CHRISTOFOLETTI, R. Filmes Na Sala de Aula

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603 educação Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 603-616, set./dez. 2009 Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacao> Filmes na sala de aula: recurso didático, abordagem pedagógica ou recreação?¹ Rogério Christofoletti* Resumo O cinema é amplamente usado em sala de aula e em situações de ensino e aprendizagem. Docentes dos mais diferentes níveis de ensino recorrem à exibi- ção de filmes de ficção e não-ficção, seja para ilustrar os conteúdos curriculares, seja para reforçar conhecimentos que se pretende fixar. Entretanto, pouco se sabe sobre o uso do cinema por parte dos professores, já que não existe uma pedagogia específica para esse recurso nem tampouco se conhecem regras que ajudem a orientar a utilização dessa tecnologia. Nos anos iniciais da educa- ção escolar, o cinema pode até ser recreativo, mas e no ensino superior, mais orientado para a formação profissional e mais ampla dos sujeitos, de que forma vídeos e filmes funcionam como suportes pedagógicos? Perseguindo esse as- pecto, esta pesquisa questionou 55 docentes de 11 cursos de uma instituição de ensino superior, abordando dimensões como as da rotina do uso do cinema em sala de aula, a natureza desse recurso pedagógico e a capacitação docente para essa utilização. As respostas colhidas em questionários permitem refletir sobre a relação entre cinema, tecnologia e educação. Palavras-chave: Cinema. Ensino superior. Recurso pedagógico. Movies in classroom: didactic resource, pedagogical approach or enjoyment? Abstract Cinema is highly applied in classrooms and in circumstances that involve teaching and learning. Teachers from different degrees of training resort to the showing of fiction and non-fiction movies, as much to demonstrate curriculum contents as to reinforce the knowledge. However, little is known about the use of films by teachers, since there is not a specific pedagogy for this resource, neither there are rules to help guiding the use of this technology. Over the first years of scholar education, movies can even be recreational, but in a stage of higher education, more oriented to a wide and professional formation of individuals, in which way do videos and movies work as pedagogic helpers? Pursuing this aspect, this survey pointed out 55 professors of eleven courses of a high school institution, tackling subjects such as the routine of the using of movies in classroom, the nature of this pedagogic resource and the capacity of teachers on the use of it. *Professor Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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CHRISTOFOLETTI, R. Filmes Na Sala de Aula

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  • 603educao Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 603-616, set./dez. 2009Disponvel em:

    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ourecreao?

    Rogrio Christofoletti*

    Resumo

    O cinema amplamente usado em sala de aula e em situaes de ensino eaprendizagem. Docentes dos mais diferentes nveis de ensino recorrem exibi-o de filmes de fico e no-fico, seja para ilustrar os contedos curriculares,seja para reforar conhecimentos que se pretende fixar. Entretanto, pouco sesabe sobre o uso do cinema por parte dos professores, j que no existe umapedagogia especfica para esse recurso nem tampouco se conhecem regrasque ajudem a orientar a utilizao dessa tecnologia. Nos anos iniciais da educa-o escolar, o cinema pode at ser recreativo, mas e no ensino superior, maisorientado para a formao profissional e mais ampla dos sujeitos, de que formavdeos e filmes funcionam como suportes pedaggicos? Perseguindo esse as-pecto, esta pesquisa questionou 55 docentes de 11 cursos de uma instituiode ensino superior, abordando dimenses como as da rotina do uso do cinemaem sala de aula, a natureza desse recurso pedaggico e a capacitao docentepara essa utilizao. As respostas colhidas em questionrios permitem refletirsobre a relao entre cinema, tecnologia e educao.

    Palavras-chave: Cinema. Ensino superior. Recurso pedaggico.

    Movies in classroom: didactic resource, pedagogical approach orenjoyment?

    Abstract

    Cinema is highly applied in classrooms and in circumstances that involve teachingand learning. Teachers from different degrees of training resort to the showing offiction and non-fiction movies, as much to demonstrate curriculum contents asto reinforce the knowledge. However, little is known about the use of films byteachers, since there is not a specific pedagogy for this resource, neither thereare rules to help guiding the use of this technology. Over the first years of scholareducation, movies can even be recreational, but in a stage of higher education,more oriented to a wide and professional formation of individuals, in which waydo videos and movies work as pedagogic helpers? Pursuing this aspect, thissurvey pointed out 55 professors of eleven courses of a high school institution,tackling subjects such as the routine of the using of movies in classroom, thenature of this pedagogic resource and the capacity of teachers on the use of it.

    *Professor Doutor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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    Rogrio Christofoletti

    Results gathered on forms allow us to reflect over the relation between movies,technology and education.

    Keywords: Cinema. Higher Education. Pedagogic Resource.

    H pelo menos vinte anos professores de todas as partes utilizam ocinema como um apoio s aulas. Evidentemente, o cinema como arte, comoveculo de comunicao e como indstria de entretenimento existe h maistempo, tendo seus primeiros passos bem demarcados em 1895. Entretanto, foicom a inveno do videocassete e sua disseminao popular que filmes pude-ram ser consumidos em ambientes externos s salas de exibio. A tecnologiada gravao de audiovisuais em meios magnticos e a reproduo de fitas criouo mercado de vdeo domstico, expandindo o alcance do cinema como umamdia praticamente onipresente. Antes do final da dcada de 1970, filmes defico e documentrios, de curta, mdia e longa metragens, estavam confina-dos aos circuitos de exibio e s programaes dos canais de televiso.

    Nos Estados Unidos, o primeiro formato de vdeos domsticos oBetamax veio em 1975, e nos anos seguintes, chegou ao mercado o VideoHome System (VHS), que definiria novos padres de qualidade, preo e ofertados aparelhos que reproduziriam as fitas. No Brasil, os primeiros modelos deaparelhos fabricados no pas sairiam em 1982, j com o novo sistema paraexibio de cores nas televises, o PAL-M4. Essas solues de engenhariaderam as condies para que um novo mercado de consumo miditico se for-masse no pas. Surgiram os videoclubes, e nos anos 1980, as videolocadorastornaram-se um negcio emergente nas cidades brasileiras. Publicaes dirigidasao mercado de cinema e vdeo ajudaram a disseminar uma cultura de aquisioe locao de fitas5. A produo cinematogrfica nacional tambm descobriu namultiplicao dos produtos um nicho a ser explorado, percebendo ali novasreceitas. As dcadas de 1980 e 1990 consolidaram o videocassete como umaparelho necessrio aos lares de classe mdia, e em seguida, at mesmo ascamadas mais populares tiveram acesso a esse bem. Isso aconteceria tambmcom o Digital Video Disk (DVD), e o seu processo de disseminao seria aindamais rpido. No Japo, os primeiros aparelhos reprodutores surgiram em 1996,e nos Estados Unidos, no ano seguinte. No Brasil, o DVD player s se popula-rizou em 2003, contribuindo para um enxugamento do mercado de VHS e suagradual substituio pelos DVDs, mais prticos no manuseio, mais ntidos emudio e vdeo, mais durveis e com contedos extras.

    De fitas de VHS ou em DVDs, da sala de casa para a sala de aula, foium pulo. Os professores notaram que filmes poderiam servir de apoio pedaggi-co para suas disciplinas, valendo-se de aparatos tecnolgicos acessveis e dameno a contedos de maneira mais atraente que as tradicionais aulasexpositivas.

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    Cinema na estante dos professores

    Da sala escura com tela grande e clima envolvente ao ambiente do-mstico e naturalmente dispersivo, o cinema ajuda a preencher a rotina huma-na. obra de arte, entretenimento, digestivo cultural. Mas tambm janela,vitrine e espelho: nele, observamos outras realidades, admiramos nossos esco-lhidos e reconhecemo-nos de relance. Iluso de tica que, paradoxalmente, nosfaz enxergar melhor, o cinema instituio, dispositivo de representao e lin-guagem (COSTA, 1987).

    Interessa-nos enfocar os dois ltimos sentidos em sua articulaocom os processos educativos. Isto , independente dos seus diferentes supor-tes tcnicos pelcula, VHS ou DVD , o cinema assume aqui dimenso dedispositivo pedaggico.

    Pesquisadores brasileiros j dispem de algumas referncias parano apenas tecer leituras do cinema, mas tambm contrap-lo com o cotidianoescolar, com os personagens do mundo educacional e com as problemticasda rea.

    Duarte (2002), por exemplo, insiste em recomendar o arsenal terico-conceitual de Christian Metz como o caminho adequado para as anlises defilmes. Para Metz, filmes podem ser lidos e analisados como textos, e assimfraccionando suas diferentes estruturas de significao e reorganizando-as no-vamente segundo critrios previamente estabelecidos, de acordo com os objeti-vos que se quer atingir (p. 98). Ultrapassa no entanto essa textualidade ao levarem conta as condies de produo do mesmo, com o mximo possvel dereferncias (p.94-95). Com isso, a autora quer dizer que o espectador deve teracesso a informaes que lhe permitam identificar o contexto em que o filme foiproduzido pois, para ela, o uso do cinema com fins pedaggicos exige que seconhea ao menos um pouco de histria e teoria do cinema. Para tal, noes deluz, cmera, enquadramento e ao, e as mltiplas composies de montagempara dar sentido cena so importantes porque, s vezes, as imagens se ligamem fios invisveis.

    A complexa composio entre movimentao de cmara, luz, movi-mentao musical, deslocamento de personagens e a variao possvel no inte-rior de cada plano d arte flmica mais do que uma complexidade tcnica, massobretudo direciona os sentidos a perceber.

    Embora de maneira problemtica, possvel ainda encontrar entre ospesquisadores brasileiros da educao o termo texto funcionando como dis-curso (a exemplo de VEIGA-NETO, 2003 e RODRIGUES, 2003) ou texto comotexto na recomendao de Duarte de inspirao metziana (2002, p. 98). ne-cessrio reafirmar que a textualidade central em todo o conjunto das anlisesestruturalistas em autores como Barthes, Eco, Kristeva e mesmo Metz. As

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    anlises propostas por eles contemplam a dupla articulao da linguagem emsignificante e significado (seguindo as trilhas de Sausurre6), o que tipificou apergunta bsica do estruturalismo francs da dcada de 1960: em que medidapodemos falar em leitura de cinema ou leitura de imagens da mesma formaque falamos em leitura de um texto?

    Aqui, consideramos que a noo de cdigos cinematogrficos doestruturalismo metziano pode ser mantida, desde que eliminemos osisomorfismos entre linguagem visual e linguagem verbal para ser possvel apro-ximaes com a crtica ps-estruturalista de cinema tal como apresentada emRamos (2005), por exemplo, orientao que enriquece as relaes entre cinemae educao.

    Em uma perspectiva mais heterognea, Teixeira e Lopes (2003) apre-sentam as prprias leituras flmicas realizadas por educadores, nas quais ocomentrio literrio tradicional composto de trama, personagens e dilogos so-bressaem anlise dos aspectos visuais e sonoros prprios s teorias contem-porneas do cinema. No mesmo formato e na mesma coleo editorial, Teixeira,Larrosa e Lopes (2006) abordam a infncia em obras cinematogrficas de diver-sos continentes, e Teixeira e Lopes (2006) tratam da diversidade cultural nocinema.

    Uma reviso da literatura brasileira sobre as interseces entre cine-ma e educao ainda encontra obras de dois calibres: manuais didticos como os de Falco e Bruzzo (1993), Azzi (1996), e Napolitano (2004) e relatosde trajetrias de projetos acadmicos envolvendo cinema e leituras de obrasflmicas. o caso de Medeiros e Moraes (2006) e Reali (2007), por exemplo. Oprimeiro narra dois ciclos do projeto Salve o Cinema Leitura e Crtica da Lin-guagem Cinematogrfica, que tiveram lugar na Univille, Joinville (SC), em 2004 e2005. O segundo volume se detm sobre o projeto Cinema na Universidade,que esteve em funcionamento de 1996 a 2003, na Unochapec, no oestecatarinense.

    Para alm das estantes, pesquisadores brasileiros oferecem aindaoutras relevantes contribuies para a reflexo do cinema na sala de aula. Mayrink(2007), seguindo Vygostky (1998; 1999), entende os filmes como signos media-dores com potencial para o desenvolvimento crtico-reflexivo dos professores.Tambm preocupados com a formao de professores, Siqueira, Oliveira e Braga(2005) enfatizam o potencial de alguns filmes como agentes mediadores nadesnaturalizao de questes de gnero e sexualidade, ainda mais na forma-o de docentes.

    Alencar (2007), por sua vez, enfatiza o uso do cinema como docu-mento histrico e como recurso didtico para uma aprendizagem dialgica,significativa e crtica da disciplina de Histria. Na mesma direo, Abud ressal-

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    ta que o filme na sala de aula mobiliza operaes mentais que conduzem oaluno a elaborar a conscincia histrica, forma de conscincia humana relacio-nada imediatamente com a vida humana prtica, e que se constitui, em ltimainstncia, no objetivo maior do ensino de Histria (2003, p. 183).

    Usar filmes na sala de aula, recorrer programao da TV e a outrosmeios de comunicao contribui decisivamente para o alargamento das frontei-ras da escola, e do ensino como um todo. Como argumenta Fischer, talvez umdos trabalhos pedaggicos mais revolucionrios seja o que se refere a umaampliao do repertrio de professores, crianas e adolescentes, em matriade cinema, televiso, literatura, teatro, artes plsticas e msica (2007, p. 298).Mas a oferta de contedos e experincias precisa ir alm do que circula nagrande mdia, possibilitando educar olhos e ouvidos, educar a alma, de ma-neira a permitir a formao de um pensamento crtico. Conforme Fischer, inves-tir na ampliao dos repertrios tem o sentido de ampliar as possibilidades deestabelecer relaes, permitindo inclusive criar um saber-fazer para pensar deoutro modo o presente que vivemos (2007, p. 298).

    Na lousa e na tela: aspectos metodolgicos

    Passado mais de um sculo de seu surgimento como arte-tcnica-mdia-indstria, o cinema se coloca na vida contempornea no apenas comoentretenimento ou negcio, mas tambm como linguagem formadora de opi-nio, propagadora de valores e aparato pedaggico. O desenvolvimento tecnolgicofez da arte de iludir (afinal, uma iluso ptica: o esttico que se torna movi-mento) uma importante ferramenta de disseminao ideolgica. Veja-se o cine-ma norte-americano, figura de proa de um imperialismo simblico planetrio eum modo atraente de narrar a vida humana. Nesse sentido, a chamada StimaArte encarna um papel que transcende as paredes do ambiente de projeo dafita. O cinema alcana dimenses que podem ser medidas pelas cifrasbilionrias, pelas platias na escala dos milhes e pela perenidade das imagensque lana no imaginrio popular.

    Entretanto, h aspectos inaferveis do alcance dessa poderosa mdia.Conta-se o quanto se arrecada de bilheteria e os prmios acumulados, mascomo se pode medir a influncia do cinema entre os sujeitos humanos? Avan-ando para o campo da educao e tendo como fundo o fato de que professo-res utilizam o cinema como ferramenta pedaggica , indagamo-nos no ape-nas sobre o impacto nas platias, mas sobre as motivaes que levam profes-sores a buscar no cinema vias auxiliares para o processo de ensino-aprendiza-gem. De outra forma: como o cinema usado na sala de aula pelos professores,seguindo a que orientaes, de maneira a alcanar que objetivos?

    Genericamente, o cinema usado por professores nos mais diversosnveis de ensino. Na educao infantil, a utilizao pode ser meramente recrea-

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    tiva, mas nos patamares mais avanados da instruo formal, o cinema comorecurso pedaggico amplia seu potencial de aplicabilidade. No ensino supe-rior, esse dispositivo poderia cumprir funes mais auxiliares, sendo mais influ-ente e decisivo na formao dos futuros profissionais? Possivelmente.

    Nesta pesquisa, propomo-nos a identificar elementos da rotina de usodo cinema na sala de aula de cursos superiores, tendo como preocupao otipo de utilizao dessa mdia, sua presena e coerncia com planos de ensino,a capacitao terica e tcnica dos professores para este uso e a receptividadedos alunos.

    Para tanto, foi necessrio ouvir os professores, j que o escopo des-te trabalho a prtica docente aliada a Tecnologias da Informao e Comunica-o. Em termos metodolgicos, recorremos a questionrios que foram aplica-dos a docentes do ensino superior. Estes instrumentos de coleta permitiram aobteno de dados que foram, em seguida, interpretados com base na anlisede contedo (BARDIN, 1977; KRIPPENDORFF, 1980) de modo a termos umacompreenso mais ampliada desse recurso pedaggico.

    O questionrio aplicado aos docentes continha 13 questes, sendodoze de mltipla escolha e uma discursiva. O instrumento inquiria sobre o usode filmes na sala de aula, sobre que tipo e em que ocasio eram exibidos, sobreos motivos do docente recorrer quele artifcio, sobre sua concepo sobre aquelerecurso didtico. O questionrio trazia ainda perguntas sobre a percepo dosalunos diante daquele recurso ou abordagem, sobre possveis benefcios (ouno) do uso, sobre as dificuldades que o docente tem para usar filmes em salade aula e sobre a presena daquela estratgia no plano de ensino do professor.Na ltima parte, o questionrio indagava se o docente achava necessrio terconhecimentos de teorias de cinema para usar filmes em aula, e como o docen-te se enquadrava nessa capacitao especfica. Por fim, na ltima questo anica discursiva , solicitava-se que o professor citasse trs filmes j usados eas disciplinas correspondentes.

    O questionrio foi aplicado num ambiente escolar, que facilita a con-centrao dos sujeitos da pesquisa, mas distinto da sala de aula: a sala dosprofessores.7 O locus foi escolhido de maneira a otimizar a abordagem, colher omximo de respostas para a pesquisa, no contaminar os dados ou constran-ger os sujeitos.8

    A pesquisa teve como participantes 55 docentes universitrios de 11cursos da Universidade do Vale do Itaja (Univali), instituio de ensino superiorcom mais de 40 anos de atuao no litoral norte de Santa Catarina. Os sujeitosda pesquisa foram escolhidos de maneira a se manter equilbrio eproporcionalidade entre as reas de conhecimento. Assim, para garantir arepresentatividade, participaram 15 docentes dos cursos de Letras, Histria ePedagogia (Cincias Humanas), 11 professores dos cursos de Psicologia, Far-

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    mcia e Odontologia (Cincias Biolgicas), 14 dos cursos de Relaes Pbli-cas, Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Direito (Cincias Sociais) e 15 docurso de Cincias Contbeis (Cincias Exatas).

    Na abordagem aos sujeitos de pesquisa e num esclarecimento noincio do questionrio, foi informado o propsito e a finalidade da pesquisa, a nonecessidade de identificao e a garantia de sigilo e anonimato dos participan-tes. As respostas aos questionrios foram colhidas no primeiro semestre de2008.

    Sobre a rotina do uso do cinema em sala de aula

    As respostas s cinco primeiras perguntas do questionrio auxiliamna identificao dos hbitos de utilizao do recurso em situao de ensino. Aprimeira questo indagava se o docente usa filmes em sala de aula. Entre osrespondentes, 78% responderam afirmativamente, sendo 27% frequentemen-te, 51% eventualmente. Outros 7% disseram j ter usado filmes em aula, masabandonado a prtica, enquanto que 2% responderam no ter recorrido a isso,mas que h essa pretenso. Entre as respostas, apenas 13% eram de docen-tes que nunca usaram cinema na escola. De maneira consolidada, as respos-tas apontam para um uso comum do cinema entre os professores do ensinosuperior, mas a freqncia dessa utilizao no to alta.

    A segunda questo indagava se os docentes preferiam trabalhar comfilmes de fico, documentrios ou se no havia predileo. Dos que utilizam orecurso, 60,4% afirmaram preferir documentrios, seguidos de 14% optar porfilmes de fico, e outros 25,6% no tm predileo. A opo majoritria dosprofessores pelo uso de documentrios e filmes de no-fico em sala de aulacontrasta com os resultados colhidos com a pergunta 13 do questionrio, anica de tipo dissertativa e que pedia que os respondentes indicassem ttulosusados em situao de ensino. Foram citados 84 filmes, dos quais 65,4% eramde fico e 34,6% de documentrios. Isto , as respostas da questo 13 contra-dizem as da questo 2, trazendo tona um deslocamento entre o discurso e aprtica efetiva de ensino. Apesar de os sujeitos da pesquisa manifestarem suapredileo por passar documentrios em sala de aula para seus alunos, quandoinstados a citar os filmes com os quais trabalham, mencionam em grande quan-tidade ttulos de fico dos mais diversos gneros.

    A questo 3 perguntava sobre quando so exibidos os filmes: 80%das respostas apontavam durante as aulas e 2% em horrios alternativos. Os18% restantes afirmaram recomendar que os alunos assistam aos filmes emcasa. A alta taxa de resposta indica o uso consciente do cinema como estrat-gia e recurso didticos, majoritariamente no ambiente e contexto escolares.

    Questionados sobre por que recorrem exibio cinematogrfica, 59%dos docentes afirmaram que os filmes estimulam a reflexo dos temas das

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    Rogrio Christofoletti

    aulas e 17% disseram que os mesmos integram teoria e prtica. Chamam aateno outros percentuais de respostas: 12% disseram que os filmes ajudama explicar o contedo, e outra fatia idntica afirmou que eles ilustram conte-dos. A alternativa divertem e distraem no foi selecionada por nenhumrespondente, enquanto que todas as outras selecionadas ressaltampotencialidades didticas do recurso. Nesse sentido, nas respostas dos profes-sores, o uso do cinema em sala de aula alcana dimenses somente educativase no recreacionais. Tais resultados eram esperados dadas as caractersticasda populao da pesquisa professores de ensino superior , j que se depreendeque a escolha de estratgias e recursos didticos atendam a objetivos de ensi-no e aprendizagem voltados para a formao profissional dos alunos. Com isso,aspectos diversionais ou ldicos so geralmente relegados a escassos momen-tos da rotina educacional.

    Os consultados usam o recurso tanto para disciplinas tericas quantoprticas (67,3%), ou apenas nas tericas (28,5%). Apenas 4,2% dosrespondentes afirmaram usar vdeos em disciplinas prticas.

    Sobre o recurso pedaggico e sobre a capacitao docente

    As questes 6, 7, 8, 9 e 10 permitiram extrair informaes sobre aconcepo que os docentes tm do uso do cinema em situao de ensino,possveis benefcios dessa estratgia, dificuldades na sua operacionalidade,percepo da recepo por parte dos alunos e articulao com a proposta peda-ggica adotada pelo professor. Isto , as cinco perguntas aprofundam a reflexosobre o recurso ao cinema na educao, motivando os respondentes a pensarsobre essa prtica.

    A questo 6 solicitava a opinio do professor sobre o uso de filmes emsala de aula. Para 35,3%, esta uma prtica como outra qualquer, enquantoque para 21,5%, esta uma prtica pedaggica inovadora, mesmo percentualque afirmou ser este um recurso cada vez mais usado. Outros 17,7% conside-ram-no apenas um complemento s aulas e 4% disseram ser uma forma deestreitar laos com os alunos. A estratificao das respostas mostra que opblico da pesquisa bastante heterogneo quanto s concepes sobre inova-o pedaggica. Rivalizam os pensamentos de que o uso de filmes na educa-o seja corriqueiro e que seja inovador e em ascendncia. Evidentemente, asrespostas assinaladas refletem os nveis de informao e atualizao pedaggi-ca de cada respondente.

    Tentando mapear a recepo do recurso, a questo 7 perguntava quala percepo do professor sobre os alunos. A grande maioria das respostas(89,8%) indica a aprovao dos alunos no uso de filmes, enquanto que 6,1%mostram-se indiferentes e 4,1% queixam-se dessa prtica. As respostas daquesto 8 contribuem para a percepo da eficincia da projeo/exibio defilmes em situaes de ensino. Dois teros dos professores responderam que,

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    aps esse uso, os alunos ficaram mais entusiasmados ou envolvidos com oscontedos da disciplina, e 24% disseram que os alunos demonstraram teraprendido mais com o uso de filmes. Em 10% dos casos, os professores afir-maram no perceber nenhuma mudana significativa na aprendizagem da clas-se, e nenhum respondente assinalou a alternativa os alunos ficaram confusosa respeito dos conceitos aplicados. Combinadas, as respostas s questes 7e 8 indicam que o recurso ao filme em sala de aula bem recebido pelos alunos,mas sua eficincia pedaggica moderada, pois a percepo dos professoresaponta efeitos muito mais motivacionais do que propriamente uma maior fixaode contedos, ou uma melhor compreenso das matrias.

    A questo 9 indagava sobre as principais dificuldades encontradaspelos docentes no uso de filmes em sala de aula. O item pedia que se enume-rasse as oito alternativas dadas, conforme seus nveis de dificuldade. O maiorproblema se refere infra-estrutura da universidade, j que 25% queixou-se dadisponibilidade de equipamentos de exibio, um entrave conjuntural, relativa-mente fcil de solucionar, bem como a segunda dificuldade mais assinalada(22,5%): pouca disponibilidade e acesso a filmes. Um quinto dos professoresafirmou que o ambiente no adequado para este fim, problema que oferecemais dificuldades de ser solucionado, pois demanda reformas em instalaescomo isolamento acstico, por exemplo. Preocupados com o desconhecimentode teorias do cinema foram 12,5% dos respondentes, e 10% afirmaram ver de-sarticulao entre filmes e disciplinas, o que inibe ou impede o uso mais efetivodo recurso. Pouca aceitao ou baixa participao por parte dos alunos nadinmica preocupam 5% dos professores, 2,5% dizem desconhecer filmes paraeste uso e outros 2,5% reconhecem ter problemas no manejo dos equipamen-tos.

    Mais de dois teros das dificuldades apontadas de carter infra-estrutural, 15% se refere aos alunos e a inadequaes pedaggicas e 17,5% serelacionam a inconsistncias na formao ou incapacidades dos professores.Isto , mais de quatro quintos dos problemas esto fora do alcance de soluodos docentes, dependendo em maior ou menor grau da interferncia deoutros atores.

    Sobre a incluso do uso do cinema em suas prticas pedaggicas de que tratava a questo 10 , 68% dos professores responderam que o recursoconsta de seus planos de ensino, enquanto 19% reconheceram no figurar aestratgia por esta ser uma prtica eventual. Outros 13% tambm no fizeramconstar em seus planos, mas afirmam haver articulao desse recurso emen-ta da disciplina. Na maioria das respostas, o uso de filmes aparece como umaprtica institucionalizada, registrada e documentada nos planos de ensino, mas para uma parcela dos sujeitos da pesquisa mesmo que no previsto, aolanar mo do recurso, os professores atendem coerncia de seus planeja-mentos de aula.

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    Rogrio Christofoletti

    As questes 11 e 12 formuladas aos professores tratavam da relaoentre os docentes e seus conhecimentos tericos sobre cinema. A primeiraperguntava se para usar filmes em aula, o professor deveria ter conhecimentode teorias de cinema. Mais da metade dos respondentes 53% disseram serdesnecessrio deter tais saberes, 36% afirmaram que os docentes devem pre-ferencialmente ter esses conhecimentos e apenas 11% responderam que ne-cessariamente se deve contar com esses atributos. Est nitidamente sinaliza-do que, na viso dos professores, para usar o cinema em situao de ensino, oconhecimento de teorias da rea no um pr-requisito, uma condio sine quanon, sendo, portanto, no-compulsrio, mas desejvel.

    A questo seguinte indagava sobre a condio pessoal do respondentediante de seus conhecimentos tericos de cinema. Trs quartos dos professo-res reconheceram no ter tais saberes. Essa expressiva manifestao natu-ral, dada a diversidade de formao acadmica dos sujeitos da pesquisa e suasdiferentes reas de atuao docente.

    Recurso, estratgia ou artifcio

    O questionrio aplicado aos 55 docentes de 11 diferentes cursos uni-versitrios permitiu uma compreenso mais detalhada do uso do cinema emsituao de ensino por esses sujeitos. Percebeu-se, por exemplo, que os do-centes recorrem com alguma naturalidade e constncia exibio de filmes emsala de aula. O cinema um recurso aceito pela maioria dos alunos, conformerelato dos docentes, e ele usado geralmente no ambiente escolar, durante ohorrio das aulas. Os docentes afirmam preferir documentrios a filmes de fic-o, mas contradizem-se ao mencionar no final da pesquisa mais ttulos dosegundo.

    O recurso ao cinema no massivo, at porque os professores consi-deram que os filmes oferecem contribuio moderada para o aprendizado, ser-vindo muito mais para envolver os alunos nas temticas e contedos. Logo, ocinema mais motivacional. No se trata de um artifcio para recreao doalunado, mas de uma estratgia na maioria dos casos planejada e articuladacom os planos de ensino, mas com finalidades paradidticas.

    A grande maioria dos professores confirma que no tem domnio deteorias cinematogrficas, mas essa ausncia no inibe o recurso exibio defilmes em aula, conforme se percebeu ao longo da pesquisa. Entrev-se, noentanto, que mais importante que conhecer as teorias da rea ter clara umaarticulao entre a disciplina e os filmes a serem exibidos, de maneira a queno fiquem apenas ilustrativos. Mesmo assim, o cinema na sala de aula ocupaum lugar bem demarcado: recurso didtico, e por vezes estratgia pedag-gica. No chega a ser um mtodo ou uma abordagem especfica do alunado.Por outro lado, tambm no se acomoda como distrao, forma de relaxamentoou recreao. Enfim, o cinema auxilia na educao. No faz as vezes dos livros

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    ou dos mestres, mas como dispositivo pedaggico se coloca a servio de bonspercursos educativos e de inspirados condutores.

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    Notas

    Este texto um dos resultados da pesquisa Cinema e Educao: importncia pedaggica deum dispositivo miditico, financiada pela Fundao de Apoio Pesquisa Cientfica e Tecnolgicado Estado de Santa Catarina (FAPESC) em 2007-2008.

    A tecnologia de gravao em fitas magnticas existe desde 1958, e o modelo domstico dereproduo surgiu em 1964. S anos depois os videocassetes chegariam s vitrines do varejoe ao gosto popular.

    importante lembrar que antes dos norte-americanos, os britnicos j contavam com tecnologiasemelhante. O formato VCR aportou no Reino Unido em 1972, mas o preo alto dos aparelhosno ajudou a popularizar o produto. quela poca, o VCR contava tambm com fitas quadra-das, diferentes das retangulares conhecidas depois. Outros sistemas apareceriam depois,diversificando as opes.

    4 De 1950 a 1970, os aparelhos brasileiros de TV reproduziam imagens apenas em preto ebranco. Em 1972, com a necessidade de acompanhar as mudanas tecnolgicas e adoo decores, tcnicos da rea buscaram uma soluo para o padro de cores nos aparelhos nacio-nais. Com isso, adotou-se o sistema PAL-M, um sistema misto que permitiu a transmisso emcores e a recepo das imagens em televisores preto e branco sem adaptadores.

    5 Conforme o Vdeo Guia 88, no final dos anos 1980, j circulavam pelo pas cerca de 10 mil ttulosem fitas cassete, e havia mais de 6,6 mil locadoras no pas, a grande maioria concentrada nasregies metropolitanas. Distribuidoras e laboratrios especializados tambm j mostravam ovigor do mercado.

    6 Aqui, a meno ao clssico Curso de Lingstica Geral, obra pstuma de Ferdinand deSaussure, editada em 1916 e que um marco fundador da Lingstica como cincia, e queoferece contribuies tericas perenes at a atualidade.

    7 Agradeo a colaborao efetiva da pesquisadora Laura Seligman, mestre em Educao, nestaetapa de coleta dos dados junto aos sujeitos da pesquisa.

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    Filmes na sala de aula: recurso didtico, abordagem pedaggica ou recreao?

    8 Se os questionrios tivessem sido aplicados nas salas de aulas dos professores, muito possi-velmente, a presena de alunos e o cumprimento de rotinas teriam influenciado no preenchi-mento das questes, seja constrangendo os participantes da pesquisa ou os apressando.

    Correspondncia

    Rogrio Christofoletti Rua Raimundo Binder, n. 28 - casa 3, Residencial Brava Ressacada CEP 88307-295, Itaja ( SC)

    E-mail: [email protected]

    Recebido em 16 de julho de 2009Aprovado em 8 de setembro de 2009

  • 616 Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 617-632, set./dez. 2009 educaoDisponvel em:

    Anderson Arajo-Oliveira