FACULDADE DE RIBEIRO PRETOCAMPUS RIBEIRO PRETOFACULDADE DE DIREITO "LAUDO DE CAMARGO"DEPARTAMENTO DE CINCIAS JURDICASNCLEO DE ENSINO PRTICO _ NEP -3 RESENHA

CDIGO DO ALUNO: 815441

ATIVIDADES COMPLEMENTARES IV

NOME DO LIVRO: CAPITES DE AREIACdigo do livro:NMERO DO LIVRO: 656

NOME DO ALUNO: Elcio Dadalt NetoSala 33B perodo noturnoETAPA: 2 SALA:15B PERODO: DIURNO

2 SEMESTRE / 20141.1 Bibliografia

Amado, Jorge, 1912Capites da areia, romance, ilustrao de Poty. 57 Ed. Rio de Janeiro, Record, 1983

1.2 Biografia

Jorge Amado, nascido na Bahia em 1912, faleceu em 2001, passou a infncia em Ilhus, graduou em Direito e foi exilado na ditadura de 35. Quando regressa em 45 eleito como deputado federal, foi autor da lei constitucional que garante a liberdade de culto.Publicou seu primeiro romance,O pas do carnaval, em 1931,contudo, ao final de sua vida, somam-se 49 obras literrias, traduzidas em diversos idiomas, cuja quais foram adaptadas ao teatro, cinema e at editada em braile. Foi um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, chegou a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e a receber ttulo de comendador.

1.3 ResumoO livro comea com uma srie de cartas enviadas ao jornal, onde pessoas relatam sobre os capites da areia, um grupo formado por varias crianas de rua que roubavam para sobreviver. Raimundo era o chefe do bando, durante uma briga, mesmo deixando uma cicatriz no rosto de Pedro Bala, que mais gil e habilidoso que ele, perde a briga e o cargo de chefe, que passa a ser ocupado por Pedro, o qual todos respeitavam. O grupo era formado por cerca de cem meninos que se escondiam em um antigo galpo, os principais era, Sem Pernas, coxo de uma perna, carregava a amarga lembrana de quando foi torturado e humilhado pelos policiais, Gato, era o gal, era vaidoso e ardiloso com os jogos de baralho, Pirulito, era devoto a Santo Antonio e queria ser padre e o Professor, era o mais intelectual do grupo, por isso, elaborava os planos de assalto, sabia ler e pintar quadros, ainda tinha o Joo Grande, padre Jose Pedro e Volta Seca que era sobrinho do Lampio. Por intermdio de Querido de Deus, que era um capoeirista, amigo do grupo, os capites de areia aceitam um servio para entrarem em uma casa e trocar o bilhete que estava com o mordomo, que estava a espera do patro para desmascarar o adultrio da patroa. Com muita agilidade, o grupo conseguiu fazer a troca dos bilhetes e ganharem uma boa recompensa.Sem Pernas e Volta Seca conseguem um trabalho em um velho carrossel que chega cidade, o dono deixava que o grupo andasse nos brinquedos quando encerrava o expediente. Pedro Bala vai as Docas, e conversando com Joo de Ado, descobre que seu pai era um honrado marinheiro que morreu lutando por todos em uma greve, o menino se orgulha do pai e promete seguir o mesmo destino. Quando estava voltando ao trapiche, persegue uma menina negra e atraente, que caminhava na areia da praia, brutalmente a detm e faz sexo anal, j que a menina implorava por sua virgindade. O grupo era muito amigo da me de santo DonAninha, certo dia, os policias invadiram seu terreiro e levaram a imagem de Ogum, Pedro Bala, promete que a traria de volta. Pedro Bala, ardilosamente, se passa por um filho de um doqueiro, sem abrigo, ainda assim, o policial negou abriga lo na delegacia, desse simulou um assalto dizendo a policial que era com o objetivo de ser levado e ter um asilo. Na delegacia ele encontra a estatua, esconde em seu casaco e quando liberado pelo delegado entrega a me de santo.Sem Pernas pediu moradia a uma famlia, com o propsito de descobrir onde ficavam os objetos de valor, mas ao ser acolhido comeou a receber todo o carinho que o casal no pode dar ao filho, que morreu ainda criana. Mesmo comeando a gostar daquele tratamento, ele no poderia trair o grupo e permanecer naquela famlia para sempre, logo, se encorajou se despediu como se j pedisse desculpas a famlia e foge. Aps o assalto sentiu remorso e teve pesadelos com aquela famlia e policiais o perseguindo. A populao pobre da Bahia foi atacada por uma epidemia de varola, dois meninos do grupo foram levados para o Lazareto, somente Raimundo morreu; Boa Vida conseguiu sobreviver. Para evitar o alastramento da peste, a soluo foi obrigar a populao a denunciar os enfermos para que fossem levados ao Lazareto, contudo todos sabiam que a maioria dos enfermos morria naquele lugar, por esse motivo, o padre, ajudou os meninos a esconder Raimundo, mas foi denunciado por uma beata e sofreu represso do bispo.Dora e seu irmo ficam rfos e desamparados, logo, ningum queria emprega los com medo de se contaminarem. Eles so encontrados por Joo Grande e Professor, que os levam ao trapiche. Quando os meninos viram Dora, ficaram eufricos, queriam possui La, mas logo Pedro Bala cessou a confuso e passaram a respeita La. Dora passou a participar dos assaltos, era para o grupo uma me e irm, j para Pedro Bala, era uma esposa. Durante um assalto, Pedro se sacrificou para salvar o grupo e depois de capturado foi levado para o reformatrio, Dora tambm no conseguiu fugir e foi levada para o Orfanato. O diretor do reformatrio torturou Pedro para que contasse onde era o esconderijo deles, mas Pedro no revelou, por isso, foi levado para um quartinho debaixo da escada, onde mal podia se mover, passou fome e sede. Quando foi levado pro quarto, o capito da areia ajudou para que ele fugisse. Assim que estava liberto, foi resgatar Dora no orfanato.Dora estava com muita febre e fraca, mesmo assim, se entregou para Pedro , ele acordou durante a noite e percebeu que a menina havia morrido. O grupo comea e desfazer, Pirulito vai seguir sua vocao para padre com Jose Pedro; Professo aceitou a ajuda de um homem para se tornar um pintor conhecido, Volta Seca procurou seu Padrinho Lampio e entrou para o bando dos cangaceiros; Gato foi para Ilhus com Dalva para aplicar golpe nos coronis. Sem Pernas, em uma fuga, para no se entregar a policia, se suicida. Pedro Bala foi chamado por Joo de Ado e um estudante, para impedir os fura greve de trabalharem, com orgulho ele aceitou a tarefa e tomou frente causa, entregou a chefia do grupo e tornou se um grevista.1.3 Apreciao

No livro Capites da areia, Jorge Amado, ao invs de um romance, poderia t - lo escrito como um livro de historia do Brasil, pois, descreve o cenrio social brasileiro de 1937, poca em que se iniciou a ditadura e o Estado Novo. O grande militante comunista, no se oprimiu ao escrever esta obra, de modo que abordou a realidade mascarada pelo regime autoritrio, como a desigualdade social, a violncia e a forma desumana que eram tratados os menores nos reformatrios, a igreja atuando como instrumento dos polticos e preconceito, de forma geral, genialmente em poucas paginas consegue abordar todos os problemas da sociedade.Devido coibio a liberdade de pensamento nesse perodo, assim como a obra Cacau de 1933, a primeira edio de Capites da areia, foi apreendida e seus exemplares queimados em praa pblica de Salvador pelas autoridades da ditadura. J nas primeiras folhas, cartas ao jornal, o autor faz sua crtica a religio, que como fonte formadora de opinio da sociedade, se alia a forma corrupta dos polticos e aproveitam da credibilidade que tm com o povo para engana los. Assim, no livro, o bispo visita o reformatrio e mesmo sabendo a forma desumana que os menores infratores eram tratados, e que as medidas usadas causariam mais revolta e no uma reeducao escreve ao jornal uma realidade fictcia daquele lugar. Um cenrio no diferente do atual, onde vemos lideres religiosos que em troca de favores dos polticos, incentivam seus fieis em votarem em tal candidato e a aceitarem ideologias preconceituosas. So essas as verdadeiras lojas da f, que praticam at lavagem de dinheiro pblico que so desviados por nossos representantes. O livro retrata que desde aquela poca s os pobres morriam de molstia, j que os ricos podiam pagar pelo tratamento e preveno. Conclumos que a sade pblica sempre esteve doente, quem continua a morrer nas filas dos postos de sade sem atendimento so os pobres, enquanto isso, convnio com os hospitais Albert Einstein, garantem o melhor tratamento para polticos, ex - polticos e seus familiares, no entanto a sade deles bancada com o dinheiro pblico, o SUS deveria oferecer um tratamento digno inclusive aos menores abandonados, como acompanhamento psicolgico. Devido falta de ateno do poder pblico, os menores abandonados no tm outra escolha, se querem comer e viver a nica sada roubar, sabemos que os que dizem que eles deveriam procurar emprego so os primeiros que fecham as portas, s quem mora na rua sabe o quanto difcil ter a confiana e conseguir um trabalho no tendo uma moradia fixa. No livro temos personagens como Pirulito e Professor que queriam mudar de vida, mas pra quem vive nesse meio, encontra uma dificuldade imensa, fortalecida pelo preconceito, sabemos que amizade e confiana no h, aprendem a viver de um jeito que no da pra mudar, quem muda um entre cem. Os polticos so ladres, roubam o dinheiro que poderia construir um leito a mais no hospital, ou o salrio de mais um mdico ou de um professor que iriam mudar e salvar vidas de muitas pessoas, inclusive de meninos abandonadosO livro nos envolve que comeamos a torcer para que eles no sejam capturados nos assaltos, acabamos divididos, pois sabemos que quando somos a vtima, de forma egosta desejamos severas punies e no somos capazes de compreender a realidade vivida por eles, desse modo temos muitos condenados e poucos realmente culpados, pois o direito no poderia exigir outro comportamento desses menores na situao que se encontram. O reformatrio retratado por Jorge Amado a prpria Fundao Casa, o chefe dos Capites da areia, passou dias trancado sem espao para se mexer, sem comida e gua alm de ter sido espanado. Essa a realidade, sabemos que os jovens so tratados como animais enjaulados passam fome, no tem acesso educao, isso no forma de ressocializar, logo bem mais fcil enterrar o problema que resolve lo. Comparando o cenrio de 34 vemos que pouco mudou, todos os problemas daquela poca so vividos hoje de forma mais intensa, o que precisamos pensar nas minorias e fazer movimentos no reivindicando apena benefcios a ns, mas lembrar dos menores abandonados e cobrarmos atitude de nossos representantes. Se queremos mudar o Brasil, temos que combater a raiz, e essa raiz so as crianas, que se tiverem educao amor e os direitos que a constituio garante, conseqentemente diminuir a violncia, assaltos e homicdios. Para os sensacionalistas, que vivem em um mundo fictcio de todos para todos, fao um desafio, rasguem seus diplomas de grandes universidades e tales de cheques, vo morar nas ruas e tentem ingressar em uma faculdade pblica, conseguir um emprego, alimentao e credibilidade, ainda assim estaro frente dos analfabetizados. O Brasil de igualdades e de oportunidades s existe na fico, afinal nossa nica escolha na eleio.