CETCC - CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO ... · verificação de possíveis alterações...
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CETCC - CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA
COGNITIVO - COMPORTAMENTAL
SOLANGE CARDOSO PEDERNEIRAS DOS SANTOS
A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA NO
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
EM CRIANÇAS ANTES DA FASE DE ALFABETIZAÇÃO
São Paulo
2019
SOLANGE CARDOSO PEDERNEIRAS DOS SANTOS
A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROPSICOLOGIA NO
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
EM CRIANÇAS ANTES DA FASE DE ALFABETIZAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu
Área de concentração: Neuropsicologia
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
São Paulo
2019
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte. Santos, Solange Cardoso Pederneiras dos A contribuição da Neuropsicologia no Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista em crianças antes da fase de alfabetização Solange Cardoso Pederneiras dos Santos, Renata Trigueirinho Alarcon – São Paulo, 2019. 28 f. + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon 1 Avaliação Neuropsicológica, 2. Diagnóstico Precoce de TEA. I. Santos, Solange Cardoso Pederneiras dos. II. Alarcon, Renata Trigueirinho.
Solange Cardoso Pederneiras dos Santos
A contribuição da Neuropsicologia no diagnóstico do Transtorno do Espectro
Autista em crianças antes da fase de alfabetização.
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Neuropsicologia
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
São Paulo, ___ de ___________ de _____
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Victor por todo amor,
carinho compreensão e suporte em todos os momentos, não
medindo tempo e nem esforços ao me dar esperança e
motivação para continuar.
“Victor você é presente de Deus na minha vida, e quando
eu crescer quero ser igual a você, te amo.”
Mamãe
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa
que Ele dá”. Salmos 127:3
AGRADECIMENTOS
O meu agradecimento vai, primeiramente a Deus, razão da minha vida e fonte de
toda a minha inspiração.
Agradeço à minha orientadora, professora doutora Renata Trigueirinho Alarcon, pela
compreensão, respeito e disponibilidade. Muito obrigada.
Agradeço aos componentes da banca examinadora, que aceitaram analisar o
conteúdo do meu trabalho e compartilhar seus conhecimentos.
Agradecimento à Coordenação do Curso de Neuropsicologia, professora mestre e
amiga Camila de Masi Teixeira, pelo carinho, respeito, dedicação e incentivo.
Muito obrigada.
Agradeço à Supervisora do Estágio professora Camilla Monti Oliveira, pelo suporte,
exigência, respeito, carinho e incentivo.
Agradeço às minhas amigas Renata, Sylvia e Mary pelo carinho, incentivo e
companheirismo.
Agradecimento à Instituição de Ensino Centro de Estudos em Terapia Cognitiva
Comportamental – CETCC, pelo respeito, atendimento e qualidade de ensino,
proporcionados através de sua direção, equipe técnica administrativa e corpo
docente, à minha pessoa e a todos os participantes desta formação.
Agradecimento à diretora Tânia Gimenez do Colégio Cristão da Penha – CCP, por
ter acreditado no meu sonho e participado no investimento da minha formação.
Muito obrigada amiga!
Agradeço, com reconhecimento, ao meu marido Ricardo, pelo companheirismo,
amor e incentivo, sempre me acompanhando e participando dos desafios inerentes à
minha formação.
Meu carinho, amor e admiração!
RESUMO
A Neuropsicologia é a ciência decorrente da junção da Neurologia e da
Psicologia, cujo objetivo é mapear o funcionamento do sistema nervoso central, levantando as potencialidades e os comprometimentos inerentes ao funcionamento cerebral do indivíduo, com base nesse princípio, torna-se relevante a sua contribuição para o diagnóstico, intervenções e a reabilitação do paciente. A Avaliação Neuropsicológica é um método diagnóstico, fundamentado na Neuropsicologia que busca avaliar as funções cognitivas do indivíduo, proporcionando um diagnóstico diferencial, baseado no levantamento das informações relacionadas às funções cerebrais, permitindo o esclarecimento de uma disfunção cognitiva ou embasando o bom funcionamento cognitivo do paciente, descartando possíveis hipóteses diagnósticas. Este trabalho foi realizado, através da revisão bibliográfica livre, cujo objetivo foi identificar a importância da Avaliação Neuropsicológica no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro do Autismo na infância (TEA), especificamente no período anterior à fase da alfabetização. Os resultados obtidos através da análise dos estudos realizados indicam que a Avaliação Neuropsicológica é uma ferramenta importante no processo de fechamento do diagnóstico do TEA, principalmente antes da fase da alfabetização, por haver neste período um marcador biológico importante na vida da criança permeando o desenvolvimento cognitivo e a formação das redes neurais. Até o momento não existem estudos nacionais e internacionais aprofundados sobre a relevância da Avaliação Neuropsicológica no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista antes da fase de alfabetização, mas existem evidências de que esta é uma ferramenta viável e eficaz neste processo diagnóstico.
Palavras-chave: Avaliação Neuropsicológica Autismo Diagnóstico Precoce
Alfabetização
ABSTRACT
The Neuropsychology is the science arising from the junction of Neurology and Psycology, which objective is to map the funciotioning of the central nervous system, raising the potentialities and the impairmentinherent to the brain functioning of the individual, based on this, its contribuition to diagnostic and patient rehabilitation. The Neuropsychological Assessment is a diagnostic method based on Neuropsychology that aims to evaluation the cognitive functions of the individual, providing a differencial diagnostics, based on the collection of information related to brain functions, allowing the clarification of a cognitive dysfunction or crading the patient´s cognitive functioning, discarding possible diagnostic hipotheses. This paper was carried out through a free bibliografhic review, which objective was to identify the importance of the Neuropsychological Assessment in the early diagnostics os the Austism Spectrum Disorder in childhood, especifically in the period before the literacy phase. To date, there are no in-depth national and international studies on the relevance of neuropsychological assessment in the early diagnosis of autism spectrum disorder before the literacy phase, but there is evidence that this is a viable and effective tool in this diagnostic process.
Keywords: Neuropsychological Assessment, Autism, Early Diagnosis, Literacy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 OBJETIVO ........................................................................................ ………….. 11
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 12
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 13
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 22
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25
8
1. INTRODUÇÃO
Esta Revisão Bibliográfica vem ressaltar a importância da Avaliação
Neuropsicológica em crianças com hipótese diagnóstica de Transtorno do Espectro
do Autismo - TEA, em tempo hábil, com o propósito de minimizar os danos
causados, em decorrência de um diagnóstico tardio, e permitir um encaminhamento
e uma intervenção mais adequados.
O diagnóstico precoce, embasado na Avaliação Neuropsicológica,
possibilitará o melhor desenvolvimento da criança, além de contribuir com o
desempenho qualitativo das funções executivas, da postura, da linguagem, da
socialização, da aprendizagem, da autonomia, bem como, contribuirá na prevenção
do agravamento de sintomas pertinentes ao transtorno.
Colaborar com a definição do quadro clínico, facilitará a probabilidade de
inserção da criança num contexto educacional adequado, viabilizará um maior
esclarecimento e acolhimento aos familiares, bem como auxiliará na obtenção do
respaldo legal, que resultará em subsídios para as intervenções, tratamentos e
reabilitações que se façam necessários à vida da criança.
Contribuir para uma intervenção adequada, significa o aumento das chances
do desenvolvimento das habilidades em crianças acometidas pelo Autismo, que ao
serem acompanhadas por profissionais adequados que promovam a estimulação
devida, no momento apropriado, facilitarão o desenvolvimento das funções que
englobam os aspectos fisiológicos, cognitivos e sócio emocionais, promovendo uma
maior qualidade de vida a estas crianças, intensificando consideravelmente o
processo de reabilitação, conforme relato do dr. José Salomão Schwartzman (2017),
informando que o diagnosticado precoce do TEA, proporciona às crianças tratadas,
maior propensão no desenvolvimento de habilidades importantes, tornando-se um
diferencial no processo de reabilitação.
O reconhecimento precoce de um diagnóstico de Transtorno do Espectro do
Autismo – TEA poderá contribuir no processo de redução de danos, minimizando na
vida destas crianças, problemas causados por diversos sintomas e comportamentos
desadaptativos, tais como: dificuldade na socialização em decorrência dos
movimentos estereotipados, autoagressão, alimentação seletiva,
9
dispraxias motoras, comprometimento na integração sensorial e hipersensibilidade a
certos estímulos, como sonoridade e luminosidade.
O fechamento precoce do diagnóstico, uma vez considerado como um
facilitador na aprendizagem das crianças acometidas do Transtorno do Espectro do
Autismo, proporcionará a estas crianças, aos familiares e aos educadores, uma
redução no desgaste do processo de adaptação às metodologias e às técnicas a
serem adotadas pelo corpo docente nas escolas, sejam elas públicas ou
particulares, contribuindo para um melhor acolhimento destas crianças ao programa
de inclusão proposto pelas instituições de ensino.
Um aspecto importante é que o TEA, foi integrado ao Transtorno do
Neurodesenvolvimento, sendo caracterizado como déficit no desenvolvimento por
ocasionar prejuízos significativos na funcionalidade da criança, envolvendo aspectos
de reciprocidade emocional e social, déficit na comunicação, comprometimento
comportamental, por apresentar um padrão restrito e estereotipado de
comportamento, danos estes gerados desde os primeiros meses de vida, tornando-
se mais evidentes no período do desenvolvimento, entre 18 a 24 meses ou mais
tardiamente, antes da fase escolar, conforme DSM-V (2014). O que torna relevante
a inserção da Neuropsicologia no processo de avaliação e fechamento do
diagnóstico precoce do TEA.
Importante ressaltar que o TEA, ainda não possui cura, no entanto, através
das descobertas no campo da Neurociência, associadas ao fechamento precoce do
diagnóstico e com base nas intervenções em tempo hábil, isto é, nos primeiros anos
de vida da criança, estas ações proporcionarão subsídios importantíssimos para
entender que este quadro clínico poderá ser transformado, ou seja, através da
intervenção precoce, haverá a possibilidade de impedimento da manifestação do
TEA em sua totalidade, por intermédio de um trabalho multidisciplinar, desde que
seja realizado em uma fase fundamental, para que haja o desenvolvimento cognitivo
e adaptativo da criança. Conforme relato da dra. Liubiana Arantes de Araújo (2019),
cujo raciocínio está relacionado ao propósito de que, o quanto antes ocorrerem as
intervenções, maiores serão as possibilidades de minimizar os impactos do TEA na
criança, podendo proporcionar ganhos representativos, isto porque, na fase inicial do
desenvolvimento, as redes neurais no cérebro se multiplicam rapidamente e
respondem mais prontamente aos estímulos, formando
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novas conexões, através da neuroplasticidade e do processo de mielinização,
facilitando o desenvolvimento neuropsicomotor e a aquisição de novas habilidades.
Neste contexto de trabalho multidisciplinar no fechamento do diagnóstico do
TEA, está inserida a Avaliação Neuropsicológica, procedimento cujo objetivo é
mensurar o desempenho cognitivo, comportamental e emocional do paciente, com a
verificação de possíveis alterações decorrentes de transtornos específicos, traumas,
lesões ou desordens neurológicas. Neste processo de avaliação, são analisados
diversos aspectos relacionados às funções executivas, praxias, memória, atenção,
linguagem, entre outras habilidades; com o propósito de levantar evidências sobre o
potencial do paciente, funcionamento e comprometimento de regiões cerebrais,
intervenções, encaminhamentos e recomendações.
Relevante salientar a contribuição da Avaliação Neuropsicológica no
embasamento técnico para o fechamento do diagnóstico do TEA, segundo Cavaco
(2015), com base na mensuração dos dados coletados, através dos instrumentos
utilizados na Avaliação Neuropsicológica, é possível evidenciar disfunções na
criança acometida de Autismo, bem como levantar possíveis funções, adaptações
da criança ao longo do seu desenvolvimento e recomendar o tratamento adequado,
compatível ao grau identificado do TEA, o qual poderá ser identificado como leve,
moderado ou grave.
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2. OBJETIVO
Esse trabalho teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre
as evidências e diferenciais que poderão propiciar o fechamento de um diagnóstico
de Transtorno do Espectro do Autismo, com base na Avaliação Neuropsicológica,
antes da fase de alfabetização.
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3 METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido através de Revisão Bibliográfica Livre. As bases de
dados pesquisadas compõem: Google Acadêmico, Scielo, BVS e PubMed.
Palavras-chave utilizadas em português: Avaliação Neuropsicológica,
Autismo, Diagnóstico, Precoce, Alfabetização.
Palavras-chave em inglês: Neuropsychological Assessment, Autism, Early
Diagnosis, Literacy.
Critérios de inclusão e exclusão: trabalhos publicados em Língua Portuguesa
e Inglesa. A pesquisa bibliográfica foi realizada através de teses, dissertações,
livros, revistas, artigos conceituais e de revisão que relacionassem à importância da
Avaliação Neuropsicológica no fechamento do diagnóstico precoce do Transtorno do
Espectro Autista antes da fase de alfabetização.
Critérios de Inclusão: Trabalhos publicados em português e inglês,
relacionados ao tema.
Critérios de Exclusão: Trabalhos publicados em outros idiomas, os quais não
apresentaram em seu escopo informações relacionadas ao tema proposto.
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4 RESULTADOS
De acordo com o DSM V (2014), o Transtorno do Espectro do Autismo foi
inserido no grupo dos Transtornos do Neurodesenvolvimento, sendo evidenciado por
déficits no desenvolvimento infantil mais precisamente por volta dos três anos de
idade, acarretando prejuízos de ordem física, intelectual, social e emocional. A
etiologia do Autismo é multifatorial, heterogênia, influenciada pela genética e por
fatores biológicos e psicossociais.
O diagnóstico da criança acometida do Transtorno do Espectro do Autismo
sugere a análise de alguns aspectos inerentes ao quadro clínico que são
fundamentais no fechamento do diagnóstico, tais como:
✓ Considerar que o Transtorno do Espectro Autista é um transtorno neurobiológico
do desenvolvimento.
✓ Analisar que o TEA é resultante de uma genética poligênica, isto é, ocorre quando
vários pares de genes interagem para formar uma característica.
✓ Mensurar o nível de comprometimento dos órgãos afetados pelo TEA,
especificamente com alteração do funcionamento do sistema nervoso central.
✓ Verificar o grau de prejuízo nas estruturas do córtex cerebral, cérebro e sistema
límbico (CONZENZA; GUERRA, 2011).
Com base no estudo e revisão de pesquisa realizada pelo Centro de Controle
e Prevenção de Doenças do governo dos Estados Unidos – Centers for Disease
Control and Prevention (CDC), com divulgação dos dados estatísticos em abril de
2018, pode-se constatar que a prevalência do Transtorno do Espetro do Autismo,
nos Estados Unidos é de 1 a cada 59 crianças, sendo quatro vezes mais
predominante o número de meninos acometidos pelo TEA do que meninas.
De acordo com os estudos realizados em países da Europa, Ásia e América
do Norte, a prevalência do TEA encontra-se de (1 a cada 100) em 1% da população
infantil, sendo que 2% da população infantil (1 para cada 50), enquadra-se no TEA
(LOTTER, 1966). No Brasil, os dados apontam para uma prevalência de 1 para
cada 360, embora se considere que esse número esteja subestimado pela
metodologia utilizada no estudo de (Paula, Ribeiro, Fombonne & Mercadante, 2011).
14
Em uma amostra de 1470 crianças entre 7 e 12 anos a prevalência de TEA foi de
0,3%.
Figura 1. Prevalência do Autismo nos Estados Unidos da América
Fonte: CDC, 2018
Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde – (OMS, 2018), estima-se
que 1% da população mundial enquadre-se na estatística de prevalência do Espetro
do Autismo, considerando-se que a maioria da população ainda não foi
diagnosticada. Em maio de 2014, a 67ª Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma
resolução intitulada "Comprehensive and coordinated efforts for the management of
autism spectrum disorders (ASD)”, que foi apoiada por mais de 60 países.
A resolução solicita a Organização Mundial da Saúde - OMS a colaborar com
os Estados Membros e agências parceiras no reforço das capacidades nacionais
para lidar com o Transtorno do Espectro do Autismo e outros problemas de
desenvolvimento. Importante ressaltar que nos Estados Unidos o fechamento do
diagnóstico do TEA ocorre por volta dos 04 anos de idade, no Brasil a idade média
de crianças diagnosticadas com TEA é de 4 anos e 11 meses (OMS, 2018).
15
A Avaliação Neuropsicológica proporciona aos profissionais envolvidos no
fechamento do diagnóstico de TEA um suporte na constatação ou descarte da
hipótese diagnóstica. Ela é embasada na história do indivíduo levantada através da
Anamnese, instrumentos validados pelo SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos), e fundamentadas no raciocínio clínico do profissional responsável
pelo processo de avaliação. O processo de Avaliação Neuropsicológica do paciente
permeia em analisar o funcionamento cerebral e os impactos causados por este
sistema nas funções cognitivas. Este processo envolve áreas responsáveis pela
linguagem, comunicação, cognição social, coordenação visuo motora, inteligência,
atenção, memória, funções executivas, autocuidado, autonomia, comportamento
socioemocional, entre outras. É uma ferramenta eficaz utilizada por profissionais
qualificados na área para identificação da real condição das funções cognitivas do
paciente, a fim de obter com precisão as evidências para o descarte da hipótese
diagnóstica ou a confirmação para o fechamento do diagnóstico, com as
intervenções e as recomendações pertinentes ao quadro clínico avaliado.
4.1 REVISÃO DA LITERATURA
Foram levantados 914 artigos que, após a leitura do título, constatou-se que
nem todos os artigos estavam no critério de inclusão. Após a leitura dos resumos, se
enquadraram nos critérios de inclusão e exclusão 08 artigos, e passou-se a leitura
dos artigos para análise. Finalizando o procedimento, foram incluídos nesta revisão
bibliográfica 04 artigos que apresentaram evidências de que, ao inserirem no
protocolo de avaliação a Avaliação Neuropsicológica, obtiveram resultados
significativos que auxiliaram no fechamento do diagnóstico de TEA, sendo que parte
destes artigos, especificamente 2 atenderam parcialmente os critérios de seleção do
estudo.
Segundo Czermainski (2012), para realizar uma Avaliação Neuropsicológica o
avaliador pode se valer de testes e de tarefas objetivas, questionários e escalas,
como também entrevista clínica. Familiares e pessoas próximas ao examinado
podem servir de fontes de informações muito importantes quanto as dificuldades
enfrentadas pelo paciente no dia a dia.
Importante salientar que para o fechamento do diagnóstico de TEA, deve-se
investigar a relação dos prejuízos encontrados nos pacientes, com os domínios que
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compõem a tríade diagnóstica do TEA: interação social, comunicação e
comportamentos, interesses e atividades restritos e repetitivos. Vale registrar um
dado importante, é que os estudos brasileiros sobre este tema são excassos.
Contudo, ainda não há um modelo integrativo do desenvolvimento emocional e
cognitivo, que possa auxiliar na compreensão das dificuldades apresentadas pelas
crianças com TEA, tanto cognitivas e comportamentais quanto de interação social.
Os recursos utilizados no processo de avaliação comportam a Anamnese,
Observação Clínica, Instrumentos Técnicos, Instrumentos Complementares que
formam a base de informações, prevalencendo o racíocínio clínico do profissional.
Conforme estudo de 2012 realizado na França pelo Departamento de Psiquiatria da
Criança e do Adolescente, CHU Montepellier e Laboratório Epsylon Universidade de
Montepellier, um terço das pessoas com Autismo desenvolvem deficiência
intelectual e são não-verbais, isto é, não desenvolveram a fala. Este estudo
examinou 152 crianças e adolescentes, diagnosticados com TEA, na faixa etária de
4 a 15 anos de idade por um período de 10 anos, com o intuito de analisar o
comportamento e o desenvolvimento destes indivíduos (BAGHDADLI et al, 2012).
A análise dos dados mensurados revelou uma trajetória decrescente para
comunicação e habilidades sociais, relacionadas ao comprometimento da
capacidade cognitiva e da linguagem, dados identificados especificamente aos 05
anos de idade. Descobriu-se, após 10 anos de estudo, que a inserção de
intervenções precoces, tornou-se um fator determinante para prevenção destes
marcadores de risco (BAGHDADLI et al, 2012).
Um outro agravante no fechamento do diagnóstico do TEA, segundo a APA
(2014), é que a cada quatro pacientes diagnosticados com Transtorno do Espectro
do Autismo, três podem apresentar um quadro clínico de comorbidade, com
Deficiência Intelectual, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, sendo
70% dos casos associados à Ansiedade (MATSON & SHOEMAKER, 2009) e 30% à
Epilepsia (GAO et. al., 2018). Segundo Cavaco (2015), a Neuropsicologia vem
sendo reconhecida enquanto ciência no avanço dos procedimentos realizados para
o levantamento de evidências sobre o Transtorno do Espectro do Autismo,
apresentando o potencial a ser desenvolvido, as competências, funcionamentos
preservados e os prejuizos cognitivos causados nas crianças acometidas do TEA.
De acordo com Wall (2010), os programas de intervenção em crianças com
Transtorno do Espectro do Autismo alcançam maior êxito, quando ocorre uma
17
intervenção precoce, onde profissionais multidisciplinares, educadores e familiares,
participam intensamente do processo e fazem uso de estratégias para adaptar a
criança, promovendo o seu desenvolvimento e a sua autonomia. Importante
salientar que os deficits no funcionamento das crianças com Autismo, englobam
comprometimento no planejamento, flexibilidade, controle inibitório, atenção,
prejuizos correlacionados às disfunções no cortex pré-frontal e memória.
Segundo Baron-Cohen (2004), os resultados de uma avaliação
neropsicológica confrontados com uma ressonância magnética, indicam a
correlação de prejuizos no lobo temporal medial. O comprometimento da criança
nestas habilidades pode acarretar um funcionamento inadequado, com traços de
rigidez, alimentação seletiva, apego a rotinas, rituais de alívio e pouco ou nenhuma
sensibilidade.
Mundy e Sigman (1989) definiram a Atenção Concentrada como um fator
determinante na avaliação da criança portadora de TEA, esta habilidade faz parte
do desenvolvimento neurobiológico e está diretamente relacionada ao
comportamento social. Conforme Izard (1977), aos dois anos de idade, a criança
típica consegue nomear as emoções, aos três anos consegue falar a respeito das
emoções e aos quatro desenvolve a percepção das emoções.
4.1.1 EVIDÊNCIAS DA EFICÁCIA DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
NO DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO – TEA
Com base no estudo de Vinic, Schwartzman (2011), foi possível refletir sobre
um protocolo de avaliação que permite mensurar as habilidades socias e comparar
o desempenho das crianças com TEA com as crianças com um comportamento
típico. O público alvo foram crianças de 6 anos a 15 anos, com TEA e inteligência
preservada, pareadas com grupo controle de comportamento típico. Critérios de
inclusão: o individuo ter diagnóstico de TEA, ausência de comorbidade com TEA e
QI 70 no mínimo. O objetivo foi utilizar um protocolo de avaliação que permitisse
mensurar as habilidades socias dos indivíduos com TEA e comparar o
desempenho destas crianças com a performance das crianças de comportamento
típico.
Foram utilizados Inventário de Habilidades Sociais Del Prette, para avaliar
diferentes aspectos do desenvolvimento social e como o indivíduo interage ao meio
18
(DEL PRETTE, 2001); CHAT – Check list de Autismo em crianças (BARON
COHEN, et. al, 1992), Instrumento para diagnóstico de TEA que também funciona
como marcador de atenção; Escala de Comportamento Adaptativo Vineland
(VOLKMAR, et. al, 1993); Teste dos Olhos - Eyes Test para avaliação da cognição
social e teoria da mente (BARON COHEN, 2001); Quociente de Empatia –
Empathy Quociente – EQ (BARON COHEN, 2004) (apud VINIC, SCHWARTZMAN,
2009).
Foram avaliadas 22 crianças e adolescents entre 06 e 15 anos
acompanhadas pela Clinica de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento da
Universidade Mackenzie e de consultórios particulares, pareados por idade, sexo e
inteligência com um grupo controle típico, com desenvolvimento considerado
normal sem TEA, provenientes de escolas públicas e particulares (VINIC,
SCHWARTZMAN, 2009).
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, relacionados à avaliação
das habilidades de Empatia, os resultados encontrados evidenciaram deficits no
julgamento e no reconhecimento de expressões faciais básicas, onde o grupo com
TEA apresentou um resultado extremamente abaixo do esperado para a sua faixa
etária, e quando comparado com o grupo controle, esta discrepância se mantém.
Especificamente nas tarefas de reconhecimento das expressões faciais das
escalas e inventários apresentados, o resultado para o grupo de crianças com TEA
foi correspondente ao Percentil 01 (VINIC, SCHWARTZMAN, 2009).
Segundo Baron Cohen (2004), as dificuldades de cognição social nas
crianças com TEA podem refletir em déficits relacionados ao desenvolvimento
afetivo, social e também nas habilidades de memória e na capacidade de fazer uso
das simbologias. Podendo acarretar problemas na socialização, compreensão e na
adaptação ao meio. Fator este que evidencia a importância da Avaliação
Neuropsicológica no processo de fechamento do diagnóstico precoce do
Transtorno do Espectro do Autismo, antes da fase da alfabetização,
proporcionando a inserção das intervenções e da reablitação, adequadas para o
desenvolvimento das habilidades alteradas.
Com base no estudo de Yin (2001), foi possível analisar um protocolo de
avaliação que permite mensurar as habilidades cognitivas dos indivíduos com
hipótese diagnóstica de TEA. O público alvo foi de crianças de 6 anos a 07 anos,
tendo sido diagnosticadas com TEA e observadas e acompanhadas na Associação
19
de Pais e Amigos dos Escepcionais – APAE do Capão Redondo da Canoa – RS,
no meio escolar e residencial das crianças. O objetivo foi utilizar um protocolo de
avaliação que permita mensurar as habilidades cognitivas e o nível de
aprendizagem destas crianças com diagnóstico de TEA.
Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram Inventário de Habilidades
Sociais Del Prette, que avalia diferentes aspectos do desenvolvimento social e
como o indivíduo interage ao meio (DEL PRETTE, 2001), ChildhoodAutim Rating
Scale - CARS, 2001, que é uma Escala de Traços Autísticos, além de avaliação
das funções executivas, habilidades motoras, cognitivas e sociais (apud YIN,
2001).
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, pode-se observar que os
participantes possuem uma aprendizagem através da observação e do estímulo
visual. Assim, nesta pesquisa verificou-se que as crianças com TEA apresentaram
um padrão de habilidades cognitivas, de comunicação e aprendizagem
desarmônicos para a idade de desenvolvimento em relação a idade cronológica,
bem como defasagem cognitiva e dificuldade na socialização (YIN, 2001).
20
5 DISCUSSÃO
Com base nesse trabalho, acredita-se que a Avaliação Neuropsicológica é um
diferencial no processo de fechamento do diagnóstico precoce do Autismo, mas não
existem muitos estudos que enfatizem tal hipótese no Brasil.
De acordo com a análise dos artigos estudados, percebeu-se que as
pesquisas voltadas ao tema abordado estão sendo realizadas, mas a descrição da
metodologia geralmente é incompleta na literatura, cujo protocolo formal, foi
identificado somente em um dos artigos analisados na pesquisa. Além disso, viu-se
que os artigos abordam as funções cognitivas dos pacientes já diagnosticados com
TEA, não sendo encontrados estudos específicos sobre avaliação neuropsicológica
precoce em TEA e instrumentos utilizados para auxílio diagnóstico.
A Avaliação Neuropsicológica atua com o objetivo de rastrear o
funcionamento do sistema nervoso central, levantando evidências de um real
potencial cognitivo ou de falhas no processamento cerebral, para que em tempo
hábil sejam tomadas medidas preventivas ou corretivas, com embasamento técnico
e utilização dos instrumentos adequados, considerando cada demanda, para que
não haja invalidação do processo ou falha por parte dos profissionais envolvidos, no
fechamento do diagnóstico. Afinal, tanto um diagnóstico errado como um correto,
muda a história do paciente e da família.
A Avaliação Neuropsicológica proporciona a identificação do funcionamento
de áreas cerebrais responsáveis pelas habilidades cognitivas, relacionadas ao
controle do funcionamento cognitivo através da análise do fluxo dos pensamentos,
regulação emocional e características do comportamento. Então, a avaliação
proporciona ao paciente com TEA uma análise de sua condição cerebral e funções
alteradas, permitindo a possibilidade de obter o desenvolvimento de suas
potencialidades, habilidades sociais, linguagem, autocuidado, aprendizagem e a
busca por sua autonomia, após um diagnóstico preciso, norteado por informações
consistentes, obtidas no processo de Avaliação Neuropsicológica e validadas pelo
profissional responsável por sua reavaliação e fechamento do diagnóstico.
De acordo com estudos, foram encontradas evidências de que a avaliação
neuropsicológica pode contribuir no processo de validação do diagnóstico do
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Transtorno do Espectro do Autismo – TEA. Ressaltando o fato de que os pacientes
com Autismo apresentam uma desordem neurobiológica, comprometendo o
funcionamento cognitivo e comportamental, apresentando alterações em vários
níveis e interferindo no bom funcionamento da linguagem, percepção, memória,
inteligência, funções executivas, atenção e integração sensorial, e considerando-se
o fato de que a Avaliação Neuropsicológica tem como objetivo a análise e
mensuração do funcionamento destas habilidades, torna-se coerente o uso da
ferramenta no processo de avaliação.
Com base nos resultados deste trabalho, verificou-se a relevância da
Avaliação Neuropsicológica no processo diagnóstico, a qual levanta evidências de
contribuição significativa no esclarecimento do funcionamento cognitivo,
comportamental e emocional dos pacientes, tornando-se uma ferramenta importante
no descarte da suspeita do TEA ou na constatação do quadro clínico. A contribuição
da Avaliação Neuropsicológica na confirmação da hipótese diagnóstica é baseada
em evidências, onde os instrumentos utilizados no processo, corroboram no
embasamento de sugestão de risco para Transtorno do Espectro do Autismo,
evitando-se possíveis equívocos na conclusão do diagnóstico.
Tendo em vista que os artigos encontrados na busca, através do título, não
apresentaram um protocolo completo para avaliação, por tratarem de avaliações de
pacientes com diagnóstico em andamento, esta revisão sugere instrumentos para
fechamento de diagnóstico precoce de TEA, visto que as características e alterações
neuropsicológicas do transtorno são conhecidas. Assim, apresenta-se como
sugestão de Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica, alguns Instrumentos
Técnicos, validados pelo SATEPSI, como referência no processo de avaliação.
Instrumentos Técnicos de Coleta de Informações Utilizados na Avaliação
Neuropsicológica com a Hipótese Diagnóstica de TEA.
O instrumento Son - R 2 ½-7(a) Teste Não Verbal de Inteligência
(LAROS, TELLEGEN, JESUS & KARINO, 2015)1, faz avaliação de funções
importantes para o diagnóstico precoce, de acordo com estudo de Campbell &
Ramey (1995). Sobre as funções que esse teste avalia, o teste tem por finalidade
avaliar as habilidades de raciocínio para resolver problemas novos que não
podem ser executados automaticamente, ou seja, avalia a capacidade de
1 Laros J.A., Tellegen P.J., Jesus G.R., Karino C.A. (2015). SON-R 2 ½-7 (a) Teste Não Verbal de
Inteligência. Manual com Normatização e Validação Brasileira. Porto Alegre: Hogrefe-Cetepp.
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adaptação às situações novas. O Teste Son R 2½-7(a), possui estudos de
normatização e validação realizados em vários países europeus. O SON-R 2½-(a]
é um instrumento não-verbal que avalia amplas áreas de inteligência para
crianças entre 2½ e 7anos.
Já o Sistema PROTEA-R de Avaliação de Suspeita de Transtorno do
Espectro Autista (BOSA & SALLES, 2018)2, trata-se de um instrumento
interdisciplinar que tem como objetivo principal o rastreamento da presença de
comportamentos inerentes à sintomatologia do Transtorno do Espectro Autista
(TEA), com fins de sistematização da observação clínica do desenvolvimento
infantil. É um meio de avaliar habilidades pré-linguísticas por meio de situações
semiestruturadas de brincadeira.
Como instrumentos complementares, sugere-se a seguir alguns. De acordo
com os estudos de Silva e Mulick (2009), a CARS Childhood Autism Rating Scale
ou Escala de Avaliação do Autismo na Infância (Pereira, o & Wagner, 2008)3, é a
escala sugerida para avaliar o comportamento em 14 domínios geralmente afetados
no autismo, somados a uma categoria única para descrição de impressões gerais.
A The Adaptative Behavior Assessment System – ABAS II – Escala de
Comportamento Adaptativo (HARRISON & OAKLAND, 2003)4, tem por objetivo
avaliar o funcionamento adaptativo, as habilidades conceituais, sociais e práticas
que permitem adaptação ao ambiente.
A Escala Bayley de Desenvolvimento do bebê e da criança pequena -
Bayley a ser utilizado na Avaliação Neuropsicológica de desenvolvimento do bebê
e da criança pequena - Bayley, tem por objetivo avaliar o funcionamento e o
desenvolvimento de bebês e crianças pequenas, considerada padrão de referência
mundial, a Bayley é amplamente utilizada para identificar possíveis problemas de
desenvolvimento infantil (COSTA et al., 2004).
O Teste Wisconsin Card Sorting Test - Teste Wisconsin de
Classificação de Cartas (WCST)5 é um instrumento sugerido, que foi
desenvolvido para avaliar a capacidade do indivíduo raciocinar abstratamente e
2 Bosa A.C., Salles F.J. (2018). Sistema PROTEA-R de Avaliação de Suspeita de Transtorno do Espectro Autista I– 1ª ed. São Paulo: Vetor. 3 Pereira A., Riesgo R.S., Wagner M.B. (2008). Childhood Autism: Translation and Validation of the Childhood Autism Rating Scale for use in Brazil. Jornal Brasileiro de Pediatria. 84(6), 487-494. 4 Harrison, P., Oakland, T. (2003). Adaptative Behavior Assessment System - ABAS III – 2ªnd ed. New York: The Psychological Corporation. 5 Silva-Filho, J. H., Pasian, S. R., & Humberto, J. S. M. (2011). Teste Wisconsin de Classificação de Cartas: Uma revisão sistemática de 1952 a 2009. Psico-USF, 16(1), 107-116.
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modificar suas estratégias cognitivas como resposta a alterações nas
contingências ambientais, também tem sido utilizado para medir as funções
executivas em indivíduos com TEA (RODRIGUES e ASSUMPÇÃO Jr., 2011)
Por fim, a Vineland Adaptative Behavior Scales Escala de
Comportamento Adaptativo. Com base nos estudos de Volkmar; Carter,
Sparrow; Cicchetti (1986) a Escala Vineland é mundialmente utilizada para
avaliar o comportamento adaptativo das pessoas, o que, associado com testes de
inteligência, serve como critério para determinar o diagnóstico.
Acredita-se que o escasso incentivo no investimento de recursos em
políticas públicas no Brasil que valorizem a inserção de protocolos voltados ao
diagnóstico e à intervenção precoce do TEA, tem inibido uma ação mais eficaz
dos profissionais neste processo. Importante ressaltar que, além dos fatores sócio
culturais, existe uma divergência de ideias, no que se refere ao diagnóstico do
TEA, existem profissionais que defendem a importância do diagnóstico precoce
com o propósito de minimizar os impactos do transtorno na criança, e existem
aqueles que defendem a ideia de que não havendo uma comprovação etiológica
determinante, a mesma será considerada uma patologia neurológica. Os
resultados evidenciam a diferença e a eficácia do fechamento de um diagnóstico
de Autismo baseado nos resultados da Avaliação Neuropsicológica.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se, com esta revisão reforça a importância do diagnóstico e
intervenção precoces do Transtorno do Espectro do Autismo, minimizando os danos
causados por um diagnóstico tardio, ampliando as possibilidades de inserção da
criança no contexto escolar, a fim de garantir a sua socialização e aprendizagem,
bem como ampliar a janela de oportunidades de tratamento, acolhimento,
desenvolvimento e reabilitação destes pacientes.
Para tanto se faz necessária uma ação multidisciplinar, onde os profissionais
envolvidos estejam munidos das ferramentas adequadas para a avalição do quadro
clínico, dentre estas ferramentas, a Avaliação Neuropsicológica que proporciona o
levantamento e a análise de muitas evidências relacionadas ao rastreamento do
sistema nervoso central dos pacientes, dando subsídios para o fechamento do
diagnóstico a contento.
Conforme pesquisa realizada através da revisão bibliográfica por meio da
base de dados do Google Acadêmico, Scielo, BVS e Pubmed, foi possível constatar
que a hipótese levantada, sobre a contribuição da Avaliação Neuropsicológica no
processo diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo TEA, em crianças antes
da fase de alfabetização é pertinente. Nesse sentido, conclui-se que o conteúdo
coletado em literatura, foi suficiente para afirmar a hipótese apresentada, já que a
avaliação traz todos os aspectos do funcionamento cognitivo da criança e suas
alterações. Porém, notou-se que pesquisas na área e protocolos específicos para
auxílio diagnóstico precoce são escassos.
A literatura ainda não mostra um consenso na importância da Avaliação
Neuropsicológica no processo diagnóstico do Autismo, mas reconhece a sua
importância no processo diagnóstico. Os resultados sugerem a necessidade de
investimentos em pesquisas e na divulgação deste tema, por tamanha relevância. A
contribuição da Avaliação Neuropsicológica, no fechamento de um diagnóstico tão
complexo como é o Transtorno do Espectro do Autismo, sugere a continuidade
deste estudo com o propósito de realizar diagnósticos precisos e promover uma
intervenção e reabilitação adequadas, considerando-se as particularidades e
necessidades de procedimento terapêutico assertivo.
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Anexo
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Solange Cardoso Pederneiras dos Santos, afirmo que o presente
trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente
informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Neuropsicologia, sob o título “A
contribuição da Neuropsicologia no diagnóstico do Transtorno do Espectro do
Autismo em crianças antes da fase de alfabetização”, isentando, mediante o
presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental
(CETCC) e meu orientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à
"Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as
responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a
confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
_______________________
Assinatura da Aluna