CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO … · 9.3 Plantas Baixa ... um espaço...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS
CURSO ARQUITETURA E URBANISMO
YARA CRISTINA VIEIRA ARENHART OLIVEIRA
CENTRO DE ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO PARA REFUGIADOS
Gama – DF Dezembro / 2018
YARA CRISTINA VIEIRA ARENHART OLIVEIRA
CENTRO DE ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO PARA REFUGIADOS
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como parte das atividades
para obtenção do título de Bacharel, do
curso de Arquitetura e Urbanismo da
UNICEPLAC – Centro Universitário do
Planalto Central Apparecido dos
Santos.
Orientador: Leonardo Palhano Xavier
de Souza.
Gama – DF Dezembro / 2018
CENTRO DE ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO PARA REFUGIADOS
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como parte das atividades
para obtenção do título de Bacharel, do
curso de Arquitetura e Urbanismo da
UNICEPLAC – Centro Universitário do
Planalto Central Apparecido dos
Santos.
Gama - DF, 08 de dezembro de 2018.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Orientador: Leonardo Palhano Xavier de Souza
____________________________________________
Prof.: Luiz Otavio Caldas de C. Chaves
__________________________________________
Prof.: Octávio dos Santos Sousa
__________________________________________
Prof.: Alexandre Sá Albuquerque (Convidado)
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de ingressar no
ensino superior com saúde e força para superar todas as dificuldades.
Agradeço profundamente meus pais, Dalcir e Márcia, e ao meu marido José
William, pelo amor, incentivo e apoio incondicional sempre estando ao meu lado com
muita paciência e cumplicidade durante todos esses 5 anos.
Agradeço meu orientador do TFG I, Marcelo Monteiro e ao meu orientador do
TFG II, Leonardo Palhano, pelo suporte, pelas suas correções e incentivos
fornecidos para melhorar meu trabalho e que estimularam a todo momento esta
caminhada.
Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо
apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо
processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente
pоr terem mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender.
E a todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da minha
formação, o meu muito obrigada!
Dedico este a minha família maravilhosa: minha mãe Márcia, meu pai Dalcir,
meu irmão Gabriel e ao meu marido José William.
Muito obrigada!
“Não há maior pena do que
a perda de sua terra.”
Eurípedes, 431 a.C.
SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................... 6
ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... 7
RESUMO..................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 12
1.1. Fontes ................................................................................................................... 12
1.2. Legislação ............................................................................................................. 14
2. PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................. 19
3. OBJETIVO ................................................................................................... 21
4. OBJETO ...................................................................................................... 22
4.1 Demanda ............................................................................................................... 24
5. ESTADO DA ARTE ...................................................................................... 25
5.1 Casa do Migrante Missão Paz – São Paulo ........................................................... 25
5.2 CAR - Centro de Acolhimento para Refugiados - Portugal - 2006 .......................... 27
5.3 Reimat 2 – Alemanha - 2016 ................................................................................. 29
6. CIDADE ....................................................................................................... 31
7. ANÁLISE DO SÍTIO ..................................................................................... 34
8. PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................. 38
9. PROJETO / PROPOSTA ............................................................................. 42
9.1. Sítio ....................................................................................................................... 42
9.2 Forma .................................................................................................................... 44
9.3 Plantas Baixa ......................................................................................................... 45
9.4 Cortes .................................................................................................................... 47
9.5 Fachadas ............................................................................................................... 48
9.6 Cobertura e Estrutura ............................................................................................ 49
9.7 Maquete Eletrônica ................................................................................................ 52
10. CONCLUSÃO .............................................................................................. 56
11. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 57
ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação brasileira de normas técnicas
ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
CAR – Centro de Acolimento para Refugiados
CAU – Conselho de arquitetura e urbanismo do Brasil
CODEPLAN – Companhia de Planejamento do Distrito Federal
CONARE – Comite nacional para refugiados
CPR – Conselho Português para Refugiados
CRAI – Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes
CRAS – Centro de referência de assistência social
IMDH – Instituto de Migrações e direitos humanos
NBR – Normas brasileiras
NGB – Norma de gabarito
ObVul – Observatório de Saúde de Populações em Vulnerabilidade
ONU – Organização das nacões unidas
PDL – Plano Diretor Local
PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial
PNE – Portador de necessidades especiais
RA III – Região Administrativa III (Taguatinga-DF)
UNISUAS – Central de vagas de acolhimento e atendimento emergencial
RESUMO
O objetivo deste estudo é propor um centro para pessoas em estado de refúgio
que chega ao DF sem ter onde morar, desamparadas e buscam em outro país
apoio, precisando de um local para serem acolhidas com suporte para conseguirem
se estabilizar e construir uma nova vida. Com esse propósito a proposta é criar um
centro de acolhimento e socialização para que essas pessoas tenham onde se
apoiar e se inserir na nova sociedade em que estão vivendo, contando com
assistência médica, jurídica, escolar e social para que tenham uma vida digna
novamente, a partir disto o centro contará com três vertentes: Proteção - vigiando
para que tenha os direitos que acordos internacionais lhe garantem; Assistência -
para que tenha moradia adequada, acesso à educação e saúde; e, Integração -
conseguir que ele atinja a autossuficiência, sobretudo com revalidação dos estudos,
cursos profissionalizantes e inserção no mercado de trabalho. Para que estes
objetivos sejam alcançados o centro foi dividido em 4 setores: Administrativo,
Especialização/aprendizado, Acolhimento/abrigo e Convivência/ Lazer, que foram
divididos em duas edificações que se ligam. O projeto foi concluído com sucesso, o
centro conta com duas edificações que suportam toda atividade proposta além de
um espaço maravilhoso para lazer e esporte, trazendo espaço público também para
sociedade poder usufruir junto com os refugiados que ali vão viver. Conhecer mais
sobre essas pessoas e seus direitos acarretou em uma vasta aprendizagem além de
ter cada vez mais certeza que as mesmas devem ser ajudadas e integradas na
sociedade, pois não é fácil para ninguém sair de uma sociedade totalmente
conhecida e ir para outra completamente distinta e ainda chegar até ela com muita
dificuldade e sem conhecimento algum. Foi maravilhosa a experiência de poder
projetar algo que seria tão benéfico para os refugiados, os olhando como pessoas
injustiçadas que são e não as tratando de forma fria, o ser humano precisa ser mais
caloroso e mais sentimental. Para qualquer tipo que seja o projeto, deve-se ser
projetado para pessoas, logo levar em consideração, principalmente, o aconchego
que aquele espaço vai proporcionar ao indivíduo.
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INTRODUÇÃO
O tema do projeto é um Centro de Acolhimento e Integração para refugiados,
a escolha se deu por questão de uma atenção especial sobre as pessoas que estão
em estado de risco e perseguição em seus países de origem, e buscam em outros
paises o refúgio e precisando de um local para serem acolhidas com suporte para
conseguirem se estabilizar. Segundo o que a Convenção Relativa Ao Estatuto dos
Refugiados de 1951 diz “É assegurado que qualquer pessoa, em caso de
necessidade, possa exercer o direito de procurar e de gozar de refúgio em outro
país”, logo verifica-se que é de suma importância ter espaços para recebe-los e
integra-los de forma digna. Logo o projeto terá fim de acolhimento e reintegração do
refugiado com característica de espaços para acolhimento e para socialização. A
cidade escolhida é Taguatinga - DF, por que já recebe a grande parte dos refugiados
que vem residir no DF.
Sobre a história dos primórdios vestígios de possíveis refúgios e abrigos,
segundo Sanches, (2013) na evolução histórica do instituto do asilo passa-se pelos
asilos 1º religioso, 2º criminal e 3º político, que convencionou-se na Revolução
Francesa, porém na civilização egípcia, encontra-se indicações de asilo a partir do
século XIII, contudo, de acordo com Andrade, (1996) o refúgio enquanto instituto
jurídico global nasceu na década de 1920 no seio da Liga das Nações, tema antigo e
foi tratado com regras de proteção às violências e perseguições religiosas
prevalecentes na época, mas foi só após a criação do sistema diplomático e de
embaixadas que o refúgio passou a ser tratado como assunto de Estado.
Segundo o ACNUR, (2001-20018) o refúgio é um direito garantido por uma
convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1951 criado após a
Segunda Guerra Mundial, que gerou um grande número de refugiados. Porém de
acordo com Soares, (2009) durante a Primeira Guerra Mundial surgem os primeiros
problemas de movimentos massivos e a necessidade de a comunidade internacional
definir a condição jurídica dos refugiados e realizar atividades de socorro, bem como
organizar assentamentos e a questão da repatriação, mas, foi durante a Segunda
Guerra Mundial que o problema dos refugiados tomou grandes proporções com o
descolamento de milhões de pessoas por várias partes do mundo.
10
No Brasil foram encontrados registros atestando a existência de refugiados no
ano de 1949 nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, conforme
Pacífico,
(2010) mas somente em 1952 foi assinado a Convenção de Genebra de 1951
sobre o Estatuto dos Refugiados. Apesar de em 1949 já ter atestado de existência
de refugiados somente em 1956, com a criação da Cáritas Brasil, se deu o histórico
de acolhimento aos refugiados, que serviu e serve até hoje para atender as
populações nas suas grandes necessidades, e na sua época de criação auxiliou
muito os refugiados da Segunda Guerra Mundial – segundo Jubilut.
O Brasil conta com organismos não governamentais (as Cáritas
Arquidiocesanas) que realizam um trabalho humanitário de acolhida dos refugiados
no Brasil – segundo Soares, (2009) como exemplo a agência da ONU para
Refugiados cuida dos mesmos fornecendo-lhes abrigo, água potável, saneamento e
assistência médica vital. De acordo com Guterres, (2005) “O Brasil é um país de
asilo e exemplo de comportamento generoso e solidário”. Segundo o mais recente
relatório do Acnur, (2017) o número de refugiados no Brasil saltou de 8.863 em 2016
para 9.689 em 2017, aumento de 9,31%.
De acordo com dados estatísticos do Instituto de Migrações e Direitos
Humanos- IMDH, (2014) no ano de 2010 foram atendidas no Distrito Federal 155
solicitações de refúgio, em 2011 o número aumentou para 286 pedidos, em 2012
foram um total de 429, em 2013 foram 1.145 e em 2014 foram 1564, o que equivale
nestes cinco anos a um total de 3.579 refugiados atendidos em Brasília- DF, já em
dados mais recentes, em 2017, o Setor Refúgio atendeu 1.710 refugiados, desse
total de beneficiários do projeto 37% residem no Distrito Federal.
Segundo o Instituto de Migrações e Direitos Humanos- IMDH, (2017) os
beneficiários que residem no Distrito Federal e Entorno vivem principalmente em
cidades satélites, tendo Taguatinga 19% dessa população.
Segundo a Codeplan (2017) as regiões administrativas que englobam
Taguatinga, Guará e SIA apresentam maior concentração de emprego, depois do
Plano Piloto. Destas, Taguatinga – DF teve, entre os anos de 2006 e 2014, um
aumento na sua massa salarial de 245%. Logo a região administrativa escolhida
para implantar o projeto é Taguatinga - DF, essa se deu pela referência de boa
11
localização em relação ao Plano Piloto, pela importância econômica, e
principalmente por ser uma das regiões administrativas mais procurada pelos
refugiados que vem residir no DF, sendo essa maioria já residentes aqui na capital,
na região administrativa de Taguatinga – de acordo com pesquisa do IMDH (2017).
O projeto em questão é um complexo que irá fornecer moradia temporária
além de reintegrar o refugiado socialmente, culturalmente e economicamente no DF.
Localizado na região administrativa de Taguatinga – DF, o projeto será destinado ao
acolhimento e socialização dos refugiados, vos oferecendo moradias provisórias
além de espaços, que são necessários, para amenizar as varias dificuldades de
adptação e sobrevivência no novo país em que irão viver, espaços estes para aulas
de carater linguístico e profissionalizante, além de suporte para ajuda-los quanto as
burocracias do país. Visto isso, o grande objetivo não será isola-los para dentro de
uma área que é só reservada para eles, mas sim inseri-los socialmente e engloba-
los no contexto urbano da sua nova sociedade.
O sistema construtivo proposto para a edificação, será em estrutura metálica,
paredes externas serão em placa cimentícia especial para áreas externas, com
matérias-primas de baixo custo, para divisão interna, também será utilizado o drywall
pois dentre suas vantagens estão a rapidez e limpeza na montagem, manutenção e
reparos fáceis, isolamento de ruídos e ganho de área útil além de causar baixíssimo
impacto no meio ambiente comparado com os outros tipos de materiais. A cobertura
será laje impermeabilizada com sombreamento em argila, o que vai proteger da luz
solar direta, garantindo uma excelente condição térmica aos ambientes e
promovendo a sustentabilidade na construção civil. Para finalizar, o acabamento
será em vidros inteligentes (eletrocrômicos) e pintura das paredes externas com
tintas permeáveis, além da utilização de elementos para proteção das fachadas que
forem necessárias e sistemas de utilização como: o coletor solar térmico para
aquecimento de água, o de energia solar fotovoltaica, e também será utilizado o
sistema de coleta de água pluvial.
12
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1. Fontes
Segundo o ACNUR, (2001-2018) o refúgio é um direito garantido por uma
convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1951, criado após a
Segunda Guerra Mundial, que gerou um grande número de refugiados. – Este
parágrafo já sitado no capítulo introdutório partiu do ACNUR, que é a Agência da
ONU para Refugiados, e sua função aqui no Brasil, como em qualquer outro país é
pautado pelos mesmos princípios: proteger os refugiados e promover soluções
duradouras para seus problemas. O refugiado dispõe da proteção do governo
brasileiro e pode, portanto, obter documentos, trabalhar, estudar e exercer os
mesmos direitos que qualquer cidadão estrangeiro legalizado no país. O ACNUR
atua em cooperação com o CONARE e em coordenação com os governos federal,
estaduais e municipais, além de outras instâncias do Poder Público.
Segundo Agência da Onu para refugiados um marco significativo para a
população de interesse do ACNUR foi conquistado com a aprovação da nova Lei de
Migração (nº 13.445/2017). Em vigor desde 2017, a nova Lei trata o movimento
migratório como um direito humano e garante ao migrante, em condição de
igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
segurança e à propriedade. Além disso, institui o visto temporário para acolhida
humanitária, a ser concedido ao apátrida ou ao nacional de país que, entre outras
possibilidades, se encontre em situação de grave e generalizada violação de direitos
humanos – situação que possibilita o reconhecimento da condição de refugiado,
segundo a Lei nº 9.474/1997.
Também sitado anteriormente, a Convenção Relativa Ao Estatuto dos
Refugiados, de 1951, diz que “É assegurado que qualquer pessoa, em caso de
necessidade, possa exercer o direito de procurar e de gozar de refúgio em outro
país”. Logo a Convenção consolida prévios instrumentos legais internacionais
relativos aos refugiados e fornece a mais compreensiva codificação dos direitos dos
refugiados a nível internacional. Ela estabelece padrões básicos para o tratamento
13
de refugiados – sem, no entanto, impor limites para que os Estados possam
desenvolver esse tratamento. Com o tempo e a emergência de novas situações
geradoras de conflitos e perseguições, tornou-se crescente a necessidade de
providências que colocasse os novos fluxos de refugiados sob a proteção das
provisões da Convenção. Assim, um Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados
foi preparado e submetido à Assembléia Geral das Nações Unidas em 1966. Na
Resolução 2198 (XXI) de 16 de dezembro de 1966, a Assembléia tomou nota do
Protocolo e solicitou ao Secretário-Geral que submetesse o texto aos Estados para
que o ratificassem. O Protocolo foi assinado pelo Presidente da Assembléia Geral e
o Secretário-Geral no dia 31 de janeiro de 1967 e trasmitido aos governos, entrando
em vigor em 4 de outubro de 1967.
A Convenção e o Protocolo são os principais instrumentos internacionais
estabelecidos para a proteção dos refugiados e seu conteúdo é altamente
reconhecido internacionalmente. A Assembléia Geral tem frequentemente chamado
os Estados a ratificar esses instrumentos e incorporá-los à sua legislação interna. A
ratificação também tem sido recomendada por várias organizações, tal como o
Conselho da União Européia, a União Africana e a Organização dos Estados
Americanos – Conforme ACNUR.
O IMDH instituto de migração e direitos humanos, tem como objetivo contribuir
no atendimento integral a migrantes e a refugiados, incluídos migrantes internos,
atuando na defesa de seus direitos, em favor de políticas públicas, articulação da
rede institucional, assistência pastoral, sócio-jurídica e humanitária, para promover o
respeito à sua dignidade e favorecer sua integração social e cidadão. Assim atuando
na proteção dos direitos humanos, promoção da cidadania e assistência jurídica a
migrantes - internos, internacionais ou retornados - e a refugiados, inclusive internos
em penitenciárias, com particular atenção às crianças, mulheres, trabalhadores e
famílias necessitadas; Promovendo a reflexão jurídico-social sobre o tema das
migrações; Realizando gestões e iniciativas, junto a instâncias públicas e privadas,
para avançar na defesa dos direitos dos trabalhadores migrantes e seus familiares;
Mantendo registro, promovendo a análise e publicando dados e informações sobre
mobilidade humana, contribuindo para o conhecimento e sensibilização da
sociedade sobre assuntos e questões relacionadas à área; Disponibilizando, por
14
meios práticos e eficazes, serviços de informação, esclarecimento e orientação a
imigrantes e emigrantes; Promovendo condições para que refugiados e imigrantes
necessitados tenham acesso à aprendizagem do idioma e à capacitação e
treinamento em atividades de geração de renda e de inserção no mercado de
trabalho; Promovendo a integração de migrantes e refugiados e favorecer-lhes
oportunidades para realização de atividades de caráter cultural, de suporte à
educação, de formação e complementação na dimensão humana, de fé, social e
comunitária; E prestando atendimento e assistência aos solicitantes de refúgio, aos
refugiados e aos migrantes e providenciar programas de atenção a mulheres,
crianças e pessoas em situação de particular vulnerabilidade.
1.2. Legislação
Em 1997, elaborou-se, e foi incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, a Lei
nº 9.474/97, que marca o início do caminho do Brasil no comprometimento com a
questão dos refugiados (TRINDADE, 2000). Dita legislação prescreve:
Artigo 1º - Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que:
I - Devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião,
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de
nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país;
II - Não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua
residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior;
III - Devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a
deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
Direito dos Refugiados
A partir do momento em que uma pessoa busca refúgio no país, esta possui
os mesmos direitos e deveres de qualquer cidadão natural do Brasil. Porem a cidade
ainda possui uma dificuldade em atender pessoas migrantes em serviços públicos,
seja pela barreira do idioma, pelo desconhecimento da legislação ou pela falta de
apoio técnico especializado.
15
Como estabelece a Constituição Federal de 1988 no art. 5º “todos são iguais
perante a lei sem distinção de qualquer natureza garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade. ”
Dentre os documentos que o refugiado tem direito, estão: O protocolo de
solicitação de refúgio; o registro nacional de estrangeiros (RNE); a cédula de
identidade de estrangeiro (CIE); a carteira de trabalho e previdência social (CTPS) e
o Cadastro de pessoal física (CPF). Além de terem direito à saúde e educação
públicas.
Normas Brasileiras
Para a execução de um projeto é preciso está atento as normas brasileiras e as
seguir rigorosamente para que não se tenha problemas futuros, dentre essas
normas serão sitadas aqui algumas como NBR 16.280:15, NBR 9050, NBR
15575:13, NBR 15220:05, que serve para o bom e cordial funcionamento
arquitetônico.
Conforme o CAU/BR (2016), as normas técnicas estabelecem parâmetros de
qualidade, segurança e normalidade que todos os arquitetos e urbanistas devem
conhecer.
No campo da construção civil, vários agentes do mercado exigem o seguimento
destas regras como padrão de qualidade e segurança. E dentre as centenas de
normas técnicas já ditadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
as listadas abaixo estão entre as consideradas fundamentais para o trabalho dos
profissionais de Arquitetura e Urbanismo.
NBR 16.280:2015 – Reforma em Edificações
A “norma das reformas” é uma das mais recentes do grupo e trata dos requisitos
para a elaboração de plano de reforma, considerando alterações em áreas privativas
das edificações. Essa norma ganhou visibilidade nos últimos anos, aos devidos
episódios recentes de desabamentos, muitas vezes provocados por intervenções
desastradas que levaram à colapsos nas estruturas das edificações. A norma exige
que intervenções como troca de piso, revestimentos, troca de esquadrias ou
16
fachada-cortina, instalações elétricas, de gás ou de ar-condicionado, e que alterem o
projeto original da estrutura, tenham o aval de um arquiteto ou engenheiro.
NBR 9050: 2015 – Acessibilidade
A NBR 9050 é um instrumento que serve para instruir arquitetos, construtores,
engenheiros e outros profissionais da área, sobre critérios e parâmetros técnicos na
construção, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e ainda na instalação e
adaptação de edificações para PNE. Edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos devem ser acessíveis a todos - independentemente de sua
condição física - e essa norma técnica ajuda a concretizar esta diretriz. Ao
estabelecer exigências para altura de interruptores, dimensões das áreas de
transferências e sinalizações táteis (entre muitas outras), a norma leva em conta
diversas condições de mobilidade, com ou sem ajuda de aparelhos — como
próteses, cadeiras de rodas, bengalas, aparelhos auditivos e quaisquer outros que
complementem necessidades individuais.
NBR 15575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho
Trata da qualidade da produção habitacional, e estabelece os requisitos para
os sistemas de pisos, sistemas de vedações verticais internas e externas, sistemas
de coberturas, e sistemas hidrossanitários. A norma dita exigências em termos de
segurança, sustentabilidade e habitabilidade (desempenho térmico e acústico,
desempenho lumínico, funcionalidade e acessibilidade entre outros).
NBR 15220:2005 - Desempenho térmico de edificações
Esta norma é dividida em 3 partes, a primeira aborda Definições, símbolos e
unidades, a segunda o Método de cálculo da transmitância térmica, da capacidade
térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de
edificações, e a terceira Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas
para habitações unifamiliares de interesse social.
17
NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura
Esta norma aborda a confecção dos projetos arquitetônicos, mas regulando
as condições exigidas para a construção de edificações, tanto em construção e
ampliação, quanto em modificação, recuperação etc. Descrevendo as etapas do
projeto arquitetônico (levantamento de dados, estudo de viabilidade, estudo
preliminar da Arquitetura entre outros), a norma detalha quais as informações de
referência devem constar no projeto. Identificação; descrição; condições climáticas,
de localização e de utilização; exigências e características relativas ao desempenho
no uso e aplicações do produto ou objeto estão entre as informações que devem ser
registradas no projeto, conforme esta norma.
NBR 6492:1994 – Representação de projetos de Arquitetura
Esta norma também trata de projeto arquitetônico, mas se concentra sobre os
elementos gráficos do trabalho. O tipo e o formato do papel, as escalas do desenho
arquitetônico, os tipos das letras e dos números, os tipos de linhas, as formas de
indicação de fachadas e elevações estão entre os parâmetros técnicos definidos
pela norma. Tanto a NBR 6492 quanto a NBR 13532 estão em processo de revisão
técnica pelos comitês da ABNT.
Consideração sobre a NBR 9050
Uma sociedade só é realmente justa a partir do momento em que ela garante, a
todos, a igualdade de direitos e isso envolve, diretamente, a acessibilidade. Não
oferecer condições adequadas de acessibilidade é negar direitos e negar direitos é
crime. Por isso, a busca por construir por um Brasil mais acessível.
PDL Taguatinga
Conforme a Lei Complementar nº 90 (1998), o plano diretor de Taguatinga -
PDL de Taguatinga, instrumento básico da política de desenvolvimento urbano e
territorial da região administrativa de Taguatinga - RAIII, tem como finalidades:
I- Orientar os agentes públicos e privados que atuam na gestão do território para o
pleno desenvolvimento das funções sociais da região administrativa e da
propriedade e o bem-estar de seus habitantes.
18
II- Ordenar o desenvolvimento físico territorial compatibilizando-o com o
desenvolvimento sócioeconômico e a utilização racional e equilibrada dos recursos
naturais;
III- Estabelecer as regras básicas de uso e ocupação do solo.
IV-Contribuir para a implantação de processos de planejamento permanente e
participativo no sentido da democratização da gestão urbana territorial.
Parágrafo único - O plano diretor local de Taguatinga articula-se com plano diretor
de ordenamento territorial do Distrito Federal- PDOT, aprovado pela Lei
Complementar número 17, de 28 de janeiro de 1997, detalhando e implementando
suas diretrizes, no que diz respeito a RA III.
19
2. PROBLEMATIZAÇÃO
Segundo IMDH, (2018) no mundo, são mais de 260 milhões de migrantes; ali
estão 65,5 milhões de pessoas deslocadas forçosamente; são aproximadamente
22,5 milhões de refugiados e refugiadas; 2,5 milhões de solicitantes de refúgio; e
40,3 milhões de pessoas deslocadas forçosamente no interior dos próprios países.
No Brasil, aproximadamente 1.2 milhão de migrantes; os refugiados, em dado
cumulativo, são 10.141 mil; e, 31.505 solicitantes de refúgio, até 1º de novembro de
2017.
O Distrito Federal é um local que vem recebendo cada vez mais refugiados,
como podemos ver no Gráfico 1, apesar de não está em estado de fronteira e
também não ser uma metropole como a cidade de São Paulo, onde já tem bastante
refugiados, abrigados e não abrigados.
Gráfico 1
Fonte: Banco de dados do IMDH
Observa-se a situação e logo se pode perceber que pelo número crescente
de refugiados que estão vindo para o DF e mais especificamente para região de
Taguatinga, que recebe 19% desta população, é de grande importância criar centros
de acolhimento e integração para estes, logo que chegam desamparados e sem
espectativa nenhuma. Já foi constatado que não existe no DF abrigos que acolhem,
assistenciam e integram o refugiado, assim os deixando em situação de rua ou
tendo que os submeter a situação deplorável de moradia.
Segundo o Observatório de Saúde de Populações em Vulnerabilidade –
ObVul, (2017) o DF não possui política pública específica para refugiados, sendo o
acolhimento realizado pelo aparelho público de assistência social que já existe na
20
região como a rede CRAS e o UNISUAS, pelas embaixadas e pela polícia federal,
bem como por organizações não governamentais como o “Um mundo com mais
pontes e menos muros” e/ou outros projetos voluntários.
21
3. OBJETIVO
É baseado nestas informações que o projeto é um "centro de acolhimento e
integração para refugiados", localizado em Taguatinga Sul, será criado para atender
a demanda de solicitantes de refugio na região administrativa de Taguatinga, onde
está sendo proposto uma integração dos refugiados à sociedade, tendo como base
os estudos da arte. O projeto tem um caráter de sustentabilidade produzindo
soluções espaciais para questões como educação, meio ambiente, água, igualdade
de gênero, saúde, tecnologia, comércio, moradia e inclusão social.
A idéia é criar este espaço para receber refugiados de forma digna e lhes
integrar a sociedade e mercado de trabalho para assim poderem reconstruir suas
vidas. A ideia não é que o usuário permaneça no centro, e sim, que fique o tempo
necessário para que tenha condições reais de ter autonomia e ser auto-suficiente.
O ideal seria replicar este abrigo em pelo menos mais três regiões
administrativas do DF para que se pudesse equilibrar e permitir, a todos que
solicitassem, uma vaga nesses centros.
Visando a parte construtiva, o objetivo é projetar os edifícios com base na
arquitetura sustentável, utilizando produção de energia limpa, soluções para
captação e reutilização das águas pluviais e materiais reciclados de demolições nas
construções, sempre procurando utilizar materiais sustentáveis que agridam menos
possível o meio ambiente.
22
4. OBJETO
No princípio ainda não existia abrigos, assim ditos e sim asilos (que consiste,
em linhas gerais, no instituto pelo qual um estado fornece imunidade a um indivíduo
em face de perseguição sofrida por esse em outro estado), o que foi mudando e
amadurecendo com o tempo pois o direito de asilo possibilitou também a criação de
outra modalidade prática de solidariedade internacional: o refúgio, e com ele mais
tarde, veio suas leis.
Sobre os primeiros asilos, segundo Sanches, (2013) na evolução histórica do
instituto passa pelo asilo religioso (originado na Grécia Clássica), o asilo criminal, e
posteriormente ao asilo político, que, convencionou-se na Revolução Francesa,
conforme disposições do artigo 120 da Constituição Francesa de 24 de junho de
1793. O artigo, fundamentalmente, dizia que o povo francês ofereceria asilo aos
estrangeiros exilados em sua pátria. Ainda que não existam dados fidedignos que
permitam afirmar a existência de lugares de proteção contas as perseguições nas
mais antigas civilizações da Ásia ou da África e, não exista precedentes desta
instituição nos textos antigos do Código de Hamurabi, a maioria dos autores acredita
que o asilo associado a lugares sagrados é uma prática universal. A título
exemplificativo, na civilização egípcia, encontra-se indicações de asilo a partir do
século XIII, quando em ‘Génesis’ se faz referência ao asilo de delinquentes comuns
no Egito.
Já mais recente em 1950, para oferecer refúgio a pessoas em situação de
refugiados, a Onu criou o Acnur (alto comissariado das nações unidas para os
refugiados), com a função de conclamar os países a se unirem na busca de
soluções, direitos e deveres dos refugiados e dos países que os recebem estão
definidos na convenção de 1951 e no protocolo de 1967.
Segundo o ACNUR, (2001-20018) o refúgio é um direito garantido por uma
convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1951 criado após a
Segunda Guerra Mundial, que gerou um grande número de refugiados. Porém de
acordo com Soares, (2009) durante a Primeira Guerra Mundial surgem os primeiros
problemas de movimentos massivos e a necessidade de a comunidade internacional
23
definir a condição jurídica dos refugiados e realizar atividades de socorro, bem como
organizar assentamentos e a questão da repatriação, mas, foi durante a Segunda
Guerra Mundial que o problema dos refugiados tomou grandes proporções com o
descolamento de milhões de pessoas por várias partes do mundo.
No Brasil foram encontrados registros atestando a existência de refugiados no
ano de 1949 nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, conforme
Pacífico, (2010) mas somente em 1952 foi assinado a Convenção de Genebra de
1951 sobre o Estatuto dos Refugiados. Apesar de em 1949 já ter atestado de
existência de refugiados somente em 1956, com a criação da Cáritas Brasil, se deu
o histórico de acolhimento aos refugiados, que serviu e serve até hoje para atender
as populações nas suas grandes necessidades, e na sua época de criação auxiliou
muito os refugiados da Segunda Guerra Mundial, segundo Jubilut, (2007).
O Brasil conta com organismos não governamentais (as Cáritas
Arquidiocesanas) que realizam um trabalho humanitário de acolhida dos refugiados
no Brasil – segundo Soares, (2009) como exemplo a agência da ONU para
Refugiados cuida dos mesmos fornecendo-lhes abrigo, água potável, saneamento e
assistência médica vital. De acordo com Guterres, (2005) “O Brasil é um país de
asilo e exemplo de comportamento generoso e solidário”. Segundo o mais recente
relatório do Acnur, (2017) o número de refugiados no Brasil saltou de 8.863 em 2016
para 9.689 em 2017, aumento de 9,31%.
Segundo Santos, (2017) o Brasil sempre teve um papel pioneiro e de
liderança na proteção internacional dos refugiados. Foi um dos primeiros países
integrantes do Comitê Executivo do ACNUR, responsável pela aprovação dos
programas e orçamentos anuais da agência.
Hoje cada dia que passa se tem visto mais e mais pessoas em estado de
refúgio por diversos motivos, logo está cada vez mais aparente os centros e abrigos
para refugiados, onde não se preocupava agora estão se mobilizando e projetando
espaços para abrigar essas pessoas que vem chegando de outros locais, sendo
estes abrigos emergenciais fronteiriços e/ou abrigos permanentes que advem de
uma triagem.
24
4.1 Demanda
Segundo o Guia de Atendimento aos Migrantes, Refugiados, Vítimas de Tráfico de
Pessoas e Brasileiros Retornados, em situação de vulnerabilidade e em áreas de
fronteira (2016), que foi púbicado no site do Ministério da Justiça, diz que os abrigos
e casas de passagem possuem duas modalidades sendo elas Abrigo institucional
que tem capacidade de no máximo 50 pessoas por unidade e quatro pessoas por
quarto; e Casa de Passagem que tem como característica o acolhimento imediato e
emergencial, em qualquer horário do dia e da noite com capacidade máxima de até
50 pessoas por unidade também.
Conforme o IMDH, (2017) foram atendidas 1.710 pessoas no setor de refúgio,
destes 37%, entorno de 630 pessoas, no Distrito Federal, utilizando o último dado
fornecido pela mesma fonte, também se tem a informação de que a região
Administrativa de Taguatinga já abriga 19% dos refugiados que residem no DF,
porcentagem esta que também é utilizada para solicitações.
Levando em consideração todos os dados adquiridos, inclusive o estado da arte
estudado pode-se concluir que a instituição de abrigo para refugiados proposto terá
uma capacidade de acolhimento para 144 pessoas, e será um abrigo de
pemanência temporária, onde as pessoas não poderão ultrapassar 6 meses de
permanência no local, sendo este um tempo suficiente para ampara-las, acolhe-ras,
inseri-las na sociedade e no mercado, logo é o tempo médio do processo de
legalização do refugiado pelo conare.
Para tal demanda serão necessária entorno de 8.285m² de área quadrada além
dos espaços proposto para arborização e humanização do sítio.
25
5. ESTADO DA ARTE
Mundialmente é possível encontrar alguns centros de acolhimento para
refugiados, porém os achamos em poucos lugares pois essa situação de refúgio é
algo recente que vem acontecendo cada vez mais e se intensificando, logo a maioria
de espaços que se encontra são abrigos emergenciais fronteiriços temporários. No
Brasil também é difícil de encontrar tais abrigos permanentes pois a maioria vem se
formando em edificações já existentes que vão sendo adaptadas para tal uso. São
Paulo por ser uma grande metrópole muitos refugiados optam por ir tentarem a vida
na cidade, logo será a cidade que mais vai se encontra abrigos de acolhimento para
imigrantes no país, como exemplo dos abrigos tem: a Casa de Passagem Terra
Nova que tem como capacidade abrigar 50 famílias durante 6 meses; O Arsenal da
Esperança, capacidade 1150 pessoas, tempo não determinado; Missão Esclabriana,
capacidade 200 pessoas, tempo não determinado; Associação Palotinas,
capacidade 80 pessoas durante 6 meses; CRAI, capacidade 120 pessoas, até 6
meses de permanência e a Casa do Migrante Missão Paz, tem como capacidade
110 pessoas que podem permanecer até 6 meses.
Apesar do Distrito Federal não está entre as regiões que mais recebem
refugiados, ainda assim precisa de um abrigo de acolhimento para os mesmos pois
não foi encontrado nenhum registro de tal edificação voltada para este tema na
Capital.
5.1 Casa do Migrante Missão Paz – São Paulo
A missão paz é uma organização ligada a igreja católica que acolhe e presta
atendimento aos migrantes, imigrantes e refugiados, sendo um centro que não
envolve a questão religiosa a seus acolhidos. A Casa Missão Paz é um anexo da
Igreja Nossa Senhora da Paz (Foto 1 e foto 2), além de usufruir da estrutura o centro
promove mutirões para emissão de carteira de trabalho, atendimento religioso para
quem solicitar, palestras informativas, festas multiculturais, amparo social,
profissional e psicológico, e atendimento emergencial de primeiros socorros. Os
dormitórios estão dispostos ao redor de um jardim central, como pode-se observar
nas fotos 3 e 4, e cada quarto suporta de 8 a 10 pessoas.
26
A estrutura da casa conta com:
Alojamento para 110 pessoas, sendo dormitórios separados em duas
alas, a feminina e a masculina
Alimentação (café, almoço e jantar)
Assistência social
Aulas de Português
Sala TV
Biblioteca
Sala para reunião
Brinquedoteca
Rouparia
Salas Administrativas
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
27
5.2 CAR - Centro de Acolhimento para Refugiados - Portugal - 2006
O Conselho Português para os Refugiados (CPR) criou o CAR, que é uma
edificação de âmbito social e foi construída com o apoio financeiro da Iniciativa
Comunitária EQUAL, através do Projeto “Acolhimento e Integração de Requerentes
de Asilo”. A função primordial do Centro, além de visar melhorar as condições de
acolhimento e de integração de todos aqueles que escolhem Portugal como destino
seguro, longe das perseguições e das constantes violações dos direitos
fundamentais a que estão sujeitos no país de origem, é a de congregar uma série de
atividades que permitam a informação, formação e organização dos tempos livres
dos requerentes de asilo e refugiados, mas também um ponto de apoio e de
divulgação da temática do asilo para a própria sociedade portuguesa em geral.
Um espaço aberto em que o diálogo seja fluído entre aqueles que necessitam de
proteção do Estado Português e a própria sociedade de acolhimento. Uma
contribuição positiva para o desenvolvimento do país numa perspectiva multi e
intercultural. Esta é uma experiência única de integração de requerentes de asilo na
União Europeia — integração através da inserção na comunidade local, criação de
uma dinâmica intercultural através de convivência e desenvolvimento de atividades
conjuntas, melhoria da imagem dos requerentes de asilo na sociedade de
acolhimento, reforço dos laços comunitários e do sentimento de pertença a uma
comunidade social coesa.
Para receber com dignidade os requerentes de asilo no Centro de Acolhimento, eles
têm à sua disposição num período transitório, entre a chegada e a integração no
país:
Alojamento;
Espaços de convívio e lazer;
Cozinha;
Banco de roupa usada;
Biblioteca e mediateca;
Ateliers;
Salas de formação;
Lavanderia;
Auditório;
28
Espaço infantil;
Poliesportivo descoberto.
O Projeto teve como obejtivo construir um centro de acolhimento para
refugiados integrado com uma creche, um campo para jogos com uma pequena
edificação de apoio e um jardim público, em um sítio cuja metragem é de 13.450 m²,
segue abaixo as plantas baixas do térreo e do 1º piso, Planta 1 e Planta 2. As
edificações foram projetadas com pequenos volumes que distingue as várias
funções ali existentes, o que fez com que o local englobasse pátios interiores e
áreas de estar entre os volumes, segue Foto 5, foto 6 e foto 7.
Planta 1 Planta 2
Implantação 1
Fonte: Site CAR
29
Foto 5
Fonte: Site CAR
Foto 6 Foto 7
Fonte: Site CAR
5.3 Reimat 2 – Alemanha - 2016
O projeto foi fundado por empresários das áreas de arquitetura, planejamento
urbano, desenvolvimento de projetos e comunicação a fim de fornecer soluções de
habitação digna aos refugiados no país, combinando soluções de curto e longo
prazo. O objetivo é erguer vilas residenciais a proporcionar ambientes de vida do
melhor nível possível, modelos socialmente exclusivos, ver Vista 1
Vista 2.
Os edifícios são no sistema modular, permitindo as vilas a ampliação flexível,
ou mais a diante usa-las para outras finalidades. Os ambientes são todos
compartilhados, sendo que para cada 36 pessoas há 18 dormitórios, quatro
30
sanitários, duas cozinhas e uma sala de estar, além de contar com recepção, área
para oficinas, campo de esporte aberto e fechado, sala de estoque, sala para
aconselhamento e uma capela, ver Planta 3.
Vista 1 Vista 2
Fonte: Site Reimat2
Planta 3
Fonte: Site Reimat2
Estes três exemplos de projetos atendem muito bem a necessidade de
acolhimento e socialização dos refugiados que precisam de abrigo, porém o projeto
que mais atende essas características e ainda acrescenta a mais para a população
local é o CAR Centro de Acolhimento para Refugiado em Portugal, o projeto visa
todos os cuidados com o imigrante que busca asilo além de ter sua parte estética
muito bem pensada e desenvolvida, é um perfeito complexo de socialização.
31
6. CIDADE
RA III - Taguatinga
Segundo Holston, (1989) a primeira cidade-satélite de Brasília começou com a
tomada de posse de um terreno, pelos nordestinos, que fugiram da seca e vieram
em busca de trabalho. A Novacap ordenou às forças de segurança (o GEB) que
levantassem barreiras na estrada para impedi-los de entrar. Em vez de irem embora
esses migrantes desesperados iniciaram uma ocupação de terra, montando um
acampamento improvisado do outro lado da barreira. Em poucos dias, a frente da
favela, dando para a estrada, ostentava cartazes anunciando "Salve a Vila Sara
Kubitschek".
Conforme a administração de Taguatinga a sua história se deu assim, a cidade
foi fundada em 5 de junho de 1958 em terras do município de Luziânia – Goiás, na
Fazenda Taguatinga, a oeste de Brasília. Seis meses após a instalação dos
primeiros habitantes, Taguatinga já era uma realidade, já funcionavam no local
escolas, hospitais, casa para professoras e estabelecimentos comerciais. Era o
princípio do povoamento da primeira cidade-satélite de Brasília. Em 1970, o
governador Hélio Prates da Silveira, por meio do Decreto 571/70, reconhece
oficialmente Taguatinga como cidade. A denominação Taguatinga adveio de uma
fazenda de mesmo nome, localizada na região hoje ocupada pela cidade de
Taguatinga. A tese lingüística do poeta Antônio Garcia Muralha revelou que
Taguatinga de “Ta’Wa’Tiga”, significa “barro branco”, ocorrência geológica que se
verifica na região.
Taguatinga fica localizada a cerca de 25KM de Brasília, no Distrito Federal.
Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda do Governo do Distrito Federal, (2014)
Taguatinga é considerada a capital econômica do DF, e tem um competitivo sistema
de produção industrial tendo suas atividades econômicas diversificas, sendo
empresas de comércio atacadista, varejista, prestação de serviço e indústria leves.
Segundo pesquisa feita pelo IMDH, (2014) Taguatinga está entre as regiões
administrativas brasilienses, que mais recebe solicitações de refugiados no DF, com
cerca de 83 solicitações, só perdendo para a região administrativa de Samambaia.
Segundo a Codeplan, (2017) as regiões administrativas que englobam Taguatinga,
32
Guará e SIA apresentam maior concentração de emprego, depois do Plano Piloto.
Destas, Taguatinga – DF teve, entre os anos de 2006 e 2014, um aumento na sua
massa salarial de 245%. Logo a região administrativa escolhida para implantar o
projeto é Taguatinga - DF, essa se deu pela referência de boa localização em
relação ao Plano Piloto, pela importância econômica, e principalmente por ser uma
das regiões administrativas mais procuradas pelos refugiados que vem residir no DF,
sendo essa maioria já residentes aqui na capital, nas regiões administrativas de
Samambaia e Taguatinga – de acordo com pesquisa do IMDH, (2014).
Segundo documento fornecido pelo IMDH, em 2017, o Setor Refúgio atendeu
1.710 pessoas sendo 48% solicitantes de refúgio, 11% refugiados reconhecidos,
39% solicitantes de refúgio que obtiveram residência permanente em 2017, 1%
residente temporário com base na RN 126 do CNIg e 1% filho de refugiados
nascidos no Brasil, desse total de beneficiários do projeto 37% residem no Distrito
Federal, conforme demonstrado na Tabela 1, como também pode-se ver a
distribuição por nacionalidade.
Segundo o Instituto de Migrações e Direitos Humanos- IMDH, (2017) os
beneficiários que residem no Distrito Federal e Entorno vivem principalmente em
cidades satélites, sendo Samambaia Norte (12%), Riacho Fundo (10%), Taguatinga
Norte (10%) e Taguatinga Sul (9%) as regiões com maior concentração de
beneficiários, conforme demonstrado no Gráfico 2 de Localidade de residência no
Distrito Federal e Entorno.
Gráfico 2
Fonte: Banco de dados do IMDH
33
Tabela 1
País de Nacionalidade
Solicitantes de Refúgio
Refugiados Solicitantes Refúgio que obtiveram Permanência
Residência Temporária pela RN 126/CNIg
Nº de pessoas atendidas
Afeganistão 3 6 0 0 9
África do Sul 0 0 3 0 3
Angola 10 0 4 0 14
Bangladesh 56 2 37 0 95
Benim 14 0 16 0 30
Bolívia 0 2 0 0 2
Burkina Faso 2 0 1 0 3
Cabo Verde 0 0 2 0 2
Camarões 2 7 7 0 16
Colômbia 2 10 0 0 12
Congo - Brazzaville
0 1 0 0 1
Costa do Marfim
4 0 1 0 5
Costa Rica 1 0 0 0 1
Cuba 32 0 4 0 36
Egito 2 0 2 0 4
Etiópia 1 0 0 0 1
Gâmbia 0 0 4 0 4
Gana 24 5 87 0 116
Guiné 1 1 5 0 7
Guiné-Bissau 0 0 6 0 6
Haiti 17 0 18 0 35
Iêmen 0 0 1 0 1
Índia 6 0 6 0 12
Irã 1 0 1 0 2
Iraque 1 10 0 0 11
Jamaica 1 0 0 0 1
Jordânia 1 0 0 0 1
Líbano 1 0 0 0 1
Mali 3 0 1 0 4
Marrocos 6 0 1 0 7
Mauritânia 0 0 2 0 2
Nigéria 7 1 33 0 41
Palestina 4 2 0 0 6
Paquistão 47 45 57 0 149
Portugal 1 0 2 0 3
Rep. Dem. do Congo
17 25 6 0 48
Rep. Dominicana
2 0 5 0 7
Senegal 222 2 338 0 562
Serra Leoa 1 0 5 0 6
Síria 10 50 0 0 60
Somália 0 0 1 0 1
Sudão 0 8 2 0 10
Togo 6 2 11 0 19
Uganda 0 1 0 0 1
Venezuela 313 0 0 13 326
Zâmbia 0 0 1 0 1
Total de Não Nacionais Atendidos
821 180 670 13 1.684
Brasil*
26
TOTAL DE PESSOAS ATENDIDAS – SETOR REFÚGIO 1.710
*Crianças Nascidas no Brasil, filhas de refugiados/as
Fonte: Banco de dados do IMDH
34
7. ANÁLISE DO SÍTIO
Os sítios aqui analisados tem como principais características serem terrenos
com amplos espaços para suportar a edificação, logo que será um grande complexo
para abrigar refugiados, lotes institucionais e de localização a privilegiar os locais de
fácil acesso ao transporte público e a rede pública de escolas, pois os refugiados
precisam se locomover dependendo desse tipo de transporte, além da RAIII ser
considerada a capital econômica do DF, logo emprega muitas pessoas em suas
diversas áreas industriais. Conforme Mapa 1, de uso do solo e o Quadro 1, de
parâmetros de ocupação do solo de Taguatinga podemos observar suas regiões
destinadas ao uso institucional, cuja legenda está “Inst”.
Mapa 1
Fonte: LUOS
35
Quadro 1
Fonte: LUOS
O 1º sítio a ser analisado está na região sul da cidade e fica às margens do
Pistão Sul, ao lado do Centro Educacional Católica de Brasília, o 2º sítio fica no setor
C Norte e o 3º fica no setor L Norte QNL 1.
No 1º sítio, situado as margens do Pistão Sul, o qual se destaca pelo movimento
de transportes público e sua capacidade de cruzar a cidade de Taguatinga, na sua
extensão pode-se ver comércios e por esta razão praticamente não há ocupação
estritamente residencial as suas margens, sua topografia também está favorável do
ponto de vista econômico, como pode ver no Mapa do sítio 1, porém o
bioclimatismo não é muito beneficiado pelo sol forte que o terreno pega por ser
totalmente descampado ao seu redor.
Mapa do sítio 1
Fonte: Geoportal
36
No 2º sítio podemos perceber através do Mapa do sítio 2 que sua curva de nível
não é tão acidentada e no seu entorno tem 4 escolas públicas, estes são pontos
bons porém os pontos ruins averiguados, em comparação com o 1º lote, é que este
é ruim de transporte público e fica em um local onde o uso do solo predominante é o
residencial, na questão de bioclimatismo, aos fundos do sítio existe um edifício
residencial que pode interferir, em algum horário do dia, na iluminação natural (sol)
para a edificação proposta, assim fazendo uma grande projeção de sombra.
Mapa do sítio 2
Fonte: Geoportal
No sítio 3, a observar o Mapa do sítio 3, pode-se perceber que pela boa
topografia do local não se precisaria mexer em nenhuma curva de nível, o sítio fica
perto de duas escolas públicas, bolinhas verdes no mapa, está do lado do Senai, o
que pode ser um bom benefício pois podem ter uma parceria, além de está a poucos
metros da Sandu Norte onde passa a toda hora transporte público, e também onde
tem muitos pontos de comércios por perto o que pode gerar empregos, o sítio
também fica muito perto de uma área intensa de mata o que vai beneficiar no
bioclimatismo, pela vasta área verde.
37
Mapa do sítio 3
Fonte: Geoportal
A conclusão foi da escolha do 3º sítio, conforme mapa do sítio 3, com base nas
características boas que predominam no local, e a zona onde o terreno se encontra
já é ocupada por edificações de uso institucional, conforme o Mapa 1. O lote
escolhido apresenta a base institucional o que o igua-la de modo a uso do solo pois
é uma região onde já tem edificações deste mesmo uso, e não existe prédios de
altura relevante a atrapalhar o bioclimatismo de luz natural a insidir na edificação
proposta, além da vasta área verde que tem próximo ao lote, sua topografia já está
totalmente plana o que é benefício para o que diz respeito ao custo econômico da
obra, além das escolas públicas que tem por perto. Nos Mapa Macro a seguir
podemos ver a relação do terreno com o centro do Plano Piloto, do terreno com o
centro da cidade de Taguatinga e do terreno com o entorno imediato.
Mapa Macro Mapa Meso Mapa Micro
Fonte: Geoportal Fonte: Geoportal Fonte: Geoportal
38
8. PROGRAMA DE NECESSIDADES
O centro proposto vai prestar ao refugiado todo apoio que ele precisar assim que
chegar, estes sendo dividido em três vertentes: Proteção: vigiando para que tenha
os direitos que acordos internacionais lhe garantem; Assistência: para que tenha
moradia adequada, acesso à educação e saúde; e, Integração: conseguir que ele
atinja a auto-suficiência, sobretudo com revalidação dos estudos, cursos
profissionalizantes e inserção no mercado de trabalho.
Para que estes objetivos sejam alcançados foi montado um programa de
necessidade para o centro, baseado na divisão de atividades em 4 setores:
Administrativo, Especialização/aprendizado, Acolhimento/abrigo e Convivência/
Lazer. Sendo:
Administrativo
As atividades do administrativo englobam: recepção, sala de triagem, secretaria,
diretoria, sala para reunião, sanitários e DML.
Especialização/ Aprendizado
As atividades de profissionalização e aprendizado englobam: sala multifuncional,
salas de aula para português, salas para oficinas de especialização, biblioteca e
sanitários.
Acolhimento/ Abrigo
As atividades de acolhimento/abrigo englobam: dormitórios, espaços sociais,
sanitários, cozinha industrial e refeitório, despensa, depósito, lavanderia coletiva,
sala para funcionários, DML, salas médicas, salas para acompanhamento jurídico,
playground coberto, espaço multiuso, academia e vestiários.
Vivência e Lazer
As atividades de vivência e lazer englobam: praça com espaço para caminhada,
esportes, playground descoberto, pomar e horta coletiva.
39
Obs.: Valores de m² sem circulação e acessos verticais.
Recepção 01 49.26m²
Sala de Triagem 02 23.00m²
Secretaria 01 18.66m²
Diretoria 01 08.92m²
Sala para Reunião 01 17.44m²
Sanitários 02 30.00m²
Pilotis 01 1.800m²
Dormitórios com banheiro 60 1.920m²
Sala TV 06 376.20m²
Varanda 06 833.88m²
Sala Médica 02 40.60m²
Sala Jurídico 02 41.30m²
Academia 01 180.00m²
Playground coberto + espaço multiuso 01 278.45m²
Cozinha Industrial e Refeitório 01 427.43m²
Despensa 01 16.85m²
Depósito 01 20.47m²
Lavanderia Coletiva 01 82.21m²
Sala Funcionários 01 28.62m²
Sanitários c/ vestiário 02 60.30m²
Sanitários PNE 02 12.38m²
DML 01 7.66m²
Administrativo Quantidade M² Total
Acolhimento Quantidade M² Total
40
Sala Multifuncional 01 37.30m²
Salas de Aula 02 104.48m²
Sala para Oficinas 02 127.22m²
Biblioteca 01 203.65m²
Hall de espera 01 53.11m²
Sanitários 02 30.00m²
Sanitários PNE 03 11.17m²
DML 01 06.07m²
Bosque com atividades + Pomar 10.485,00m²
Horta Coletiva 92.80m²
26.866 m² 8.285 m²
*Programa de necessidades mais detalhado em anexo.
Conforme se vê no fluxograma primário, o programa de necessidades conta com
4 setores principais: setor administrativo, setor de acolhimento, setor de
especialização e setor de vivência, cada um destes compõe-se se ambientes ligados
ao setor que estão dispostos a conceber o melhor fluxo como pode-se ver no
fluxograma secundário.
Fluxograma Primário
Fonte: Autoria própria
ACESSO 1
ADMINISTRATIVO ESPECIALIZAÇÃO
ACOLHIMENTO
VIVÊNCIA
ACESSO 2
Especialização Quantidade M² Total
Vivência Quantidade M² Total
Área Terreno Área total construída
41
Fluxograma Secundário
‘
ACESSO PRINCIPAL
ADMINISTRATIVO ESPECIALIZAÇÃO ACOLHIMENTO VIVÊNCIA
Bosque
Horta
Pomar
Quadra Poliesportiva
Dormitórios
Salas Médica
Salas Jurídica
Cozinha com Refeitório
Lavanderia Coletiva
Copa para funcionários
Triagem
Secretaria
Diretoria
Sala para reunião
Sala Multiuso
Salas de Aula
Biblioteca
Academia
Espaço multiuso
Depósitos / Despensa
DML
ACESSO SECUNDÁRIO
42
9. PROJETO / PROPOSTA
9.1. Sítio
O sítio escolhido encontra-se no Setor C Norte QNC Lt 1 de Taguatinga - DF,
próximo ao hospital regional da cidade e ao Senai. O local é de fácil acesso ao
transporte público, o que torna possível chegar no centro da cidade em poucos
minutos.
Fonte: Autoria própria
O centro contará com dois acessos, sendo um principal para o uso de pedestre e
visitantes, localizado logo à frente da fachada principal, a leste, e o acesso
secundário que será para funcionários e carga/ descarga, este estará a sul.
A edificação principal (curva) está com sua fachada principal à leste e o prédio
secundário tem a fachada principal à nordeste, onde recebe o sol da manhã e em
sua fachada posterior recebe o pôr do sol. As edificações estão posicionadas de
modo a se beneficiar com o vento na maioria do ano, pois o mesmo predominante
vem do Leste, logo as edificações estarão bem ventiladas.
Fonte: Autoria própria
43
O lote tem 202 x 133 metros, 26.866 m², e a área total ocupada pelas
edificações é de 8.285 m². Os edifícios estão locados de modo que um tenha acesso
ao outro através de uma passarela.
O perfil natural do terreno tem uma queda total de 10 metros, distribuído em
202 metros de extensão. A proposta é fazer cortes de terra onde for necessário para
melhor locação da edificação e outras construções.
44
9.2 Forma
A forma do edifício administrativo se deu pela ideia do acolher, abraçar, por
este motivo a forma se tornou curva, a ideia é trazer essa paz para os refugiados
que estão chegando, a nossa solidariedade a eles.
Abraço
Forma em evolução
Forma Concebida
45
9.3 Plantas Baixa
O prédio suporta toda a parte administrativa e de aprendizado, foi projetado
para receber e qualificar os refugiados.
Seu elemento estrutural é em sistema trilítico em perfil caixa e sua área é de
868m² total, sendo 60.00m x 17.00m aproximadamente, e sua altura é 4.20m.
No prédio secundário, tem os dormitórios, serviços e lazer. O prédio conta
com 3 pavimentos de dormitórios, um térreo livre em pilotis e um semienterrado
onde ocorre toda a parte de serviços do complexo e ainda área com academia,
playground e área para uso múltiplo. O prédio é um retângulo, sua medida é 21.30m
x 92.40, totalizando 9.840,60 m² e sua altura é 17.70m.
46
O prédio de dormitórios tem a capacidade de abrigar 144 refugiados, o
mesmo é composto por 3 pavimentos de dormitórios, sendo 48 quartos duplos e 12
quartos para famílias. Todos os quartos medem 32.00 m², com o banheiro, o que
muda de um quarto para o outro é só o layout, pois no quarto para família tem uma
cama de casal e um beliche, e nos demais quartos contém duas camas de solteiro.
47
9.4 Cortes
Edifício Administrativo
Edifício Dormitórios
48
O prédio administrativo está a 50cm de altura do terreno, estando apoiado em
uma construção em concreto que está recuado da fachada para dar a impressão de
que o prédio está flutuando. O prédio tem 3.45m de pé direito e seus sistemas de
laje é o steel deck.
O prédio de dormitórios tem 20.97m total de altura, sendo 4.05m a altura do
semienterrado, 13.82m do piso do térreo à laje do último pavimento mais os 3.09m
do final da laje até a ponta da estrutura. O piso a piso dos pavimentos tem 3.3250m
de altura, do térreo e semienterrado é 3.8521m de altura, e seus sistemas de lajes
também são em steel deck.
9.5 Fachadas
Edifício Administrativo
Edifício Dormitórios
49
Os edifícios têm suas formas bem marcantes, suas estruturas são todas em
aço cortain, propositalmente, para ser o elemento que mais chame atenção na
composição. Quase todas as janelas estão voltadas direto para a fachada, porém as
janelas dos banheiros ficam na lateral recuada para que não interfira na forma do
edifício.
9.6 Cobertura e Estrutura
Cobertura
50
.
Estrutura
Os prédios serão sustentados por um sistema trilítico em aço, no interior será
utilizado o steel deck e as vigas de apoio em perfil I, nas lajes de cobertura será
utilizado o mesmo sistema, porém as lajes serão impermeabilizadas e sombreadas
com argila expandida, e ainda terá um sistema de captação de águas pluviais
através da estrutura. As paredes de fechamento serão em placa cimentícia e as
paredes internas serão em drywall, e algumas fachadas serão em vidro refletivo
temperado. As vigas têm .62cm de altura e a estrutura trilítica é em perfil caixa de
.30 x .30, de eixo a eixo as estruturas estão conectadas as vigas a cada 3.30m de
distância
51
52
9.7 Maquete Eletrônica
Vistas aéreas
53
Fachada Leste
Vista aérea Oeste pegando estacionamento secundário
Vistas Área de lazer e esporte
54
Estacionamento Principal
Estacionamento Secundário
55
Detalhes
56
10. CONCLUSÃO
O mundo tem vivido nos últimos anos, uma das maiores crises de refugiados da
história. Notícias veiculadas em todos os países, mostram como este tema tão atual
está sendo tratado pelos governos dos países de acolhida.
Através das análises e dos estudos feitos sobre as referências bibliográficas,
pesquisas a orgãos de migração e refúgio e ainda ao estado da arte, foi possível, de
foma mais aprofundada, explorar e compreender as questões abordadas, tornando
satisfatório o desenvolvimento de uma solução qualificada para as problemáticas
levantadas inicialmente.
O trabalho, teve como objetivo colocar em primeiro plano o aspecto emocional,
social e econômico da situação do refugiado onde a partir deste ponto foi
desenvolvido o projeto de um centro de acolhimento e integração para refugiados,
que trouxe a problemática de desenvolver um local para resolver a questão do
refugiado que chega a Brasília sem ter onde buscar acolhimento, estando este lugar
pronto para recebe-los com dignidade e segurança os dando apoio em todos
sentidos.
57
11. BIBLIOGRAFIA
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Renovar, 2001.
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