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cerâmica vermelha ESTUDOS DE MERCADO SEBRAE/ESPM 2008 Relatório Completo

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cerâmica vermelha

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R e l a t ó r i o C o m p l e t o

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2008, Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Adelmir Santana

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Paulo Tarciso Okamotto

Diretor - Presidente

Luiz Carlos Barboza

Diretor Técnico

Carlos Alberto dos Santos

Diretor de Administração e Finanças

Luis Celso de Piratininga Figueiredo

Presidente Escola Superior de Propaganda e Marketing

Francisco Gracioso

Conselheiro Associado ESPM

Raissa Rossiter

Gerente Unidade de Acesso a Mercados

Miriam Machado Zitz

Gerente Unidade de Atendimento Coletivo - Indústria

Patrícia Mayana

Coordenadora Técnica

Laura Gallucci

Coordenadora Geral de Estudos ESPM

Helena Oliveto Greco

Coordenadora Carteira de Oleiro Cerâmico

Laura Gallucci/Reynaldo Dannecker Cunha

Pesquisadores ESPM

Laura Gallucci

Revisora técnica ESPM

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Cerâmica Vermelha para Construção: Telhas, Tijolos e TubosRelatório Completo

E S T U D O S D E M E R C A D O S E B R A E / E S P M

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Índice

I. Panorama Atual sobre Mercado de Produtos em Cerâmica Vermelha para ........ Construção (CVPC): Telhas, Tijolos e Tubos ............................................7

1. Introdução............................................................................................8

1.1. Metodologia utilizada..............................................................................................9

2. Histórico da Cerâmica .......................................................................... 10

2.1. No Mundo ........................................................................................................... 102.2. No Brasil ............................................................................................................... 102.3. Definição de Produto Cerâmico ............................................................................ 112.4 A Cerâmica Vermelha ........................................................................................... 13

3. Panorama Atual da Cerâmica Vermelha para Construção (CVPC): Telhas, Tijolos e Tubos. ............................................................................................. 13

3.1. O Setor de Não-Metálicos .................................................................................... 133.2. CVPC .................................................................................................................... 153.2.1. O Mercado Brasileiro e sua Produção .................................................................. 163.3. Origem da Produção ............................................................................................. 183.3.1. Arranjos Produtivos Locais (APLs) ........................................................................223.3.1.1. Estudo de Caso em APL ......................................................................................243.4. Mercado Externo ..................................................................................................253.4.1. Exportação de Produtos Cerâmicos .....................................................................253.4.2. Importação de produtos cerâmicos ......................................................................273.5. Consumo de Cerâmica Vermelha .........................................................................283.5.1 Consumo per Capita ............................................................................................28

4. Cadeia Produtiva ................................................................................. 29

4.1. Elos e Agentes da Cadeia Produtiva .....................................................................314.1.1. Insumos................................................................................................................314.1.1.1. Argila ...................................................................................................................314.1.1.2. Consumo Energético ...........................................................................................324.1.2. Produção ..............................................................................................................334.1.3. Certificação...........................................................................................................344.2. Legislação .............................................................................................................354.2.1. Normas técnicas...................................................................................................354.2.2. Licenciamento Ambiental .....................................................................................374.3. Estruturas de Apoio à Produção de CVPC ...........................................................374.4. Programas e Projetos Nacionais e Estaduais de Interesse do Setor ....................404.4.1. PBQP-H: Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat ..............404.4.2. Projetos SEBRAE .................................................................................................41

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4.5. Produtores ............................................................................................................41

5. Produto .............................................................................................. 42

5.1. Principais Problemas em Relação aos Produtos ...................................................45

6. Preços ............................................................................................... 46

6.1. Preços de Venda ...................................................................................................49

7. Consumidor ........................................................................................ 51

7.1. Análise do Consumidor Brasileiro a partir da Pesquisa de Orçamentos .......... Familiares (POF) ....................................................................................... 527.2. Análise do Consumidor Brasileiro a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) ................................................................................................547.3. Consumidor: Processo de Decisão de Compra ....................................................55

8. Concorrência ...................................................................................... 60

9. Distribuição ....................................................................................... 64

10. Comunicação: Análise sob a Perspectiva das Arenas da Comunicação ........ 66

10.1. Propaganda Tradicional .........................................................................................6710.2. Cadeias de Varejo .................................................................................................6910.3. Moda ....................................................................................................................7010.4. Marketing Esportivo .............................................................................................7010.5. Eventos Promocionais ..........................................................................................7010.6. Varejo Digital, Internet etc. ...................................................................................72

II. Diagnóstico do Mercado de Cerâmica Vermelha ...................................... 74

1. Análise PFOA .................................................................................... 75

2. Tendências de Mercado ........................................................................ 76

3. Estratégia Competitiva para o Setor ....................................................... 76

4. Proposta Estratégica: Realização de Benchmarking do Cimento .................... (Produto Substituto) ............................................................................ 77

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III. Referências ........................................................................................ 81

1. Bibliografia ......................................................................................... 82

2. Sites ................................................................................................. 83

IV. Glossário............................................................................................ 85

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I. Panorama Atual sobre Mercado de Produtos em Cerâmica Vermelha para Construção (CVPC): Telhas, Tijolos e Tubos

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1. Introdução

É aceito como fato que o sucesso e o futuro de uma empresa dependem do nível de aceita-ção dos seus produtos e serviços pelos consumidores, da sua capacidade de tornar acessí-veis esses produtos nos pontos de venda adequados ao mercado potencial - na quantidade e na qualidade desejadas e com preço competitivo - e do grau de diferenciação entre sua oferta de produtos e serviços frente à concorrência direta e indireta.

A análise mercadológica insere-se nesse contexto como um instrumento fundamental para os empresários das micro e pequenas empresas. A dinâmica dos mercados modifica-se continua-mente e as exigências dos consumidores alteram-se e se ampliam na mesma velocidade. A falta de um conhecimento abrangente sobre o ambiente de negócios, a cadeia produtiva do setor de atuação, os mercados atuais e potenciais e os avanços tecnológicos que impactam da produção à comercialização de produtos e serviços pode levar o empresário a perder oportunidades signifi-cativas de negócios, além de colocar em risco não só seu crescimento e sua lucratividade, como a própria sobrevivência da empresa.

A maior parte dos empresários que gerem micro e pequenas empresas não tem uma com-preensão ampla sobre características, desejos, necessidades e expectativas de seus consu-midores e de seus clientes atuais (por exemplo, os inúmeros intermediários que participam da cadeia produtiva entre o produtor e os consumidores finais). Conseqüentemente, esses empresários tendem a desenvolver produtos, colocar preços e selecionar canais de distri-buição a partir de critérios que atendem à sua própria percepção (às vezes, parcial e viesa-da) sobre como deve ser seu modelo de negócios.

Uma identificação mais precisa do perfil dos clientes e consumidores atuais e potenciais, bem como dos meios e das ferramentas que podem ser utilizadas para atingir (fisicamente) e atender esses mercados ajudam o empresário a concentrar seus investimentos, suas ações e seus esforços de marketing e vendas nos produtos/serviços, mercados, canais e instrumentais que lhe garantam maior probabilidade de aceitação, compra e, principalmente, fidelização de consumidores. Esta é, indiscutivelmente, uma das principais razões do sucesso das empresas de qualquer porte.

As tendências e as ações apresentadas neste conjunto de estudos fornecem elementos nor-teadores ao empresário com dois objetivos principais:

no curto prazo, apontar caminhos �quase prontos� para detectar, adaptar-se e atender às demandas de novos mercados, novos canais de distribuição e novos produtos, sempre vi-sando agregar valor à sua oferta atual � valor este definido a partir dos critérios do merca-do, e não do empresário.

no médio e longo prazo, pela sua familiarização com o uso dos instrumentos apresen-tados e com a avaliação dos resultados específicos dos vários tipos possíveis de ação, o empresário estará habilitado a aumentar a sua própria capacidade de detecção e análi-se de novos mercados, novos canais de distribuição e novos produtos com maior valor agregado, acompanhando a evolução do ambiente de negócios (inclusive em termos tec-nológicos), de forma a melhorar, cada vez mais, a qualidade de suas decisões com foco estratégico de médio e longo prazo.

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O empresário, tendo as informações destes estudos como suporte, será capaz de descorti-nar cenários futuros e de antecipar tendências que o auxiliarão a definir suas estratégias de atuação, tanto individuais quanto coletivas.

Além de informações detalhadas sobre consumidores, é fundamental que o empresário tenha levante, sistematicamente, informações sobre os concorrentes e seus produtos, o am-biente econômico regional e nacional e as políticas governamentais que possam afetar o seu negócio. Assim, antes de estabelecer estratégias de marketing ou vendas, é preciso que o empresário busque acesso a informações confiáveis sobre o mercado em que atua, seja em nível nacional, regional e local.

A informação consistente, objetiva e facilmente encontrada é uma necessidade estratégica dos empresários. A competitividade do mercado exige hoje o acesso imediato a informa-ções relevantes que auxiliem a tomada de decisões empresariais. Com esse conjunto de es-tudos, o SEBRAE disponibiliza um relatório abrangente sobre diferentes setores, com forte foco na análise mercadológica e que visa suprir as carências do empreendedor em relação ao conhecimento atualizado do mercado em que atua, seus aspectos críticos, seus nichos não explorados, tendências e potencialidades.

Esta Análise Setorial de Mercado é mais uma das ferramentas que o SEBRAE oferece aos empresários de micro e pequenas empresas para que possam se desenvolver, crescer e lucrar com maior segurança e tranqüilidade, apoiados em informações que possibilitam a melhoria na qualidade da tomada de decisões gerenciais.

As informações contidas no conjunto de relatórios foram obtidas, primordialmente, por meio de dados secundários, em âmbito regional e nacional, com foco no mercado interno. Cada relatório disponibiliza para as MPEs atuantes no segmento estudado:

informações de qualidade sobre oferta, demanda, estrutura de mercados, cenários e tendências;

identificação de pontos fortes e fracos e das principais oportunidades e ameaças que se delineiam para cada setor;

proposições de ações estratégicas que visam ampliar a visão estratégica do empresário sobre seu negócio e, sobretudo, apontar caminhos para a agregação de valor aos produtos e serviços atualmente comercializados por essas empresas.

1.1. Metodologia utilizada

De forma sintética, o estudo foi desenvolvido de acordo com o seguinte processo metodológico:

predominância de pesquisas documentais (ou seja, via dados secundários), coletados •junto a diversas fontes públicas, privadas, de caráter nacional, regional ou local, sem-pre obtidas de maneira ética e legal;

para complemento, correção e confirmação dos dados obtidos por via secundária, e na •medida da disponibilidade para colaborar por parte de acadêmicos, experts e profissionais dos respectivos setores, foram realizadas pesquisas qualitativas (por telefone e/ou e-mail).

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Para tornar transparente a origem das informações contidas nos relatórios, todas as fontes pri-márias e secundárias consultadas são adequadamente identificadas no capítulo Referências.

2. Histórico da Cerâmica

2.1. No Mundo

Estudos arqueológicos indicam a ocorrência de utensílios cerâmicos a partir do período Pré-neolítico (25000 a.C.) e de materiais de construção, como tijolos, telhas e blocos, por volta de 5000 a 6000 a.C.

Segundo pesquisa da Faculdade de Tecnologia de Lisboa, peças cerâmicas elaboradas com argila datam de 4000 a.C., elaboradas com formas bem definidas, mas utilizando processo que não contemplava o cozimento das mesmas.1 Datam também dessa mesma época os indícios da utilização de tijolos na construção, fabricados na Mesopotamia.

Os primeiros tijolos queimados datam de 3000 a.C., cuja aplicação estava voltada aos reves-timentos externos e muros de proteção, apesar da técnica ter se desenvolvido séculos antes, especialmente na queima de utensílios domésticos. E entre 1600 e 1100 a.C. foram encontra-dos, onde ficava localizada a Babilônia, alguns exemplares de tijolos queimados.

Em 430 a.C. foram encontradas telhas na Grécia, além de indícios de sua utilização na Chi-na e Japão por volta do mesmo período.

Alguns anos depois, em torno de 280 a.C., identifica-se a utilização, por parte dos Roma-nos, da utilização de barro cozido para construção de telhados, assim como para fabricação de divindades, objetos ornamentais e artefatos utilitários. A atividade foi aprimorando-se e, por volta do século I a.C., começa a revelar evolução na qualidade proveniente da tecno-logia produtiva empregada resultando peças de maior valor estético e monetário.

2.2. No Brasil

No Brasil, há mais de 2000 anos, antes mesmo da descoberta do Brasil, existia no país a ativida-de de fabricação de cerâmicas, representada por potes, baixelas e outros artefatos cerâmicos.2

A cerâmica mais elaborada foi detectada na Ilha de Marajó; do tipo marajoara, tem sua origem na avançada cultura indígena da Ilha. Entretanto, estudos arqueológicos indicam que a presen-ça de uma cerâmica mais simples ocorreu na região amazônica, há mais de 5000 anos atrás.

1 Fonte: SANTOS, Cláudia de Souza. A indústria cerâmica em Barra Bonita (SP) e suas relações com a Usina Hidrelétrica de Bariri: panorama e perspectiva. 2003. Dissertação (Mestrado em Geociências) – Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Campinas, 2003. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/document/?down=vtls000295535>. Acesso em: 2 mar. 2007.2 Fonte: ACERTUBOS (Associação Latino Americana dos Fabricantes de Tubos Cerâmicos). A história da cerâmica. Site institucional. Tambaú (SP), sd. Disponível em: http://www.acertubos.com.br/hist.htm>. Acesso em: 2 mar. 2007.

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No que tange à cerâmica vermelha, as escassas e imprecisas informações referem-se à uti-lização no período Colonial, a partir de técnicas de produção rudimentares introduzidas pelos jesuítas, que necessitavam de tijolos para construção de colégios e conventos.

A partir de 1549, com a chegada de Tomé de Sousa ao país, é estimulada a produção mate-rial de construção para o desenvolvimento de cidades mais bem planejadas e elaboradas.

Em 1575 há indícios do uso de telhas na formação da vila que viria a ser a cidade de São Paulo/SP. E foi a partir desse estímulo que começa a se desenvolver a atividade cerâmica de forma mais intensa, sendo as olarias o marco inicial da indústria em São Paulo. Com maior concentração nas últimas décadas do século XIX, a produção nas olarias se dava por meio de processos manuais, e em pequenos estabelecimentos, e tinham como produto final tijolos, telhas, tubos, manilhas, vasos, potes e moringas, os quais eram comercializados localmente.

A primeira grande fábrica de produtos cerâmicos do Brasil foi fundada em São Paulo, em 1893, por quatro irmãos franceses, naturais de Marselha, com o nome de Estabelecimentos Sacoman Frères, posteriormente alterado para Cerâmica Sacoman S.A., a qual encerrou suas atividades em 1956. O nome das telhas conhecidas por “francesas” ou “marselhesas” é devido à origem destes empresários.3

Nos últimos anos do século XIX e início do XX houve um processo de especialização nas empresas cerâmicas, o que gerou uma separação entre olarias (produtoras de tijolos e telhas) e “cerâmicas” (produtoras de itens mais sofisticados, como manilhas, tubos, azulejos, louças, potes, talhas etc.).

2.3. Definição de Produto Cerâmico

Para classificar um produto cerâmico4 deve-se levar em consideração o emprego dos seus produtos, natureza de seus constituintes, características texturais do biscoito (massa base), além de outras características cerâmicas, técnicas e econômicas.

A tabela abaixo relaciona os setores cerâmicos, bem como seus produtos e as respectivas matérias-primas utilizada e processo de fabricação.

Nesse sentido, a partir da matéria-prima utilizada identificam-se as cerâmicas tradicionais (ou silicáticas) de base argilosa, tais como: cerâmica estrutural ou vermelha, cerâmica bran-ca e de revestimentos.

3 Fonte: ABC (Associação Brasileira de Cerâmica). Anuário brasileiro de cerâmica. São Paulo, 1979, p. 53.4 Cerâmica = do grego κκκκμκκ — “argila”

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Tabela 1 - Principais setores cerâmicos, matérias-primas e processo de fabricação

Classificação

Produto

Matéria-prima

Mo

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em

via

seca Processo

de Temperatura de

Queima (°C)

Tip

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Grupo**/ Setor

Não -Plástica

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) 1Cerâmica Vermelha

Blocos, lages

P P

Telha P O P P

Agregado leve

P O P

2Cerâmica Branca

Grês Sanitário

P S P O S O P

Porcelana Mesa

P P P P S S O

Porcelana Eletr.

P P P P S S O

Faiança P O S S S P S P P

3Revesti-mentos

Pisos Rústicos

P O P

Pisos via Seca

P P P

Azulejo P P O S S P P

Piso Gresificado

O P S S P O S P O P

Grês Porcelânico

P S P O S O P P

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4 Refratários O O P

5 Isolantes O O P

6 Especiais O P

7 Cimento S P S O P

8 Vidro S P P

P = Processo ou composição principal (> 20 %)

S = Processo ou composição segundária (< 10%)

O = Processo ou composição ocasional

Fonte: MOTTA, José Francisco Marciano; ZANARDO, Antenor; CABRAL JÚNIOR, Marsis. As matérias-primas cerâmicas: parte I – o

perfil das principais indústrias cerâmicas e seus produtos. Cerâmica Industrial, São Carlos, v.6, n.2, mar./abr., 2001.5

Nota: (*) e (**) Classificação de Schuller & Henniche; (***) O feldspato (ou concentrado de feldspato) é usado apenas nas porcelanas

e, eventualmente, no grês porcelânico, enquanto que nos demais produtos são utilizadas rochas feldspáticas.

5 Fonte: MOTTA, José Francisco Marciano; ZANARDO, Antenor; CABRAL JÚNIOR, Marsis. As matérias-primas cerâmicas: parte I – o perfil das principais indústrias cerâmicas e seus produtos. Cerâmica Industrial, São Carlos, v.6, n.2, mar./abr., 2001. Disponível em: <http://www.ceramicaindustrial.org.br/pdf/v06n02/v6n2_4.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2007.

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2.4 A Cerâmica Vermelha

Os produtos da cerâmica vermelha caracterizam-se pela cor vermelha de seus produtos, representados por tijolos, blocos, telhas, tubos, lajes para forro, lajotas, vasos ornamentais, agregados leve de argila expandida e outros.

No caso específico desse estudo será dada atenção a três dos principais itens acima citados, quais sejam, tijolos, telhas e tubos.

No que se refere à matéria-prima, o setor de cerâmica vermelha utiliza basicamente argila comum, em que a massa é tipo monocomponente - só argila - e pode ser denominada de simples ou natural.6

A massa ideal é obtida, em geral, com base na experiência acumulada, visando uma com-posição ideal de plasticidade e fusibilidade, facilitando o manuseio e propiciando resistên-cia mecânica durante a queima.

3. Panorama Atual da Cerâmica Vermelha para

Construção (CVPC): Telhas, Tijolos e Tubos.

3.1. O Setor de Não-Metálicos

Antes da avaliação específica da CVPC, é importante considerar o setor no qual a mesma se insere, qual seja, o de não-metálicos.

Esse setor é composto por cimento, cerâmica vermelha, cerâmica de revestimento, vidro e cal que, juntos, correspondem a mais de 90% da produção, do consumo, do faturamento e do emprego total do setor; louças sanitárias, louças de mesa, refratários, colorifícios e ges-so, que correspondem ao restante (menos de 10%).

6 Fonte: MOTTA, 2001, op. cit. Continua

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Tabela 2 - O setor de transformação de não-metálicos em grandes números

INDICADORES 2004 20052005 x 2004

(em %)

PRODUÇÃO (em milhões/toneladas – Mt) 112 183 62,9 (1)

CONSUMO APARENTE (em milhões/toneladas – Mt)

112 181 62,1 (1)

FATURAMENTO (em bilhões de US$) 9,42 11,47 20,7 (1)

PIB SETORIAL (em bilhões de US$) 7,23 7,77 7,5

PARTICIPAÇÃO NO PIB NACIONAL (em %) 0,93 0,97 -

EXPORTAÇÕES (em bilhões de US$) 0,83 0,92 10,8

PARTICIPAÇÃO NAS EXPORTAÇÕES (em %) 0,86 0,78 -

IMPORTAÇÕES (em bilhões de US$) 0,36 0,41 13,9

PARTICIPAÇÃO NAS IMPORTAÇÕES (em %) 0,57 0,56 -

SALDO DA BALANÇA COMERCIALDOS NÃO METÁLICOS (em bilhões de US$)

0,47 0,51 8,5

Fonte: Adaptado de MME (Ministério de Minas e Energia). SGM (Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.

Anuário estatístico do setor de transformação de não-metálicos. Brasília, 2006.7

Tabela 3 – Consumo aparente per capita dos principais produtos não-metálicos – Brasil (1995/2005) e mundo (2005)

1995Brasil

2000Brasil

2002 Brasil

2003 Brasil

2004 Brasil

2005 Brasil

2005 Mundo

CIMENTO (em kg/hab) 179 230 215 189 188 194 332

CERÂMICA DE REVESTIMENTO (em m2/hab)

1,64 2,31 2,59 2,35 2,47 2,40 (1) 1,15

CERÂMICA VERMELHA (em peças/hab)

nd (4) 176 169 167 nd (4) 345 (2) nd (4)

VIDRO (em kg/hab) 10,5 11,4 11,4 11,5 12,6 12,4 (3) 20

Fonte: Adaptado de MME/SGM, 2006, op. cit.

Nota: (1) Desse total, estima-se que 67% correspondam a pisos, 26% a revestimento de paredes, 5% a porcelanato e 2% a

revestimento de fachadas; (2) Desse total, estima-se que 75% correspondam a blocos e tijolos e 25% a telhas; (3) Desse total,

estima-se que 31% correspondam a embalagens, 13% a vidros domésticos, 29% a vidros técnicos e 27% a vidros planos; (4) nd:

dado não disponível.

Observação: Para se chegar ao cálculo per capita, estima-se que o peso médio de uma peça de cerâmica equivale a 2 kg e que 1 m3

de cerâmica de revestimento equivale a 13 kg.

7 Fonte: MME (Ministério de Minas e Energia). SGM (Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. Anuário estatístico do setor de transformação de não-metálicos. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do;jsessionid=0BEB3FD068CFD6C774F060AE2E249F0D?channelId=45>. Acesso em: 20 maio 2007.

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Tabela 4 - Consumo energético do setor de transformação de não-metálicos: total e produtos cimento e cerâmicas - em 1000 tep (1)

1995 2000 2002 2003 2004 2005

CIMENTO 2.357 3.363 3.132 2.808 2.648 2.799

CERÂMICAS (todos os tipos) 2.521 3.068 3.057 3.126 3.215 3.423

TOTAL DO SETOR DE NÃO METÁLICOS NÃO METÁLICOS 4.878 6.431 6.189 5.934 5.863 6.222

BRASIL 169.622 178.152 182.030

PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE NÃO-METÁLICOS

NO TOTAL BRASIL (em %)3,56 4,08 3,74 3,50 3,29 3,42

Fonte: Adaptado de MME/SGM, 2006, op. cit.

Nota: (1) tep = toneladas equivalentes de petróleo, onde 1 tep = 41,87 x 1 bilhão J = 10 x 10 bilhões cal = 11,63 MWh.

Em 2005, a energia para a produção de cimento originou-se das seguintes fontes: 67% de coque de petróleo, 12,3% de eletricidade, 8,9% de carvão vegetal e 11,6% de outras fontes.

No mesmo ano, a matriz energética para a produção de cerâmica (todos os tipos) estava assim distribuída: 48% de lenha, 26% de gás natural, 7,9% de eletricidade e 10,3% de outras fontes.

3.2. CVPC

Os dados sobre o setor de cerâmica no Brasil apresentam divergência entre as principais associações representativas.

A ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica) aponta que o mercado conta com cerca de 5.500 empresas entre cerâmicas e olarias, sendo responsável por mais de 400 mil empregos diretos, 1,25 milhões indiretos e gerando um faturamento anual de R$ 6 bilhões (4,8% do faturamento da indústria da construção civil).8

Por outro lado, a ABC (Associação Brasileira de Cerâmica) contabiliza, especificamente para a cerâmica vermelha, a existência de 11.000 empresas de pequeno porte distribuídas pelo País, em-pregando cerca de 300 mil pessoas, e gerando um faturamento da ordem de R$ 2,8 bilhões.9

O fato da existência de informações divergentes liga-se a um grande problema que permeia toda a cadeia da Construção Civil no Brasil, qual seja o índice de informalidade. Um estudo realizado pela UNC (União Nacional da Construção)10 em agosto de 2006 revelou que, dos R$37,85 bilhões de Valor Adicionado ao PIB nacional, 22,5% vieram da atividade informal.

8 Fonte: ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica). Site institucional. Rio de Janeiro, sd. Disponível em: < http://www.anicer.com.br/>. Acesso em: 17 mar. 2007.9 Fonte: ABC (Associação Brasileira de Cerâmica) apud IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). Imprensa: notícia – qualidade na cerâmica vermelha. São Paulo, 15 maio 2008. Disponível em: < http://www.ipt.br/institucional/imprensa/noticias/?ID=885>>. Acesso em: 16 maio 2008.10 Fonte: UNC (União Nacional da Construção). A construção do desenvolvimento sustentado: a importância da construção na vida econômica e social do país. São Paulo, ago. 2006. 34 p. Disponível em: < http://www.sindusconsp.com.br/especiais/Uniao_nacional_construcao/doc_unc.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2007.

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A despeito dessas inconsistências, dada a existência de várias empresas pulverizadas no mercado nacional, a principal convergência em relação às empresas que produzem cerâ-mica vermelha é o fato de serem, em sua maioria, de micro, pequeno e médio portes que, segundo dados do SEBRAE, utilizam processos produtivos tradicionais.

Como esforço para reverter este quadro, vários empresários passaram a investir em novas tecnologias, capacitação da mão-de-obra e melhoria da qualidade dos produtos a fim de sobreviver em um mercado altamente competitivo.

3.2.1. O Mercado Brasileiro e sua Produção

Conforme citado anteriormente, o mercado nacional carece de informações exatas, que proporcionariam maior capacidade de avaliação e de realização de ações adequadas ao desenvolvimento do setor.

De qualquer forma, os dados disponíveis publicados oferecem uma ordem de grandeza sobre o segmento, além de um acompanhamento sobre a evolução do mesmo.

Além disso, em função da relevância da fonte, serão adotados os dados da ANICER/ABC como os mais representativos para essa análise.

Nesse sentido, pode-se verificar que em 2005 foram produzidas 63,6 bilhões de peças, das quais 75% foram blocos/tijolos. A produção total aponta um crescimento de mais de 113% em relação a 2004 (crescimento por produto: tijolos/blocos (90,5%) e telhas (239%).

Quanto aos tubos, foi possível identificar dados da Associação Latino-Americana de Fabri-cantes de Tubos Cerâmicos (ACERTUBOS), disponíveis na análise da ANICER, estimando a produção em 2005 em 3.906 km/ano (valor alcançado por 10 empresas do setor).

Tabela 5 - Produção brasileira de cerâmica vermelha (em bilhões de unidades)

Produtos 2001 2002 2003 2004 2005

Blocos/Tijolos 25,5 25,2 25,2 25,2 48,0

Telhas 4,6 4,6 4,6 4,6 15,6

Total 30,1 29,8 29,8 29,8 63,6

Fonte: ANICER (Associação Nacional da Indústria Cerâmica). Site institucional. Rio de Janeiro, sd.

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Tabela 6 - Produção brasileira de cerâmica vermelha (em bilhões de unidades/km)

Nº Empresas Aproximado

% Aproximado por Área

Produção/Mês (Nº de Peças)

Consumo-Ton/Mês (Matéria Prima: Argila)

Blocos / Tijolos 3600 63% 4.000.000.000 7.800.000

Telhas 1900 36% 1.300.000.000 2.500.000

Tubos 12 0,1% 325,5 Km* -

Fonte: ANICER, sd, op. cit.

Nota: (*) Produção apontada pela Associação Latino Americana de Fabricantes de Tubos Cerâmicos (ACERTUBOS), considerando o

número de 10 empresas, responsáveis pela fabricação de 3.906 km/ano.

Considerando-se os dados do IBGE, baseado no mercado formal de 2005 (uma vez que pouco mais de 1200 empresas geraram informação à Pesquisa Industrial de 2005), tem-se uma visão mais focada do mercado.

A produção de tijolos foi de cerca de 2,8 bilhões de unidades e a de blocos, em torno de 63 milhões de unidades; a produção de telhas foi de mais de 1,6 bilhões (superior aos dados apontados anteriormente) e a de tubos atingiu quase 44 mil t - ou o equivalente a 43 mil km³ ou 3,5 mil km lineares.

Quanto ao faturamento alcançado, a pesquisa revelou um valor bastante inferior ao esti-mado pela ANICER/ABC, que é de R$803 milhões.

Tabela 7 - Produção e vendas dos produtos e/ou serviços industriais, segundo classe de atividade e descrição dos produtos – Brasil 2005

Código

Classe de atividades e

descrição dos produtos

Número de

Produto Vendas

Valor1 000

R$

Valor 1 000

R$

2641.0060 Telhas de cerâmica Mil 404 1 638 101 311 7551 582 003

295 150

2641.0070Tijolos de cerâmica

para construçãoMil 624 2 760 408 388 236

2 680 993

371 713

2641.0080

Tijolos perfurados, tapa-vigas,

tapa-traves, tijolos de revestimento, etc., de cerâmica

Mil 165 629 956 88 669 577 785 83 970

2641.0090

Tubos, canos, calhas e outros acessórios para canalização, de

cerâmica

kg 1143 727

84314 145

42 468 923

14 312

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Fonte: Reproduzido de IBGE. Pesquisa industrial anual (PIA) produtos 2005. Rio de Janeiro, 2005.11

3.3. Origem da Produção

As argilas de queima vermelha ou argilas comuns são as que mais se destacam entre as substâncias minerais, em função do volume de produção e do maior consumo, sendo espe-cialmente utilizadas na produção de cerâmica vermelha e de revestimento.

Por se tratar de matérias-primas de baixo valor unitário, os produtores consideram inviá-vel o transporte a grandes distâncias, condicionando a instalação de unidades industriais cerâmicas o mais próximo possível das jazidas.

As reservas de argila para cerâmica vermelha são de grande porte e distribuem-se por praticamente todas as regiões do país, sendo que essa matéria-prima representa entre 40 a 50% das substâncias minerais produzidas no país.

De forma geral, a localização das cerâmicas é determinada por dois fatores principais, quais se-jam, a proximidade das jazidas (em função do volume de matéria-prima processada e da necessi-dade de transporte desse grande volume e peso) e a proximidade dos mercados consumidores.

Conforme Bustamante e Bressiani, 12 assim é descrita a atividade e seus limitadores geográficos:

“Movimenta ao redor de 60.000.000 de toneladas de matérias primas ao ano, com reflexos nas vias de transportes, e no meio ambiente de lavra de argila.

Seu raio médio de ação quanto ao envio dos produtos está nos 250 km, a partir do qual o transporte inviabiliza. Para as telhas o alcance é maior podendo estar nos 500 km havendo casos de 700 km para telhas especiais.” (BUSTAMANTE e BRESSIANI, 2000, p. 31)

Uma avaliação sobre os dados de 2005 disponíveis no banco de dados SIDRA (IBGE)13 revelou que, entre as várias empresas produtoras de produtos cerâmicos (o que inclui as cerâmicas vermelhas), a maioria se concentra na região SE (41,7%), seguida pela S (30,2%) e NE (15,7%).

11 Fonte: IBGE. Pesquisa industrial anual (PIA) produtos 2005. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=894> Acesso em: 02 fev. 2007.12 Fonte: BUSTAMANTE, Gladstone Motta; BRESSIANI, José Carlos. A indústria cerâmica brasileira. Cerâmica Industrial, São Carlos, v.5, n.3, maio/jun., 2000. Disponível em: <http://ceramicaindustrial.org.br/search.php?f=2&search=a+cer%E2mica+industrial&match=2&date=0&fldsubject=1#>. Acesso em: 17 mar. 2007.13 Fonte: IBGE. SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática). Banco de dados agregados. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: < http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?z=p&o=1&i=P>. Acesso em: 20 fev. 2008.

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Tabela 8 - Dados gerais das empresas por faixas de pessoal ocupado total, segundo seção, divisão e grupo da classificação de atividades, em nível Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação da sede da empresa – 2005

Variável = Número de empresas (Unidade)

Classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) = 26.4 Fabricação de produtos cerâmicos

Faixas de pessoal ocupado = Total

Ano = 2005

Brasil, Região e UF

Brasil 12.218

Norte 579

Rondônia 97

Acre 53

Amazonas 59

Roraima 13

Pará 207

Amapá 26

Tocantins 124

Nordeste 1.915

Maranhão 166

Piauí 88

Ceará 486

Rio Grande do Norte 285

Paraíba 125

Pernambuco 198

Alagoas 39

Sergipe 93

Bahia 435

Sudeste 5.095

Minas Gerais 1.609

Espírito Santo 138

Rio de Janeiro 332

São Paulo 3.016

Sul 3.695

Paraná 1.109

Santa Catarina 1.116

Rio Grande do Sul 1.470

Centro-Oeste 934

Mato Grosso do Sul 194

Mato Grosso 229

Goiás 496

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Distrito Federal 15Fonte: Reproduzido de IBGE. SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática). Banco de dados agregados. Rio de Janeiro, 2008.

Reconhecendo-se, portanto, que as regiões Sudeste e Sul juntas representam cerca de 72% das empresas cadastradas - além de serem as áreas de maior produção nacional - pode-se

identificar os principais pólos produtivos.

Figura 1 – Principais pólos de cerâmica vermelha em alguns estados do Sul/Sudeste

Fonte: Reproduzido de TANNO, Luiz Carlos; MOTTA, José Francisco Marciano. Panorama setorial: minerais industriais. Cerâmica

Industrial, São Carlos, v.5, n.3, maio/jun., 2000.14

Outro indício que revela a existência dos pólos produtores de cerâmica vermelha liga-se,

14 Fonte: TANNO, Luiz Carlos; MOTTA, José Francisco Marciano. Panorama setorial: minerais industriais. Cerâmica Industrial, São Carlos, v.5, n.3, maio/jun., 2000. Disponível em: <http://ceramicaindustrial.org.br/search.php?f=2&search=motta&match=2&date=0&fldauthor=1&fldsubject=1#>. Acesso em: 17 mar. 2007.

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mais uma vez, ao local de existência dos produtores de matéria-prima. No caso da argila

vermelha, a partir de uma visão nacional, baseada em um estudo de maio/2000, identifica-se que os principais estados produtores são São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, como demonstra a figura a seguir.

Figura 2 – Regiões produtoras de minerais industriais cerâmicosFonte: Reproduzido de TANNO, 2000, op. cit.

Mais recentemente (2006), um artigo publicado pela revista Cerâmica Industrial15 apontou que, conforme dados da CETESB, a existência de cerca de 1.639 licenças expedidas para operações de empresas do setor cerâmico em São Paulo. Esse número, mais uma vez, não representa a totalidade das empresas ativas, mas serve como referência para o dimensio-namento qualitativo e o mapeamento dos principais clusters de produtores cerâmicos no estado de São Paulo. Os destaques regionais referem-se principalmente aos municípios de Tambaú, Panorama, Itu, Tatuí e Barra Bonita, seguidos pelos municípios de Vargem Gran-de do Sul, Ourinhos, Jaboticabal, Campinas e Conchas.

No que se refere ao estado do RJ, destaca-se o papel das indústrias cerâmicas localizadas na região de Campos, que geram cerca de R$ 168 milhões por ano, com uma produção es-timada de 75 milhões de peças por mês. O Pólo de Campos é o segundo maior produtor de tijolos do Brasil, cuja produção é, basicamente, vendida para os mercados do Grande Rio,

15 Fonte: CABRAL JR., Marsis et al. Arranjos Produtivos Mínero-Cerâmicos e o Desenvolvimento Econômico: Caso do APL de Socorro – SP. Cerâmica Industrial, São Carlos, v. 11, n. 2, mar./abr., 2006. Disponível em: <http://www.ceramicaindustrial.org.br/pdf/v11n02/v11n2a04.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2007.

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Sul Fluminense, Zona da Mata Mineira e Espírito Santo.16

Não foram identificados dados atualizados compatíveis aos de São Paulo e Rio de Janeiro para os demais estados das regiões SE, S e NE.

3.3.1. Arranjos Produtivos Locais (APLs)

Um estudo realizado pela FIESP17 em 2004 identificou a existência de diversos arranjos produtivos locais de materiais para a construção civil (vide tabela à frente).

A partir da visualização dos exemplos, é possível constatar que a grande maioria das em-presas que deles fazem parte é de micro, pequeno e médio porte.

Entre os principais problemas detectados, pode-se citar a dificuldade de acesso ao crédito (seja para giro ou para investimento), a falta de capacitação técnica e gerencial, a ausência de mão-de-obra qualificada e a dificuldade de acesso aos mercados mais dinâmicos, entre outros.

Tabela 9 - Alguns arranjos produtivos locais em materiais de construção

LocalizaçãoPrincipais

produtos

Nº Empresas/

Empregados

Principais

mercadosVantagem competitiva Diagnóstico

AP Tijolos 40 empresas Local -

Dificuldade para transporte de

matérias-primas e do produto

acabado; ausência de centro

tecnológico e de laboratório

dificulta difusão de novas

tecnologias

Abaetetuba

– PA

Telhas e

tijolos

462 (maioria

pequenas

empresas)

LocalAbundância e qualidade

da matéria-prima

Falta de capital de giro, escala de

produção e acesso a linhas de

crédito para aquisição de máquinas

e equipamentos; baixo grau de

instrução dos produtores; alto grau

de informalidade das empresas

Igarapé-

Mirim – PA

Telhas e

tijolos

360 (maioria

microempresas)Local

Abundância de

matéria-prima

Falta de acesso a linhas de crédito

para aquisição de máquinas e

equipamentos; baixo grau de

instrução dos produtores; alto grau

de informalidade das empresas;

inexistência de canais específicos

de disponibilização de informações

sobre o setor

Região Sul

– MS

Telhas e

tijolos

50 (entre

pequenas e

médias)

Local -

Não existe infra-estrutura para

capacitação de profissionais

empregados são treinados na

empresa; falta capital próprio para

investir no aumento da produção

Vale do Rio

Tijucas

– SC

Telhas e

tijolos

118 empresas,

1650

empregados

Nacional -Dificuldade para a formação de

parcerias

16 Fonte: RAMOS, Izabel de Souza; ALVES, Maria da Glória; ALEXANDRE, Jonas. Diagnóstico do Pólo Cerâmico de Campos dos Goytacazes – RJ. Cerâmica Industrial, São Carlos, v. 11, n. 1, jan./fev, 2006. Disponível em: < http://www.ceramicaindustrial.org.br/pdf/v11n01/v11n1a05.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2007.17 Fonte: FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Agenda de política para a cadeia produtiva da construção civil. Referências FIESP, 7, São Paulo, set. 2004. 71 p. Disponível em: < http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/economia/referencias7.pdf>. Acesso em: mar. 2007.

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ACTijolos, telhas

e pisos

42 empresas

594 empregadosEstadual Mão-de-obra barata

Baixo nível tecnológico;

inadequação à legislação ambiental

Tambaú

– SP

Telhas, tijolos,

lajes, tubos e

conexões de

cerâmica

96 empresasLocal,

Regional

Presença de mão-de-

obra com

conhecimentos tácitos

Equipamentos defasados; falta de

adequação técnica das

mineradoras de argila

Porto

Ferreira

– SP

Telhas, tijolos

e lajes182 empresas Nacional

Atuais ações coletivas

com o objetivo de

melhorar a massa

cerâmica, a utilização da

energia e o design dos

produtos

-

Criciúma

– SC

Cerâmica de

revestimento

34 (3 grandes,

10 médias)

Nacional,

Internacional

Constante

aprimoramento da

mão-de-obra; existência

de centro de pesquisa e

cooperação entre os

produtores

Capacidade inovativa limitada;

ausência de produção de design;

vulnerabilidade financeira das

empresas; fraco suporte do

governo local

Santa

Gertrudes

– SP

Cerâmica de

revestimento

45 (9 grandes,

18 médias)

Nacional,

Internacional

Lento crescimento do

mercado interno

Capacidade inovativa limitada;

produção de argila não atingiu

padrões internacionais; ausência

de produção de design

Pedreira

– SP

Cerâmica para

produção de

porcelana para

isolantes

elétricos

191 empresas e

2188

empregados

Nacional,

Internacional

Economias de

aglomeração externa às

empresas

Concorrência de produtos

substitutos

Crisciúma

– SC

Tubos e

conexões

PVC,

embalagens

226 empresas e

19 mil

empregados

Nacional,

InternacionalCusto e qualidade -

PR

Plásticos para

embalagens e

para o setor

de construção

civil

3541 empresas

e 8974

empregados

Nacional,

Estadual- -

ABC - SP

PVC e isopor

para o setor

de construção

civil

487 empresas,

19000

empregados

Nacional,

Estadual,

Internacional

Diversificação,

conhecimento técnico e

empresarial acumulado

As empresas não conseguem

sobreviver com linha de produção

própria, tendo ampliado ou

implantado linhas de produção sob

encomenda e/ou na forma de

subcontratação

Fonte: Reproduzido de FIESP. Agenda de política para a cadeia produtiva da construção civil. Referências FIESP, 7, São Paulo, set.

2004, p. 43.18

Vale destacar que uma grande parte dos APLs refere-se ao segmento de cerâmica ver-melha, o qual produz materiais que geram significativos índices de insatisfação em seus clientes e que, portanto, mereceria uma ação coordenada na cadeia produtiva, envolvendo as empresas de construção civil e seus fornecedores, com vista à capacitação produtiva, técnica e gerencial dessas empresas.

18 Fonte: Reproduzido de FIESP. Agenda de política para a cadeia produtiva da construção civil. Referências FIESP, 7, São Paulo, set. 2004, p. 43. Disponível em: < http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/economia/referencias7.pdf>. Acesso em: dez. 2007.

LocalizaçãoPrincipais

produtos

Nº Empresas/

Empregados

Principais

mercadosVantagem competitiva Diagnóstico

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3.3.1.1. Estudo de Caso em APL19

Para melhor ilustrar a realidade de um APL do setor, bem como as oportunidades para ações coordenadas dentro da cadeia produtiva, será apresentado o exemplo que se segue.

Estudo de caso: APL de cerâmica vermelha de Vargem Grande do Sul – SP*

“Em 2002, Fiesp e Sebrae-SP assinaram convênio para o desenvolvimento de projetos de arran-jos produtivos locais. Após mapeamento dos APLs existentes no estado de São Paulo, foram se-lecionados quatro deles para a implementação da parceria: Limeira (semi-jóias), Mirassol (mó-veis), Vargem Grande do Sul (cerâmica vermelha) e Ibitinga (artigos de cama, mesa e banho).

O APL de cerâmica vermelha de Vargem Grande do Sul é composto por 45 empresas com 600 trabalhadores e faturamento mensal que chega a US$ 2 milhões. Participam do projeto-piloto 15 empresas com 250 trabalhadores, que desde setembro de 2003 contam com asses-soria especializada nas áreas de tecnologia e de gestão de negócios.

O projeto identificou que a maioria dessas empresas apresenta problemas na qualidade dos produ-tos e na homogeneidade das matérias-primas, pouco uso de normas técnicas e baixa qualificação da mão-de-obra, afetando a produtividade e, conseqüentemente, a competitividade do APL. Além da realização de um diagnóstico aprofundado sobre a situação atual do APL, o projeto permitiu a iden-tificação e discussão de soluções para os problemas, que resultaram em um conjunto de propostas de ação para aumentar a competitividade do arranjo, dentre as quais, destacam-se: (i) estudo geoló-gico de matérias-primas, (ii) implantação de uma mineradora comum, (iii) instalação de laboratório de ensaios, (iv) introdução de silo de armazenagem para massa preparada, e (v) divulgação de Var-gem Grande do Sul e região como centro produtor de cerâmica. Além dessas medidas, uma série de iniciativas de marketing foi sugerida, tais como a organização de feira anual no município, a criação de um selo de conformidade e marca dos produtos locais, a utilização de novos canais de divulga-ção dos produtos (internet) e a instituição de um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor).

Avaliação dos Resultados do Projeto

Gestão e Tecnologia Mercado

Melhor conhecimento da empresa 8,3Melhor análise da carteira de clientes e

performance7,4

Redução de perdas 7,4Identificação de novas oportunidades

de mercado8,9

Redução de custos 7,4 Melhor relacionamento com clientes 8,0

Melhoria do relacionamento com funcionários 8,0 Desenvolvimento de novos clientes 8,0

Melhoria da organização da produção 7,7Dês. Novos produtos adeq. aos nichos

de mercado8,0

Melhoria de planejamento e visão de longo prazo 8,6 Melhor atuação em feiras 7,1

Reduçãi do tempo de fabricação 6,9Aumento de vendas – produtos maior

valor agregado7,1

Aumento da produtividade 7,7Aumento de vendas – produtos menos

valor agregado6,7

Melhoria da qualidade 8,0

19 Fonte: Reproduzido de FIESP, 2004, op. cit., p. 44-5.

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MÉDIA 7,8 MÉDIA 7,7* Baseado em Fiesp/Decomtec (2004), Relatório Técnico do Projeto “Aumento da Competitividade do Arranjo Produtivo Local da

Indústria de Cerâmica Vermelha de Vargem Grande do Sul”, São Paulo.

Pesquisa realizada junto às empresas participantes do projeto-piloto e respondida por oito delas, revelou que o faturamento e a produtividade aumentaram, em média, 6,7% e 12%, respectivamente, após o início do projeto. Já pesquisa de avaliação qualitativa do projeto revelou que as empresas vêem progresso no relacionamento entre os empresários da re-gião, que se traduz na maior troca de informações e na participação conjunta em atividades como feiras e treinamentos. Este é um primeiro passo na direção da implementação de atividades conjuntas relacionadas à produção e comercialização dos materiais fabricados, que exigem maior grau de confiança mútua e comprometimento com o projeto.”

3.4. Mercado Externo

3.4.1. Exportação de Produtos Cerâmicos

Para avaliação das exportações de produtos cerâmicos foi utilizada a classificação NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul, conforme tabela a seguir.

Tabela 10 - Classificação NCM

Parâmetros

Exportação Brasileira69041000 - TIJOLOS DE CERÂMICA

Parâmetros

Exportação Brasileira69051000 - TELHAS DE CERÂMICA

Parâmetros

Exportação Brasileira69049000 - TIJOLEIRAS E OUTROS PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO, FEITOS DE CERÂMICA

Parâmetros

Exportação Brasileira69060000 - TUBOS, CALHAS/ALGEROZES E ACESSÓRIOS PARA CANALIZAÇÃO, FEITOS DE CERÂMICA

Fonte: Ministério das Relações Exteriores, Departamento de Promoção Comercial. BrazilTradeNet 20

No que se refere aos tijolos, a exportação em 2007 foi da ordem de mais de 27 milhões de toneladas, com resultado financeiro de US$654 mil FOB e crescimento em volume de 4% em relação a 2006.

Tabela 11 - Exportação de tijolos de cerâmica

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg) Qtde Preço Médio

01/2007 até 12/2007

654.430 26.690.120 5.722.965 US$ 0.11 por milheiro

01/2006 até 12/2006

659.316 25.621.825 5.276.413 US$ 0.12 por milheiro

20 Fonte: Ministério das Relações Exteriores, Departamento de Promoção Comercial. BrazilTradeNet. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br/classificacaoncm/pesquisa/frmPesqNCM.aspx?cod=69>. Acesso em: 02 fev. 2007.

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01/2005 até 12/2005

370.467 18.215.269 1.698.181 US$ 0.22 por milheiro

Fonte: Reproduzido de MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Aliceweb (Sistema de Análise das

Informações de Comércio Exterior via Internet). Estatísticas. Brasília, 2008.21

Em 2007 foram exportadas mais de 26,5 mil ton. de telhas cerâmicas, com decréscimo de 13,8% em relação a 2006, resultando em US$4,4 bilhões FOB.

Tabela 12 - Exportação de telhas de cerâmica

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 4.396.541 26.530.871

01/2006 até 12/2006 4.615.202 30.776.741

01/2005 até 12/2005 1.844.370 18.389.220Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

Em relação a tijolos perfurados, a exportação em 2007 superou 1,3 mil toneladas ou o equivalente a US$ 306,8 mil FOB, um crescimento de 1,8 mil por cento em faturamento e 173% em volume em relação a 2006.

Tabela 13 - Exportação de tijolos perfurados

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 306.801 1.376.492

01/2006 até 12/2006 16.542 503.396

01/2005 até 12/2005 34.745 377.974Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

Quanto aos tubos, estes representaram os menores resultados entre os quatro produtos avaliados, atingindo cerca de 2 ton. e US$33, 4 mil FOB em 2007.

Tabela 14 - Exportação de tubos

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 33.421 1.908

01/2006 até 12/2006 42.529 6.166

01/2005 até 12/2005 24.875 3.130Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

A fim de identificar os principais importadores do Brasil foi utilizado um relatório do Radar Comercial,22 referente à venda de produtos cerâmicos, organizado conforme classi-ficação NCM citada no início deste capítulo. Esse relatório apresenta, como dados consoli-dados mais recentes, o triênio 2004 a 2006, que contemplou somente Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Equador, México e China.

21 Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Aliceweb (Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet). Estatística. Brasília, 2008. Disponível em: < http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp>. Acesso em: fev 2008.22 Fonte: MDIC. Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Radar comercial: análises de mercados e produtos. Brasília, 2008. Disponível em: < http://radarcomercial.desenvolvimento.gov.br/radar/>. Acesso em: fev. 2008.

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A partir de análise do banco de dados Aliceweb, do MDIC,23 de modo geral, em 2007 a América Latina foi o principal destino das exportações de produtos cerâmicos brasileiros, tendo os tijolos participado com 95% do faturamento.

Em relação a telhas, a América Latina correspondeu a cerca de 42% das compras (sendo o Uruguai o maior comprador, com quase 17%), seguido pela África (40%, sendo Angola o maior comprador, com mais de 96% das vendas para o continente africano) e América do Norte (cerca de 9%, totalmente vendidos para os EUA).

Quanto aos tubos, 99,6% das exportações se concentraram na América Latina, sendo a Ar-gentina o principal comprador (mais de 82%). Já no caso dos tijolos perfurados, o principal destino foi a África (93,5%), sendo que a totalidade importada por Angola.

3.4.2. Importação de produtos cerâmicos

Para avaliação das importações de produtos cerâmicos também foi utilizada a classificação NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul, apresentada anteriormente neste relatório.

Em 2007 as importações movimentaram cerca de US$307 mil, somando-se tijolos, telhas, tubos e tijolos perfurados, apresentando um crescimento de 21,5% em relação à 2006.

Tabela 15 - Importação de tijolos de cerâmica

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg) Qtde Preço Médio

01/2007 até 12/2007 257.581 4.488.039 412.946 US$ 0.62 por milheiro

01/2006 até 12/2006 197.572 7.089.076 2.094.346 US$ 0.09 por milheiro

01/2005 até 12/2005 7.112 159.715 37.538 US$ 0.19 por milheiroFonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

Tabela 16 - Importação de telhas de cerâmica

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 12.239 24.757

01/2006 até 12/2006 0 0

01/2005 até 12/2005 0 0Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

Tabela 17 - Importação de tijolos perfurados

Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 3.450 270

01/2006 até 12/2006 2.973 30

01/2005 até 12/2005 0 0Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

Tabela 18 - Importação de tubos

23 Para maiores detalhes, acessar: <http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br>.

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Período US$ FOB Peso Líquido (Kg)

01/2007 até 12/2007 33.621 1.080

01/2006 até 12/2006 52.042 738

01/2005 até 12/2005 67.928 1.402Fonte: Reproduzido de MDIC, 2008, op. cit.

3.5. Consumo de Cerâmica Vermelha

Para estimar o consumo de cerâmica vermelha, foram utilizados dados da ABC (Associação Brasileira de Cerâmica), que considerou o conceito de consumo aparente, qual seja, o equivalen-te à somatória do volume de produção e das importações, subtraído o volume de exportações.

Conforme os últimos dados secundários disponíveis,24 a produção foi de 63,6 bilhões de peças entre tijolos e telhas em 2005. Para tubos, sabe-se – baseado nas informações da ACERTUBOS, já mencionadas – que a produção foi estimada em 3.906 km/ano.

Tabela 19 - Consumo nacional de cerâmica vermelha por região e per capita - 2005

REGIÃOCONSUMO TOTAL

(em bilhões de peças)

%CONSUMO PER

CAPITA(peças/hab)

NORTE 3,2 5,0 218

NORDESTE 13,9 22 272

CENTRO-OESTE 4,4 7,0 272

SUDESTE 26,6 42 339

SUL 15,2 24 564

TOTAL BRASIL 63,3 100 345Fonte: Adaptado de MME/SGM, 2006, op. cit.

A partir das informações divulgadas nos Anuários da ABC, uma análise encontrada no Anuário Estatístico do Ministério de Minas e Energia,25 estimou alguns dados de produ-ção para os últimos anos. Partindo da hipótese de que a produção e o consumo nas diver-sas regiões do país são praticamente coincidentes (uma vez que o raio médio para comer-cialização não passa dos 250 km), a distribuição, em peças, seria a seguinte, por regiões: Norte = 5%; Nordeste = 22%, Centro-Oeste = 7%, Sudeste, 42% e Sul = 24%.

3.5.1 Consumo per Capita

Em decorrência das informações apresentadas no item anterior, para um consumo per

24 Fonte: Anuário Brasileiro de Cerâmica, Associação Brasileira de Cerâmica, São Paulo, 136p., 2006.25 Fonte: MME/SGM, 2006, op. cit., p. 23-6.

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capita nacional de 345 peças/hab26 tem-se uma variação de consumo regional entre 218 peças/hab no Norte a 564 peças/hab no Sul.

Por sua vez, utilizando-se a base de produção de tubos, pode-se estimar o consumo per capita em 0,017 metros/ano.

4. Cadeia Produtiva

A indústria cerâmica é caracterizada por duas etapas distintas, quais sejam, a primária (que envolve exploração e explotação da matéria-prima - neste caso, a argila) e de transfor-mação (para elaboração do produto final).

Independentemente de essas fases serem ou não desempenhadas pela mesma empresa, elas estão intimamente interligadas e interferem no desempenho de toda a cadeia produtiva.

Para ilustrar a Cadeia Produtiva de CVPC será utilizado o modelo da ABCERAM.

26 Nota dos pesquisadores: Em 2005, a população brasileira estimada pelo IBGE foi de 184,2 milhões. Para maiores informações sobre a população brasileira, acessar: <http://www.ibge.gov.br>.

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Figura 3 - Cadeia Produtiva de Cerâmica VermelhaFonte: Reproduzido de ABC. Informações técnicas: processo de fabricação – fluxogramas – fluxograma 1 – processo de fabricação de

cerâmica vermelha. São Paulo, 2002.27

4.1. Elos e Agentes da Cadeia Produtiva

Com o objetivo de melhor visualizar a integração entre as etapas-chave da cadeia produti-va de CVPC, serão descritos seus principais elos e agentes.

Apenas o elo da produção será aprofundado aqui, na medida em que a escolha da tecnolo-gia de produção influenciará diretamente nos resultados de toda a atividade.

A forte relação com o setor primário se confirma pelo uso de recursos naturais, tais como argilas e lenha.

4.1.1. Insumos

4.1.1.1. Argila

O setor de CVPC utiliza como matéria-prima basicamente a argila comum; a massa resultante pode ser denominada simples ou natural, sendo composta por matéria orgânica, impurezas e minerais de ferro, que permitem sua sinterização a baixas temperaturas (entre 900 e 1.100°C).

As matérias-primas provêm de depósitos dos seguintes tipos:

Argilas residuais: permanecem na zona de intemperismo (argila de inundação);•

Argilas sedimentares: que de deslocam da zona de intemperismo para de acúmulo;•

Argilas diagenéticas: alteradas química e mineralogicamente, após soterramento.•

Seja qual for o tipo e a origem da matéria-prima, sua qualidade é fundamental para o sucesso do produto final; nesse sentido, deve-se evitar uma argila fraca, o que pode ser so-

27 Fonte: ABC. Informações técnicas: processo de fabricação – fluxogramas – fluxograma 1 – processo de fabricação de cerâmica vermelha. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.abceram.org.br/asp/fg01.asp>. Acesso em: ago. 2007.

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lucionado no momento da compra da matéria-prima ou posteriormente, a partir da adição de outra argila para homogeneização.

Durante o processo de formulação da massa que será utilizada para produção de peças de cerâmica vermelha busca-se plasticidade e fusibilidade para propiciar trabalhabilidade e resistência mecânica durante a queima. A preparação da massa é feita, geralmente, por meio da mistura de uma argila gorda (de alta plasticidade, granulometria fina, e composição es-sencialmente de argilominerais; com uma argila magra (rica em quartzo e menos plástica, podendo ser caracterizada também como uma material redutor de plasticidade).28

Os fornecedores de matéria-prima podem ser agrupados em duas categorias:

Pequenas e médias empresas de capital nacional que se utilizam de técnicas rudimen-•tares de exploração;

Grandes mineradoras (em geral associadas a multinacionais ou ao setor de revestimen-•to), mais organizadas e com oferta de produtos de melhor qualidade.

A produção, como citado anteriormente, é regional ou até local (no caso de MPEs), devido à localização das jazidas e dos compradores.

4.1.1.2. Consumo Energético

O setor de CVPC, assim como todo o setor cerâmico, é um grande consumidor de energia, além de causar forte impacto ambiental em razão do uso intensivo de lenha.

Para uso industrial, especialmente no setor de cerâmica, a energia consumida em 2006 foi estimada em 3,5 milhões de tep.29 A participação da lenha como fonte energética foi de 35,4% em relação ao total de energia consumido por todos os setores; o gás natural corres-pondeu a 56,5% e o óleo combustível, a 66%.

Tabela 20 - Consumo de energia pelo setor de cerâmica (em tep)

SETOR INDUSTRIAL - CERÂMICA

UNIDADE: 10³ tep

IDENTIFICAÇÃO 2002 2003 2004 2005 2006

GÁS NATURAL 706 788 767 831 901

CARVÃO VAPOR 28 46 52 70 42

LENHA 1.486 1.535 1.611 1.710 1.762

OUTRAS RECUPERAÇÕES 39 30 35 36 32

ÓLEO DIESEL 7 8 8 9 8

ÓLEO COMBUSTÍVEL 348 287 295 268 285

GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO

152 139 134 148 151

28 Fonte: MOTTA, 2001, op. cit.29 tep = toneladas equivalentes de petróleo, onde 01 tep = 41,87 x 1 bilhão J = 10 x 10 bilhões cal = 11,63 MWh

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OUTRAS DE PETRÓLEO 52 48 51 71 76

GÁS CANALIZADO 0 0 0 0 0

ELETRICIDADE 238 245 262 270 276

OUTRAS NÃO ESPECIFICADAS

0 0 0 0 0

TOTAL 3.057 3.126 3.215 3.412 3.533

Fonte: MME. Balanço energético nacional (BEN) 2007: ano base 2006. Brasília, 2007.30

A lenha representou quase 50% de todo o consumo de energia pelo setor cerâmico, seguida pelo gás natural (26%) e óleo combustível.

Tabela 21 - Consumo de energia pelo setor de cerâmica (em %)

SETOR INDUSTRIAL - CERÂMICA

UNIDADE: %

IDENTIFICAÇÃO 2002 2003 2004 2005 2006

LENHA 48,6 49,1 50,1 50,1 49,9

GÁS NATURAL 23,1 25,2 23,9 24,3 25,5

ÓLEO COMBUSTÍVEL 11,4 9,2 9,2 7,8 8,1

ELETRICIDADE 7,8 7,8 8,2 7,9 7,8

OUTRAS 9,1 8,7 8,7 9,8 8,7

TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: MME. BEN 2007, 2007.31

Em função da representatividade dos volumes de consumo de lenha, a atividade cerâmica deve ter especial atenção aos problemas ambientais causados pela sua queima, em função da produção de cinzas, óxidos de enxofre, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio, cau-sadores de chuva ácida e de danos à camada de ozônio.

Além disso, a lenha apresenta baixo rendimento energético, que impacta na qualidade e nos padrões técnicos dos produtos, resultando em até 30% de perda.

Dessa forma, sugere-se a análise por parte dos produtores para o uso de outras fontes de energia que não a lenha, minimizando aspectos ambientais e proporcionando menor per-da produtiva pelo fato de outras fontes poderem apresentar maior poder energético.

4.1.2. Produção

30 Fonte: MME. Balanço energético nacional (BEN) 2007: ano base 2006. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=1432&pageId=14130>. Acesso em: 2 jun. 2008.31 Fonte: MME. Balanço energético nacional (BEN) 2007, op. cit.

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O processo produtivo pode ser caracterizado da seguinte forma:32

Processo da matéria-prima: coleta, sazonamento, estoque e mistura;•

Processo de beneficiamento: misturador, laminador e misturador;•

Processo de fabricação: extrusão, corte e prensa;•

Processo de queima e inspeção.•

A seguir, uma breve descrição das etapas de fabricação de cerâmica vermelha:

Preparação da massa: material é separado, formam-se montes de argila para serem •homogeneizados;

Caixão alimentador: separação da quantidade necessária á produção, que em seguida •é levada para desintegradores;

Desintegradores: nessa fase a umidade deverá variar entre 16% e 25%, para evitar per-•da de eficiência, não desintegrando os blocos de argila adequadamente;

Misturador: em seguida, em um misturador, a mistura é homogeneizada;•

Laminador: a massa é então amassada em formato de lâminas e em seguida levada à maromba;•

Extrusora ou maromba: que compacta uma massa plástica, numa câmara de alta pres-•são, a vácuo, contra uma forma (molde) no formato do produto desejado;

Cortador: um fino cabo de aço corta a peça na dimensão desejada;•

Secagem: durante a secagem as peças reduzem de 20 a 30% de teor de umidade para •5%; a secagem pode ser natural (exposição das peças ao ar livre) ou forçada (secadores intermitentes ou contínuos);

Queima: peças secas são submetidas aos fornos para adquirirem as características e proprie-•dades desejadas, que podem ocorrer nos seguintes tipos de fornos – de chama direta, tipo caipira, garrafão e caieira; de chama reversível tipo abóboda, Catarina, Corujinha e Paulista; contínuos do tipo Hoffman; do tipo túnel, e do tipo plataforma (intermitentes), tipo vagão ou gaveta (todos os tipos podem queimar lenha, bagaço de cana, óleo combustível etc.);

Estocagem e expedição: depois de retirados do forno, são inspecionados, em um pátio, •para retirada de peças com defeitos.

4.1.3. Certificação

A fim de obter certificação de qualidade sobre os produtos de CVPC, um produtor pode entrar com o processo junto ao CCB, que é um Organismo Certificado Credenciado pelo INMETRO.

32 Fonte: SANTOS, 2003, op. cit.

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Segue-se descrição da atuação do CCB.33

“O Centro Cerâmico do Brasil – CCB é um organismo que certifica a qualidade de produtos e do sistema de gestão da qualidade das empresas. Com mais de 10 anos de atuação o CCB já é credenciado pelo INMETRO para certificar:

1 – Produtos:

Placas cerâmicas para revestimento de pisos, paredes, piscinas, fachadas;•

Argamassas colantes, de rejuntamento, de assentamento e de revestimento;•

Bloco e Telhas Cerâmicas;•

Telhas de Concreto;•

Tubos Cerâmicos.•

2 – Sistema de Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001)

Empresas da cadeia produtiva do revestimento cerâmico. O CCB está em preparação para o seu credenciamento para certificação do Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14.000) e de Certificação de Pessoal.

O CCB atua com a certificação de produto e de sistema:

Na certificação de produto deve-se atender todas as exigências das normas para placas •cerâmicas: NBR 13816; NBR 13817; NBR 1818 e NBR 13582, NBR 7172 e NBR 7171 telhas e blocos cerâmicos e NBR 13858-1 E NBR 13858-2 telhas de concreto.

Na certificação do sistema de gestão da qualidade, de forma geral, é relacionada ao •cumprimento de operações e procedimentos de acordo com a NBR ISO 9001: 2000.”

4.2. Legislação

4.2.1. Normas técnicas

A ABNT estabelece, para os produtos cerâmicos, as seguintes normas técnicas:34

Blocos

NBR 6461: Bloco cerâmico para alvenaria - Verificação da resistência à compressão (1983)•

NBR 7171: Bloco cerâmico para alvenaria (1992)•

33 Fonte: Centro Cerâmico do Brasil (CCB). Organismo Certificado Credenciado pelo INMETRO. Disponível em: <http://www.ccb.org.br/certificacao/index.php>. Acesso em: dez. 2007.34 Fonte: ABC. Cerâmica no Brasil: normas técnicas. São Paulo, sd. Disponível em: http://www.abceram.org.br/asp/abc_251.asp>. Acesso em: 12 ago. 2007.

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NBR 8042: Bloco cerâmico para alvenaria - Formas e dimensões (1992)•

NBR 8043: Bloco cerâmico portante para alvenaria - Determinação da área líquida (1983) •

Telhas

NBR 6462: Telha cerâmica tipo francesa - Determinação da carga de ruptura à flexão (1987) •

NBR 7172: Telha cerâmica tipo francesa (1987) •

NBR 8038: Telha cerâmica tipo francesa - Forma e dimensões (1987) •

NBR 8947: Telha cerâmica - Determinação da massa e da absorção de água (1985) •

NBR 8948: Telha cerâmica - Verificação da impermeabilidade (1985) •

NBR 9598: Telha cerâmica de capa e canal tipo paulista - Dimensões (1986) •

NBR 9599: Telha cerâmica de capa e canal tipo plan - Dimensões (1986) •

NBR 9600: Telha cerâmica de capa e canal tipo colonial - Dimensões (1986) •

NBR 9601: Telha cerâmica de capa e canal (1986) •

NBR 9602: Telha cerâmica de capa e canal - Determinação de carga de ruptura à flexão •(1986)

NBR 13582: Telha cerâmica tipo romana (2002) •

Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria

NBR 6460: Tijolo maciço cerâmico para alvenaria - Verificação da resistência à compres-•são (1983)

NBR 7170: Tijolo maciço cerâmico para alvenaria (1983) •

NBR 8041: Tijolo maciço cerâmico para alvenaria - Forma e dimensões (1983) •

Tubos Cerâmicos

NBR 5645: Tubo cerâmico para canalizações (1990) •

NBR 6549: Tubo cerâmico para canalizações - Verificação da permeabilidade (1991) •

NBR 6582: Tubo cerâmico para canalizações - Verificação da resistência à compressão •Diametral (1991)

NBR 7529: Tubo e conexão cerâmicos para canalizações - Determinação da absorção de •água (1991)

NBR 7530: Tubo cerâmico para canalizações - Verificação dimensional (1991) •

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NBR 7689: Tubo e conexão cerâmicos para canalizações - Determinação da resistência •química (1991)

NBR 8410: Conexão cerâmica para canalização – Verificação dimensional (1994) •

Normas para Construção: Saneamento e Drenagem

NBR 9814/1987: Execução de rede coletora de esgoto sanitário; •

NBR 9649/1986: Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário; •

NBR 9648/1986: Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário; •

NBR 12266/1992: Projeto e execução de valas para assentamento de tubulações de água, •esgoto ou drenagem urbana;

NBR 8890/2003: Tubo de concreto, de seção circular, para águas pluviais e esgotos sa-•nitários - requisitos e métodos de ensaio.

4.2.2. Licenciamento Ambiental

As normas de licenciamento ambiental devem ser conhecidas e rigorosamente seguidas por todas as empresas nacionais e especialmente pelas do setor cerâmico, devido ao seu poten-cial poluidor, freqüentemente lembrado por entidades preocupadas com o meio ambiente.

A FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) resume essa questão da seguinte forma:

“Desde 1981, de acordo com a Lei Federal 6.938/81, o Licenciamento Ambiental tornou-se obrigatório em todo o território nacional e as atividades efetiva ou potencialmente po-luidoras não podem funcionar sem o devido licenciamento. Desde então, empresas que funcionam sem a Licença Ambiental estão sujeitas às sanções previstas em lei, incluindo as punições relacionadas na Lei de Crimes Ambientais, instituída em 1998: advertências, multas, embargos, paralisação temporária ou definitiva das atividades.35

A indústria de produtos minerais não-metálicos, logicamente, também está incluída nessa lei, conforme as atividades abaixo:

Beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração;•

Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de •material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.

4.3. Estruturas de Apoio à Produção de CVPC

35 Fonte: FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Manual de licenciamento ambiental: guia de procedimento passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004. Disponível em: < http://www.firjan.org.br/notas/media/licenciamento.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2007.

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Serão apresentados exemplos de estruturas de apoio à produção de CVPC. Algumas, com foco regional, permitem que a referência possa remeter à realidade de cada produtor, bus-cando entidades na respectiva localidade.

Entre as estruturas de apoio estão:

Instituições de pesquisa:•

• CEPAM - Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal;

•CITEC/CCB: Centro de Inovação Cerâmica;

• INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

Instituições de ensino:•

•CEFET- Centro Federal de Educação Tecnológica;

•DEMA-MACK - Universidade Mackenzie - Departamento de Engenharia de Materiais;

•FAENQUIL-DEMAR - Faculdade de Engenharia Química de Lorena;

•FEI – Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial;

•FSA - Centro Universitário da Fundação Santo André;

•PUC-RIO – Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia;

•UCS - Cidade Universitária de Caxias do Sul;

•UENF-LAMAV - Universidade Estadual do norte Fluminense - Laboratório de Materiais Avançados;

•UEPG-DEMA - Universidade de Ponta Grossa - Departamento de Engenharia de Materiais;

•UFMG-DEMM - Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais;

•UFPB - Universidade Federal de Campina Grande;

•UFRGS/DEMAT - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Departamento de Materiais;

•UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro;

•UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte;

•UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina;

•UFSCar-DEMa - Universidade Federal de São Carlos;

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•UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense;

•UNESP - Departamento de Materiais e Tecnologia;

•UNICAMP – Departamento de Administração e Política de Recursos Minerais.

•UNIFEBE - Centro Universitário de Brusque;

•UNILESTE- MG - Centro Universitário do Leste de Minas Gerais;

•UNIVAP - Universidade do Vale do Paraíba - Departamento de Engenharia de Materiais;

•USP - Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia dos Materiais.

Associações, Confederações, Federações e Sindicatos:•

•ABCERAM – Associação Brasileira de Cerâmica;

•ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland;

•ABRACEVEC - Associação Brasileira da Cerâmica Vermelha Certificada;

•ABRACOLOR - Associação Brasileira dos Colorifícios;

•ABRAMAT – Associação Brasileira de Materiais de Construção;

•ACEBI – Associação dos Ceramistas de Barra Bonita e Iguaçu do Tietê;

•ACEMC - Associação das Cerâmicas de Monte Carmelo;

•ACENA - Associação das Cerâmicas Nova Avanhandava;

•ACERTAR - Associação das Cerâmicas de Tatuí e Região;

•ACERTUBOS - Associação Latino Americana dos Fabricantes de Tubos Cerâmicos;

•ACERVER - Associação das Cerâmicas Vermelhas de Engenheiro Caldas e Região;

•ACOPER - Associação das Cerâmicas e Olarias de Presidente Epitácio e Região;

•AICT - Associação Industrial e Comercial de Tambaú;

•ANAMACO - Associação Nacional dos Materiais de Construção;

•ANFACER - Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento;

•ASPACER - Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento;

•Associação de Cerâmica Vermelha de Porto Ferreira;

•ASULCER – Associação Sul Brasileira da Indústria de Cerâmica para Revestimento;

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•CNI – Confederação Nacional das Indústrias;

•FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo;

•MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

•Sindicato Nacional da Indústria de Refratários Celso Monteiro de Carvalho;

•SINDUSCON - Sindicato da Indústria da Construção.

Entidades de Fomento ao Setor:•

•CEF - Caixa Econômica Federal;

•CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia;

•SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo;

•SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas;

•UNC – União nacional da Construção.

4.4. Programas e Projetos Nacionais e Estaduais de Interesse do Setor

A seguir serão apresentados, de forma sucinta, alguns programa e projetos que visam o crescimento, capacitação e melhoria de resultados do setor.

Programa de Competitividade das Empresas do Setor Industrial;•

Programa de Promoção e Desenvolvimento de Arranjos e Sistemas Produtivos Locais •do Maranhão – PAPL;

Programa de Qualificação da SABESP;•

Programa de Qualificação dos Produtos Cerâmicos do Sul do Estado do Pará (parcei-•ros: CREA, Caixa Econômica Federal, SEBRAE, Sindicato da Indústria da Construção e governo estadual e municipal);

Projetos Cerâmicos com valor agregado – com a utilização de gás natural (inicia-•tiva do SEBRAE e FINEP em parceria com a UFRN, UFSC, Fiern e Sindicato das

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Indústrias de Cerâmica do RN).

4.4.1. PBQP-H: Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat36

Esse programa do Governo Federal tem como meta a organização o setor da constru-ção civil, com foco em dois pontos principais: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva.

A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações de avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias ino-vadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos.

Como resultado desse programa espera-se que surjam soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país.

4.4.2. Projetos SEBRAE

Os principais projetos relacionados ao tema desse estudo identificados no momento no SEBRAE Nacional foram:37

APL - Desenvolvimento do setor de cerâmica vermelha em Tambaú - SP•

Arranjo Produtivo de Cerâmica Vermelha das Regiões de Itabaiana e Itabaianinha - SE•

Artesanato de Cerâmica em Turmalina - MG•

Cerâmica Vermelha - Região do Baixo São Francisco - SE•

Cerâmica Vermelha da Região Central do Tocantins - TO•

Cerâmica Vermelha no Cariri - CE•

4.5. Produtores

Como citado anteriormente, a ANICER estima a existência no Brasil de 5.500 empresas, entre cerâmicas e olarias, fato contestado pela ABC que contabiliza, especificamente para a cerâ-mica vermelha, a existência de 11.000 empresas de pequeno porte distribuídas pelo país. Visando um melhor entendimento do perfil de uma empresa cerâmica, será utilizada a clas-sificação elaborada por Santos a partir do consumo de argila e do volume de produção:38

Micro empresa: consome até 150 m• 3/mês de argila e produz até 100 mil peças;

36 Fonte: Ministério do Planejamento. Site Avança Brasil. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade de Habitat. Disponível em: <http://www.abrasil.gov.br/nivel3/index.asp?id=273&cod=BUSCA>. Acesso em: 10 dez. 200737 Para maiores dos detalhes sobre os projetos, acessar: <http://www.sigeor.sebrae.com.br>.38 Fonte: SANTOS, 2003, op. cit.

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Pequena empresa: consome entre 150 e 700 m• 3/mês de argila e produz entre 100 e 300 mil peças;

Média: consome entre 700 e 1.000 m• 3/mês de argila e produz entre 300 e 800 mil peças;

Grande: consome mais de 1.000 m• 3/mês de argila e produz acima de 800 mil peças.

Como já mencionado, as MPEs sofrem com a falta de planejamento, atualização tecnológica e falta de controles nos processos produtivos, que acarretam baixa qualidade, desperdício, perdas significativas no processo produtivo e falta de adequação às normas da ABNT. São, ma maioria, empresas familiares que continuam utilizando processos produtivos com for-tes características artesanais.

Essa realidade pode ser comprovada pela citação de Mafra:39

“No diagnóstico do Setor de Cerâmica Vermelha em Santa Catarina, realizado e publicado pela Secretaria do estado da Ciência e Tecnologia, das Minas e Energia, em julho de 1990, identificaram-se os principais problemas existentes, comuns a maioria das empresas do setor independente da região do Estado, tais como:

falta de planejamento;•

desperdício de matéria-prima, energia e combustível;•

desconhecimento de normalização do produto final;•

inexistência de controle de qualidade; e•

processo tecnológico arcaico.” (MAFRA, 1999, p. 92)•

5. Produto

O setor de cerâmica vermelha no Brasil gera, como seus produtos principais, tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, lajotas, ladrilhos vermelhos, tubos e agregados leves.

A diversidade de produtos é muito elevada pelas próprias exigências do mercado con-sumidor que muitas vezes, forçam uma variedade de dimensões que acabam afetando a

39 Fonte: MAFRA, Antero Tadeu. Proposta de indicadores de desempenho para a indústria de cerâmica vermelha. 1999. Dissertação (Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, SC, 1999. p. 92.

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padronização dos produtos.

Em razão do foco deste estudo, a ênfase está nos produtos-chave das seguintes categorias: tijolos/blocos, telhas e tubos de cerâmica vermelha. A seguir, são apresentados alguns tipos de produtos encontrados com maior freqüência.

Figura 4 - Tipos de tijolos e blocos

Tijolos e Blocos Imagem

Maciço

Com 2 furos

Com 4 furos

Com 6 furos

Com 8 furos

Com 9 furos

Com 21 furos

Fonte: CERÂMICA ALDEBARÃ. Produtos: tijolo (laminado, comum), bloco cerâmico (autoportante, estrutural, vedante). Site

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institucional. São Paulo, sd.40

Figura 5 - Tipos de telhas

Telhas Imagem

Francesa

Romana

Portuguesa

Plana*

Colonial*

Fonte: CERÂMICA ALDEBARÃ. Produtos: telha esmaltada, telha cerâmica. Site institucional. São Paulo, sd.41

Nota: (*) Podem ser encontrados com acabamento vitrificado ou pintura vitrificada.

Figura 6 - Tipos de Tubos

Tubos Imagem

40 Fonte: CERÂMICA ALDEBARÃ. Produtos: tijolo (laminado, comum), bloco cerâmico (autoportante, estrutural, vedante). Site institucional. São Paulo, sd. Disponível em: < http://www.aldebaraceramica.com.br/DEFAULT.ASP?PAGE=3&AREA=1>. Acesso em: 10 fev. 2008.41 Fonte: CERÂMICA ALDEBARÃ. Produtos: telha esmaltada, telha cerâmica. Site institucional. São Paulo, sd. Disponível em: < http://www.aldebaraceramica.com.br/DEFAULT.ASP?PAGE=3&AREA=1>. Acesso em: 10 fev. 2008.

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Junta rígida

Junta elástica

Tipo PPE

Para drenagem

Bilabial

Fonte: CERÂMICA VIDEIRA. Produtos: tubos cerâmicos. Site institucional. Tambaú (SP), sd.42

Outros itens cerâmicos identificados: •

•Elementos vazados (com diversos desenhos);

•Lajotas para lajes pré-fabricadas;

•Lajotas coloniais (pisos);

•Ladrilhos e peças de acabamento;

•Manilhas;

•Vasos e peças decorativas.

5.1. Principais Problemas em Relação aos Produtos

Um estudo da FIESP, já referido,43 identificou os maiores problemas relacionados com ma-teriais de construção para as empresas construtoras de edificações, na percepção de suas equipes técnicas.

Apesar de essa visão partir de compradores e usuários organizacionais, serve como baliza-mento para o mercado e, conseqüentemente, para o consumidor final.

Para a realização da pesquisa que embasou esse estudo foram considerados 31 materiais e componentes da construção civil, partindo da definição de cesta básica de materiais, pro-

42 Fonte: CERÂMICA VIDEIRA. Produtos: tubos cerâmicos. Site institucional. Tambaú (SP), sd. Disponível em: <http://www.organizacaovideira.com.br/>>. Acesso em: 10 fev. 2008.43 Fonte: FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Referências FIESP, 2004, op. cit.

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posta pelo PBQP-H do Ministério das Cidades.

Em relação aos blocos cerâmicos, os principais problemas (ou seja, aqueles que geram maior insatisfação nos compradores corporativos) referiram-se à baixa qualidade do produto e à falta de padronização e normalização. No caso das telhas cerâmicas, embora com menor número de citações, também foram destacadas as mesmas deficiências.

Tabela 22 - Causas da insatisfação com materiais de construção, segundo ranking de citações

CAUSAS DA INSATISFAÇÃO COM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, SEGUNDO RANLINK DE CITAÇÕES

Bloco cerâmico

Chapa de compensado

Porta de Madeira

AreiaTelha

Cerâmica

Qualidade do produto 360 390 309 290 161

Desempenho do produto em uso

- - 6 - -

Padronização e normalização

286 82 38 23 91

Total de citações 646 472 353 313 252

Bloco de concreto

Cerâmica piso

Concreto usinado

Janela de Alumínio

Janela de madeira

Qualidade do produto 118 83 168 76 95

Desempenho do produto em uso

4 38 - 56 21

Padronização e normalização

74 73 3 34 14

Total de citações 196 194 171 166 130

Argamassa Industrializada

Tubo e Conexão de

PVCTinta PVA

Laje pré-moldada

Porta de Alumínio

Qualidade do produto 65 49 46 45 30

Desempenho do produto em uso

12 3 19 1 17

Padronização e normalização

35 39 12 21 18

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Total de citações 112 91 77 67 65Fonte: Reproduzido de FIESP, 2004, p. 39.

6. Preços

Os preços dos materiais de construção são determinados pelos grandes agentes da cadeia de construção civil, seja pelo aumento da demanda das construtoras, seja pelo aumento dos insumos comprados pelos grandes fabricantes, que os repassam ao mercado adicio-nando as margens de retorno sobre o investimento determinadas pela empresa.

Como reflexo, pode-se observar que, em maio de 2008, o CUB (Custo Unitário Básico da construção) apresentava um aumento acumulado de 8,91% nos 5 meses do ano; os mate-riais, especificamente, contribuíram com um aumento de 0,81%.

Custos da construção registram elevação em maio. Indicador sobe influenciado pelos reajustes salariais

“Impulsionado pelos reajustes salariais que, normalmente, são concedidos nesta época do ano o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil avançou 2,72% em maio compara-do ao mês anterior. O CUB é o índice oficial, calculado pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), que reflete a variação mensal dos custos do setor para utilização nos reajustes dos contratos da construção civil paulista.

Em maio, os custos com mão-de-obra cresceram 4,59% e as despesas administrativas (salários dos engenheiros) aumentaram 2,01%. Já os insumos registraram alta de 0,81%, apresentando leve desaceleração ante o mês anterior - em abril, o custo das empresas com material havia avançado 0,90%.

Com esse resultado, de janeiro a maio, o índice registra alta de 3,81% e no acumulado de dos 5 meses, encerrados em maio, o aumento é de 8,91%.”44

Outro fator que vem influenciando os custos finais da construção deriva da própria pers-pectiva dos construtores, como apontado na tabela a seguir.

Tabela 23 - Desempenho e perspectivas das empresas da construção

Brasil São Paulo

Mês Variação % Mês Variação %

Fev/08 Trimestre Ano Fev/08 Trimestre Ano

Desempenho da empresa

57,6 4,7 19,6 57,4 5,2 19,0

44 Fonte: CUSTOS da construção registram elevação em maio. Revista Anamaco On Line, São Paulo, 2 jun. 2008. Disponível em: < http://www.revistaanamaco.com.br/noticia.asp?modelo=116&cd=1237>. Acesso em: 08 jun. 2008.

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Dificuldades financeiras

47,2 6,4 -6,4 48,6 7,3 -7,0

Perspectivas de desempenho

61,1 2,1 12,2 60,5 1,8 12,1

Perspectivas de evolução de

custos42,6 3,3 -18,7 43,7 4,4 -15,1

Mão-de-obra 46,3 -2,6 -8,9 47,1 -2,4 -5,8

Materiais de construção

36,8 15,2 -32,9 38,1 18,7 -28,9

Condução da política

econômica48,7 -11,1 4,1 48,2 -12,9 4,2

Inflação reduzida

46,3 -15,9 -27,1 45,2 -17,6 -28,2

Crescimento econômico

56,8 -6,4 29,5 56,6 -6,6 29,9

Fonte: Reproduzido de SINDUSCON-SP (Sindicado da Indústria de Construção do Estado de São Paulo). Setor de Economia/FGV

Projetos. XXXIV Sondagem nacional da indústria de construção civil. São Paulo, fev. 2008, p. 3.45

Nota: Os dados apresentados na tabela estão dispostos numa escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso

quer dizer que valores abaixo de “50” podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de

dificuldades financeiras, no entanto, valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.

Em relação aos custos dos materiais de construção, o setor projeta um desempenho não favorável para o primeiro trimestre, com aumento de mais de 15%, mas com queda dos preços no longo prazo.

O aumento do consumo de material é também referendado pela ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção):

“O resultado do 1º. Quadrimestre deste ano apresentou crescimento de 27,97% em relação ao mesmo período do ano passado. As expectativas de resultados a serem atingidos até o final deste 1º. Semestre de 2008 são de crescimento da ordem de 20% em relação ao 1º. Semestre de 2007. Em função dos resultados acumulados até agora, a previsão de desem-penho até o final do ano foi revisada, e a expectativa é de que este ano feche com 15% de crescimento em relação ao ano passado.

O consumo de materiais para obras de residências e reformas, que representa uma impor-tante parcela do faturamento da indústria de materiais de construção, também vem apre-sentando crescimento significativo e simultâneo, entretanto, em ritmo mais moderado, re-sultante do aumento da renda das famílias. Vale ressaltar, que os resultados incluem ainda o consumo de materiais para obras de infra-estrutura que, por sua vez, vêm apresentando crescimento devido à implementação do PAC.”46

Além dos argumentos expostos acima, deve-se ainda considerar os impactos da carga tri-butária sobre o material de construção e, em última análise, da construção civil como um todo. Como demonstrado abaixo, para uma obra estimada em R$ 16.800,00 mais de R$

45 Fonte: Reproduzido de SINDUSCON-SP (Sindicado da Indústria de Construção do Estado de São Paulo). Setor de Economia/FGV Projetos. XXXIV Sondagem nacional da indústria de construção civil. São Paulo, fev. 2008. 3 p. Disponível em < http://www.sindusconsp.com.br/downloads/XXXIV_sondagem_nacionalL.pdf >. Acesso em: 10 fev. 2008.46 Fonte: ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção). Índice de vendas. Site institucional. São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.abramat.org.br/indicedevendas.asp?s=28>. Acesso em: 01 maio 2008.

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4.500,00 advêm da carga tributária, ou seja, o preço é majorado em 37,1% por conta dos impostos e taxas.

Tabela 24 - Custo da construção x carga tributária (setembro/2004)

Custos de Produção

Carga TributáriaCustos de Produção

sem Tributos

Acréscimo de Tributos

(A) (B) (B)/(A) (C) (B)/(C)

R$ Mil R$ Mil % R$ Mil %

Materiais 10,92 2,95 27,0 7,97 37,1

Serviços * 5,88 1,60 27,2 4,28 37,3

Total 16,80 4,55 27,1 12,25 37,1

Fonte: Reproduzido de FIESP, 2004, op. cit.

Nota: (*) Pressupõe margem bruta de 35% sobre custo de materiais. Inclui mão-de-obra e encargos da ordem de 36% sobre a folha.

6.1. Preços de Venda

Para estabelecer uma referência sobre os preços praticados no varejo foram adotados aque-les disponíveis para consulta on-line, pelo fato de que a maioria dos fabricantes e varejistas apresentarem seus preços somente mediante cotação, por fax, telefone ou e-mail.

Para levantamento de preços a fonte utilizada foi a Tijomax Tijolos:47

Tabela 25 - Preço de tijolos e blocos

Item Medida Preço (por milheiro)

Tijolo Comum

4.5 x 9.5 x 20.5 R$ 135,00

5.5 x 10.5 x 22.5 R$ 550,00

7 x 14 x 28 R$ 950,00

47 Fonte: TIJOMAX TIJOLOS. Preços tijolos e blocos. Site institucional. São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.tijomaxtijolos.hpg.ig.com.br/>. Acesso em: 01 maio 2008.

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Tijolo Cerâmico Vedação Furo Horizontal

9 x 19 x 19 R$ 350,00

9 x 19 x 29 R$ 575,00

9 x 19 x 39 R$ 760,00

11.5 x 14 x 24 R$ 350,00

11.5 x 19 x 29 R$ 680,00

11.5 x 19 x 39 R$ 880,00

14 x 19 x 29 R$ 676,00

14 x 19 x 39sS R$ 960,00

19 x 19 x 29 R$ 1.030,00

19 x 19 x 39 R$ 1.390,00

Tijolo Cerâmico Estrutural Furo Vertical 14 x 19 x 39 R$ 990,00

Fonte: TIJOMAX TIJOLOS. Preços de tijolos e blocos. Site institucional. São Paulo, 2008

Outra fonte identificada foi a Revista Arquitetura & Construção, da Editora Abril, cujo banco de dados apresenta preços de alguns itens de tijolos, blocos e telhas.48

Tabela 26 - Preço de tijolos, blocos e telhas cerâmicos

Item EspecificaçãoPreço (por milheiro) – R$

Menor Médio Maior

Tijolo Maciço 5,5 x 9 x 19 120,00 189,90 135,00

Bloco Cerâmico Estrutural 19 x 19 x 39 1.221,00 1.309,00 1.381,00

Telha Cerâmica

Colonial 520,00 793,00 1.060,00

Francesa 800,00 1.052,00 1.240,00

Paulista 510,00 755,40 931,00Fonte: Preços de materiais. Arquitetura & Construção. São Paulo, maio 2008.

Não foi identificada nenhuma fonte de dados secundários para preços de tubos de cerâ-mica vermelha no varejo; assim, com o objetivo de apresentar ao menos uma referência, foi utilizado um levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas do Estado de Minas Gerais.49

48 Fonte: PREÇOS DE MATERIAIS. Arquitetura & Construção. São Paulo, maio 2008. Disponível em: < http://casa.abril.ig.com.br/arquitetura/livre/precos/precos.shtml>. Acesso em: 01 maio 2008.49 Fonte: MINAIS GERAIS (Estado). Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas. Preço Setop: planilha referencial de preços unitários para obras de edificação – região sul. Belo Horizonte, jan. 2008. 74 p. Disponível em: < http://www.transportes.mg.gov.br/includes/preco_setop/PRECO_SETOP_Sul.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2008.

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Tabela 27 - Preços de tubos cerâmicos

Item Especificação Preço/M (R$)

HID-TUB-165 100 MM, COM CONEXÕES, ASSENTAMENTO C/ARGAMASSA 1:3 M 11,21

HID-TUB-170 150 MM, COM CONEXÕES, ASSENTAMENTO C/ARGAMASSA 1:3 M 15,72

HID-TUB-175 200 MM, COM CONEXÕES, ASSENTAMENTO C/ARGAMASSA 1:3M 25,56

HID-TUB-180 250 MM, COM CONEXÕES, ASSENTAMENTO C/ARGAMASSA 1:3 M 41,12

HID-TUB-185 300 MM, COM CONEXÕES, ASSENTAMENTO C/ARGAMASSA 1:3M 58,89Fonte: MINAIS GERAIS (Estado). Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas. Preço Setop: planilha referencial de preços

unitários para obras de edificação – região sul. Belo Horizonte, jan. 2008, p. 24.

7. Consumidor

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A avaliação do mercado nacional de construção civil será o caminho adotado para minimi-zar a falta de dados secundários sobre o consumidor de CVPC, seu perfil, segmentação etc.

Uma primeira informação importante, extraída de uma apresentação da ANAMACO (As-sociação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) sobre o setor, identificou-se que 77% das unidades habitacionais do país - um importante segmento de consumo atual e potencial dos produtos em questão - são construídas no regime de auto-gestão:

“... como a maioria dos brasileiros não pode adquirir um imóvel financiado, os próprios consumidores adquirem os produtos aos poucos e, com a ajuda dos vizinhos ou terceiri-zando o serviço (contratando um pedreiro, alguém para instalar o piso, etc) faz-se mais um cômodo, a própria moradia ou reforma-se a antiga.”50

Apesar das limitações no poder de compra dos brasileiros com menor renda, a pesquisa identificou que estes continuam comprando o material porque é uma necessidade. Nos anos mais recentes, o aumento da oferta de crédito para aquisição de material também estimulou esse movimento.

Figura 7 – Segmentação da construção habitacional (1)

Fonte: ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção). Dados do setor. Site institucional. São Paulo, 2008. 51

Nota:

(1) Estão excluídas as “obras de arte”, construção pesada, obras industriais e obras de infra-estrutura;

(2) O número de Unidades Habitacionais (U.H.) não contempla as reformas em unidades pré-existentes.

7.1. Análise do Consumidor Brasileiro a partir da Pesquisa de

Orçamentos Familiares (POF)52

A POF revelou que as despesas com a conta “habitação”53 representaram mais de 35% de par-ticipação nas despesas das famílias brasileiras, a maior entre as chamadas despesas de con-sumo. Esse índice teve mais impacto nas zonas urbanas (36,1%) do que nas rurais (28,7%).

Vale destacar que, conforme comparação feita pelo próprio IBGE com os dados do ENDEF,54 a participação desse tipo de despesa cresceu de 30,4%, no período analisado, para os níveis acima citados, com maior impacto nas zonas rurais (de 17,8% para 28,7%).

No que se refere às regiões do país, houve certo equilíbrio, com a participação da conta “habitação” variando entre 32,3% (NE) e 36,6% (SE).

50 Fonte: ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção). Dados do setor. Site institucional. São Paulo, 2008. Disponível em: < http://www.anamaco.com.br/dados_setor.php>. Acesso em: 05 mar. 2008.51 Fonte: ANAMACO, 2008, op. cit.52 Fonte: IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares – POF 2002-2003. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002aquisicao/tab11.pdf>. Acesso em: fev. 2008.53 Nota dos pesquisadores: É importante ressaltar que na composição dessa despesa houve destaque para participação dos aluguéis, com quase 15%.54 Fonte: IBGE. Estudo nacional da despesa familiar (ENDEF) 1974-1975. Rio de Janeiro, 1975.

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Tabela 28 - Participação na despesa de consumo monetária e não-monetária média mensal familiar, por

tipos de despesas, segundo a situação do domicílio e Grandes Regiões. Brasil - período 2002-2003

Situação do domicílio e

Grandes Regiões

Participação na despesa de consumo monetária e não-monetária média mensal familiar, por tipos de despesas

Alimentação Habilitação Vestuário TransporteHigiene e cuidados pessoais

Assistência à saúde

Brasil 20,75 35,50 5,68 18,44 2,17 6,49

Urbana 19,58 36,11 5,67 18,49 2,17 6,59

Rural 34,12 28,66 5,74 17,88 2,14 5,39

Norte 27,19 33,42 7,29 15,70 3,00 4,90

Nordeste 26,79 32,27 6,82 16,01 2,95 5,98

Sudeste 18,89 36,67 5,13 18,44 1,94 6,91

Sul 19,95 35,46 5,73 20,65 1,90 6,16

Centro-Oeste 18,09 35,86 5,90 20,77 2,13 6,40Fonte: IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares – POF 2002-2003. Rio de Janeiro, 2004.

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Em relação às participações das despesas por estados, pode-se notar que as duas maiores

foram dos estados do Acre e do Rio de Janeiro, ambas acima de 39%; o estado com menor participação foi o PI (menos de 29%).

Gráfico 1 - Participação do grupo “habitação” nas despesas de consumo, segundo Unidades da

Federação com maiores participações em cada Grande Região – período 2002/2003Fonte: Adaptado de IBGE. POF 2002-2003.

Gráfico 2 - Participação do grupo “habitação” nas despesas de consumo, segundo Unidades da

Federação com menores participações em cada Grande Região – período 2002/2003Fonte: Adaptado de IBGE. POF 2002-2003.

A pesquisa buscou, pela primeira vez, identificar a situação das moradias a partir de uma avaliação sobre problemas identificados, carências e expectativas de cada família. Pode-se notar que, entre os principais problemas em nível nacional, apareceram o espaço limitado das moradias, a existência de goteiras e umidade, e a deterioração do imóvel.

Na zona urbana, o fator de maior impacto foi o espaço limitado, e na zona rural, goteiras e deterioração.

Essas informações, por mais que reflitam uma situação negativa da população brasileira, representam uma oportunidade para empresas que se disponham a oferecer produtos e serviços em níveis de qualidade e preço que atendam às necessidades detectadas.

Gráfico 3 – Proporção de famílias que referiram problemas no domicílio, por tipo de domicílio, segundo

a situação do domicílio – Brasil, período 2002/2003 (em %)Fonte: Reproduzido de IBGE. POF 2002-2003.

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7.2. Análise do Consumidor Brasileiro a partir da Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios (PNAD)55

Dados parciais apresentados pela PNAD também revelaram, entre outras informações, a situação da infra-estrutura das moradias dos brasileiros.

Apesar dos índices terem melhorado entre 2005 e 2006, ainda há 17% da população sem acesso à rede de água e mais de 29% à rede de esgoto.

Tabela 29 – Infra-estrutura e eletrodomésticos nos domicílios - Brasil, 2005/2006

Brasil (em %)

2005 2006

Rede de água 82,3 83,2

55 IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - 2006.

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Rede de esgoto 69,7 70,6

Coleta de lixo 85,8 86,6

Rede elétrica 97,2 97,7

Telefone 71,6 74,5

Fogão 97,5 97,7

Filtro de água 51,0 50,3

Geladeira 88,0 89,2

Freezer 16,7 16,4

Máquina de lavar roupa 35,8 37,5

Rádio 88,0 87,9

Televisão 91,4 93,0

Computador 18,6 22,1Fonte: Reproduzido de BRASIL: PNAD – os domicílios brasileiros, a infra-estrutura básica e os bens de consumo – infográfico. UOL

Notícias, São Paulo, 15 set. 2007.56

Em termos estaduais, as piores situações são as de Roraima, Acre e Pará.

Gráfico 4 – Disponibilidade de rede de água nos domicílios brasileiros, por estado - Brasil, 2005/2006Fonte: Reproduzido de BRASIL: PNAD – os domicílios brasileiros, a infra-estrutura básica e os bens de consumo – infográfico. UOL

Notícias, São Paulo, 15 set. 2007.57

7.3. Consumidor: Processo de Decisão de Compra

Com o objetivo de apresentar alguns dados sobre o perfil do consumidor e sobre critérios de de-cisão de compra, incluindo desdobramentos referentes ao canal de distribuição, serão utilizadas informações obtidas na dissertação de Marcon.58 Embora a pesquisa se restrinja à região de Tu-barão (SC) e arredores, seus resultados levantam aspectos importantes sobre cerâmica vermelha não encontrados em outras fontes secundárias, o que justifica sua inclusão neste estudo.

Assim, constata-se que a grande maioria das vendas de produtos cerâmicos é feita entre as in-dústrias produtoras e construtoras, lojas de materiais de construção e proprietários de obras.

Estes compradores de cerâmica vermelha tomam suas decisões de compra a partir da com-binação dos valores que eles definem para os atributos que esperam e avaliam no produto. Como exemplos:

As construtoras levam em consideração, no momento da compra, sobretudo as normas téc-•nicas, entre as quais priorizam dimensões, resistência, absorção da água, área líquida etc.

Os proprietários de obras, em sua maioria, tomam suas decisões de compra a partir •das opiniões dos pedreiros, que valorizam mais a resistência do produto.

Assim, percebe-se que a comercialização da cerâmica vermelha, mais especificamente de tijolos, depende do equacionamento entre as dimensões técnicas: peso, adsorção de água, cor, área líquida, preço de mercado, garantia, prazo de entrega e resistência.

56 Fonte: Reproduzido de BRASIL: PNAD – os domicílios brasileiros, a infra-estrutura básica e os bens de consumo – infográfico. UOL Notícias, São Paulo, 15 set. 2007. Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/infografico/2007/09/14/ult3225u24.jhtm>. Acesso em: fev. 2008.57 Fonte: BRASIL: PNAD, 2007, op. cit.58 Fonte: MARCON, Domingos P. Proposta de modelo de adequação de processo de produção de cerâmica vermelha. 2002. Dissertação (Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, 2002.

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No processo de comercialização, parte da produção é vendida a intermediários, que ad-quirem o produto das indústrias e os revendem para construtoras, lojas e proprietários de obras, agilizando, dessa forma, as transações de compras.

A cadeia de consumo dos produtos cerâmicos (especificamente, tijolos) é composta por consumidores diretos e indiretos, mas a decisão sobre o que comprar depende da opinião das construtoras, das lojas de materiais de construção e dos pedreiros. Portanto, se o setor produtivo de cerâmica obtiver uma leitura clara sobre como estes consumidores, individu-al ou coletivamente, valorizam e/ou equacionam os atributos considerados no produto, lhe faltará apenas uma metodologia que permita ajustar o processo produtivo de acordo com as necessidades dos consumidores.

Ainda que imbuídos de grande interesse em atender a seus clientes, a maior parte dos em-presários do setor (sobretudo as MPEs) não dispõe de modelos específicos que garantam essa adequação do processo de acordo com as especificações dos consumidores.

Para tornar mais claros os achados desse estudo, vale destacar alguns dos principais resul-tados da pesquisa de campo que o embasou, e que foi realizada junto a uma amostra de 82 entrevistados (entre consumidores, pedreiros, construtoras e lojistas):

A partir da identificação e localização dos clientes, verificou-se que aproximadamente •60% da produção total da empresa era absorvida por construtoras localizadas na pró-pria cidade de Tubarão e em municípios vizinhos.

Em torno de 30% da produção era vendida diretamente a proprietários de obras.•

Somente 10% da produção era vendida a lojas de material de construção. •

Só o município de Tubarão consumia mais de 90% desta produção, somando-se as di-•versas categorias de clientes.

Constatou-se, ainda, que 6 das 17 construtoras da região respondiam por mais de 85% •das obras locais e que as demais eram pequenas empreiteiras, que realizavam peque-nos serviços.

Não foi possível levantar o número de pedreiros autônomos, em função da inexistência •de dados cadastrais.

Descobriu-se, ainda, que para o percentual de vendas diretas a proprietários de obras, os •pedreiros exerciam grande influência sobre a decisão de compra do material, na maioria absoluta dos casos de pequenas construções, que normalmente não são licenciadas.

Também foram levantadas as qualidades mais importantes de um tijolo para reboco ou vedação:

As necessidades ligadas aos desejos com relação à qualidade do produto foram ex-•pressas da seguinte maneira: “gosto de comprar tijolo forte”, “quando compro, quero produto entregue na hora”, “só compro produto se tiver uma cor boa”

Estes depoimentos precisaram ser transformados em linguagem menos subjetiva para •que pudessem ser trabalhados. Porém constatou-se, no momento da sistematização,

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que as respostas se repetiam com uma freqüência altíssima, o que mudava era apenas a ordem dos itens, de acordo com o que cada entrevistado valorizava ou levava em consi-deração no produto. Desse modo, comprovou-se a exatidão dos achados da pesquisa.

A maioria dos itens apareceu em grande parte das respostas, resultando, depois de •sistematizados e transformados em linguagem técnica, na síntese da tabela a seguir.

Tabela 30 - Requisitos definidos pelos consumidores

A Dimensões do Tijolo

B Peso

C Absorção de Água

D Cor

E Área Líquida

F Preço de Mercado

G Garantia

H Bom Atendimento

I Prazo de Entrega

J ResistênciaFonte: Reproduzido de MARCON, Domingos P. Proposta de modelo de adequação de processo de produção de cerâmica vermelha,

2002, p. 39, op. cit.

Legenda: A) Dimensões = regularidade e uniformidade de tamanho entre as peças; B) Peso = tijolos mais leves são percebidos como

sendo de melhor qualidade; C) Absorção de água = tijolos que absorvem menos água são considerados de melhor qualidade; D) Cor

= tijolos de cor mais uniforme são melhores; E) Área líquida = as medidas devem obedecer às normas técnicas; F) Preço de mercado

= embora importante, houve discordância a respeito dos limites para o preço de mercado; G) Garantia = garantia de quantidade

entregue de acordo com o pedido e à garantia de qualidade do produto (por exemplo, vida útil do produto quando exposto à umidade

constante; H) Bom atendimento = cortesia, relacionamento humano do vendedor com o cliente; I) Prazo de entrega = preferência por

entregas rápidas; J) Resistência = tijolos resistentes, mesmo se referindo a tijolos de vedação.

A partir do entendimento do que os consumidores entendiam como requisitos, cada segmen-to de clientes foi analisado em separado, em relação à importância (em %) desses requisitos.

Tabela 31 - Percentuais de cada item determinados pelas construtoras

Código Atributos %

A Dimensões do Tijolo 12.0

B Peso 4.3

C Absorção de Água 5.9

D Cor 7.0

E Área Líquida 5.5

F Preço de Mercado 10.4

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G Garantia 14.0

H Bom Atendimento 10.8

I Prazo de Entrega 12.2

J Resistência 17.8

TOTAL 100.00

Fonte: Reproduzido de MARCON, 2002, op. cit., p. 44

Tabela 32 - Percentuais de cada item determinados pelos pedreiros

Código Atributos %

A Dimensões do Tijolo 8.5

B Peso 2.2

C Absorção de Água 2.7

D Cor 2.3

E Área Líquida 6.9

F Preço de Mercado 11.7

G Garantia 14.3

H Bom Atendimento 13.4

I Prazo de Entrega 17.0

J Resistência 21.0

TOTAL 100.0

Fonte: Reproduzido de MARCON, 2002, op. cit., p. 45.

Tabela 33 - Percentuais de cada item determinados pelas lojas de materiais de construção

Código Atributos %

A Dimensões do Tijolo 10.5

B Peso 2.4

C Absorção de Água 1.6

D Cor 5.9

E Área Líquida 8.3

F Preço de Mercado 13.4

G Garantia 13.2

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H Bom Atendimento 11.6

I Prazo de Entrega 13.3

J Resistência 19.8

TOTAL 100.0

Fonte: Reproduzido de MARCON, 2002, op. cit., p. 47.

Finalmente, foram agregadas as respostas dos três segmentos pesquisados.

Tabela 34 - Percentuais gerais determinados pelos consumidores (construtoras, pedreiros, lojas de ma-

teriais de construção)

Código Atributos %

A Dimensões do Tijolo 9.77

B Peso 2.52

C Absorção de Água 2.60

D Cor 4.37

E Área Líquida 7.34

F Preço de Mercado 12.29

G Garantia 13.79

H Bom Atendimento 12.32

I Prazo de Entrega 14.88

J Resistência 20.12

TOTAL 100.0

Fonte: Reproduzido de MARCON, 2002, op. cit., p. 48.

8. Concorrência

Um aspecto importante sobre a concorrência no setor é que a maior pressão competitiva sobre os produtos de cerâmica vermelha abrangidos por este estudo (tijolos, blocos, telhas e tubos) não vem de concorrentes diretos. Ela deriva dos produtos substitutos, quais sejam, aqueles fei-tos a partir de outras matérias-primas, por meio de diferentes processos produtivos, que apre-sentam características físicas, de aplicação e mercadológicas diferenciadas, mas que, de alguma forma, atendem às mesmas necessidades que os produtos feitos de cerâmica vermelha.

Dentre esses substitutos, merecem destaque:

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O cimento, tanto pela forte presença em produtos como tijolos/blocos, telhas e tubos, •quanto pela força agregada do setor (abordada mais à frente);

Os materiais “plásticos” – como PVC – especificamente no que se refere à substituição •de tubos de cerâmica vermelha em diversas aplicações.

Após a análise comparativa de vários trabalhos e sites corporativos, com descritivos de cada um dos produtos e seus respectivos materiais, obteve-se os comparativos apresen-tados nas três tabelas a seguir, no que se refere às vantagens e desvantagens de cada tipo de produto versus matéria-prima.

Tabela 35 - Tijolos e blocos: vantagens e desvantagens por tipo de produto e matéria-prima

ITEM VANTAGENS DESVANTAGENS

Tijolo comum• conforto térmico• conforto acústico

• maior uso de tijolos por m²• maior gasto com argamassa e mão-de-obra• produto com formato irregular

Tijolo baiano• mais barato• desempenho térmico superior

• não suporta carga estrutural• alto índice de quebra (30%)• não tem precisão no formato

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Tijolo solo-cimento (ecológico)

• não exige queima (não polui e evita desmatamento)• cola especial ao invés de argamassa• permite embutir rede elétrica e hidráulica• alvenaria uniforme

• exige chapisco• qualidade depende da secagem (água reduz qualidade)

Bloco cerâmico

• proporciona maior produtividade (em relação ao comum e sol-cimento)• mais resistente de todos• menor quebra (do que o tijolo baiano)

• menor conforto térmico• exige pintura acrílica externa contra umidade

Bloco de concreto

• boa resistência• bom rendimento• precisão nas dimensões• dispensa revestimento externo• permite construção limpa

• peso• menos conforto térmico (em relação ao comum e solo-cimento)• exige pintura acrílica externa contra umidade

Fonte: Elaboração do pesquisador.59

Os tijolos comuns oferecem maior conforto térmico e acústico, mas apresentam maior ir-regularidade na forma e necessitam mais unidades por m²; são menos competitivos em preço, mas têm maior resistência para suportar cargas estruturais. Por mais que seja um produto que utiliza matéria-prima natural, apresenta fragilidade pelo fato dos impactos ambientais causados pela exploração da matéria-prima e da queima.

Quanto ao bloco cerâmico, apresenta boa produtividade e resistência, mas é fraco em ter-mos de conforto térmico e necessita pintura para evitar umidade.

Tabela 36 - Telhas: vantagens e desvantagens por tipo de produto e matéria-prima

ITEM VANTAGENS DESVANTAGENS

Telha cerâmica

• pouca variação dimensional x variação térmica• dispensa material adicional para obter impermeabilidade• desempenho térmico satisfatório• durabilidade

• custo elevado• fixação individual sobre o telhado• difícil limpeza

59 Baseado em várias fontes: PORTAL DOS ALUNOS DE ENGENHARIA CIVIL DA FURG (Fundação Universidade Federal do Rio Grande). Tijolo ou bloco. In: MORETTO. Dicas: dicas 2. Site institucional. Lençóis Paulista (SP), sd. Disponível em: < http://www.moretto.com.br/dicas2.asp?id=46>; CLARO, Anderson. Curso de Arquitetura: tecnologia da edificação I: tijolos – blocos de concreto – características. Florianópolis: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2004. Disponível em: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2004-1/tijolos/bc_caracteristicas.htm>. Acesso em: 10 fev. 2008.

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Telha de fibrocimento

• prática• mais leve• baixo custo• opção número 1 dos consumidores de baixa renda

• frágil• necessita pintura para impermeabilização• necessita de massa e peças para instalação• mau isolamento térmico

Telha de concreto

• impermeabilidade• maior economia• mais resistente• encaixes perfeitos• menor preço por m²

• não identificada

Telha de vidro

• transparência• resiste a raios ultravioleta e choques térmicos• coloração uniforme• sem rebarbas• resistente a fogo e pressão

• mais cara

Telha de fibra de vidro• translúcida• leve• fácil de manusear

• não identificada

Telha de alumínio + plástico reciclado

• idem à de fibrocimento, mas com qualidades técnicas superiores• leveza estética• ganho ambiental

• estrutura de fixação• sujeita a danos por granizo e vento

Telha de papel reciclado e asfalto

• mais leve que fibrocimento• inquebrável• baixa transmissão de calor e ruído• apelo ecológico

• não identificada

Fonte: Elaboração do pesquisador60

As telhas cerâmicas possuem menor variação em seu tamanho, o que é um fato positivo em um país que apresenta temperaturas altas, principalmente no verão. São duráveis e têm bom desempenho no que se refere a conforto térmico. Por outro lado, são frágeis e demandam cuidado especial durante o transporte e instalação, para evitar perdas; seus preços elevados as tornam de difícil acesso para consumidores de baixa renda, mas são as preferidas para construções residenciais de melhor padrão.

Tabela 37 – Tubos: vantagens e desvantagens por tipo de produto e matéria-prima

ITEM VANTAGENS DESVANTAGENS

60 Baseado em várias fontes: DAMALE TELHAS. Produtos Damale: telhas. Site institucional. Taboão da Serra (SP), 2008. Disponível em: < http://www.damale.com.br/html/telhas.htm>; VALOR ECONÔMICO. Onduline inicia produção de telhas de papel e asfalto. In: RECICLÁVEIS. Notícias e destaques. Site institucional. São Paulo, 24 maio 2006. Disponível em: http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00605/0060524asfalto.htm>; ANICER. Manuais: telha. Site institucional. Rio de Janeiro, sd. 3 p. Disponível em: < http://www.anicer.com.br/manuais/telha.rtf>. Acesso em: 10 fev. 2008.

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Tubo cerâmico

• maior durabilidade• não poluente• impermeável• não é atacado por microorganismos

• colocação mais lenta• baixa resistência (no transporte e manuseio)

Tubo de fibrocimento

• leve• baixa rugosidade• não sofre corrosão eletroquímica• baixa condutividade térmica

• frágil• não suporta pressões• sujeito a ataque de sulfato e de águas agressiva

Tubo de concreto• durabilidade• resistência• encaixe perfeito

• não identificada

Tubo de PVC

• ótima resistência química ou mecânica• leveza• fácil manuseio• melhor desempenho hidráulico• permite fabricação in loco• melhor custo-benefício

• baixa resistência ao calor e a pressões• coeficiente de dilatação alto

Tubo de aço

• melhor acabamento• maior variedade de diâmetros e espessuras• permite personalização

• sofre corrosão química ou eletroquímica

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Fonte: Elaboração do pesquisador61

Apesar de serem mais lentos em seu processo de colocação, os tubos cerâmicos apresentam maior durabilidade e impermeabilidade, são resistentes a ataques de microorganismos e não são poluentes. Além disso, são produtos de maior peso, o que se reflete na dificuldade e nos custos de manuseio e transporte.

61 Baseado em várias fontes: CERÂMICA SANTA MARIA. Produtos: tubos – dimensões – especificações técnicas. Site institucional. Campo Belo (MG), sd. Disponível em: < http://www.ceramicasantamaria.com.br/tubos.htm>; BANET (Bolsa de Agronegócios). Construções: uso geral – tubulações e canais. Site institucional. Sl, 1998. Disponível em: < http://www.banet.com.br/construcoes/uso_geral/tubulacoes_e_canais.htm>; AERODINÂMICA. Tubos PVC. Site institucional. São Paulo, sd. Disponível em: < http://www.aerodinamica.com/tubos-conexoes/tubo_pvc.html>; ANICER. Manuais: tubo. Site institucional. Rio de Janeiro, sd. 3 p. Disponível em: <http://www.anicer.com.br/manuais/tubo.rtf>. Acesso em: 10 fev. 2008.

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9. Distribuição

A distribuição de CVPC pode ser executada de forma direta, a partir da venda dos pro-dutos de olarias e cerâmicas para o consumidor final, nesse caso com foco regional, ou quando se trata de grandes cerâmicas vendendo diretamente ao mercado corporativo (as construtoras, que representam apenas 23% do faturamento do setor62) e ao Governo.

Por outro lado, a distribuição indireta, por meio de atacadistas e varejistas especializados (home centers e lojas de materiais de construção) é o principal canal de escoamento dos produtos até os consumidores finais.

A atividade de produção e venda de material de construção correspondeu a 4,1% do PIB63 em 2006; desse percentual, 72% foram oriundos da atuação de lojas de pequeno e médio portes.

Esse canal de distribuição é constituído por cerca de 105 mil lojas em todo o Brasil, concen-tradas principalmente na região SE, onde se destaca o estado de São Paulo.

Figura 8 – Perfil do setor: lojas por regiãoFonte: Reproduzido de ANAMACO, 2008.

Nota: Pesquisa Anamaco/Ibope Solution 2007 – Base total da amostra: 1432 lojas.

A grande maioria das lojas é de pequeno porte (78%), cuja área total tem até 1000 m2; em seguida, estão lojas entre 1001 e 9 mil m2, de médio porte, com 14% de participação. As grandes lojas de material de construção (área acima de 9.000 m2) representaram 7%.

Gráfico 5 – Perfil do setor: lojas por tamanhoFonte: Reproduzido de ANAMACO, 2008.

Nota: Base – total da amostra: 1432 lojas

No que se refere ao mix de produtos, 22% das lojas não contam com uma categoria que, sozinha, represente mais de 50% das vendas. Por outro lado, 34% delas têm forte dependên-cia da venda de itens básicos (cal, cimento madeira, aço e areia). Os elementos de interesse desse estudo (tijolos, blocos, telhas e tubos) não foram destacados pelos entrevistados.

Gráfico 6 – Mix de produtos das lojasFonte: Reproduzido de ANAMACO, 2008.

Nota: Base - Total da amostra (1432); pequeno/ médio porte: 1294; grande porte: 138.

10. Comunicação: Análise sob a Perspectiva

62 Fonte: ANAMACO, 2008, op. cit.63 Fonte: UNC, 2006, op. cit.

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das Arenas da Comunicação

Além das ações convencionais de comunicação, como propaganda, promoção, relações pú-blicas, marketing direto, verifica-se uma busca de alternativas capazes de oferecer eficiên-cia e eficácia em termos de acesso ao consumidor e de retorno sobre o investimento.

Baseado nessa e em outras constatações, foi cunhado recentemente o conceito de arenas de comunicação, conforme Prof. Francisco Gracioso:64

[...] gostaríamos de introduzir um novo conceito: da mesma forma que no passado os homens de mídia montavam as suas estratégias em combinações de veículos, deverão agora – e com a mesma desenvoltura – montar estas estratégias com base naquilo que chamamos de arenas da comunicação com o mercado. [...]

De uma certa forma, todas as sete arenas de que falamos tem na mídia o seu canal de expressão popular, o que sugere a participação desta em todos os conglomerados que vierem a surgir para coordenar a utilização dessas formas de comunicação tão diversas. (GRACIOSO, 2005, p, 30).

Conforme o conceito apresentado considera-se a existência de pelo menos sete arenas, tais como:

Propaganda Tradicional;•

Grandes Cadeias Varejistas;•

Mundo do Entretenimento;•

Mundo da Moda;•

Marketing Esportivo;•

Grandes Eventos Promocionais;•

Varejo Digital, Internet etc.•

Com o objetivo de avaliar práticas de players do mer-cado de cerâmicas vermelhas para construção serão apresentados exemplos de ações desenvolvidas à luz dos conceitos das arenas da comunicação com o mer-cado, considerando-se somente aquelas que, efetiva-mente, fazem sentido e têm maior sinergia com o tipo de produto.

64 Fonte: GRACIOSO, Francisco (coord.). Desculpe-nos, mas estamos colocando três pulgas na sua camisola. Marketing, São Paulo, fev. 2005, p. 29-32. (Estudos ESPM).

Fonte: Reproduzido de TUMELERO. Portal da

Propaganda, São Paulo, 8 out. 2007: <http://

www.portaldapropaganda.com/busca>.

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10.1. Propaganda Tradicional

Reconhecida pelos benefícios que essa fer-ramenta pode trazer ora criando atenção a respeito de uma idéia, conceito ou mesmo produto, ora gerando interesse por uma oferta, criando desejo de consumo e esti-mulando o processo de aquisição, um dos grandes entraves para sua adoção reside nos investimentos.

Cumpre lembrar, que a propaganda pode assumir os mais diferentes formatos, tais como: anúncios impressos e eletrônicos (rádio e televisão – aqui não será tratada comunicação on-line pelo destaque que será dado em tópico que se segue), embala-gens, encartes, anúncios em projeções cine-matográficas, catálogos, folhetos, anuários, audiovisuais, logotipos, outdoors, entre outros amplamente difundidos e mesmo aqueles que ainda estão por ser descober-tos.

No caso da cerâmica, pode-se verificar a existência de folhetos, anúncios em revis-tas de construção/arquitetura, geralmen-te de grandes empresas do setor.

Em geral, foram identificadas campanhas do setor de cimento, argamassas, tintas, fios e cabos. Outro fato que merece ser ci-tado são as campanhas das lojas de mate-rial de construção que, em última análise, são chave no processo de venda dos pro-dutos do setor.

Seguem-se alguns exemplos:

“A Tumelero, atuante no segmento •de materiais de construção, móveis e deco-ração, comemora seu 40º aniversário com uma campanha publicitária. Criado pela Competence, o esforço de comunicação

compreende comercial, spot, mobiliário urbano e material de ponto-de-venda, com pre-sença em cidades do Rio Grande do Sul, onde a rede atua.”65

65 Fonte: Reproduzido de TUMELERO. Portal da Propaganda, São Paulo, 8 out. 2007. Disponível em: <http://www.portaldapropaganda.com/busca>. Acesso em: 02 dez. 2007.

Fonte: Reproduzido de WEBER QUARTZOLIT. Portal da

Propaganda, São Paulo, 23 ago. 2007: <http://www.

portaldapropaganda.com/busca>.

Fonte: Reproduzido de MICOS em ação por Tigre: filme da

Talent mostra macacos infernizando a vida de clientes que não

usam a marca. Meio & Mensagem, São Paulo, 20 mar. 2006:

<http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/Conteudo/

index.jsp?Micos_em_acao_por_Tigre>.

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“A Weber Quartzolit, empresa •atuante no segmento de argamassas pron-tas para a construção civil, está lançando no mercado brasileiro a tecnologia das arga-massas sem poeira. Para divulgar a novida-de e apresentar as duas novas argamassas da empresa (Rebofin e Cimenticola Mais!), estará no ar neste domingo, 26 de agosto, uma campanha composta por um comercial de 30 segundos, spots, anúncio em revistas especializadas e material de ponto-de-venda. No comercial, diversos pedreiros se vêem envoltos por uma imensa nuvem de poeira formada pelo manuseio dos materiais, em um canteiro de obras. Enquanto isso, um de-les usa as argamassas sem poeira, buscando destacar a diferença de conforto e limpeza proporcionados pela nova tecnologia Weber.

Como trilha sonora do filme foi escolhida a música “Volta por cima”, de autoria do composi-tor Paulo Vanzolini.”66

Micos em ação por Tigre•

Filme da Talent mostra macacos infernizando a vida de clientes que não usam a marca

“A Talent utiliza mais uma vez a figura dos micos para infernizar a vida dos consumidores que não usam peças Tigres, em novo filme da agência. Desta vez a estratégia é ampliada, mos-trando a diversidade de soluções que a empresa oferece aos consumidores. Com criação de Luiz Fleury, o filme mostra sobre os vários aspectos de uma obra, como parte elétrica, esgoto, sistema de calhas e encanamento.

66 Fonte: Reproduzido de WEBER QUARTZOLIT. Portal da Propaganda, São Paulo, 23 ago. 2007. Disponível em: <http://www.portaldapropaganda.com/busca>. Acesso em: 02 dez. 2007.

Fonte: Reproduzido de ONDULINE divulga telhas ecológicas.

Meio & Mensagem, São Paulo, 8 nov. 2007: <http://www.

meioemensagem.com.br/novomm/br/ultimas_

conteudo/?Onduline_divulga_telhas_ecologicas>.

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Em “Bananas”, que tem direção de criação de João Livi, um mestre de obras fazendo seu pedido pelo telefone: areia, cimento, tijolos e bananas. O intuito seria alimentar os micos que povoavam a obra, já que os materiais utilizados eram de qualidade inferior à Tigre. A produção é da O2 Filmes.”67

10.2. Cadeias de Varejo

O varejo oferece grandes oportunidades não apenas em relação à oferta de produto ao mer-cado final, mas também pela potencialização da divulgação e exposição de marca.

As grandes lojas especializadas (Home Centers) e lojas de material de construção em geral apresentam oportunidade para exposição do produto, realização de ações de merchandi-sing etc. para demonstrar as características dos produtos.

Considerando-se a fragilidade dos tijolos, blocos e telhas no processo de transporte e ma-nuseio, seria interessante criar espaços adequados, com adequado armazenamento, mini-mizando perdas.

A seguir pode-se verificar ação realizada por produto substituto, com apelo ecológico, re-alizado nos pontos-de-venda:

Onduline divulga telhas ecológicas •

“A Onduline divulga, em campanha criada pela Repense Comunicação, as qualidades e o iferencial de suas telhas, conhecidas como ‘ecológicas’, feitas a partir de papel e papelão usados. As peças, como adesivos de chão, banners, cartazes e folhetos serão colocados em pontos-de-venda na região sudeste, particularmente nos estados de São Paulo e Rio de Ja-neiro. Também foi desenvolvida uma promoção onde o consumidor que comprar mais de 50 telhas ganhará a visita de um técnico para desenvolver o projeto adequado. A criação é de Aline Lucz e Fred Rodrigues Di Rico, com direção de Danilo Janjacomo.”68

67 Fonte: Reproduzido de MICOS em ação por tigre: filme da Talent mostra macacos infernizando a vida de clientes que não usam a marca. Meio & Mensagem, São Paulo, 20 mar. 2006. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/Conteudo/index.jsp?Micos_em_acao_por_Tigre>. Acesso em: 02 dez. 200768 Fonte: ONDULINE divulga telhas ecológicas. Meio & Mensagem, São Paulo, 8 nov. 2007. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/ultimas_conteudo/?Onduline_divulga_telhas_ecologicas>. Acesso em: 02 dez. 2007.

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10.3. Moda

O mercado da moda movimentou em 2006 mais de US$16 bilhões, na forma de consumo aparente. Esse volume demonstra a importância dessa atividade no país, acompanhando tendências mundiais.

Nesse sentido, muitos investimentos são anualmente realizados visando divulgação, pro-moção e venda de produtos (grifes) e serviços ligados ao setor.

No caso específico de CVPC, a moda poderia ser entendida como aquela referenciada por grandes arquitetos e até estilistas que se aventuram pela área da construção civil a partir da extensão da sua marca. Em eventos como a Casa Cor69 é possível verificar novas tendên-cias, a influência das grifes e usos de materiais de construção de forma criativa.

10.4. Marketing Esportivo

Nos últimos anos o Brasil e o mundo têm acompanhado o crescimento dos investimentos no marketing esportivo. O licenciamento de marcas (clubes), a venda de artigos, a utiliza-ção da imagem de atletas e os vários eventos, desde regionais até mundiais, movimentam cifras bilionárias.

Mesmo em um setor composto, sobretudo, por micro e pequenos empresários, a oportuni-dade pode ser aproveitada.

Providência estréia apoio ao esporte com Paraná Clube•

“A divisão de tubos e conexões de PVC da Companhia Providência, marca Provinil, aposta no futebol como estratégia de aproximação com o consumidor e lojistas de material de construção e é a nova patrocinadora do time de futebol Paraná Clube.

As logomarcas da Provinil e da Providência serão estampadas nas costas e na frente da ca-misa, respectivamente. A parceria - válida por dois anos - também prevê pagamentos de pre-miações por resultados alcançados além de um valor fixo não divulgado pela empresa. ”70

69 Para maiores informações, acessar: <http://www.casacor.com.br/paginainicial.htm>.70 Fonte: Providência estréia apoio ao esporte com Paraná Clube. Meio & Mensagem, São Paulo, 27 fev. 2008. Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/novomm/br/ultimas_conteudo/comentar.jsp?Providencia_estreia_apoio_ao_esporte_com_Parana_Clube>. Acesso em: 28 fev. 2008.

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10.5. Eventos Promocionais

As feiras e exposições oferecem os maiores benefícios aos fabricantes de CVPC no Brasil.

Apesar da posição ocupada pelos subsetores da indústria cerâmica brasileira no contexto mundial, as feiras que apresentam ao mercado a produção e novos desenvolvimentos cerâ-micos, restringem-se às feiras ligadas à construção civil e às entidades de promoção e divul-gação da pesquisa técnico-científica, como é o caso da Associação Brasileira de Cerâmica.

As feiras periódicas mais importantes, com calendário firmado, são, de acordo com o SEBRAE,71 o Ministério do Turismo72 e outros organizadores:

FEICON – Feira Internacional da Indústria da Construção – Anual – São Paulo•

FEHAB – Feira Internacional da Habitação – Anual – São Paulo•

CONSTRUIR - Feira da Construção Civil – Bianual – Rio de Janeiro•

FIEPAC – Feira Internacional de Equipamentos, Produtos e Arte Cerâmica – Anual - •Associação Brasileira de

Cerâmica – Itinerante.•

FETEC - Feira de Tecnologia Cerâmica do Colégio Maximiliano Gaidzinski – Bianual •–Criciúma – SC

Como citado no item anterior, a Casa Cor é um importante sinalizador das tendências e usos dos materiais que são cuidadosamente escolhidos e utilizados por arquitetos renoma-

71 Fonte: SEBRAE. Série Mercado. O Mercado Brasileiro de Feiras 2007. Pág. 45 a 50.72 Fonte: Ministério do Turismo. Braziltour - Portal Brasileiro do Turismo. Disponível em: <http://www.braziltour.com/site/br/eventos/lista.php?palavra=cerâmica&data_inicio=01/01/2007&data_termino=01/04/2008>. Acesso em: 05 abr. 2008.

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dos, que “adotam” espaços e assinam suas criações.

Várias empresas participam por meio de patrocínio e seção de material, a fim de exporem suas marcas e produtos.

Fonte: Reproduzido de CASA COR. Site institucional. Sl, sd.73

10.6. Varejo Digital, Internet etc.

73 Fonte: CASA COR. Site institucional. Sl, sd. Disponível em: < http://www.casacor.com.br/paginainicial.htm>. Acesso em: 24 jun. 2008.

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II. Diagnóstico do Mercado de Cerâmica Vermelha

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O mundo digital, a Internet, é um grande canal para a divulgação dos produtos e dos fabricantes de CVPC, em função de seu poder de acesso aos mais diferentes públicos inte-ressados, e também pelo seu custo relativo menor.

Em vários sites foram identificadas apresentação da empresa e suas linhas de produtos, permitindo a solicitação de orçamentos.

O site de revistas de construção apresenta produtos, realiza análises comparativas e apre-senta área dedicada a anúncios, podendo ser um caminho interessante para envio de infor-mação, sugestão de pauta, a fim de gerar publicidade.

Essa ferramenta digital também é muito utilizada pelo canal de distribuição, principal-mente por grandes lojas e cadeias.

Alguns exemplos de sites sobre o tema, entre outros.

Lapin Tijolos Ecológicos•

Fonte: Reproduzido de LAPIN TIJOLOS ECOLÓGICOS. Ficou rápido e barato construir seus sonhos. Site institucional.

Magé (RJ), sd.74

Cerâmica Forte•

Fonte: Reproduzido de CERÂMICA FORTE. Tijolos. Site institucional. São Paulo, sd.75

Site da Revista Casa Cláudia e Arquitetura e Construção, da Editora Abril•

Fonte: Reproduzido de PORTAL CASA. Tijolos: tipos de tijolos. Site institucional. São Paulo, sd.76

74 Fonte: LAPIN TIJOLOS ECOLÓGICOS. Ficou rápido e barato construir seus sonhos. Site institucional. Magé (RJ), sd. Disponível em: < http://www.lapintijolos.com.br/>. Acesso em: 9 mar. 2008.75 Fonte: CERÂMICA FORTE. Tijolos. Site institucional. São Paulo, sd. Disponível em: < http://www.ceramicaforte.com.br/tijolos/index.html>. Acesso em: 9 mar. 2008.76 Fonte: Reproduzido de PORTAL CASA. Tijolos: tipos de tijolos. Site institucional. São Paulo, sd. Disponível em: < http://casa.abril.com.br/materias/tijolos.shtml>. Acesso: 9 mar. 2008.

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1. Análise PFOA

A análise PFOA considera os pontos fortes e fracos de uma empresa e de seus produtos, ligando-os às condições do macro e do microambiente potencialmente favoráveis (as opor-tunidades) ou desfavoráveis (as ameaças).

Figura 9 – Matriz PFOA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• A cerâmica tem um papel importante para a economia do país;• A participação no PIB é estimado em 1%, correspondendo a cerca de 6 milhões de dólares;• Recursos naturais disponíveis em grandes volumes;• Pulverização proporciona atuação por nicho geográfico (clusters);• Produtos apresentam valor estético (telhas) e cultural;• Oferecem maior conforto térmico e acústico;• Mantêm ambiente interno com baixa umidade;• Resistente ao calor, a altas temperaturas e à propagação de fogo;• Alta durabilidade

• Setor pulverizado, composto, eminentemente, por empresas de menor porte, com forte presença da economia informal;• O número “oficial” de 5.500 empresas (2005) não corresponde à realidade dos ceramistas no Brasil;• Desconhecimento de normalização do produto final (para os produtos em que existe essa normalização);• Em decorrência do ponto anterior, cada fabricante “cria” seu próprio padrão, o que prejudica ou compromete o controle da qualidade final do produto;• Falta de planejamento (empresarial, de gestão e de produção);• Falta de estrutura organizacional nas empresas, em que se definam funções e responsabilidades dos trabalhadores responsáveis pela produção;• O trabalho quase artesanal e freqüentemente familiar, pelas suas características, tem um ritmo lento de adaptação e inovação;• Devido às exigências de mercado e ao aparecimento de materiais alternativos, as empresas do setor, salvo algumas exceções, passam por uma crise, em que sua capacidade de evolução e controle é decisiva para sua sobrevivência;• Desperdício de matéria-prima, energia e combustível;• Inexistência de controle de qualidade;• Forte presença de processos tecnológicos defasados;• Tendência de maior concentração do setor, “quebra” de empresas de menor porte, maior participação da economia informal e até para a perda da importância e do poder de aglutinação das atuais associações representativas do setor.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Setor de construção civil em crescimento no país;• Linhas de crédito para aquisição de material de construção para reforma;• Demanda reprimida por materiais para construção, ampliação, reforma nas classes média e baixa;• Localização próxima aos fornecedores de matéria-prima potencializa sucesso;• Atuação conjunta (produtores e associações/cooperativas) para melhorar competitividade;• Benchmarking de outros setores

• Presença forte e crescente de produtos substitutos (cimento, PVC) com melhor relação custo/benefício, processos tecnológicos avançados, alta credibilidade em função da rígida certificação e cujos segmentos apresentam características de oligopólios dominados por multinacionais;• Outra questão que merece atenção é a percepção crescente das indústrias cerâmicas como não-sustentáveis e prejudiciais ao meio ambiente, por utilizarem matérias-primas não renováveis (como a argila), pelo uso tradicional intensivo de lenha como combustível (sem a devida reposição das árvores abatidas) e pela dificuldade de destinação adequada tanto dos resíduos da produção quanto dos resíduos pós-transporte, pós- armazenamento e pós-uso (quais sejam, produtos quebrados e não reutilizáveis)

Fonte: Elaborado pelo pesquisador

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2. Tendências de Mercado

Pode-se fazer uma distinção entre modismo e tendência. Um modismo é imprevisível, de curta duração e não tem significado social, econômico e político. Já uma tendência é um dire-cionamento ou uma seqüência de eventos com certa força e durabilidade. Mais previsíveis e duradouras, as tendências revelam como será o futuro e oferecem muitas oportunidades.

A cerâmica é notoriamente um produto muito reconhecido e comercializado no Brasil e também no mercado exterior, contudo uma série de outros produtos de artesanato também tem seu reconhecimento no mercado, ainda que em pequeno volume. De maneira similar a outros países, principalmente na América Latina, este mercado tem crescido pela procura por produtos artesanais de alta qualidade e, mais diretamente, por produtos que atendam a anseios específicos do consumidor.

O Brasil está iniciando a exploração desse setor, de forma ainda muito incipiente, pelo baixo uso de tecnologia para tal fim, e principalmente pela informalidade encontrada na produção e comercialização da cerâmica, internamente. Para que se tenha um mercado estável para esses produtos, faz-se necessário o estímulo para a instalação de projetos que visem não só a produção da cerâmica, mas também a incorporação de outros projetos que possam ser geradores de renda para os trabalhados e para os municípios locais.

3. Estratégia Competitiva para o Setor

O segmento de cerâmica vermelha encontra-se, na sua maior parte, na situação que Xavier

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Gilbert77 denomina “concorrência perfeita” (na visão dos economistas) ou vala comum (na visão dos estrategistas de marketing).

Esta desconfortável posição significa que o segmento, como um todo, e a maior parte das empresas que o compõem não conseguem acrescentar diferenciais (valor agregado) a seus produtos que façam o consumidor preferi-los, procurá-los, exigir aquela marca e, conse-qüentemente, pagar mais por eles.

Figura 10 - Quadrado de Xavier GilbertFonte: Adaptado de GRACIOSO, Francisco. Planejamento estratégico orientado para o mercado: como planejar o crescimento da

empresa conciliando recursos e “cultura” com as oportunidades do ambiente externo. São Paulo: Atlas, 1987.

É em decorrência disso que são propostas as ações apresentadas mais à frente, que se baseiam no conceito de benchmarking, também explanado à frente.

4. Proposta Estratégica: Realização de

Benchmarking do Cimento (Produto Substituto)

No caso do setor de cerâmica vermelha, benchmarking significa analisar, avaliar e adequar às características intrínsecas do setor as ações estratégicas utilizadas pelo setor de cimento; essa adaptação é indispensável, porque a realidade de cada setor é bastante diferente.

Assim, o setor cimenteiro é um oligopólio78 com presença maciça de corporações transna-cionais que entraram no mercado, sobretudo, via aquisição de empresas nacionais tradicio-nais, com boas marcas, acesso a fontes de matéria-prima e logística (transporte, pontos de estocagem, relacionamento com canais de distribuição etc.) bem estabelecida. É, portanto, um setor rico, com forte lobby junto a órgãos do governo (federal, estadual, municipal) e a órgãos “regulamentadores” (ABNT, INMETRO etc.), e que apóia, incentiva e financia pes-quisas tanto de instituições particulares como públicas (IPT etc.).

77 Fonte: GRACIOSO, Francisco. Planejamento estratégico orientado para o mercado: como planejar o crescimento da empresa conciliando recursos e “cultura” com as oportunidades do ambiente externo. São Paulo: Atlas, 1987.78 Oligopólio: regime de mercado em que poucas empresas de grande porte detêm a maior parte do mercado e, conseqüentemente, acabam definindo quais modelos de negócio terão sucesso, quais agentes comporão a cadeia produtiva e quais os preços aceitáveis pelo mercado, entre outras variáveis.

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Já o setor de cerâmica vermelha é atua no regime de concorrência perfeita. Embora chamada de “perfeita” pelos economistas clássicos, essa forma de concorrência, no ambiente de negócios, significa que o setor é formado por um número muito grande de empresas, principalmente de pequeno porte, e que praticamente nenhuma delas consegue diferenciar sua oferta (seu mix de marketing: produtos, preços, distribuição, comunicação) a ponto de construir uma forte lembrança de marca e, sobretudo, de agregar valor a seu produto, tornando-o destacado dos concorrentes, preferido pelos compradores e, portanto, tendo a possibilidade de cobrar por esse valor adicional percebido.

Portanto, levando em conta as substanciais diferenças entre ambos os setores, mas apro-veitando a lição que esse substituto – o cimento – ensina, algumas ações que o setor de cerâmica deveria adotar são:

Fortes ações de lobby para conseguir legislação favorável aos seus produtos (“defesa •institucional” do material versus materiais substitutos);

Busca ativa de lobby, financiamento, apoio e/ou parceria para efetivar a normatização •dos produtos, para conseguir que essa normatização atenda aos critérios que o próprio setor desejar e/ou achar adequados e que sejam, potencialmente, alavancadores do consumo de seus produtos. Posteriormente, deverá ser implementada uma estratégia de forte defesa e permanente monitoramento da adequação das normas às necessida-des do mercado;

Manter ações constantes de defesa técnica e “emocional” do produto (por exemplo, •predomínio de produtores nacionais de menor porte, tradição, número de empregos oferecidos a pessoas com pouca qualificação etc.) perante todos os públicos de inte-resse (stakeholders79): arquitetos, engenheiros, construtores, decoradores, fabricantes de produtos complementares, governo (nos três níveis: federal, estadual, municipal), canais de distribuição (pequeno e grande varejo) e, é claro, potenciais consumidores;

Incentivar os fabricantes quanto à obtenção de selos de qualidade e de certificações nacio-•nais e/ou internacionais. A atribuição de selos de qualidade e de certificação aos fabricantes imprime seriedade e transmite credibilidade frente aos públicos intermediários (canais) e consumidores. Só que, para atribuir esses selos, primeiro é preciso, como dito acima, nor-matizar e, mais ainda, fortalecer a imagem de algumas das associações do setor já existentes (se tiverem perfil adequado; caso contrário, deve ser criar uma entidade especifica para esta finalidade), que passariam a ser responsáveis pela atribuição destes selos e/ou certificados;

Estimular e financiar pesquisas (tanto de instituições públicas como privadas) para •inovação em pontos-chave da cadeia produtiva, tais como métodos de produção, alter-nativas energéticas e produtos finais mais competitivos (preço, aparência, resistência, durabilidade, facilidade de aplicação etc.), entre outros. Este aspecto inclui iniciativas como criar prêmios nacionais e/ou regionais para pesquisadores e estudantes, que são ações que conseguem boa divulgação espontânea na mídia;

Firmar parcerias com universidades e pesquisadores nacionais, regionais e locais •

79 Stakeholders ou públicos de interesse: são todas as empresas, organizações, grupos ou pessoas que têm interesse em uma empresa e podem, a partir de um bom desenvolvimento e gerenciamento das relações com a empresa, gerar vantagens competitivas ou ameaças para ela corporação. São públicos que podem afetar o atingimento dos objetivos de uma organização ou ser afetados pelo cumprimento desses mesmos objetivos.

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(principalmente da área de engenharia) para incluir o estudo da cerâmica vermelha, suas características, suas múltiplas aplicações e suas vantagens frente a materiais subs-titutos. Esse tipo de iniciativa, freqüentemente realizado por outros setores (tanto de matérias-primas quanto de tecnologia e equipamentos), cativa e convence os futuros influenciadores e decisores de compra, ou seja, os alunos;

Apoiar as comunidades locais que, potencialmente, podem ser prejudicadas pelo pas-•sivo ambiental resultante da produção não sustentável de cerâmica. Por exemplo: pro-dutores de cerâmica que usam lenha em seus fornos e não repõem as árvores que retiram da natureza; a emissão não controlada de poluentes por ar; a falta de orientação e de EPIs (equipamentos de proteção individual) para os trabalhadores, o que pode acarretar diversas doenças e até a perda da capacidade de trabalho; e até a questão do destino dados aos resíduos da produção da cerâmica;

Como complemento e contrapartida da ação de apoio à comunidade, também é impres-•cindível a conscientização e o treinamento sistemático dos produtores locais sobre os mesmos problemas, bem como a apresentação de soluções e alternativas viáveis para as questões ambientais e sociais; aqui, viáveis significa que possam ser entendidas e aplicadas dentro das limitações técnicas, culturais e financeiras desses produtores;

Criar relacionamento com os diferentes públicos de interesse (stakeholders), sobretudo •arquitetos, engenheiros, construtores, decoradores, fabricantes de produtos comple-mentares, prefeituras, entre outros. Pela pulverização do setor, esta pode ser mais uma iniciativa capitaneada por uma instituição nacional e reproduzida para as associações estaduais e locais. Este relacionamento não é uma atividade “cosmética”, superficial; deve abranger uma gama de serviços e informações que vão desde o apoio técnico a quem quer utilizar cerâmica vermelha (arquitetos, construtores) até orientação quanto a questões legais (por exemplo, para “ensinar” pequenas prefeituras a montar uma licitação) e financeiras (com links para instituições públicas e privadas que financiam obras municipais e/ou a compra de materiais de construção por particulares);

O meio mais barato, rápido e até inevitável para realizar as ações acima descritas constitui-se não apenas em um site, mas em um portal do setor de cerâmica vermelha. Já existe uma associação que denomina seu site como “portal”, mas o conceito aqui proposto (como mais um benchmarking a partir do setor de cimento) é diferente.

Consiste na criação de uma verdadeira “teia” de sites de associações e outras entidades (revistas, sindicatos e outros) interligadas em torno de um produto básico – cerâmica ver-melha - e das várias categorias de produtos (tijolos, blocos, telhas, tubos etc.) e suas múl-tiplas possibilidades de uso em diferentes segmentos de mercado (domiciliar, comercial, industrial, institucional/governamental etc.);

Também estarão presentes nesse portal as associações menores e os APLs, cujos membros (fabricantes de cerâmica vermelha) provavelmente não terão fácil acesso à internet (se é que terão acesso, ao todo); é nesse ponto que cada instituição local mantém e amplia seu papel de relacionamento pessoal com os produtores locais, com uma comunicação de duas mãos:

Transmitindo e traduzindo o que o portal propõe para o setor, os produtores, os •stakeholders e os compradores (melhorias técnicas e comerciais); e

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III. Referências

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Coletando casos, depoimentos e outras contribuições dos produtores e levando-os para •seu site específico e, conseqüentemente, para o portal do setor.

Vale lembrar que a utilização de meios de comunicação eletrônica (via portal) + direta (sobre-tudo via APLs e associações locais) não eliminam a necessidade de uma forte participação do setor em feiras, seminários, congressos etc., tanto da própria categoria como das categorias em que se enquadram seus stakeholders, por exemplo: eventos promovidos por universidades de engenharia e arquitetura, por instituições públicas ou privadas focadas em inovação e/ou pes-quisa de materiais, por órgãos legisladores ou normatizadores, e assim por diante.

É dessa forma que o setor poderá conhecer o que “o mundo de fora do setor de cerâmica verme-lha” pensa sobre o produto, as técnicas e o futuro do material, e também expor suas perspecti-vas e pontos de vista e defender a adequação e a viabilidade do uso dos produtos no país.

Para que todas as ações prescritas sejam exeqüíveis, é preciso incentivar maior união das empre-sas do setor. Na extensa pesquisa secundária realizada, verificou-se que, embora existam inúme-ras associações nacionais, regionais e locais, aparentemente a comunicação e o relacionamento entre elas são insuficientes (e, em muitos casos, inexistentes), como demonstra a divergência entre os dados coletados junto a várias delas: cada entidade utiliza sua metodologia, seus critérios de coleta e, muitas vezes, a própria divisão e organização das informações é única.

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1. Bibliografia

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Anuário Estatístico do Setor de Transformação de Não-Metálicos. Secretaria de Geologia, •Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia, 2006;

Anuário Estatístico: Setor de Transformação de Não Metálicos. Secretaria de Geologia, Mine-•ração e Transformação Mineral. —2006— Brasília: SGM, 2006- 22,5cm. Páginas 23 a 26;

Cerâmica Industrial, 2000; 2001; 2006.•

Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Manual de Licenciamento am-•biental: guia de procedimento passo a passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004;

GRACIOSO. Francisco. Planejamento estratégico orientado para o mercado. São Paulo: •Atlas, 1987;

IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002-2003;•

MAFRA, Antero Tadeu. Dissertação para obtenção de Grau de Mestre em Engenharia •de Produção: Proposta de Indicadores de Desempenho para a Indústria de Cerâmica Vermelha. UFSC. Florianópolis (SC), março de 1999;

MOTTA, José Francisco Marciano; Zanardo, Antenor; Junior, Marsis Cabral. As Matérias-•Primas Cerâmicas. Parte I: O Perfil das Principais Indústrias Cerâmicas e Seus Produtos.

TANNO, Luiz Carlos; Motta, José Francisco Marciano. Panorama Setorial - Mine-•rais Industriais;

Referências FIESP 7: Agenda de política para a cadeia produtiva da construção civil. •São Paulo, setembro de 2004;

SANTOS, Cláudia de Souza. A indústria cerâmica em Barra Bonita (SP) e suas relações •com a usina hidrelétrica de Bariri: panorama e perspectiva. UNICAMP. Campinas, SP. 2003;

SindusCon-SP/FGV Projetos. Os dados apresentados na tabela estão dispostos numa •escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Isso quer dizer que va-lores abaixo de “50” podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de dificuldades financeiras, no entanto, valores abaixo de “50” significam dificuldades menores;

UNC. A Construção do Desenvolvimento Sustentado (agosto/2006).•

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2. Sites

http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp•

http://casa.abril.com.br/arquitetura/livre/precos/precos.shtml •

http://casa.abril.com.br/materias/tijolos.shtml•

http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/infografico/2007/09/14/ult3225u24.jhtm•

http://radarcomercial.desenvolvimento.gov.br/radar/•

http://www.abceram.org.br/asp/abc_503.asp•

http://www.abramat.org.br/indicedevendas.asp?s=28•

http://www.aerodinamica.com/tubos-conexoes/tubo_pvc.html•

http://www.aldebaraceramica.com.br/DEFAULT.ASP?PAGE=3&AREA=1•

http://www.anamaco.com.br/dados_setor.php•

http://www.anicer.com.br/•

http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2004-1/tijolos/bc_caracteristicas.htm•

http://www.banet.com.br/construcoes/uso_geral/tubulacoes_e_canais.htm•

http://www.casacor.com.br/paginainicial.htm•

http://www.ceramicaforte.com.br/tijolos/index.html•

http://www.ceramicasantamaria.com.br/tubos.htm•

http://www.damale.com.br/html/telhas.htm•

http://www.fiesp.com.br/publicacoes/pdf/economia/referencias7.pdf•

http://www.firjan.org.br/notas/media/licenciamento.pdf•

http://www.ipt.br/institucional/imprensa/noticias/?ID=885•

http://www.lapintijolos.com.br/•

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IV. Glossário

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http://www.moretto.com.br/dicas2.asp?id=46•

http://www.organizacaovideira.com.br/•

http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00605/0060524asfalto.htm•

http://www.revistaanamaco.com.br/noticia.asp?modelo=116&cd=1237•

http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?z=p&o=1&i=P•

http://www.sigeor.sebrae.com.br•

http://www.sindusconsp.com.br/especiais/Uniao_nacional_construcao/doc_unc.pdf•

http://www.tijomaxtijolos.hpg.ig.com.br/•

http://www.transportes.mg.gov.br/includes/preco_setop/PRECO_SETOP_Sul.pdf•

www.acertubos.com.br/hist.htm•

www.sindusconsp.com.br/downloads/XXXIV_sondagem_nacionalL.pdf•

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ADOBE - Argila crua secada no sol. Costuma ser misturada com palha para se tornar mais resistente. Usada para construções primitivas.

AGATAWARE - Técnica em que se usam argilas coloridas sobrepostas e abertas com um rolo. Resulta uma mistura com várias cores estriadas que apresentam semelhança à pedra ágata.

ALMA NEGRA – É a parte escura que fica internamente nas paredes de um objeto cerâmico, em função do pouco calor de queima, ou seja, a parte escura não foi queimada. Encontramos muitos objetos cerâmicos assim hoje em dia, principalmente algumas cerâmicas indígenas.

ALUMINA – Um dos principais componentes das argilas. Quando usada nos esmaltes serve para controlar a viscosidade, impedindo que escorra pelas laterais da peça ao se fundir. O óxi-do de alumínio é utilizado também para aumentar a temperatura da queima tanto das argilas quanto dos vidrados, já que seu ponto de fusão é de 2050 °C. Elemento refratário. (Al 2 O3).

ARGILA – Certas terras e rochas pulverizadas formam, quando combinadas com água, uma pasta suficientemente homogênea – com plasticidade – passível de ser modelada/mol-dada, que endurecem ao passo em que vão secando – peças verdes – e que transformam em cerâmica através da ação do fogo. Silicato de alumínio hidratado A argila resulta da decomposição dos feldspatos.

ARGILA LÍQUIDA – Vide Barbotina.

ARGILA EM PÓ – Argila em pó, desidratada e moída. Para ser utilizada em seu estado plástico, deve ser misturada com água e ser amassada e batida para que a massa fique homogênea. Também pode ser utilizada para formular barbotina, bastando adicionar maior quantidade de água e ser batida a ponto de uma papinha mais líquida; se for uti-lizada para fundição deve ser defloculada.

ARGILA RECICLADA – Processo de retornar a argila ao seu ponto de plasticidade para ser novamente utilizada. Processo utilizado com pedaços de argila já endurecidos. Não perde suas características originais.

ARGILA REFRATÁRIA – Conhecida como “Massa Refratária”. Material resistente à fusão. Resulta da mistura de areia com pó de cerâmica moída (biscoito). Suporta altas temperaturas.

ARGILA VERMELHA – Popularmente conhecida como “barro”. De grande plasticidade e em sua composição entram uma ou mais variedades de argilas. Produzidas sem tanta pre-ocupação com seu estado de pureza, quando queimadas no máximo até 1100 °C adquirem colorações que vão do creme aos tons avermelhados, o que mostra o maior ou menor grau da porcentagem de óxido de ferro. Formadas por argilas ferruginosas.

AVENTURINA – Vidrado onde aparece a formação de pequenos cristais suspensos na superfí-cie. Os cristais contêm óxido de ferro daí sua coloração amarronzada. É uma solução saturada.

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BAIXO VIDRADO – Decoração com óxidos ou corantes minerais antes da camada de vidrado.

BALL CLAY – Argila secundária. Normalmente é adicionada às argilas primárias para aumentar a plasticidade.

BARBOTINA – Argila misturada com água em estado cremoso. A barbotina é a cola da argila.

BATER (Amassar o barro) – Significa homogeneizar a massa fazendo movimentos girató-rios semelhantes ao de um padeiro ao sovar o pão. Pode-se também “jogar” o barro sobre uma superfície firme sempre cortando e reunindo as partes.

BENTONITA – Argila de granulação fina, bastante maleável de granulação muito fina. Tem alto índice de retração, 10 a 15 % do seu volume. Usada como agente plastificador das argilas quando misturada em barros magros, aumenta a plasticidade, É usada em esmalte para evitar que endureça e se deposite no fundo do recipiente.

BISCOITO – Objeto de cerâmica queimado ou assado, ainda não esmaltado.

BOLHAS NO VIDRADO (Gretas) - Defeito no vidrado. Surgem na superfície esmaltada quando a queima se processa muito rapidamente em seu final, impedindo que os gases de desprendam totalmente. A queima deve ser mais lenta perto do ponto de maturação do es-malte, para evitar tal defeito. Ainda podem ser maiores, pois o esmalte se afasta formando uma cratera. São causadas pela liberação de gases em queima muito rápida ou também em função da existência de impurezas.

BOLHAS DE AR - Podem existir bolhas de ar dentro da argila. Precisam ser eliminadas sob o risco de provocarem explosão das peças durante a queima. São responsáveis por explosões dos objetos e também por rachaduras nos objetos de argila em fase de secagem. As bolhas surgem também em objetos de argila modelados a mão e que não sejam bem emendados.

BONE CHINA (Porcelana de Ossos) - Pasta dura e translúcida, branca e fina, composta basicamente de ossos calcinados (fosfato de cálcio), que atuam como fundentes. Sua com-posição reúne aproximadamente 50% de ossos calcinados, 25% de feldspato e outros 25% de caulim. A temperatura para queima está entre 1200 ºC e 1250 ºC.

BÓRAX - Borato de sódio hidratado. Usado como fundente na composição de muitos esmal-tes e fritas. É utilizado também para o rebaixamento da temperatura de fusão de um esmalte. Contém cerca de 50% de água, e aconselha-se que seja adquirido já calcinado ou refinado.

BRUNIR (Polimento) - Consiste em dar polimento à superfície da peça em ponto de couro. Isto pode ser feito com plástico – tipo sacos de plásticos mais finos e foscos, ou com obje-tos lisos e até convexos como, por exemplo, as costas de uma colher de metal. Tornando a superfície do objeto cerâmico, mais lisa, brilhante e menos permeável. Processo utilizado desde a antiguidade e ainda utilizado em cerâmica indígena.

CÂMARA DE PULVERIZAÇÃO - Local apropriado para se fazer a esmaltação com pistola. Evita a dispersão do esmalte no ar, que por ser tóxico, irá causar danos à saúde.

CALCINAR - Desintegrar pelo calor.

CALOR VERMELHO ou Fogo Vermelho - Ocorre na queima quando a temperatura do

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forno está em torno de 700 °C. A peça fica com a cor vermelho escuro. À medida que a temperatura sobe a cor vai mudando para laranja, amarelo e, aos 1300 °C, fica branca.

CAMADA; banho - “operação em que se cobre uma peça de cerâmica com uma camada terrosa, que disfarça a cor natural do barro”. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira). Rio de Janeiro, Lisboa, Enciclopédia | s.d. |.

CAULIM - Argila primária, não plástica, de cor branca usada principalmente na composi-ção da porcelana e de esmaltes.

CERÂMICA - Denominação da argila quando queimada acima de 600 °C. Torna-se dura e resistente. Para se tornar impermeável deve ser esmaltada.

CERÂMICA BRANCA - Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais cons-tituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa, necessária por razões estéti-cas e/ou técnicas. Com o advento dos vidrados opacificados, muitos dos produtos enquadra-dos neste grupo passaram a ser fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com matérias-primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração.

CERÂMICA VERMELHA - Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada em-pregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo, porém o mais correto é em materiais de revestimento.

CHUMBO - Fundente muito ativo usado em esmaltes de baixa temperatura. É extrema-mente tóxico e só deve ser usado em forma de frita.

CHAMOTE – Biscoito moído, utilizado para dar maior resistência à argila. Pode ser produ-zido em diferentes granulometrias; e argilas de todas as temperaturas podem ser emprega-das para sua produção. No entanto a cerâmica refratária é a mais eficiente.

CINZAS – Utilizadas em objetos cerâmicos, provêm de madeiras, folhas e palhas. É utili-zada na composição de esmaltes (vidrados) de alta temperatura e também na composição de algumas argilas. Contém sílica e alumina.

CILINDRO - Equipamento mecânico que serve para abrir uma placa de argila. Também chamado de Slab Roller ou plaqueira.

CMC (Carboxi Metil-Celulose) – Cola vegetal que pode ser misturada ao esmalte (vidrado) para sua melhor fixação na peça para ser levada ao forno. Facilita o manuseio e não altera a cor e as propriedades do esmalte.

COEFICIENTE DE EXPANSÃO – É o quanto o material se expande sob a ação do calor e se centrai progressivamente no resfriamento.

CONE PIROMÉTRICO - Produzidos com materiais cerâmicos são utilizados para indicar a temperatura desejada da queima da cerâmica.

CRAQUELÉ– Termo utilizado para definir pequenas trincas que se formam no esmalte. É causado por diferenças dos coeficientes de expansão, ou seja, em função das grandes dife-

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renças entre a expansão e a contração térmica da argila e do esmalte.

ENGOBE – Mistura de argila líquida, óxidos e outros componentes que pode ser aplicada em uma peça antes da esmaltação. Utilizado em peças cruas (ponto de couro), mas pode também de acordo com alguns ceramistas ser aplicado em peças biscoitadas.

ENGOBE VITRIFICADO – É o engobe que por conter materiais fundentes pode ser aplica-do à peça já biscoitada em argila de alta ou porcelana.

ESMALTE – Camada vítrea aplica sobre os corpos cerâmicos.

ESMALTAÇÃO A PINCEL - É um dos processos de esmaltar objetos cerâmicos. Utilizando o pincel roliço para “andar com a gota” do esmalte sobre a superfície a ser esmaltada, pode-se até obter relevos em superfícies planas.

ESMALTAÇÃO POR PULVERIZAÇÃO – Processo que utiliza uma pistola com jato de es-malte. Deve ser utilizado em uma cabine própria, pois os esmaltes são tóxicos.

EARTHENWARE – Argila com alto teor de ferro.

EXTRUSÃO – Processo de forçar a argila através de um tubo com um gabarito na ex-tremidade. Método utilizado para preparar a massa cerâmica, utilizada também para a obtenção de serpentinas.

FRITA – É, basicamente, um vidro que foi fundido, resfriado e moído. É usado na composi-ção de vidrados. Diminui a toxidade de elementos como o chumbo, por exemplo.

FUNDIR – Produzir peças com argila através de formas de gesso e barbotina. Usa-se tam-bém o termo de origem espanhola, “colar”.

FELDSPATO – Silicatos de alumínio que contém proporções variadas de potássio, sódio, cálcio e ocasionalmente bário. Sua função no corpo cerâmico é promover a fusão a uma temperatura mais baixa. Nos vidrados é utilizado como fundente e é a principal fonte de alumínio. Podem ser encontrados em muitos tipos de rochas sedimentares, consistem de três silicatos, alumínio, sódio e cálcio.

GOMA ARÁBICA – É a goma vegetal muito conhecida por todos e que é empregada na cerâmica como agente aglutinante para a aplicação de pigmentos sobre o esmalte já quei-mado. Também é utilizada na mistura de água e esmalte para melhor fixá-lo à peça antes da queima, evitando que o pó de esmalte se solte.

GRÊS – Nome de origem francesa, aplicado à cerâmica queimada a uma temperatura nor-malmente superior aos 1200 °C, a pasta vem vitrificada junto com o esmalte. Massa alta-mente refratária. Também conhecida pelo termo inglês stoneware “barro – pedra”.

GRETAS - Surgem nas superfícies esmaltadas. Maiores que as bolhas. O esmalte se afasta formando uma cratera. São causadas pela liberação de gases numa queima muito rápida ou pela existência de impurezas.

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HACHURAS - “Traços eqüidistantes e paralelos que produzem, em desenhos e gravuras, o efeito do sombreado. Do francês Hachure” (Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Pequeno Di-cionário Brasileiro da Língua Portuguesa). Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira [1964].

ISOLANTES TÉRMICOS - os produtos deste segmento podem ser classificados em: a) re-fratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários, b) isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos como vermiculita expandida, sílica diatomácea, dia-tomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de rocha, que são obtidos por processos distintos ao do item a) e que podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100 ºC) fi-bras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas semelhantes às citadas no item b, porém apresentam composições tais como sílica, sílica-alumina, alumina e zircônia, que dependendo do tipo, podem chegar a temperaturas de utilização de 2000 ºC ou mais.

MAIÓLICA (MAJÓLICA) – Processo de decoração usado em cerâmicas de baixa tempera-tura, onde óxidos corantes e pigmentos são aplicados sobre a superfície da peça esmaltada com vidrados a base de estanho, após a queima as cores são fixadas sobre o esmalte.

MARMORIZADO – Aplicação de engobes de várias cores sobre a peça ou a mistura de argilas coloridas para a modelagem.

MÁSCARA – Técnica empregada na aplicação de engobes ou esmaltes para a obtenção de definida de uma figura sobre um fundo colorido.

MASSA CERÂMICA (ou corpos de argila) - As massas cerâmicas são a mistura de uma ou mais argilas. Na indústria, o termo “massa” é o material já beneficiado enquanto a argila é o material bruto. Podemos utilizar os termos argila, massa e barro como sinônimos, pois os ceramistas não fazem distinções entre os termos.

MATERIAIS REFRATÁRIOS - Este grupo compreende uma diversidade de produtos, que têm como finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas de processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral envolvem esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e outras solicitações. Para suportar es-tas solicitações e em função da natureza das mesmas, foram desenvolvidos inúmeros tipos de produtos, a partir de diferentes matérias-primas ou mistura destas. Dessa forma, pode-mos classificar os produtos refratários quanto à matéria-prima ou ao componente químico principal em: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, magnesianocromítico, cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia, zirconita, espinélio e outros.

MATERIAIS DE REVESTIMENTO (Placas Cerâmicas) - São aqueles materiais, na forma de placas, usados na construção civil para revestimento de paredes, pisos, bancadas e pis-cinas de ambientes internos e externos. Recebem designações tais como: azulejo, pastilha, porcelanato, grés, lajota, piso etc.

MISHIMA – Técnica de decoração de origem japonesa. Consiste em entalhar a peça de argila e quando atingido o ponto de couro, preencher os sulcos com engobe deixando-os secar completamente para então raspar os excessos. O engobe ficará incrustado na peça.

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MINERAIS – Substância natural formada em resultado da interação de processos geológi-cos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estru-turais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como, por exemplo, a grafite e o diamante). Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas. Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros com-postos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais).

MOLDE – Qualquer objeto que sustente a argila para criar uma forma.

MOLDAGEM – Processo de execução de formas para reprodução em série - via úmida, via seco.

MONOQUEIMA – É a queima de biscoito e esmalte reunida em uma só. Muito utilizada na indústria cerâmica, porém pouco recomendada na cerâmica artística devido aos proble-mas causados.

MUFLA – Câmara ou caixa de argila, colocada dentro de um forno, para proteger algumas peças da ação direta dos gases. Também é uma denominação atribuída aos fornos elétri-cos.

OPACIFICANTE – Material que reduz a transmissão de luz através do vidrado. Óxido de estanho e óxido de zinco são ótimos opacificantes.

OXIDAÇÃO - (Queima oxidante) – É quando há, na atmosfera do forno, oxigênio suficiente para a combustão total do combustível empregado, como: gás, lenha ou óleo.

ÓXIDOS CORANTES – São pigmentos, baixo-vidrados e óxidos metálicos.

PATAMAR – Manutenção de determinada temperatura durante a queima ou fase final dela.

POLICROMIA - “Estado de um corpo em que há diferentes cores; conjunto de várias co-res; qualquer processo de impressão em que se utilizem mais de três tintas”. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira [1964].

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QUARTZO – Introduz a sílica e é à base dos esmaltes, por ser o elemento formador do vi-dro. Também encontrado na argila.

QUEIMA – Submeter os corpos cerâmicos a uma temperatura alta para que se transfor-mem pela ação do fogo ou do calor provocado, ou seja, “assar” os corpos cerâmicos – transformá-los em biscoito. A atmosfera dos fornos pode ser de 03 tipos: 1. Oxidante. 2. Neutra. 3. Redutora.

REDUÇÃO (Queima redutora) – É quando não há oxigênio suficiente na atmosfera do for-no e átomos de oxigênio são “retirados” dos óxidos alterando a cor de um vidrado. O óxido de cobre, por exemplo, é verde em atmosfera oxidante e torna-se vermelho cobre em atmosfera redutora.

REFRATARIEDADE – É a qualidade de um material de agüentar altas temperaturas. O elemento refratário (por exemplo, alumina) permite ao vidrado menor fluidez e maior re-sistência à abrasão.

ROCHAS SEDIMENTARES – As rochas sedimentares são um dos três principais grupos de rochas (os outros dois sendo as rochas ígneas e as metamórficas) e formam-se por três processos principais: 1. Pela deposição (sedimentação) das partículas originadas pela ero-são de outras rochas; 2. Pela deposição dos materiais de origem biogênica; 3. Pela precipi-tação de substâncias em solução.

SÍLICA – É o formador de um vidro em um esmalte. Não pode ser usada separadamente, pois seu ponto de fusão é de 1750 °C.

SILICATO – O termo silicato é usado para denotar um tipo de rocha que consiste de silício e oxigênio (geralmente como SiO2 ou SiO4), um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. Tais rochas variam de granito a gabro. A maioria da crosta da Terra é composta de rochas de silicato, assim como as crostas de outros planetas rochosos. É um composto consistindo de silício e oxigênio (SixOy), um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. É usado tam-bém em referência à sílica ou a um dos ácidos silícicos.

SINTERIZAÇÃO – Fase intermediária na queima da argila ou do esmalte, onde a fase lí-quida ainda não começou, mas o início da reação de um ou mais sólidos formou um amál-gama, diminuindo a porosidade do material e aumentando sua resistência. As partículas sólidas se aglutinam pelo efeito do aquecimento a uma temperatura inferior à de fusão. Ponto de maturação de uma massa cerâmica.

SOBRE-VIDRADO/OG – Técnica empregada para decorar objetos cerâmicos já esmalta-dos. O veículo utilizado normalmente é o óleo mole e a temperatura de queima varia de 700 °C a 850 °C. É o que conhecemos como pintura em porcelana.

STONEWARE (Grês) – É uma Massa Cerâmica. Sua composição é semelhante a das ro-chas, daí sua denominação; a principal diferença entre essa massa e as rochas é que en-quanto as rochas se formam na natureza, o stoneware é preparado pelo homem com uma seleção de minerais e uma parte de argila plástica. Em sua composição não entram argilas tão brancas ou puras como na porcelana, o que estabelece uma coloração rósea, levemen-te avermelhada nas baixas temperaturas e acinzentada nas mais altas. A temperatura de queima pode ficar entre 1150 ºC e 1300 ºC e, após a queima, tornam-se impermeáveis, vi-trificadas e opacas.

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Supernova Design

Projeto gráfico Ribamar Fonseca

Foto de capaClausem Bonifácio

março de 2008

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