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Cidade Renascentista Antonio Castelnou

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Cidade Renascentista

Antonio Castelnou

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Introdução

No Início da Idade Moderna, as cidades ocidentais renasceram graças ao lento mas progressivo desenvolvimento do comércio, tornando-se importantes centros políticos e

econômicos, que levaram à perda do poder dos senhores feudais e à decadência do feudalismo.

Além disso, teve início a RENASCENÇA, período marcado pelo antropocentrismo e pelo grande avanço intelectual e artístico de toda a

sociedade ocidental, cujas bases eram filosóficas (Humanismo).

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Entre os séculos XIV e XV, os movimentos

comunais e a ascensão da burguesia

reivindicaram o retorno do PODER MUNICIPAL,

passando os mercadores a financiarem a implantação de

monarquias nacionais, o que fez surgir os primeiros países

europeus.

David (1430/32)Donatello (1386-1466)

Masaccio (1401-28)Espulsione di Adamoed Eve (1425)

Vista geral de Firenze(1493)

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Durante a Era das Navegações, o comércio deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico e o MERCANTILISMO desenvolveu-se apoiado pela expansão do Capital comercial e usurário, este

incentivado pela Reforma religiosa.

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No século XVI, um novo padrão de vida emergiu do novo modo de produção

econômica – o Capitalismo mercantilista –, assim como uma nova estrutura política,

expressa principalmente pelo DESPOTISMO centralizado ou pela OLIGARQUIA, em geral personificada em um Estado

nacional (Mumford, 2001).

Palazzo Strozzi(1483/9, Firenze Itália)

Benedetto da Majano (1442-97)& Giuliano da Sangallo (1445-1516)

Palazzo Medici-Riccardi(1444/64, Firenze Itália)

Michelozzo di Bartolommeo (1396-1472)

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Aos poucos, as cidades passaram a assumir

suas funções produtivas, em especial

com o aparecimento das primeiras

FÁBRICAS URBANAS, ou seja, pequenas

oficinas voltadas tanto ao varejo como ao

atacado.

Vista geral de Paris(1630, França)

Mapa da Roma Papal(Séc. XVI, Itália)

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Paralelamente, a cavalaria foi substituída pela artilharia, o que tornou definitivamente as muralhas obsoletas; e os moradores das cidades desceram

das colinas para as planícies (Benévolo, 2001).

Château d'Azay-le-Rideau(1518/27, Vale do

Loire, França)

Château deChenonceaux(1515/21, Vale doLoire, França)Philibert de l’Orme(1514-70)

Château deChambord

(1519/39, Vale doLoire, França)Domenido da

Cortona(1596-1669)

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Cidade tardo-medieval

O conceito do espaço urbano renascentista abandonou a idéia da Baixa Idade Média de

conjunto vivo (crescimento orgânico) e orientou-se para um ideal de perfeição formal pura.

A CIDADE TARDO-MEDIEVAL era caracterizada pelo seu singular equilíbrio formal,

com a Igreja e a autoridade civil niveladas e contrapostas na forma global e nas articulações

internas, onde a arquitetura e os espaços coletivos públicos compunham-se livremente.

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Na idéia renascentista de cidade, toda a

motivação de ordem sagrada e/ou religiosa

sobre a vida urbana acabou desaparecendo, sendo substituída por uma atitude científica levada ao extremo de

uma racionalidade a-histórica.

Villeneuve-sur-Lot(Séc. XVI, França)

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Passaram a predominar a uniformidade, os traçados

regulares e as ruas irradiadas de uma praça central, em que canhões

defendiam estrategicamente as entradas da cidade.

De modo geral, a busca pelo MODELO IDEAL levou

à repetição de alguns motivos geométricos

arquetípicos, principalmente o quadrado

e o círculo .Esquema daCittà Ideale

Piazza Ducale(Vigevano, Itália)

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A arte renascentista confundiu-se com a de projetar cidades, fazendo com que as LEIS DE

PERSPECTIVA se tornassem as regras de construção de vias, praças e conjuntos urbanos,

segundo princípios universais de simetria e proporção.

Hans Vredeman de Vries(1527-1609)

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O novo método de projeção – estabelecido desde os princípios do século XV – passou a ser aplicado

teoricamente a todo gênero de objetos, dos espaços arquitetônicos à cidade e ao território. Entretanto, por limitações práticas, não conseguiu produzir

grandes transformações nos organismos urbanos antes do período barroco, a partir do século XVII.

Annunciazione (1442/45)Fra Angelico (1400-45)

Scuola di Atenas (1511/14)Rafael Sanzio (1483-1520)

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Traçado urbano

No RENASCIMENTO, a concepção urbana aspirava uma geometrização geral de toda a

cidade, na qual ruas e praças passaram a serem definidas pelos edifícios que pareciam

estar constituídos por idênticas unidades estereométricas (formas geométricas puras).

Procurou-se, na medida do possível, aplicar as regras da PERSPECTIVA e do processo de composição aditivo, no qual cada elemento

espacial conservava um alto grau de independência dentro do conjunto,

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O traçado urbano renascentista foi objeto de um intenso esforço de interpretação crítica e

experimentação que, na prática, resultou em várias realizações fragmentárias, as quais exemplificam as relações adotadas entre o assentamento e o

entorno natural (relação figura/fundo).

Prospettiva di una piazza (c.1470)Francesco di Giorgio (1439-1501)

e Luciano Laurana (1420-79)

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O primeiro tratadista da Renascença, LEON BATTISTA ALBERTI

(1404-72) sistematizou teoricamente as idéias artísticas do período,

tanto para a pintura e a escultura (1435) como

para a arquitetura (1455).

Em seu tratado em dez livros De re aedificatoria, de inspiração vitruviana, estabeleceu o que seriam as premissas, nos livros IV e VIII, do urbanismo

renascentista.

De re aedificatoria (1455)Leon V. Alberti (1404-72)

Retrato

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ALBERTI via a ação urbanística como uma

atividade moral, na qual o arquiteto teria a função de unificar todos os aspectos da vida pública e privada.

Definindo a sociedade perfeita como “construção”

(encaixe lógico de afirmações morais, civis e religiosas), buscou definir

as regras universais de construção e remodelação

das cidades.

Chiesa di Sta. Maria Novella(1456/70, Firenze Itália)

Palazzo Rucellai(1452/60, Firenze Itália)

Leon B. Alberti (1404-72)

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Criando um sistema de operações

aplicáveis a todos os organismos

urbanos, ALBERTIconcebia a cidade

como uma totalidade irredutível, ou seja,

um “edifício” público que é uma obra de

arte completa, a qual supera em dignidade

a todas as demais edificações urbanas.

Perspectivaspara a cidade ideal

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Sua teoria urbana demonstrou-se possível em pequenas cidades (Pienza e Urbino), mas ineficaz nas médias (Mantova e Ferrara) e desastrosa nas

grandes (Milano e Roma), já que ali aplicadas acabaram rompendo a coerência e o equilíbrio dos

conjuntos precedentes.

Piazza del Duomo(Milano, Lombardia Itália)

Piazza Sordello(Mantova,Emilia-Romagna Itália)

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Entre as principais idéias de Leon B. Alberti (1404-72) sobre a cidade

apresentadas em seu tratado DE RE AEDIFICATORIA (1455) estavam:

I. Não estabelecia diferenças relevantes entre as cidades do mundo clássico e aquelas surgidas na Idade Média, nem contrapunha os novos critérios racionalizados de planejamento da Renascença aos tradicionais tardo-medievais;

II. Concebia a cidade como uma “grande casa”, ainda que de natureza composta, além da necessidade de conciliar finitude e mutação: a cidade deveria ser dotada de determinado número de “moradias de reserva” às exigências de seu crescimento;

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III. Enunciava as regras universais da cidade

quanto à sua situação ou localização, assim

como em relação à sua área, seus limites e suas “aberturas”: passagens

e meios de comunicação que se constituiriam na

dimensão-chave da cidade, ao mesmo tempo

em que seu modo de divisão (vias de

circulação intra e extra-urbana, praças, pontes e

portos);

Planta de Livorno (Toscana, Itália)