Cicatrização 19-08-14

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  • Cicatrizao de feridas

    Faculdade de Tecnologia e Cincias

    Curso de Medicina

    NAS VII Emergncia - CirurgiaDocente: Dr. Marcus Lima

    Eduardo Ornelas, Larissa Caminha, Leandro Dultra,

    Luiza Mascarenhas, Malu Peixoto e Talita Cezar

  • Fases da Cicatrizao

  • Fase Inflamatria

    Incio aps leso tecidual; Liberao de substncias

    vasoconstrictoras;ProstaglandinasTromboxane A2

  • Fase Inflamatria

  • Fase Inflamatria

    O endotlio lesado, bem como as plaquetas ativam a coagulao;

    Plaquetas so essenciais a hemostasia.

    Liberao de fatores de crescimento:

  • Fase Inflamatria

  • Fase Inflamatria

    Neutrfilos so as primeiras clulas (24h);Produo de RL bactericida;

    Macrfago (48-96h);Secreo de citocinas, fatores de

    crescimento, contribui para angiognese e fibroplasia.

  • Fase Inflamatria

  • Fase Proliferativa

  • Revista da SPDV 69(3) 2011; Andr Laureano, Ana Maria Rodrigues; Cicatrizao de Feridas.

  • Fase Proliferativa

  • Fase Proliferativa

    Fonte: SINGER, A. J.; CLARK, R.A.F. MECHANISMS OF DISEASE: Cutaneous Wound Healing. N Engl J Med 1999; 341:738-746.

  • Fase de Maturao

    Aparncia de massa fibrtica caractersticaEosinfilos e

    linfcitos: TNF , IL -1,

    PDGF, TGF beta, EGF

    Miofibroblastos:Contraocentrpeta

    Apoptose ou emigrao

    Cicatriz

    Anexos: regenerao

    limitada

    Colorao plida

    Hipo-vascularizadas

    http://www.negocioestetica.com.br/

  • Fase de Maturao

    Importncia do colgeno

    Protena mais abundante: Principal componente da MEC

    19 isoformas

    Helicoidais

    Tipo I: ossos e tendes

    Tipo III: tecidos moles: vasos, fscia e derme

    Tecido de granulao: 30 a 40% tipo III

    Derme s: 80% tipo I e 20% tipo IIIhttp://anatpat.unicamp.br/

    http://www.infoescola.com/

  • Fase de Maturao

    Remodelamento:

    Colgeno tipo III

    Paralelo a pele

    Colgeno tipo IAo longo das

    linhas de tenso

    Aumento da fora tnsil

    Colagenases:Elastase, catepsina C e

    proteinase neutra;Metaloproteinases

    3 semana = 20 a 30%Atinge at 80% em 3 meses

    Bexiga = 95%

  • http://www.garotacomum.com/

    http://gogena.com.br/

  • Tipos de cicatrizao

    Quantidade de tecido lesado/danificado

    Presena ou no de infeco Tempo do incio da injria

  • Fechamento primrio ou por

    primeira inteno

  • Fechamento primrio ou por

    primeira inteno

    Bordas aproximadas ou apostas Pouca ou nenhuma perda de tecido (i.e. incises

    cirrgicas)

    Ausncia de infeco + rea bem vascularizada;

    Mnimo edema; Rpida epitelizao; Tecido de granulao no visvel; Melhor resultado esttico (golden period).

  • Fechamento secundrio ou por

    segunda inteno

  • Fechamento secundrio ou por

    segunda inteno

    Cura espontnea (Ferida aberta) Perda excessiva de tecido; Presena ou no de infeco; Fechamento: contrao e epitelizao; Presena de tecido de granulao; Resultado esttico pode ser comprometido.

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  • Fechamento primrio tardio ou

    por terceira inteno

  • Contaminao grosseira Ferida inicialmente deixada aberta Tto: desbridamentos repetidos + ABT (3-5dias)

    Observar: bem vascularizado e limpo >> Aproximao das bordas da ferida

    Resultado esttico intermedirio

    Fechamento primrio tardio ou

    por terceira inteno

  • Classificao por agente causal

    Ferida incisa ou cirrgica Ferida contusa Ferida lacerante Ferida perfurante

  • Feridas incisas ou cirrgicas

    Instrumento cortante Comprimento predominaprofundidade; Bordas regulares e ntidas; Geralmente retilneas;

  • Feridas incisas ou cirrgicas

    Mesma profundidade nos extremos; Parte mediana mais profunda; Feridas limpas so fechadas por suturas.

  • Feridas contusas

    Objeto rombo Fora do traumatismo + peso do instrumento = penetrao Bordas irregulares Profundidade predomina

    comprimento (pouco profundas)

  • Feridas contusas

    Traumatismo de partes moles Hemorragia Edema

  • Feridas lacerantes

    Leso por trao (rasgo ou arracamento tecidual) Margens irregulares Vrios ngulos Lacerao Perda de tecido Geralmente infectada

  • Feridas perfurantes

    Agentes longos e/ou pontiagudos Pequenas aberturas Profundidade predomina comprimento Transfixante Perfuro-contuso Perfuro-incisa

  • Classificao das feridas

    Grau de contaminao:

    Limpas;

    Limpas-contaminadas ou potencialmente contaminadas;

    Contaminadas;

    Infectadas.40

  • Grau de Contaminao

    Limpa:

    No apresentam sinais de infeco e no so atingidos os tratos respiratrio, digestivo, genital ou urinrio;

    Condicoes assepticas sem microorganismo;

    Probabilidade de infeco baixa, em torno de 1 a 5 %;

    Exemplo: feridas produzidas em ambiente cirrgico.

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  • Grau de Contaminao

    Limpa-contaminadas:

    Ferimentos que apresentam contaminao grosseira ou situaes cirrgicas em que houve contato com os tratos respiratrio, digestivo, urinrio e genital, porm em situaes controladas;

    Lesao inferior a 6 horas entre o trauma e o atendimento, sem contaminacao significativa;

    Risco de infeco cerca de 10%;

    Exemplo: acidente domstico. 42

  • Grau de Contaminao

    Contaminadas:

    As feridas acidentais, com mais de seis horas de trauma ou que tiveram contato com terra e fezes;

    Sem sinal de infeccao;

    No ambiente cirrgico: tcnica assptica no foi devidamente respeitada;

    Os nveis de infeco podem atingir 20 a 30% (cirurgia dos clons).

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  • Grau de Contaminao

    Infectadas:

    Presenca de agente infeccioso no local;

    Lesao com evidencia de intensa reacao inflamatoria e destruicao de tecidos podendo haver pus.

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  • Classificao de Feridas

    Comprometimento tecidual:

    Estgio I

    Estgio II

    Estgio III

    Estgio IV

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  • Comprometimento Tecidual

    Estgio I: comprometimento da epiderme apenas, sem perda tecidual;

    Pele ntegra, com sinais de hiperemia, descolorao ou endurecimento.

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  • Comprometimento Tecidual

    Estgio II: ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas; pode envolver tecido subcutneo;

    Hiperemia, bolha, abraso ou cratera rasa.

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  • Comprometimento Tecidual

    Estgio III: h comprometimento total da pele e necrose de tecido subcutneo, entretanto no atinge a fscia muscular;

    Perda completa da pele.

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  • Comprometimento Tecidual

    Estgio IV: h extensa destruio de tecido, chegando a ocorrer leso ssea ou muscular ou necrose tissular;

    Ulcerao de espessura completa com trao extensiva.

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  • 51

  • 52

  • Cicatrizao

    Fatores que interferem na cicatrizao:

    Locais - relacionados s condies da ferida e como ela tratada cirurgicamente (tcnica cirrgica);

    Gerais - relacionados s condies clnicas do paciente, e estas podem alterar a capacidade do paciente de cicatrizar com eficincia.

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  • Fatores locais

    Vascularizao das bordas das feridas: oferta de oxignio e nutrientes, depende das condies gerais e co-morbidades do paciente, bem como do tratamento dado a esta ferida;

    Grau de contaminao da ferida: limpeza mecnica, remoo de corpos estranhos, detritos e tecidos desvitalizados;

    Tratamento das feridas: assepsia e antissepsia, tcnica cirrgica correta (direse, hemostasia e sntese), escolha de fio cirrgico (que cause mnima reao tecidual), cuidados ps-operatrios adequados (curativos e retirada dos pontos).

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  • Fatores Locais

    Fatores mecnicos: movimentao precoce, compresso dos vasos sanguneos e separao das bordas;

    Caractersticas da ferida: tamanho, localizao e tipo de ferida.

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  • Fatores Gerais

    Infeco: causa mais comum de atraso na cicatrizao.

    Contagem bacteriana na ferida maior que 105 microorganismos/g de tecido ou se qualquer estreptococo B-hemoltico estiver presente, a ferida no cicatriza por qualquer meio, como suturas primrias, enxertos ou retalhos;

    Prolonga a fase de inflamatria, interfere na epitelizao, contrao e deposio de colgeno.

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  • Fatores Gerais

    Idade: quanto mais idoso o paciente menos flexveis so os tecidos, uma diminuio progressiva de colgeno;

    Hiperatividade do paciente: dificulta a aproximao das bordas da ferida;

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  • Fatores Gerais

    Oxigenao e perfuso dos tecidos: distribuio dos nutrientes das clulas, componentes do sistema imune e antibiticos;

    Fumo: reduz o aporte de oxignio para as clulas e dificulta a cura da ferida.

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  • Fatores Gerais

    Nutrio:

    Carncia de vitamina C e protenas: deprimem o sistema imune e diminuem a qualidade e a sntese de tecido de reparao (colgeno);

    Vitamina A contrabalana os efeitos dos corticides que inibem a contrao da ferida e a proliferao de fibroblastos;

    A vitamina B aumenta o nmero de fibroblastos;

    A vitamina D facilita a absoro de clcio e a E um co-fator na sntese do colgeno, melhora a resistncia da cicatriz e destri radicais livres;

    O zinco um co-fator envolvido no crescimento celular e na sntese protica.

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  • Fatores Gerais

    Diabetes: neuropatia e aterosclerose, propenso isquemia tecidual, ao traumatismo repetitivo e infeco;

    Obesidade;

    Medicamentos: corticosterides, os quimioterpicos e os radioterpicos interferem sntese protica ou diviso celular agindo diretamente na produo de colgeno e aumentam a atividade da colagenase, tornando a cicatriz mais frgil.

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  • Fatores Gerais

    Estado imunolgico:

    Doenas imunossupressoras, a fase inflamatria est comprometida pela reduo de leuccitos, com conseqente retardo da fagocitose e da lise de restos celulares. Pela ausncia de moncitos a formao de fibroblastos deficitria.

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  • Fatores Gerais

    Longos perodos de internao hospitalar e tempo cirrgico elevado;

    Hipotireoidismo, alteraes da coagulao, trauma grave, queimaduras, sepse, insuficincia heptica e renal, insuficincia respiratria.

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  • Cicatrizao Anormal

    Queloides e Cicatrizes hipertrficas:

    Processo cicatricial anmalo, caracterizado porsntese excessiva, alm de pouca degradao decolgeno.

    Metaloproteinases e gelatinase reduzidos.

    Fibroblastos TGF- Colgeno

  • Cicatrizao Anormal

    Histologicamente

    Microscopia Eletrnica : substncia amorfa ao redor dos fibroblastos do queloide e h uma maior atividade metablica e presena de anticorpos antinuclares.

  • Cicatrizao Anormal

  • Cicatrizao Anormal

  • Cicatrizao Anormal

    Afro-descendentes e Asiticos

    Tonalidade da pele mais pigmentada

    Componente gentico

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Preveno (fechadas sob a mnima tenso, cuidados locais como hemostasia, manuseio adequado dos tecidos, uso de fios monofilamentares e desbridamento de tecidos desvitalizados. )

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Cirurgia : relaxamento das bordas da ferida por meio de um deslocamento parcial e avano dos retalhos. Em seguida deve realizar a estabilizao da ferida por meio de sutura subdrmica e intradrmica com fios absorventes de longa durao.

    45 a 100%

  • Cicatrizao Anormal

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Injeo de corticoide : triancinolona age inibindo a alfa-2-microglobulina que por sua vez age inibindo a ao da colagenase. Aplicado na derme papilar.

    9 a 50%

  • Cicatrizao Anormal

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Silicone gel : age aumentando a temperatura da cicatriz, a atividade da colagenase, alm de exercer uma compresso local. O TGF-beta reduzido quando exposto ao silicone.

    Cicatrizao completa.

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Terapia compressiva : o padro para cicatrizes hipertrficas de queimadura.

    24 a 30mmHg 6 a 12 meses malhas compressivas

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Radioterapia : carcinoma espinocelular no local, aps 15 a 30 anos.

    Adultos portadores de queloides graves

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Crioterapia : cicatriz pequena. Congelamento com nitrognio liquido, o qual causa leso celular e microvascular, levando a necrose e involuo do mesmo.

    Demora da cicatrizao e hipopigmentao permanente da pele.

  • Cicatrizao Anormal

    Tratamento

    Fita adesiva microporosa hipoalergnica: age reduzindo a tenso local e deve ser empregada logo aps a cirurgia.

    Terapias emergentes: uso de interferonpromove aumento da lise de colgeno, reduzindo em 30% a espessura da cicatriz.

  • Feridas Crnicas que no cicatrizam

    TNF-alfa, IL-1 e IL-6

    Degradao proteoltica mantida, estimulada pelo TNF-alfa.

    Carcinoma de clulas escamosas.

  • Feridas Crnicas que no cicatrizam

  • Retirada de pontos

    Sexto e o stimo dia ps-operatrio, em caso de suturas simples com pontos separados.

    Incises em que seguem as linhas de fora da pele e os pontos foram dados sem tenso, retirados em torno do quarto dia.

  • Retirada de pontos

    Suturas intradrmicas contnuas com fios no absorvveis, devem permanecer por at 12 dias.

    Infeces, desnutrio, neoplasias, diabetes e dficits de vitaminas, devem ser removidos entre o dcimo e dcimo segundo dia de ps-operatrio.

  • Retirada de pontos

  • Referncias

    CAMPOS, A.C.L., BORGES-FRANCO, A. GROTH, A.K. Cicatrizao de feridas. ABDC Arq Bras Cir Dig 2007; 20 (1): 51-8

    BALBINO, C.A., PEREIRA, L.M., CURI, R. Mecanismos envolvidos na cicatrizao: uma reviso. Revista Brasileira de Cincias Farmacuticas, vol. 41, n. 1, jan./mar., 2005

    MENDONA, R.J., COUTINHO-NETTO, J. Aspectos celulares da cicatrizao. An Bras Dermatol. 2009; 84 (3): 257-62.

    TAZIMA, M. de F. G.S, VICENTE, Y.A. de M.V.de A., MORIYA, T. Biologia da ferida e cicatrizao. Medicina, Ribeiro Pretom 2008; 41 (3): 259-64.

    SINGER, A. J.; CLARK, R.A.F. MECHANISMS OF DISEASE: Cutaneous Wound Healing. N Engl J Med 1999; 341:738-746.

    Sabiston Textbook of Surgery. 19 th Edition, Figure 7-1 VELNAR, T. BAILEY, T. SMRKOLJ, V. The wound healing process: na overview of

    the cellular and molecular mechanisms. Journal of International Medical Research October 2009 vol. 37 no. 51528-1542.