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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA UNIPÊ PRO REITORIA ACADÊMICA PROAC CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA CAMILA LAUANDA BARBOSA FERNANDES ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA JOÃO PESSOA 2020

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRO REITORIA ACADÊMICA – PROAC

CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

CAMILA LAUANDA BARBOSA FERNANDES

ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO

INTEGRATIVA

JOÃO PESSOA 2020

CAMILA LAUANDA BARBOSA FERNANDES

ANÁLISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Monografia apresentada ao componente curricular TCC II, do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, em cumprimento aos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Linha de Pesquisa: Saúde do Idoso

ORIENTADORA: PROF. MS. ANA CAROLINA

NUNES BOVI.

JOÃO PESSOA

2020

FICHA CATALOGRÁFICA

CAMILA LAUANDA BARBOSA FERNANDES

S586s Fernandes, Camila Lauanda Barbosa. Análise da capacidade funcional em idosos: uma revisão integrativa/ Camila Lauanda Barbosa Fernandes. - João Pessoa, 2020. 52f. Orientador (a): Prof°. Ms. Ana Carolina Nunes Bovi. Monografia (curso de Fisioterapia) – Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ

1. Desempenho Físico Funcional 2. Fisioterapia 3. Avaliação 4. Idoso. I. Título.

UNIPE/BC CDU – 658:004

ANALISE DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO

INTEGRATIVA

Monografia apresentada ao componente curricular TCC II, do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, em cumprimento aos requisitos necessários para obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia. Linha de Pesquisa: Saúde do Idoso.

APROVADA EM: ________/________/_________.

BANCA AVALIADORA

_______________________________________________________________

ORIENTADOR - PROFª MS. ANA CAROLINA NUNES BOVI CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ

_______________________________________________________________ EXAMINADOR - PROFª Dra. POLLYANA SOARES DE ABREU MORAIS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ

_______________________________________________________________ EXAMINADOR - PROFª MS. RACHEL CAVALCANTI FONSECA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ

JOÃO PESSOA

2020

29 06 2020

Dedico esse trabalho aos meus amados avós (in memorian):

Raimundo Fernandes e

Maria José da Silva,

Com todo o amor do mundo e gratidão.

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me mantido no caminho certo durante toda a graduação com

saúde e forças para chegar até o final.

Aos meus pais, Francisca Maria Barbosa e Francisco Fernandes, que

exerceram, durante toda a minha vida, o papel de maiores apoiadores de todos os

meus sonhos. Me ensinaram todos os valores da vida e construíram a base para a

concretização desse sonho. Dedico inteiramente a eles toda e qualquer conquista

alcançada, pois jamais seria possível sem eles.

Aos meus irmãos, Cristovão Fernandes e Douglas Fernandes, por todo o apoio

e atenção sempre que precisei.

A minha fiel e eterna companheira de vida, Handrezza Oliveira, a pessoa que

sempre acreditou em mim, que desde a escolha do curso até hoje se manteve ao meu

lado durante essa trajetória, me apoiando, ouvindo minhas angustias e aplaudindo de

pé as minhas vitórias.

A minha Tia Maria Sabina Fernandes, que tanto me apoiou e apostou em mim.

Que se manteve sempre me influenciando e me incentivando a batalhar pelo meu

sonho.

A toda a minha Família por serem pessoas tão prestativas em todos os

momentos que precisei e por me assegurar o sentimento de certeza que sempre

poderei contar com todos.

A minha orientadora Ana Carolina Bovi, que se dispôs a fazer além da sua

obrigação. Sempre muito atenciosa, compreensiva e prestativa durante a construção

desse trabalho. Certamente, tive muita sorte por tê-la comigo nessa caminhada e

finalizo com um sentimento enorme de gratidão.

A Hadrielly Oliveira, minha irmã de coração, por se disponibilizar a me ajudar

na construção desse trabalho compartilhando sua experiência com um espirito

colaborativo e prestativo.

A todos os meus amigos e colegas de curso, que compartilhamos juntos

inúmeros desafios e estivemos de mãos dadas durante toda essa trajetória.

A todo o corpo docente do Centro Universitário de João Pessoa, em especial a

Ana Carolina, Pollyana Abreu, Rachel Fonceca, Nícia Farias, Miriam Lucia, Eleazar

Lucena, Olivia Galvão e Ana Paula Tomé, docentes admiro imensamente e que foram

impar para a minha formação pessoal e profissional.

RESUMO

A capacidade funcional é a habilidade de planejar e desempenhar as atividades de

vida diária essenciais para uma vida independente, que são fatores determinantes

para os idosos. A avaliação da capacidade funcional tem como objetivo apontar o nível

máximo de funcionalidade que o idoso pode atingir em uma determinada função a ser

avaliada e compõe a base para um bom plano de tratamento fisioterapêutico. Com

base nisso, o objetivo deste trabalho foi analisar a alteração da capacidade funcional

dos idosos. Tratou-se de um estudo realizado por meio de levantamento bibliográfico

para realização de uma revisão integrativa da literatura. A pesquisa foi realizada nas

bases SciELO, LILACS e MEDLINE. Foram estabelecidos como critérios de inclusão:

amostras com indivíduos de ambos os sexos; amostras com idade superior a 60 anos;

artigos publicados em Língua Portuguesa e Inglesa e Publicações no período de 2010

a 2020, utilizando os descritores: “Desempenho físico funcional”, “Fisioterapia”,

“Avaliação” e “Idoso”. Após a análise dos dados desse estudo, ficou claro que a

capacidade funcional é diretamente relacionada a variáveis como idade, estado de

saúde e perfil funcional, observando-se que os idosos mais jovens, mais ativos e sem

presença de comorbidades apresentaram-se mais independentes funcionalmente.

Pode-se dizer que a presença de incapacidades físicas são repercussões que

interferem diretamente na capacidade funcional do idoso, sendo assim, torna-se

indispensável à avaliação do grau de independência funcional para obter dados

determinantes que objetivem a adequação das melhores condutas terapêuticas

visando a melhor qualidade de vida dos idosos.

Palavras-chave: Desempenho físico funcional. Fisioterapia. Avaliação. Idoso.

ABSTRACT

Functional capacity is the ability to plan and perform the activities of daily living

essential for independent living, which are determining factors for the elderly. The

assessment of functional capacity aims to point out the maximum level of functionality

that the elderly can achieve in a given function to be assessed and forms the basis for

a good physiotherapeutic treatment plan. The present work was a study carried out by

means of a bibliographic survey to carry out an integrative review of the literature

developed from the guiding question: how is the reduction of functional capacity in the

elderly? The research was carried out on the SciELO, LILACS and MEDLINE

databases. Inclusion criteria were established: Samples with individuals of both sexes;

Samples older than 60 years; Articles published in Portuguese and English and

Publications from 2010 to 2020, using the descriptors: "Functional physical

performance", "Physiotherapy", "Evaluation" and "Elderly". 35 articles were selected,

of these, 29 articles were excluded, among them: 6 case reports; 11 articles out of

context; 5 duplicate articles in the databases; 7 articles that presented a sample under

the age of 60 years. Six articles were included for the study. After analyzing the studies,

it was observed that the younger, more active elderly people and without the presence

of comorbidities were more functionally independent. The presence of physical

disabilities are repercussions that directly interfere with the functional capacity of the

elderly, therefore, it is essential to assess the degree of functional independence to

obtain determinant data that aim at the adequacy of the best therapeutic approaches

aiming at a better quality of life for the elderly.

Keywords: Functional physical performance. Physiotherapy. Evaluation. Old man

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12

2.1 Processo de Envelhecimento ........................................................................... 12

2.1.1 Alterações morfofuncionais durante o envelhecimento. ................................... 15

2.2 A Capacidade Funcional no Idoso ................................................................... 17

2.3 Instrumentos avaliativos .................................................................................. 18

2.4 Atuação Fisioterapêutica com foco na Capacidade Funcional ..................... 25

3 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................................ 30

3.1 Tipo de Estudo .................................................................................................. 30

3.2 Critérios de Elegibilidade ................................................................................. 30

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 32

5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44

11

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é definido como um processo natural, progressivo e

irreversível, comum a todos os seres de uma espécie e que pode sofrer a influência

de fatores sociais, políticos, econômicos e psicológicos. Quando se trata do

envelhecimento populacional, sabe-se que é um fenômeno que vem surgindo no

decorrer dos anos. Os países em desenvolvimento estão diminuindo os seus índices

tanto de mortalidade quanto de fecundidade, e o resultado disso é o aumento da

população idosa em todo o mundo, isso também está acontecendo de uma forma mais

discreta, nos países desenvolvidos (MESQUITA; CAVALCANTE; SIQUEIRA, 2016;

PAULA, 2010).

Na visão biológica, o processo de envelhecimento é individual e causado por

alterações moleculares e celulares que resultam em um declínio funcional progressivo

dos órgãos e do organismo de forma global. Essa perda funcional é notável quando o

indivíduo chega ao final da fase reprodutiva, muito embora as perdas funcionais do

organismo comecem a ocorrer muito antes. Durante esse processo, frequentemente

são identificadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), e sua maior

incidência está relacionada com maior perda de capacidade funcional. (MONTEIRO;

COUTINHO, 2020; SILVA et al., 2018).

As DCNT podem ser definidas como um conjunto de patologias que

apresentam múltiplos fatores de risco em comum, longos períodos de latência,

desenvolvimentos assintomáticos prolongados além de picos de remissão e

exacerbação podendo ocasionar incapacidades ou até mesmo o óbito (BRASIL,

2005). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2005), as doenças

cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas, diabetes mellitus e as

cerebrovasculares (acidente vascular encefálico), são as principais patologias

presentes no grupo de doenças crônicas não transmissíveis nos idosos.

No que diz respeito às alterações na força muscular, nos idosos, podem afetar

os grupos musculares que auxiliam a respiração, influenciando, pois, a função

pulmonar. A perda de massa muscular associada à idade é normalmente conhecida

como sarcopenia. Esta perda contribui para outras alterações relacionadas com a

idade, destacando-se a diminuição da densidade óssea, a menor sensibilidade à

insulina, menor capacidade aeróbia, menor taxa de metabolismo basal, menor força

12

muscular e menores níveis de atividades físicas diárias (SALICIO et al., 2015;

FECHINE; TROMPIERI, 2015).

Devido a grandes alterações morfofuncionais, bem como a capacidade

funcional, há um aumento da morbimortalidade desta população, causando alteração

na independência funcional, que diz respeito à habilidade física e mental para o

indivíduo manter uma vida independente e autônoma. Com isso, pode-se classificar a

capacidade funcional e qualidade de vida como os novos paradigmas sociais quando

se trata da saúde do idoso (CORTEZ et al., 2018; BARBOSA et al., 2014).

De acordo com Ribeiro et al. (2018), a capacidade funcional é a capacidade de

planejar e executar as atividades da vida diária necessárias para uma vida

independente e com autocuidado. A avaliação da capacidade funcional do idoso é de

suma importância. Ela obtém foco no exame do avaliado e objetiva indicar o nível

máximo de funcionalidade que um individuo pode atingir em um domínio e em

determinado momento. É um indicador de saúde que se relaciona com a qualidade de

saúde e aspectos biopsicossociais e tornou-se indispensável para os objetivos da

intervenção que busquem minimizar os efeitos da incapacidade física ou preveni-la

(MAMAN et al., 2017).

Diante das alterações referentes à capacidade funcional dos idosos descrita

pela literatura, torna-se pertinente a análise dessa temática para apresentar as

lacunas existentes na literatura e propor novas pesquisas, pois esse estudo possibilita

o direcionamento diante dos melhores métodos de avaliação e com isso, pode

potencializar o tratamento, seja ele preventivo ou de caráter reabilitador. Por isso,

esse estudo fundamentou-se na seguinte questão norteadora: como se apresenta a

redução da capacidade funcional em idosos?

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a alteração da capacidade

funcional dos idosos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Processo de Envelhecimento

13

O envelhecimento populacional é descrito como um fenômeno irreversível,

natural e universal, que está relacionado a uma diminuição dos níveis de fecundidade

e mortalidade, e a um aumento da população idosa, ou seja, indivíduos com idade

igual ou superior a 60 anos (SPOSITO; NERI; YASSUDA, 2015). Dentro do grupo das

pessoas idosas, a faixa etária de indivíduos com 80 anos ou mais é a que mais cresce

no mundo. Esse segmento populacional pode ser denominado como idosos mais

idosos, muito idosos, idosos mais velhos, idosos longevos ou octogenários (PINTO et

al., 2016).

No Brasil, o processo de transição demográfica de envelhecimento

populacional vem se comportando de maneira mais acentuada do que o observado

em décadas passadas. Atualmente, a proporção de indivíduos com mais de 60 anos

encontra-se em um patamar similar à média mundial e acima do verificado para países

com grau de desenvolvimento similares ao brasileiro. Considerando o atual ritmo, que

pode ser observado na Tabela 1, a estrutura etária do país rapidamente será similar

à observada em países desenvolvidos (PEIXOTO, 2019).

Tabela 1 – Censo demográfico e projeção da população para 2020-2060.

Fonte: PEIXOTO, 2019.

O crescimento em série da população idosa está diretamente relacionado à

transição no perfil demográfico, promoção de qualidade de vida desses indivíduos e a

potencialização no atendimento à saúde. Na antiguidade, o envelhecimento era um

direito para poucos. Ao longo do tempo com o desenvolvimento e evolução da

humanidade houve um alongamento no tempo de vida da população (DAWALIBI et

al., 2013; VERAS; OLIVEIRA, 2018).

14

Durante o processo de envelhecimento, ocorre um conjunto de modificações

ao avançar da idade para além da fase da maturidade, podendo variar de indivíduo

para indivíduo e estas alterações que acontecem neste processo são dependentes de

fatores como estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas (SOUZA

et al., 2017). A população idosa enfrenta diversas dificuldades, como, o contexto

socioeconômico em que estão inseridos (família, renda, moradia, trabalho, amigos,

entre outros), o déficit na acessibilidade dos serviços (programas, projetos

terapêuticos, profissionais preparados para atender esse público de forma

humanizada e eficaz) e os problemas fisiopatológicos (obesidade, redução da força

muscular, osteoporose, entre outras doenças) sem deixar de citar as Doenças

Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) expostas no gráfico 1 (BRITO et al., 2013).

Gráfico 1 - Principais DCNTs no Brasil em 2013.

Fonte: BRITO et al., 2013.

As DCNTs são descritas como estados permanentes, ou de longa

permanência, que demandam acompanhamento constante, pois em razão da sua

natureza não têm cura. Elas constituem o problema de saúde de maior magnitude e

respondem por mais de 70% das causas de mortes no Brasil. As DCNTs afetam

15

principalmente os segmentos de maior idade, estando entre a principal causa de

internações hospitalares e de óbitos de população idosa. As principais são as doenças

cardiovasculares, o diabetes, as neoplasias e as doenças respiratórias crônicas

(BRASIL, 2011).

Dentre os principais fatores de risco para desenvolver uma DCNT estão o

tabagismo, a inatividade física, a alimentação inadequada e o uso prejudicial do álcool.

Como consequências, elas podem levar a incapacidades, ocasionar sofrimentos, o

uso de múltiplos medicamentos e o aumento de custos materiais diretos aos pacientes

e suas famílias, além de um importante impacto nas demandas de serviços de saúde

(DUCAN et al., 2012; MALTA; SILVA JÚNIOR, 2013).

A emergência das consequências trazidas pelo envelhecimento populacional e

pelo aumento das DCNTs, têm direcionado as políticas públicas em saúde, levando a

diversas prioridades como a promoção de envelhecimento saudável e ativo, a

manutenção da autonomia e da independência das pessoas idosas, o incentivo a

comportamentos saudáveis e a criação de estratégias para o seu enfrentamento, pela

Organização Mundial de Saúde (WHO, 2012).

2.1.1 Alterações morfofuncionais durante o envelhecimento.

O processo de envelhecimento naturalmente promove modificações no corpo.

No caso do idoso, é comum identificar parâmetros reduzidos da massa muscular que

reduzem a força, assim como a densidade óssea, que enfraquecem o componente

esquelético do indivíduo, fragilizando, repercutindo na postura, maneira de andar e

acarretando no uso de posições inadequadas (CONSTANTINI; ALMEIDA; PORTELA,

2011).

A baixa densidade mineral óssea (DMO) é caracterizada pela deterioração da

massa óssea, levando a aumento da fragilidade óssea. A diminuição da DMO das

vértebras provoca deformidades na coluna e modificações posturais, que são

responsáveis pelas alterações na posição de repouso dos músculos respiratórios e

diminuição na mobilidade torácica, contribuindo para a redução da capacidade

cardíaca e pulmonar (FONTES; ARAUJO; SOARES, 2012; PIMENTEL; FAGANELLO;

NAGEVA, 2011).

Estudos demonstram que a idade é um preditor negativo das forças musculares

respiratórias tanto em homens quando em mulheres. Observam-se declínio da

16

capacidade vital forçada, volume expiratório forçado no primeiro segundo e fluxo

expiratório forçado, bem como aumento na capacidade residual funcional e volume de

reserva expiratório, que se relacionam com a redução no recolhimento elástico

pulmonar e a diminuição da complacência da caixa torácica (RUIVO et al., 2009).

Com o avançar da idade, também podem ocorrer alterações na mobilidade por

disfunções motoras, de sensopercepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. A dinâmica do

aparelho locomotor sofre alterações com uma redução na amplitude dos movimentos,

modificando a marcha, levando a um padrão com passos mais curtos e mais lentos

com tendência a arrastar os pés no solo. Sem falar da amplitude de movimentos dos

braços que também diminui, tendendo a ficar mais próxima ao corpo. A base de

sustentação se amplia e centro de gravidade corporal tende a se adiantar, em busca

de maior equilíbrio (BRASIL, 2006).

Diante do exposto, há uma diminuição da independência funcional e autonomia

dos idosos, o que assim leva a diminuição da qualidade de vida dessa população,

sendo uns dos fatores de risco que mais inclui diminuição de força e alterações do

equilíbrio tendo como consequência a fragilidade (GASPAROTTO; FALSARELLA;

COIMBRA, 2014).

As alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas inerentes ao processo de

envelhecimento podem diminuir a capacidade funcional do idoso. A associação de

patologias a esse processo pode intensificar as alterações na capacidade funcional,

além de provocar efeitos na saúde de uma forma geral e, por conseguinte, aumentar

a vulnerabilidade dessa população (CAMPOS et al., 2016).

A vulnerabilidade é definida como o conjunto de fatores que levam a uma

deficiência de força entre os idosos, aspectos epidemiológicos e sociais também

amplia o risco de a pessoa sentir fraqueza. As quedas são um dos principais fatores

que levam a vulnerabilidade e podem interferir na deambulação, durante a

transferência do idoso de um cômodo para outro que pode possuir objetos de uso

domiciliar como tapetes e pouca iluminação, que também propiciam a queda. A

maioria dos acidentes com idoso ocorre durante a realização de suas atividades

rotineiras e gera um fator estressante afetando além de tudo a sua saúde, o que

propicia redução das habilidades na realização das atividades de vida diária (AVDs)

(MALLMANN; HAMMERSCHMIDT; SANTOS, 2012).

17

De acordo com Carneiro, Vilela e Meira (2016), a redução da capacidade de

realizar as atividades cotidianas está relacionada com a predisposição à fragilidade,

violência e institucionalização, e pode ter muitas consequências ao longo da vida,

incluindo a morte prematura. Contudo, a capacidade funcional é um importante

marcador do envelhecimento saudável e ativo, já que impacta de forma diferente nas

atividades cotidianas e pode ocorrer simultaneamente com potenciais doenças de

gravidade variável.

Portanto, a avaliação da capacidade funcional é de suma importância, visto que

é uma tentativa de medir os níveis de desempenho de idosos na execução de

atividades em diferentes áreas, interações sociais e atividades de lazer (ARAÚJO et

al., 2020).

2.2 A Capacidade Funcional no Idoso

A capacidade funcional é um fator que sofre modificações em decorrência do

envelhecimento e refere-se ao constructo que indica o nível máximo de funcionalidade

que um indivíduo apresenta para determinada atividade proposta, levando em

consideração o ambiente em que se encontra (NAWA; YAMAGUTI, 2016).

A capacidade funcional está relacionada com a manutenção das atividades

básicas de vida diária (ABVD) e atividades instrumentais de vida diária (AIVD), ou

seja, com a habilidade de realização de atividades tais como: vestir-se, alimentar-se,

preparar refeições, manter a continência, banhar-se, transferir-se, realizar higiene

pessoal, controle financeiro, tomar remédios, arrumar a casa, usar transporte coletivo,

realizar compras, usar o telefone e caminhar certa distância (FIGUEIREDO et al.,

2016). Diante disto, a perda da capacidade funcional está associada à predisposição

de fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de quedas, morte e

problemas de mobilidade, resultando em complicações ao longo do tempo e

originando cuidados de longa permanência e alto custo (PAVASINI et al., 2016).

O número de idosos com algum grau de dependência aumenta com a idade e

cerca de metade daqueles que ainda possui um grau de independência, a parte da

higiene pessoal e vestir-se ficam comprometidas. A dependência para essas

atividades tem repercussão mais profunda que simplesmente depender de cuidadores

para cumprir essa função, o pudor que eles preservam quanto à exposição do corpo,

mesmo que para as pessoas de sua intimidade, cria constrangimentos, que podem

18

levar à complicação de sua saúde e afetar além da função motora o seu cognitivo

(MARINHO et al., 2013).

A prática de atividade física regular tem papel de destaque na melhora da

capacidade funcional à medida que reflete nas habilidades físicas, na dependência

para realizar as atividades de vida diária (AVDs), na aparência de vigor físico e na

interação social, interferindo até mesmo no âmbito da saúde mental (GOMES et al.,

2016). Quando um indivíduo possui a capacidade funcional preservada, isso permite

a manutenção da independência e da autonomia do idoso, além de impulsionar o

envolvimento ativo com a vida (OLIVEIRA et al., 2016).

Em um idoso, o estilo de vida inativo reflete em uma redução do funcionamento

físico e um aumento de patologias, visto que, os benefícios da atividade física para

uma melhor qualidade de vida envolvem todo o nosso corpo, aspectos psicológicos,

físicos, emocionais, sociais entre outros. Estudos nos mostram que um

envelhecimento ativo, com qualidade de vida reduz a quantidade de anos de

incapacidade (BATSIS; ZAGARIA, 2018).

Dentre os aspectos abordados para a tomada de decisão e formulação de

estratégias para a promoção de saúde de pessoas idosas, é necessária a avaliação

da sua capacidade funcional. Esta avaliação pode ser realizada por meio da

investigação das ABVDs e/ou AIVDs. As ABVDs compreendem atividades como:

alimentar-se, vestir-se, tomar banho, usar o sanitário, transferir-se da cama para uma

cadeira e caminhar em um cômodo do mesmo andar. Enquanto as AIVDs englobam

atividades que sugerem a capacidade de se ter uma vida sem dependências na

comunidade, abrangendo tarefas domésticas, a realização de compras, a organização

da própria medicação e o controle do dinheiro (TRINDADE et al., 2013).

A avaliação por parte de uma equipe multiprofissional com abordagem

multidimensional do idoso busca revelar problemas que até então eram atribuídos ao

processo de envelhecimento e, portanto, não abordados de forma adequada. Trata-

se de um processo global e amplo que envolve o idoso e a família, e que tem como

principal objetivo a definição do diagnóstico multidimensional e do plano de cuidados

(BRASIL, 2012).

2.3 Instrumentos avaliativos

19

A avaliação da Capacidade Funcional, recomendada pela Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), é fundamental e determina o comprometimento

funcional do idoso e seu grau de necessidade de auxilio de terceiros para a realização

das ABVD’s. Essa avaliação pode ser compreendida como uma tentativa

sistematizada de avaliar de forma objetiva os níveis no qual uma pessoa está

funcionando numa variedade de áreas utilizando diferentes habilidades. Sendo assim,

representa uma maneira de medir se o idoso é ou não capaz de desempenhar as

atividades necessárias para cuidar de si mesmo (SANTOS; CUNHA, 2013).

A capacidade funcional pode ser avaliada por meio de instrumentos de auto

percepção e/ou por testes de desempenho físico. As escalas de auto percepção, como

o índice de Katz e a Escala de Lawton e Brody, são utilizadas com mais frequência,

tendo em vista a apropriação como medida de levantamentos populacionais. Por sua

vez, os testes físicos apresentam maiores dificuldades de realização e necessitam de

maior esforço físico do indivíduo avaliado, como exemplo, o Teste de Caminha de 6

minutos (TC6), o Timed Up And Go (TUG) e o Teste de Sentar e Levantar

(VIRTUOSO; OLIVEIRA, 2008).

O TUG tem a capacidade de revelar, por meio de limitados desempenhos, a

presença de alterações na força muscular, no equilíbrio e na coordenação motora dos

pacientes avaliados. O teste consiste na realização da atividade de levantar de uma

cadeira, (de aproximadamente 46 cm), caminhar sob uma linha reta a 3 metros de

distância (em um ritmo auto-selecionado, porém seguro), virar, caminhar de volta e

sentar-se novamente. Quanto menor o tempo utilizado, melhor é o desempenho no

teste. (Figura 1) (WALL et al., 2000).

Figura 1- Execução do Timed Up And Go (TUG)

20

Fonte: NIERAT et al. 2016

Os valores de tempo de menos de 10 segundos sugerem indivíduos totalmente

livre e independentes. Os pacientes que realizam o teste entre 1 0 e 19 segundos são

independentes, pois têm razoável equilíbrio e velocidade de marcha e a maioria

caminham livremente mais de 500 metros, sobe escadas e consegue sair de casa

sozinho. Aqueles que apresentam valores entre 20 e 29 segundos demonstram

dificuldades para as tarefas da vida diária que variam muito, dependendo das

diferentes situações que se apresentam ao indivíduo, as quais exigem bom equilíbrio,

velocidade da marcha adequada e capacidade funcional. Os sujeitos com escore de

21

tempo de 30 ou mais segundos tendem a ser totalmente dependentes para muitas

atividades básicas e instrumentais da vida diária (PODSIADLO; RICHARDSON,

1991).

Um dos testes mais utilizados é o Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6). Ele

é essencial para avaliar a capacidade funcional do indivíduo, identificando através dos

resultados obtidos as limitações apresentadas pelo paciente, para que, desta forma

seja possível observar as dificuldades e restrições sofridas de forma que possibilite

estabelecer um tratamento adequado ao paciente. O teste é realizado em um corredor

plano com dois cones a uma distância de 30 metros um do outro. O paciente é

orientado para que percorra a maior distância tolerável durante o período de seis

minutos e ao final do sexto minuto, o paciente senta em uma cadeira com braço e

apoio para as costas (Figura 2) (MARINO et al., 2007).

Figura 2 – Teste de caminhada de 6 minutos

Fonte: MARINO et al., 2007.

Durante o teste, é preconizado a coleta dos sinais vitais iniciais e finais: Pressão

Arterial (PA), Frequência Cardíaca (FC), Frequência Respiratória (FR), Saturação

Periférica de Oxigênio (SpO2) e aplicada a escala de BORG para dispneia e fadiga,

sendo que, no 2° e 4° minuto o avaliador registra a FC e a SpO2. Um dado importante

é que através da escala de dispneia e fadiga, percebe-se que distúrbios pulmonares

22

diminuem a capacidade respiratória, provocando dificuldade na respiração e

alterações musculares esqueléticas periféricas, reduzindo a capacidade funcional e

dificultando a realização das ABVD’s, levando a queda da qualidade de vida do

indivíduo. Sendo assim, a escala de BORG, de dispneia e fadiga indicam os níveis

dos sinais apresentados, durante um exercício, que são importantes para avaliação

fisioterapêutica do paciente (Figura 3) (ZANCHET; VIEGAS; LIMA, 2005).

Figura 3 - Escala de BORG

Fonte: TIGGEMANN et al., 2010.

Já o Índice de Lawton & Brody tem como função avaliar a funcionalidade nas

atividades instrumentais de vida diária, composta por 8 domínios, podendo variar com

o escore de 9 a 27 pontos. Permite avaliar a autonomia do idoso para realizar as

atividades necessárias para viver de forma independente na comunidade, designadas

23

por AIVD: utilização do telefone, realização de compras, preparação das refeições,

tarefas domésticas, lavagem da roupa, utilização de meios de transporte, manejo da

medicação e responsabilidade de assuntos financeiros. Cada questão possui três

alternativas, com seus respectivos valores: realiza sem ajuda (três pontos); realiza

com ajuda parcial (dois pontos); e não consegue realizar (um ponto). A pontuação

máxima que pode ser obtida é de 27 pontos. Sendo assim, são considerados

independentes aqueles com pontuação entre 19 e 27; dependentes parciais com

pontuação entre 10 e 18 pontos; e dependentes, aqueles com pontuação abaixo de

nove pontos. (LAWTON; BRODY, 1969).

O Índice de Katz é um dos instrumentos utilizados para avaliar as ABVD e foi

criado por Sidney Katz et al., em 1963, para avaliar a capacidade funcional do

indivíduo idoso. Katz estabeleceu uma lista de seis itens que são hierarquicamente

relacionados e refletem os padrões de desenvolvimento infantil, ou seja, que a perda

da função no idoso começa pelas atividades mais complexas, como vestir-se, banhar-

se, até chegar as de autorregulação como alimentar-se e as de eliminação ou

excreção. Portanto, baseia-se na premissa de que o declínio funcional e a perda da

capacidade para executar as atividades da vida diária nos pacientes idosos seguem

um mesmo padrão de evolução, ou seja, perde-se primeiro a capacidade para banhar-

se e, a seguir, para vestir-se, transferir-se da cadeira para a cama (e vice-versa) e

alimentar-se. A recuperação dá-se na ordem inversa (KATZ, 1963).

Nessa escala, são realizadas perguntas com respostas dicotômicas (sim ou

não), onde cada resposta afirmativa equivale a uma determinada pontuação. Na

somatória final, os idosos com pontuação igual a 5 ou 6 são classificados como

independentes; aqueles com 4 ou 3 pontos são classificados como parcialmente

dependentes; e os com 2 pontos ou menos, totalmente dependentes (Figura 4)

(DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO, 2007)

24

Figura 4 – Índice de Katz.

Fonte: FREITAS; MIRANDA; NERY, 2002.

O teste de sentar e levantar serve como medida de força dos membros

inferiores e é um teste que está diretamente relacionado com a capacidade do

indivíduo para a realização das ABVD’s. O teste é iniciado com o paciente sentado

em uma cadeira sem apoio para os braços, com os braços cruzados sobre o tórax e

25

após o comando do avaliador, o paciente irá levantar e sentar da cadeira da forma

mais rápida que puder. A literatura demonstra possuir diferentes variações de

avaliação para a condução do teste. Uma delas é o teste de sentar e levantar em 1

minuto, que será quantificada quantas vezes o paciente conseguiu levantar e sentar

durante 1 minuto. Outra forma é o teste de sentar e levantar em 30 segundos que será

avaliado da mesma maneira, porém, durante 30 segundos. E por fim, o teste de sentar

e levantar 5 vezes, em que será cronometrado o tempo que o paciente leva para

levantar e sentar 5 vezes consecutivas (Figura 5) (CROOK et al., 2017).

Figura 5 – Teste Sentar e Levantar

Fonte: SANTANA et al., 2014.

2.4 Atuação Fisioterapêutica com foco na Capacidade Funcional

A fisioterapia tem um papel fundamental na prevenção e reabilitação funcional

quando observada alteração da capacidade funcional no idoso, visando à prevenção

de quedas e a restauração da independência funcional para realização das ABVD’s,

sendo sempre baseada em fundamentos práticos e científicos. Os principais objetivos

26

fisioterapêuticos visam à preservação da função, o adiamento da instalação de

incapacidades, e a redução do comprometimento imposto por dependências

funcionais, promovendo um modo de vida mais saudável e adaptando o indivíduo de

forma a propiciar uma melhor qualidade de vida (TRINDADE et al., 2013).

Existem diversas formas de prevenir, restaurar e /ou minimizar os possíveis

déficits funcionais oriundos do processo de envelhecimento. Uma dessas formas é a

Hidroterapia que utiliza de manuseios e técnicas específicas como a cinesioterapia,

com objetivo de promover ganhos que possam ser transferidos ao solo, gerando

ganhos funcionais (Figura 6). Quando o corpo humano é imerso em água, ocorrem

alterações fisiológicas e cinesiológicas, próprias dos efeitos físicos do meio líquido,

que facilitam o movimento humano, reduzindo sobrecargas articulares e auxiliando o

ganho ou manutenção da funcionalidade do indivíduo (HALE; WATERS; HERBISON,

2012).

Figura 6 - Hidroterapia

27

Fonte: HALE; WATERS; HERBISON, 2012.

A cinesioterapia motora é um dos meios de tratamento mais utilizados de forma

geral. Ela consiste no uso do movimento ou de exercícios como forma de tratamento.

A cinesioterapia pode ser realizada com ou sem aparelhos e abjetos auxiliares. De

forma global, ela é desenvolvida por meio de alongamentos, fortalecimento,

relaxamento e diversas outras formas de gerar ganhos funcionais. Sua principal

finalidade é a manutenção ou desenvolvimento do movimento livre para determinada

função, e seus efeitos baseiam-se na melhora da restauração e manutenção da força,

da resistência à fadiga, da mobilidade e flexibilidade, do relaxamento e da

coordenação motora (SCHRODER et al., 2012).

Sobretudo, um meio indispensável de tratamento é a Cinesioterapia

Respiratória, que utiliza recursos tecnológicos e manuais capazes de promover uma

reabilitação pulmonar eficaz. Pode ser constituída por exercícios de expansão

28

pulmonar, treinamento muscular respiratório e técnicas de higiene brônquica, sendo

estabelecidos de acordo com a necessidade do paciente. Essas técnicas melhoram o

movimento da caixa torácica, promovem o fortalecimento da musculatura respiratória,

aumenta os volumes e capacidades pulmonares e diminuem o trabalho do aparelho

respiratório (MOREIRA; CASSIMIRO, 2018).

Outra forma de tratamento amplamente utilizada é o circuito funcional. Trata-se

de um método sistematizado de exercícios multifuncionais que se baseia na aplicação

de exercícios integrados, multiarticulares e multiplanares, combinados a movimentos

de aceleração, redução e estabilização, que tem como objetivo principal aprimorar a

qualidade de movimento, trabalhar a força muscular global e a eficiência

neuromuscular (Figura 7). Tais benefícios melhoram a capacidade funcional e

cognitiva, favorecendo a melhoria da qualidade de vida e aumentando a longevidade

com independência funcional (RESENDE et al., 2016).

Figura 7- Circuito Funcional

Fonte: RESENDE et al., 2016.

Diante do exposto, a melhora e/ou preservação da capacidade funcional é uma

das repercussões mais importantes promovidas pela intervenção terapêutica em

idosos. Ela está diretamente relacionada à independência para a realização das

tarefas do cotidiano e, com isso, pode contribuir para a melhora da qualidade de vida

dessa população. A funcionalidade é essencial para que idosos realizem suas ABVDs

29

com independência. Portanto, preservar a funcionalidade do indivíduo idoso é uma

das principais diretrizes que devem ser levadas em consideração na hora de traçar o

tratamento fisioterapêutico (BARDUZZI et al., 2013).

30

3 PERCURSO METODOLÓGICO

3.1 Tipo de Estudo

Tratou-se de uma revisão integrativa da literatura desenvolvida a partir da

questão norteadora: como se apresenta a redução da capacidade funcional em

idosos?

Para desenvolvimento do estudo, foram seguidas as etapas: seleção da

questão norteadora; estabelecimento de palavras-chave, critérios de inclusão e

exclusão e busca na literatura; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa;

definição das informações a serem extraídas; caracterização dos estudos

selecionados; avaliação, interpretação e discussão dos resultados interpretação dos

resultados e apresentação de síntese do conhecimento produzido.

Para responder à questão norteadora, foi realizada a busca de artigos

disponíveis em periódicos nacionais e internacionais indexados nas bases de dados

eletrônicas: Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino Americana

e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and

Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) no período entre 2010 e 2020. Foram

selecionados os descritores disponíveis na lista Health Science Descriptors/Medical

Subject Headings (DeCS/MeSH): “Idoso”, “Desempenho físico funcional”,

“Fisioterapia” e “Avaliação’’.

Foram estabelecidos como critérios para inclusão dos trabalhos: 1) conter os

termos supracitados no título ou resumo; 2) abordar "Desempenho Físico Funcional",

"Fisioterapia", "Avaliação" e “Idoso”; 3) amostras com indivíduos de ambos os sexos;

4) amostras de indivíduos com idade superior a 60 anos (idosos); 5) publicações

disponíveis nas línguas portuguesa e inglesa; 6) publicações no período entre 2010 a

2020.

3.2 Critérios de Elegibilidade

Foram selecionados os artigos sob o critério de amostra simples

aleatória/randomizada e os artigos cujos estudos cumpriram os critérios de inclusão,

e foram avaliados quanto à qualidade metodológica. Estudos com baixa qualidade

metodológica, em desacordo com a temática em questão (fora de contexto), relatos

31

de caso, com informações repetidas ou realizados há mais de 10 anos foram excluídos

da pesquisa.

32

4 RESULTADOS

Os artigos selecionados para compor a amostra foram publicados entre os anos

de 2010 a 2020. As pesquisas tiveram participação de pessoas idosas, com idade a

cima de 60 anos e cujo número da amostra variou entre 17 a 64 indivíduos por estudo.

Após a busca nas bases de dados descritas na figura 7, foram encontrados 46

artigos sobre o tema. Foram avaliados 35 artigos e apenas 6 artigos abordavam o

tema e se enquadraram nos critérios de inclusão preestabelecidos. Do total dos

trabalhos avaliados, os 5 artigos foram publicados na língua portuguesa e 1 na língua

inglesa.

Como mostra na figura 8, foram selecionados e analisados 35 artigos, destes,

29 artigos foram excluídos, dentre eles: 6 relatos de casos; 11 artigos fora de contexto;

5 artigos duplicados nas bases de dados; 7 artigos que apresentaram amostra com

indivíduos com idade inferior a 60 anos. Foram incluídos 6 artigos. A figura 2 apresenta

o fluxograma de inclusão e exclusão dos estudos.

Figura 7 - Fluxograma da seleção do estudo.

TOTAL DE ESTUDOS

ENCONTRADOS: 46

RESULTADOS

POR BASES DE

DADOS

LILACS

(N=31)

ESTUDOS EXCLUIDOS: 11

Foram excluídos artigos que foram

realizados a mais de 10 anos.

SCIELO

(N=12)

MEDLINE

(N=3)

31

Figura 8 - Fluxograma do delineamento do estudo

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Para uma melhor visualização e interpretação das características dos dados

dos estudos incluídos na pesquisa, os resultados foram dispostos em formato de

tabela, contendo características como: nome dos autores, a quantidade de indivíduos

incluídos na amostra, a média de idade com o desvio padrão, o protocolo de avaliação

utilizado e os principais resultados apresentados (Quadro 1):

ARTIGOS

SELECIONADOS

E ANALISADOS: 35

ARTIGOS INCLUSOS

NA PESQUISA: 6

ARTIGOS EXCLUIDOS DA

PESQUISA: 29

Foram excluídos artigos

duplicados, fora do contexto e

que utilizavam amostras com

idade inferior a 60 anos.

SCIELO

(N=4)

MEDLINE

(N=0)

LILACS

(N=2)

32

Quadro 1 – Características dos estudos analisados

AUTOR, ANO N° DA

AMOSTRA

IDADE (MÉDIA+DP)

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RESULTADOS OBSERVADOS

VIANA et al., 2018.

N=64

69,27 ± 5,77

TIME UP AND GO (TUG): levantar de uma cadeira sem o apoio das mãos após o comando “já” do avaliador, caminhar três metros, girar 180º, voltar e sentar novamente apoiando as costas na cadeira. Orientou-se a realização do teste de maneira mais rápida possível. Empregou-se o resultado de uma única tentativa após a familiarização. Para identificação de incapacidade funcional no TUG foi utilizado ponto de corte de 10 segundos. TESTE DE SENTAR E LEVANTAR: Sentado em uma cadeira sem apoio para os braços com assento de altura aproximada a 43cm, de braços cruzados. Foi solicitado a levantar e sentar cinco vezes consecutivas o mais rápido possível. O desempenho foi registrado em segundos. Para identificação de incapacidade funcional no STS foi utilizado ponto de corte de 12 segundos.

TUG: 3,1% apresentaram incapacidade funcional. TESTE DE SENTAR E LEVANTAR: 25,9% apresentaram incapacidade funcional.

33

BARROSO et al., 2014.

N=60

69,55± 7,72

ESCALA DE KATZ: Foram realizadas perguntas com respostas (sim ou não), onde cada resposta afirmativa equivaleu a um ponto. ESCALA DE LAWTON & BRODY: Cada questão possuiu três alternativas, com seus respectivos valores: realiza sem ajuda (três pontos); realiza com ajuda parcial (dois pontos); e não consegue realizar (um ponto).

KATZ: 10% dos obtiveram pontuação igual a 5 e os outros 90% apresentaram escore máximo (6 pontos). LAWTON & BRODY: 1,7% dos idosos obtiveram pontuação inferior a 21, 5% entre 21 e 23 pontos, e 93,3% obtiveram 23 ou mais pontos, sendo que, destes, 76,8% relataram ser capazes de realizar todas as atividades desta escala sem nenhuma ajuda.

ANJOS et al., 2012.

N=40

G1=20

G2=20

G1=71± 4,6

G2= 71,7± 4,4

TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS (TC6): Percorrer a maior distância possível durante seis minutos, em um corredor de 30 metros. Foi preconizado o uso de frases motivacionais, a cada minuto. A monitorização da frequência cardíaca e pressão arterial era obrigatoriamente avaliada antes do início do teste e após o término. A percepção subjetiva de esforço foi avaliada por meio da escala de Borg modificada, antes do início do teste e ao final de seis minutos.

TC6: o G1 apresentou melhor desempenho quando comparado ao G2. O G1 percorreu maior distância em metros, sendo esta diferença significativa, porém sem diferença significativa em relação à percepção subjetiva do esforço avaliada pela escala de Borg. Distância percorrida em metros: G1= 481,5 ± 73,1 G2= 396,0 ± 55,6

34

PEDROSA; HOLANDA,

2010.

N=32

G1=17

G2=15

G1=69,9± 5,3

G2=69,5±

5,5

TESTES DE SENTAR E LEVANTAR: Iniciou sentado em uma cadeira e, ao sinal de partida, ele se ergue e retorna à posição sentada, repetindo essa ação durante 30 segundos. O escore é dado pelo número de ciclos levantar-sentar. TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS: foi medida a distância que participante caminhou, durante seis minutos, em um percurso de 45,70m. TIMED UP AND GO (TUG): começou sentado em uma cadeira; ao sinal indicado, levantou-se, caminhou o mais rápido possível até um marcador a 3 m de distância, retornou à cadeira e sentou. Foi medido o tempo em segundos gasto no percurso completo.

A Capacidade Funcional se apresentou diminuída em todas as idosas, quando comparada aos valores de referência para a população idosa.

SENTAR E LEVANTAR:

G1= 10,3±2,6

G2= 8,3±2,2

TC6:

G1= 440,6±80,9

G2= 413,7±89,7

TUG:

G1= 8,7±1,5

G2= 9,3±2,5

GONTIJO; LEÃO, 2013.

N=17

Indivíduos com 60 anos ou mais. Não foi caracterizada a média e

KATZ: Foram realizadas seis perguntas relacionadas as atividades de vida diária para identificar o grau de independência funcional. As seis perguntas foram: banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação. Os pacientes foram classificados em:

KATZ: Antes da intervenção fisioterapêutica, 64,7% eram independentes e 35,3% apresentavam dependência moderada. Nenhum paciente foi classificado como muito dependente. Após a intervenção,

35

desvio padrão.

independente, dependente e necessitado de assistência.

100% estavam independentes em relação à sua capacidade funcional.

BARROS et al., 2010.

N=62

77,03 ± 7,77

KATZ: Foram realizadas seis perguntas aos idosos, tais como: banhar-se, vestir-se, utilizar o banheiro para eliminações, realizar transferências, ter controle dos esfíncteres e alimentar-se. Foram classificados como independente, parcialmente dependente ou totalmente dependente.

KATZ: Evidenciaram-se em todas as variáveis estudadas graus variados de comprometimento, de acordo com a evolução da faixa etária. Atividades como banhar-se e a alimentação foram as que apresentaram maior comprometimento, enquanto a transferência e a continência foram as menos representativas.

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

36

5 DISCUSSÃO

A avaliação da capacidade funcional do idoso é indispensável. É um indicador

de saúde que se relaciona com a qualidade de saúde e aspectos biopsicossociais e

tornou-se indispensável para a escolha da intervenção que busque minimizar os

efeitos das possíveis incapacidades físicas (MAMAN et al., 2017).

Com relação aos instrumentos avaliativos encontrados nos estudos que

compuseram a amostra, observou-se que o instrumento mais utilizado foi o Índice de

Katz, sendo utilizado em 3 estudos. No que diz respeito aos demais instrumentos de

avaliação, o TC6 foi utilizado em 2 estudos, o TUG em 2 estudos, o teste de sentar e

levantar em 2 estudos e apenas 1 estudo utilizou o Índice de Lawton e Brody.

O Índice de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD),

desenvolvido por Sidney Katz et al. (1963) é, ainda hoje, um dos instrumentos mais

utilizados nos estudos gerontológicos nacionais e internacionais, embora tenha sido

publicado pela primeira vez em 1963. Ao se fazer uma revisão sobre a utilização do

referido instrumento foi verificado que o mesmo é utilizado de diferentes formas, em

especial no que se refere à classificação da dependência/independência e das

atividades envolvidas, o que dificulta a uniformização de conceitos e a

comparabilidade dos estudos (PEREIRA et al., 2017).

No estudo de Barroso et al. (2014), cujo objetivo foi descrever a relação entre

competência funcional da memória episódica e os fatores associados a independência

funcional de idosos saudáveis, alfabetizados e que não apresentavam diagnóstico de

doenças incapacitantes, que foi avaliada por meio do Índice de Katz e do Índice de

Lawton & Brody. No que diz respeito ao resultado obtido a partir do Índice de Katz, foi

observado que a maioria dos idosos (90%) atingiram o escore máximo da escala,

sendo classificados como totalmente independentes. O resultado alcançado nesse

estudo pode ser esclarecido por se tratar de uma amostra composta, em sua maioria,

por idosos de centros de convivência, sem doenças incapacitantes e com perfil mais

ativo e engajado socialmente, o que segundo Marciel e Guerra (2007) acaba

retardando o processo de perda da capacidade funcional.

Do mesmo modo, por apresentar uma amostra composta de idosos com perfil

mais ativo e engajado, as colocações elucidadas acima justificam os resultados

obtidos no estudo de Gontijo e Leão (2013). O artigo objetivou avaliar a efetividade de

37

um programa de fisioterapia preventiva para idosos usando parâmetros relacionados

à qualidade de vida, capacidade funcional e equilíbrio com idosos que não

apresentavam déficit cognitivo, visual ou auditivo que impedisse de responder os

questionamentos. A capacidade funcional foi avaliada por meio do Índice de Katz,

aplicado antes e depois da execução de um protocolo de intervenção fisioterapêutica

que promoveu atividades de coordenação, equilíbrio, alongamento, fortalecimento e

treino de transferência. Como resultado da primeira avaliação com o Índice de Katz,

anteriormente a intervenção: 11 idosos (64,7%) foram classificados como

independentes e 6 idosos (35,3%) apresentaram dependência moderada. Após a

aplicação do protocolo de intervenção e realizada a reavaliação da capacidade

funcional, todos os idosos foram classificados como independentes.

Em contrapartida, no estudo de Barros et al. (2010), os resultados foram

divergentes. Os autores desse estudo tiveram como objetivo analisar, através do

Índice de Katz, a capacidade funcional dos idosos institucionalizados que possuem

diferentes graus de funcionalidade, relacionando com as suas atividades básicas de

vida diária. Para análise dos resultados, os idosos foram separados por faixa etária

de idade, sendo assim: 16 idosos (25,8%) com idade entre 60 a 70 anos, 21 idosos

(33,9%) com idade entre 71 e 80 anos e 25 idosos (40,3%) com idade entre 81 e 90

anos. Após a avaliação por meio do Índice de Katz, observou-se retrocesso na

capacidade funcional em todas as funções, sendo potencializado nas idades mais

avançadas. Portanto, por se tratar de idosos institucionalizados, o confinamento

contribui para exacerbar problemas de isolamento social e perda de autonomia dos

idosos. Além do mais, de acordo com Araújo e Ceolim (2007), a dependência física é

estimulada indiretamente pelos próprios funcionários (profissionais da área de saúde)

e cuidadores, que têm uma tendência natural para ajudar os idosos nas suas

atividades, quando estes já apresentam inabilidade para executar tarefas simples,

embora não sejam incapazes de realizá-las, restringindo-os funcionalmente e

favorecendo a redução da realização das ABVD’s.

Diante disso, entre os estudos citados acima que utilizaram o Índice de Katz

para avaliar a capacidade funcional, a idade apresentou-se como um fator sugestivo

de grande influência nos resultados obtidos entre eles. O estudo de Barroso et al.

(2014), tratou-se, na totalidade, de idosos jovens e mais independentes

funcionalmente. Semelhantemente, no estudo de Gontijo e Leão (2013), a maioria dos

38

idosos obteve classificação de independentes após a avaliação. Apesar dos autores

não descreverem a média de idade, subentende-se que se refere a idosos mais jovens

por se tratar de uma amostra com perfil mais ativo e que frequentam centros de

convivência regularmente.

Por outro lado, apresentando resultados divergentes em seu estudo, Barros et

al. (2010) observou que havia retrocesso da capacidade funcional dos idosos em

todas as funções, sendo mais evidenciado nas idades mais avançadas. Todavia, a

média de idade da sua amostra foi de 77,03 anos, sendo 40,3% de idosos com idade

entre 81 e 90 anos. Os resultados desse estudo confirmam a influência da idade na

capacidade funcional dos idosos, e, de acordo com Cunha, Berardinelli e Santo

(2018), quando a população idosa alcança os 80 anos de idade, suas limitações

tornam-se mais evidentes. Eles tendem a apresentar maiores dificuldades na

realização das atividades físicas do cotidiano, gerando perda da autonomia e

independência, acrescido a isto, encontra-se o fato das doenças crônicas e

degenerativas, geralmente presentes neste grupo em questão, tornando os indivíduos

mais fragilizados. Argumentos esses que justificam todos os resultados encontrados

nos estudos citados.

Além do mais, observou-se outro fator que determina uma influência direta

diante dos resultados encontrados nesses estudos. Sobretudo, destacando-se o

impacto dos centros de convivência na capacidade funcional dos idosos. A literatura

revela que os principais ganhos adquiridos pelos idosos que frequentam esses locais

estão associados à promoção da saúde, autonomia e independência das pessoas

idosas, já que preservam a capacidade funcional desses indivíduos, permitindo-lhes

comparecer ao grupo e realizar suas atividades de forma livre e espontânea

(SANTOS; SANTANA; BROCA, 2016).

Torna-se indiscutível as melhorias nas condições de saúde, tanto física quanto

mental das pessoas idosas, principalmente, na presença de alguma comorbidade.

Estes grupos de convivência são eficazes na melhoria da saúde, uma vez que

desenvolvem atividades educativas, de lazer e de socialização. Portanto, pode-se

notar esse impacto de forma positiva nos estudos de Barroso et al. (2014) e Gontijo e

Leão (2013), já que ambos se trataram de estudos com idosos que frequentavam

centros de convivência, e obtiveram resultados positivos a respeito da capacidade

funcional.

39

Diante da utilização de outro instrumento avaliativo, no estudo de Anjos et al.

(2012), os pesquisadores tiveram como objetivo comparar a capacidade funcional de

idosas diabéticas e não diabéticas por meio do TC6. Como resultado, o G1 (idosas

saudáveis) percorreu maior distância em metros durante a execução do TC6,

apresentando melhor desempenho funcional quando comparado ao G2 (idosas com

diagnóstico de Diabetes Mellitus). O fato de possuir o diagnóstico de Diabetes Mellitus,

contribui para redução da independência funcional dos idosos. Tal colocação pode ser

justificada de acordo com Rosa et al. (2017), que em seu estudo constatou que o idoso

portador de DM tem mais chances de se tornar dependente funcionalmente, tanto para

a ABVD quanto para a AIVD, uma vez que essa comorbidade causa deterioração

cognitiva acelerada por meio do envelhecimento precoce do sistema nervoso central.

Já no estudo de Pedrosa e Holanda (2010), para a avaliação da capacidade

funcional, foi igualmente utilizado o TC6, juntamente com o teste de Sentar e Levantar

e o Time Up And Go (TUG). O estudou objetivou verificar se a sonolência diurna

excessiva (SDE) afeta a capacidade funcional e força muscular respiratória entre

idosas hipertensas. A amostra foi dividida em dois grupos: G1 = 17 idosas com SDE

e G2= 15 idosas sem SDE. No que se refere ao resultado do TC6, o G1 percorreu

uma distância um pouco maior que o G2. O resultado significa que a capacidade

funcional se apresentou diminuída em todas as idosas, quando comparada aos

valores médios de referência para a população, determinada por Soares e Pereira

(2011). Bem como, a presença de SDE isoladamente não apresenta interferência

negativa na dependência funcional dos idosos.

Sobretudo, de acordo com Kattainen et al. (2004), a hipertensão exerce

influência significativa na dependência funcional para a realização das atividades de

vida diária do idoso. Estudos mostram que as doenças cardiovasculares são

associadas a limitações funcionais e são determinantes importantes de incapacidades

em idosos. Portanto, fica claro que a hipertensão é uma comorbidade que afeta

negativamente a capacidade funcional do idoso, apresentando-se como um fator

determinante que potencializa sua redução.

No que se refere ao uso do TUG para avaliar a capacidade funcional, utilizado

por Viana et al. (2018), foram avaliados idosos sem déficit cognitivo e que

apresentavam marcha independente. O objetivo do trabalho foi determinar a

frequência e a concordância entre diferentes critérios de sarcopenia em idosas

40

comunitárias. Para a avaliação da capacidade funcional, aplicaram-se dois testes

clínicos, O TUG e o teste de Sentar e Levantar. No que se refere ao TUG, para

identificação de incapacidade funcional foi utilizado ponto de corte de 10 segundos.

Como resultado, a média geral foi de 7,84 segundos para execução do teste. Apenas

uma minoria apresentou incapacidade funcional, concluindo o teste em mais de 10

segundos. E a maioria dos idosos (96,9%) concluíram o teste em menos que 10

segundos.

Sobretudo, o estudo de Pedrosa e Holanda (2010) apresentou resultados

similares. Os pesquisadores obtiveram como resultado, o G1 (grupo com SDE): média

de 8,7 segundos e o G2 (grupo sem SDE): média de 9,3 segundos. De acordo com

Alvarenga, Pereira e Anjos (2010), ao realizar o TUG, os idosos que não apresentam

alterações de equilíbrio nem dependências físicas executam o teste em 10 segundos

ou menos. Aqueles independentes nas transferências básicas efetuam o teste em 20

segundos ou menos, e os que precisam de mais de 20 segundos para concluir o teste

apresentam mobilidade prejudicada e dependência em atividades de vida diária.

Sendo assim, conclui-se que os idosos não apresentam déficit funcional no que diz

respeito ao resultado obtivo no TUG.

Todavia, nos estudos que utilizaram o TUG como instrumento avaliativo, os

resultados apresentaram-se de forma similar e a maioria dos idosos concluiu o teste

com classificação de independentes, diferentemente dos resultados encontrados

quando utilizado outro meio avaliativo. Tal como no estudo de Pedrosa e Holanda

(2010), que, diante dos resultados obtidos após a aplicação do TC6, foi observada

alteração da capacidade funcional de toda a amostra. Entretanto, de acordo com os

resultados encontrados após a realização do TUG, os idosos apresentaram-se dentro

parâmetros de normalidade. A hipótese é que, devido ao TUG ser um instrumento

com a função principal de avaliar o equilíbrio e fazer associação com o risco de

quedas, pode tratar-se de um instrumento pouco sensível para avaliação direta da

capacidade funcional. Diferentemente do TC6 que, por se tratar de um instrumento

mais completo e complexo, quando se diz respeito à avaliação do desempenho

funcional, torna-se possível obter resultados mais fidedignos se há ou não alteração

da capacidade funcional do idoso.

Com relação ao uso do teste de sentar e levantar em 5 vezes como meio de

avaliação, Viana et al. (2018) utilizaram ponto de corte de 12 segundos, tendo como

41

resultado final, incapacidade funcional em uma pequena parte da amostra. Os

resultados obtidos no teste podem ser explicados levando em consideração as

alterações causadas no processo de envelhecimento, que, de acordo com

Constantini, Almeida e Portela (2011), há redução de massa muscular que

consequentemente gera diminuição de força de membros superiores e inferiores e

resulta em uma maior dificuldade para a realização das ABVD’s. Tais fatores

impactam diretamente na execução dos movimentos preconizados no teste e a

incapacidade funcional torna-se menos evidente por se tratar de uma amostra

composta por idosos mais jovens.

Já no estudo de Pedrosa e Holanda (2010), a avaliação da capacidade

funcional por meio do teste de Sentar e Levantar da cadeira em 30 segundos obteve

como resultado, o G1 (grupo com SDE) incluiu o teste realizando uma média de 10,3

ciclos e o G2 (grupo sem SDE) realizou uma média de 8,3 ciclos. De acordo com

Morrow et al. (2003), os valores de referência para o teste de sentar e levantar varia

de acordo com a faixa etária de idade e sexo. Em idosas do sexo feminino com idade

entre 60-69 anos o padrão de referência são 14 ciclos e as idades entre 70-79 anos o

padrão de referência são 12 ciclos.

Todavia, os autores do presente estudo não classificaram os resultados por

idade, porém, levando em consideração que toda a amostra é composta por mulheres

e com base na média de idade descrita, deduz-se que há uma redução considerável

da capacidade funcional em ambos os grupos. Esses resultados podem estar

diretamente relacionados às alterações físicas e funcionais que ocorrem com o passar

dos anos durante o processo de envelhecimento e com a associação a patologias

como a hipertensão, que são fatores que sofrem influência significativa na

dependência funcional do idoso para a realização das atividades básicas de vida

diária.

No que diz respeito ao uso do Índice de Lawton & Brody no estudo de Barroso

et al. (2014), foram realizadas 9 perguntas quanto a autonomia do idoso para a

realização de determinadas atividades de vida diária. O escore da escala varia de 9 a

27 pontos. Sendo assim, foram considerados independentes os idosos com

pontuação entre 19 e 27, dependentes parciais com pontuação entre 10 e 18 pontos

e dependentes, aqueles com pontuação abaixo de nove pontos. Todos os idosos

foram classificados como independentes com os respectivos resultados: 1,7% dos

42

idosos obtiveram pontuação inferior a 21, 5% entre 21 e 23 pontos, e 93,3% obtiveram

23 ou mais pontos, sendo que, destes, 76,8% relataram ser capazes de realizar todas

as atividades desta escala sem nenhuma ajuda.

Sendo assim, os resultados encontrados no estudo são justificados por se tratar

de uma amostra composta por idosos mais jovens e ativos, pois, de acordo com

Gomes et al. (2016), o idoso que preconiza vivenciar um estilo de vida ativo exerce

um papel crucial na manutenção da sua capacidade funcional tendo em vista que com

o passar dos anos, as alterações morfofuncionais causadas no decorrer do processo

de envelhecimento, contribuem para uma redução gradual da independência

funcional.

Sobretudo, diante da análise dos estudos incluídos na pesquisa, foi observado

que existem diversos instrumentos avaliativos capazes de quantificar e/ou observar

se há alteração da capacidade funcional de idosos. Dentre eles, os mais aplicados

foram o Índice de Katz e o TC6, que por sua vez, demonstram-se confiáveis e com

boa sensibilidade. De forma geral, os idosos apresentam déficit variado de

funcionalidade, demonstrando maiores graus de redução nos idosos mais velhos e

que possuem patologias associadas. O sedentarismo e a socialização também se

revelaram como fatores diretamente relacionados com o grau de dependência

funcional desses indivíduos. Para realizar a avaliação, foram utilizados instrumentos

avaliativos variados, demonstrando, na maioria deles, resultados fiéis. Para a decisão

de escolha do teste ou questionário avaliativo, é de suma importância levar em

consideração fatores como a idade, escolaridade e comorbidades presentes na

amostra, para que assim, obtenha melhores resultados durante a avaliação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As evidências apresentadas neste estudo indicam que a capacidade funcional

pode ser influenciada por diversos fatores, demonstrando, assim, ser uma condição

multifatorial. De acordo com as variáveis associadas com a capacidade funcional

43

como idade, sexo, estilo de vida e presença de comorbidades, os idosos mais jovens

possuem maior preservação da capacidade funcional e com o passar dos anos

apresentam maiores chances de desenvolverem algum grau de dependência para as

ABVD’s, principalmente quando o avançar da idade está acompanhada de patologias

que favorecem a inatividade física e social do idoso.

Esse levantamento bibliográfico permitiu observar que idosos que frequentam

centros de convivência apresentam maior preservação da capacidade funcional

quando comparados a idosos inativos socialmente e fisicamente, demonstrando

assim, que, a socialização associada a atividades físicas são variáveis determinantes

para preservação da dependência funcional dos idosos.

Contudo, sugere-se que, antes da avaliação, realize-se uma análise de todas

as variáveis citadas acima para poder optar pelo instrumento avaliativo que melhor se

enquadre no quadro geral do paciente, visando à busca de resultados fidedignos. No

que diz respeito às limitações encontradas no decorrer do estudo, foi evidenciado a

escassez de trabalhos publicados na literatura que abordem a temática proposta.

A avaliação da capacidade funcional é um importante indicativo da qualidade

de vida do idoso, sendo o desempenho nas atividades da vida diária um parâmetro

amplamente aceito e reconhecido, pois permite aos profissionais de saúde e, em

particular, ao Fisioterapeuta uma visão precisa quanto aos possíveis déficits

funcionais presentes nos idosos e com isso, obter dados determinantes para montar

um plano terapêutico mais eficaz e com foco nos déficits funcionais observados

durante a avaliação.

44

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