentos Ldta. A pesquisa realizada mostrou que as mudanças promovidas na empresa com relação à melhoria do desempenho ambiental devem-se, em parte significativa, as exigências constantes na legislação ambiental do Estado do Rio Grande do Norte, no tocante à liberação das licenças ambientais. Entretanto, as modificações ultrapassam a obrigatoriedade da lei, demonstrando que a preocupação com o meio ambiente está incorporada no cotidiano da empresa.
Palavras-chave: Meio ambiente. Indústria. Gestão ambiental. Licenciamento ambiental.
FERREIRA, Patrícia Cabral. Licenciamento Ambiental Como Ferramenta de Gestão Empresarial: estudo de caso na empresa Ster Bom Indústria e Comércio Ltda. 41 f. Monografia (Curso de Gestão Ambiental) – Departamento Acadêmico de Recursos Naturais CEFET-RN, Natal, 2007.
ABSTRACT
This work has as focus to evaluate the changes that the environmental licensing promotes for a company in terms of environmental quality, cost-benefit of the investment and the entrepreneur's satisfaction and of the customer. The chosen company for study was the industry of ice creams, popsicles and envase and commercialization of mineral water Ster Bom Industry and Trade of Foods Ltda. The accomplished research showed that the changes promoted in the company with relationship to the improvement of the environmental acting they are due, partly significant, the constant demands in the environmental legislation of the State of Rio Grande do Norte, concerning the liberation of the environmental licenses. However, the modifications surpass the compulsory nature of the law, demonstrating that the concern with the environment is incorporate in the daily of the company. Key Words: Environment. Industry. Environmental Administration. Environmental Licensing.
LISTA DE FIGURAS Figura 01- Entrevista com a Técnica de Controle Ambiental da Ster Bom......... 26
Figura 02- Entrevista com o Engo de Produção e de Alimentos da Ster Bom.... 26
Figura 03- Entrevista com o proprietário da Ster Bom Antônio Leite Jales........ 27
Figura 04- Localização do Município de Parnamirim no Estado do Rio Grande
do Norte, onde se encontra instalada a Ster Bom Indústia e
Comércio de Alimentos Ltda.............................................................
29
Figura 05- Poço tubular da Ster Bom................................................................. 30
Figura 06- Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da Ster Bom................. 30
Figura 07- Tanque de decantação dos efluentes industriais.............................. 31
Figura 08- Segundo tanque de decantação de efluentes industriais.................. 31
Figura 09- Reservatório de distribuição do efluente tratado............................... 32
Figura 10- Sistema de irrigação dos jardins....................................................... 32
Figura 11- Tubulações de gás natural da Ster Bom........................................... 33
Figura 12- Área destinada ao acondicionamento de resíduos sólidos............... 33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
AGAPAN -
CFC -
CONAMA -
EIA -
ETE -
FBCN -
GLP -
IBAMA -
IDEMA -
LI -
LO -
LP -
ONG -
ONU -
RIMA -
SERHID -
Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
Cloro-flour-carbono
Conselho Nacional de Meio Ambiente
Estudo de Impacto Ambiental
Estação de Tratamento de Efluentes
Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza
Gás Liquefeito do Petróleo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis
Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio
Grande do Norte
Licença de Instalação
Licença de Operação
Licença Prévia
Organização Não Governamental
Organização das Nações Unidas
Relatório de Impacto Ambiental
Secretaria de Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 14
2.1 Conscientização Ambiental........................................................................... 14
2.2 Gestão Ambiental nas Empresas.................................................................. 19
2.3 Licenciamento Ambiental............................................................................... 22
3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................... 28
4.1 Breve Histórico da Empresa em Estudo........................................................ 28
4.2 Caracterização da Empresa em Estudo........................................................ 29
4.3 Análise Situacional da Empresa em Estudo..................................................
4.3.1 A Ster Bom Antes do Licenciamento Ambiental.........................................
4.3.2 A Ster Bom Após o Licenciamento Ambiental............................................
34
34
35
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 38
REFERÊNCIAS................................................................................................... 40
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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12 1 1 1 1 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Em momento algum da história do desenvolvimento econômico existiu a
preocupação, por parte da humanidade, com a descarga de resíduos no meio
ambiente, assim como predominou a idéia de que os recursos naturais são bens
inesgotáveis, que podem ser explorados a vontade. No entanto, ao longo do
desenvolvimento dos processos industriais, os impactos ambientais negativos se
consolidaram em fatos reais, que juntamente com a emergência da modernidade,
trouxe a necessidade de um arranjo que buscasse conciliar o progresso com a
preservação do meio ambiente.
Pressionadas pela sociedade, Organizações não Governamentais (ONG’s)
ambientalistas e o Estado, as indústrias assumem uma nova postura no sentido de
desenvolver novas tecnologias para os processos produtivos, incluindo a variável
ambiental no gerenciamento dessas atividades. Visando inserir a questão ambiental
nas suas atividades, as empresas adotam a gestão ambiental, lançando mão dos seus
instrumentos, dentre os quais destaca-se o Licenciamento Ambiental.
Apostar no Licenciamento como ponto positivo e indispensável para o processo
de produção moderno é atingir uma maturidade político-social, visto que a melhoria do
desempenho ambiental promoverá uma satisfação profissional e pessoal tanto dos
empresários quanto de seus subordinados e, principalmente, dos consumidores.
O objetivo deste trabalho é avaliar as mudanças que o processo de
Licenciamento Ambiental promove para as empresas que de forma direta ou indireta
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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exerçam algum tipo de impacto ambiental negativo, de modo a demonstrar a importante
ferramenta de gestão que essa exigência representa.
Para tanto, foi realizado um estudo de caso na empresa Ster Bom Indústria e
Comércio de Alimentos Ltda, no sentido de avaliar o desempenho ambiental antes e
depois do licenciamento. O que só foi possível pelo fato dessa pesquisadora ter
realizado estágio curricular no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente – IDEMA – no período de 14 de outubro de 2004 a 14 de outubro de 2005, o
que permitiu a análise dos autos processuais referentes ao pedido de licença ambiental
da empresa em questão. Além disso, foram realizadas pesquisa bibliográfica em livros
técnicos, visita às instalações da empresa e entrevistas.
O trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo é
composto pelo referencial teórico, a qual faz uma revisão da literatura necessária para a
elaboração. O segundo apresenta os materiais e métodos empregados. O terceiro faz
uma avaliação dos resultados obtidos. As considerações finais estão dispostas no
quarto capítulo. E por fim, a bibliografia utilizada como referência, no quinto capítulo.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Conscientização Ambiental
O meio ambiente sempre foi explorado sem que houvesse nenhuma
preocupação por parte de governos, empresas e da população no geral. O pensamento
de que os recursos naturais são bens inesgotáveis e que o planeta é capaz de suportar
a carga de resíduos gerados pelo desenvolvimento era predominante na sociedade .
Segundo Moura (2002, p. 01), um fato que marcou o início da mudança de
postura assumida pelo homem com relação à questão ambiental ocorreu na Inglaterra
em 1952. Nessa época, o combustível utilizado nas indústrias e no aquecimento das
residências era o carvão, o qual liberava grande quantidade de enxofre e material
particulado na atmosfera, provocando um fenômeno denominado “Smog”1. Em um
determinado dia aconteceram, simultaneamente, um “smog” e uma inversão térmica,
impedindo a dispersão dos poluentes, provocando a morte de milhares de pessoas,
principalmente, por ataques cardíacos e dificuldades respiratórias. Foi a primeira
constatação científica relacionando um determinado tipo de poluição a perda de vidas
humanas em grande escala.
Outros feitos a serem considerados foi a publicação do livro de Rachel Carson,
The Silent Spring (Primavera Silenciosa), uma vez que despertou a atenção da
sociedade para os efeitos ambientais transfronteiriços e globais; e as novas
1 Smog: Termo proveniente da combinação de duas palavras inglesas: Smoke, fumaça, e fog, nevoeiro. Fenômeno caracterizado pela mistura íntima de nevoeiro e de partículas sólidas em suspensão (DORST, 2005, p. 250).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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descobertas científicas relativas às ameaças decorrentes, dentre outros, da radiação,
resíduos tóxicos de metais pesados, contaminação das águas e emissões atmosféricas,
os quais contribuíram para a ampliação das discussões locais e internacionais sobre o
meio ambiente.
A partir daí inicia-se uma evolução de acontecimentos que denotam como a
proteção do meio ambiente passa a fazer parte do cotidiano das sociedades. Na
década de 60, o Clube de Roma divulgou um relatório denominado “Limits to Growth”
(Limites para o crescimento), o qual projetou, através de modelos matemáticos, o
crescimento populacional, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais. As
previsões do documento não se cumpriram, mas este funcionou como um sinal de
alerta para os limites de exploração do planeta (MOURA, 2002).
Surgiram também nesta década os primeiros movimentos ambientalistas
motivados pela poluição gerada por países industrializados, como, por exemplo, a
contaminação da Baía de Minamata (Japão) por mercúrio proveniente de despejos de
indústrias químicas. No Brasil, os movimentos ambientalistas surgiram na década de 50
do século XX, com a criação da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza
(FBCN), sendo posteriormente difundidos por todo o país, principalmente, no Sul e
Sudeste: Criação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN)
e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES); movimentos
contra a construção de usinas nucleares e a deterioração sócio-ambiental de Cubatão
(SP); fundação do Partido Verde e da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável; entre outros (CAMPOS, 1998).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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Ainda nos anos 60, surgiu a conscientização de que, resíduos dispostos de
forma incorreta, podem adentrar na cadeia alimentar e, através de bioacumulação,
causar graves danos como mortes e deformações físicas. Além disso, foram realizadas
a descontaminação do rio Tâmisa e a melhoria do ar de Londres. Diante de todos esses
acontecimentos, Valle (1995, p. 02) denomina essa década como a “década da
conscientização”.
Os anos 70 foram a década caracterizada pela regulamentação e pelo controle
ambiental (Moura, 2002, p. 05; Valle, 1995, p. 02). Apresentando como fatores
marcantes a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Conferência de
Estocolmo (1972) – que contou com a presença de 113 países; a crise energética
provocada pelo aumento do preço do petróleo, a qual incentivou a racionalização do
uso da energia, assim como a busca por novas fontes, principalmente, as renováveis;
surgimento do conceito de “desenvolvimento sustentável”2; e, a produção do primeiro
selo ecológico – Anjo azul – destinado a rotular os produtos considerados
“ambientalmente corretos” (Moura, 2002, p. 06).
Na década de 80, entram em vigor, em vários países, leis que regulamentam a
atividade industrial no tocante à poluição. Apresentando como uma de suas
conseqüências o advento de empresas especializadas na elaboração de Estudos de
Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Ocorrem também nesta década vários acidentes com grande impacto sobre o
meio ambiente, tais como o derramamento de metil isocianato em Bhopal (Índia);
2 Desenvolvimento sustentável: Aquele desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das futuras gerações atenderem suas próprias necessidades. (CMMAD, 1991. Apud. Ceará. Superintendência Estadual de Meio Ambiente, p. 16).
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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liberação de dioxina devido a uma explosão em uma indústria química em Seveso
(Itália); vazamento de material radioativo em Chernobyl (Ex - União Soviética); entre
outros. Constatou-se ainda, a progressiva destruição da camada de ozônio por gases
como o cloro-fluor-carbono (CFC).
Todos os eventos anteriormente citados contribuíram para que a discussão dos
temas ambientais fizesse parte do cotidiano das pessoas, uma vez que trouxeram
conseqüências diretas para suas vidas.
O fim dos anos 80 foi marcado pela globalização das preocupações com a
preservação do meio ambiente. Exemplos disso são o Protocolo de Montreal, o qual foi
assinado por 156 países e estabelece a eliminação do uso dos CFC’s e estabelece
prazos para sua substituição; A publicação do Relatório “Nosso Futuro Comum” pela
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujo objetivo é
disseminar o conceito de desenvolvimento sustentável; e a Convenção da Basiléia, que
determinou um acordo internacional com regras para o movimento de resíduos entre
países.
Na década de 90, com a crescente conscientização da necessidade de manter o
equilíbrio ambiental e compreendendo que o efeito nocivo dos resíduos ultrapassa os
limites da área em que foi gerado ou é disposto, o homem passa a perceber que é
preciso pagar o preço da qualidade de vida e manutenção do ambiente, conservando-o
limpo. Como enfatiza Valle (1995, p.04):
A preocupação com o uso parcimonioso das matérias-primas escassas e não renováveis, a racionalização do uso da energia, o entusiasmo pela reciclagem, que combate o desperdício, convergem para uma abordagem mais ampla e lógica do tema ambiental que pode ser resumida pela expressão Qualidade Ambiental.
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Um evento importante da referida década foi a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como Cúpula da
Terra, Rio 92 ou Eco-92. Esse encontro mostrou que a questão ambiental deixou de ser
ações isoladas e passou a ser uma preocupação global, em termos de preservação.
Além disso, foram criados documentos como a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre o
Meio Ambiente e o desenvolvimento de Convenções sobre clima e biodiversidade.
Ocorreu também no meio empresarial a introdução de conceitos como a
Certificação Ambiental, Atuação Responsável e Gestão Ambiental, influenciando
diretamente na mudança de postura das empresas. Agora, segundo Valle (1995, p.04),
a conservação do meio ambiente é vista como um investimento na imagem da
empresa: “Para as empresas a questão ambiental deixa de ser, assim, um tema-
problema, para se tornar parte de uma solução maior – a Credibilidade da Empresa
junto à sociedade através da qualidade e da competitividade de seus produtos”.
Visando estimular as empresas a investirem para alcançar essa qualidade em
termos de melhorias ambientais, foram criadas as normas britânicas BS 7.7503 e as
normas ISO 14.0004, as quais contêm as bases para o planejamento e implantação do
Sistema de Gestão Ambiental e certificação deste, à semelhança da certificação ISO
9.0005.
3 BS 7.750: Norma que contém procedimentos para se estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental nas organizações (Valle, 1995, p. 97). 4 ISO 14.000: Série da Organização Internacional para a Normalização que trata basicamente da gestão ambiental (Valle, 1995, p. 95). 5 ISO 9.000: Série da Organização Internacional para a Normalização referente a Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade (Valle, 1995, p. 97).
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O último evento de repercussão internacional sobre as questões ambientais
ocorreu em 2002. A Conferência da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento
Sustentável, também conhecida como Rio+10, a qual aconteceu em Johanesburg,
África do Sul, e teve por principais objetivos chamar a atenção da opinião pública
mundial para a urgência e necessidade de cumprimento das ações e promessas da
Rio-92 e das conferências da ONU dos anos 90, como as de direitos humanos
(Viena-93), de desenvolvimento social (Copenhague-95), Habitat II (Istambul-96) e
Segurança Alimentar (Roma-96).
2.2 Gestão Ambiental nas Empresas
Ao longo da passagem de todos esses acontecimentos, a variável ambiental foi
sendo inserida no cotidiano da sociedade, transformando culturas, quebrando velhos
paradigmas e formando a consciência de que existe uma necessidade vital de
contribuição pessoal para a conservação do meio ambiente. Neste contexto, surgem
consumidores mais exigentes com relação a produtos que causem o mínimo de impacto
possível ao meio ambiente, ou seja, as pessoas agora estão dispostas a pagar mais
caro por produtos ecologicamente corretos (REIS, 2002).
Diante desta nova realidade vários setores tiveram que promover uma mudança
de postura na sua forma de atuar, sendo um dos destaques o setor industrial, como
enfatiza Donaire (1999, p. 13):
[...] as empresas que eram vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais (o que produzir, como produzir, para quem produzir) têm presenciado o surgimento de novas papéis que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam.
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As decisões internas das organizações agora são influenciadas diretamente pelo
ambiente externo, incluindo considerações de caráter político e social, aliados as
tradicionais considerações econômicas, ou seja, as organizações estão sendo
pressionadas pela sociedade a incorporar novos valores em seus procedimentos
administrativos e operacionais. Sendo exemplos desses valores preocupações
ecológicas, de segurança, de proteção e de defesa do consumidor, de qualidade dos
produtos, entre outros.
Tradicionalmente existem três aspectos que são analisados na hora de escolher
um dado bem ou serviço: A satisfação da pessoa que está comprando, o preço do
produto e as suas condições de entrega. Contudo, os consumidores perceberam que
estavam pagando por produtos, à margem do processo de comercialização, como os
poluentes, resíduos, odor, ruídos e materiais que além de comprometer a qualidade de
vida das pessoas, podem causar prejuízos de ordem médico/hospitalar. Dessa forma, é
crescente a inserção da variável Meio Ambiente no ambiente de negócios, pois ele
representa um novo relacionamento dos consumidores com os produtores, no sentido
de apoio ou boicotes, pressões junto ao governo para o cumprimento das leis,
estímulos à atuação de ONG’s e órgãos comunitários, entre outros. Neste contexto, a
proteção ambiental passou a ser uma necessidade das pessoas e clientes da empresa
e que, para sobreviver, as organizações estão se estruturando interna e externamente
em melhorias do desempenho ambiental (MOURA, p. 47-48, 2002).
Dentre os benefícios gerados por essa nova atuação, destaca-se uma maior
satisfação dos clientes, pois um número cada vez mais elevado de pessoas acredita
que uma empresa com fraco desempenho ambiental possivelmente não consiga dispor
de produtos de boa qualidade e, assim, cresce a quantidade de consumidores que
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preferem produtos oferecidos em condições consideradas menos impactantes sobre o
meio ambiente. Além disso, tem-se uma melhoria da imagem da empresa, uma vez
que, através das melhorias do desempenho ambiental, a empresa pode se valer da
publicidade para exibir o progresso conquistado, aumentando assim, seu próprio valor,
sendo bem aceita pelos clientes, governo, ONG’s e mídia (SENAI, 2004).
Outras vantagens são a conquista de novos mercados, já que a preocupação
ambiental apresenta-se como um diferencial na conquista de clientes com relação a
concorrentes desprovidos dessa preocupação; redução de custos, pois as empresas
que encontram maneiras de reduzir, ou mesmo, eliminar a poluição, o desperdício e o
consumo de energia e água podem obter uma significante economia e, deste modo,
serem mais competitivas; maior facilidade na obtenção de financiamento, pois cada vez
mais os bancos revisarão as responsabilidades ambientais das companhias antes de
assegurar financiamentos e seguros; e finalmente, maior permanência do produto no
mercado, já que quando um produto não apresentar nenhum problema de cunho
ambiental (por exemplo, utilização de materiais tóxicos nos seus processos produtivos),
o produto é bem aceito no mercado pelos consumidores, permanecendo longo período
(FANG, 2001).
Diante da imposição provocada pela mudança de pensamento da sociedade, no
que diz respeito à preservação do meio ambiente por parte das empresas, associada à
geração de vários benefícios para essas instituições, cresceu a adoção da gestão
ambiental pelas mesmas (MOURA, 2002).
A gestão ambiental é conseqüência da evolução do pensamento da humanidade
em relação à utilização dos recursos naturais de forma inteligente, ou seja, visa ordenar
as atividades humanas para que estas originem o menor impacto negativo possível
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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sobre o meio. Esta organização vai desde a escolha de melhores técnicas até o
cumprimento da legislação e alocação correta de recursos humanos e financeiros.
Dentre os instrumentos de gestão ambiental destaca-se o licenciamento
ambiental. Este existe por uma exigência social, que surgiu do anseio global de se
preservar o meio ambiente e tornou-se obrigatório por força da legislação vigente no
país (ANTUNES, 2001).
2.3 Licenciamento Ambiental
O artigo 10 da Lei nº 6.938/81 – também conhecida como Política Nacional do
Meio Ambiente – prevê a necessidade de licenciamento ambiental para as atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como para aquelas suscetíveis, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental. Aliado a isso, o Conselho Nacional
de Meio Ambiente – CONAMA – define o conceito de impacto ambiental e relaciona
as atividades cujo exercício dependeria de estudo prévio (Resolução nº 1/86); assim
como estabelece as normas gerais para o licenciamento ambiental (Resolução nº
237/97).
O licenciamento ambiental é um instrumento de controle das atividades com
potencial impacto no meio ambiente, sendo definido pela Resolução nº 237/97 do
CONAMA como:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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23 Ainda de acordo com a Resolução nº 237/97 do CONAMA, existem três tipos de licenças ambientais: a Licença Prévia (LP), que é emitida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental prévia e estabelecendo os requisitos básicos, estudos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; a Licença de Instalação (LI), a qual autoriza a instalação ou construção do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos projetos, programas, planos e propostas aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante; e a Licença de Operação (LO), a qual autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Vale salientar que existem licenças ambientais específicas, que por sua vez serão definidas após análise da natureza, das características e peculiaridades de uma
determinada atividade ou empreendimento. Como, por exemplo, a Licença Simplificada,
LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EMPRESARIAL: Estudo de Caso na Empresa Ster Bom Indústria de Alimentos Ltda.
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que substitui a LP, LI e LO e pode ser concedida a empreendimentos de micro ou
pequeno porte ou ainda a atividades de caráter temporário (Resolução nº 237/97 do
CONAMA).
O processo para a obtenção de uma licença ambiental consiste de o interessado
dirigir-se ao Órgão Estadual de Meio Ambiente para obter informações sobre a
documentação necessária, a qual será definida de acordo com o tipo de atividade a ser
executada. Após ter sido dado o primeiro passo, o órgão ambiental competente
analisará a documentação solicitada, caso necessário, realizará vistorias técnicas na
área e emitirá um parecer técnico conclusivo. A licença ambiental será expedida,
quando o empreendedor atender a todos os requisitos básicos exigidos pelo órgão
responsável do estado.
O licenciamento de empreendimentos e atividades que gerem impacto ambiental
de âmbito nacional ou regional é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Já as atividades que
abrangem um único estado ou mais de um município de um mesmo estado, é de
responsabilidade do Órgão Ambiental Estadual (Resolução nº 237/97 do CONAMA).
No Estado do Rio Grande do Norte, a entidade executora da Política Nacional do
Meio Ambiente é o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente – IDEMA.
Este órgão tem por missão “Executar funções específicas de proteção e educação
ambiental, gerenciamento costeiro, licenciamento, controle e monitoramento
objetivando o desenvolvimento sustentável” (IDEMA, 2006).
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
A preocupação e prazer proposto pelo tema deste trabalho, assim como o
empenho para sua construção são partes que coexistem no intuito do crescimento da
inquietação referente aos temas ligados ao meio ambiente. Portanto para sua
elaboração e conclusão fez-se necessário uma vasta busca de informações,
realizações de entrevistas, análise de processos no órgão estadual de meio ambiente e
visita à empresa em estudo.
A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros técnicos, monografias, artigos
científicos e sites relacionados. Além disso, análise de documentos, tais como o
memorial descritivo do empreendimento, projeto da estação de tratamento de água e
projeto de tratamento de efluentes da empresa, juntamente com o seu memorial
descritivo, os quais se encontram nos autos processuais (Processo nº 189742/2004 do
IDEMA) referente ao requerimento do licenciamento ambiental da Ster Bom ao IDEMA.
Foram também analisados os Pareceres Técnicos Nos 1160/2004, 1364/2004 e
2006-003631 referentes, respectivamente, aos pedidos de Licença de Regularização de
Operação para o ramo de sorvetes e gelo, Licença de Instalação e Licença de
Operação para o ramo de envase e comercialização de água mineral da empresa em
destaque.
Em um outro momento foram realizadas entrevistas não-estruturadas com
técnicos gabaritados do IDEMA. Sendo de maior relevância as informações fornecidas
pela técnica do setor de indústria, a Enga Maria das Graças Azevedo por ter sido a
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responsável pela análise do processo de licenciamento, assim como pela vistoria
técnica as instalações da empresa para comprovação das informações dispostas nos
autos e pela concessão do licenciamento ambiental a Ster Bom, acatada pela diretoria
do IDEMA.
Também foram realizadas entrevistas durante a visita às instalações da empresa
em questão. Uma destas entrevistas foi
realizada com a Técnica em Controle
Ambiental, que atua na área de controle
de qualidade da empresa (Figura 01).
Dentre os assuntos expostos, chama-se
atenção para a importância do
investimento na montagem de um
laboratório destinado a realização das
análises dos efluentes tratados.
Do momento de interação com o Engo de
Produção e de Alimentos, Márcio Dukati (Figura
02) podemos citar como ponto chave a
apresentação das instalações da linha de
produção de todas as atividades realizadas pela
fábrica até então. Também foram apresentados os
números referentes à produção de cada setor e,
por fim, a constatação da satisfação do mesmo
Figura 01: Entrevista com a Técnica de
Controle Ambiental da Ster Bom Foto: Fernando Júnior, 2007
Figura 02: Entrevista com Engo de Produção e de Alimentos da Ster
Bom Foto: Fernando Júnior, 2007
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em trabalhar em uma empresa devidamente licenciada.
Já com relação ao proprietário da empresa, Antônio Leite Jales (Figura 03), foi
evidenciado através de uma amigável
e sincera conversa, a importância do
licenciamento ambiental para sua
empresa, assim como o papel da
empresa licenciadora, no caso o
IDEMA.
As entrevistas foram gravadas e
armazenadas em arquivo eletrônico
para posteriormente comporem o
trabalho escrito. Para finalizar, foi usado o recurso de registro fotográfico durante toda a
apresentação das atividades de rotina da determinada empresa, de modo que foram
observados os processos produtivos, espaço físico e instalações.
Figura 03: Entrevista com o proprietário da Ster Bom Antônio Leite
Foto: Fernando Júnior, 2007
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Breve Histórico da Empresa em Estudo
A empresa escolhida para estudo é a Ster Bom Indústria e Comércio LTDA, a
qual foi criada em 1991 no bairro do Alecrim, município de Natal/RN, pelo empresário
Antônio Leite Jales.
O empresário relata que quando ainda era um menino vendia picolé e sorvete
pelas ruas de Mossoró/RN e nem imaginava que se transformaria em um proprietário
bem sucedido de uma empresa desse setor. Conta ainda que comprou a primeira
máquina para fabricação de sorvete aos 16 anos de idade, mas como seu sonho era
ser mergulhador, vendeu a máquina de sorvete e aceitou o convite para trabalhar em
uma empresa paulista, a Ster Engenharia.
Após 12 anos de trabalho, Antônio pede demissão e com o dinheiro da rescisão
de contrato comprou uma máquina caseira de sorvete em São Paulo e retornou ao Rio
Grande do Norte. Chegando a Natal, capital do Estado, ele foi morar na Rua Henrique
Câmara no Bairro do Alecrim, onde fundou a Ster Bom6.
Depois de dois anos de funcionamento, foi necessário mudar para uma casa
maior, devido a crescente produção, ainda caseira. Então, a Ster Bom foi transferida
para a Rua dos Caicós, Bairro do Alecrim. Mas foi só em 1998, com a transferência
6 Antônio Leite relata que colocou esse nome em homenagem à empresa na qual trabalhou.
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para o centro industrial de Parnamirim/RN, que a pequena produção caseira inicia sua
transformação em uma verdadeira fábrica.
Instalada a cerca de nove anos no distrito industrial, a Ster Bom possui hoje mais
de 250 funcionários e uma produção diária de aproximadamente 19.000 litros de
sorvete, 43.000 picolés, 45.000 casquinhos, 8.000 litros de calda de sorvete e 1000 kg
de cobertura, sendo a líder de mercado no estado. Além de envasar e comercializar
água mineral em embalagens de 20; 1,5; 0,35; 0,20 e 0,30 litros.
4.2 Caracterização da Empresa em Estudo
Atualmente a Ster Bom Indústria e Comércio de Alimentos Ltda está localizada a
margem da Rodovia BR-304, Km 305, Granja São Judas Tadeu, município de
Parnamirim, no estado do Rio Grande do Norte (Figura 04).
Parnamirim
Ster Bom
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Figura 04: Localização do Município de Parnamirim no Estado do Rio Grande do Norte, onde encontra-se instalada a Ster Bom Indústia e Comércio de Alimentos Ltda
Fonte: www.guianet.com.br/rn/maparn.htm
A referida empresa possui uma área física de 19.942 m2, onde funcionam quatro
unidades de fabricação: Produção de sorvetes e picolés, casquinhos, gelo e envase de
água mineral. Contando com uma boa infraestrutura de apoio como bom acesso (BR-
304), energia elétrica, gás natural, água de poço tubular próprio, telefone e internet.
A água utilizada pela empresa é oriunda de dois poços tubulares, os quais
possuem uma outorga da
Secretaria de Estado de
Recursos Hídricos (SERHID) para
utilização. Um deles é utilizado
exclusivamente para alimentar as
instalações hidrossanitárias, à
medida que o outro (Figura 05)
abastece o envase de água e a
lavagem das máquinas,
equipamentos e instalações.
Os esgotos sanitários são
tratados por um sistema
composto por um tanque séptico
e dois sumidouros, fazendo-se a
Figura 05: Poço tubular da Ster Bom
Foto: Fernando Júnior, 2007
Figura 06: Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da
Ster Bom Foto: Fernando Júnior, 2007
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remoção, de doze em doze meses, do lodo decantado. Já os efluentes líquidos
industriais oriundos da lavagem das máquinas, equipamentos, instalações e lavagem
dos botijões retornáveis de água mineral são encaminhados para a Estação de
Tratamento de Efluentes – ETE (Figura 06).
Inicialmente os efluentes são bombeados para um tanque de decantação (Figura
07) para retirada dos sólidos
macroscópicos. O pH é ajustado
para a faixa de 7,8 a 9,6 de modo
que haja um melhor rendimento da
decantação. Após isso, o efluente
fica circulando em um circuito
fechado durante duas horas
através de um filtro de resina
acrílica e, em seguida, permanece
em repouso em um segundo tanque (Figura 08) por mais duas horas para que se
complete a decantação. Os
sólidos decantados são aspirados
para um tanque de rejeitos e,
posteriormente, acondicionados
em sacos plásticos e
encaminhados para um local
adequado. Para proteger de
possíveis ações bactericidas o
Figura 07: Tanque de decantação dos efluentes
industriais Foto: Fernando Júnior, 2007
Figura 08: Segundo tanque de decantação de efluentes
industriais Foto: Fernando Júnior, 2007
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efluente tratado é clorado e enviando para o reservatório de distribuição (Figura 09), de
onde sai para a irrigação dos jardins (Figura 10).
Figura 09: Reservatório de distribuição do efluente tratado
Foto: Fernando Júnior, 2007
Figura 10: Sistema de irrigação dos jardins
Foto: Fernando Júnior, 2007
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O gás natural (Figura 11) é o combustível utilizado em determinados
equipamentos da fábrica, tais como, caldeiras produtoras de água quente usadas no
processo de pasteurização do sorvete e fornos usados na produção de casquinhos.
Como o referido gás é considerado um combustível limpo, não houve a necessidade de
adoção pela empresa de um sistema de controle de emissões atmosféricas.
Figura 11: Tubulações de gás natural da Ster Bom
Foto: Fernando Júnior, 2007
Praticamente todos os resíduos sólidos gerados no processo industrial são
reciclados ou reaproveitados, sendo recolhido pelo sistema de coleta de lixo da
Prefeitura de Parnamirirm/RN,
praticamente apenas o lixo de
varrição. As caixas de papelão,
as embalagens plásticas, os
garrafões danificados e as
tampas retiradas dos garrafões
retornáveis são acondicionados
Figura 12: Área destinada ao acondicionamento de
resíduos sólidos Foto: Fernando Júnior, 2007
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em uma área coberta (Figura 12) e, após um volume considerável, são vendidos para
empresas de reciclagem. Já os restos de matéria-prima e de sorvetes e picolés
devolvidos com prazos de validades vencidos são doados para compor ração animal.
4.3 Análise Situacional da Empresa em Estudo
4.3.1 A Ster Bom Antes do Licenciamento Ambiental
Quando ainda funcionava no bairro do Alecrim, a Ster Bom detinha uma pequena
produção caseira. Dessa forma, não havia nenhuma preocupação com relação aos
temas ligados ao meio ambiente, tais como os resíduos industriais gerados, a
destinação do lixo e o tipo de combustível utilizado. Segundo o proprietário Antônio
Leite, não existia o conhecimento da necessidade de possuir o Licenciamento
Ambiental para a empresa funcionar.
Como afirma o empresário, os efluentes líquidos industriais e os esgotos
sanitários eram lançados na rede de coleta pública de esgotos, os resíduos do
processo produtivo e os restos de matérias-primas eram dispostos no lixo comum,
sendo recolhidos pelo sistema de coleta da Prefeitura de Natal/RN. Já o combustível
utilizado era o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o que encarecia os produtos.
O conhecimento de que era preciso ter uma autorização do Órgão Ambiental
Estadual para funcionar e, principalmente, da necessidade de preservar o meio
ambiente só veio com a mudança para o distrito industrial de Parnamirim, aliado ao
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pedido de incentivos fiscais governamentais por parte da empresa, que exigiam a
Licença Ambiental.
4.3.2 A Ster Bom Após o Licenciamento Ambiental
Licenciado a cerca de três anos, a Ster Bom hoje não considera o IDEMA como
um órgão fiscalizador, mas sim um grande parceiro que possibilitou a expansão de
horizontes até então desconhecidos. De acordo com os relatos do proprietário Antônio
Leite, foi através das orientações desse órgão que foi incorporada na empresa a idéia
de que é preciso cuidar do meio de onde se retira as matérias-primas utilizadas, ou
seja, da fonte de renda dele e de todos os seus funcionários:
Hoje vejo a importância do IDEMA junto às empresas, porque eles orientam. Se você não cuida da água, que é a fonte que alimenta a empresa e não trata os resíduos industriais, você está condenado a morte. Não acho correto, por exemplo, pegar uma água limpa e usar para aguar o jardim (ANTÔNIO LEITE, 2007).
A partir das exigências, baseadas na Resolução nº 237/97 do CONAMA, e
orientações do IDEMA ocorreram diversas mudanças na empresa. Dentre elas,
destaca-se a venda de todos os seus resíduos sólidos para a reciclagem,
principalmente papelão e plástico, a reutilização dos efluentes líquidos para irrigação
dos jardins e a doação dos restos de matérias-primas para criadores de animais.
O material reciclável é vendido para uma empresa que também possui licença do
IDEMA e o dinheiro obtido é suficiente para pagar o funcionário responsável pelo setor
e ainda deixa lucro. Sobre isso, o empresário conta: “Não tinha a consciência que
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materiais como papelão e plástico podiam ser vendido para reciclagem, foi o IDEMA
que me orientou”.
Com relação aos efluentes líquidos industriais o empresário diz que o dinheiro
gasto para a construção da ETE não passa de um investimento, no sentido de
preservar a principal matéria-prima utilizada por sua empresa, que é a água. Além
disso, diz que continua buscando melhorias, como fez recentemente ao substituir, na
água utilizada para lavagem dos garrafões retornáveis, a soda cáustica por um
detergente biodegradável.
Outro ponto bastante interessante é observar a preocupação do empresário com
a capacitação de seus funcionários com relação ao tema preservação do meio
ambiente, através da promoção de palestras e treinamentos, assim como a satisfação
dos funcionários de trabalhar em uma empresa ambientalmente correta, como
observado no depoimento do Engo de Produção e de Alimentos, Márcio Dukati:
“Quando um funcionário sabe que a sua empresa é ambientalmente correta, ele tem a
tranqüilidade de que todos os resíduos estão sendo devolvidos de modo correto para o
meio ambiente, causando assim o menor impacto possível”.
É de fundamental importância ressaltar que a empresa não apenas cumpriu as
exigências impostas pelo órgão estadual ambiental para obter licenciamento, tais como
tratar os efluentes líquidos industriais e dar um destino adequado aos resíduos sólidos.
A Ster bom vai muito além, pois educa seus funcionários com relação à preservação do
meio ambiente, está sempre buscando tecnologias que minimizem os impactos
ambientais negativos, possui uma relação harmoniosa com o IDEMA, mantém uma
limpeza e organização impecável das suas instalações, promove o plantio de mudas,
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cedidas pelo IDEMA, no entorno da fábrica e o seu líder apresenta uma visão para o
futuro incomum dentre os empresários do Estado.
Tomando como base o desenvolvimento sustentável observa-se que a Ster Bom
apresenta-se como um objeto norteador no que diz respeito a exemplo de um
empreendimento satisfatório no tocante as questões ambientais em geral, assim como
de satisfação pessoal do seu líder a seus subordinados.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do estudo concretizado na empresa Ster Bom, levando em consideração
as entrevistas realizadas, a observação da infraestrutura e o prévio conhecimento das
exigências da legislação ambiental vigente, pode-se constatar que o Licenciamento
Ambiental é uma importante ferramenta de gestão empresarial.
A exigência do Licenciamento Ambiental promoveu uma educação para os
compositores da empresa estudada, no sentido de firmar o conhecimento sobre
desenvolvimento sustentável e sua importância para equilibrar o uso das matérias-
primas com a conservação do meio ambiente.
Observou-se uma minimização dos impactos ambientais através da adoção de
medidas como a reciclagem e o reaproveitamento, que para a empresa foi revertida em
forma de lucro com a venda de papelão e plástico e a economia de matérias-primas
como a água.
Também ficou evidente que agregada às exigências do licenciamento ambiental
está uma questão de ordem pessoal, observada durante a visitação a empresa Ster
Bom, mas principalmente, a partir do contato com o seu proprietário. Aliando essa
constatação ao conhecimento adquirido durante o tempo de estágio no IDEMA, acredito
que o exemplar desempenho ambiental encontrado nessa empresa é oriundo,
principalmente, da parceria firmada entre empresa e órgão ambiental estadual.
Por fim, a realização deste trabalhou possibilitou reafirmar que é possível
conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, e que
para isso é necessário ampliar a educação ambiental entre os empresários, assim como
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consolidar a idéia de que promover a melhoria do desempenho ambiental é um
investimento essencial para a perduração de qualquer empreendimento.
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REFERÊNCIAS
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