Chandigarh - home.fa.utl.pthome.fa.utl.pt/~al006337/chandigarh.pdf · Mayer inspirou-se em vários...
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Chandigarh
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Indice:
Histria e Plano de Mayer pg.:
Plano de Corbusier pg.:
Contributo a nvel arquitectnico de Le Corbusier
Capitlio Secretariado Parlamento Palcio da JustiaPalcio do GovernadorMo Aberta
Crtica Sociolgica
Imagens
Plantas, Cortes e fotografias significativos de Chandigharh
Bibliografia
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Histria e Plano de Mayer
Histria
A 15 de Agosto de 1947, viveu-se a independncia da ndia, dia este que constou tambm coma diviso de uma nao para ndia e Paquisto e a consequente diviso do estado de Punjabem dois, Punjab oeste ficando a pertencer ao Paquisto com a permanncia da capital Lahoree Punjab Este, na ndia que ficaria assim sem capital. Shimla j com uma boa infra estrutura foiseleccionada como capital temporria de Punjab.O governo de Punjab selecionou P. L. Verma, um engenheiro com o objectivo de encontraruma soluo para o problema de no haver capital.O povo de Punjab sentia uma nostalgia acerca de Lahore, capital de Punjab oeste pertencenteao Paquisto e queriam que esta voltasse a pertencer a ndia.Queriam uma cidade similar. Por isso Verma e a sua equipa de engenheiros favoreceram oconceito de uma larga e independente cidade quando muitos dos burocratas e polticosfavoreceram o conceito de uma cidade pequena anexada a uma das cidades j existentes,sendo esta at uma ideia mais racional tendo em conta o oramento existente e a ndia estar asofrer ainda um processo de separao. A ideia de criar uma cidade nova pareciaextravagante para alguns, mas existiam provas prticas. Depois da separao da ndia apopulao de todas as cidades de Punjab este, tiveram ainda mais problemas e a migrao foievidente, muitas das cidades mesmo antes da separao nao tinham certos aspectos como aadequada drenagem e recursos de gua e nenhuma delas tinha escolas ou hospitais que eramnecessrias de acordo com os estandartes modernos para tais servios. A nova cidade no siria servir de capital mas tambm de refugio a milhares de refugiados que vinham de PunjabOeste.Com isto Verma teve de confrontar os polticos, at que o governo de Punjab cedeu eaceitaram a ideia de uma cidade independente.A seleco da localizao era o prximo passo a tomar. Verma investigou vrios stios at queselecionou chandigard, que tinha todos os requisitos para esta nova cidade.Era uma rea plana extensa com inclinao suficiente para a drenagem dos terrenos,gentilmente servida pela natureza de bons solos agriculas dotada de vilas agriculas, umadelas chamada chandigard em homenagem a um templo dedicado aos deuses.A nordeste encontram-se os Himalaias com a montanha Shivalik com 1524 metros ainterromper a paisagem um factor de quebra naquela extenso de terreno. A oeste da cidadetemos Patiali ki Rao uma zona de enchentes que criam ribeiros, a este temos sukhna choeoutra zona de enchentes e no centro de chandigard temos uma terceira zona que foiaproveitada para a prpria cidade com jardins pblicos chamado os vales dos prazeres.
Finalmente em Maro de 1948 o governo de Punjab juntamente com o Governo da ndiaaprovou 114.59 km para a construo da nova cidade, uma vila existente deu o nome acidade Chandi - deusa do poder mais garh fortaleza.Pandit Jawahar Lal Nehru , o primeiro ministro da ndia tomou de imediato a deciso final nasua visita ao local do projecto a 2 de Abril de 1952."O sitio escolhido livre de todas as prexistncias de cidades antigas e antigas tradies. Que seja a primeira expresso da nossacriatividade fluida, na nossa conquista da liberdade. Que seja uma nova cidade simblica daliberdade da ndia ligada as tradies do passado e expresso da f no futuro da nao. A novacapital de Punjab vai ser chamada Chandigarh um nome simblico do valente esprito dosPunjabis. Chandigarh esta certamente associado a deusa Chandi, poder."
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Plano de Mayer para Chandigarh
Nos finais de 1940 muito poucos arquitectos indianos estavam profissionalmente treinadospara planear uma cidade por isso foi necessrio procurar um homem para tal. A busca levou osaos EUA a Albert Mayer. Graduado no instituto de tecnologia de Massachusetts e fundador dagrande firma de arquitectura de nova iorque, Whittlesey and Glass, ele era altamentequalificado para este trabalho, nao so pela experiencia mas porque estava associado comarquitectos americanos e Tericos como Lewis mumford e Clarence Stein. no seria a primeiravez que Mayer estava na ndia j l tinha estado como Tenente das forcas armadasamericanas durante a segunda guerra mundial, construindo aeroportos em Bengal e o teatroBurma-India. Ele apreciava a ndia tanto que logo a seguir a independncia enviara a Nehru umesboco de programa para vilas modelo. Em Dezembro de 1949 quando o governo de punjab ocontactou para o projecto de chandigarh ele j estava associado com o desenvolvimento dumprojecto rural em Etawah, e em preparaes para planos mestre para a grande Bombay eKanpur.Meyer estava felicssimo com o facto de estar a planear uma cidade nova, aceitou mesmotendo uma modesta oferta para o projecto inteiro. A sua "misso" era preparar um plano mestrepara uma cidade com 500 mil habitantes mostrando a localizao das vias estruturantes, reade residncia, econmica, industrial e recriao de usos. Estava tambm a preparar planosdetalhados para o complexo do Capitlio, centro da cidade, importantes edifciosgovernamentais e outras reas.Preocupado com as necessidades de uma nova metro polis na ndia, Mayer incluiu algunsperitos Americanos no projecto, James Buckley, um especialista no campo da economia e dotransporte, Ralph Eberl um perito nos servios da cidade, estradas e engenharia, H. E.Landsberg um climatologista e Clara Coffey uma especialista em relevo. Mais tarde o seuamigo Stein, aconselhou Matthew Nowicki. Nowicki era a "cabea" da faculdade de arquitecturada Carolina do Norte.Nowicki e Mayer eram assim ento so chaves para o plano dechandigarh.Mayer inspirou-se em vrios projectos residenciais americanos, como Steins Baldwin Hills emLos angeles, Califrnia, que foram influenciados pelo movimento Cidade jardim do sculo 19 doArquitecto ingls Ebenezer Howard. A ideia de Howard era contra atacar as desvantagens domovimento industrial espalhadas pelas cidades industriais criando cidades auto suficienterestritas em tamanho e circunscritas por zonas verdes, que tinham as vantagens de ambos,cidade e campo.
"Sinto solenemente que isto ser a grande fonte de estimulao para a criao de cidades ere-planear a ndia, ser a sntese e integrao no mundo datada ate agora de tudo o queaprenderam e falaram em planear nos ltimos 30 anoscontudo sinto que temos conseguido faze-lo ao mximo indiano no que consta ao sentimento efuno tal como modernismo." Mayer 1950.
De acordo com Ravi Kalia, o plano mestre de mover produzido com base em dois princpios,ambos prevaleciam bastante na Amrica. O primeiro, a unidade bsica era a habitao, osgrupos e as variaes dos quais simpatizavam com a cidade. Em segundo os elementos dazona, a topografia, a localizao na regio eram muito determinantes no carcter geral dacidade. Os sistemas virios, a localizao da principal arquitecta e funcional, o sistema dosparques. Como terceira considerao o plano era dar importncia suficiente para observaesdirectas da regio e as suas populaes. O plano teria de ter ruas para o pesado trfego debicicletas, escolas de tamanhos diferentes, e uma zona principal econmica e outrasnecessidades. Contudo abstenso de quaisquer dados cientficos, estatsticos, e demogrficosera permanecer inerente a desenhos de outros planeadores.O plano mestre concebido por Meyer e Nowicki assume uma forma externa suave percorrendoe espalhando se entre as duas zonas de enchentes.
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Na "cabea" do plano estava o Capitlio, o lugar do governo de estado, e o centro da cidadeestava localizado no corao da cidade. Duas zonas de parques podiam ser notadas correndocontinuamente a nordeste do plano ate sudoeste. Uma rede curva de vias principiasenvolvendo a zona de unidades habitacionais chamadas super blocos. A primeira fase dacidade era desenvolver a nordeste residncias para acomodar 150 mil residentes e a segundafase a sudoeste para outras 350 mil pessoas.O plano que reflectia a arquitectura americana deliberadamente queria escapar a esterilidade egeometria e desejava favorecer o sistema curvilneo, com os as formas romnticas, tradicionaisda cidade jardim. Mayer e Nowicki produzem temas conceptuais para o Capitlio, ossuperblocos e o centro da cidade.O propsito dos superlocos era para ser graduado em 3 categorias de densidade, 10, 30 e 40pessoas por hectare. Mayer queria uma maior democracia de vrios tipos de casas, e sentiuque o pensamento antigo da criao de casas maiores para a elite precisava de se repensar.Mayer gostava da variao das ruas existentes na ndia , expostas ao sol sem mobiliriourbano, estas eram apropriadas para uma terra com grande exposio solar, as suas casasdesenhadas continham logradouros privados para poder ter arejamento com pequenas janelaspara o lado da rua para manter a privacidade."Ns adoramos os logradouros privados, trazem as vantagens de ventilao, ar fresco, edignidade a uma casa pequena." Mayer.Outro aspecto ao planear foi colocar um grupo de casas a volta de um no muito grandecampo, que servia de unidade social, onde as pessoas de um certo grupo podiam conviver,jogar etc...As unidades de habitao continham escolas e comrcio local.O sistema de transportes de vrios tipos de veculos era um grande problema. Mayerresolveu-o, criando um sistema de trs vias. Planeou tambm vias separadas para os tipos deveculos diferentes, animais de carga, bicicletas e pees. Props tambm a configurao paravias de circunvalao com pelo menos 400 m entre cada. reas como servios, comrcio,indstria, e culturais foram criadas. Favoreceu tambm o uso de um material especfico paraque os pees e os ciclistas pudessem andar nos caminhos pelos parques e espaos verdes. Oterreno foi tambm reservado para futuras expanses, parques etc.O Capitlio no plano do mayer estava localizado no ponto extremo a nordeste da cidade contraa ravina da montanha Shivalik. Mayer e Nowicki deram uma conotao simblica muitoimportante no complexo do Capitlio. O plano para o Capitlio indicava uma monumental praacontendo a assembleia legislativa, e criando vistas marcante onde o palcio do governador e otribunal estavam relacionados em eixos visuais. Era uma composio baseada em eixoscruzados unindo estruturas isoladas. Outro aspecto muito interessante foi o aproveitamentodas enchentes que se do, criando espelhos de gua por todo o complexo aproveitando entoa agua para reflectir a gua nos edifcios. Apesar do contracto de mayer no estipular detalhadamente os temas arquitecturais ele sentiuque no podiam isolar o plano de duas dimenses da cidade e o seu carcter arquitectnico.Nowicki foi ento quem desenhou os temas conceptuais para a imagem da cidade. Para aAssembleia legislativa desenvolveu uma forma duma cpula inspirada nos "indian stupa"motivo simblico da montanha sagrada.Nowicki foi levado a acabar com as suas criaes arquitectnicas modernas pela forma indianade construir. Ele ate reforou a ideia da casa tradicional onde se podia trabalhar, como umpequeno arteso. Os seus desenhos indicam caractersticas tpicas indianas como lojas complataformas para se sentar no cho, e balces com reas separadas. Estas casas tinhamcertos aspectos tradicionais como tijoleira e panos para proteger as janelas dos ventos quentesdo vero.Os seus desenhos conceptuais indicam ruas curvas, campos, e uma belssima sequncia deespaos aberto e fechados, com um amplo uso de agua e espao verde para atenuar asformas e grandiosidade dos edifcios, O uso dos materiais foi escolhido apropriadamente, oantigo cimento, como sendo de pouco custo.
A 31 de Agosto de 1950 Nowicki morre num desastre de avio. Mayer sentiu que no conseguiaaguentar sozinho um projecto to monumental e desistiu.
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Plano de Corbusier
A cidade ainda estava s no papel, e para traduzir o sonho de transformar do papel paracimento e beto, o governo teve de encontrar outro arquitecto. A escolha caiu sobre oCorbusier, um arquitecto e terico urbano, muitas das ideias variavam do plano de Mayer eNowicki. Os membros da equipa de Corbusier foram Pierre Jeanneret, Maxwell Fry, JaneDrew, e de varios indianos, U.E. Chowhury, N.S. Lamba, A.R. Prabhawalkar, Jeet Malhotra,B.P. Mathur e Aditya Prakash.Ao contrrio de Meyer, Corbusier nunca tinha posto os ps na India at data do seu projectode Chandigarh em 1951. Em Fevereiro desse mesmo ano Corbusier e os seus colegas ficaramhospedados numa casa de repouso chamada Chandimandir. Em apenas quatro dias detrabalho rduo eles redesenharam a cidade. Ao contrrio de Meyer o plano de Corbusier erarectlineo, um quadrado separado com vrios rectangulos. Possuir o espao o primeirogesto de viver, homem e bestas, plantas e animais; o manifesto fundamental do equilibrio epermanncia.A primeira prova de existncia ocupar espao.
Contudo Corbusier fez mudanas extremas no plano de Meyer, incorporando a sua prpriaarquitectura e planeamento da cidade, contudo um tributo para a viso de Meyer e Nowicki,visto que so usados vrios aspectos destes. Por exemplo a importncia de certoscomponentes como o Capitlio, o centro da cidade, a universidade, rea indstrial e osparques. O plano de corbusier cobria quase o mesmo espao e a unidade de habitaopermaneceu como mdulo principal do plano. O superbloco foi substituido por um sector quecobre uma rea de 91 hectares, aproximadamente 3 blocos de Habitao planeados porMeyer.A configurao do plano para esta cidade consiste numa malha ortogonal- ou a grelha, quepermite fcilmente a conjugao e disposio com possiveis desenvolvimentos posteriores. O centro da cidade, a estao ferroviria e a rea industrial permaneceram como no plano deMeyer.Contudo o Capitlio mesmo estando localizado a nordeste foi desviado para noroeste.A unidade de habitao to importante para Meyer permaneceu importante para Corbusiermas com pontos de vista e vistas diferentes devido configurao desta mesma. EnquantoMeyer usou um padrao curvilineo , Corbusier usou um padrao geometrico preferindo as linhasrectas ligando dois pontos. Corbusier sempre olhou para o plano da cidade como uma nicacomposio monumental. Com eixos principais ligando pontos fulcrais da cidade. E o seucarcter visual entre os vrios componentes da cidade.As ruas so os meios pelo qual o plano composto.A rea est dividida em aproximadamente 48 super-blocos .O plano constituia na diviso por grelha de sete tipos de vias, que Corbusier lhe chamaria 7Vs, da palavra francesa voie, e das suas supostas funces dentro e fora da localizao. Aparte habitacional rodeada por vias de transito rpido chamadas V3 interceptando asjunes de cada unidade habitacional chamada sector com uma dimenso de 800 metros por1200metros. As dimenses so o resultado de um estudo feito entre 1929 e 1949 do espanholCuadra de 100 a 110 metros. Uma reclassficao das (Cuadras) levou me a adoptar umaclassificao de dimenses em harmonia e combinaes produtivas: sete a oito cuadras dumlado, dez a doze cuadras no outro lado, fazendo assim 800 metros por 1200metrosEste era o sector, baseado na antiga geometria, considerada correcta no passado pensadopara o homem, animais etc... e agora adaptado velocidade, de uma certa forma optimizadapara o futuro. A entrada dos carros nos sectores de 800 metros por 1200 metros eram
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totalmente reservadas para uma vida familiar, podiamos contar com 4 pontos.Toda a paragem de circulao ser proibida. Existem de 200 em 200 metros paragens deautocarros.Nenhuma casa ou edificio tem as portas abertas para as vias rapidas.As ruas e estacionamentos esto intencionados para ficarem 5 metros abaixo do piso trreo,para este poder ficar reservado exclusivamente para a circulao pedonal.
Corbusier gostava de comparar o planeamento da cidade a uma entidade biolgica, a cabeaseria o Capitlio, o centro da cidade o corao e as reas de trabalho, e universidade osmembros. No contando com o vale dos prazeres atravessar quase a cidade toda , parquesextendem se entre cada sector para que cada residente levantem os olhos e vejam opanorama dos vales e do cu. Corbusier identifica quatro funes bsicas da cidade: a vida, otrabalho, a circulao e tomar conta do corpo e do espirito. Cada sector tinha incorporado como prprio comrcio local, escolas e lugares de culto. A circulao foi bastante importante paraCorbusier esta determinou as outras trs funes bsicas. Criou uma hierrquia de estradas,queria com isto criar faceis acessos, e tranquilidade e segurana da forma de viver.Em suma Le Corbusier projectou um plano com grande panormica para o futuro, tentando dealguma forma enquadrar valores antigos redefinindo-os com mais ou menos sucesso mas noobstante Chandigarh uma cidade projectada a pensar no futuro.
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Contributo a nvel arquitectnico de Le Corbusier
Capitlio:
Corbusier comeou a esboar desenhos para o Capitlio, logo na sua primeira visita ndia,nos primeiros meses de 1951. semelhana da Acrpole, tipologia que Le Corbusierapreciava em particular devido a sua especial admirao pela cultura Clssica, comoconsequncia dessa admirao Corbuisier, projectou este complexo situado num pontoestratgico da cidade, e semelhana da Acrpole este situar-se-ia no ponto mais alto dacidade, ou neste caso, seria a cabea da cidade de onde "dominaria" esta no sentido de ser aprincipal tipologia, em sentido mais lato, grande parte da actividade da cidade centrar-se-ianeste complexo.
Os edifcios que figuram no complexo do Capitlio contm formas geomtricas racionalizadas(de acordo com a esttica de Le Corbusier), e tinham como principal inteno materializar oconceito de "cidade nova", sempre com o futuro em vista.A imponncia destes edifcios estava intrinsecamente com a ideia associada de Poder, oPoder do Povo num estado democrtico. Le Corbusier, prestou ento grande ateno aoposicionamento dos vrios edifcios e de outros elementos (espaos abertos, monumentos,vias...) com o intuito de no se "afundar" numa geometrizao demasiadoracionalizada/padronizada, sem no entanto nunca descurar o sistema de eixos que conferiauma grande coeso visual e projectual a todo o complexo.
A aproximao ao Capitlio e feita atravs da vasta extenso de terreno plana, situada nosop dos Himalaias. A V2, (avenida estadual denominada Jan Marg), liga a cidade estecomplexo conferindo lhe ainda mais importncia do ponto de vista arquitectnico mas tambm,e sobretudo urbanstico, pois refora a ideia deste complexo ser o clmax da cidade, o pontode referencia por excelncia, diferenciando se assim de toda a cidade, no s a nvel deplanta mas tambm e de uma certa forma a nvel de hierarquizao, pois e claramente oclmax de Chandigarh. Le Corbusier joga com os contrastes da paisagem, pois como pano defundo temos as Montanhas Shivalik e num primeiro plano aparece-nos diante os olhos todoeste complexo com a sua geometrizaao racionalizada e construo em blocos, contrastandofortemente com a paisagem natural, efectuando de certa forma um interessante jogo decontrastes onde as edificaes em blocos parecem querer "esconder-se" por entre as sinuosascolinas. Homem e Natureza num jogo de dissonncias visuais contrastantes.
No conceito original de Le Corbusier, este complexo do Capitlio seria como que o ponto deconfluncia de todos os edifcios administrativos e neste espao figurariam ento, oSecretariado, o Palcio da Justia, Parlamento e o Palcio do Governador. Alm dos edifcios
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administrativos, este espao conteria tambm monumentos ilustrativos daquilo que a filosofiae expresso esttica de Corbusier, no sentido de adornar, exaltar e materializar os conceitos eprincpios que fundamentaram a materializao da cidade, monumentos esses localizados emlocais como praas e espaos abertos sobretudo onde a circulao pedonal fosse fortementevalorizada para que quem circulasse sentisse estes monumentos e consequentemente toda aideologia subjacente a estes.
Contudo, a proposta para o Palcio do Governador, foi posteriormente alterada, pois por viade se estar numa democracia, a maioria preferiu a construo do Museu Do Conhecimento,mas no entanto todas as outras estruturas propostas foram edificadas, a excepo da estruturaprincipal deste Museu do Conhecimento, que ainda no foi construda, deixando assim asinfonia de Corbusier de certa forma inacabada.
Secretariado
O edifcio do Secretariado, talvez a estrutura com mais impacto a nvel visual,comparativamente com todos os edifcios que figuram no complexo, quanto mais no seja pelasua imponncia fsica e pelo espao que ocupa (254x42 metros).
Localizado nas imediaes dos montes Shivarik, esta estrutura surge nos como uma longa evasta lamina, fortemente contrastante com as sinuosas linhas de fundo, o local ondetrabalham 4000 pessoas
Um quase infinito ritmo de plataformas e grelhas, caracteriza fortemente em termos formais evisuais esta tipologia, ritmo este pautado subtilmente com as composies assimtricas dosbrise-solei's (um "automatismo" desenvolvido e j estudado por Corbusier em ocasiesantecedentes, que remontam a 1938 enquanto este projectava um arranha cus na Arglia, ev se na necessidade de inventar um factor de quebra para o sol).
Interiormente, cada piso esta organizado ao longo de um corredor central, com escritrios deambos os lados, visualmente tem tendncia em tornar-se algo montono, mas no deixa deser efectivo em termos funcionais.
O sistema de iluminao assenta em largas e corridas janelas em faixa que vo desde o choate a cobertura, esta iluminao passa tambm de alguma forma pelas clarabias que LeCorbusier foi rasgando na cobertura do Secretariado.
Actualmente, o Secretariado partilhado pelos estados de Punjab e Haryana, claramente eformalmente divididos entre si.
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Parlamento
Posicionado nas imediaes do enorme parque de estacionamento subterrneo situado defrente para o Secretariado, o Parlamento encontra se no melhor enquadramento do ponto devista escultural e visual de todas as formas deste complexo do Capitlio.
Quanto Corbusier, chegou a Dehli, pela primeira vez, este atentou num antigo observatrioastronmico: o Jantar Mantar, mandado construir pelo Maharaja Jai Singh. Perante tal obra, LeCorbusier reagiu da seguinte forma "Eles apontam o caminho; a ligao do Homem aoCosmos... a adaptao precisa das formas e organismos desde o Sol, a chuva, o ar, etc. " Aessncia destas formas enraizaram se no imaginativo de Corbusier, ao ponto de quando estecomeou a fazer os primeiros esboos para o que haveria de ser o projecto do Parlamento, sedenotarem influencias das formas desta tipologias.Todos estes desenhos iniciais foram de certa forma aproveitados, para o projecto doParlamento, pois as linhas, formas, conceitos que estavam latentes nesses esquios foramincorporados no projecto final, havendo ento uma clara evoluo, no sentido em que asideias iam sendo aproveitadas e aperfeioadas e incorporadas neste edifcio.
Mas foi apenas na sua quinta viagem a ndia em 1953, nos meses de Maio e Junho, que a suavisao para o Parlamento se concretizou. Aquando este voava sobre Ahmedabad, Corbusierapercebeu se da forma das duas torres de arrefecimento de uma estao elctrica. Era esta aforma que ele procurara incessantemente, foi ento introduzido no projecto um enorme volumehiperblico com 39 metros de altura e dimetro, juntamente com outro volume corpreo com aforma de uma pirmide em vidro, conectado atravs de uma pequena ponte.
No interior as salas so fortemente iluminadas atravs dos feixes de luz que irrompem pelasrasgadas janelas em faixa.
O edifcio tem duas entradas, uma ao nvel da cave, que usada quotidianamente e outra aonvel da praa, reservada para ocasies e celebraes especiais.
Esta ultima entrada e feita atravs de um enorme prtico quadrangular com 7.60 metros dealtura e largura, da autoria de Le Corbusier e no qual se traduz uma obra pintada por este deinfluencia cubista, este prtico foi uma oferenda da Frana ao estado de Punjab.
O enorme volume cbico que serve como base ao volume hiperblico contm em si volumesindependentes que so as salas de cariz legislativo e administrativo arquitectonicamentecolocadas em volumes superiores e inferiores, e agora formalmente divididas, metade para oestado de Punjab e metade para o estado de Haryana.
O volume exterior funciona como abrigo aos dois auditrios.
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Entre ambos os edifcios foi deixado um espao aberto irregular, onde neste figura umescultural jogo de luzes criado por Le Corbusier. Esta rea e usada maioritariamente pelospolticos nas suas discusses nos intervalos das assembleias.
As fachadas exteriores da base cbica contm em si um ritmo marcado pelos brise soleil's emtrs destas fachadas, na outra fachada rasga-se ento a grandiosa entrada quadrangular, coma pintura de Le Corbusier, para a praa que se localiza mesmo de frente para o Tribunal daJustia.
Palcio da Justia
Volumetricamente o Palcio da Justia resume se a um bloco linear com a principal fachadavoltada para a praa. Fachada essa que contem um ritmo criado atravs das arcadas queformam uma pala com a funo de parasol, que por sua vez fazem com que a sombra quecriam ocupe todo o edifcio.
Tendo em conta a dignidade e sentido de justia dos juzes, Le Corbusier criou uma entradaespecial para estes atravs de um imponente prtico que assenta em trs enormes pilarespintados em tons claros. A sua escala magnnime, especialmente em altura, experienciadade uma forma ainda mais intensa medida que se vai subindo a rampa de acesso a esta, econsequentemente manifesta se a inteno de Le Corbusier materializar o conceito desteedifcio atravs deste prtico, que se baseia no princpio de proteco para todos os cidados,que simboliza o cariz protector da lei subjacente a este edifcio.
Muita da tradio do Buland Darwaza de Fatehpur-Sikri, esta manifestada neste imponenteprtico, pois este surge nos assim nesta escala com a inteno de demonstrar a grandiosidadeda Lei sobre todos e quaisquer indivduos que entrem neste edifcio. Situada entre a principalsala de audincias, a sala do Juiz Desembargador e outras oito salas de audincia de menorrelevo.
A continuidade do pavimento do piso trreo alastra se para a praa, entrando assim nesteespao, estabelecendo ento uma grande unidade com todo o plano, pois acentua se a ideiade que este local apesar de ser nico e dissociado dos restantes, no deixa assim de fazerparte do restante complexo, associando se tambm a este, um paradoxo saudvel nestecomplexo.
Os massivos pilares de beto armado materializam uma vez mais o conceito da "Grandiosidade da Lei", e aparecem nos em tons claros e pautam de certa forma o ritmo dafachada do Palcio da Justia.
Nas traseiras desta entrada magnnime para os juzes, existe ento uma entrada quotidiana(como j fora anteriormente referido), e por baixo desta existe um enorme parque deestacionamento subterrneo. As enormes paredes brancas que se erguem na continuaodesta entrada, tem em si um interessante jogo de nichos e volumes, com a nobre inteno defazer um jogo que ligue de certa forma toda a magnanimidade do edifcio tambm a escalahumana, grandiosa no entanto sempre com a escala humana em mente
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-Cada sala de audincias foi pensada e construda com uma entrada independente a entradaprincipal, entrada essa que fora projectada com formas graciosamente curvilneas associadasao brise soleil, que refora a ideia de proteco, alastrando este conceito para alem do planofsico (proteco contra os elementos naturais), alastrando se para um plano mais metafsico,induzindo assim um sentido de proteco para todo e qualquer cidado ao abrigo da lei.
Contudo esta soluo, os brise soleil's, provaram ser uma soluo ineficaz contra oselementos de ordem fsica e natural, havendo ento necessidade de se criar uma varandanica que percorre o edifcio, sendo esta uma soluo de ultima hora face ao desacerto dosbrise soleil's que neste momento apenas servem como elemento de quebra rtmico.
O espao para os arquivos e para a biblioteca, tambm provaram ser insuficientes, mesmoaps os grandes terraos da biblioteca terem sido aproveitados para complementar o espaoinsuficiente para os arquivos, Le Corbusier teve de concordar em projectar um espao anexoinobstruivel e expansvel a Norte para responder a esta necessidade de uma forma maiseficiente.
Os juzes no aceitaram partilhar a entrada para os parques de estacionamento com o publico,ento como consequncia o espao que serviria de esplanada, uma regio pedonal, foi entoconvertida numa via automvel que permite ento aos juzes ter acesso "privativo" ao hall deentrada principal do Palcio da Justia.
Tapearias coloridas, uma em cada sala de audincia, cobrem por completo a parede traseiradestas, 12 metros quadrados na principal sala de audincias e 8 metros quadrados nasrestantes salas de audincias. Nestas tapearias desenhadas por Le Corbusier estava latentea forma como este via os elementos naturais, e ate do prprio Homem, Corbusier incluiutambm simbologias indianas.Estes elementos de tapearia foram tambm requeridos por questes de acstica.
De alguma forma estas tapearias exaltam tambm o projecto arquitectnico na medida emque seguem o conceito de exaltao do ngulo recto, harmonia e ordem geral.
O Modulor de Corbusier, foi tambm de extrema importncia, pois grande parte do conceitolatente ao Capitlio fora organizado a pensar neste, as dimenses entre edifcios,espaamentos, ritmos, entre muitos outros elementos foram projectados e desenhados combase no Modulor. O prprio Le Corbusier descreveu o Modulor como "um modesto servooferecido pelas leis matemticas, s pessoas desejosas de harmonia, uma ferramentauniversal para todos os tipos de construo, destinados e prontos para serem enviados paratodo o Mundo. Alem do mais, resolve pelo sistema decimal, os problemas e manipulao dosistema de polegadas/ps, uma forma de medio ancestral e totalmente respeitvel. OModulor e baseado em medias humanas, concisamente na altura, coloca o Homem no centroda "aco"
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Palcio do Governador:
Embora projectualmente esteja a postos e tudo definido, este edifcio ainda no foi construdo,por vrios motivos de ordem politica e sobretudo econmica.Habituado a projectar em grandes escalas, e sobretudo tipologias de cariz publico cominteno de albergar um elevado numero de pessoas, Le Corbusier no conseguiu"desprender" dessa forma de projectar neste edifcio e como consequncia desse factor, LeCorbusier fora alertado para os elevados encargos desta obra, e se no fosse este aviso, oPalcio do Governador teria o dobro do tamanho.
Actualmente no lugar de onde supostamente se arguiria o Palcio do Governador, era supostoerguer se o Museu do Conhecimento, algo que permanece ainda por fazer.
No entanto esta tipologia, a par com o Movimento mo Aberta confere ao Capitlio umaessncia, que no teria com certeza se estes no figurassem neste complexo.
Interiormente o Palcio do Governador esta repleto de paredes curvas, e a sua organizaoespacial vai "beber" muita influncia a uma tipologia anci, o zigurate (no s interiormentecomo tambm no exterior), pois os patamares que num nvel podem ser degraus e noutro nvelsuperior a este primeiro se transforma em cobertura, ento assente neste princpio depatamares que os espaos so definidos.
A fachada do palcio tem um ritmo estrito, quase brutal apesar de insuficiente de suficientepara se opor a imensido agreste da paisagem onde figura este edifcio. semelhana datipologia do zigurate, o Palcio do Governador situa-se na praa Norte, naquela imensa malhatambm ela inspirada na malha em xadrez.
Comparativamente com a fachada, o interior deste edifcio e completamente descontrado, talcomo seria de esperar numa regio to quente, a fachada deste foi "buscar" imensasinfluncias dos brise soleil's do edifcio do Secretariado.
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Mo Aberta
o monumento mais significativo de todos os que se encontram no Capitlio, no s pela suagrandiosa escala a que foi concebido, mas tambm por toda a ideologia, conceito e intenocom que foi projectada. Conspcua pela sua escala, esta gigantesca mo de metal, ergue-se26 metros acima do solo e roda livremente ao sabor do vento, com o intuito de passar aseguinte mensagem " Abrir para dar, Abrir para receber". Materializa um ponto de unio entreo Este e o Oeste, massifica o conceito de entreajuda e juno ideolgica e respeito entreOriente e Ocidente. Foi tambm por este motivo que Le Corbusier, tinha uma determinaoquase que obsessiva em colocar este monumento no Capitlio, e desejava firmemente queeste tivesse a escala que tem para que os transeuntes pudessem neste caminhar, sentindocom mais veemncia o conceito inerente ao prprio monumento para que absorvessem estede uma forma mais directa.
Crtica Sociolgica
No obstante do ponto de vista arquitectnico Chandirgarh ser um marco, uma obra quaseimaculada, a verdade que a nvel de insero com o meio social teve graves falhas na alturaem que foi sendo edificada, revelando quase que uma total desadequao para o pblico alvo.De uma forma mais clara, sucinta e at mais prtica passaremos ento a explicar o nossoponto de vista com exemplos bastante claros e bvios, nas dcadas de 40/50, altura em queChandigarh passava do papel para a realidade e vinha sendo edificada, a cultura indianaainda estava muito agarrada a princpios muito fortes, as suas razes, e no esta sociedadeindiana no se mostrava ainda desenvolvida naquilo que considerado desenvolvimento eprogresso em termos ocidentais. Ou seja a extrema ocidentalizao nesses parmetros foi decerto modo corrosivo na altura em que foi aplicado, porque durante muito tempo asinfra-estruturas mostraram se desadequadas para este povo, e como consequncia dissoestas tambm no eram usadas da forma como deveriam, passando a exemplos prticos, qualseria a necessidade de projectar vias com quatro faixas para um povo cujo principal meio detransporte era a bicicleta?O facto deste povo andar maioritariamente descalo nas ruas e sendo mesmo tradioandarem descalos em suas casas revela uma grande sintonia e apego ao solo, a terra, aNatureza, e o facto de Le Corbusier projectar passadeiras elevadas em relao ao solo,denota alguma falta de sensibilidade para com este aspecto to prprio dos indianos.Outro dos exemplos mais latentes da desadequao ao local onde e inserida Chandigarh, aprpria expresso arquitectnica, pois os enormes e massivos blocos que Le Corbusier impsnaquela zona, nada tem a ver com aquilo que a tradio arquitectnica indiana, e tendo emconta que os indianos "pediram" Chandigarh como uma capital, era de esperar que esta nos cumprisse em termos funcionais, mas acima de tudo que a cidade se identificasse com osindianos, com a ndia, algo que no foi conseguido visto a extrema ocidentalizao latente atoda esta.Estes aspectos revelam de certa forma um quase desconhecimento da cultura indiana porparte de Le Corbusier e da sua equipa, como consequncia directa desta lacuna a nvelcognitivo da cultura indiana, muitas das tipologias que foram projectadas na altura revelaramuma quase completa desadequao, e o facto da expresso esttica de Le Corbusier ser muitodespojada, contrasta fortemente com as tipologias tradicionais indianas, visto que a verdadeira
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arquitectura indiana, aquela feita pelos ancestrais e que em sim encerra toda a tradio destepais, ser deveras ornamentada cria aqui ento outro contraste que faz com que a arquitecturade Chandigarh no se identifique com o povo e vice versa.Contudo e a parte destes problemas, hoje em dia Chandigarh encontra se perfeitamenteadequada as exigncias de uma cidade moderna, e a integrao do seu povo nesta,actualmente e feita de uma forma naturalssima, e os dados estatsticos comprovam realmenteque Chandigarh funciona, das cidades mais ricas da ndia, com os menores ndices decriminalidade, entre muitos outros dados que nos levam a concluir que realmente hoje em diase adequa, o que nos leva a colocar uma questo...Corbusier projectou Chandigarh com vista para o futuro, e tanto que na altura em que foiprojectada os problemas que estariam latentes evidenciaram se forma exponencial e em catadupla, no entanto hoje em dia quase que uma cidade modelo, e isto levanta a seguintequesto, ser que se deve projectar apenas tendo em vista o Presente, ou o Futuro?
Imagens
Planta de Chandigarh
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Projeco horizontal do Complexo do Capitlio
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Planta do Secretariado
Seces do edificio do Secretariado
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Planta do Parlamento
Seces do Parlamento
Bibliografia:
FONTES, Martins- Le Corbusier, Welly Boesiger, 1994GARDINER, Stephen- Le Corbusier, 1997G.A.Global Arquitecture, Le Corbusier