Chiclete grudado embaixo da mesa

14

description

Texto de Rosana Rios Imagens de Wagner Willian

Transcript of Chiclete grudado embaixo da mesa

© do texto: Rosana Rios © das ilustrações: Wagner Willian © da edição 2009: Jujuba Editora

1a edição • São Paulo • 20091a reimpressão • São Paulo • 2012Texto em conformidade com as novas normas da ortografia.

Jujuba EditoraRua Itapicuru, 369 – conj. 1604 São Paulo/SP Brasil 05006-000www.jujubaeditora.com.br | [email protected]

EstE símbolo significa copyright E quEr dizEr o dirEito quE alguém tEm sobrE alguma coisa.

a Escritora tEm o dirEito sobrE o tExto.

a JuJuba tEm o dirEito dE publicar o livro.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Rios, Rosana Chiclete grudado embaixo da mesa / Rosana Rios;

ilustrações de Wagner Willian. – São Paulo : Frase e Efeito, 2009.

ISBN 978-85-61695-08-8

1. Literatura infantil, 2. Literatura infantojuvenil.

09-03255 CDD-028.5

Índice para catálogo sistemático:1. Literatura infantil: Literatura infantil 028.5

2. Literatura infantojuvenil: Literatura infantojuvenil 028.5

isbn é um sistEma intErnacional quE idEntifica o livro dE forma numérica, como o nosso rg.

isto é a ficha catalográfica. sua função é contEr as informaçõEs nEcEssárias para um livro sEr localizado. os bibliotEcários, por ExEmplo, a utilizam muito Em sEu trabalho para organizar os livros.

Autora: Rosana Rios

Ilustrador: Wagner Willian

Editora: Daniela Padilha

Editora assistente: Áine Menassi

Revisor: Paulo Alexandre

Projeto gráfico e diagramação: Daniela Máximo e Raquel Matsushita

é quEm EscrEvE.

a Editora é quEm convida a autora para fazEr o livro.

é quEm corrigE as palavras do tExto.

as pEssoas quE colocam tudo no computador E fazEm o livro.

é quEm, Junto com a Editora, faz o livro.

o ilustrador tEm o dirEito sobrE as imagEns.

é quEm traça as ilustraçõEs.

4

Raiva é uma coisa engraçada.

A gente sente uma quentura no

rosto, uma vontade de deixar os

outros com raiva também...

E, de repente, sai fazendo a primeira maluquice que dá na cabeça. Assim como limpar a mão melada de chocolate na parede, subir no sofá com os tênis sujos de terra, jogar o caderno da irmã dentro do tanque (elas sempre têm uns cadernos cor-de-rosa cheios de coração e flor desenhados).

6

Depois a gente começa a pensar

em outra coisa, a raiva passa – e fica

só a aprontação.7

Foi assim que eu fiquei naquele dia,

faz muito tempo. Era tanta raiva, mas

tanta, mas tanta, que peguei a bolota

do chiclete que eu estava mastigando

– ainda com um restinho de gosto

de hor telã – e esmaguei na par te de

baixo da mesa.

Ele ficou lá me olhando com cara de maçaroca. Acho que estava triste porque a mesa não ia mastigar bem mastigadinho nem fazer bola com ele.

Pra falar a verdade, eu também não era muito bom em fazer bola. Às vezes, assoprava um tempão no meio dos dentes e só conseguia fazer uma bem pequenininha; e nunca a bola estourava num TLOC gostoso, saíam só uns BLEFS sem graça.

Agora nem BLEF aquele chiclete ia mais fazer. Por culpa da raiva, ia passar o resto da vida – a dele e a da mesa – grudado lá.

9

Na hora do almoço, eu não me sentia bem. Achava que todo mundo tinha visto o chiclete e que alguém ia bronquear comigo:

“Foi você quem grudou esse chiclete aí???”

Mas o almoço passou. Tiraram os

pratos da mesa e eu fiquei sozinho na sala.

Deu até um alívio...

Afinal, eu não tinha sujado o sofá nem

estragado o caderno cor-de-rosa da minha

irmã. E lá em casa só eu era bastante

pequeno pra enxergar o que acontecia

debaixo da mesa!

11

Não demorei pra esquecer a razão daquela raiva. No outro dia nem pensava mais nela! Mas o chiclete continuava lá.

Eu me acostumei a dizer bom-dia pra ele, de manhã, quando entrava na sala vazia.

Em contato com o ar, ele ia endurecendo aos poucos. Parecia que o chiclete falava:

Ah, eu gostava de pensar que ele podia

mesmo ficar mole e grudento outra vez.

Imaginava que minha irmã ia botar a mão nele e

o chiclete ia grudando nela, subindo pelo braço,

aumentando de tamanho e virando uma imensa

geleia verde com sabor de hor telã.

Puxa, todo mundo ia pensar que ela era um

monstro de outro planeta! Nunca iam adivinhar

que era só um chiclete grudado em minha irmã.

13