Ciclos econômicos

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Ponto 1 CICLOS ECONÔMICOS Material Didático: Profa: Dra. Delza Rodrigues de Carvalho

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Page 1: Ciclos econômicos

Ponto 1

CICLOS ECONÔMICOS

Material Didático: Profa: Dra. Delza Rodrigues de Carvalho

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CICLOS ECONÔMICOS: A IMPORTÂNCIA DO TEMA. ...

Porque as economias passam por fases de crescimento e de crise ao longo de sua história ?

Estes ciclos tem características diferenciadas em cada período ?

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1 - discutir noções de longo prazo da economia capitalista.

Para tanto, torna-se necessário especificar relações e

indicadores com que se irá trabalhar numa análise de

longo prazo.

2 - subsidio para analisar a participação brasileira na

economia mundial

CICLOS ECONÔMICOS: Objetivos da exposição

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Todo fenômeno social que observamos constitui uma

interpretação da realidade.

Essa realidade é composta de inúmeras interações de

pessoas com o meio...

Para entender o significado desse fenômeno, nós

separamos apenas o que ele tem de essencial, numa visão

de fora da realidade... Elabora-se uma TEORIA..

REALIDADE E TEORIA...

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METODOLOGIAS DE ANÁLISE

O conhecimento científico se desenvolve a partir de

explicações de fenômenos que nos cercam, validados por

uma teoria aceita pelos estudiosos nas mais diversas áreas

... as teorias partem de uma unidade de análise e são

formuladas com pressupostos que procuram dar conta do

diversas áreas. que o fenômeno estudado tem de

essencial...

Passar da teoria à prática, respeitando os pressupostos

formulados, requer uma metodologia apropriada...

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AS TEORIAS

DA

CRISE

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A razão maior seria a irracionalidade do processo produtivo:

a concorrência provoca anarquia da produção: capitalistas competindo entre si gera uma superprodução. Os lucros decrescem reduz-se o investimento, gerando desemprego e quebras em série.

o sistema produtivo no capitalismo não está voltado para as necessidades sociais mas para satisfazer o lucro dos proprietários, provocando situações inacreditáveis (como por exemplo, num país faminto os produtores de grãos queimarem a produção por não considerarem os preços ofertados atraentes).

Devido a concorrência, ocorre uma assustadora acumulação de capital em poucas mãos.

A CONCEPÇÃO DA CRISE EM MARX *

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A CONCEPÇÃO DA CRISE EM MARX...

Síntese da Teoria da Crise

Modo da Produção Capitalista

Anarquia da Produção

Acumulação da Riqueza

Concentração da Propriedade Aumento da Miséria Social

Proletarização das massas

Colapso do Capitalismo

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OS REVISIONISTAS (Eduard Bernstein, Tugan-Baranowsky e Rudolf Hilferding

A evolução do capitalismo não aumentou a miséria dos

trabalhadores. A prosperidade foi tamanha que não só não

esmagou os pequenos negócios como beneficiou também os

operários fabris, que melhoraram muito seu padrão de vida a

partir de 1880.

Hilferding mostrou que acumulação do capital e a fusão de

empresas não provocava - devido a adoção das sociedades por ações

- a redução do número de proprietários e que, necessariamente, não

conduzira à miserabilidade das massas

Concluem que o capitalismo tinha capacidade de expandir-se

ilimitadamente. O socialismo seria implantado pelo aumento da

consciência e da força do movimento operário, não porque uma

força cega qualquer colocasse o capitalismo de joelhos

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O capitalismo desenvolve-se com os empreendedores - inovadores

responsáveis pelas ondas de prosperidade.

O papel do empresário inovador pode se dar pelo lançamento de

um novo produto (o telefone ou o automóvel), ou uma nova técnica

de produzir (fordismo/taylorismo), nova matéria-prima ou mesmo

a conquista de um outro mercado ainda não desbravado.

Mesmo que iniciada num só setor produtivo, provoca uma onda

geral de transformações. O empreendedor é recompensado com

enormes lucros (chamado de lucro do monopólio), que

gradativamente diminuí quando outros competidores, se

aproveitam da inovação, explorando o caminho já aberto.

A "DESTRUIÇÃO CRIADORA" DE CHUMPETER

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A "DESTRUIÇÃO CRIADORA" DE CHUMPETER

A introdução do novo destrói o antigo.

o transporte à vapor destruiu a vasta rede preexistente de diligências, de carruagens e embarcações à vela;

a informática e a robotização estão cancelando definitivamente milhares de postos de trabalhos nos escritórios e nas fábricas.

No capitalismo atual o agente da inovação não é mais o capitalista, mas alguém contratado pela grande corporação (os novos agentes do desenvolvimento econômico). O capitalista agora é um aglutinador de mão-de-obra qualificada.

A crise decorre da exaustão dos efeitos da inovação. Quando um novo produto chega aos limites do mercado, saturando-o. Os lucros declinam, gerando uma reação negativa em cadeia, com falências, concordatas e desemprego.

A estagnação só será rompida quanto uma outra inovação chegar ao

mercado, impulsionando a retomada do crescimento.

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A "DESTRUIÇÃO CRIADORA" DE CHUMPETER

Nunca se sabe quanto tempo dura um período ruim desses, quase

sempre inflacionário, mas Schumpeter afirmou que este

comportamento da economia capitalista era cíclico - ele estudou-

o detalhadamente no seu Ciclos Econômicos (Business Cycles,

1939).

Períodos - Ondas de inovação tecnológica 1790-1844: Primeira fase da Revolução Industrial; expansão do sistema fabril, carvão e ferro 1845-1890: Difusão da máquina a vapor, navegação a vapor e estradas de ferro. Fabricação do aço 1895-1945: Expansão da eletricidade, da química e dos motores à combustão

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Sintese da destruição Criadora

Exaustão da Crise

Difusão da Inovação

Inovação

Destruição do antigo

Afirmação do novo

Empresário

Invenção/novo produto Fonte de matéria Prima/ ou Método de

Produção

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KEYNES E A SUPERAÇÃO DA CRISE

Crise como resultado da recusa dos capitalistas em investir, porque

não viam nenhuma perspectiva de retorno lucrativo das aplicações.

O investimento depende das expectativas futuras: havendo sérias

dúvidas a respeito, ele opta por não correr o risco. É preferível guardar

o dinheiro, entesourá-lo.

Nestas circunstâncias caracterizada pela falta de demanda efetiva

(ninguém encomendava nada, ninguém comprava coisa nenhuma),

Keynes pregou a necessidade do estado tomar para si as rédeas da

arrancada.

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KEYNES E A SUPERAÇÃO DA CRISE

Ao encomendar grandes obras públicas (auto-estradas, pontes,

ginásios, represas, etc...) o estado faz com que o setor privado

volte a ter vida. Ao empregar gente nas obras públicas está se

rompendo com o desemprego.

Diminuindo o número dos desocupados, as fábricas, voltando a

produzir, reduziam a sua capacidade ociosa.

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Síntese da superação da crise

.

Retomada do crescimento(rompimento da estagnação)

Estado (ativação da demanda)

Colapso do mercado(ausência de demanda)

Estagnação econômica(ausência de investimento

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Síntese da superação da crise

Nos anos 30 e, principalmente, depois da Segunda Guerra

Mundial, a maioria dos países capitalistas continuou seguindo

os ensinamentos de Keynes, na chamada revolução

keynesiana, a quem muitos atribuem a notável prosperidade

que se conheceu nos Estados Unidos e na Europa nos últimos

50 anos

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SUPORTE TEÓRICO MARXISTA PARA A QUEDA NA

TAXA DE LUCRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO

INVESTIMENTO E SUPERAÇÃO DA CRISE.

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Categorias de análise: lucro ( L ) e salário ( S )

O capital investido na produção é composto de:

uma parte constante (K)

uma outra parte variável – total de salários (S).

Relações formuladas por Karl Marx :

composição orgânica do capital : K/S ou, proporção entre o capital constante e o capital variável;

taxa de mais-valia, ou taxa de exploração : L/S ou, quanto se tem de lucro em relação ao salário.

taxa de lucro: r = L / K + S

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Taxa de lucro ( r )

Taxa de lucro: r = L

K + S

desmembrando a taxa de lucro, tem-se que:

L = L/S = L/S a a: taxa de mais-valia

K + S K/S + S/S K/S b + 1 b: composição orgânica

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Taxa de lucro ( r ) : tendências ...

A composição orgânica do capital K/S, relação entre o montante de capital constante – representado pelo capital fixo ( edificações, etc. . ) e circulante ( matéria-prima ) – e o montante de capital variável (salários), tende a crescer a longo prazo.

Já a taxa de mais-valia L/S, relação entre o montante

de lucros e o montante de salários, tende a crescer

menos ou permanecer constante.

r = L/S a a: taxa de mais-valia

K/S b + 1 b: composição orgânica

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Taxa de lucro ( r ) : tendências ...

Assim, dada as condições materiais e tecnológicas num

determinado período histórico, a taxa de lucro r tende a decrescer,

uma vez que L/S tende a ficar constante ou crescer menos que

K/S.

A taxa de lucro e os ciclos econômicos

No longo prazo, dentro de períodos históricos determinados, a economia capitalista tem uma tendência a crescer no seu início e, face ao decréscimo da taxa de lucro e da acumulação de capital, a decrescer no período subsequente.

Alteradas as condições materiais, tecnológicas e de mercado, ocorre uma nova fase de crescimento.

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OS CICLOS ECONÔMICOS

Estudos estatísticos que remontam ao século XIX

revelaram a existência de relativa periodicidade na

variação de certos fatos econômicos, geralmente

designadas por ciclos...

Nikolai D. Kondratieff, economista soviético,

dedicou-se nos anos 20 ao estudo de indicadores

macro-econômicos nos países mais industrializados,

tendo identificado ciclos econômicos longos e

formulado uma primeira teoria de inspiração

marxista...

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Definição

O que é um ciclo econômico?

Um ciclo econômico é um movimento periódico, para cima e para baixo na produção, emprego, consumo, investimento e outras variáveis econômicas relevantes.

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O que é um ciclo econômico?

Burns e Mitchell (Measuring Business Cycles, 1946)

destacam 5 pontos principais sobre um ciclo econômico:

1. Os ciclos econômicos são flutuações da atividade econõmica

agregada e não de uma variável específica;

2. Há expansões e contrações da atividade econômica;

3. As variáveis econômicas mostram co-movimentos - e eles

apresentam padrões regulares e predizíveis ao longo do ciclo

econômico.

4. O ciclo econômico é recorrente, mas não períodico.

5. O ciclo econômico é persistente.

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As flutuações econômicas e os ciclos econômicos

Por que o produto flutua?

preocupada com o fato de porque as economias não

crescem de modo suave, mas sim apresentam flutuações

recorrentes.

A produção agregada flutua de modo marcante nas

economias capitalistas. Elas possuem uma forte tendência

(de crescimento econômico), mas longe de ser um

crescimento suave, ele flutua em torno desta tendência com

significativa amplitude.

Tais flutuações são chamadas de ciclos econômicos

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Ciclo econômico

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Ciclo econômico

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Os ciclos econômicos

1º Kondratieff: expansão: 1790 – 1815

declínio: 1815 – 1842

2º Kondratieff : expansão: 1842– 1870 declínio: 1870– 1895

3º Kondratieff : expansão: 1895 – 1920 declínio: 1920– 1945

4º Kondratieff : expansão: 1945 – 1970 declínio: 1970 – 1985

5º Kondratieff : expansão: 1985 – 2005

declínio: 2005 ......

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Crescimento e crise: os ciclos econômicos

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Crescimento e crise: os ciclos econômicos

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O Modelo Primário-Exportador

Características do modelo exportador:

Países centrais: o papel do setor exportador na geração da

renda nacional, era acompanhado por uma variável endógena,

o investimento autônomo acompanhado de inovações

tecnológicas;

Países periféricos: o setor exportador era o único componente

autônomo de crescimento da renda, limitado a um ou dois

produtos, com pouco efeito de irradiação; a indústria interna

(tecido, calçado, vestuário e móveis) e o investimento

autônomo eram insuficientes para dar à atividade interna um

dinamismo próprio.

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O Modelo Primário-Exportador

Papel das exportações

Países centrais: o papel das importações era o de suprir as

necessidades de alimentos e matérias primas não produzidas

internamente de forma satisfatória;

Países periféricos: suprir não só as importações de faixas

inteiras de bens de consumo, como praticamente o total de bens

de capital necessários ao processo de investimento induzido

pelo crescimento exógeno da renda.

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O Modelo Primário-Exportador

SETOR INTERNO X SETOR INTERNO

Países centrais: não havia uma separação entre o setor

externo e interno. O sistema produtivo abastecia os dois

segmentos;

Países periféricos: separação entre os setores voltados para

o mercado interno (com baixa renda), e o mercado externo,

de alta rentabilidade econômica

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O Modelo Primário-Exportador

CRISE DO MODELO

1914 – 1945: 20 anos de guerra e depressão;

1930: queda da receita de exportação acarretou uma redução de 50% na capacidade de importar;

Restrições e controle das importações; elevação da taxa de câmbio; compra de excedentes ou financiamento de estoques;

Estímulo à produção interna substitutiva;

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

Início: utilizando a capacidade de produção interna para substituir parte dos bens antes importados;

Posteriormente: utilização da capacidade para importar disponível para obter do exterior os bens de capital e as matérias primas indispensáveis à instalação de novas unidades para continuar o processo de substituição;

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

CONSEQÜENCIAS:

• Perda da importância relativa do setor externo na

geração da renda nacional;

• A contribuição das exportações deixa de ser

unicamente a de gerar renda, para contribuir

decisivamente na diversificação da estrutura

produtiva, com a importação de equipamentos e

bens intermediários;

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

O CARÁTER DAS TRANSFORMAÇÕES

A transformação da estrutura produtiva foi parcial, ficando restrita ao setor industrial e atividades conexas; não há uma mudança significativa na estrutura de produção do setor primário, inclusive o de exportação; resulta uma nova economia dual.

Os novos setores dinâmicos aparecem no âmbito dos mercados nacionais, conferindo um caráter fechado ao novo modelo

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

A NATUREZA DO ESTRANGULAMENTO EXTERNO

Caráter absoluto: refere-se à capacidade para importar

estagnada ou declinante; relacionada com o

estrangulamento do comércio internacional. Da crise dos

30 até o fim da guerra.

Caráter relativo: refere-se à capacidade de importar

crescendo a um ritmo inferior ao produto interno;

relacionada com a tendência de longo prazo das

exportações. Os anos do pós-guerra.

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

O ESTRANGULAMENTO EXTERNO NO BRASIL

De 1948 a 1952 a capacidade para importar deveu-se basicamente a um aumento das exportações.

A partir de 1954 a capacidade para importar teve que ser compensada pela entrada de capitais, com aumento do endividamento externo.

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O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO

OS LIMITES AO DESENVOLVIMENTO NO PROCESSO

DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES.

Para manter a capacidade de importar necessária ao processo

de desenvolvimento econômico, o Brasil necessitou se

endividar, o que limita a capacidade de importar futura

(necessidade de pagamento do serviço e do principal da dívida

no Balanço de Pagamentos

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Referências:

Acumulação de Capital e Demanda Efetiva – Jorge Miglioli

Lucro, Acumulação e Crise – Luiz Bresser Pereira

Crescimento e Ciclo das Economias Capitalistas – Michal

Kalecki

Da substituição de importações ao Capitalismo Financeiro –

Maria da Conceição Tavares