CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

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CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.) CULTIVADOS EM DUAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE DO NORTE, AVALIADO PELO POTENCIAL DE DEFESA ANTIOXIDATIVA FOLIAR. MOSSORÓ - RN 2012

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CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL (Helianthus

annuus L.) CULTIVADOS EM DUAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE

DO NORTE, AVALIADO PELO POTENCIAL DE DEFESA ANTIOXIDATIVA

FOLIAR.

MOSSORÓ - RN

2012

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CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL (Helianthus

annuus L.) CULTIVADOS EM DUAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE

DO NORTE, AVALIADO PELO POTENCIAL DE DEFESA ANTIOXIDATIVA

FOLIAR

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Fitotecnia da

Universidade Federal Rural do

Semiárido, como parte dos requisitos

para obtenção do Grau de Mestre em

Agronomia: Fitotecnia.

Orientadora: Prof.ª Dra. Sc. Cristiane Elizabeth Costa de Macêdo

MOSSORÓ - RN

2012

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e

catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

D192d Dantas, Cibelley Vanúcia Santana. Desemprenho agronômico de genótipos de girassol (Helianthus

annuus L.) cultivadas em duas microrregiões do Rio Grande do

Norte, avaliado pelo potencial de defesa antioxidativa foliar. /

Cibelley Vanúcia Santana Dantas. -- Mossoró, 2012.

103 f.: il.

Dissertação (Mestrado Fitotecnia) Área de Concentração:

Agricultura tropical – Universidade Federal Rural do Semi-

Árido.

Orientador(a): Profa. Dra. Cristiane E. C. de Macêdo.

Co-orientador(a): Prof. Dr. Josemir Moura Maia.

1. Helianthus annuus 2. Estresse oxidativo 3. Estresse iônico 4. Déficit

hídrico. I. Título. CDD: 633.85

Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa

CRB15/453

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CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL (Helianthus

annuus L.) CULTIVADOS EM DUAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE

DO NORTE, AVALIADO PELO POTENCIAL DE DEFESA ANTIOXIDATIVA

FOLIAR.

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Fitotecnia da

Universidade Federal Rural do

Semiárido, como parte dos requisitos

para obtenção do Grau de Mestre em

Agronomia: Fitotecnia.

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Dedico esta dissertação aos meus pais Manoel Mauricio Dantas e Hilda

Vitória de Santana Dantas (In memoria).

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AGRADECIMENTO

À Deus, único digno de honra e glória, por ter me concedido mais esta

conquista, sem Ele não estaria aqui;

À minha orientadora Profª Dra. Cristiane Elizabeth Costa de Macêdo, pelo

apoio, incentivo, ensino e por sempre acreditar no meu potencial;

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Josemir Moura Maia, pela paciência,

incentivo, conhecimentos repassados e por todo auxilio dado para o

desenvolvimento desta Dissertação.

À Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e ao curso de Pós-

graduação em Fitotecnia, na pessoa dos coordenadores e funcionários;

À UFRN e ao Laboratório de Estudos em Biotecnologia Vegetal e

Estresses Abióticos, pelo acolhimento ao desenvolver essa pesquisa;

Ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), pela concessão da bolsa;

Ao professor, Eduardo Luiz Voigt, pelo apoio e auxílio na realização da

pesquisa;

Ao professore, Eduardo Ortega da Universidad de la Habana, por ter

aceitado o convite para participar da banca da minha dissertação;

À todos os professores do curso de Pós-graduação em Fitotecnia;

À EMPARN (Empresa de pesquisa Agropecuária do Rio Grande do

Norte), pelo fornecimento de pessoal qualificado, material e equipamento, tornando

possível o desenvolvimento do trabalho. Aos pesquisadores Marcelo Lira,

Florisvaldo Guedes e Chagas, pela atenção e auxilio na instalação e condução do

experimento, e a todos os servidores da Empresa que contribuíram de forma direta

ou indireta para que esse trabalho fosse possível;

Aos meus pais, Manoel Maurício Dantas e Hilda Vitória de Santana

Dantas, pelo amor e educação que me deram, e aos meus irmãos, Shinayde,

Sidérley, Daniel e minha cunhada Ayla pelo carinho e incentivo;

À Francisca Pereira Onofre Dantas pelo carinho e por me tranquiliza ao

cuidar do meu Pai;

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Aos meus familiares (tios(as), primos e avos), pelo amor, compreensão e

apoio nessa jornada;

À Nickson Barbosa Marinho, pelo amor, paciência, apoio, incentivo e

proteção que me deu;

À dona Meres e Marinho pelo carinho e incentivo que me deram.

À equipe do laboratório, Lisiane, Yuri, Yugo, Juliana, Thiago, Mônica,

Jussiara, Ana Paula, Priscila e Leyane, pela ajuda , momentos de descontração e

auxilio para a conclusão desse trabalho;

Aos amigos(as) Isabele, Karoline pelos momentos de estudos e

descontração, e a Karoline e Jeremias, pelo acolhimento e companheirismo.

As amigas Isabele, Karoline, Iranete, Iany, Giane, Yana, Enne, Michele e

Luciana pelo companheirismo, momentos de descontrações e Orações realizadas.

A todos que contribuíram diretas e/ou indiretamente para concretização

deste trabalho. Muito Obrigada!

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“Aprendi que os sonhos transformam a vida

numa grande aventura. Eles não determinam o

lugar aonde você vai chegar, mas produzem a

força necessária para arranca-lo do lugar em

que você está.”

Augusto Cury

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RESUMO

DANTAS, Cibelley Vanúcia Santana. Desempenho agronômico de genótipos de

girassol (Helianthus annuus l.) cultivados em duas microrregiões do Rio Grande do

Norte, avaliado pelo potencial de defesa antioxidativa foliar. 2012. Dissertação

(Mestrado em Agronomia/Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semiárido,

Mossoró-RN, 2012.

O presente estudo teve como objetivo avaliar a resposta antioxidante de dois

genótipos de girassol cultivados em Ipanguaçu (IPÇ) e Parnamirim (PAR).

Sementes de girassol do genótipo Catissol 01 e Helio 253 foram germinados em

ambiente de casa de vegetação. Sete dias após a emergência, as plântulas foram

transferidas para suas respectivas áreas de cultivo onde, após os tratos culturais,

cada microrregião totalizou 126 plântas/genótipo. A coleta foi realizada ao 50° dia

após a emergência, no estádio fenológico da floração plena, em que mais de 50%

das plantas apresentavam-se com capítulo totalmente aberto. Antes do cultivo,

realizou-se análise de solo nas microrregiões com as devidas correções do solo. Em

cada microrregião foi selecionada e coletada a folha apical de dez plantas de cada

genótipo. Analisou-se indicadores de déficit hídrico, indicadores de estresse iônico

e resposta antioxidativa. Através da análise de solo, pode-se observar maiores

teores de sais (Ca, Mg, P e Na) na microrregião de IPÇ quando comparada a PAR,

com CE de 0,8 dS.m-¹ e 0,36 dS.m

-¹, respectivamente. Essa característica do solo

pode ter favorecido a um estresse iônico nas folhas que induziu a uma maior

resposta oxidativa em IPÇ em relação a PAR. De acordo com os resultados

analisados o conteúdo relativo de água foi menor nas plantas cultivadas na

microrregião de PAR, quando comparada às cultivadas em IPÇ, não havendo

diferença significativa entre os genótipos em nenhuma das microrregiões. O

percentual de umidade não foi afetado em plantas, em nenhuma das microrregiões.

O vazamento de eletrólitos foi maior em plantas cultivadas em IPÇ onde as taxas

de 35% e 54% para Catissol 01 e Helio 253 respectivamente, mostraram um

possível estresse iônico nas plantas cultivadas em IPÇ. Esse resultado é enfatizado

pelo a peroxidação lipídica que foi maior nas folhas do genótipo Catissol 01, em

relação ao genótipo Helio 253 nas duas microrregiões de estudo, com destaque

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para a IPÇ. A quantificação das proteínas solúveis totais e as atividades das

enzimas antioxidantes (dismutase de superóxido, peroxidase de ascorbato,

peroxidase de fenóis e catalase) seguiram uma mesma tendência, com maiores

valores médios encontrados nas plantas cultivadas na microrregião de IPÇ, com

ênfase na atividade de catalase que foi superior em 80% às plantas cultivadas em

PAR. Esses resultados podem ter sido estimulados por um possível estresse iônico

associados aos níveis de Na+ e Cl

- encontrados nas folhas das plantas cultivados em

IPÇ que foram maiores em relação as cultivada em PAR. Em PAR a concentração

de K+ foi maior que em IPÇ. As concentrações de ascorbato (oxidado, reduzido e

total) seguiram uma tendência inversa, com maiores concentrações nas plantas

cultivadas na microrregião de PAR. Possivelmente, o ascorbato foi estimulado pelo

déficit hídrico que ocorreu em PAR. Conclui-se, portanto, que as características da

microrregião de IPÇ induziram a uma maior resposta oxidativa nas plantas e que

possivelmente os antioxidantes enzimáticos agem de forma antagônica ao não

enzimático nesta espécie.

Palavras chaves: Helianthus annuus, estresse oxidativo, estresse iônico, déficit

hídrico.

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ABSTRACT

DANTAS, Cibelley Vanúcia Santana Dantas. Agronomic performance of

genotypes of sunflower (Helianthus annuus l.) Grown in two microregions of the

Grand River in the north, evaluated the potential for leaf antioxidative defense.

2012. 00p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitotecnia) – Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró-RN, 2012.

The present study aimed to evaluate the antioxidant response of two sunflower

genotypes grown in Ipanguaçu (IPC) and Parnamirim (PAR). Sunflower seeds of

genotype Catissol 01 and Helio 253 were germinated in greenhouse. Seven days

after emergence, seedlings were transferred to their respective areas of culture

where each micro-region totaled 126 plants/ genotype after the cultivation. Data

collection was performed at 50 days after emergence, at the growth stage of full

flowering, in which more than 50% of the plants presented fully open chapter.

Before cultivation, it took place the micro analysis of soil with the appropriate soil

corrections. In each micro-region, it was selected and collected the apical leaf of

ten plants of each genotype. Indicators of water deficit, ionic stress and oxidant

response were analyzed. Through the analysis of soil, it can be observed higher

concentrations of salts (Ca, Mg, P and Na) in the micro CPI compared to PAR with

CE 0.8 and 0.36-¹ dS.m dS.m - ¹ respectively. This characteristic of the soil may

have contributed to an ionic stress in leaves that induced a greater oxidative

response in IPC compared to PAR. According to the results analyzed, the relative

water content was lower in plants grown in micro-PAR compared to those grown

in the CPI, with no significant difference between genotypes in any of the micro-

regions. The rate of moisture on plants was not affected in any of the micro-

regions. The electrolyte leakage was higher in plants grown in the IPC where rates

of 35% and 54% for Catissol 01 and Helio 253, respectively, showed a possible

ionic stress in plants grown in IPC. This result is emphasized by the lipid

peroxidation that resulted in a larger damage to the leaves of genotype Catissol 01

in relation to the Helio 253 in two micro-regions studied, with emphasis on the

CPI. The quantification of total soluble proteins and the activities of antioxidant

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enzymes (superoxide dismutase, ascorbate peroxidase, catalase and peroxidase

phenol) followed the same trend, with higher average values found in plants grown

in the micro CPI, with an emphasis on the activity of catalase which was 80%

higher in plants grown under PAR. These results may have been stimulated by a

possible stress associated with the ionic levels of Na+ and Cl

- in the leaves of plants

grown in IPC that were higher than those grown under PAR. PAR in the K+

concentration was higher than in the IPC. The concentrations of ascorbate

(oxidized, reduced and total) followed an opposite trend, with higher

concentrations in plants grown in micro-PAR. Possibly, the ascorbate was

stimulated by the drought occurred in PAR. It follows that the characteristics of the

micro IPC induced a higher response and possibly the oxidative enzymatic

antioxidants act antagonistically to this non-enzymatic species.

Key words: Helianthus annuus, oxidative stress, ionic stress, water deficit.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composições de ácidos graxos em sementes de girassol. 25

Tabela 2 Produção mundial de óleo das principais oleaginosas. 28

Tabela 3 Girassol – comparativo de área, produtividade e produção safra

2010/2011 e 2011/2012.

29

Tabela 4 Mecanismos de eliminação de espécie reativas de oxigênio,

seus compartimento celulares e respectivas espécies

removidas.

39

Tabela 5 Análise completa dos solos das áreas experimentais. 49

Tabela 6 Médias das temperaturas mínimas, médias e máxima, umidade

relativa do ar e precipitação pluviométrica em Ipanguaçu-RN e

Parnamirim-RN durante o período de abril/2011 a junho/2011.

EMPARN, 2011.

49

Tabela 7 Recomendações para adubação de girassol1 nas duas

microrregiões de cultivo.

52

Tabela 8 Indicadores de crescimento/desenvolvimento e rendimento

agronômico em genótipos de girassol nas duas microrregiões

de cultivo.

61

Tabela 9 Indicadores de status hídrico e dano às membranas dos dois

genótipos de girassol cultivados nas duas microrregiões de

cultivos.

63

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LISTA DE FIGURA

Figura 1 Representação esquemática da duração das principais fases de

desenvolvimento do girassol, com as respectivas exigências

térmicas e hídricas. (Adaptado de EMBRAPA soja, Sergio

Gonçalves).

26

Figura 2 Nova abrangência da região semiárida e sub-úmida seca do

Nordeste do Brasil. (Adaptado do Brasil, 2005).

32

Figura 3 As etapas do processo de peroxidação lipídica: iniciação,

propagação e terminação. (Adaptado por:

<http://biobioradicaislivres.blogspot.com.br/2010/12/peroxidaca

o-lipidica.html>

37

Figura 4 Representação esquemática das principais fontes de EROs e dos

principais mecanismos enzimáticos envolvidos na eliminação do

poder tóxico das EROs (Adaptado de GECHEV e

BREUSEGEM, 2006).

38

Figura 5 Defesa antioxidante: Três importantes enzimas intracelulares

constituintes do sistema antioxidante; superóxido dismutase;

catalase e do sistema de redutase GSH peroxidase GSSG. A

SOD catalisa a dismutação de superóxido (O2-. em 2H2O2) e

catalase a conversão do peroxido de hidrogénio para H2O e O2,

enquanto peroxidase GSH transfere elétrons a partir de GSH

para reduzir os H2O2 em água. A glutationa oxidada produzida

(GSSG) é re-reduzida de volta para GSH pela glutationa

redutase utilizando NADHP e produzindo pela HMP

shunt.acting como um cofactor de enzima. (Adaptado de

<http://www.unifesp.br/dneuro/nexp/riboflavina/h.htm>).

42

Figura 6 Plântulas de girassol semeadas em bandejas poliestireno com

substrato vermiculita expandida 7 (sete) dias após a emergência.

47

Figura 7 Representação gráfica das parcelas experimentais dos genótipos

de girassol Helio 253 e Catissol 01 cultivadas nas microrregiões

de IPÇ e PAR. (EMPARN, 2011).

51

Figura 8 Concentração de potássio (K+), sódio (Na+) e cloreto (Cl-) na

folha apical nos genótipos de girassol Catissol 01 ( ) Helio

253 ( ) e cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias

acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para comparação

dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a

5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas

da mesma letra em minúsculo para comparação entre os

genótipos nas mesma microrregiões de cultivo são diferentes a

5% de probabilidade pelo teste de t-Student.

66

Figura 9 Razão K+/Na

+ nas folhas apicais nos genótipos Catissol 01 ( ) e

Hélio 253 ( ) cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR.

70

Figura 10 Concentração de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico

(peroxidação lipídico) (TBARS) em folha de plantas dos

genótipos girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados

71

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nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da

mesma letra em maiúsculo, para comparação dos genótipos nas

duas microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de

probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da

mesma letra em minúsculo para comparação entre os genótipos

na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5% de

probabilidade pelo teste de t-Student.

Figura 11 Concentração de proteínas solúveis totais (PST) em folha de

plantas dos genótipos de girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253( ),

cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias

acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para comparação

dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a

5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas

da mesma letra em minúsculo para comparação entre os

genótipos na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5%

de probabilidade pelo teste de t-Student.

72

Figura 12 Atividade das enzimas dismutase de superoxido (SOD) [A] e

catalase (CAT) [B] em folha de plantas genótipos de girassol

Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados nas microrregiões de

IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em

maiúsculo, para comparação dos genótipos nas duas

microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de probabilidade,

pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em

minúsculo para comparação entre os genótipos na mesma

microrregião de cultivo são diferentes a 5% de probabilidade

pelo teste de t-Student.

79

Figura 13 Atividade das enzimas peroxidase de ascorbato (APX) [A] e

peroxidase de fenóis (POX) [B] em folha de plantas dos

genótipos de girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados

nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da

mesma letra em maiúsculo, para comparação dos genótipos nas

duas microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de

probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da

mesma letra em minúsculo para comparação entre os genótipos

na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5% de

probabilidade pelo teste de t-Student.

75

Figura 14 Teor de Ascorbato total (AsA T) [A], ascorbato oxidado (AsA

oxid) [B] e ascorbato reduzido (AsA red) [C] em folha de

plantas dos genótipos de girassol, Catissol 01( ) Helio 253( ),

cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias

acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para comparação

dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a

5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas

da mesma letra em minúsculo para comparação entre os

genótipos na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5%

de probabilidade pelo teste de t-Student.

78

Page 16: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

LISTA DE ABREVIATURAS

%U Percentual de Umidade

1O2 Oxigênio Singleto

AgNO3 Nitrato de Prata

APX Peróxidase de Ascorbato

AsA Ácido Ascórbico

CAT Catalase

CE Condutividade Elétrica

Cl- Cloreto

CONAB Campanha Nacional de Abastecimento - Agrícola

CRA Conteúdo Relativo de Água

CTE Cadeia Transportadora de Elétrons

Cu/Zn Cobre/zinco

DAE Dia Após a Emergência

DDT Ditiotreitol

DFI Data de Floração Inicial

DFP Data de Floração Plena

DHA Dehidroascorbato Redutase

DMF Data de Maturação Fisiológica

DNA Ácido desoxirribonucleico

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria

EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte

EROs Espécies Reativas de Oxigênio

Fe Ferro

FeCl3 Cloreto de ferro

G1 Fase G1

GPx Glutationa Peroxidase

GR Glutationa Redutase

GSH Glutationa

GSSG Glutationa Oxidada

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H2O Molécula de água

H2O2 Peróxido de Hidrogênio

H3PO4 Acido Fosfórico

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística

IPÇ Ipanguaçu-RN

K+ Potássio

K2CrO4 Cromato de potássio

K2O Oxido de potássio

KCN Cianeto de potássio

L1 / L2 Primeira ou Segunda Leitura

MDA Monodehidroascorbato Redutase

MF Massa Fresca

Mili-Q Água Mili-Q

Mn Manganês

MS Massa Seca

MT Massa Túrgida

N Nitrogenio

Na+ Sódio

NaCl Cloreto de sódio

NADH Nicotinamida adenina dinucleotídeo reduzido

NADPH Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzido

O² Oxigênio

O2•- Radical Superóxido

OH• Radical Hidroxila

P2O5 Superfosfato triplo

PAR Parnamirim-RN

POX Peroxidase de Fenol

Prs Peroxirredoxinas

S Fase S

SOD Dismutases de Superóxido

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TCA Ácido tricloracetico

TrX Tiorredxina

TrxR Tiorredoxina Redutase

USDA United States Department Of Agriculture

UV Radiação UV

VE Vazamento de Eletrólitos

Ψw Potencial Hídrico

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SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO GERAL.......................................................................... 21

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 25

2.1. GIRASSOL............................................................................................... 25

2.2. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E ASPECTOS GERAIS DA

CULTURADO GIRASSOL............................................................................

27

2.3. O CENARIO DO NORDESTE BRASILEIRO........................................ 29

2.4. EFEITO DA SALINIDADE E DO DÉFICIT HIDRICO SOBRE AS

PLANTAS........................................................................................................

33

2.5. RESPOSTAS A ESTRESSES SECUNDARIOS .................................... 35

2.5.1. Estresse oxidativo................................................................................. 35

2.5.2. Peroxidação lipídica............................................................................. 36

2.5.3. Enzimas relacionadas à eliminação de EROs................................... 40

2.5.3.1. Superóxido dismutase (SOD) – [EC 1.15.1.1] ................................... 40

2.5.3.2. Catalase (CAT) – [EC 1.11.1.6].......................................................... 42

2.5.3.3. Peroxidases......................................................................................... 43

2.5.3.3.a) Peroxidase de ascorbato (APX) – [EC. 1.11.1.11] ....................... 44

2.5.3.3.b) Peroxidase de fenois (POX) – [E.C. 1.11.1.7]................................. 44

2.5.4. Antioxidantes não enzimáticos............................................................ 45

2.6. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES................................................... 45

3. OBJETIVOS............................................................................................... 46

3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 46

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS..................................................................... 46

4. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................... 47

4.1. MATERIAL VEGETAL........................................................................... 47

4.2. CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS

EXPERIMENTAIS ......................................................................................

48

4.3. CONDIÇÕES DE CULTIVO E DELINEAMENTO

EXPERIMENTAL........................................................................................

50

4.4. CARACTERES AVALIADOS................................................................ 52

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4.4.1. Abordagem fisiológica e bioquímica.................................................. 52

4.4.2. Indicadores de estresse hídrico.......................................................... 52

4.4.2.a) Conteúdo relativo de água (CRA) e percentual de umidade (%U) 52

4.4.2.b) Vazamento de eletrólitos (VE)............................................................ 53

4.4.3. Indicadores de estresse iônico............................................................. 53

4.4.3.a)Determinação da concentração de Na+,K

+ e Cl

-.............................. 53

4.4.4. Indicadores de estresse oxidativo....................................................... 54

4.4.4.a) Extração de peroxidação lipídica e ascorbato............................... 54

4.4.4.b) Determinação da concentração de ascorbato................................ 54

4.4.4.c) Extração e determinação das concentrações de proteínas

solúveis.............................................................................................................

55

4.4.4.d) Atividade de dismutases de superóxido (SOD).................................. 56

4.4.4.e) Atividade de peroxidases de ascorbato (APX) ................................. 57

4.4.4.f) Atividade de peroxidases de fenóis (POX)......................................... 57

4.4.4.g) Atividade de catalase (CAT)............................................................... 58

4.4.5. Análise estatística................................................................ 58

5. RESULTADOS.......................................................................................... 59

5.1. INDICADORES DE CRESCIMENTO, RENDIMENTO

AGRONÔMICO E STATUS HÍDRICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL

(Helianthus annus L.) EM DETRIMENTO ÀS CONDIÇÕES

AMBIENTAIS EM DIFERENTES MICRORREGIÕES DO RN................

59

5.2) INDICADORES FISIOLOGICOS E BIOQUIMICOS DO EFEITO

IÔNICO E DA RESPOSTA ANTIOXIDATIVA EM GENOTIPOS DE

GIRASSOL (Helianthus annuus L.)............................................................

64

6. CONCLUSÕES......................................................................................... 79

7. REFERÊNCIAS......................................................................................... 81

Page 21: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

21

1.INTRODUÇÃO GERAL

As plantas, em seu ambiente natural, estão frequentemente expostas a

diversos estresses abióticos como a seca, salinidade e temperaturas extremas

(EPSTEIN et al., 1980; YANCEY et al., 1982; MAIA; 2004). As plantas se

aclimatam aos estresses abióticos através de diversos sistemas metabólicos de

defesa (ZHU, 2001 a; PASTORI e FOYER, 2002). Devido ao fato de muito dos

mecanismos de defesa fisiológica, utilizados pelas células vegetais, ainda não

serem completamente compreendidos, existe um grande interesse da comunidade

cientifica pelas respostas fisiológicas das plantas a condições de estresses

ambientais (INGRAM e BARTELS, 1996; SIEMENS e ZWIAZER, 2003). Uma

vez entendidas, as estratégias de reação aos estresses ambientais poderão ser

utilizadas como ferramentas nos programas de melhoramento vegetal de plantas

economicamente importantes, como por exemplo, na produção de plantas

resistentes a estresses ambientais (BOR et al., 2003).

Em glicófitas, os estresses ambientais interferem drasticamente no

crescimento e na produtividade (BOYER, 1982; EPSTEIN et al., 1980; YANCEY

et al. 1982). Entretanto, os efeitos desses estresses são percebidos em quase todos

os principais processos fisiológicos, incluindo a fotossíntese, respiração e fixação e

metabolismo do nitrogênio (MAIA, 2004).

O girassol (Helianthus annuus L.) é caracterizado como uma glicófita

da família Asteraceae, economicamente importante de ciclo fenológico anual.

Destaca-se como a quarta oleaginosa em produção de grãos e a quinta em área

cultivada no mundo (LEITE et al., 2005). No Brasil, o interesse pelo plantio de

girassol vem crescendo devido à busca por novas opções de cultivo para a

agricultura familiar e diversificação de culturas, além do aumento da demanda das

indústrias por óleo de melhor qualidade para produção de biocombustíveis

(CONAB, 2005).

O girassol destaca-se entre as oleaginosas devido ao elevado teor de óleo

em suas sementes com quantidades superiores a 50%. O óleo apresenta um

conteúdo de ácido linoleico, acima de 68%, ideal para a produção de biodiesel

Page 22: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

22

(CASTRO et al., 1997; LIRA et al., 2009). Somando-se a estes fatores, o alto

potencial desta espécie para o cultivo em larga escala, inclusive nas regiões áridas e

semiáridas, está ligado a sua resistência à falta de água e a baixas temperaturas,

além de seu cultivo ser minimamente influenciado pela latitude, altitude e

fotoperíodo (CASTRO et al., 1997). Ainda pode ser considerada, com base em

indicadores de estresse hídrico, uma espécie de tolerância moderada a seca e

salinidade (KATERJI et al., 2000; CATERINA et al., 2007).

Em regiões áridas e semiáridas, o excesso de sais no solo exerce efeitos

adversos nas plantas, incluindo distúrbios osmóticos, que dificulta a absorção de

água pelas raízes causando toxicidade por íons e desequilíbrio nutricional

(TORRES et. al., 2004). Altos níveis de salinidade e o déficit hídrico característico

da região Nordeste, têm limitado a produção agrícola, sendo fator limitante para o

crescimento e a produção de culturas.

De modo geral, a salinidade e a deficiência hídrica induzem modificações

morfológicas, estruturais e metabólicas nas plantas superiores (ASHRAF e

HARRIS, 2004; MUNNS, 2005; CONUS, 2009). Contudo, as concentrações de

sais que restringem o crescimento da planta variam amplamente entre espécies e

entre os cultivares, dependendo não apenas do tipo de sal, mas do tempo de

exposição e do estádio de desenvolvimento da planta (LEVITT, 1980; MUNNS,

2002). Desse modo, trabalhos de caracterização anatômica, morfofisiológica e

moleculares são de fundamental importância no esclarecimento do perfil de

desenvolvimento e no diagnóstico de adaptação/aclimatação de espécies e/ou

genótipos ao cultivo no Rio Grande do Norte. Para garantir a implantação da

cultura do girassol em larga escala para a produção de biodiesel no semiárido

nordestino, é necessário que sejam feitos estudos, para caracterizar o nível de

resistência e suscetibilidade ao estresse salino e ao déficit hídrico de cultivares

desta espécie.

Além de danos primários causados pelos estresses ambientais, danos

secundários são promovidos através do aumento da produção de espécies reativas

de oxigênio (EROs) e/ou através da inibição dos sistemas de defesa antioxidante

(ALSCHER et al., 1997; ASADA, 1992; MAIA, 2004).

Page 23: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

23

As EROs são produzidas normalmente a partir do metabolismo aeróbico,

pela interação entre O2 com os elétrons que são eventualmente desviados da cadeia

transportadora de elétrons (CTE) nos cloroplastos e mitocôndrias (HALLIWELL e

GUTTERIDGE, 1985). Em circunstâncias ambientais normais, a concentração de

EROs é reduzida, devido à atividade de enzimas antioxidantes protetoras como a

dismutase de superóxido, catalase e peroxidase de ascorbato (HALLIWELL, 1985;

ASADA, 1992). No entanto, em condições de estresses abióticos, ocorre nas

plantas um aumento na produção de EROs que são altamente reativas, e na

ausência de qualquer mecanismo protetor, podem causar sérios distúrbios ao

metabolismo, danificando assim as membranas celulares, DNA, proteínas, entre

outras estruturas (DIONISIO-SESE e TOBITA, 1998; PASTORI e FOYER, 2002;

MAIA, 2004). Por exemplo, em gramíneas, quando estas se encontram em situação

de estresse hídrico, ocorre aumento na peroxidação de lipídios e acumulação de

antioxidantes (PRICE e HENDRY, 1987), além de aumentar a atividade de

enzimas responsáveis pela desintoxicação celular (SMIRNOFF e COLOMBE,

1988). Contudo, poucos trabalhos enfatizam as estratégias de resistência de plantas

de girassol a fatores abióticos em relação aos mecanismos de defesa antioxidativa.

Diante do exposto, evidencia-se a necessidade de melhor compreender as

possíveis estratégias metabólicas antioxidativas frente às condições de estresses

abióticos. Subsequentemente, este estudo poderá auxiliar no desenvolvimento de

tecnologias destinadas ao melhoramento vegetal com o intuito de otimizar

mecanismos de resistência em espécies cultiváveis, frente às condições de estresses

ambientais.

Page 24: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

24

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. GIRASSOL

O girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual da

família Asteraceae, originaria do continente americano, tendo como centro de

origem o México. Adapta-se a diferentes condições ambientais, podendo ser

cultivado do Norte ao Sul do Brasil (CASTRO e FARIAS, 2005; LIRA et al,

2011).

A planta do girassol apresenta grande diversidade de características

fenotípicas. Possui caule robusto e ereto, com ou sem pelos, geralmente sem

ramificações, com diâmetro variando entre 15 e 90 mm. Quanto à altura, são

observadas variações de 0,5 a 4,0 m (CASTIGLIONI et al., 1994; MELO, 2012).

Suas folhas podem apresentar diversos formatos e tamanhos, são pecioladas,

alternadas, com comprimento de 8 a 50 cm e número de folhas por caule variando

entre oito e 70 cm (FRANK e SZABO, 1989). O sistema radicular é do tipo

pivotante que, quando deixado após a colheita, promove uma considerável

reciclagem de nutrientes e aumento da matéria orgânica do solo (CASTRO et al.,

1996a).

A inflorescência desta espécie é do tipo capítulo com formação plana,

convexa ou côncava com diâmetros de 6 a 50 cm, com número de flores variando

de 100 a 8000 por capítulo (CASTRO et al., 1996b). As flores do disco produzem

os frutos, denominados aquênios (grãos). As flores do raio, que são estéreis,

servem para atrair insetos polinizadores, particularmente abelhas que propiciam a

fecundação cruzada (CASTRO et al., 1996a).

Os aquênios têm formas oblongas, geralmente achatada, composto de

pericarpo, mesocarpo e endocarpo de tamanho, cor e teor de óleo variável

conforme as características de cada cultivar. As amêndoas contêm baixo teor de

fibras, entretanto são ricas em óleo e proteínas. Já a casca contém uma baixa

percentagem de óleo (0,4 a 1,7%) e proteína bruta 1,7 a 4,5% com cerca de 50% de

fibra crua (ABOISSA, 2005).

Page 25: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

25

Devido suas características morfofisiológicas o girassol é indicado

para a produção de ração animal e uso humano (alimentício ou farmacêutico). Dos

grãos pode ser extraído cerca de 400 kg de óleo, 250 kg de casca e 350 kg de torta

para os animais, com 45% a 50% de proteína bruta por tonelada (LIRA et al.,

2011).

Dentre os óleos vegetais, o óleo de girassol destaca-se por suas

excelentes características físico-químicas e nutricionais. Possui alta relação de

ácidos graxos poli-insaturados (69%) e saturados (11%) (Tabela 1), sendo que o

teor de poliinsaturado é constituído, em grande parte, pelo ácido linoléico (69%).

Por essas características, é um dos óleos vegetais de melhor qualidade nutricional e

organoléptica do mundo (CASTRO et al., 1997; LIRA et al., 2011; MELO, 2012).

Adicionalmente, esse óleo vem sendo também utilizado para a produção de

biodiesel devido às suas qualidades excepcionais (LIRA et al., 2011). No contexto

mundial, à produção de óleo de girassol vem ocupando há alguns anos a quarta

posição (Tabela 1).

Tabela 1. Composições de ácidos graxos em sementes de girassol

Óleo Monoinsaturado Polinsaturado

Composições de

ácidos graxos em

sementes de

girassol

Saturado

Alto oleico 82% 9% 9%

Médio Oleico 65% 26% 9%

Girassol linoleico 20% 69% 11%

Canola 62% 32% 6%

Oliva 77% 9% 14%

Fonte: Embrapa Soja, 2007.

O girassol possui ciclo vegetativo relativamente curto variando entre

90 a 130 dias. Em média, o florescimento ocorre 60 dias após a semeadura,

Page 26: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

26

possibilitando a fecundação cruzada. Em lavouras comerciais, durante a floração,

as abelhas propiciam aumento da produção pela polinização de um maior número

de flores, além de possibilitar completa fecundação das mesmas, ou seja, associada

à produção de aquênios, a produção de mel pode ser outra fonte de renda, visto que

chega a produzir de 30 a 40 kg de mel por hectare (LEITE et al., 2005; MELO,

2012).

A cultura do girassol é pouco influenciada pela latitude, longitude e pelo

fotoperíodo. As faixas de temperatura toleradas pelo girassol giram em torno de 10

a 34°C. As necessidades hídricas variam de 200 mm até 900 mm por ciclo, sendo

que 200 mm bem distribuídos até os 70 dias após a semeadura, são suficientes para

obter uma boa produtividade (Figura 1). O período de maior necessidade de água é

entre os 10o e o 15

o dia anterior ao início do florescimento e de 10 a 15 dias após o

final da floração (SENTELHAS e UNGARO, 1998; TYAGI et al., 2000; KARAM

et al., 2007; LIRA et al., 2011).

Figura 1- Representação esquemática da duração das principais fases de desenvolvimento

do girassol, com as respectivas exigências térmicas e hídricas. (Adaptado da apresentação

de Sergio Gonçalves da EMBRAPA soja).

Page 27: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

27

Para o plantio do girassol são indicados os solos de textura média,

profunda com boa drenagem, razoável fertilidade e pH variável de ácido a neutro

(superior a pH 5,2) ( LIRA et al., 2011).

A alta eficiência em explorar a água disponível no solo para seu

desenvolvimento e sua tolerância à ampla faixa de temperatura, faz com que esta

planta seja capaz de produzir grande quantidade de matéria seca sob condições de

estresse hídrico, sem redução significativa da produção (CASTRO e FARIA,

2005).

2.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DO

GIRASSOL.

O girassol é uma espécie produtora de grãos e forragem de fácil adaptação

aos diversos ambientes, apesar de não ter a mesma tradição de cultivo no país

como o algodão, o milho e a soja, dentre outras culturas. Produz um óleo com

excelente qualidade industrial e nutricional, sendo sua principal utilização como

óleo comestível. Além disso, a torta produzida como subproduto da extração do

óleo é uma excelente ração animal; associações do cultivo de girassol com a

apicultura aumentam tanto a produção de mel como o próprio óleo, pela ação

polinizadora e; o óleo vem ganhado espaço no mercado do biocombustível por sua

excelente qualidade físico-químico (CASTRO et al., 1996; LIRA et al., 2011).

Contudo, o Brasil ainda é um produtor pouco expressivo de girassol, tendo

participado com aproximadamente 0,5% da produção mundial nos últimos anos

(FAGUNDES, 2002). Este fato possibilitou a implantação do Programa Nacional

de Biocombustíveis em 2002, pelo Governo Federal, visando beneficiar grande

número de agricultores no Nordeste, estimulando o cultivo de culturas oleaginosas,

dentre elas o girassol (TRAVASSOL et al., 2011). Neste cenário, o Estado do Rio

Grande do Norte tem um grande potencial para expansão da cultura do girassol,

principalmente, em áreas onde predominam a agricultura familiar (CAMARA,

2007).

Segundo a USDA (United States Department of Agriculture) de 2011 a

produção de girassol encontra-se na quinta colocação dentre as oleaginosas mais

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28

produzidas no mundo (Tabela 2). Segundo o CONAB (Campanha Nacional de

Abastecimento - Agrícola), em 2010, o Nordeste brasileiro destacou-se como

região produtora, contribuindo com 2% do total plantado no país, destacando-se

apenas os estados do Rio Grande do Norte e Ceará (Tabela 3). A introdução do

girassol, em áreas desmatadas e degradadas do semiárido, para produção do

biodiesel representa um grande ganho ambiental para esta região.

A rotação com culturas alimentícias também favorece a preservação do

meio ambiente, pois a partir da utilização destas áreas, que outrora não estavam

sendo aproveitadas, não haverá a necessidade de desmatamentos de novas áreas

para o suprimento alimentar/industrial da população (CAMARA, 2007). A má

distribuição e a não ocupação das terras abandonadas, parecem contribuir para que

a produção, o processamento e o consumo da oleaginosa, bem como dos seus

principais derivados sejam cotados para o cultivo e o aproveitamento destas regiões

(LEITE et al., 2005).

Tabela 2: Produção mundial de óleo das principais oleaginosas.

2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07

Dende 27,71 29,59 33,88 35,96 38,97

Soja 30,54 30,05 32,45 34,35 35,82

Canola 12,25 14,16 15,76 17,19 18,03

Girassol 8,12 9,13 8,99 10,35 10,82

Amendoin 4,65 5,04 5,07 5,17 4,99

Algodão 3,51 3,84 4,71 4,55 4,72

Palmiste 3,36 3,67 4,13 4,36 4,69

Coco 3,16 3,29 3,44 3,46 3,30

Oliva 2,51 3,06 2,97 2,59 2,99

Total 95,81 101,83 111,40 117,98 124,33

Fonte: USDA, citado por Embrapa Soja, 2007.

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29

Tabela 3: Girassol – comparativo de área, produtividade e produção safra

2010/2011 e 2011/2012.

Região/UF

Área

(Em mil/ha)

Produtividade

(Em kg/ha)

Produção

(Em mil/t)

Safra

10/11

(a)

Safra

11/12

(b)

Var.

%

(b/a)

Safra

10/11

(c)

Safra

11/12

(d)

Var.

%

(c/d)

Safra

10/11

(e)

Safra

11/12

(f)

Var.

%

(f/e)

Nordeste 2,1 2,1 - 776 767 (1,2) 1,7 1,7 -

CE 1,9 1,9 - 788 780 (1,0) 1,5 1,5 -

RN 0,1 0,1 - 642 640 (0,3) 0,1 0,1 -

BA 0,1 0,1 - 672 650 (3,3) 0,1 0,1 -

Fonte: Adaptado por CONAB – Levantamento Janeiro/2012.

Desde o ano de 2005, os dados da exploração de girassol no Nordeste têm

sido levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estudos

realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte

(EMPARN) tem mostrado que o girassol possui ampla adaptabilidade a diversos

ambientes, podendo inclusive ser cultivado em regiões semiáridas e tropicais de

praticamente todo o Estado. Ensaios realizados nos municípios Norte-

Riograndense de Apodi, Ipanguaçu e Canguaretama, em duas redes experimentais

nos anos agrícolas de 2006 e 2007, registraram médias de produção que variaram

de 1300 a 2700 kg ha-1

, superiores à média nacional de 1500 kg ha

-1, o que

evidencia as condições edafoclimáticas propícias ao desenvolvimento de cultura do

girassol no Rio Grande do Norte (LIRA et al, 2011).

2.3. O CENARIO DO NORDESTE BRASILEIRO

As condições especiais de clima e solo nordestino determinam o tipo de

vegetação típica, sobressaindo-se, entre muitas espécies, plantas de grande valor

econômico. Dentre estas, no semiárido brasileiro encontra-se em destaque, o

cultivo de diversas espécies oleaginosas, cujo cultivo é restrito a fins alimentícios.

Nos dias atuais, com a aprovação do Projeto de Produção de Biodiesel em

2002, passou a ser cotado o cultivo de oleaginosas como matéria prima para a

Page 30: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

30

produção de biodiesel. Uma vez que todos os óleos vegetais da categoria de óleos

fixos ou triglicerídeos podem ser transformados em biodiesel, o qual pode ser

obtido por processos químicos, como craqueamento e transesterificação, este novo

produto passa a ser cotado como um possível substituto do diesel proveniente do

petróleo, que é uma fonte de energia esgotável (BELTRÃO e OLIVEIRA, 2007).

O uso do biodiesel em substituição ao óleo diesel mineral, além da possível

mitigação das emissões de dióxido de carbono, proporciona redução da emissão de

gases e partículas pelos veículos que são diretamente prejudiciais à saúde humana e

ao meio ambiente, como o monóxido de carbono, enxofre, hidrocarboneto

aromáticos policíclicos (compostos cancerígenos) (BELTRÃO e OLIVEIRA,

2007).

Com a aprovação da lei 11.097/2005 no Brasil, que estabelece percentuais

mínimos de mistura de biodiesel ao diesel mineral e o monitoramento da inserção

deste novo combustível no mercado, obrigou as refinarias a misturar 2% de

biodiesel ao diesel mineral de 2008 a 2012, sendo necessários 840 milhões de litros

de biodiesel. A partir do ano 2013, o percentual de biodiesel misturado ao diesel

mineral será de 5%, o que corresponde a uma produção de 2,2 bilhões de litros de

biodiesel (RODRIGUES, 2006). Neste contexto, a oferta de matéria prima parece

ser uma das principais dificuldades que restringe a implementação de um programa

de produção extensiva de biodiesel (CARGININ, 2007).

Segundo Beltrão (2007), o Brasil pode produzir mais de 60% das

demandas mundiais de energias renováveis para substituir o petróleo e seus

derivados, em especial o diesel mineral, que somente no país são consumidos por

ano cerca de 40 bilhões de litros, dos quais seis bilhões na agricultura. E com o

auxilio de técnicas e das diversas áreas da engenharia agrícola que torna capaz de

transformar áreas abandonadas e degradadas em áreas produtivas, permitindo assim

que o Brasil amplie suas áreas para agricultura, sem necessariamente haver mais

desmatamento. Torna-se assim, isso um dos grandes desafios para expandir as

fronteiras agrícolas do Brasil e beneficiar as regiões mais carentes.

No Brasil, a produção de biomassa energética pode envolver as

comunidades agrícolas, especialmente as mais enfraquecidas pelos processos de

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31

desenvolvimentos e, ao mesmo tempo, permitir a inclusão social dessa população

rural, reduzindo sua vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas. Cabe

ressaltar novamente, que em comparação aos outros setores da economia, o setor

agrícola é extremamente vulnerável às mudanças climáticas, uma vez que o clima é

o fator mais importante na determinação da sustentabilidade de sistemas de

produção agrícolas (LIRA, et al., 2010).

As comunidades que dependem dos recursos naturais para sua

sobrevivência estão entre as mais duramente afetadas pelas mudanças climáticas.

Quando as plantações de biomassa para fins alimentícios e energéticos são bem

localizadas, planejadas e manejadas, podem gerar serviços ambientais adicionais,

como a redução de nutrientes lixiviados pela erosão, o acúmulo de carbono no solo

intensifica a fertilidade de terra e contribui para o fomento da diversificação de

cultivos adaptados as condições climáticas atuais e futuras (BELTRÃO, 2007;

LIRA, et al., 2010).

Particularmente na região Nordeste do Brasil, onde a viabilidade de

diversificação de cultivo agrícola é escassa, o mercado emergente de biodiesel,

pode auxiliar no desenvolvimento do setor agrícola local. Esta região do país

possui imensa diversidade de plantas oleaginosas que na sua maioria ainda

precisam ser melhores estudadas, exploradas e, em alguns casos preservadas.

Muitas dessas espécies são de grande importância para o homem, não só para a

produção de alimentos, mas também, dentre outros usos importantes, na produção

de biodiesel (BELTRÃO e OLIVEIRA, 2007). No entanto, cerca de 1.500.000 km²

dos 1.600.000 km² que o Nordeste brasileiro ocupa no território nacional são

caracterizados como insuficientes em água, estando inseridos no Polígono das

secas, uma região semiárida de 940 mil km² que ocupa 62% desse território (Figura

2) (DANTAS et al., 2002; MELO, 2012).

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32

Figura 2- Nova abrangência da região semiárida e sub-úmida seca do Nordeste do Brasil.

(Adaptado do Brasil, 2005).

O polígono das secas é uma região predominantemente semiárida e

comumente afetada por um regime irregular de precipitações devido à insuficiência

e a má distribuição das mesmas ao longo do ano. Tais características constituem

fatores limitantes para o desenvolvimento urbano, industrial, e agropecuário,

comprometendo significativamente o rendimento das culturas e dificultando a

instalação de sistemas eficientes para o armazenamento da água, o que intensifica

ainda mais os efeitos sociais (SANTOS JÚNIOR et al, 2011).

A distribuição da pluviosidade da Região Nordeste é muito complexa, não

só em relação ao período de ocorrência (três meses, podendo às vezes nem existir),

como em seu total anual, que varia de 300 a 2.000 mm dependendo da sub-região

nordestina. No litoral, a pluviosidade anual supera 1.000 mm, chegando a 2.000

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33

mm em alguns casos, enquanto que no semiárido está em torno de 800 mm,

podendo atingir 300 mm ou menos (CAMPOS, 1997).

Quanto aos balanços hídricos do Nordeste, Salati et al. (2007) mostram que

o período chuvoso e de recarga de umidade do solo é entre fevereiro e abril e

depois, o período é de retirada e deficiência de água durante a estação seca, que vai

de julho até antes da pré-estação chuvosa em janeiro. A vulnerabilidade da erosão

do solo tende a aumentar quando também há aumento nas temperaturas. O aumento

de temperatura diminui a umidade dos solos já seco na maior parte do ano no

semiárido, aumentando a vulnerabilidade por erosão eólica. Nas regiões onde a

chuva é restrita, o aumento da temperatura também aumenta as taxas de

evaporação e, consequentemente, o risco de salinização desses solos (YEO, 1999).

2.4. EFEITO DA SALINIDADE E DO DÉFICIT HIDRICO SOBRE AS

PLANTAS

Os estresses abióticos, como a deficiência hídrica, aumento da salinidade

do solo e temperaturas extremas são os principais fatores limitantes do crescimento

vegetativo e da produtividade das plantas (EPSTEIN et al., 1980; YANCEY et al.,

1982). Contudo, as formas de estresses abióticos supracitados geram diversas

consequências, causadas tanto pelo agente propriamente dito (por exemplo: a

toxicidade iônica e estresse osmótico – promovido pelo estresse salino), como por

efeito indireto da ação desses estresses. Assim, existem duas categorias de

estresses, os primários, que são os causados diretamente pelos agentes estressores e

os secundários, causados pelos efeitos indiretos.

Atualmente, sabe-se que os efeitos da seca na produção provocam

alterações no metabolismo e no crescimento. Sua intensidade é diretamente

dependente do estádio fisiológico em que o organismo se encontra e da sua

severidade. O processo de crescimento celular, através da síntese de proteína e de

parede celular, é o mais sensível às reduções na disponibilidade de água dos tecidos

(SALISBURRY e ROSSI, 1991; NOBEL, 1992).

O excesso de sais no solo também pode diminuir a disponibilidade de água

para o vegetal. Em adição ao estresse iônico, também causa estresse osmótico,

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34

como na situação de seca. Concentrações elevadas de sais no solo reduzem o

potencial hídrico (Ψw) do meio, reduzindo a disponibilidade de água para a planta

(ZHU, 2001b; WINICO, 1998). Esses dois estresses, de forma muito semelhante ao

estresse por deficiência hídrica, causam danos fisiológicos ou provocam estresses

secundários como a oxidação. Cada estresse, primário ou secundário, originado a

partir da exposição ao sal, ou deficiência hídrica, possui sua própria cascata de

sinalização, via metabólica e estratégia de adaptação e tolerância (ZHU, 2001a).

A salinidade também interfere nas concentrações de potássio (K+)

encontradas nas plantas, um componente essencial para o ajustamento osmótico

celular, principalmente para o fenômeno de abertura e fechamento estomático

(MAATHUIS e AMTMANN, 1999). De acordo com Serrano e Rodrigues-Navarro

(2001), durante o estresse salino ocorre um decréscimo na absorção de potássio

(K+) e um aumento no influxo de sódio (Na

+). Como o Na

+ é toxico (AMZALLAG

et al., 1990) e o K+

é o soluto que mais contribui para a manutenção da pressão

osmótica e da força iônica, as plantas estressadas por NaCl ativam transportadores

de cátions no tonoplasto e na membrana celular para manter a homeostase.

O efeito tóxico sobre o metabolismo celular e fisiológico, pelo acúmulo de

Na+ e Cl

- nos tecidos e a redução na disponibilidade de água, causada pela

diminuição do potencial hídrico do solo, pode explicar danos fisiológicos como a

redução do crescimento de plantas, quando submetidas à salinidade (MAIA, 2004).

A queda da transpiração e a redução no potencial hídrico do solo explicam a

diminuição da transpiração e a assimilação de fotoassimilados.

Neste contexto, sob condições de déficit hídrico e salinidade, as folhas de

plantas apresentam como resposta primária a redução da concentração intercelular

de CO2, em razão do fechamento estomático, gerando decréscimos na assimilação

do CO2 e no rendimento quântico do fotossistema II (BAKER, 1993). Entretanto,

também tem sido relatado que sob estresse hídrico severo, além das restrições

estomáticas no suprimento de CO2, podem ocorrer limitações em componentes não

estomáticos, com danos nos centros de reação fotossistema II, os quais podem

apresentar reversão parcial depois de reidratados (ANGELOPOULOS et al, 1996).

Page 35: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

35

Há evidencias de que os efeitos do estresse hídrico sobre o fotossistema II

podem ser medidos pela produção e acumulação de espécies reativas de oxigênio

(SMIRNOFF, 1993; LAWLOR, 1995) como um efeito secundário ao estresse

abiótico. Este fenômeno leva a planta a extensivos danos em membranas,

desencadeados por processos peroxidativos em lipídios, com subsequente perda de

eletrólitos pela célula (ALONSO et al., 1997; QUEIROZ et al., 1998) e queda na

atividade fotossintética (SMIRNOFF, 1993; QUEIROZ et al., 2002).

Entre as diversas consequências da seca sobre o desenvolvimento de

plantas, a restrição na aquisição de nutrientes e água é comumente reconhecida

(MANIVANNAN et al., 2007). Evidências sugerem que a seca provoca estresse

oxidativo em varias espécies vegetais, em que espécies reativas de oxigênio

(EROs), tais como radical superóxido (O2•-), radical hidroxila (OH•), peróxido de

hidrogênio (H2O2) e oxigênio singleto (1O2) são produzidos nessas condições

(JALEEL et al., 2007). A produção de EROs parece ser um evento dinâmico

durante o desenvolvimento vegetal, bem como uma resposta secundária da planta a

estresses bióticos e abióticos (APEL e HIRT, 2004).

2.5 RESPOSTAS A ESTRESSES SECUNDARIOS

2.5.1. Estresse oxidativo

Um dos grandes problemas para a produção agrícola no Nordeste brasileiro

é ocasionado pelas condições edafoclimaticas, as quais provocam diversos

estresses nas plantas cultivadas nesta região, dentre eles o estresse salino e o déficit

hídrico. Esses estresses provocam de forma secundaria o estresse oxidativo.

O estresse oxidativo induz, nas células vegetais, a formação de espécies

reativas de oxigênio, que podem atacar e modificar quase todas as moléculas

orgânicas, resultando em sérios danos às células e aos tecidos (APEL e HIRT,

2004; MOLLER et al., 2007; MAIA, 2008). Por outro lado, as plantas podem

mobilizar enzimas e substâncias antioxidantes para protegê-las contra o excesso ou

a produção inapropriada dessas espécies (BULBOVAS et al., 2005).

Page 36: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

36

Muitas vezes, plantas expostas à situações estressantes do ambiente urbano

não apresentam injurias visíveis, mas seus sistemas antioxidantes podem ser

bastante alterados, de modo que, por meio da quantificação de antioxidantes, pode-

se detectar se as condições de temperatura, umidade relativa, irradiação, poluição

atmosférica, entre outros, são capazes de agir sobre as plantas (ARNDT e

SCHWEIZER 1991; FANGMEIR et al., 1994; BULBOVAS, et al., 2005).

2.5.2. Peroxidação lipídica

A produção de EROs pode iniciar o processo de peroxidação lipídica nas

membranas celulares, formando hidroperóxido de lipídios (Figura 3). A

peroxidação de lipídios de membrana é um dos eventos mais significativos do

estresse oxidativo porque causa a diminuição da fluidez da membrana,

modificações de permeabilidade iônica e de outras funções associadas às

membranas (QUEIROZ et al., 1998). Os eventos bioquímicos resultantes da

diminuição da fluidez das membranas incluem a interferência nas funções das

proteínas, a redução do suprimento de energia, a perda de compartimentalização, a

liberação acentuada de íons e outros eventos que rompem o metabolismo normal e

levam ao desbalanço e perda das funções essenciais (AZIZ e LARHER, 1998).

Na literatura, são encontrados vários trabalhos que relatam a peroxidação

lipídica sob varias condições de estresse: encharcamento celular e senescência, em

Tabaco (Nicotina tabacum) (HURNG e KAO, 2002), seca, em aroeira do sertão

(Myracroduon urundeuva Fr.) (QUEIROZ et al., 2002) e estresse salino, em Beta

vulgaris ssp. marítima L. (BOR et al., 2003).

Page 37: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

37

Figura 3- As etapas do processo de peroxidação lipídica: iniciação, propagação e

terminação. (Adaptado por:

<http://biobioradicaislivres.blogspot.com.br/2010/12/peroxidacao-lipidica.html>.)

O estresse oxidativo inicia-se com a produção dos radicais livres através da

completa redução do O2 por quatro elétrons transportados ao longo da cadeia

respiratória, gerando duas moléculas de água. No entanto, uma pequena parcela dos

elétrons escapa da cadeia respiratória, resultando em uma redução parcial do

oxigênio molecular, levando a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs)

na forma de oxigênio singleto (¹O2), peróxido de hidrogênio (H2O2), radical

hidroxila (OH•) e ânion superóxido (O2•-) (MITTLER, 2002). Essas moléculas

tóxicas são formadas durante funções metabólicas normais nos peroxissomos ou

induzidas por estímulos ambientais aos quais as plantas estão constantemente

expostas (Figura 4) (MITTLER, 2002; EAUX, 2007).

Page 38: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

38

Figura 4- Representação esquemática das principais fontes de EROs e dos principais

mecanismos enzimáticos envolvidos na eliminação do poder tóxico das EROs (Adaptado de

GECHEV e BREUSEGEM, 2006)

As EROs são, sobretudo, subprodutos do metabolismo celular regular, mas

podem ser gerados com a destruição do sistema de transporte de elétrons durante

condições de estresse. O principal ponto de produção de EROs na célula durante o

estresse são as organelas com alta atividade de oxidação metabólica ou com fluxos

de elétrons sustentados: cloroplastos e mitocôndrias. Nos cloroplastos, a formação

de EROs esta relacionadas com eventos da fotossíntese. E nas mitocôndrias a

produção de EROs esta relacionadas ao fenômeno de fotorrespiração e outra forma

de produção de H2O2. A produção de EROs em mitocôndrias de plantas recebeu

pouca atenção no passado, mas dados recentes sugerem que tais organelas podem

ser fontes de EROs sobre condições de estresse especifica (Figura 4) (MOLLER,

2001; FOYER e NOCTOR, 2003; MAIA, 2008).

Em plantas, o desequilíbrio entre a produção e remoção de EROs é

favorecido por vários fatores ambientais de estresse como a exposição a níveis

elevados de luminosidade, seca, metais pesados, alta concentrações de sais,

Page 39: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

39

extremos de temperatura, radiação UV, poluição do ar, herbicidas, estresse físico e

mecânico e também como resposta a estresses bióticos tais como o ataque de

patógenos (MALLICK e RAI, 1999). Assim, o saldo final pode ser uma elevação

dos níveis de EROs e, consequentemente, o estresse oxidativo, que leva á redução

na produtividade dos vegetais (VAIDYANATHAN et al., 2003; GUO et al., 2006;

CARVALHO, 2011). O efeito final gerado depende não só do compartimento que

esta sendo afetado, mas do tipo de EROs que esta reagindo (DROGE, 2002).

As EROs podem ser produzidas em qualquer compartimento celular e são

controladas por um complexo sistema antioxidante que as plantas evoluíram para

atuar de forma coordenada afim de conter os efeitos deletérios das EROs (EL-

SHABRAWI et al., 2010) (Tabela 4). Esses compostos são formados pelo ciclo

ascorbato-glutationa que inclui um grande número de compostos antioxidantes

hidrofílicos, como o ácido ascórbico (AsA) e a glutationa (GSH), e ainda enzimas

antioxidantes, das quais as mais importantes são as dismutases de superóxido

(SOD), catalase (CAT) e peróxidase de ascorbato (APX) (MILLER et al., 2008;

2010).

Tabela 4: Mecanismos de eliminação de espécies reativas de oxigênio, seus

compartimentos celulares e respectivas espécies removidas.

Mecanismo Remoção (produto) Localização celular

Ciclo

Glutationa/ascorbato

H2O2 (H2O) Citosol, mitocôndria,

peroxissomos

Catalase H2O2 (H2O) Mitocôndria,

peroxissomos

Peroxido de ascorbato H2O2 (H2O) Citosol, mitocôndria,

peroxissomos, membrana

plasmática, microcorpos,

glioxissomos.

Peroxido de fenóis H2O2 (H2O) Citosol, vacúolos,

apoplasto, parede celular.

Dismutase de superóxido O2. (H2O2) Citosol, mitocôndria,

peroxissomos,

microssomos,

glioxissomos.

Fontes: Dat et al., 2000; Moller, 2001; Shigeoka et al., 2002; Mittler et al., 2004;

D’arcy-Lameta et al., 2006; Moller, 2007; Maia, 2008.

Page 40: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

40

A célula vegetal e suas organelas – peroxissomas (DEL RIO et al., 2006),

cloroplastos (ASADA, 2006), e mitocôndria (MOLLER, 2007), contém diversos

sistemas enzimáticos e não enzimáticos para remoção de EROs (APEL e HIIRT,

2004; MOLLER, 2007). O sistema antioxidante enzimático é constituído

principalmente pelas enzimas dismutase de superóxido, catalase, peroxidase de

ascorbato e peroxidase de fenol enquanto o sistema não enzimático é constituído,

sobretudo, por componentes hidrofílicos, tais como o ascorbato e a glutationa.

Os antioxidantes são definidos biologicamente como aqueles compostos

que protegem os sistemas biológicos contra os efeitos deletérios dos processos ou

das reações que levam à oxidação de macromoléculas ou estruturas celulares. Isto

implica que os diferentes antioxidantes podem atuar em níveis e com modo de ação

distinto. Os antioxidantes podem ser classificados, didaticamente, em duas

categorias: o sistema primário, que são os inibidores, impedindo a geração de

EROs ou sequestram estas espécies, impedindo sua interação com os alvos

celulares: e o secundário que consiste nos bloqueadores da etapa de propagação da

cadeia radicalar, que efetivamente, removem radicais intermediários como o

radical peroxila ou alcoxila. Esses antioxidantes bloqueadores da propagação da

cadeia radicalar interrompem a sequencia de auto-oxidação em cadeia, reagindo

com os radicais livres, para produzirem produtos estáveis (JORDÃO JUNIOR, et

al., 1998).

2.5.3. Enzimas relacionadas à eliminação de EROs

2.5.3.1. Superóxido dismutase (SOD) – [EC 1.15.1.1]

As superoxido dismutases desempenham papel chave no sistema de defesa

antioxidante por serem enzimas catalisadoras da dismutação do superoxido (O2-) a

peróxido de hidrogênio (H2O2) e oxigênio (O2) (CATANEO, et al., 2010) (Figura

5). As SOD’s são metaloenzimas que ocorrem em três diferentes formas

moleculares, podendo estar ligadas a um grupo metálico (Cu/Zn, Mn e Fe). As

plantas normalmente têm Cu/Zn-SOD no citosol, Cu/Zn e/ou Fe-SOD no

cloroplasto e Mn-SOD na mitocôndria. As SOD’s são consideradas importantes

Page 41: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

41

agentes antioxidantes, porém, em elevadas concentrações nas células animais e

bacterianas, podem induzir disfunções e morte celular (BAKER e ORLANDI,

1995; CATANEO, et al., 2010).

Essas isoenzimas podem ser separadas por eletroforese nativa em gel de

poliacrilamida e sua atividade detectada por revelação negativa com base na sua

sensibilidade ao KCN e/ou ao superóxidos. Existem distinções entre as isoenzimas,

como, por exemplo, a afinidade com substrato: a Mn-SOD é resistente ao KCN e o

H2O2, enquanto que a Cu/Zn-SOD é sensível a ambas as substâncias. A Fe-SOD

também é resistente ao KCN e sensível ao H2O2. As isoenzimas da SOD também se

distinguem pela distribuição subcelular: a Mn-SOD é comumente encontrada na

mitocôndria de células eucarióticas; algumas isoenzimas Cu/Zn-SOD são

encontradas no citosol e outras em cloroplastos de plantas superiores (MCKERSIE,

1996; MAIA, 2004).

Foi relatado que o estresse fotoxidativo causado pelo herbicida Paraquat®

modifica intensamente a atividade da SOD e o nível de proteínas Cu/Zn-SOD nas

folhas (BOWLER et al., 1992). Diversos trabalhos mostram ainda a correlação

entre resistência de plantas a estresse oxidativo e atividade da dismutase de

superóxido (CATANEO, et al., 2010).

Page 42: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

42

Figura 5: Defesa antioxidante: Três importantes enzimas intracelulares constituintes do

sistema antioxidante; superóxido dismutase; catalase e do sistema de redutase GSH

peroxidase GSSG. A SOD catalisa a dismutação de superóxido (O2-. em 2H2O2) e catalase a

conversão do peroxido de hidrogénio para H2O e O2, enquanto peroxidase GSH transfere

elétrons a partir de GSH para reduzir os H2O2 em água. A glutationa oxidada produzida

(GSSG) é re-reduzida de volta para GSH pela glutationa redutase utilizando NADHP e

produzindo pela HMP shunt.acting como um cofactor de enzima. (Adaptado de

<http://www.unifesp.br/dneuro/nexp/riboflavina/h.htm>).

2.5.3.2. Catalase (CAT) – [EC 1.11.1.6]

A catalase é uma hemeproteína (uma enzima que contém um

grupamento heme em sua estrutura) citoplasmática que catalisa a redução do H2O2

em água e O2, sem utilizar antioxidante não enzimático (Figura 5) (ZAMOCKY et

al., 2001; MAIA 2008). Essa enzima é encontrada em todos os eucariotos aeróbios

e é muito importante na remoção do peróxido de hidrogênio produzido nos

peroxissomas e glioxissomas pelas oxidases, envolvidas na β-oxidação de ácidos

graxos, nas reações do glioxilato (fotorrespiração) e no catabolismo das purinas

(VAN BREUSEGEM et al., 2001; MITTLER et al.,2004; KOTCHONI e

GACHOMO, 2006; MAIA, 2004, 2008; CARVALHO, 2011).

Page 43: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

43

As catalases são as principais enzimas de detoxificação do H2O2 em plantas

e podem dismutar diretamente o H2O2 ou oxidar substratos, tais como metanol,

etanol, formaldeído e ácido fórmico. Nas plantas são encontradas varias isoformas

de catalase as quais estão presentes nos peroxissomas e glioxissomas (RESENDE

et al., 2003). As catalases podem ser divididas em três classes: catalase da classe I

remove o H2O2 produzindo durante a fotorrespiração em tecidos fotossintéticos;

catalase da classe II são produzidas em tecidos vasculares e podem exercer uma

função de lignificação, mas, sua exata função biológica permanece desconhecida; e

a classe III está presente abundantemente em sementes e plantas jovens, e cuja

atividade está relacionada à remoção do H2O2 produzido durante a degradação dos

ácidos graxos no glioxissoma (Figura 5) (BREUSEGEM et al., 2001).

2.5.3.3 Peroxidases

As peroxidases são, provavelmente, as enzimas mais amplamente

distribuídas na célula, sendo aparentemente, as mais estáveis das enzimas

associadas com a oxidação em tecidos de plantas (MCKERSIE, 1996; MAIA,

2004). As peroxidases de plantas são glicoproteicas que contêm um grupamento

heme em sua estrutura e possuem a função básica de catalisar a oxidação do

peróxido de hidrogênio na a partir de numerosas espécies de substratos orgânicos e

inorgânicos, tais como citocromo C, nitrito, ascorbato e outros (Figura 5)

(ZÁMOCKY, 2001; CAVALCANTE, 2007).

As peroxidases são classificadas em dois grandes grupos: a superfamília

das peroxidases de plantas e a superfamília das peroxidases de animais

(LOPRASERT et al., 1986; LOEWEN, 1990). A superfamília das peroxidases de

plantas pode ser subdividida em três classes principais. A classe 1 é intracelular e

de organismos procariótico (peroxidase de citocromo C, de bactérias, de

cloroplastos e de ascorbato citosólica). A classe II inclui as peroxidases

extracelulares fúngicas (peroxidase de Phanerochaet chrysosporium e peroxidase

de Coprinus cinereus). A classe III inclui a maioria das peroxidases extracelulares

vegetais (peroxidase de rabanete, por exemplo) (DATTA e MUTHUKRISHNAN,

1999; MAIA 2004).

Page 44: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

44

A peroxidase é uma importante enzima das plantas e está envolvida em

diversas reações, ligações de polissacarídeos, oxidação do ácido indol-3-acético,

ligações de monômeros, lignificação, cicatrização de ferimentos, oxidação de

fenóis, defesa de patógenos, regulação da elongação de células e outras (KAO,

2003; CAMPOS et al., 2004). O aumento da atividade desta enzima em plantas

submetidas a condições estressantes pode ser fator determinante da capacidade de

adaptação dessas plantas, podendo essa atividade ser identificada como um

marcador bioquímico de estresse (MAIA 2004).

2.5.3.3.a) Peroxidase de ascorbato (APX) – [EC. 1.11.1.11]

As peroxidases de ascorbato (APX) são heme-peroxidases cujo grupo

prostético é uma protoporfirina. As APXs apresentam alta especificidade por

ascorbato, o qual funciona como substrato redutor. Em geral, são inibidas por

cianeto e azida e, em conjunto com as CATs, catalisam a redução de H2O2 para

água no meio intracelular (MAIA, 2004).

O ciclo de ascorbato/glutationa é uma dos principal sistema de remoção

das EROs nos cloroplastos. Nesse ciclo são empregadas quatro enzimas: ascorbato

peroxidase (APX), dehidroascorbato redutase (DHA), monodehidroascorbato

redutase (MDA) e glutationa redutase. O H2O2 pode ser reduzido e removido pela

APX através do ascorbato como redutor, formando o radical MDA. Esse por sua

vez, ira dismutar para DHA e ascorbato (YOSHIMURA et al., 2000).

2.5.3.3.b) Peroxidase de fenois (POX) – [E.C. 1.11.1.7]

As peroxidases de fenóis são ativas principalmente na lignificação da

parede celular. A oxidação dos alcoóis hidroxicinamico, precursores imediatos da

lignina, é catalisada por POXs, resultando na produção de radicais fenoxi-

mesoméricos que reagem espontaneamente durante a deposição de lignina na

parede celular (DATTA e MUTHUKRISHUNAN, 1999).

As POXs são classificadas como proteínas relacionadas à patogêneose,

podendo ser indicadas como marcadores de respostas de indução de defesa

(AMAYA et al.,1999; CAVALCANTE, 2007). As maiores atividade de

Page 45: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

45

peroxidases ácidas são detectadas nas paredes celulares, sendo que a parede

primaria representa a matriz sobre a qual ocorre a lignificação (GASPAR et

al.1985; MAIA, 2004).

2.5.4 . Antioxidantes não enzimáticos

Antioxidantes não enzimáticos como o ácido ascórbico (AsA), glutationa

(GSH), bem como os flavonoides, tocoferóis e alcaloides participam ativamente do

controle do “pool” de EROs nas células (APEL e HIRT, 2004). O AsA é oxidado

pelo EROs formando monodesidroascorbato (MDA) e deisdroascorbato (DHA)

enquanto a GHS é oxidada para GSSG (glutationa oxidada). No ciclo glutatona-

ascorbato, o MDA, DHA e GSSG podem ser novamente convertidos em GHS e

AsA para manter as EROs em concentrações suportáveis pela célula.

Tanto o AsA como o GHS estão presentes em diversos compartimentos

celulares, principalmente em cloroplastos, mitocôndrias e citosol (POTTERS et al.,

2002). O ascorbato participa de diversos processos celulares e dentre esses, os mais

importantes envolvem a proteção oxidativa (APEL e HIRT, 2004), a regulação da

transição da fase G1 para S no ciclo celular (POTTERS et al., 2002) e o controle do

crescimento pelo alongamento das células (PASSARDI et al., 2004). Para tanto, a

via de síntese e degradação está distribuída nas mitocôndrias, citosol

(HOREMANAS et al., 2000; GREEN e FRY, 2005) e apoplasto (PASSARDI et

al., 2004), indicando que os processos regulatórios que o ascorbato participa

envolvem mecanismos localizados em diversos compartimentos subcelulares.

2.6. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Saber como os vegetais se protegem é essencial para obter, através da

bioengenharia, variedades agrícolas mais resistentes, o que pode aumentar a

produção e a qualidade das plantas. Por isso, diversos grupos de pesquisa buscam

definir o papel de cada substancia participante dos processos bioquímicos

relacionados à defesa das plantas (SOARES e MACHADO, 2007). Com isso este

trabalho visa conhecer a ação do sistema oxidativo no girassol, como mecanismo

de tolerância e/ou adaptação do mesmo nas duas microrregiões estudadas.

Page 46: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

46

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo central caracterizar, por meio de

marcadores fenológico, fisiológicos e bioquímicos, o desempenho agronômico de

dois genótipos da espécie de girassol (Helianthus annuus L.) cultivados em

condições edafoclimaticas distintas em duas microrregiões do Nordeste do Brasil.

Adicionalmente, o trabalho visou validar uma metodologia de diagnose precoce

através de indicadores de déficit hídrico e salino com base na avaliação do perfil de

resposta do sistema de defesa antioxidante que possa ser utilizada na seleção de

cultivares de girassol com maior capacidade de produção nos climas e condições

ambientais estudadas.

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Avaliar o desenvolvimento fenológico e atividades antioxidantes de dois

genótipos de girassol (Helianthus annuus L.) em condições

edafoclimaticas de déficit hídrico e salinidade típica da região Nordeste do

Brasil;

Avaliar o dano oxidativo através da quantificação do teor de peroxidação

lipídica e vazamento de eletrólitos;

Avaliar as atividades das enzimas dismutase de superóxido (SOD),

peroxidase de ascorbato (APX) e peroxidase de fenóis (POX) e catalase

(CAT) em respostas as condições edafoclimaticas impostas;

Relacionar as atividades de enzimas antioxidantes foliares com a

produtividade dos genótipos avaliados, sob as condições de cultivo

impostas;

Determinar possíveis marcadores de metabolismo oxidativo relacionados

com a produtividade das plantas de girassol sob as condições de cultivo

impostas.

Page 47: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

47

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. MATERIAL VEGETAL

Para a execução do presente estudo, sementes de girassol (Helianthus

annuus L.), dos genótipos Helio 253 e Catissol 01, fornecidas pela Heliagro e pela

EMPARN, respectivamente, foram cultivadas em casa de vegetação, em bandejas

de poliestireno de 200 células (Figura 6). Foi utilizado como substrato um mistura

de vermiculita mais areia na proporção de 1:1, durante o período de germinação.

Sete dias após a emergência, as plântulas foram transferidas para suas respectivas

áreas de cultivo onde cada microrregião recebeu um lote de 600 plântulas/genótipo

que foram padronizadas e selecionadas quanto á altura e número de folhas para

posterior transplantio.

Figura 6: Plântulas de girassol semeadas em bandejas poliestireno com substrato

vermiculita expandida 7 (sete) dias após a emergência.

Page 48: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

48

4.2- CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS EXPERIMENTAIS

O experimento foi conduzindo em duas estações experimentais da Empresa

de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) representando

microrregiões distintas do Estado Norte-Riograndese durante os meses de abril,

maio e junho de 2011.

O cultivo realizado no município de Ipanguaçu-RN (IPÇ) representou a

microrregião de clima semiárido do Estado, com solo predominante aluvial

eutrófico, localizado à 5°29’54” de latitude sul e longitude de 36°51’18”a oeste e

altitude de 16m. O solo medianamente profundo apresentou características de

fertilidade natural alta, textura argilo/arenosa, imperfeitamente a moderadamente

drenados em relevo plano, o que confere a esse tipo de solo uma maior

disponibilidade hídrica nas suas camadas mais superficiais (Tabela 5) (SEMARH e

IDEMA, 2008).

O cultivo realizado no município de Parnamirim-RN (PAR) representou a

microrregião de clima semiárido do Estado, com solo predominante areno-quartoz

distrófico, localizado à 5°54’56” de latitude sul e longitude de 35°15’46” a oeste e

altitude de 53m. O solo profundo apresenta características de fertilidade natural

muito baixa, textura arenosa e excessivamente drenado em relevo plano, o que

confere a esse tipo de solo uma baixa retenção de água e necessidade de sistema de

irrigação durante o período de estiagem (Tabela 5) (SEMARH e IDEMA, 2008).

Durante o desenvolvimento do experimento, observou-se que os índices

pluviométricos ficaram abaixo de 500 mm nas duas microrregiões de cultivo

(Tabela 6).

Page 49: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

49

Tabela 5: Análise completa dos solos das áreas experimentais.

Determinações Resultados Analisados

Ipanguaçu-RN Parnamirim-RN

pH em água (1:2,5) 7,73 6,26

Cálcio (cmolc.dm-3

) 9,19 1,63

Magnésio (cmolc.dm-3

) 3,50 0,78

Alumínio (cmolc.dm-3

) 0,00 0,00

Hidrogênio + Alumínio (cmolc.dm-3

) 0,00 1,73

Fósforo (mg.dm-3

) 106 7

Potássio (mg.dm-3

) 95 118

Sódio (mg.dm-3

) 157 34

Cond. Elétrica Extrato Saturado (dS.m-1

) 0,8042 0,3644

Densidade Global (kg.dm-3

) 1,32 1,34

Saturação c/ Sódio, % (PST) 6,44 3,19

Retenção de Umidade (1/3 de atmosfera) 18,6 3,16

Retenção de umidade (15 atmosferas) 5,67 2,41

Boro (mg.dm-3

) - 4,64

Granulometria

Areia (g.kg-1) 433 901

Argila (g.Kg-1) 100 60

Silte (g.kg-1) 467 39

Classificação Textural Franco Areia 1Laboratório de Analises de solo, Água e Planta – EMPARN, Natal/2011

Tabela 6: Médias das temperaturas mínimas, médias e máxima, umidade relativa do ar e

precipitação pluviométrica em Ipanguaçu-RN e Parnamirim-RN durante o período de

abril/2011 a junho/2011. EMPARN, 20111.

Ipanguaçu-RN

Meses de

2011

Temperatura Umidade

Relativa

(%)

Precipitação

(mm) Mínima

(°C)

Média

(°C)

Máxima

(°C)

Abril 23,0 27,0 31,0 95 229,1**

Maio 21,0 27,0 31,0 75 108,7*

Junho 21,0 25,0 31,0 75 23,6*

Médias 21,6 26,3 31,0 81,6 120,1

Parnamirim-RN

Meses de

2011

Temperatura Umidade

Relativa (%)

Precipitação

(mm) Mínima

(°C)

Média

(°C)

Máxima

(°C)

Abril 23,0 25,0 31,0 95 269,7

Maio 21,0 25,0 21,0 95 288,4**

Junho 21,0 25,0 29,0 95 359,5*

Médias 21,6 25,0 30,3 95 305,8* 1Dados obtidos por estação meteorológicas da EMPARN no Rio Grande do Norte

*Precipitação pluviométrica considerada normal para o período de estudo na região

**Precipitação pluviométrica considerada chuvosa para o período de estudos na região

Page 50: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

50

Precipitação essa que, quando bem distribuída ao longo do ciclo, é

considerada ideal para o cultivo de girassol. Nesse caso, devido às características

peculiares do solo da microrregião de PAR quanto a sua drenagem excessiva,

considerou-se a referida microrregião como indutora de déficit hídrico, enquanto

que IPÇ, por características de solo contrárias à PAR, foi considerada a

microrregião de aporte hídrico normal; ambas de acordo com as condições

edafoclimaticas específicas de cada microrregião desse trabalho (MELO, 2011).

De acordo com a análise de solo, percebeu-se também que os valores para

o percentual de sódio trocável (6,44%) e para a condutividade elétrica do solo (0,80

dS.m-1

), encontrados no município de Ipanguaçu-RN (Tabela 5), não foram

suficientes para caracterizar o solo como sódico ou alcalino. Nesse caso, devido às

características peculiares do solo em IPÇ, considera-se essa microrregião como

área experimental com íons salinos presente e a microrregião de PAR como área

experimental com íons salinos ausentes, por apresentarem características de solo

contrárias à IPÇ.

4.3. CONDIÇÕES DE CULTIVO E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Após a obtenção das plântulas em casa de vegetação, nas duas

microrregiões estudadas, os genótipos foram transplantados e cultivados em duas

parcelas (cada parcela representando um genótipo) com espaçamento de 1,5 m

entre elas. Cada parcela constituiu de 6 (seis) linhas com 6,0 m de comprimento,

espaçadas entre si de 0,80 m, sendo consideradas úteis apenas as 4 (quatro) linhas

centrais de cada parcela (Figura 7). Para as análises agronômicas, fisiológicas e

bioquímicas foi feita uma seleção de exemplares ao acaso dentro de cada parcela

nas duas microrregiões. A distância entre plantas foi de 0,30 m na fileira,

totalizando 21 covas/linha onde foram transplantas 03 (três) plântulas por covas

com a realização do raleio com 10 (dez) dias após a sua transferência para o

campo. A área total e útil da pesquisa correspondeu a aproximadamente a 80 m² de

comprimento por 30 m², de largura.

Page 51: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

51

O solo foi preparado com aração e drenagem, seguido do sulcamento em

linhas com profundidade de 0,25 m onde foi realizada a adubação de fundação no

plantio e de cobertura após 30 dias, de acordo com a análise de solo e

recomendação nutricional para a cultura em cada microrregião especificamente

(Tabela 7). O controle de plantas daninhas foi realizado manualmente nas parcelas

e entre os canteiros das parcelas.

Para reproduzir um sistema de cultivo sem o auxilio de um sistema de

irrigação, a lamina de água diária para o cultivo do girassol foi suprida de acordo

com a precipitação pluvial dos meses de cultivo (Tabela 6).

Figura 7- Representação gráfica das parcelas experimentais dos genótipos de girassol Helio

253 e Catissol 01 cultivadas nas microrregiões de IPÇ e PAR. (EMPARN, 2011).

Page 52: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

52

Tabela 7: Recomendações para adubação de girassol1 nas duas microrregiões de cultivo

Nutrientes Unidade

Idade (DAE)

IPÇ PAR

Plantio 30 Plantio 30

Esterco de Curral (L/planta) - - - -

P2O5 (kg/ha) - - 60 -

FTE BR 08 (kg/ha) 30 - 40 -

N (kg/ha) 50 150 10 30

K2O (kg/ha) 50 - 50 -

Boro (kg/ha) 1 - 1 - 1Laboratório de Análise de Solo, Água e Planta – EMPARN, Natal/2011.

4.4- CARACTERES AVALIADOS

4.4.1. Abordagem fisiológica e bioquímica

As coletas foram realizadas ao 50o

dia

após a emergência (DAE),

correspondendo aproximadamente à metade do ciclo fonológico da cultura para as

duas microrregiões em estudo. Para a coleta do material estudado foram retiradas,

de cada genótipo, em suas respectivas microrregiões de cultivo, folhas da porção

apical de 10 (dez) plantas com floração plena escolhidas aleatoriamente, na área

útil de cada parcela (Figura 7). Foram coletadas 10 folhas para determinação do

vazamento de eletrólitos (VE), 10 para determinação do conteúdo relativo de água

(CRA) e percentual de umidade (%U), 10 para determinação dos teores de Na+, K

+

e Cl- e reservado a folha mais jovem plenamente expandida para os demais ensaios.

Todo material vegetal foi devidamente acondicionado em envelopes de papel

alumínio, em um recipiente contendo nitrogênio liquido e levado para análises

laboratoriais em seguida.

4.4.2. Indicadores de estresse hídrico

4.4.2.a) Conteúdo relativo de água (CRA) e percentual de umidade (%U)

O CRA e o %U foram determinados segundo Irigoyen et al., (1992) e

Salavick (1974), respectivamente, com pequenas modificações. Para essas análises,

as folhas coletadas, foram pesadas para determinação da massa fresca (MF) em

balança semi-analítica. Em seguida, o material vegetal foi transferido e mergulhado

Page 53: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

53

em Becker contendo 100 mL de água Milli-Q sob temperatura ambiental de 25±5°

durante 6 (seis) horas. Decorrido o tempo, as folhas foram retiradas dos Becker,

secas com papel toalha e aferida suas massas para obtenção da massa túrgida (MT).

Para obtenção da massa seca (MS), o material vegetal foi transferido para sacos de

papel e seco em estufa a 75°C durante 72 horas. O cálculo do CRA foi realizado

com base na expressão matemática CRA = (MF - MS/MT - MS) X 100 e o

percentual de umidade foi determinado utilizando-se a relação %U= [(MF – MS) /

MF] x 100.

4.4.2.b) Vazamento de eletrólitos (VE)

O vazamento de eletrólitos é considerado uma medida indireta para aferir o

grau de dano causado às membranas do tecido vegetal (LUTTS et al., 1996). Para a

determinação, as folhas das plantas coletadas foram transferidas e mergulhadas em

frascos contendo 200 mL de água Milli-Q hermeticamente fechados. Os frascos

foram deixados em repouso sob temperatura ambiente de 25±5°C durante 6 (seis)

horas, sob agitação ocasional. Após esse período, com o auxílio de um

condutivímetro, foi estabelecida a primeira leitura da condutividade elétrica (CE)

da solução dos frascos. Em seguida, os mesmos foram fechados e aquecidos em

banho-maria a 100°C, por 1 (uma) hora. Após resfriar os frascos à temperatura

ambiente, a segunda leitura (L2) da condutividade elétrica da solução foi realizada.

Através da expressão VE (%) = (L1 / L2) x 100, foi possível calcular o percentual

de dano às membranas.

4.4.3. Indicadores de estresse iônico

4.4.3.a) Determinação da concentração de Na+,K

+ e Cl

-

A concentração de Na+, K

+ foi aferida segundo Brilhante (2006). Para

tanto, 50 mg da farinha seca do tecido vegetal das folhas foi diluído em 20 mL de

água deionizada e aquecido em banho-maria a 100°C por 1 hora. O extrato obtido

foi centrifugado e seu sobrenadante analisado em fotômetro de chama (Micronal

B462) para determinação dos conteúdos de Na+ e K

+.

Page 54: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

54

A concentração de Cl-

foi determinada segundo Malavolta et al., (1997).

Farinha de tecidos seco de folhas (100 mg) foram submetidos à extração com 25

mL de água deionizada com agitação ocasional durante 30 minutos. Em seguida,

alíquotas de 20 ml do extrato foram filtradas em papel de filtro e adicionadas 1 ml

da solução indicadora de cromato de potássio K2CrO4 5% (p/v). Cada amostra foi

titulada lentamente com nitrato de prata AgNO3 28 mM em bureta automática até a

viragem do indicador através da formação do precipitado de Ag2CrO4 (coloração

marrom pálido persistente). Cada 1 mL de nitrato de prata gasto na titulação

corresponderá a 2,5 mg de cloreto em 100 mg de matéria seca. Na ocasião, foi

utilizado um branco com 20 mL de água deionizada+indicador+algumas gotas de

Ag2NO3 até obtenção da coloração marrom pálido. O volume do branco foi

subtraído de cada amostra.

4.4.4. Indicadores de estresse oxidativo

4.4.4.a) Extração de peroxidação lipídica e ascorbato.

A extração das amostras para determinação de derivados da peroxidação de

lipídeos e para a determinação do teor de ascorbato total, reduzido e oxidado foi

realizada em tecido de folhas frescas. Para tanto, 500 mg amostras foram pesadas,

maceradas em almofariz de porcelana, na presença de nitrogênio líquido, seguida

da adição de 2 ml da solução de TCA a 1% (p/v). A mistura foi macerada

continuamente por mais 2 (dois) minutos e acondicionada em microtubos tipo

eppendorf de 2 mL e centrifugadas a 10.000 x g por 15 minutos. O sobrenadante

foi coletado e o precipitado descartado.

4.4.4.b) Determinação da concentração de ascorbato.

A concentração de ascorbato (AsA) e desidroascorbato (DHA) basea-se na

redução de Fe+3

a Fe+2

pelo ascorbato (AsA), seguido pela determinação

espectrofotométrica de íons de Fe+2

complexados com 2,2’-bipiridil. Para

determinar o AsA total o DHA da amostra é reduzido para AsA através de

incubação com ditiotreitol (DTT). Subsequentemente, o AsA oxidado é

Page 55: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

55

determinado pela diferença entre o AsA total e AsA (sem o tratamento de DDT –

reduzido) (KAMPFENKEL et al.,1995).

O ensaio de ascorbato total foi realizado pelo método de Kampfenkel et al.

(1995). Alíquotas de amostras foram inicialmente misturadas a 0,2 mL de DTT 10

mM dissolvidos em tampão fosfato de potássio 0,2 M, pH 7.4. Na sequencia foram

adicionadas 0,2 mL de solução de TCA 6 % e 0,4 mL de tampão fosfato de

potássio 0,2 M, pH 7,4. As misturas foram incubadas por 15 minutos a 42 °C em

banho-maria. Em seguida foram acrescentados 0,2 mL de solução N-Etilmaleimida

0,5% e incubado por 1 minuto a temperatura ambiente. Aos meios de reação foram

adicionados na sequencia: 1 mL de TCA 10% , 0,8 mL de H3PO4 42% e 0,8 mL de

2,2’-bipiridil 4% dissolvidos em etanol 70%. Ao final foram adicionados 0,4 de

FeCl3 3% e imediatamente agitados vigorosamente. A solução foi incubada a 42 °C

por 40 minutos e então procedida leitura a 525 ηm. Os resultados foram expressos

em ηmol g-1

MF.

4.4.4.c) Extração e determinação das concentrações de proteínas solúveis.

A partir do material congelado do experimento, foram pesadas 500 mg de

tecido de folha apical. O processo de extração foi adaptado a partir do protocolo de

Peixoto (1999). As folhas foram maceradas em almofariz de porcelana, na presença

de nitrogênio líquido, até obtenção de farinha homogênea. Em seguida foram

adicionados 1,5 mL de tampão fosfato de potássio 50 mM pH 7,0, contendo 1 mM

de ácido L-ascórbico, 0,1 mM de EDTA. O macerado foi transferido para

microtubos de 2 mL, os quais foram calibrados em balança semi-analítica e levados

à centrifuga refrigerada tipo eppendorf (modelo centrífuga 5415 R) a 10.000 x g,

por 20 minutos, à temperatura de 4°C. Os sobrenadantes, considerados fração de

proteínas solúveis totais, foram coletados e armazenados á temperatura de -80 °C,

para determinações posteriores.

A determinação do conteúdo de proteínas solúveis totais foi realizada pelo

método descrito por Bradford (1976). O método é baseado na mudança da

coloração do reagente Coomassie Briliant Blue G-250 quando ligado a proteínas.

Alíquotas de 66µL do extrato protéico diluído foram transferidas para tubos de

Page 56: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

56

ensaio e então adicionado 2 mL do reagente de Bradford (105,26 mg de Coomassie

Briliant blue G-250).

Após leve agitação, os tubos foram incubados a 25 °C por 15 minutos e

então foi realizada leitura da reação a 595 m em espectrofotômetro. A

concentração de proteínas solúveis totais foi obtida pela comparação das leituras

obtidas nas amostras, com as obtidas em curva padrão onde a proteína utilizada foi

a Albumina Sérvica Bovina. A concentração de proteínas solúveis foram expressa

em mg de proteína g-1

MS.

4.4.4.d) Atividade de dismutases de superóxido (SOD)

Esta atividade enzimática foi determinada segundo metodologia adaptada

de Peixoto (1999) a partir de Del Longo et al (1993) e Gianopolitis e Ries (1977).

Por esse método, é determinada a inibição da redução do NBT ( -nitro blue

tetrazolium) pelo extrato enzimático, evitando assim a formação do cromóforo.

Neste ensaio, uma unidade de atividade enzimática (UA) de SOD é considerada

como a quantidade de enzima necessária para obter 50% de inibição da redução do

NBT pela SOD contida no extrato enzimático.

As amostras utilizadas foram as mesmas para determinação do teor de

proteínas solúveis totais. Para tanto, os extratos foram lentamente descongelados

em banho de gelo (±4 °C) e após liquefação, diluídos (conforme necessidade) no

próprio tampão de extração. Alíquotas de 100 µL foram transferidas para tubos de

ensaio protegidos da luz, contento tampão fosfato de potássio 50 mM, pH 7,8, 0,1

mM de EDTA, 13 mM de L-metionina e 75 µM de NBT.

A reação foi iniciada pela adição de 2 µM de riboflavina e a concomitante

transferência dos tubos para uma câmara iluminada por uma lâmpada fluorescente

circular de 30 Watts, por período de 15 minutos. Em seguida, leituras de

absorbância a 560 m foram tomadas em espectrofotômetro. Para efeito de

correção nos cálculos, foram considerados como branco da reação, tubos que não

continham extrato, expostos e não expostos à luz. A atividade foi determinada pelo

cálculo da quantidade de extrato que inibiu 50 % da redução de NBT

(BEAUCHAMP e FRIDOVICH, 1971) e expressa em UA g-1

MS min-1

.

Page 57: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

57

4.4.4.e) Atividade de peroxidases de ascorbato (APX)

A atividade de APX foi determinada de acordo com o método de Nakano e

Asada (1981), modificado por Koshiba (1993), no qual a presença de APX no

extrato bruto diminui a concentração de peróxido de hidrogênio do meio, pela

redução do ácido ascórbico fornecido. Para tanto, o primeiro extrato obtido no item

4.4.4.c foi utilizado. Diluições das amostras foram feitas quando necessário e

alíquotas de 100 µl dos extratos diluídos, transferidas para tubos de ensaio. Ao

meio de reação, 2,7 mL de tampão fosfato de potássio 50 mM, pH 6,0, contendo

0,8 mM de ácido L-ascórbico P.A. foram adicionados.

O experimento foi iniciado pela adição de H2O2 ao meio de reação,

observando o decréscimo da leitura no intervalo de 60 segundos, à absorbância de

290 m em espectrofotômetro. Adicionalmente, leituras de tubos controle, com e

sem a amostra, na ausência de peróxido de hidrogênio, foram realizadas. A

atividade de APX foi expressa em µmol ascorbato g -1

MS min -1

.

4.4.4.f) Atividade de peroxidases de fenóis (POX)

A atividade da POX nos tecidos radiculares foi determinada pelo método

de Kar e Mishra (1976). Neste método, enzimas do extrato bruto oxidam o guaiacol

para a produção de purpurogalina e redução concomitante do peróxido de

hidrogênio, fornecido ao meio. Assim alíquotas de 20µl do extrato de proteínas

solúveis totais, obtidos no item 4.4.4.c, foram transferidas para tubos de ensaio e a

estes, adicionados 4,9 mL de tampão fosfato de potássio 25 mM, pH 6,8, contendo

20 mM de pirogalol e 20 mM de H2O2. A mistura foi incubada a 25 °C, por período

de 60 segundos e a reação, interrompida pela adição de 0,5 mL de solução 0,5% de

H2SO4 (v/v). As leituras foram tomadas à absorbância de 420 m contra branco

preparado com 5 mL do tampão de ensaio e 0,5 mL de H2SO4 a 0,5 % (v/v). A

atividade de POX foi expressa em µmol purpurogalina g-¹MS min

-1.

Page 58: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

58

4.4.4.g) Atividade de catalase (CAT)

A atividade de catalase (CAT) é determinada pelo método definido por

Havir e McHale (1987). Neste método a catalase é medida pela velocidade do

consumo de H2O2 no meio de reação. De acordo com a equação:

Com isso, alíquotas de 0,05 mL de extrato proteico, sendo realizadas as

diluições necessárias, foram adicionadas a 2,95 mL de tampão fosfato de potássio

50 mM (pH 7,0), contendo H2O2 (20 mM). A reação ocorreu a 30°C e é

acompanhada pelo decaimento da absorbância a 240 m durante 300 seg, com

leituras sucessivas a cada 30 seg. A atividade da enzima foi calculada com base no

coeficiente de extinção molar de 36 M-1

cm-1

para H2O2, em 240 m, expressa em

mol H2O2 g-1

MF min-1

(HAVIR & MCHALE, 1987).

4.4.5 Análise estatística

Para as análises estatísticas foi utilizado o programa SISVAR. Para

comparar os genótipos em cada local de cultivo separadamente, bem como os

efeitos dos locais de cultivo sobre os genótipos, foi utilizado o teste de t-Student

(p>0,05%).

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59

5. RESULTADOS

5.1. INDICADORES DE CRESCIMENTO, RENDIMENTO AGRONÔMICO E

STATUS HÍDRICO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.)

EM DETRIMENTO ÀS CONDIÇÕES AMBIENTAIS EM DIFERENTES

MICRORREGIÕES DO RN.

Durante o desenvolvimento deste estudo, observou-se que os índices

pluviométricos médios tanto na microrregião de IPÇ (120,4 mm/ano) quanto em

PAR (305,8 mm/ano), ficaram abaixo de 500 mm/ano. Para Castro e Faria (2005),

apesar das exigências hídricas da cultura do girassol ainda não estarem bem

esclarecidas e de constatações de alta tolerância de alguns genótipos dessa cultura

ao déficit hídrico, estudos demonstram que a precipitação entre 400 e 500 mm/ano,

bem distribuídos ao longo do ciclo, resultam em produtividade próxima ao

potencial máximo de produção. Desta forma, as diferenças físico-químicas entre os

solos de PAR e IPÇ, aliado ao índice pluviométrico observado durante o período

experimental nos dois campos, possivelmente causou diferenças na disponibilidade

de água para as plantas entre as duas regiões de cultivo. Assim, compreende-se que

em PAR houve um maior déficit hídrico do que em IPÇ.

Ao analisar os dois genótipos nas duas microrregiões de cultivo,

separadamente, observou-se que a data de floração inicial (DFI) foi antecipada na

microrregião de IPÇ, podendo estar relacionado com as diferenças de

disponibilidade hídrica entre as duas microrregiões. Particularmente no genótipo

Catissol 01, a antecipação da DFI causou também um adiantamento na data de

floração plena (DFP) e na data de maturação fisiológica (DMF). Resultados

semelhantes quanto à influencia da DFI sobre os outro períodos reprodutivos do

girassol foram discutidos por Massignan e Angelocci (1993).

A prorrogação da DFI, que ocorreu nas plantas cultivadas em PAR,

possivelmente foi causa da baixa precipitação pluviométrica, visto que a

deficiência hídrica pode aumentar ou diminuir a duração do sub-período

emergência-floração, dependendo da taxa de evapotranspiração da cultura

Page 60: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

60

(MASSIGNAN e ANGELOCCI, 1993). A composição arenosa do solo em PAR

pode também ter levado à prorrogação da DFI, devido à lixiviação facilitada da

água que é uma característica deste tipo de solo (SMIDERLE et al., 2005).

Possíveis influências do ambiente sobre o desenvolvimento das plantas

também podem ser estudados através de indicadores de

crescimento/desenvolvimento e rendimento agronômico. Dentre esses, a análise do

diâmetro do capítulo e do rendimento de grãos podem ser bons caracteres para

avaliar a severidade do estresse hídrico por serem sensíveis ao efeito da pressão

osmótica (LARCHER, 2000; MELO, 2012).

Em ambos os genótipos tanto a altura média quanto o número médio de

folhas por planta foi maior no cultivo realizado no município de IPÇ. É possível

que este fato esteja relacionado a uma maior disponibilidade hídrica nessa

microrregião de cultivo, garantindo a manutenção de processos bioquímicos e

moleculares que necessitam de aporte hídrico para o seu desenvolvimento (MELO,

2012). Processos importantes como síntese de parede celular e de membranas,

divisão celular e síntese proteica são alguns dos mecanismos dependente de água e

que interferem diretamente na formação de um novo tecido foliar (BURSSENS et

al., 2000).

A deficiência de água pode limitar não apenas o tamanho da planta, mas

também o número de folhas por diminuir o número e a taxa de crescimento dos

ramos e induzir a senescência foliar (SANCHEZ-BLANCO et Al., 2002; TAIZ e

ZEIGER, 2009). Resultados que demonstram redução no número de folhas sob

deficiência hídrica foram também obtidos por Correia e Nogueira (2004) em

amendoim.

O diâmetro do capítulo seguiu a mesma tendência dos demais parâmetros

avaliados. As maiores médias foram obtidas no município de IPÇ, não havendo

diferença significativa entre os genótipos estudados (Tabela 8). As médias dos

genótipos para essas variáveis se aproximaram dos valores obtidos por redes de

ensaio desenvolvidas, com diferentes cultivares de girassol, por Lira et al. (2007)

em condições edafoclimaticas semelhantes ao desse estudo, no mesmo município.

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61

Tabela 8: Indicadores de crescimento/desenvolvimento e rendimento agronômico em

genótipos de girassol nas duas microrregiões de cultivo.

Variáveis Microrregião Genótipos

Catissol 01 Helio 253

Altura (cm) IPÇ 134,1 A*a 130,0 Aa

PAR 89,2 Ba** 85,4 Ba

Diâmetro Capítulo (cm) IPÇ 19,1 Aa 20,9 Aa

PAR 15,7 Bb 17,9 Ba

Número Folhas (unid.) IPÇ 20,0 Ab 24,1 Aa

PAR 18,2 Ba 18,0 Ba

Massa 1000 Sementes (g) IPÇ 77,88 Aa 75,45 Aa

PAR 53,56 Bb 61,30 Ba

Rendimento Grãos (kg/ha) IPÇ 2.026,80 Aa 1.934,50 Aa

PAR 603,32 Bb 933,07 Ba

*Médias acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, dentro da mesma coluna, não

diferem a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student.

** Médias acompanhadas da mesma letra em minúsculo, dentro da mesma linha, não

diferem a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student.

A disposição das características do solo em IPÇ foi um dos fatores que

permitiu uma maior disponibilidade hídrica nas camadas mais superficiais do solo

quando comparado ao município de PAR. Dessa forma, os maiores valores obtidos

para altura e diâmetro dos capítulos, em ambos os genótipos utilizados nesse

estudo, no município de IPÇ, podem estar relacionados à disponibilidade hídrica no

sistema radicular. Esta possibilitou o aumento do fluxo de massa e a difusão dos

nutrientes no solo. Tal efeito favoreceu a taxa fotossintética nas folhas e a síntese

de carboidratos, incrementando a produção de massa seca da parte aérea das

plantas (COSTA, 1998; RIBEIRO, 1999; CRUSCIOL, 2001). Gomes (2012) e

Silva et al. (2007) observaram em seus estudos que, com o aumento da lâmina de

água aplicada houve um aumento relativo na altura e no diâmetros dos capítulos,

em ambos os genótipos.

Em PAR, por apresentar um solo excessivamente drenado, o possível

déficit hídrico pode ter causado redução em todos os parâmetros expostos na tabela

Page 62: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

62

5. Esse fenômeno possivelmente ocorreu devido ao suprimento de água se dar em

quantidades inferiores aos requeridos pelas plantas, abaixando o componente de

potencial de pressão do protoplasto sobre a parede da célula, resultando em

diminuição de turgor e, por fim, afetando a elongação e a divisão celular (XIONG e

ZHU, 2001; TAIZ e ZEIGER, 2010).

A variável massa de 1000 aquênios seguiu a tendência de apresentar

valores maiores em plantas obtidas na microrregião de IPÇ nos dois genótipos

estudados (Tabela 8). Essas tendências, favorecendo sempre a microrregião de IPÇ

em relação a PAR, podem estar relacionadas ao aporte hídrico disponível para

essas plantas, principalmente na fase que compreende o enchimento de grãos

(CASTIGLIONI et al., 1997). Diversos outros autores trabalhando com girassol

obtiveram resultados semelhantes que, quanto maior a disponibilidade hídrica,

maior a produção de aquênios. (GOMES et al., 2003; CASTRO et al., 2006; LIRA

et al., 2006).

A microrregião de PAR pode ter obtido as menores medias na massa de

1000 aquênios, devido à sua intrínseca relação com a redução no tamanho dos

capítulos, indicando assim, limitações no desenvolvimento e, consequentemente,

tendo grande influência na produção. A redução do rendimento de grãos em PAR

pode ainda ser atribuída, dentre outros fatores, à grande exigência de água pela

cultura na fase de maturação fisiológica e à classificação textural do solo (arenosa),

que, dentre suas características, possui baixa capacidade de retenção de água.

Dessa forma, o possível déficit hídrico pode ter impossibilitado a manifestação de

todo o potencial produtivo da cultura, visto que o girassol possui resposta positiva à

reposição de água no solo, que em situações de limitada disponibilidade hídrica, a

produção de grãos é comprometida (THOMAZ, 2008; BALDO et al., 2009, MELO

2012).

O conteúdo relativo de água (CRA) e o percentual de umidade (%U)

representam, respectivamente, a capacidade máxima e o percentual bruto de água

possível de ser armazenado em um tecido vegetal. Sendo assim, considerados bons

indicadores da ocorrência de estresse salino e déficit hídrico nas plantas

(IRIGOYEN et al., 1992; SLAVICK, 1974). Observando os dados obtidos do CRA

Page 63: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

63

das folhas de ambos os genótipos estudados, pode-se constatar que houve uma

redução significativa de 13% na Catissol 01 e de 17% para Helio 253 na

microrregião de PAR quando comparada a microrregião de IPÇ (Tabela 9). O %U

não apresentou efeito significativo para os dois genótipos independente da

microrregião de cultivo, com seus valores variando de 83 a 85% (Tabela 9).

Tabela 9: Indicadores de status hídrico e dano às membranas dos dois genótipos de

girassol cultivados nas duas microrregiões de cultivos.

Variáveis Microrregião Genótipos

Catissol 01 Helio 253

Conteúdo Relativo de Água (%) IPÇ 76,6 Aa 79,6 Aa

PAR 66,7 Ba 66,0 Ba

Umidade Relativa (%) IPÇ 84,6 Aa 85,3 Aa

PAR 85,2 Aa 83,5 Aa

Vazamento de Eletrólitos (%) IPÇ 16,8 Aa 19,3 Aa

PAR 10,8 Ba 8,8 Bb

*Médias acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, dentro da mesma coluna, não

diferem a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student.

** Médias acompanhadas da mesma letra em minúsculo, dentro da mesma linha, não

diferem a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student.

O provável déficit hídrico ocorrido na microrregião de PAR pode ter

provocado mudanças no volume celular e no turgor das células vegetais, reduzindo

o CRA e afetando também suas correlações com processos fisiológicos nas plantas

(SINCLAR e LUDLOW, 1985; JING e HUANG, 2002). Outros autores como

Costa (2000) e Atteya (2003) em Zea mays L.; Siddique et al. (2000) em Triticum

aestivum L.; Ünyayar et al. ( 2004) em Helianthus annuus L. e Zaltv (2005) em

Phaseolus vulgaris L., encontraram resultados semelhantes ao observado na

microrregião de PAR, nestes casos, as situações adversas de déficit hídrico

apresentaram as menores médias no CRA e provavelmente essa redução foi o fator

determinante para as reduções observadas nos índices de

crescimento/desenvolvimento e rendimento agronômico para os dois genótipos de

girassol estudados.

Page 64: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

64

As membranas celulares são as primeiras estruturas afetadas pelos estresses

salinos e hídricos em condições típicas de ambientes semiáridos, como na

microrregião de IPÇ. O grau de danos às membranas pode ser estimado

indiretamente através da condutividade elétrica, que mede o vazamento de

eletrólitos das células para a solução aquosa (BAJJI et al., 2001).

Nesse contexto, quando comparamos as duas microrregiões de cultivo

observou-se que em PAR, apesar de apresentar baixas concentrações salinas no

solo, o déficit hídrico pode ter sido o fator determinante para a ocorrência de danos

às membranas celulares. Resultados relacionados à indisponibilidade hídrica e o

seu efeito sobre o dano às membranas celulares foram descritas por Faria (2010) e

Lima-Melo (2011), em folhas de mamoeiro e cártamo, respectivamente. No

entanto, o maior percentual de vazamento de eletrólitos foi observado na

microrregião de IPÇ, sobrepondo os valores encontrados na microrregião de PAR,

para os dois genótipos, sem diferenças significativas entre eles (Tabela 9).

Os dados observados em IPÇ podem estar relacionados ao maior teor de

sais presentes no solo dessa microrregião em relação à PAR, pois o excesso de Na+

e, principalmente, o excesso de Cl- no protoplasma causam toxicidade e ocasionam

distúrbios no balanço iônico, provocando alterações na estrutura de membranas e

enzimas (LARCHER, 2000; YOKOI et al., 2002).

Íons salinos como Na+ são rapidamente detectados pelas membranas das

células vegetais, mas tal mecanismo sensorial de resposta à adição do Na+ ao

ambiente celular e a mudança na pressão osmótica, ainda não é bem compreendido

(TRACY et al., 2008). Sabe-se ainda que, os danos causados à membrana

plasmática estão associados também ao ataque de espécies reativas de oxigênio a

outras moléculas como as proteínas de membranas (ALONSO et al., 1997;

QUEIROZ et al., 2002).

Page 65: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

65

5.2) INDICADORES FISIOLOGICOS E BIOQUIMICOS DO EFEITO IÔNICO E

DA RESPOSTA ANTIOXIDATIVA EM GENOTIPOS DE GIRASSOL

(Helianthus annuus L.)

O efeito da salinidade nas propriedades físicas do solo tem caráter positivo

ou negativo para as plantas dependendo da concentração e da composição dos sais

(RIBEIRO et al., 2009). Nesse estudo, a microrregião de IPÇ obteve os maiores

valores para o percentual de sódio trocável (6,44%) e para a condutividade elétrica

do solo (0,80 dS.m-1

) (Tabela 9), não sendo suficientes para caracterizar o solo

como sódico ou salino (PIZARRO, 1978; FULLER, 1967; RICHARDS, 1969).

Entretanto, as concentrações de sais presentes nos solos, tanto da microrregião de

IPÇ como de PAR, podem interferir diretamente nos indicadores de estresse iônico,

representados pelos teores médios dos íons Na+, Cl

-, K

+, nas folhas das plantas

(Figura 8).

Page 66: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

66

Bb

Ab

Ba

Ba

0

200

400

600

800

µm

ol

. g

-1 M

S

K+ [A]

Ba

Ab

Ba

Aa

0

20

40

60

80

µm

ol

. g

-1 M

S

Na+ [B]

Ab

Ba

Aa

Bb

0

100

200

300

400

Ipanguaçu Parnamirim

µm

olC

l- . g

-1 M

S

Microrregião de cultivo

Cl- [C]

Figura 8- Concentração de potássio (K+) [A], sódio (Na

+) [B] e cloreto (Cl

-) [C] na folha

apical nos genótipos de girassol Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ) e cultivados nas

microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para

comparação dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de

probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em minúsculo para

comparação entre os genótipos na mesma microrregião de cultivo, são diferentes a 5% de

probabilidade pelo teste de t-Student.

Page 67: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

67

Nas folhas das plantas de ambos os genótipos cultivados na microrregião

de IPÇ, foram encontrados valores médios de concentração de K+

significativamente inferiores aos valores médios obtidos para esse íon em PAR,

independente do genótipo (Figura 8A). Os decréscimos observados na acumulação

de K+, nas folhas dos dois genótipos na microrregião de IPÇ, podem estar

relacionados ao aumento no efluxo deste nutriente em virtude, provavelmente, de

uma permeabilidade maior da membrana (MORAIS et al., 2007). Esse

comportamento corrobora com os dados obtidos para a variável VE (Tabela 9). O

maior percentual de VE infere também, maior permeabilidade ocorrida nas células

das plantas em IPÇ, provavelmente em decorrência à troca do Ca2

+ por Na+ nas

membranas vegetais (VIÉGAS et al., 2001). O efeito do cloreto de sódio sobre os

teores de potássio também tem sido atribuído ao antagonismo existente entre os

cátions K+ e Na

+ (FERNANDES et al., 2002).

Na microrregião de PAR, foram encontrados os maiores valores para o íon

K+ tanto para as folhas do genótipo da Catissol 01 como para o da Helio 253

(Figura 8A), esse fator deve ter ocorrido devido a este elemento, em algumas

situações, representar o principal nutriente a contribuir para o decréscimo do

potencial osmótico. Tal estratégia torna-se necessária à absorção de água em

condições de déficit hídrico (HASEGAWA et al. 2000).

O potássio tendeu a acumular-se nas folhas apicais das plantas nas duas

microrregiões. O acúmulo de K+ em tecidos mais novos é comumente associado à

intensa atividade metabólica desses tecidos que apresenta altas taxas

fotossintéticas, mas à medida que esses processos sofrem redução, em decorrência

da seca, por exemplo, o potássio é redistribuído para outras partes das plantas

(LIMA et al., 2011).

Ao analisar a concentração de Na+ nas folhas das plantas de ambos do

genótipo Catissol 01 e da Helio 253, cultivadas na microrregião de IPÇ, observou-

se valores médios significativamente superiores aos encontrados nas plantas

cultivadas em PAR para esse íon (Figura 8B).

Os níveis mais elevados de Na+ encontrados nos tecidos vegetais das

plantas cultivadas na microrregião de IPÇ, nos dois genótipos estudados, podem

Page 68: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

68

ser associados a alta incidência desse íon na microrregião, que junto ao possível

maior fluxo hídrico (solo-planta-atmosfera) proporcionado pela maior

disponibilidade hídrica no solo, pode ter auxiliado no transporte desse componente

às folhas (BLUMWALD et al., 2000). As plantas não toleram grandes

concentrações de Na+ no citoplasma, pois sob certas condições de salinidade, a

estrutura das membranas celulares e enzimas podem ser danificadas e interferir

diretamente no metabolismo da homeostase iônica e hídrica das plantas (ZHU,

2001; YOKOI et al., 2002), como visto no percentual de VE nas células das folhas

dos genótipos em IPÇ ( Tabela 9).

Na microrregião de PAR ocorreu o inverso de IPÇ, os valores médios da

concentração de Na+ nas folhas, apresentaram-se significativamente inferiores

(Figura 8B). É provável que o baixo fluxo de água possa ter auxiliado na redução

dos teores de Na+ translocado para as folhas das plantas cultivadas nessa

microrregião (MELO, 2012). Tal mecanismo é possível devido às plantas terem a

capacidade de acumularem íon absorvidos nos vacúolos das células foliares,

mantendo dessa forma a concentração de Na+, no citoplasma e nas organelas, em

baixos níveis de modo a não interferirem nos mecanismos enzimáticos e

metabólicos, o que permite a hidratação das células sem causar danos as suas

estruturas (FARIAS, 2008).

Os maiores níveis das concentrações de Cl- foram observados nos

genótipos cultivados na microrregião de IPÇ. As altas concentrações do íon Cl-

observado nos dois genótipos em IPÇ, apesar de não terem interferido nos

processos de crescimento/desenvolvimento, possivelmente estão relacionadas à

absorção em excesso de Cl- que pode causar, por seu acúmulo nos cloroplastos, a

disrupção na homeostase do potencial de água e o desbalanço iônico na interface

solo-planta, podendo promover nos casos mais graves a toxicidade no vegetal

(NEOCLEOUS e VASILAKAKIS, 2007). Elevadas concentrações de Cl- podem

ainda, alterar o metabolismo, inibir a fotossíntese e provocar o surgimento de

injurias nas folhas (MUNNS, 2002; TAIZ e ZEIGER, 2004).

Correlacionando os íons Na+ e Cl

-, observou-se mais claramente em IPÇ,

que o acúmulo total de Cl- foi bem maior do que o acúmulo de Na

+ (Figura 8B e

Page 69: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

69

C). Esse resultado são comumente observados e explicados pela característica de

ânion livre do cloro na planta, o que lhe confere maior mobilidade e transporte

mais elevado do que o sódio (MARSCHNER, 1995; FERNANDES et al., 2002).

Maathuis e Amtmann (1999) propuseram o estudo da razão K+/Na

- para se

estimar possíveis efeitos toxico causados por íons salinos às plantas. A razão

proposta acima, que foi aceita por diversos autores, é um fator determinante na

manutenção do metabolismo da planta a condições de relativa salinidade, pois

valores inferiores a 1,0 indicam um acúmulo preferencial de Na+ no tecido em

detrimento ao K+ (MAATHUIS e AMTMANN, 1999; VOLKMAR et al., 1999).

Apesar de não se apresentar como um parâmetro conclusivo na discriminação da

tolerância ao sal entre algumas espécies (WEI et al., 2003), os valores apresentados

na figura 9 , foram superiores a 1,0, independentes do genótipo e da microrregião

de cultivo, evidenciando que não houve efeito tóxico dos íons sobre as plantas

desse trabalho. Muito embora a razão entre esses íons ainda fosse maior em PAR.

O mecanismo de distribuição dos íons K+ e Na

- nessa relação é

caracterizado tanto por restringir como sequestrar o excesso de sais nos vacúolos,

minimizando o desequilíbrio causado pelo estresse osmótico e/ou iônico em

condições de déficit hídrico, bem como os danos às funções e estruturas celulares,

evitando a toxicidade por íons (YOKOI et al., 2002; KAMEL, 2008).

Page 70: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

70

Quando as plantas passam por alguns estresses ambientais, por exemplo,

salino ou hídrico, pode ocorrer uma sinalização metabólica ou celular (aumento

metabólico e/ou enzimático), principalmente quando os estresses causam

perturbações ao processo fotossintético em plantas. Essas perturbações levam,

secundariamente, a uma produção excessiva de Espécies Reativas de Oxigênio

(EROs). Na ausência de mecanismos eficientes para a proteção antioxidativa

(enzimáticos e não enzimáticos) podem ocorrer alterações metabólicas que

resultam em danos oxidativos (PAN et al., 2006; CARVALHO et al., 2011).

As EROs resultantes da resposta a estresse severos, podem ocasionar

peroxidação lipídica, danos nas membranas celulares, degradação de proteínas,

quebra da dupla fita do DNA, entre outros danos (APEL e HIRT, 2004;

ELKAHOUI et al., 2004; MOLLER et al., 2007; NGUYEN et al., 2009). Como já

foi relatado na tabela 9 (VE) houve um maior dano de membrana nas plantas

cultivadas na microrregião de IPÇ em ambos os genótipos, onde o nível de íons

disponíveis para as plantas foi maior. Esse fenômeno possivelmente desencadeou

um estresse secundário, o oxidativo, como uma forma de sinalização induzido por

estresse iônico ou déficit hídrico através da peroxidação lipídica (ALONSO et al.,

1997; QUEIROZ et al., 1998 e 2002).

0

5

10

15

Ipanguaçu Parnamirim

µm

ol

. g

-1 M

S

Microrregiões

Na+/K+

Figura 9- Razão K+/Na

+ nas folhas apicais nos genótipos Catissol 01 ( ) e Hélio 253 ( )

cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR.

Page 71: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

71

Neste estudo, o nível de peroxidação lipídica foi maior no genótipo

Catissol 01 quando comparado ao Helio 253, em ambas as microrregiões, mas com

destaque para a microrregião de IPÇ. Para o genótipo Helio 253 não houve

diferença significativa entre as plantas cultivadas nas duas microrregiões (Figura

10). Segundo Apel e Hirt, (2004) os ácidos poli-insaturados dos lipídeos são os

alvos primários das EROs, gerando radicais derivados que, por sua vez podem

desempenhar o papel de mensageiros secundários do estresse primário. Há

evidencias de que os efeitos do estresse hídrico sobre o fotossistema II podem ser

mediados pela produção e acumulação de EROs (QUEIROZ et al., 2002).

Figura 10- Concentração de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (peroxidação lipídico)

(TBARS) em folha de plantas dos genótipos girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ),

cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em

maiúsculo, para comparação dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem

a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em

minúsculo para comparação entre os genótipos na mesma microrregião de cultivo são

diferentes a 5% de probabilidade pelo teste de t-Student.

A análise da quantificação de proteínas solúveis totais indicou que houve

um aumento de produção de proteínas tanto para o genótipo Catissol 01 como para

o genótipo da Hélio cultivados na microrregião de IPÇ (Figura 11). Segundo

Romo et al. (2001) genes induzidos pela seca codificam proteínas que exercem

papeis importantes nas respostas ao estresse hídrico, promovendo a síntese de

proteínas, que conferem tolerância à desidratação, protegendo estruturas celulares

Aa

Ba

Ab

Ab

0

500

1000

1500

2000

Ipanguaçu Parnamirim

ƞm

ol

MD

A-T

BA

g -

¹MS

Microrregião de cultivo

TBARS

Page 72: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

72

ou se envolvendo nas vias de transdução de sinais, permitindo a indução de genes

sobre condições de estresse.

O estresse hídrico pode levar a extensivos danos às membranas,

desencadeando processos peroxidativos aos lipídios, com perda de eletrólitos pela

célula e redução na atividade fotossintética (QUEIROZ et al., 2002). A intensidade

dos danos oxidativos depende de quão rápida é a proteção oxidativa (MUNNS e

TESTER, 2008; CARVALHO 2001).

A célula vegetal e suas organelas – peroxissomas (DEL RIO et al., 2006),

cloroplastos (ASADA, 2006) e mitocôndria (MOLLER, 2007), contém diversos

sistemas enzimáticos e não enzimáticos para remoção de EROs (APEL e HIIRT,

2004; MOLLER, 2007). Os componentes do sistema antioxidante enzimático como

as enzimas dismutase de superoxido (SOD), catalase (CAT), peroxidase de

ascorbato (APX), peroxidase de fenol (POX) e o não enzimático como o ascorbato

(AsA) são amplamente distribuídos pela célula e atuam de forma coordenada para

conferir proteção oxidativa (FOYER e NOCTOR, 2003; MOLLER et al., 2007).

Ab

Ba

Aa

Bb

0

200

400

600

Ipanguaçu Parnamirim

µg

g-¹

MS

Microrregião de cultivo

PST

Figura 11- Concentração de proteínas solúveis totais (PST) em folha de plantas dos

genótipos de girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados nas microrregiões de

IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para comparação dos

genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de probabilidade, pelo

teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em minúsculo para comparação

entre os genótipos na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5% de

probabilidade pelo teste de t-Student.

Page 73: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

73

A SOD é considerada atualmente a enzima que tem uma função central na

defesa dos organismos contra o estresse oxidativo (SCANDALIOS, 1993;

BHATTACHARYA et al., 2001; BORSANI et al., 2001; MARTINEZ et al., 2001;

POLLE, 2001; MAIA, 2008). Nesse estudo, observou-se que não houve diferença

significativa entre as atividades de SOD dos genótipos (Catissol 01 e Helio 253)

inclusive quando comparados entre as microrregiões (Figura 12A). Contudo,

Agarwal e Shaheen (2007) observaram, em seus experimentos, que houve um

aumento da atividade da SOD quando as plantas foram submetidas a estresse salino

e déficit hídrico.

A CAT é uma enzima que converte o H2O2 em H2O e O2. Nas plantas as

catalases são encontradas nos peroxissomas e glioxissomas, sendo diferentes da

APX que atua nos cloroplastos (RESENDE et al., 2003). Nesse estudo houve uma

redução significativa na atividade da CAT tanto para o genótipo Catissol 01 como

para o genótipo Helio 253 cultivado na microrregião de PAR, mantendo-se elevada

a atividade de ambos os genótipos cultivados em IPÇ, sem diferença significativa

entre eles (Figura 12B). No estudo realizado por Agarwal e Shaheen (2007), a

atividade da CAT foi elevada de acordo com o aumento da salinidade e do déficit

hídrico imposto às plantas.

Page 74: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

74

As APX são as principais peroxidases na remoção do H2O2, que é um dos

EROs mais produzido diante do estresse, no interior da célula e atuam em sincronia

com outras enzimas que participam do ciclo ascorbato-glutationa (FOYER e

NOCTOR, 2000; CARVALHO et al., 2011). Nesse estudo, a atividade da APX foi

mais elevada nos genótipos da Catissol 01 e na Helio 253 cultivadas na

microrregião de IPÇ em relação às cultivadas na microrregião de PAR, não tendo

diferença significativa entre os genótipos da mesma microrregião (Figura 13A). No

estudo realizado por Carvalho (2011) com arroz, a atividade de APX reduziu

quando as plantas foram tratadas com NaCl.

Aa

Ba Aa

Ba

0

200

400

600

UA

-¹g

MS

-¹ m

in

SOD (A)

Aa

Ba

Aa

Ba

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

Ipanguaçu Parnamirim

mm

ol-

¹gM

S-¹

min

Microrregião de cultivo

CAT (B)

Figura 12- Atividade das enzimas dismutase de superoxido (SOD) [A] e catalase (CAT) [B]

em folha de plantas genótipos de girassol Catissol 01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados nas

microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em maiúsculo, para

comparação dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem a 5% de

probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em minúsculo

para comparação entre os genótipos na mesma microrregião de cultivo são diferentes a 5%

de probabilidade pelo teste de t-Student.

Page 75: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

75

Existe uma relação antagônica entre a APX e a CAT, pois ambas

metabolizam o H2O2. No entanto, de formas e compartimentos diferentes da célula

vegetal. A diferença de afinidade pelo H2O2 entre essas duas enzimas, pode ser um

aspecto fundamental para provocar a modulação no nível de H2O2 o que resultaria

em sinalização e, consequentemente, proteção oxidativa (SHIGEOKA et al., 2002;

SCANDALIOS, 2005; KOTCHONI e GACHOMO, 2006; ROSA et al., 2010;

CARVALHO et al., 2011).

A oxidação dos álcoois hidroxicinâmicos, precursores imediatos da lignina,

é catalisada pela POXs, resultando na produção de radicais fenoxi-mesomericos

que reagem espontaneamente durante a deposição de lignina na parede celular

(DATTA e MUTHUKRISHNAN, 1999). Nesse estudo, a atividade da POX foi

maior em plantas cultivadas na microrregião de IPÇ, onde houve níveis de

atividade superiores em mais de 50% quando comparado à microrregião de PAR

(Figura 13B). De acordo com os resultados obtidos com a análise do solo e os

índices pluviométricos de ambas as microrregiões, na microrregião de IPÇ houve

uma tendência a um possível estresse iônico e em PAR, devido ao tipo de solo,

houve indisponibilidade hídrica para as plantas. Os resultados obtidos com a POX

neste estudo corroboram com os verificados por Agarwal e Shaheen (2007) em

que, a atividade de POX foi elevada em plantas de Momordica charantia L sob

salinidade, e decaiu quando as plantas foram submetidas ao déficit hídrico.

Page 76: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

76

A análise dos resultados de quantificação de AsA total, oxidado e reduzido

mostrou que houve um decréscimo deste parâmetro nas plantas cultivadas na

microrregião de IPÇ, sendo significativamente diferente para o teor de AsA total e

oxidado, não havendo diferença significativa entre os genótipos estudados (Figura

14 A e B). Esse resultado corrobora com a defesa por enzimas antioxidantes onde

os maiores níveis foram observados para as plantas cultivadas na microrregião de

IPÇ. Este fato possivelmente indicou que na microrregião de IPÇ houve um maior

estresse oxidativo, uma vez que as maiores ações antioxidativa foram encontradas

Aa

Ba

Aa

Bb

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

µm

ol-

¹gM

S-¹

min

APX (A)

Aa

Ba

Aa

Ba

0

2

4

6

8

Ipanguaçu Parnamirim

mm

ol-1

gM

S-¹

min

Microrregião de cultivo

POX (B)

Figura 13- Atividade das enzimas peroxidase de ascorbato (APX) [A] e peroxidase de

fenóis (POX) [B] em folha de plantas dos genótipos de girassol, Catissol 01 ( ) Helio 253

( ), cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas da mesma letra em

maiúsculo, para comparação dos genótipos nas duas microrregiões de cultivo, não diferem

a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da mesma letra em

minúsculo para comparação entre os genótipos na mesma microrregião de cultivo são

diferentes a 5% de probabilidade pelo teste de t-Student.

Page 77: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

77

nas plantas cultivadas nessa microrregião demonstrada tanto no teor de AsA

oxidado como nas atividades das enzimas antioxidantes.

O aumento da atividade da enzima APX pode esta relacionada à

manutenção do teor de AsA reduzido (Figuras 13A e 14C), pois segundo Tsugane

et al. (1999), Apel e Hirt (2004) e Maia (2004). Várias enzimas participam da

manutenção do estado reduzido de AsA. Após a enzima Apx oxidar A atividade de

redutase de monodesidroascorbato e redutase de desidroascorbato reduz MDA e

DHA, respectivamente. No ciclo glutationa–ascorbato, o MDA e DHA são

novamente convertidos em AsA para manter as EROs em concentrações

suportáveis pela célula (APEL e HIRT, 2004).

A atividade enzimática foi proporcional ao teor proteico, indicando que as

atividades enzimáticas aumentaram proporcionalmente ao teor proteico. No

entanto, o aumento observado nas enzimas antioxidante, como defesa oxidativa não

foi suficiente para compensar o dano às membranas verificado no teor de

peroxidação lipídica e vazamento de eletrólitos.

Page 78: CIBELLEY VANÚCIA SANTANA DANTAS DESEMPENHO ...

78

Ba

Aa

Ba

Aa

0

200

400

600

µm

ol-1

gM

S-1

AsA T. (A)

Ba

Aa

Ba

Aa

0

100

200

300

400

µm

ol-1

gM

S-1

AsA ox. (B)

Ba

Aa

Ba

Ab

0

30

60

90

120

Ipanguaçu Parnamirim

µm

ol-1

gM

S-1

Microrregião de cultivo

AsA red. (C)

Figura 14- Teor de Ascorbato total (AsA T) [A], ascorbato oxidado (AsA oxid) [B] e

ascorbato reduzido (AsA red) [C] em folha de plantas dos genótipos de girassol, Catissol

01 ( ) Helio 253 ( ), cultivados nas microrregiões de IPÇ e PAR. Médias acompanhadas

da mesma letra em maiúsculo, para comparação dos genótipos nas duas microrregiões de

cultivo, não diferem a 5% de probabilidade, pelo teste t-Student. Médias acompanhadas da

mesma letra em minúsculo para comparação entre os genótipos na mesma microrregião de

cultivo são diferentes a 5% de probabilidade pelo teste de t-Student.

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79

6. CONCLUSÕES

Tanto o genótipo Helio 253, quanto o genótipo Catissol 01, apresentaram

respostas distintas aos ambientes em que foram cultivados, tendo os seus

maiores desempenhos na microrregião de IPÇ.

As concentrações de íons salinos presentes na microrregião de IPÇ, não

foram tóxicas o suficiente para interferir no crescimento, desenvolvimento

e rendimento agronômico dos dois genótipos de girassol estudados, mas foi

suficiente para desencadear respostas oxidativas e estimular indicadores de

estresse iônico e dano em membrana.

Na microrregião de PAR, o déficit hídrico provavelmente foi o fator

determinante para desencadear distúrbios e danos causados aos processos

de crescimento, desenvolvimento e rendimento agronômico dos dois

genótipos estudados visto o baixo CRA.

O aumento observado na concentração de proteínas no genótipo Catissol

01 cultivada na microrregião de IPÇ embora tenha sido suficiente para

ocasionar uma maior produção de antioxidantes enzimáticos, não foi

suficiente para proteger as plantas contra o dano de membrana causado

pela peroxidação lipídica.

Os valores evidentemente elevados de atividade das enzimas peroxidativas

(CAT, APX e POX) foram diretamente proporcionais ao teor de proteína.

A concentração de AsA total foi inversamente proporcional a atividade das

enzimas peroxidativas, sugerindo que esta relação é antagônica. As plantas

investiram mais na síntese de antioxidantes enzimáticas, com destaque para

a atividade de enzimas peroxidativas.

A relação existente entre os antioxidantes não-enzimáticos e enzimáticos

são possivelmente antagônicos. Tendo predileções por enzimáticas, sendo

constitutivo o não enzimático.

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80

Possivelmente, os maiores desempenhos encontrados nas plantas

cultivadas na microrregião de IPÇ, esta associada a maior ação das

atividades antioxidante enzimáticas.

A avaliação do estudo realizado evidencia que o sistema oxidativo no

girassol foi dependente das condições edafoclimaticas das duas

microrregiões estudadas.

As diferentes respostas observadas entre os genótipos dentro das mesmas

regiões de cultivo mostraram que as reações das plantas às condições

ambientais são genótipos dependente (intra-especifica).

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