CH4 - CO2 & Microvida

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_______________________________________________________________________________________________ Consultoria e Serviços de Engenharia . [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349 Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347 Já que muitos acham que o planeta anda “febril”, vamos procurar explicações, falando de coisas pequenas, ou como se fala aqui em Minas, “Dos trem bem piquititim”. Nós que somos grandes e inteligentes o suficiente para inventarmos os desinfetantes e antibióticos, convencemo-nos com facilidade de que os micróbios foram varridos de nossas vidas. Não acredite nisto! Eles viveram bilhões de anos sem nossa presença e nós não conseguiríamos viver um só dia sem a existência deles. Eles vivem e prosperam em quase tudo que você derramar, respingar ou espalhar. Dê-lhes um pouco de umidade, como por exemplo, passar um pano úmido num balcão, e as bactérias florescerão, como que criadas do nada. Elas comerão madeira, papel, cola, tinta e o que mais houver. Encontrou-se um micróbio conhecido como “thiobacillus concretivorans” que vive em concentrações de ácido sulfúrico (e até água régia), fortes o suficiente para dissolver qualquer metal. Uma outra espécie chamada “Micrococcus radióphilus”, vive em resíduos radioativos de reatores nucleares, empanturrando-se, por incrível que pareça, de plutônio. Encontraram-se bactérias vivendo em poços de lama fervente e em lagos de soda cáustica, no interior de rochas, nos leitos dos mares, em lagos de água gelada dos vales secos de McMurdo da Antártida e na profundidade de onze quilômetros no oceano Pacífico. Por estranho que pareça, o único lugar onde aparentemente não gostam viver é numa cápsula de Petri. Coloque-as em uma camada de ágar e dê- lhes nutrientes e tepidez à vontade e a maioria, ficará ali, indiferente. Qualquer bactéria que prospere em laboratório, por definição, é excepcional. Algumas parecem indestrutíveis.

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Já que muitos acham que o planeta anda “febril”, vamos procurar explicações, falando de coisas pequenas, ou como se fala aqui em Minas,“Dos trem bem piquititim”.

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Consultoria e Serviços de Engenharia [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347

Já que muitos acham que o planeta anda “febril”, vamos procurar explicações, falando de coisas pequenas, ou como se fala aqui em Minas, “Dos trem bem piquititim”. Nós que somos grandes e inteligentes o suficiente para inventarmos os desinfetantes e antibióticos, convencemo-nos com facilidade de que os micróbios foram varridos de nossas vidas. Não acredite nisto! Eles viveram bilhões de anos sem nossa presença e nós não conseguiríamos viver um só dia sem a existência deles. Eles vivem e prosperam em quase tudo que você derramar, respingar ou espalhar. Dê-lhes um pouco de umidade, como por exemplo, passar um pano úmido num balcão, e as bactérias florescerão, como que criadas do nada. Elas comerão madeira, papel, cola, tinta e o que mais houver. Encontrou-se um micróbio conhecido como “thiobacillus concretivorans” que vive em concentrações de ácido sulfúrico (e até água régia), fortes o suficiente para dissolver qualquer metal. Uma outra espécie chamada “Micrococcus radióphilus”, vive em resíduos radioativos de reatores nucleares, empanturrando-se, por incrível que pareça, de plutônio. Encontraram-se bactérias vivendo em poços de lama fervente e em lagos de soda cáustica, no interior de rochas, nos leitos dos mares, em lagos de água gelada dos vales secos de McMurdo da Antártida e na profundidade de onze quilômetros no oceano Pacífico. Por estranho que pareça, o único lugar onde aparentemente não gostam viver é numa cápsula de Petri. Coloque-as em uma camada de ágar e dê-lhes nutrientes e tepidez à vontade e a maioria, ficará ali, indiferente. Qualquer bactéria que prospere em laboratório, por definição, é excepcional. Algumas parecem indestrutíveis.

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A “Deinococcus radiodurans” é praticamente imune à radioatividade. Se seu DNA for destruído com a radiação, os fragmentos imediatamente se reconstruirão “como membros de um morto-vivo de um filme de terror”. Outro ponto importante é que as bactérias compartilham informações. Qualquer bactéria pode apanhar pedaços de código genético de qualquer outra, ou seja, todas as bactérias “nadam” no mesmo pool de genes. Portanto, qualquer mudança adaptativa que ocorra em uma área do universo bacteriano, pode se espalhar para qualquer outra. É como se nós pudéssemos recorrer a um inseto para obter de seu código genético a possibilidade de ganharmos asas ou a habilidade de andarmos nos tetos e paredes. Isto significa que do ponto de vista genético, elas tornaram-se um só superorganismo: Minúsculas, dispersas, porém invencíveis. Também são prolíficas, algumas são capazes de se duplicar em menos de 10 minutos. A esta velocidade, uma única bactéria, teoricamente, produziria mais descendentes em dois dias que o número de prótons do universo (caso existisse uma quantidade adequada de nutrientes). Sabemos agora que diversos micróbios vivem nas profundezas da terra, e muitos deles, sem nenhuma comunicação com o mundo orgânico externo. Alguns cientistas acreditam que podem existir até 100 trilhões de toneladas de bactérias vivendo sob nossos pés, nos denominados ecossistemas microbianos litoautrópicos subsurperficiais. Das 23 divisões principais da vida, somente três são grandes o suficiente para serem vistas pelo olho humano e mesmo elas, contém espécies que são microscópicas. De fato, caso se totalizasse toda a biomassa do planeta, inclusive as plantas, teríamos a seguinte proporção:

Micróbios: 80 % Fungos: 16 % Vegetais: 3,2 % Animais: 0,8 %

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Humanidade: 0,16 % (lógico, já incluída nos animais)

Para se ter uma idéia, o ser humano se compõe de cerca 10 quatrilhões de células, mas hospeda em torno de 100 quatrilhões de bactérias. Este é o planeta delas! E só vivemos nele, porque elas assim o permitem. Elas processam e reciclam nossos resíduos. Sem elas, nada apodreceria, (gerando metano). Elas purificam nossa água, mantém produtivos nossos solos, sintetizam vitaminas em nossos intestinos, convertem os alimentos ingeridos em polissacarídeos e açucares úteis e declaram guerra aos micróbios estranhos que invadem nosso corpo. Dependemos totalmente delas para extrair o nitrogênio do ar e convertê-lo em nucleotídeos e aminoácidos úteis. Feito este que se produzido por nós, exigiria uma tremenda parafernália industrial-tecnológica e altíssimos custos. Mas as bactérias o fazem sem alarde, e podemos agradecer ao Altíssimo, porque nenhum organismo maior sobreviveria sem o nitrogênio que elas fornecem. Acima de tudo, os micróbios continuam nos fornecendo o ar que respiramos e mantendo a atmosfera estável. Eles, inclusive as versões modernas das cianobactérias, suprem todo o oxigênio respirável do planeta. Quanto aos vegetais, eles realmente produzem a fotossíntese, mas permanecem no “equilíbrio fótico”, onde se equilibram o O2 produzido, com o CO2 gerado pela respiração de suas células (que são vivas e precisam repirar). Portanto, sua ação permanece neutra. Já os microorganismos, além de responsáveis pelas emissões de metano, como já vimos, também o são pela regulação térmica do planeta, pois ao nível de solo (e superfícies d’água) reduzem toda emissão de CO2 em O2, auxiliando organismos como fungos, algas e vegetais em sua respiração e disponibilizando simbioticamente para eles, o carbono. Conforme já dito em nosso trabalho, “Emissões de CO2”:

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“Lembre-se: Massa molecular do CO2 = 44; Massa molecular média do ar = 29; E ao que eu saiba, ninguém pode revogar o princípio de Avogadro. Portanto, qualquer emissão de CO2 tende a ir para o chão, conforme manda o bom e velho campo gravitacional do planeta. Junto ao chão, a natureza tem seus sumidouros, como por exemplo, algas, bactérias simbióticas aos fungos e vegetais e bactérias fotosintetizadoras”. Também em nosso trabalho, “A quadrilha dos GEEs” afirmamos: “Portanto, já que nenhum CO2 emitido à “nível de chão”, será detectado na troposfera, fica claro que todo CO2 que medimos em nossa atmosfera é resultante da oxidação do metano pela química básica da troposfera. (medido de passagem para o solo e seus sumidouros)”. Vimos também, no trabalho acima citado, que 90 % das emissões de metano são oxidadas, pela química da troposfera, em CO2, na proporção molecular de 1:1 (um para um) e que os outros 10 % literalmente “vão para o espaço”. Portanto, vejamos como isto acontece: Em nossa troposfera temos:

gás M. mol impuxo (ppb) M M tot. (t) CH4 16,00 12,95 940 4.888.000.000 CO2 44,00 -15,05 300.000 1.560.000.000.000 M atm. (ar) 28,95 0,00 1,000E+09 5,200E+15

Onde: Gás = identificação do gás; M.mol = Massa molecular do gás; Impuxo = Fator de flutuação do gás; (ppb) M = Massa do gás em partes por bilhão, na troposfera; M. tot. (t) = Massa total do gás, na troposfera, em toneladas. Estipulando as emissões anuais de metano em: 630.303.030.303 t/y (toneladas por ano) [Dado aceito inclusive pelo IPCC];

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E sabendo que o metano tem um ciclo curto de vida na troposfera, além disto, que sua concentração final é equilibrada e constante (o que entra é igual ao que sai), podemos calcular o número de ciclos e sua duração: Nº de ciclos = Emissões totais concentração Nº de ciclos = 630.303.030.303 4.888.000.000 = 128,949; e Sua duração = 365,25 128,949 = 2,833 dias. Portanto, a quantidade de metano emitido em um ciclo, será: 630.303.030.303 365,24 x 2,833 = 4.888.000.000 t/cy; e 90 % dela = 4.399.200.000 t. Convertendo esta massa, de CH4 para CO2 na razão molecular de 1:1, teremos: 4.399.200.000 16 x 44 = 12.097.800.000 t(CO2)/cy(CH4). Para definirmos qual a participação deste CO2 no total detectado na troposfera, é só multiplicá-lo pelo número de ciclos de concentração do metano: 12.097.800.000 x 128,949 = 1.560.000.000.000 t. Que é exatamente a massa total de CO2 detectada em nossa troposfera, o que prova matematicamente nossa tese. Ou seja: Nem uma só molécula das emissões humanas é detectada em nosso ambiente, como o esperado. E podemos concluir que o equilíbrio das emissões de CH4 e da concentração de CO2 em nossa atmosfera, depende única e exclusivamente “dos trem bem piquititim” de que falamos neste artigo e jamais da pretensão humana, “dos trem grandão do home”.

PFCP