Chamada da Meia-Noite - Ano 38 - Nº 1

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Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br JANEIRO DE 2007 • Ano 38 • Nº 1 • R$ 3,50 Pág. 5 Pág. 15

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• Coagidos Pela Babilônia • Mãe Raquel • Os inimigos de Israel querem muito mais • Tribunal de Cristo ou grande trono branco?

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Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br JANEIRO DE 2007 • Ano 38 • Nº 1 • R$ 3,50

Pág. 5

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Índice4

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Prezados Amigos

Coagidos Pela Babilônia

14Mãe Raquel

Do Nosso Campo Visual• Os inimigos de Israel querem muito mais - 17

Aconselhamento Bíblico• Tribunal de Cristo ou

grande trono branco?

Publicação mensal

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Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

Chamada da Meia-Noite

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4 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Um novo ano começou. Novos desafios estãodiante de nós. Talvez devêssemos fazer umaparada e pensar conscientemente na singularoferta que Deus nos faz: “permanecei em mim, eeu permanecerei em vós” (Jo 15.4). Comocristãos, costumamos testemunhar que Deus éamor, e sabemos que por essa razão Ele tem odesejo de manter comunhão conosco, com oshomens que Ele criou. Espero que todos os quelêem estas linhas já tenham aceito o convite deJesus: “Vinde a mim, todos os que estaiscansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”(Mt 11.28). Ouvimos o chamado e chegamos atéJesus. Assim começou nosso cristianismo, a novavida com o Senhor, junto de Seus filhos na igreja.

Imediatamente antes de sofrer e morrer, oSenhor Jesus dirigiu o convite muito especial aosSeus discípulos: “permanecei em mim, e eupermanecerei em vós” (Jo 15.4). No meio doassim chamado “discurso de despedida”, nummomento em que os corações dos discípulosestavam muito pesados, Jesus revelou-lhes essapossibilidade completamente nova. Ele estavafalando de uma forma totalmente diferente de ser,não apenas junto dEle, mas nEle. Durante três anoso Mestre havia estado com eles, e eles O haviamseguido. Mas agora, muito brevemente, começariauma nova fase no seu relacionamento mútuo, queera esse “permanecer nEle”, assim como vemos nailustração do ramo que permanece na videira.Jesus nos discípulos, e eles nEle.

Certamente esse “permanecer” em Jesus temo maior significado e a maior importância no quediz respeito ao nosso discipulado. Neste ano de2007, Ele não apenas estará conosco, mas nósestaremos e ficaremos com Ele e nEle, a cadahora, dia após dia, durante todo o ano que está ànossa frente. Somente assim poderemos produzirfrutos para a eternidade, o que precisa sersalientado, uma vez que cada ano que passa nosaproxima mais e mais do Tribunal de Cristo.Através de dolorosas experiências pessoais todosnós sabemos como é difícil, quase impossível“permanecer em Cristo”. Parece que existe umaverdadeira conspiração nos impedindo depermanecer nEle. Nossas emoções nos dizemque esse é um belo ideal a ser alcançado, mas arealidade prova que não é fácil. Quantas vezes játentamos, e chegamos à conclusão que éimpossível, que simplesmente não conseguimospermanecer sempre em Jesus.

Porém, se o Senhor Jesus não apenas esperaisso de nós mas nos exorta a “permanecermosnEle”, então esse permanecer deve ser possível.

Basicamente olhamosdemais para nós mesmos,para nossas experiênciaspassadas e para nossossentimentos. Ao invés deficarmos centrados naquilo que vem de nósmesmos, nossas atenções deveriam se dirigirmais e mais para o Espírito Santo, nossoConsolador e Advogado, contando com Sua obra,pois “aquele que nos confirma convosco emCristo e nos ungiu é Deus, que também nosselou e nos deu o penhor do Espírito em nossocoração” (2 Co 1.21-22). Entendemos bem?Deus é Aquele que nos firma no Filho (a Videira),através do Espírito Santo. Por quê? Porquesomente como ramos ligados à videiraproduziremos frutos que honram a Deus, frutosque O glorificam e O exaltam.

A ilustração da videira com seus ramosproduzindo frutos demonstra a necessidade da féem um Deus que se revelou em três Pessoas emuma unidade: Deus o Pai (o Viticultor) nos firma(a nós, os ramos) no Filho (a Videira Verdadeira)por meio do Espírito Santo! Será que uma criançapequena acha difícil agarrar firmemente a mão dopai no meio de trânsito perigoso? Os ramosprecisam se esforçar para permanecer na videira?

Quando tivermos entendido e captado essaprofunda realidade espiritual de que é possívelpermanecer “em Cristo”, então ela se tornaráconcreta e prática na nossa vida cotidiana, poissaberemos que podemos contar sempre com Ele.Quanto mais profundamente estivermos convencidosde que falhamos miseravelmente, quanto maisconvictos estivermos de que nossos esforços sãoinúteis, mais facilidade teremos em confiar apenas eunicamente na obra do Espírito Santo em nós!

Com o sinceros votos de que o Senhor osabençoe, desejo a todos um Feliz Ano Novo!

Dieter Steiger

Bíblia de EstudoProféticaBíblia com comentários e artigos deaproximadamente 50 peritos em profeciabíblica. Juntamente com Tim LaHaye, EdHinson, Thomas Ice e Jim Combs fazemdesta obra uma verdadeira biblioteca desabedoria e discernimento. Com ela ficamais fácil compreender a profecia bíblica.

Páginas: 1408 págsFormato: 16 x 23 cm

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O presidente norte-americanoGeorge W. Bush reconheceu, re-centemente, que os EUA invadiramo Iraque com base em informaçõesfalsas, mas afirmou que ainda assima invasão foi uma ação correta. Éclaro que as pessoas se perguntampor que a invasão ocorreu se nãohavia um motivo forte para isso. Se-rá que se trata de um poder miste-rioso que arrasta os povos para oIraque (a antiga Babilônia)? Seráque as transformações atuais, espe-cialmente no que se refere aoOriente Médio, têm um pano defundo espiritual mais forte do queparece?

Nesse contexto também é inte-ressante ler uma notícia publicadaem novembro de 2005:

Arqueólogos alemães restauram aBabilônia. (...) Os históricos muros deBabel devem ser agora restauradossob a supervisão do Instituto de Ar-queologia alemão. (...) Essa reconstru-

ção começou em 1978, conduzida porSaddam Hussein. (...) Hussein conse-guiu conferir novo brilho à antiga ci-dade da Babilônia. Assim, o magnífi-co palácio sul de Nabucodonosor foireerguido, bem como algumas instala-ções de templos. Por baixo da Babilô-nia antiga Hussein mandou construirgaragens subterrâneas e restaurantes,a fim de que a cidade se tornasseacessível ao turismo em massa.2

Até parece que a Babilônia (Ira-que) é um tipo de imã, atraindo omundo. Parece também que numfuturo próximo emanará dela umaatração cada vez mais forte, cati-vando os povos.

A Bíblia fala de uma Babilôniaescatológica que se divide em duaspartes: um sistema religioso (Ap17) e um sistema econômico e polí-tico anticristão (Ap 18).

A seguir nos concentraremos nosistema econômico-político anticris-tão:

Babilônia – literalmente uma cidade?

Seria a “Babilônia” mencionadaem Apocalipse 18 uma alusão sim-bólica a um sistema político e eco-nômico mundial, ou a uma Babilô-nia no sentido geográfico, que vol-tará a existir em um futuropróximo, a fim de se tornar a sededo governo do último líder anticris-tão?

É preciso observar o seguinteprincípio hermenêutico:

Se o significado direto de um textofaz sentido, então não se deve procu-rar outro sentido. Cada palavra deveser interpretada em seu significadooriginal, literal, desde que o contextoimediato não leve a outra interpreta-ção.3

Outro princípio que deve ser ob-servado é: “Não se deve distorcer osignificado de um texto apenas paraque ele concorde com uma opinião

5Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

N o r b e r t L i e t h

Há algum tempo Henry Kissinger, ex-secretário deEstado dos EUA, disse em uma entrevista: “Neste mo-mento o mundo está enfrentando as maiores transfor-mações já vistas pela História, e todas de uma vez só”.1

A Porta de Ishtar.

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pré-concebida. Qualquer texto deveinicialmente falar por si mesmo,ainda que surjam problemas de har-monização temporariamente insolú-veis”. Vamos aplicar esse princípioa Apocalipse 18.

Portanto, tentemos não enxergarpor trás de Apocalipse 18 algo quenão esteja escrito ali, mas analisemoso que está expresso de forma literal:

• Trata-se da “...grande Babilô-nia” (v.2).

• O nome exato “Babilônia” (vv.2,10,21) é usado sem qualquer sen-sacionalismo.

• Fala-se literalmente da “cidadeda Babilônia”, ou então da “grandecidade” (vv. 10,16,18-19,21).

• Fala-se de povos que bebemda Babilônia, isto é, tiram proveitodessa região; de líderes nacionaisque se ocupam da vida política naBabilônia, e de comerciantes quevêem ali boas chances de negócio eobtêm lucro material (vv. 3,9).

Aparentemente trata-se de umaregião à qual os povos se sentematraídos e que serve à globalização.

• Fala-se do povo de Deus, queé instado a fugir da Babilônia (v.4);isso aponta para um local geográfi-co específico.

• A Babilônia é julga-da em um dia, de formainesperada e repentina.A cidade é queimadacom fogo (v.8); os cam-pos petrolíferos do Ku-wait em chamas no anode 1991 foram, de for-ma simbólica, umaamostra desse dia quevirá.

• A “fumaceira do seuincêndio” pode ser vista àdistância (v.9), mais umindício de que se tratade um ponto geográficoespecífico.

• Os líderes da terralamentarão e chorarão a

queda da Babilônia (v.9).• Políticos, comerciantes e ven-

dedores ou forças econômicas(multinacionais?), “conservando-sede longe”, vão chorar sobre ela. O“conservar-se de longe” parece nova-mente apontar para um ponto geo-gráfico distante (vv. 10-11, 15).

• Ela (a “grande Babilônia”) seráaniquilada repentinamente “emuma só hora” (vv. 10,17,19).

• Em Apocalipse 18.17-19 le-mos: “Porque, em uma só hora, ficoudevastada tamanha riqueza! E todopiloto, e todo aquele que navega livre-mente, e marinheiros, e quantos labu-tam no mar conservaram-se de longe.Então, vendo a fumaceira do seu in-cêndio, grita-vam: Que ci-dade se com-para à grandecidade? Lan-çaram pó sobrea cabeça e,chorando ep ran t eando ,gritavam: Ai!Ai da grandecidade, naqual se enri-queceram todos

os que possuíam navios no mar, à cus-ta da sua opulência, porque, em umasó hora, foi devastada!”

Quando lemos nesse texto a res-peito de pilotos, marinheiros e to-dos aqueles que trabalham no mare ficaram ricos “à custa de sua opu-lência”, o primeiro pensamento sedirige naturalmente para a indústriapetrolífera, com suas multinacio-nais, petroleiros, plataformas, com-panhias de navegação e todo oimenso capital ligado a ela. Em re-lação a isso, é interessante notarque o Iraque dispõe da segundamaior reserva de petróleo do mun-do. Além disso, esses recursos sãode enorme importância para omundo ocidental (combustíveis, ge-ração de energia), especialmenteem vista da crescente força econô-mica da China.

O Dr. Arnold Fruchtenbaum es-creve, referindo-se à literalidade docapítulo 18 do último livro da Bí-blia: “Apocalipse 18 fala da cidadeda Babilônia e deve ser entendidode forma literal. Ela se tornará a ca-pital do mundo sob a direção doAnticristo...”4

O mesmo assunto é comentadopelo professor de Bíblia James Al-len:

O capítulo não traz nenhuma indi-cação de que o termo “Babilônia” este-ja se referindo a algo que não seja acidade do mesmo nome (...) e se Deus

O presidente norte-americano George W. Bush reconheceu, recentemente, que os EUA invadiram o Iraque com base em informações falsas, mas afirmou que ainda assim a invasão foi uma ação correta.

A antiga Babilônia no Iraque ressurgirá?

6 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

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chama essa cidade de Babilônia, pre-cisamos de motivos bíblicos muito for-tes para substituí-lo por algum outro.(...) Não há dúvida de que essa cidadeserá construída de forma muito rápida.A ascensão meteórica da besta ao go-verno mundial será acompanhada pelosúbito reaparecimento dessa antiga ci-dade às margens do Eufrates.5

Tudo parece indicar que a “Ba-bilônia” mencionada em Apocalipse18 seja uma cidade real, que voltaráa existir nos tempos do fim.

Se isso for realmente assim, osacontecimentos dos últimos anosno Iraque têm um significado ex-traordinário. Então esses fatos nãomostram apenas o procedimentoprofano de políticos mundanos eseus exércitos, mas nos colocamfrente a frente com a força tremen-damente atual das profecias bíbli-cas, seu iminente cumprimento erevelam como tudo neste nossomundo avança em direção aosacontecimentos descritos no livrodo Apocalipse.

Será que compreendemos que oseventos no Iraque podem ser muitomais significativos [do que imagina-mos], e que podemos estar sendocoagidos à ação pela Babilônia?

Será que já nos encontramos emmeio aos preparativos para o surgi-mento da última Babilônia, queunirá o mundo e que poderá vir aser, até mesmo, a central do gover-no do último ditador mundial anti-cristão? Alguns podem pensar ago-ra: “Mas, conforme essas circuns-tâncias, isso ainda poderia levarmuito tempo”. Nesse caso, porém,estaríamos ignorando que as difi-culdades ainda enfrentadas pelosgovernos mundiais no Iraque serãoresolvidas em pouquíssimo tempopelo último líder mundial anticris-tão deste mundo, que será a encar-nação de Satanás. Lembremos quea Bíblia chama Satanás de “deusdeste mundo”, e que ele conseguirá

levar as na-ções rapida-mente paraonde quiser(cf 2 Co 4.4;Jo 12.31; Ef2.2; 6.12).Durante atentação deJesus, porexemplo, Sa-tanás mos-trou a Jesus“todos os rei-nos do mun-do” (Lc 4.5).

Em rela-ção ao últi-mo líder an-ticristão le-mos: “A besta que vi era semelhante aleopardo, com pés como de urso e bocacomo de leão (o primeiro reino daBabilônia: leão com asas de águia,Dn 7.4). E deu-lhe o dragão o seu po-der, o seu trono e grande autoridade”(Ap 13.2). E em 2 Tessalonicenses2.9 lemos a respeito do último lídermundial: “Ora, o aparecimento doiníquo é segundo a eficácia de Sata-nás, com todo poder, e sinais, e prodí-gios da mentira”.

Assim como Jerusalém literal-mente ressurgiu das ruínas, a Babi-lônia também poderia ser recons-truída, e então essas duas cidadesdesempenhariam o papel principalno tempo final.

Em Apocalipse 18.2 está escritoque a Babilônia “se tornou moradade demônios, covil de toda espécie deespírito imundo e esconderijo de todogênero de ave imunda e detestável”.Nos últimos dias, todas as forçassatânicas se concentrarão na Babi-lônia; e então, de repente, numa ve-locidade impressionante, coisas ho-je impensáveis serão possíveis.

A seguir mencionamos mais no-ve sinais que favorecem uma inter-pretação literal da Babilônia:

1. A estátua dos tempos fi-nais em Daniel 2 e a imagemanticristã de Nabucodonosor.Quando analisamos a estátua no li-vro de Daniel, normalmente pensa-mos nos quatro reinos mundiaisque ela simboliza: cabeça = Babilô-nia, peito e braços = Pérsia, ventree quadris = Grécia, pernas = Romae pés = última mescla de reinos.Entretanto, também devemos ob-servar o local em que se encontravaa imagem, isto é, o chão no qualseus pés se apoiavam e sobre o qualtodos os povos deviam se prostrar.O local é claramente indicado emDaniel 3.1: “...no campo de Dura,na província da Babilônia...” (Dn3.1). Será essa uma indicação deque o poder mundial dos tempos fi-nais, a unificação de todos os rei-nos, se concentrará novamente nosolo da Babilônia?

2. O próprio Nabucodonosor.Onde Nabucodonosor, depois de selevantar (Dn 4.27), foi rejeitado pe-los homens e se tornou igual a umanimal? Na Babilônia ou em suascercanias imediatas (vv. 30ss.).

3. A queda e a ascensão deNabucodonosor. Onde ele perdeu

7Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Plataforma petrolífera – a riqueza petrolífera é insinuada em Apocalipse 18 com as palavras “...quantos labutam no mar...”

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seu poder e o recuperou novamen-te? Na Babilônia!

4. Profecias iminentes e futu-ras. A maioria dos intérpretes de-fende a opinião de que o cumpri-mento principal das declaraçõesproféticas a respeito da Babilônia(por exemplo, Is 13 e 14; Jr 51 e52) ainda está por vir. Se for assim,então nos tempos finais a Babilôniadesempenhará novamente um papelde maior destaque.

5. O último império mundialanticristão. Em Apocalipse 13 éapresentado um reino quádruplo,incorporado por um último reino:“Vi emergir do mar uma besta que ti-nha dez chifres e sete cabeças e, sobreos chifres, dez diademas e, sobre as ca-beças, nomes de blasfêmia. A besta quevi era semelhante a leopardo, compés como de urso e boca como deleão. E deu-lhe o dragão o seu poder,o seu trono e grande autoridade” (Ap13.1-2).

Onde será a sede geográficaprincipal desse último e terrível rei-no bestial? Talvez na Babilônia?

A caracterização da última bestaanticristã apresenta os animais naordem inversa à qual eles surgiramao longo da História. Estranhamen-te, o último a ser mencionado é oleão, que de acordo com Daniel 7representa o Império Babilônico.Tanto no relato de Daniel como naHistória surgiu primeiro o reinomundial da Babilônia (leão comasas, Dn 7.4), seguido pelo reinomedo-persa (urso, libertação pormeio de Ciro) e grego (leopardo =as rápidas conquistas de Alexandreo Grande). Será que no final tudoserá encerrado no território da Ba-bilônia (leão = Babilônia)?

Apenas para pensar (não é umainterpretação!): Os EUA atropela-ram o Iraque com uma velocidadesemelhante à do leopardo (Grécia).Então, com uma força de urso (Pér-sia), eles levaram aos iraquianos asbases para a liberdade e a democra-cia. Será que agora a Babilônia seráreerguida, num processo apoiado,entre outros, pelos alemães?

6. A besta que era – não é – eserá novamente. Em Apocalipse17.8-11 lemos: “A besta que viste,era e não é, está para emergir doabismo e caminha para a destruição. Eaqueles que habitam sobre a terra, cujosnomes não foram escritos no Livro daVida desde a fundação do mundo, seadmirarão, vendo a besta que era enão é, mas aparecerá. Aqui está osentido, que tem sabedoria: as sete cabe-ças são sete montes, nos quais a mulherestá sentada. São também sete reis, dosquais caíram cinco, um existe, e ooutro ainda não chegou; e, quan-do chegar, tem de durar pouco. E a bes-ta, que era e não é, também é ele, ooitavo rei, e procede dos sete, e ca-minha para a destruição”.

Aqui João descreve uma bestaque “era”, “não é” (na época de

João) e “está para emergir”. Se eleestivesse se referindo a Roma, comcerteza João não teria escrito que“era e não é”, já que Roma existiana sua época, mas não tinha existi-do e deixado de existir antes.

Isso se torna ainda mais nítidonos versículos seguintes, que des-crevem melhor a besta:

• A besta tem sete cabeças, ousete montes, que também são setereis. Essas sete cabeças, montes ereis simbolizam reinos mundiaispassados e seus maiores líderes, quese levantaram acima do restante domundo.

• Dos sete reis “caíram cinco”,portanto já pertencem ao passado.Eram eles Egito, Assíria, Babilônia,Pérsia e Grécia.

• “...um existe...” (o sexto rei) =isto se refere a Roma, que era o po-der mundial na época de João.

• “...outro ainda não chegou...” =este é o sétimo rei, que permanece-rá por um curto espaço de tempo,provavelmente na pessoa do Anti-cristo. O líder mundial e seu reino(“...o oitavo...”) era e agora “não é”(na época de João), mas reaparece-rá novamente. Repito: se fosse Ro-ma, João teria dito “é agora”. Aoinvés disso ele diz: “...era e não é,mas aparecerá...”

• A última besta descrita por Joãoé “um dos sete”, mas qual deles? Issotambém poderia se referir à Babilô-nia?! Babilônia “era” no passado,agora “não é” (no presente de João)e “está para emergir” (no futuro).

7. A convocação para fugirda Babilônia. “Retirai-vos dela, po-vo meu, para não serdes cúmplices emseus pecados e para não participardesdos seus flagelos” (Ap 18.4). O mes-mo foi dito antes sobre a primeiraBabilônia: “Fugi do meio da Babilô-nia e saí da terra dos caldeus...” (Jr50.8). Se naquela época a referên-cia era relacionada à Babilônia real,porque não seria em Apocalipse 18?

8 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

A Babilônia será uma oportunidade deinvestimento de primeira linha por causa de sua riqueza em petróleo?

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8. Da mesma forma o juízoanunciado para a Babilônia. Apo-calipse 18.6 diz: “Dai-lhe em retribui-ção como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, nocálice em que ela misturou bebidas, mis-turai dobrado para ela!” A convocaçãopara o cumprimento anterior é en-contrada em Jeremias 50.29: “Retri-buí-lhe segundo a sua obra; conformetudo o que fez, assim fazei a ela; porquese houve arrogantemente contra o SE-NHOR, contra o Santo de Israel”.Compare também Isaías 47.8-10com Apocalipse 18.7-8!

9. Ninrode. É bem possível queno fim dos tempos o ciclo se fecheno ponto em que começou. O pri-meiro ditador mundial foi Ninrode.Seu nome significa: indignar-se.Ninrode é descrito como “valentecaçador”. Ele foi o fundador de Ba-bel (cf. Gn 10.8-11). O mais prová-vel é que Ninrode tenha sido a for-ça motriz por trás da construção datorre de Babel; o plano era cons-truir uma torre “cujo tope chegue atéaos céus” (Gn 11.4). Além disso,também o Paraíso, em que Satanástinha levado Adão e Eva à queda,ficava na região de Babel.

E agora Apocalipse 18.5 diz algoparecido: “porque os seus pecados seacumularam até ao céu, e Deus se lem-brou dos atos iníquos que ela praticou”.

A rebelião das nações contraDeus começou em Babel, sob o go-verno de Ninrode. Será que a rebe-lião das nações, debaixo do governomundial do Anticristo, também ter-minará em Babel? O espírito babi-lônico anticristão permeou toda aHistória e poderia encontrar seufim em uma Babilônia reconstruída.

O mundo posto em xeque pela BabilôniaO poder de atração econômi-

co da Babilônia. Sob a liderança

do governo mundial do Anticristo,as nações estabelecerão um gigan-tesco império econômico, no qual omundo inteiro se sentirá à vontade.Babilônia será um centro do comér-cio mundial e um centro de primei-ra classe no campo político.

Todo o poder satânico será esta-belecido na Babilônia: demônios,espíritos imundos e aves impuras edetestáveis. O Senhor Jesus men-cionou esse tipo de ave na parábolado semeador: “E, ao semear, umaparte caiu à beira do caminho, e, vin-do as aves, a comeram” (Mt 13.4).As aves comeram a Palavra de Deusque fora semeada: “...vem o malignoe arrebata o que lhes foi semeado nocoração” (v.19). No último reinoanticristão não haverá mais espaçopara o verdadeiro Deus e Sua Pala-vra (cf. Dn 4.8-9). John Adams, osegundo presidente dos EUA, disse:“O melhor dos mundos possíveisseria aquele em que não houvessereligião”.6

Todos os povos querem desfru-tar da Babilônia, o que contribuiráem muito para o grande prestígioda besta: “Pois todas as nações têmbebido do vinho do furor da sua prosti-tuição...” (Ap 18.3). De uma horapara outra, todo omundo, tanto oislâmico quanto oocidental, seráatraído pelo res-plendor da Babi-lônia e seu líder:

• Os políticosficarão fascinadospelo poder políti-co que emana daBabilônia.

• As empresasmultinacionais se-rão atraídas pelasp o s s i b i l i d a d e seconômicas quesurgirão repenti-namente. Nin-

guém vai querer ficar de fora, nin-guém desejará ficar para trás.

• Os investidores canalizarãoseus recursos financeiros para a Ba-bilônia, por causa das excelentesoportunidades que serão oferecidasali. A Babilônia será uma oportuni-dade de investimento de primeiralinha.

• As empresas petrolíferas fareja-rão suas chances. Quando a Babilô-nia, a base dessa riqueza imensurá-vel, desmoronar “em uma só hora”,ninguém deverá se espantar com ofato dos capitães dos navios derra-marem rios de lágrimas por causadela (Ap 18.9ss.).

Apocalipse 18 (vv. 11-13, 17-19) apresenta o abrangente podereconômico da Babilônia. Precisa-mos levar em conta que João usaexpressões usuais naquela época:

• Mercado de investimentos:“mercadoria de ouro, de prata, de pe-dras preciosas, de pérolas” (v.12).

• Mercado têxtil: “mercadoria de(...) linho finíssimo, de púrpura, deseda, de escarlata” (v.12).

• Mercado da construção civil eda matéria-prima: “mercadoria de(...) toda espécie de madeira odorífera,todo gênero de objeto de marfim, toda

9Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

A Babilônia será julgada em um dia, de forma inesperada erepentina. A cidade será queimada com fogo (v.8); os cam-

pos petrolíferos do Kuwait em chamas no ano de 1991 fo-ram, de forma simbólica, uma amostra desse dia que virá.

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qualidade de móvel de madeira precio-síssima, de bronze, de ferro e de már-more” (v.12). Quando penso em“mercadoria (...) de madeira precio-síssima e de ferro” e relaciono issocom os tempos atuais, lembro tam-bém do extenso mercado da mídiae da indústria eletrônica.

• Bens de luxo: “...canela de chei-ro, especiarias, incenso, ungüento, bál-samo...” (v.13).

• Mercado de alimentos: “...vi-nho, azeite, flor de farinha, trigo...”(v.13).

• Carne: “...gado e ovelhas...”(v.13).

• Transportes: “...de cavalos, decarros...” (v.13).

• Mercado de trabalho: “...escra-vos e até almas humanas...” (v.13).

• Petróleo. A riqueza de petróleo(plataformas petrolíferas, navios-

tanques) é insinuada pelas palavras:“...quantos labutam no mar...” (cfvv. 17-19).

O poder de atração políticada Babilônia. São mencionadosdez reis, que chegam ao poder coma besta e por meio dela: “Os dezchifres que viste são dez reis, os quaisainda não receberam reino, mas rece-bem autoridade como reis, com a bes-ta, durante uma hora. Têm estes umsó pensamento e oferecem à besta o po-der e a autoridade que possuem” (Ap17.12-13; cf. cap. 13.1).

Muitas reflexões são feitas emtorno da questão de quem seriamesses dez reis. Atualmente fala-sede um núcleo europeu, mas essedeverá ter doze (e não dez) países.Porém, seria possível que aqui tam-bém se tratasse do mundo islâmico?

O Salmo 83.6-8menciona dez no-mes de povos outribos que repre-sentam a liga islâ-mica, da qual sediz, entre outrascoisas: “... e fir-mam aliança con-tra ti” (v.5). Por-tanto, elesodeiam o Deusverdadeiro e que-rem aniquilar oSeu povo Israel(v.4): “...as tendasde Edom (= Sulda Jordânia) e osismaelitas (=uma grande partedo mundo ára-be), Moabe (=região central daJordânia) e os ha-garenos (= Egi-to, Hagar, cf. Gn16.1), Gebal (=Norte do Líba-no), Amom (=Norte da Jordâ-

nia) e Amaleque (= península doSinai), a Filístia (= Faixa de Gaza)como os habitantes de Tiro (= Líba-no); também a Assíria (= Ira-que/Síria) se alia com eles, e se consti-tuem braço forte aos filhos de Ló(Moabe e Amom)”.

O governo do líder mundial dostempos finais levará primeiro a umaaliança com Israel, e é bem possívelque ele consiga incluir o mundo is-lâmico nessa aliança. Mas depois es-sa aliança será rompida, e a totalida-de do reino anticristão se voltarácontra Israel (Dn 9.27). Se a Babi-lônia for reerguida de forma literal,e tornar-se o centro do governomundial do Anticristo, realmentepoderia surgir uma paz aparentenessa região (“...paz e seguran-ça...”). Então o reino babilônico an-ticristão passaria a abranger tambémtodo o mundo islâmico e os dez reisislâmicos entregariam seu poder aolíder mundial: “Têm estes um só pen-samento e oferecem à besta o poder e aautoridade que possuem” (Ap 17.13).

Imagine que imensa influênciaisso teria sobre todo o mundo: bas-ta pensar nas reservas de petróleona região islâmica, que então esta-riam todas debaixo do poderoso go-verno da Babilônia e de seu lídermundial! Também todos os produ-tos citados em Apocalipse 18.1sspoderiam ser rapidamente desloca-dos para lá (por exemplo, para con-correr com a China). Debaixo dogoverno do Diabo encarnado no lí-der mundial, essa região poderá setornar da noite para o dia a metró-pole mundial do comércio e das fi-nanças. Todo o mundo ocidental(EUA, UE, etc.) investirá nela e ti-rará proveito dela.

O vindouro ditador mundial, “abesta que emerge do mar” (veja Ap13.1), poderá ser procedente doOcidente (EUA, UE: Roma) e tersua sede de governo principal emBabilônia. Por exemplo, já o impe-

10 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

O Palácio Sul de Nabucodonosor foi reconstruído por Saddam Hussein.

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rador grego Alexandre Magno fezda Grande Babilônia (e não de Ate-nas) a sede principal de seu reino. Eno que se refere ao Anticristo, o fal-so profeta (“a besta que emerge daterra”, Ap 13.11): é bem possívelque ele seja judeu e tenha sua sedeem Israel. Seja como for, ambostrabalharão de mãos dadas e conse-guirão o que as nações até hoje ten-taram em vão: uma aliança de pazentre os mundos islâmico e judeu.A Babilônia pode ser o centro doreino anticristão, em oposição a Je-rusalém, a capital de Jesus, o rei deIsrael (cf Mt 5.35).

Alguns indícios já são visíveis:• A Babilônia foi conquistada.• Um parlamento democrático

foi criado.• A grande maioria dos iraquia-

nos é favorável à democracia.• Desde o fim do regime de Sad-

dam Hussein, a quantidade de ca-samentos aumentou em 60%. A ta-xa de divórcios caiu em 30%. – Ossalários dos funcionários públicos,professores e agentes estão três aquatro vezes mais altos.7

• O presidente iraquiano JalalTalabani disse: “Os europeus nãopodem mais olhar para o Iraquecom uma visão anti-americana.Eles precisam finalmente reconhe-cer que depois dessa guerra 27 mi-lhões de iraquianos foram liberta-dos e agora desfrutam de liberda-de, democracia e direitoshumanos”. Ele afirmou que hoje aestrutura do Iraque é democráticae federativa.8

A disposição para fazer conces-sões entre o mundo islâmico e Is-rael cresce cada vez mais :

• O Paquistão e Israel estão tra-balhando para melhorar suas rela-ções.

• Já faz algum tempo que a Indo-nésia mantém contatos secretoscom o Ministério das Relações Ex-teriores de Israel.

• As relações comerciais entre Is-rael e o Marrocos melhoraram sen-sivelmente.

• O relacionamento de Israelcom a Tunísia está caminhandobem.

• Atualmente Israel está tentan-do desenvolver negociações com aLíbia.

• O contato com Omã foi resta-belecido.

• Os contatos com o Bahreintambém parecem oferecer perspec-tivas otimistas.

• Israel abriu uma representaçãocomercial diplomática em Dubai.9

• A aproximação entre Israel e oAfeganistão está avançando cadavez mais .

• Há algum tempo saiu a seguin-te notícia sobre a Arábia Saudita:

A Arábia Saudita revogou o em-bargo comercial a Israel, e agora po-de participar da Organização Mun-dial do Comércio (OMC). O Ministérioda Indústria e Comércio de Israel fezesse anúncio no dia 15 de novembrode 2005, de acordo com o relato dojornal Ha’aretz. A decisão da ArábiaSaudita pode servir de exemplo paraoutros países árabes, disse Jair Schi-ran, funcionário do Ministério. Váriosoutros países árabes que desejam en-trar para a OMC podem tentar umpasso semelhante e suspender o seuembargo. (...) Outros países árabes,como Omã, Catar ou os EmiradosÁrabes já mantêm relações comerciaiscom Israel. O Egito, a Jordânia e aMauritânia mantêm contatos diplomá-ticos.10

• Cooperação científica entre Is-rael e o Irã. A respeito, lemos:

Não, o título não está errado. En-quanto o presidente iraniano defendea destruição de Israel, cientistas ira-nianos cultivam um contato cada vezmais próximo com seus colegas israe-lenses. Durante os últimos meses, en-contros científicos internacionais naJordânia, país vizinho a Israel, deram

ocasião a encontros entre delegaçõesenviadas por Israel e pelo Irã. (...) Oassunto principal dos debates, dosquais participaram também delega-ções do Egito, do Paquistão, do Bah-rein, da Turquia, da Palestina e natu-ralmente da anfitriã Jordânia, foi o de-senvolvimento de um aceleradormolecular. (...)

O professor Eliezer Rabinowicz, doInstituto Racah de Física, da Universi-dade Hebraica, que dirigiu a delega-ção israelense, disse: “Lá na Jordânianós israelenses nos sentamos à mesmamesa com os iranianos, incluindo um -vice-ministro que representava o go-verno iraniano, e representantes pales-tinos. Todas as conversas transcorre-ram de forma consensual, e nósconcordamos no plano científico. Dei-xamos as disputas políticas para asnoites” (...)

Recentemente o governo iraquianotambém solicitou permissão para par-ticipar da parceria internacional relati-va a esse projeto científico.11

Naturalmente esses países conti-nuarão a se opor a Israel, mas hádisposição para fazer grandes con-cessões por causa do comérciomundial. Esses exemplos mostrambem o poder e a influência que aOMC possui. Podemos imaginar oque será possível fazer pouco tempodepois que as duas bestas de Apo-calipse 13 surgirem e obtiverem opoder absoluto sobre a política, aeconomia e o comércio.

Os pés da estátua de Nabucodo-nosor e os dez dedos (Dn 2.33,41-43)que estavam sobre solo babilônicoapontam para o seu fim, pouco antesda volta de Jesus, uma mistura de fer-ro e barro. O ferro simboliza o últimoreino mundial anticristão (Dn 7.7), eo barro representa Israel (Jr 18.2-6; Is29.16; Is 45.9; Is 64.7), que procuraráse sustentar nesse meio. Mas como oferro e o barro não aderem um ao ou-tro, a aliança entre Israel e as naçõesserá quebrada.

11Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

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O poder de atração demoníaco da Babilônia

Precisamos partir do princípiode que o líder mundial vindouro é aencarnação de Satanás, que a Bí-blia, como já dissemos, chama de“deus deste século” (2 Co 4.4). Coma permissão de Deus, ele poderá le-var o nosso mundo em uma veloci-dade vertiginosa àquele ponto queas pessoas sempre almejaram, masnunca conseguiram alcançar. A Bí-blia diz a respeito do futuro lídermundial: “Ora, o aparecimento doiníquo é segundo a eficácia de Sata-nás, com todo poder, e sinais, e prodí-gios da mentira” (2 Ts 2.9).

Um exemplo: o coração da anti-ga Babilônia era a Porta de Ishtar,que os alemães levaram para Berlime que está exposta à visitação públi-ca (no Museu do Oriente Médio,uma ala do Museu de Pérgamo). NaBabilônia, os vigias postados ao la-do da Porta de Ishtar guardavam oacesso ao templo de Marduque, oprincipal deus babilônico, que apa-

rentemente poderia conceder “vidaeterna”. Marduque era representa-do como um dragão com aparênciade serpente e levava o título de “se-nhor dos quatro cantos do mundo”.

A mitologia conta que os deusesse voltavam para Marduque quandoestavam em apuros, e este os salva-va, com a condição de que depoisseria senhor de tudo. Marduque eri-giu seu trono na Babilônia, que en-tão se tornou o centro do mundo.

Ele reaparece em 2 Coríntios6.15 com o nome de “Belial” (Ed.Revista e Corrigida), que é conside-rado um dos nomes de Satanás.12 Opróprio Satanás está por trás da mi-tologia e da idolatria; reconhecemosassim as suas intenções e o objetivoque ele persegue.

De acordo com a lenda, Mardu-que, o principal deus da Babilônia,podia conceder “vida eterna”. As-sim Satanás também se empenharáem ser semelhante ao Deus Todo-Poderoso, e curará uma ferida quena verdade era mortal (Ap 13.3).Marduque era um dragão com apa-rência de serpente. Também Sata-nás é descrito dessa forma em Apo-calipse 12.9: “E foi expulso o grandedragão, a antiga serpente, que se cha-ma diabo e Satanás, o sedutor de todoo mundo, sim, foi atirado para a terra,e, com ele, os seus anjos”. Marduqueera chamado de “Senhor dos quatrocantos do mundo”. Satanás tambémestá interessado no domínio sobretoda a terra (cf. Ap 13.3-4).

Aonde Satanás será lançado?Muito provavelmente para a Babi-lônia, como diz Apocalipse 18.2:“...a grande Babilônia e se tornou mo-rada de demônios, covil de toda espéciede espírito imundo e esconderijo de todogênero de ave imunda e detestável”.Primeiro a Babilônia será uma mo-rada, depois um esconderijo dos es-píritos demoníacos.

Faremos bem em observar aevolução dos acontecimentos no

mundo e em prestar atenção à pala-vra profética (2 Pe 1.19).

O fato dos acontecimentos finais,mais rápidos e intensos da Babilôniaocorrerem depois da era da Igreja éindicado por Apocalipse 18.6: “Dai-lhe em retribuição como também ela re-tribuiu, pagai-lhe em dobro segundo assuas obras e, no cálice em que ela mis-turou bebidas, misturai dobrado paraela”. Aqui se exige uma justiça queconhecemos do Antigo Testamento:“Olho por olho, dente por dente” (cf.Lv 24.17-22), porque a época degraça da Igreja terá passado.

Três advertências chamampara o arrependimento

e a conversãoChamada para abandonar a

cidade. Durante o tempo do go-verno anticristão, o povo de Deus éconclamado a abandonar a cidade:“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Re-tirai-vos dela, povo meu, para nãoserdes cúmplices em seus pecados e pa-ra não participardes dos seus flagelos”(Ap 18.4).

Mesmo depois do Arrebatamen-to haverá crentes, que forçosamentejá estarão ligados ao comércio e àeconomia do último reino mundialdesde antes do Arrebatamento e atémesmo morarão na grande Babilô-nia. Mas, pouco antes da execuçãodo juízo eles serão conclamados aabandonar a cidade e o seu sistema.Isso nos lembra de Ló, que foi cha-mado a sair de Sodoma antes que oSenhor aniquilasse essa cidade.

“...o mundo passa, bem como a suaconcupiscência; aquele, porém, que faza vontade de Deus permanece eterna-mente” (cf 1 Jo 2.15-17). O anjo deApocalipse 18.1, que anuncia a que-da da Babilônia, representa a glóriade Jesus. Sua glória ultrapassa tudoque já existiu e permanecerá por to-

12 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Henry Kissinger: “Neste momento omundo está enfrentando as maiorestransformações já vistas pela História, etodas de uma vez só...”

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da a eternidade; ela vai sobressairem meio à pior época enfrentadapela humanidade. Jesus Cristo, querecebeu todo o poder no céu e naterra (Mt 28.18), reina soberano so-bre os acontecimentos da Históriamundial, enquanto a Palavra diz oseguinte sobre as coisas temporais:“O fruto sazonado, que a tua almatanto apeteceu, se apartou de ti, e parati se extinguiu tudo o que é delicado eesplêndido, e nunca jamais serão acha-dos” (Ap 18.14).

Chamada para abandonar asedução. O juízo que levará à der-rota da Babilônia determina: “En-tão, um anjo forte levantou uma pedracomo grande pedra de moinho e arro-jou-a para dentro do mar, dizendo:Assim, com ímpeto, será arrojada Ba-bilônia, a grande cidade, e nunca ja-mais será achada” (Ap 18.21). Leve-mos em conta que a Babilônia seráa maior sedutora dos últimos tem-pos, em todos os sentidos. Jesustambém falou a respeito: “Qual-quer, porém, que fizer tropeçar a umdestes pequeninos que crêem em mim,melhor lhe fora que se lhe pendurasseao pescoço uma grande pedra de moi-nho, e fosse afogado na profundeza domar. Ai do mundo, por causa dos es-cândalos; porque é inevitável que ve-nham escândalos, mas ai do homem

pelo qual vem o es-cândalo!” (Mt 18.6-7).

Chamada paraa conversão a Je-sus. Sem dúvida es-tamos no meio deuma corrente deacontecimentos es-catológicos que pre-cisam ser levadosmuito a sério. Porisso devemos consi-derar com muitaatenção e de formafigurada a chamadade Deus: “Ouvi ou-

tra voz do céu, dizendo: Retirai-vosdela, povo meu, para não serdes cúm-plices em seus pecados e para não par-ticipardes dos seus flagelos” (Ap 18.4).

Onde está a sua “Babilônia?”Sua vida está plantada no solo dopecado ou da sedução? Você estáconstruindo sua vida sobre a “Babi-lônia” ou sobre o Reino de Deus?

Em Provérbios 14.34 lemos pa-lavras muito sérias: “...o pecado é oopróbrio dos povos”. Certa vez ouviuma explicação tirada do reino ani-mal que se aplica a isso (e certa-mente é desagradável para quemgosta de bichos): quando cientistascolocaram uma rã em um vasilha-me com água fervente, a rã imedia-tamente saltou para fora. Em segui-da a rã foi colocada em um vasilha-me comágua fria,que entãofoi lenta-m e n t eaquecida. Arã permane-ceu na águaaté morrerc o z i d a .Conclusão:quem viveno pecado,vai se acos-

tumando com ele até ser totalmenteaprisionado e finalmente morto porele.

O pecado é diametralmenteoposto a Deus. Por isso devemosnos separar dele de forma radical.O perdão dos pecados só pode serencontrado em Jesus Cristo, o úni-co sem pecado, que morreu na cruzde forma vicária para pagar os nos-sos pecados e se fazer pecado pornós, “...para que, nele, fôssemos feitosjustiça de Deus” (2 Co 5.21). Verda-deiro refúgio só existe no Filho deDeus, que morreu por nós, mastambém ressuscitou, agora está àdireita de Deus e logo arrebatará aSua Igreja para junto de Si!

Por isso, é urgente que obedeça-mos à palavra de Tiago 4.7-8: “Sujei-tai-vos, portanto, a Deus; mas resisti aodiabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos aDeus, e ele se chegará a vós outros. Pu-rificai as mãos, pecadores; e vós que soisde ânimo dobre, limpai o coração”.

Notas:1. Focus, nº 45/2005.2. Topic, dezembro/2005.3. Dr. Tim LaHaye.4. Circular para amigos do ministério ARIEL,

nº 1/2005.5. “Was die Bibel lehrt”, comentário 17.6. “pro”, revista cristã sobre mídia, nº 5/2005.7. Jornal “Frankfurter Allgemeine”,

15.07.2005.8. “Die Presse”, 17.11.2005.9. “Nachrichten aus Israel”, outubro/2005.

10. “Zwi Lidar”, Jerusalém.11. http://www.most.gov.il/index.php/en.12. Enciclopédia Wikipedia.

13Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Os países árabes continuarão a se opor a Israel, mas hádisposição para fazer grandes concessões por causa docomércio mundial.

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14 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Elas vêm às milhares carregando seus livros deoração, seus lenços, suas tristezas e lágrimas. Algu-mas choram baixinho, outras gritam descontrolada-mente. Mas quase todas elas choram. São as mulhe-res judias que vêm às cercanias de Belém para orarno Kever Rachel (Túmulo de Raquel), o terceiro localmais sagrado do mundo para o povo judeu.

Freqüentemente elas vêm em ônibus lotados. Àsvezes são mulheres estéreis, que não podem ter fi-lhos. Elas oram no Kever Rachel inclinando-se para afrente e para trás no tradicional costume judeu, en-quanto recitam os Salmos, convictas de que Deusouve suas orações e que elas terão filhos. Milagrosa-mente, algumas delas têm.

Para os descendentes de Jacó não restam muitoslugares sagrados hoje em dia. O segundo local maisvenerado, o Túmulo dos Patriarcas em Hebrom, naMargem Ocidental, onde supõe-se que Abraão, Isa-que, Jacó e suas esposas (com exceção de Raquel) es-tejam sepultados, está em mãos árabes, e ali foi cons-truída uma mesquita. O túmulo de José em Nablus,também em mãos palestinas, foi abandonado pelastropas israelenses depois que os palestinos o invadi-

ram e içaram nele a bandeira palestina. Agora essesepulcro está igualmente coberto por uma mesquita.

O local mais sagrado de todo o judaísmo, o Montedo Templo, que inclui o Muro Ocidental (das Lamen-tações), é disputado e, se fosse possível, seria arran-cado de Israel e entregue aos palestinos por um mun-do que não poderia importar-se menos com os senti-mentos do povo judeu. Será que ali é diferente? Não,pois lá também existe uma mesquita há muitos anos.

Mas o Kever Rachel é diferente. O povo judeu –em particular as mulheres religiosas – tem veneradoesse local por três mil anos. Em 1995 o governo is-raelense atendeu ao imenso clamor de seu povo e es-tabeleceu ali uma yeshivá (escola judaica) pouco an-tes de entregar Belém aos árabes. Pela primeira vezem 150 anos, um prédio judeu foi erigido no local. Échamado de Yeshivá do Túmulo de Raquel e man-tém uma contínua presença judaica nesse lugar tãosagrado.

Kever Rachel (Túmulo de Raquel), o terceiro local mais sagradodo mundo para o povo judeu.

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Mais aborrecimentos vieram em1996, quando os palestinos provo-caram desordens, violaram o túmu-lo de Raquel e tentaram se apossardele. O governo israelense fechou olocal familiar de cúpula branca, gas-tou 2 milhões de dólares para cons-truir ao redor um muro alto de con-creto equipado com torres de vigia,ampliou a área de orações e o rea-briu em 1997, no dia 11 de heshvan(novembro), tradicional aniversárioda morte de Raquel e uma espéciede Dia das Mães em Israel.

O que as mulheres judias pre-zam tanto em Raquel? E quanto aLia? Ambas construíram a casa deIsrael através de seus filhos (Rt4.11). Mas ninguém se refere a Liacomo Mãe Lia. Fala-se somente da“Mãe Raquel”.

Lia e Raquel eram filhas de La-bão, homem intrigante, gananciosoe enganador que, aparentemente,valorizava mais as ovelhas e cabrasdo que suas filhas. A história delasé provavelmente uma das mais co-nhecidas nas Escrituras – e tambémuma das mais tristes.

Tudo começou em um poço emPadã-Arã, na Síria, ao sul da Tur-quia. Jacó havia chegado ali apósuma longa jornada desde sua casa,em Canaã, que ele abandonou de-pois de ter fingido ser Esaú e enga-nado seu pai Isaque, levando-o aconceder-lhe a bênção que por di-reito era do primogênito. Em Padã-Arã, Jacó encontrou a família desua mãe pela primeira vez. Quandoele parou perto do poço, sua primaRaquel aproximou-se conduzindoas ovelhas de seu pai. A Bíblia diz:“Tendo visto Jacó a Raquel, filha deLabão, irmão de sua mãe, ...Jacó bei-jou a Raquel e, erguendo a voz, cho-rou” (Gn 29.10-11). Jacó tinha 77anos na época (sua idade pode serdeterminada a partir de Gênesis31.41; 41.46,53-54; 45.11; 47.9).Raquel, sem dúvida, era considera-

velmente mais jovem. Se ela estavana idade casadoura da maioria dasmoças da época, deveria ter somen-te uns quatorze anos quando eles seconheceram.

Labão acolheu seu sobrinho, elogo Jacó apaixonou-se profunda-mente pela bela Raquel. Trabalhoupara Labão por sete anos para obtê-la como esposa. Porém, quandochegou a época de receber Raquel,seu pai a substituiu por Lia, sua ir-mã mais velha. Então Jacó casou-secom Lia pensando que era Raquele, na manhã seguinte, descobriuque tinha sido enganado. Estavacolhendo o que havia semeado.

Da parte de Labão, essa foi umajogada esperta. Retendo Raquel, elearrancou mais sete anos de trabalhode Jacó. “Decorrida a semana desta[de Lia], disse Labão: “dar-te-emostambém a outra [Raquel] pelo traba-lho de mais sete anos que ainda meservirás” (Gn 29.27). Assim, Jacó fi-cou sete dias com Lia e depois rece-beu também Raquel (Gn 29.28) etrabalhou mais sete anos por ela.Dessa maneira, Labão entregou Liaa um homem que não a queria nema amava (Gn 29.30-31), e colocouduas irmãs uma contra a outra, tor-nando-as rivais pelo afeto de ummesmo homem.

Durante treze anos elas competi-ram entre si. Lia deu à luz Rúben,Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebu-lom. Com cada bebê que nascia elatentava despertar o amor de seumarido. Raquel tinha o amor de Ja-có mas não podia lhe dar filhos. AsEscrituras dizem: “Vendo Raquel quenão dava filhos a Jacó, teve ciúmes desua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos,senão morrerei” (Gn 30.1).

A esterilidade era fonte extremade vergonha e desgraça no Israelantigo, e a infertilidade de Raquelsó fazia piorar seu relacionamentocom sua irmã Lia. Já era ruim obastante terem de dividir o marido.

Mas a competição entre elas se in-tensificou quando Lia teve filhos deJacó, e Raquel não conseguia en-gravidar.

A literatura rabínica reverenciaRaquel, descrevendo-a como al-guém quase sem pecado. Mas a Bí-blia torna-a bem humana – umamulher tão ansiosa por filhos queimplorou a seu marido: “Dá-me fi-lhos, senão morrerei” (Gn 30.1). In-felizmente as Escrituras não dizemque ela clamou ao Senhor, assimcomo fez Ana em circunstâncias se-melhantes anos depois (1 Sm 1.9-16). Jacó, porém, reconheceu amão de Deus, e irado disse a Ra-quel: “Acaso, estou eu em lugar deDeus que ao teu ventre impediu frutifi-car?” (Gn 30.2).

Desesperada, Raquel deu paraJacó sua serva Bila. Legalmente osfilhos de Bila pertenceriam a Ra-quel. Bila deu à luz Dã e Nafta-li. Então, Lia fez a mesma coisa.Deu a Jacó sua serva Zilpa, quegerou Gade e Aser. Finalmente,no sétimo ano do casamento deRaquel (décimo quarto ano de Ja-có com Labão), ela deu à luz Jo-sé (Gn 30.25). Jacó estava com91 anos de idade (Gn 47.9;41.46,53; 45.6).

Nesse meio tempo Jacó quis vol-tar para casa, mas Labão o persua-diu a ficar: “Tenho experimentadoque o SENHOR me abençoou por amorde ti” (Gn 30.27). Assim, Jacó ficoupor mais seis anos e acumulou umafortuna em gado. Quando se deuconta que Labão e seus filhos per-ceberam que ele havia ficado rico àssuas custas, Jacó tomou suas espo-sas e seus bens e deixou Padã-Arãpara voltar a seu pai Isaque.

Foi uma longa e difícil jornadade retorno. Raquel morreu duranteo trajeto, ao dar à luz a Benjamim.Jacó, agora com 97 anos, sepultou-a fora de Efrata (Belém). Ela foi se-pultada sozinha, no exílio, separada

15Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

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de sua família. Certamente morreujovem e não chegou a viver para verseus filhos crescerem, ao passo queJacó viveu para ver seus netos eprovavelmente seus bisnetos, antesde morrer com a idade de 147 anos(Gn 47.28).

Lia, sem dúvida, criou José eBenjamim. A Bíblia não mencionaem parte alguma se Jacó chegou aamá-la de fato, mas Lia finalmenteo tinha todo para si. Quando Joséestava com dezessete anos de idadee disse a seu pai que havia sonhadoque “o sol, a lua e onze estrelas se in-clinavam perante mim” (Gn 37.9),Jacó perguntou: “Que sonho é esseque tiveste? Acaso, viremos, eu e tuamãe... a inclinar-nos perante ti em ter-ra?” (Gn 37.10). Com certeza eleestava se referindo a Lia.

E é Lia quem repousa com Jacóna caverna do campo de Macpela,que Abraão comprou de Efrom, oheteu (Gn 49.30-31). Supõe-se queo Túmulo dos Patriarcas esteja nes-se local.

Jacó viveu nessa terra cerca de33 anos antes de mudar-se para oEgito, com a idade de 130 anos, pa-ra estar com José (Gn 47.9). Liamorreu pouco antes dele partir, enão está registrada entre as 66 pes-soas que foram para o Egito (Gn46.8-26). José a enterrou na sepul-tura da família e, antes de morrer,pediu para ser enterrado ali tam-bém (Gn 49.29-31).

Até hoje, onde quer que o corpode Raquel verdadeiramente esteja,ele repousa sozinho. Ela passou ostreze anos da sua vida de casadatentando ter filhos, morreu no par-to e foi enterrada no exílio. Talvezseja por isso que o profeta Jeremiasa tenha usado para simbolizar asmães de Israel, que choram porseus filhos levados para o cativeiro:“Assim diz o SENHOR: Ouviu-se umclamor em Ramá, pranto e grande la-mento; era Raquel chorando por seus

filhos e inconsolável por causa deles,porque já não existem” (Jr 31.15).

Ramá, cinco milhas ao norte deJerusalém, foi onde Nabucodonosorjuntou os israelitas para deportá-lospara a Babilônia a partir de 605a.C. Mais tarde, Mateus fez alusãoa Jeremias 31.15 em relação ao me-nino Jesus sendo levado para o Egi-to para poupá-lO de ser assassinadoquando Herodes massacrou os me-ninos de Belém, em sua tentativade matar toda criança que pudesseser o Messias (Mt 2.16-18).

Através dos séculos, Raquel tor-nou-se símbolo de maternidade,exílio e sofrimento para os judeusem todo o mundo. Mas ela tornou-se também um símbolo de esperan-ça desde o retorno dos exilados ju-deus para a sua terra. “O Túmulode Raquel [Kever Rachel] sempreocupou um lugar especial, princi-palmente do ponto de vista emocio-nal, na afeição coletiva dos judeus”,escreveu Israel Harel na revista is-raelense Ha’aretz. “As mulheres ju-dias recitam o versículo bíblico cho-rando amargamente, “porque há re-compensa para as tuas obras, diz oSENHOR, pois os teus filhos voltarãoda terra do inimigo” (Jr 31.16).

As coisas es-tão calmas emKever Rachelnos dias de ho-je. A violêncianaquela regiãotornou quaseimpossível a idados judeus atélá. E, à medidaque a situaçãopolítica noOriente Médiodeteriora, éprovável que al-gum dia Israelperca Kever Ra-chel. Mas Deusnão está restrito

a um sepulcro em Belém. Comodisse o rei Salomão quando dedi-cou ao Senhor o primeiro Templono alto do Monte Moriá, em Jeru-salém: “Eis que os céus e até o céudos céus não te podem conter, quantomenos esta casa que eu edifiquei” (1Rs 8.27). O povo judeu pode per-der Kever Rachel, mas nunca perde-rá o Santo de Israel, que está vivoe o ama muito mais do que umamãe poderia amar seu filho: “Aca-so, pode uma mulher esquecer-se do fi-lho que ainda mama, de sorte que nãose compadeça do filho do seu ventre?Mas ainda que esta viesse a se esque-cer dele, eu, todavia, não me esquece-rei de ti. Eis que nas palmas das mi-nhas mãos te gravei; os teus muros es-tão continuamente perante mim” (Is49.15-16).

Deus ama o povo de Israel comamor eterno (Jr 31.3) e lhe diz: “In-voca-me; e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sa-bes” (Jr 33.3). (Israel My Glory)

Lorna Simcox é redatora-sênior de TheFriends of Israel.

Ônibus blindado israelense diante do Túmulo de Raquel (não é permitido o acesso para veículos sem proteção).

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Há tempos já se percebe que o al-vo dos inimigos de Israel não é a liber-tação de “territórios ocupados”. Elesusam o conflito israelense-palestinopara seus próprios propósitos, parasaciar sua sede de poder, e lançam aculpa sobre Israel. Lamentável é a pos-tura dos líderes políticos mundiais, es-pecialmente dos europeus, que pare-cem não enxergar essa realidade.

A seguir reproduzimos parte deum artigo do renomado jornal suí-ço Die Weltwoche, cujo conteúdo émuito esclarecedor a respeito doassunto. O texto é uma exceçãoem meio à tendenciosidade anti-israelense da mídia em geral.

O movimento nacionalista palesti-no está arruinado: agora é a guerrasanta globalizada que preenche o vá-cuo produzido por culpa da liderançapolítica.

Nem o presidente [da AutoridadePalestina] Mahmoud Abbas ou o pre-miê Ismail Haniya, do movimento islâ-mico radical Hamas, controlam o ru-mo político ou os acontecimentos nasruas de Gaza e Ramallah. Eles nemsequer conseguiram estabelecer conta-to com os seqüestradores do soldadoisraelense Gilad Shalit, quanto maisprovidenciar sua libertação. Abbas eHaniya são responsáveis apenas for-malmente pela política palestina. Pe-quenos grupos militantes determinama agenda na região. Negociaçõescom Israel ou compromissos com o“inimigo sionista” são assuntos quenem sequer merecem sua considera-ção. Para alguns deles, o alvo é esta-belecer seu poder pessoal ou seus inte-resses financeiros. Eles usam a falta de

lei e ordem para enriquecer com méto-dos mafiosos. Outros são arregimenta-dos por movimentos pan-islâmicos pa-ra a promoção da jihad (guerra santa)global. A pulverização da política pa-lestina abre-lhes as portas da Palesti-na. A “al-qaedaização” da Palestinacomeçou. Como Abbas confirmou ain-da em abril do ano passado, umaguarda avançada desses “guerreirossantos” já se aninhou em Gaza. Ante-riormente, prospectos da al-Qaedadistribuídos em uma mesquita já ha-viam provado a presença dessa redeterrorista mundial na região. Célulasde combatentes da al-Qaeda penetra-ram na Faixa de Gaza vindas do Su-dão, do Egito e do Iêmen. Aproveita-ram-se da ausência de um poder pa-lestino central e se estabeleceram ali.Mais uma vez os políticos palestinosperderam uma chance. Depois que Is-rael retirou-se da Faixa de Gaza, os lí-deres palestinos falharam em tomar asrédeas e temeram o desafio de instituirum Estado com caráter próprio. Nin-guém impõe a lei e a ordem nos terri-tórios palestinos. Os inúmeros bandosarmados fazem o que bem entendemou o que lhes ditam os líderes da jihada partir do exterior. Não é por acasoque o “ Exército Islâmico”, uma dastrês milícias que seqüestraram o solda-do israelense, apresenta em seu bra-são não só as figuras do Corão e deuma espada mas também um globoterrestre. Certamente também é inten-cional a semelhança do nome com o“Exército Islâmico no Iraque”, que seauto-denomina co-irmão da al-Qae-da. A entrada da guerra santa globa-lizada nessa região não é detectável

apenas por meio dos seus símbolos oupelo conteúdo dos panfletos distribuí-dos entre a população. Numerosospalestinos já freqüentaram cursos emcampos de treinamento da al-Qaeda eforam integrados em seu sistema.Além disso, a rede de relacionamentosda al-Qaeda também já chegou a Ga-za. Mohammed Deif, líder das briga-das do Hamas, mantém contato commembros da al-Qaeda na Jordânia.Deif distanciou-se da liderança políticado Hamas. Ele não acata suas ordenspor considerá-la “moderada demais”desde que participou das eleições pa-ra o Parlamento palestino.

A chave está nas mesquitasO conflito israelense-palestino, no

qual se opunham dois movimentos na-cionais, está adquirindo uma nova di-mensão. A luta pela Terra Santa tor-na-se secundária. Doravante Israelnão se defrontará “apenas” com movi-

Os inimigos de Israelquerem muito mais!

Nem o presidente [da Autoridade Palestina] Mahmoud Abbas ou o premiê

Ismail Haniya, do movimento islâmico radical Hamas, controlam o rumo

político ou os acontecimentos nas ruas deGaza e Ramallah. Na foto: Ismail Haniya.

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mentos de libertação nacional, mascom a guerra santa globalizada. Achave para a solução do problema apartir de agora não estará mais emGaza, Tel Aviv ou Washington, mascada vez mais em Amã, Bagdá, Beiru-te, Cairo, Kabul, Khartum, Riad – e,principalmente, nas mesquitas. Jiha-distas estrangeiros, que substituem osnacionalistas palestinos destituídos deseu poder, seguem uma ideologia reli-giosa que contradiz a fundação de umEstado palestino. Mais que isso: o mo-vimento pan-islâmico não tem interes-se em solucionar o conflito no OrienteMédio. Ele gostaria de incorporar aluta nacionalista palestina em sua uto-pia islâmica e de utilizá-la como ins-trumento de propaganda”.1

Israel quer a paz,mas seus inimigossão pela guerra. NoSalmo 120.7 lemos:“Sou pela paz;quando, porém, eufalo, eles teimampela guerra”. NoOcidente, ao invésde se apoiar Israel naluta contra os terro-ristas assassinos, tu-do é feito para impe-di-lo. Constante-mente vemosreportagens antiis-raelenses, onde osantagonistas de Is-rael são protegidos eIsrael é apresentadocomo o agressor.“Analistas” doOriente Médio apre-sentam relatos dis-torcidos e difamamIsrael.

Passa despercebi-do o fato de que osesforços pela pazsempre partiram dolado israelense. Israelnão apenas tomou as

iniciativas como as pôs em práti-ca. Um exemplo é a evacuaçãodas colônias judaicas. Israel foi econtinua disposto às maiores emais perigosas concessões, porém,ao invés de reconhecer sua boavontade, o que se faz é colocar pe-dras no caminho desse povo. Ospolíticos recomendam a Israel quese contenha, a mídia difama o Es-tado judeu. O mundo se alvoro-çou quando um jogador de fute-bol africano levantou a bandeirade Israel no final de um jogo daCopa do Mundo; o capitão do ti-me teve de se desculpar por essecomportamento. Produtos israe-lenses são freqüentemente boico-tados, e as piores declarações an-

ti-semitas vêm a público. O povojudeu praticamente não tem opor-tunidade de se defender; mas to-dos se inclinam diante de seus ini-migos.

O mundo parece não perceberque aquilo que faz a Israel setransforma em maldição para elemesmo. A observação de que asmilícias islâmicas que seqüestra-ram os soldados israelenses es-tamparam o globo terrestre emseu emblema, ao lado do Corão eda espada, deveria despertar aatenção. Esse terrorismo perigosose expande muito além das fron-teiras israelenses e se espalhamundialmente, transformando-seem um poder amedrontador, quenão deve ser subestimado.

Quando Balaão foi incitado pe-lo rei pagão Balaque a amaldiçoaro povo judeu, ele disse em relaçãoa Israel: “Este abaixou-se, dei-tou-se como leão e como leoa;quem o despertará? Benditosos que te abençoarem, e mal-ditos os que te amaldiçoarem”(Nm 24.9). Dessa mesma formaos povos são hoje incitados a pre-judicar Israel, mas isso será suaprópria ruína. O Senhor não per-mitirá que Seu povo pereça (Is66.22). Israel está em posição tãoindefesa por buscar ajuda em seupoderio militar, em parceiros dealianças e nas concessões que faz,ao invés de buscá-la em seu Mes-sias. Mas isso mudará quando oSenhor voltar.

Michael Freund escreveu noJerusalem Post de 24 de maio de2006:

Humanamente sem solução.Estamos orgulhosos de nossas rea-

lizações na Ciência, de nosso progres-so e de nossa valentia nos campos debatalha, e com muita razão. Mas comtodo o respeito, algo disso conseguiuevitar a crise em que nos encontra-mos? O mesmo podemos dizer de nos-

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A chave do problema da guerra santa globalizada estánas mesquitas.

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sa política. Os de direita nos engana-ram, os de esquerda nos desanima-ram, e nossos inimigos não dão sinaisde retirada. Para um país que estácontra a parede, rodeado de perigos eacossado por animosidade, nunca foitão necessário como agora buscarajuda do alto e de fora.

É tempo de se voltar para Deus.Isso pode soar como bobagem ou

infantilidade, mas é chegado o tempode se voltar para Deus. Durante suahistória o povo judeu sempre buscou aajuda dos céus em tempos de perigo esacou a mais poderosa arma de quedispomos em nosso arsenal: o poderda oração. Agora é tempo de fazê-lomais uma vez. Se nossos inimigos ju-raram fazer uma guerra santa contranós, não deveríamos também nós fa-zer uso de nosso arsenal espiritual?”2

A situação em Israel e ao seuredor é de desesperar; a injustiçacom que Israel é tratado é clamo-rosa; as medidas díspares comque se mede Israel são discrimina-tórias. Se não existisse um Deusfiel e justo, que cumpre cabal-mente Sua Palavra, restar-nos-ia

apenas uma visão muito pessimis-ta da situação. Mas não há razãopara pessimismo, uma vez que so-bre Israel paira a Palavra que diz:“Com efeito, Deus é bom paracom Israel, para com os de co-ração limpo” (Sl 73.1). E mais:“Não esmagará a cana que-brada, nem apagará a torcidaque fumega, até que faça ven-cedor o juízo. E, no seu nome,esperarão os gentios” (Mt12.20-21).

O ódio contra o povo de Deusé apenas mais uma indicação deque as pro-fecias secumprem eque esta-mos dianteda volta deJesus, quedisse acercados últimosdias: “En-tão, sereisatribula-dos, e vosmatarão.

Sereis odiados de todas as na-ções, por causa do meu nome”(Mt 24.9). Através da Tribulaçãovindoura, o remanescente de Is-rael será levado ao arrependimen-to, que culminará na chegada deJesus: “Arrependei-vos, pois, econvertei-vos para serem can-celados os vossos pecados, afim de que, da presença do Se-nhor, venham tempos de refri-gério, e que envie ele o Cristo,que já vos foi designado, Jesus,ao qual é necessário que o céureceba até aos tempos da res-tauração de todas as coisas, deque Deus falou por boca dosseus santos profetas desde aantigüidade” (At 3.19-21).

Como Igreja de Jesus, enxerta-da na oliveira verdadeira, façamosaquilo que o Senhor ordena atra-vés do profeta Isaías: “Consolai,consolai o meu povo, diz ovosso Deus. Falai ao coraçãode Jerusalém, bradai que já éfindo o tempo da sua milícia,que a sua iniqüidade está per-doada e que já recebeu em do-bro das mãos do Senhor portodos os seus pecados” (Is40.1-2). (Norbert Lieth)

Notas:1. Die Weltwoche.2. ICEJ-Nachrichten, 25/05/2006.

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Israel está em posição tão indefesa por buscar ajuda em seu poderio militar, emparceiros de alianças e nas concessões que faz, ao invés de buscá-la em seu Messias.

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20 Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2007

Resposta: Como filhos de

Deus, devemos diferenciar o juízodiante do grande trono branco dojuízo do Tribunal de Cristo. AoJuízo Final, diante do trono bran-co (Ap 20.12), terão de compare-cer todos aqueles que não aceita-ram o sacrifício de Jesus na cruzdo Calvário em seu lugar, que te-ria lhes proporcionado o perdão deseus pecados. Para todas essas pes-soas não haverá escapatória, comolemos de forma impressionante emApocalipse 20.11-15.

No Tribunal de Cristo, por ou-tro lado, se decidirá a recompensaque os filhos de Deus receberão.Todos os pecados que confessamosao Senhor Jesus e para os quaisrecebemos perdão são apagados deuma vez por todas. Devemos ob-servar, entretanto, que infelizmen-te esquecemos muitas vezes quetambém existem pecados de omis-são e atitudes que não reconhece-mos como sendo pecados. Porexemplo, Davi estava consciente deque, como pessoa, jamais consegui-ria satisfazer o Deus santíssimo,

pois questionou: “Quem há que pos-sa discernir as próprias faltas?” O re-conhecimento de que estamossempre em dívida para com Deuslevou-o a pedir ao Senhor: “Absol-ve-me das [faltas] que me são ocul-tas” (Sl 19.12). Como filhos deDeus faríamos bem em adotar es-sa oração!

No Tribunal de Cristo será ava-liado o que fizemos com a novavida que Deus nos concedeu. So-mos predestinados a produzir fru-to: “...eu vos designei para que va-des e deis fruto, e o vosso fruto per-maneça...” (Jo 15.16). O frutoespiritual é uma prova de que so-mos filhos de Deus: “Não há ár-vore boa que dê mau fruto; nem tam-pouco árvore má que dê bom fruto.Porquanto cada árvore é conhecidapelo seu próprio fruto. Porque não secolhem figos de espinheiros, nem dosabrolhos se vindimam uvas” (Lc6.43-44). Produzimos esses frutosquando praticamos o que se lê emRomanos 6.11: “Assim também vósconsiderai-vos mortos para o pecado,mas vivos para Deus, em Cristo Je-sus”. Na prática, isso funcionaquando levamos a sério o que es-tá escrito em João 15.4-5: “per-manecei em mim, e eu permanecereiem vós. Como não pode o ramo pro-duzir fruto de si mesmo, se não per-manecer na videira, assim nem vóso podeis dar, se não permanecerdesem mim. Eu sou a videira, vós osramos. Quem permanece em mim, eeu, nele, esse dá muito fruto; porquesem mim nada podeis fazer”. E co-mo é esse fruto do Espírito? Ele

é descrito em Gálatas 5.22-23:“Mas o fruto do Espírito é: amor,alegria, paz, longanimidade, benig-nidade, bondade, fidelidade, mansi-dão, domínio próprio”. Essa reali-dade precisa transparecer no nos-so dia-a-dia.

Vivemos em uma época em queparece dominar uma mentalidadedo tipo “o-que-importa-é-que-eu-seja-salvo”. No fundo, isso signi-fica que o sacrifício de Cristo nãoé levado a sério ou é menospre-zado. Por outro lado, também énegada a honra que é devida aDeus: “Assim brilhe também a vos-sa luz diante dos homens, para quevejam as vossas boas obras e glori-fiquem a vosso Pai que está nos céus”(Mt 5.16). Voltando ao Tribunalde Cristo: lá será julgada a for-ma com que lidamos com a sal-vação. Sobre a base (estabelecidapela morte de Cristo em nosso lu-gar) edificamos com madeira, fe-no e palha? Ou com ouro, pratae pedras preciosas? Nossa recom-pensa será proporcional a isso.Animemo-nos uns aos outros, co-mo filhos de Deus, nesse cami-nho seguindo a Jesus, a praticar-mos um estilo de vida condizen-te com nossa missão e nosso alvode vida: “a fim de viverdes de mo-do digno do Senhor, para o seu in-teiro agrado, frutificando em todaboa obra e crescendo no pleno co-nhecimento de Deus” (Cl 1.10).(Elsbeth Vetsch)

Tribunal de Cristo ougrande trono branco?

Pergunta: “Se um dia tivermos de pres-tar contas de cada palavra que falamose se tudo de mal que praticamos em vi-da um dia vai passar como um filmediante de nossos olhos, onde fica o per-dão? Eu pensava que os pecados “su-missem”, pois Cristo morreu por eles.Mas se tudo o que falei, fiz ou deixei defazer vier à luz um dia, então voltarei aser confrontado com minha vida peca-minosa?”