Céu e inferno íntimos

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Lu zi a 26-10-2015

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Cu e inferno ntimos

Cu e Inferno ntimosLuzia26-10-2015

Conta-se que, um dia, um samurai grande e forte, conhecido pela sua ndole violenta, foi procurar um sbio monge, em busca de respostas para suas dvidas.

Monge, disse o samurai, com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o cu e o inferno.

O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:

Eu no poderia ensinar-lhe coisa alguma, voc est imundo. Seu mau cheiro insuportvel.Ademais, a lmina da sua espada est enferrujada. Voc uma vergonha para a sua classe.

O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele no conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva.

Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabea e se preparou para decapitar o monge.A comea o inferno, disse-lhe o sbio mansamente.

O samurai ficou imvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a prpria vida para lhe ensinar sobre o inferno.

O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.O velho sbio continuou em silncio.

Passado algum tempo o samurai, j com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.

Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:A comea o cu.

Para ns, resta a importante lio sobre o cu e o inferno que podemos construir na prpria intimidade.Tanto o cu quanto o inferno, so estados dalma que ns prprios elegemos no nosso dia-a-dia.

A cada instante somos convidados a tomar decises que definiro o incio do cu ou o comeo do inferno.

como se todos fssemos portadores de uma caixa invisvel, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.

Diante de uma situao inesperada, podemos abri-la e lanar mo de qualquer objeto do seu interior.Assim, quando algum nos ofende, podemos erguer o martelo da ira ou usar o blsamo da tolerncia.

Visitados pela calnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiana.Quando a injria bater em nossa porta, podemos usar o aguilho da vingana ou o leo do perdo.

Diante da enfermidade inesperada, podemos lanar mo do cido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da confiana.

Ante a partida de um ente caro, nos braos da morte inevitvel, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da resignao.

Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situaes, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreenso ou estender a ponte do dilogo que nos possibilite uma soluo feliz.

A deciso depende sempre de ns mesmos.Somente da nossa vontade depender o nosso estado ntimo.

Portanto, criar cus ou infernos, portas adentro da nossa alma, algo que ningum poder fazer por ns.

Sua vontade soberana.Sua intimidade um santurio do qual s voc possui a chave.Preserv-la das investidas das sombras e abri-la para que o sol possa ilumin-la s depende de voc.FORMATAO: LUZIA GABRIELEEMAIL: [email protected]: REDAO DO MOMENTO ESPRITACOM BASE EM CONTO POPULARFOTOS: INTERNETMSICA: BOLVIA TRIO A CASA DO SOL NASCENTE-FLAUTA DE PANDATA : 26 DE OUTUBRO DE 2015

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