CET TESTE proposta de correcçao

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA-FORCET

Rio Maior – Curso de Especialização Tecnológica de Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas

Informáticos

Ano Lectivo 2009-2010

Unidade Curricular:

Docente: Patrícia Vicente

Data: 10/02/2009

PROPOSTA DE CORRECÇÃO DO TESTE DE AVALIAÇÃO

Grupo I (10,00 valores)

(2,50) 1. Diga o que entende por comunicação.

A palavra comunicação deriva do latim communicare, que significa "tornar comum", "partilhar", "conferenciar". A comunicação pressupõe, deste modo, que algo passe do individual ao colectivo, embora não se esgote nesta noção, uma vez que é possível a um ser humano comunicar consigo mesmo.

Geralmente, o conceito de comunicação aplica-se à troca de informações sob a forma de uma mensagem. Porém, também se pode aplicar à troca de bens e serviços. A partilha de experiências, sensações e emoções é, igualmente, acto comunicativo. Uma série de pessoas caladas e imóveis, à noite, à volta de uma fogueira, estão a comunicar, porque estão a partilhar, a tornar comum uma experiência. Vê-se, assim, que informação e comunicação são conceitos diferentes. A comunicação suporta a informação, mas o inverso não é verdadeiro. Isto é, pode haver comunicação sem troca de informação, mas a troca de informação pressupõe a comunicação. A comunicação é um processo. Como tal, é dinâmica, evolutiva. Comunicar é, pois, um acto fundamental na vida humana. Os seres humanos para comunicarem entre si, isto é, para trocarem informações, utilizam diferentes meios – sinais visuais, sinais auditivos, gestos -, mas o instrumento, por excelência, da comunicação é a linguagem verbal (falada ou escrita). Esta linguagem é exclusiva do Homem e constitui o sistema mais rico e complexo de comunicação, o qual obedece a determinadas regras (de ortografia, de pronúncia, de construção das frases).

Falar e escrever é, pois, produzir enunciados que servem para transmitir uma mensagem, efectivando-se assim a comunicação.

(2,50) 2. Descreva as fases do processo comunicativo, identificando os elementos básicos da comunicação.

Já se sabe que a comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam informações entre si. Nesta breve definição temos já implicitamente presentes os elementos nucleares do acto comunicativo: o emissor (pode ser uma pessoa ou um emissor de rádio ou televisão), o receptor (podem ser seres humanos ou um aparelho receptor ) e a mensagem ("informações"). De facto, em qualquer acto comunicativo encontramos alguém que procura transmitir a outrem uma dada informação.

Além desses três elementos nucleares, devemos considerar outros três: o código (conjunto de sinais ou signos convencionais), o canal (meio físico através do qual se envia a mensagem) e o contexto (circunstâncias que envolvem a comunicação da mensagem, os referentes e respectivas referências, o tempo e o lugar).

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Nenhum acto comunicativo seria possível, na ausência de um qualquer desses elementos. De facto, é necessária a intervenção de, pelo menos, dois indivíduos, um que emita (emissor), outro que receba (receptor); algo tem que ser transmitido pelo emissor ao receptor (mensagem); para que o emissor e o receptor comuniquem é necessário que esteja disponível um canal de comunicação (por exemplo, o ar); a informação a transmitir tem que estar "traduzida" num código conhecido (por exemplo, a língua portuguesa), quer pelo emissor, quer pelo receptor; finalmente todo o acto comunicativo se realiza num determinado contexto e é determinado por esse contexto. Assim, o tipo de comunicação estabelecido é determinado pelo contexto, do qual fazem parte todos os elementos que interferem no acto comunicativo. Por exemplo, as circunstâncias de tempo e espaço, o estatuto social, cultural, profissional dos interlocutores e a relação que existe entre eles condicionam necessariamente a comunicação. Neste sentido, é fácil perceber que a relação comunicativa entre um chefe e o seu subordinado é diferente da que se estabelece entre dois colegas de trabalho.

(2,00) 3. Atente na seguinte afirmação

«A língua portuguesa tem a sua concretização em cada falante. Este, nos seus contactos interpessoais, sócio-culturais, nos meios de comunicação de massas, aplica registos diversos e adequados a cada situação comunicativa». Luísa Oliveira e Leonor Sardinha in SABER PORTUGUÊS HOJE, GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA

3.1. Comente a afirmação, definindo competência comunicativa.

Veja por exemplo: GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS MODERNO - REMODELADA, José Manuel de Castro Pinto e Maria do Céu Vieira Lopes, Plátano Editora, 1ª Ediçao, Fevereiro 2002

(1,50) 4. Todas as actividades humanas têm uma dimensão económica, na medida em que visam obter o máximo resultado com o mínimo de recursos. O mesmo acontece com a actividade linguística, mas nem sempre um elemento novo introduz uma informação nova e, por vezes, a transmissão da informação é afectada.

4.1. Defina ruído e redundância, exemplificando.

Na verdade, o uso da língua tende cada vez mais a ser económico, pois em vários contextos se nota que o ser humano, ainda que subtraindo letras e suprimindo signos, consegue emitir mensagens com sucesso.

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Contudo, quando a mensagem não é transmitida com sucesso, é sinal que algum ruído afectou o processo. Assim, designa-se por ruído tudo aquilo que afecta a transmissão de informação. Exemplos de ruído são, por exemplo, uma voz excessivamente baixa, uma articulação deficiente, o barulho ambiental... Manchas de tinta cobrindo algumas palavras, erros ortográficos ou uma caligrafia pouco legível são também ruídos. O ruído pode ter origem em qualquer dos elementos da comunicação: emissor, receptor, canal...

Para que se conseguisse atingir o máximo de eficácia, num acto de fala, todo o elemento novo deveria introduzir uma nova informação. Mas, na verdade, não é isso que acontece, porque, com o objectivo de minimizar os vários ruídos a que uma mensagem está sujeita, usamos, na maioria das frases, um ou mais elementos que se limitam a repetir informação anterior. Por exemplo, na frase "Os bons alunos estudam diariamente", a noção de plural é introduzida no sujeito ("os bons alunos") e repetida na forma verbal ("estudam"). Chama-se a isso redundância. O recurso à redundância, que está em contradição com o princípio de economia referido anteriormente, explica-se, pois, pela necessidade de compensar os ruídos na comunicação. Uma mensagem isenta de redundâncias seria muito económica, mas teria o inconveniente de se poder tornar ininteligível com a perda de algum ou alguns dos seus elementos. É isso que explica o recurso à redundância.

(1,50) 5. Tendo em conta o que estudou sobre os factores facilitadores da comunicação, explique o conceito de informação de retorno ou “feedback”.

A existência (ou não) de informação de retorno distingue comunicação e informação. Logo, no acto de comunicar temos de prestar maior e mais constante atenção ao “feedback”, tratando de saber se a nossa mensagem foi ajustada. A informação de retorno é uma acção que permite ao receptor proceder aos esclarecimentos necessários à boa percepção da mensagem e ao emissor controlar essa percepção. Assim, podemos até que ponto os receptores compreenderam a mensagem que pretendíamos transmitir, de forma a podermos reforçá-la e/ou corrigi-la, se necessário. A existência da informação de retorno tem alguns efeitos positivos sobre o emissor, melhorando a percepção dos obstáculos, aumentando a eficácia da mensagem e a segurança. Também podemos referir alguns efeitos positivos da informação de retorno sobre o receptor, como sendo a minimização de dúvidas e o reforço da confiança. Por fim, no contexto da relação entre ambos, emissor e receptor, a existência de informação de retorno, além de intensificar a confiança mútua, facilita a comunicação posterior, diminuindo a resistência à mudança e aumentando a motivação para o diálogo.

Grupo II (10,00 valores)

(1,00) 1. Recordando as seis funções da linguagem definidas por Roman Jakobson, faça corresponder cada uma delas aos seis factores que se apresentam de seguida e que constituem o processo linguístico.

Factores FUNÇOES DA LINGUAGEM

a) emissor Expressiva (emotiva)

b) referente Informativa (referencial)

c) receptor Apelativa

d) mensagem Poética

e) código Matalinguística

f) canal Fática

(2,00) 1.1. Indique as funções da linguagem presentes nas seguintes frases:

a) "Quando disse ‘chá’, queria referir-me àquela bebida aromática feita das folhas do chá e não a esta água de limão." – função metalinguística

b) "Fale um pouco mais alto, por favor." – funçao apelativa

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c) “Estás a ouvir-me?... Sim, claro." – função fática

d) "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!" – função poética

e) "Estou encantada com esta visita." – função expressiva

f) "Ontem, em Coimbra, a temperatura atingiu os 32 graus." – função informativa

(2,50) 2. Recordando-se da matéria estudada sobre os tipos e formas de frases, classifique as frases que se seguem.

a) O técnico informático lá saberá o que fazer! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática

b) Antes de sair verifiquei se estava tudo em ordem. – tipo declarativo, formas afirmativa, activa e neutra

c) Começa a trabalhar! – tipo imperativo, formas afirmativa, activa e neutra

d) Não gosto nada desta comida! – tipo exclamativo, formas negativa, activa e enfática

e) Ele é que me comprou este livro! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática

f) Oh, que maravilha de criança! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática

g) Os sobreviventes é que foram recolhidos pelo salva-vidas. – tipo declarativo, formas afirmativa, passiva e enfática

h) Não se admite o atraso! – tipo exclamativo, formas negativa, activa e neutra

i) O espectáculo ainda não começou? – tipo interrogativo, formas negativa, activa e enfática

j) Que horror de guerra! – tipo exclamativo, formas afirmativa, activa e enfática

k) O professor lá ia contando a sua desgraça. – tipo declarativo, formas afirmativa, activa e enfática

(2,00) 3. Os termos das orações coordenadas unem-se através de conjunções ou locuções que determinam o tipo de coordenação.

3.1. Observe as frases e proceda à ligação correcta entre a coluna A e a coluna B, de modo a identificar o tipo de oração coordenada.

Coluna A Coluna B

a) A nossa realidade social não só é precária como também é nefasta.

5)

1) Conclusiva

b) A situação social do país é precária, porém ainda existem aqueles que só buscam privilégios pessoais. 3)

2) Disjuntiva

c) A situação social do país ou é precária ou está mal gerida. 2)

3) Adversativa

d) A situação do país é complicada porque ninguém está do lado das soluções. 4)

4) Explicativa

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e) A situação do país é precária, logo o povo pode revoltar-se. 1)

5) Copulativa

(1,00) 3.2. Qual destas afirmações é falsa?

a) As frases disjuntivas aparecem em alternativa.

b) As frases coordenadas copulativas adicionam-se uma à outra.

c) As frases conclusivas apresentam-se em alternativa. AFIRMAÇÃO FALSA

d) As frases adversativas opõem-se uma à outra.

(1,50) 4. Repare agora na frase «És um dos raros homens que têm o mundo nas mãos.». A oração «que têm o mundo nas mãos» classifica-se como

A.

a) subordinada adversativa concessiva

B.

b) subordinada adjectiva explicativa

C.

c) subordinada adjectiva restritiva

D.

d) subordinada adverbial consecutive

E.

e) subordinada substantiva apositiva