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15.02.2018 Quinta-feira PORTUGAL

Diretor: Diogo Torgal Ferreira | Edição nº 3076. Jornal diário gratuito.

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CIDADES • 02

Obras nos transportes vão custar 200 milhõesGoverno garante que obras de expansão dos metropolitanos de Lisboa e do Porto vão arrancar até junho de 2019. Verba disponível também será aplicada na reabilitação de navios da Transtejo e da Soflusa.

«O filme vai desencadear muitas conversas» Chadwick Boseman fala com o Destak sobre “Black Panther”, um filme que extravasou as telas e que está a ter um impacto significativo não só nos EUA como em todo o Mundo.

DESPORTO • 08© MANUEL ARAUJO/LUSA

FC Porto hipotecou ontem a Champions ao ser goleado (5-0) pelo Liverpool, na pior derrota caseira de sempre

Aposta na inovação e no ensino superior Depois do maior crescimento económico deste século (2,7% em 2017), Governo aprova hoje a estratégia para 2018-2030.

ATUALIDADE • 06

Portugal é quem melhor recupera após a troika Entre 2007 e 2017, o valor das casas subiu 17,3% depois de ter caído 20,5%. Crédito à habitação bate valor máximo da década.

ATUALIDADE • 05

Receita do turismo sobe 16,6% para 9,3M€ diários Mais hóspedes e mais dormidas no ano passado provam dinamismo do setor, mas turistas estão a ficar menos tempo.

ATUALIDADE • 04

Quem será que este ano brilha em biquíni? A aguardada edição da revista “Sports Illustrated” volta a apresentar as mais sensuais modelos, mas também atletas.

FAMA&TV • 09

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OGoverno português concordou com o au-mento da participação

de cada Estado-membro no orça-mento comunitário, de 1% para 1,2%, como medida de compen-sação da saída do Reino Unido da União Europeia. Para a obtenção dessas receitas, o Governo jun-tou-se ao grupo de países que propõem a criação de três impos-tos europeus – imposto digital, imposto verde e imposto sobre transações financeiras. Mas o reforço do orçamento europeu faz todo o sentido, independente-mente da criação destes impos-tos. A crise financeira, ou a pressão ligada ao fenómeno da imigração, são bons exemplos de problemas que extravasaram a dimensão nacional e exigem respostas à escala europeia. Um país em crise financeira, como aconteceu recentemente com Portugal, deve ter apoios euro-peus específicos, ao nível da des-pesa e do investimento, que lhe permitam sair mais rapidamente dessa crise. Por outro lado, os paí-ses com maior volume de refu-giados e imigrantes devem ter apoios europeus reforçados para garantir o sucesso das suas políti-cas de acolhimento. Paralelamen-te, os impostos europeus propos-tos pelo Governo são essenciais, independentemente do reforço do orçamento – a concentração e monopólio de algumas atividades ligadas à economia digital exi-gem que se repense o modelo fiscal e a sua equidade; os impos-tos sobre transações financeiras devem contribuir para diminuir a especulação e aumentar a efi-cácia fiscal e a dimensão ambien-tal deve ser promovida pela pena-lização dos produtos e serviços com maior pegada ambiental, ou maior incorporação de CO2. Acresce que no caso da taxação digital e das transações financei-ras provavelmente só consegui-remos uma verdadeira eficácia fiscal a uma escala europeia. Espero que este caminho seja finalmente concretizado.

Os três impostos europeus

OPINIÃO

DUARTE CORDEIRO Vice-Presidente da Câmara de Lisboa

CIDADES 15.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt02

O Centro Hospitalar de São João, no Porto, abriu um inquérito interno para esclarecer «todas as circunstâncias» da agressão «selvática» a quatro pro-fissionais do Serviço de Urgência, re-gistada na noite de terça-feira e entre-

tanto já denunciada às autoridades competentes. O caso registou-se pou-co depois das 23h de terça-feira e rela-ciona-se com a entrada de um doente que se fazia acompanhar por «um nú-mero indeterminado» de pessoas.

São João abre inquérito a «selvática agressão» a quatro profissionais

Alegada demora foi o ‘rastilho’

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PORTO

REDAÇÃO redacao@destak.pt

Expansão das linhas arranca em 2019

S egundo João Matos Fernan-des, ministro do Ambiente, em declarações feitas no âm-bito de uma audição realiza-

da ontem na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Pú-blicas, «o mais tardar, no final do pri-meiro semestre do próximo ano, as obras já estarão no terreno». «Este foi sempre o calendário desde o prin-cípio, ajustado ao calendário da pró-pria reprogramação dos fundos que libertará 200 milhões de euros para estes projetos e para o projeto de rea-bilitação de navios na Transtejo e na Soflusa», informou ainda João Matos Fernandes aos deputados.

Lisboa e Porto Assim, e segundo o Plano de Desen-volvimento Operacional da Rede do Metropolitano de Lisboa, apresenta-do em maio, o Metro de Lisboa – inau-gurado a 29 de dezembro de 1959 – vai ter mais duas estações, Estrela e Santos, até ao ano de 2022, estando

Obras de expansão dos metropolitanos de Lisboa e do Porto vão começar até ao mês de junho de 2019, com cerca de 200 milhões de euros disponíveis para estes projetos.

ainda previstas também estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos em parti-cular ainda não haja uma data pre-vista de conclusão do projeto.

Atualmente, o Metro do Porto – inaugurado a 7 de dezembro de 2002 – conta com seis linhas e 82 estações,

numa extensão total de 67 quilóme-tros. O alargamento da rede prevê uma ligação entre São Bento e a Casa da Música (Linha Rosa) e o prolon-gamento da Linha Amarela até Vila D’Este (Vila Nova de Gaia), num in-vestimento de cerca de 4,7 milhões de euros.

Metro de Lisboa teve mais 5% de passageiros em 2017 face ao ano anterior

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METRO

EM DEZ SEGUNDOS

TRSNPORTES

Compra de dez barcos é «viável» O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente disse ontem que está em estudo a aquisição de 10 embarca-ções para reforçar a frota da Transtejo e da Soflusa, adiantando que se trata de «um investimento viável».

MOBILIDADE

Mytaxi cresce 60% em 2018 A mytaxi fechou 2017 com um cresci-mento de 60% na sua atividade em Portugal, número que reflete, entre outros dados, um aumento no que toca «ao número de motoristas que ultrapassa já os 1200, só em Lisboa».

CRIME

Suspeito de morte na noite julgado O suspeito da morte de um jovem junto à discoteca Luanda, em Lisboa, em março de 2017, numa rixa que envolveu armas de fogo, começa a ser julgado hoje no Campus da Justiça da capital.

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© MARILINE ALVES

Rui Rangel e Fátima Galante ficaram suspensos de funções e proibidos de contactar com um grupo de pessoas do pro-cesso Operação Lex. Rangel também ficou sem passaporte.

MEDIDAS DE COAÇÃO

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Mais hóspedes que ficam menos tempo

N o ano passado, os estabe-lecimentos hoteleiros re-gistaram 20,6 milhões de hóspedes e 57,5 milhões de

dormidas, um aumento de 8,9% e 7,4%. Correspondendo a 61,4% dos hóspedes, os estrangeiros foram res-ponsáveis por 72,4% das dormidas. Já o mercado interno teve uma evo-lução positiva de 4,1% neste último in-dicador, menos de metade do cresci-mento do mercado exterior: 8,6%.

Os dados provisórios divulgados pelo INE, e que o Destak resume, apontam para um crescimento total dos proveitos de 16,6%. Ou seja, a re-ceita totalizou 3391,4 milhões de eu-ros, uma média diária de quase 9,3 milhões de euros. Números que não incluem o volume de negócios do alo-jamento local.

Por cada quarto, os hoteleiros re-gistaram um encaixe médio de 50,2 euros (+16,2%), quando a taxa de ocu-pação líquida das camas foi de 51,6% (uma subida de 2,3 pontos percen-tuais). Mas nem tudo são boas notí-cias. A estada média baixou 1,4%, para 2,79 noites, valor que não é mais bai-xo devido ao peso dos estrangeiros: 3,28 noites de alojamento contra as 1,99 noites dos portugueses, que ain-

O número de hóspedes e dormidas em Portugal em 2017 aumentou 8,9% e 7,4%, enquanto as receitas cresceram 16,6%. Mas a estada média baixou 1,4%.

da assim registaram uma queda me-nos acentuada (-0,4% contra -2,8%).

Todas as regiões viram as dormidas aumentar, com especial destaque para Açores (+15,8%) e Centro (+14,5%). Mas Algarve (33,1%) e a Área Metro-politana de Lisboa (24,9%) continuam a concentrar a maioria dos turistas, com 19 milhões e 14,3 milhões de dor-midas, respetivamente. O Norte, ape-sar do crescimento de 8%, teve 7,4 mi-lhões (12,9% do total).

Por mercados emissores, os treze principais representaram 81,1% das dormidas de não residentes, com o Rei-no Unido (22,3%) a manter a lideran-ça, à frente de Alemanha (13,6%) e Es-panha (9,7%).

Mais compras sem IVA O valor médio de compra ‘Tax Free’ (reembolso de IVA a turistas) aumen-tou para 269 euros em 2017, que com-para com 262 euros do ano anterior.

Em 2017, Algarve continuou a ser o principal destino de férias em Portugal

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TURISMO

ATUALIDADE 15.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt04

Os ministros da Saúde e do Ensino Superior desvalorizaram as acusações da Ordem dos Médicos relativamen-te à validação científica de práticas tra-dicionais chinesas, contrapondo que estão a cumprir uma lei aprovada no Parlamento em 2013 sem votos con-tra e que a abertura de novos cursos é autorizada por uma agência indepen-dente. Ainda assim, os médicos falam em «perigo para a saúde» e ameaçam com «formas inéditas» de protesto, o que a Sociedade de Medicina Chinesa diz ser uma posição «sectária».

Governo contraria alerta contra medicina chinesa

SAÚDE

Permitam-me que cite um amigo: «Vivemos num pa-ís que ao mesmo tempo

que recusa criminalizar o aban-dono de velhos passa a permitir que animais de estimação fre-quentem restaurantes.» Esta asserção actualíssima é, na sua extrema linearidade, o retrato do momento estranho que vivemos. A preocupação pelos cães e pelo seu bem-estar sobrepõe-se à preocupação pelo conforto e qualidade de vida dos velhos. O cão, principalmente se de raça, é giro, divertido, um brinquedo que nos alegra o quotidiano. Sem outro compromisso que não mantê-lo enquanto desejado e descartável quando incómodo. Os velhos, os nossos velhos, se-jam pais ou avós, principalmente se doentes, não são brinquedos. Vivem e dependem de nós. Exigem sacrifícios e dedicação. Reclamam amor e generosidade. Muitas vezes entrega. Total. Viver a velhice dos mais velhos é tarefa pesada. Implica limitações várias. Da liberdade. Do diverti-mento. De prazeres. De parte da nossa vida. Mas eles foram os responsáveis, directos ou indi-rectos por sermos, por vivermos, por estarmos aqui, com a liber-dade de os proteger ou despre-zar. Uma coisa é certa. E este é o aviso que aqui deixo. Temos a liberdade de acolher o cãozinho e rejeitar o velho. Mas, se assim procedermos que ninguém criti-que quem, quando idosos, nos olhar sem misericórdia nem amor e nos trocar por um cani-che. Se é isto que querem, estou, definitivamente, a mais. E busca-rei nas oliveiras da minha terra o consolo das gentes que não esquecem quem precisa. Sem nada pedirem. E sem outra obri-gação que o imperativo da sua consciência. E também têm cães e gatos. No lugar preciso que os cães e gatos preferem e para os quais foram criados. Cha-mem-me o que quiserem. Alienígena neste mundo já sou! O autor opta por escrever de acordo com a antiga ortografia

A triste sensação da desumanidade

COLUNA VERTICAL

JOSÉ LUÍS SEIXAS Advogado

o valor das casas está mais próximo do verificado em 2007, antes da crise. Ou seja, após uma queda de 20,5% já se assistiu a uma recuperação de 17,3%.

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Crédito dado bate recorde da décadaConcedidos 819 milhões só em dezembro de 2017. Portugal destaca-se na recuperação do mercado.

Após uma queda de 20,5%, preço das casas já recuperou 17,3% em dez anos

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

O s novos empréstimos à ha-bitação totalizaram 819 mi-lhões de euros em dezem-bro de 2017, ano em que as

taxas de juro mantiveram a tendência de queda. Este valor é o «máximo des-de dezembro de 2010», anunciou o Ban-co de Portugal – que aponta para 401 milhões e 183 milhões de euros para novos créditos para consumo ou ou-tros fins.

Este indicador vem confirmar a re-cuperação do mercado imobiliário, ma-nifestada também num estudo do Con-fidencial Imobiliário, que o Destak con-sultou: dos quatro países intervencia-dos pela troika, Portugal é aquele onde

IMOBILIÁRIO

ATUALIDADE15.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 05

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Sabia que, dos alunos que fizeram os testes PISA, os portugueses são os que se sentem mais nervosos quando não sabem fazer um trabalho da escola? Mas também lideram em sentimentos positivos: são dos que mais afirmam sentir que pertencem à escola, os que querem ser os melhores independentemente da área e ter notas excelentes.

WWW.EDUCACAOEMEXAME.PT

EM DEZ SEGUNDOS

SOCIEDADE

Nova campanha contra violência no namoro A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima lançou ontem, Dia dos Namorados, uma nova campanha sobre a violência no namoro, com enfoque nas novas tecnologias. Isto quando um estudo da União de Mulheres Alternativa e Resposta avança que mais de dois terços dos jovens aceita como normal com-portamentos violentos no namoro.

CORRUPÇÃO NA FORÇA AÉREA

Larga maioria dos arguidos vai a julgamento O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, deci-diu levar a julgamento 68 dos 86 arguidos do processo de corrup-ção nas messes da Força Aérea, tendo o juiz determinado a liberta-ção imediata de 18 arguidos ainda detidos. Também os crimes de fal-sidade informática e de associa-ção criminosa foram excluídos.

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ATUALIDADE 15.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt06

Os restos mortais de Maëlys Araú-jo, a menina de 9 anos que estava de-saparecida desde agosto de 2017, fo-ram ontem encontrados. Um procu-rador francês explicou que Nordahl Lelandais, principal suspeito da mor-

te da menina luso-descendente e pre-so preventivamente desde agosto, as-sumiu a autoria do crime, dizendo ter--se tratado de um acidente, e indicou o local onde o cadáver estava enter-rado.

Autoridades descobrem os restos mortais de criança luso-descendente

Pais fizeram vários apelos públicos

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FRANÇA

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Autarquias recebem fatia maior do bolo

Em março, o Governo vai apre-sentar uma proposta para a Lei de Finanças Locais que atribui às autarquias mais

verbas arrecadadas com os impostos. Segundo explicou o ministro da Ad-ministração Interna, em causa está a territorialização de parte das recei-tas de IVA – uma reivindicação anti-ga, pois os municípios não recebem nada pela atividade económica que também promovem nas suas frontei-ras – e o fim das isenções de IMI que são atribuídas a «várias entidades».

O governante apontou este como mais um passo para a descentraliza-ção de competências, um processo que deverá ser concluído nesta legis-latura.

Democratizar ensino superior No ano passado, a economia portu-guesa cresceu 2,7%, a maior percen-tagem registada desde 2000 e um au-mento de 1,2 pontos face aos 1,5% ve-rificados em 2016. De acordo com a estimativa rápida do INE, «o aumen-to do contributo da procura interna, refletindo principalmente a acelera-

Municípios vão receber mais impostos com a Lei das Finanças Locais. À boleia do maior crescimento económico do século, Governo vai apostar na inovação.

ção do investimento», esteve na base de um crescimento recorde neste sé-culo, como destacou o primeiro-mi-nistro.

António Costa reagiu no Parlamen-to, onde anunciou que será hoje apro-vada em Conselho de Ministros a es-tratégia de inovação para Portugal 2018-2030. Um investimento global

em Inovação e Desenvolvimento (I&D) ao longo dos próximos 12 anos é uma das «metas claras», tal como a demo-cratização do acesso ao ensino supe-rior. O objetivo é alcançar «níveis de participação na ordem dos 60% en-tre os jovens de 20 anos e alargar para 50% o número de graduados na faixa etária de 30-34 anos».

António Costa destacou o maior crescimento económico deste século

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CARGA FISCAL

MAIS NO MUNDO

ÁFRICA DO SUL

Zuma demite-se da presidência na televisão Depois de ter dito que só se demitiria se o parlamento apro-vasse uma moção de censura, Jacob Zuma anunciou ontem à noite, num discurso ao país pela televisão, que deixa a presidên-cia da África do Sul de imediato. Acusado de corrupção, Zuma garantiu ter servido o país o melhor que sabia e que sai para devolver a estabilidade.

ESTADOS UNIDOS

Tiroteio numa escola com vários mortos

Uma escola de Parkland, na Flórida, foi ontem palco de um tiroteio a meio da tarde (pela hora local) quando um antigo aluno terá irrompido pelo estabelecimento armado com uma caçadeira. Em menos de uma hora as auto-ridades colocaram o suspeito sob custódia, falando em 14 vítimas, sem adiantar mortos ou feridos. Ainda assim, à hora de fecho desta edição (22h30 em Portugal), a CNN avançava que duas mortes estavam confirmadas. Ao local ocorreram dezenas de agentes da polícia, incluindo o FBI, e vários veículos de emergência.

© REUTERS

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CHAMPIONS OITAVOS DE FINAL

LIVERPOOLFC PORTO

Karius Arnold ‹

Gomez, 79’ › Van Djik

Lovren Robertson Wijnaldum

Henderson ‹ Matip, 74’ ›

Milner Salah Mané

Firmino ‹ Ings, 79’ ›

50

Estádio do Dragão, Porto

Sérgio Conceição Jurgen Klopp

José Sá Ricardo Pereira Reyes Marcano Alex Telles Herrera Sérgio Oliveira ‹ Otávio › Corona, 46’ ‹ Brahimi › Waris, 62’ Marega ‹ Tiquinho Soares › Gonçalo Paciência, 74’

TREINADORES

Golos: Mané (25’, 53’ e 86’), Salah (29’) e Firmino (70’) Disciplina: Nada a registar

DESPORTO 15.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt08

JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

D esastre total. Nunca o FC Porto sofrera uma derrota tão pesada em casa, para qualquer competição; nun-

ca o FC Porto perdera em casa para uma prova europeia por mais do que dois golos; ontem o FC Porto igualou o pior resultado que alguma vez lhe foi infligido como visitante numa par-tida da UEFA.

Aos dados estatísticos junta-se uma ideia simples: o FC Porto não foi com-petente no processo ofensivo, perden-do a bola muito próximo da sua área e facilitando as transições rápidas do Liverpool que dilaceraram a última

linha defensiva portista, constante-mente apanhada desposicionada e em contrapé. Basicamente, o dragão foi sujeito a uma pressão a que não está habituado e deu-se mal com isso.

Sérgio Conceição avisara que a competitividade da liga inglesa está muitos furos acima da portuguesa, mas de certeza que não esperava que

LIGA DOS CAMPEÕES

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Dilúvio no Dragão foi o pior de sempreNunca o FC Porto perdera em casa por uma diferença de cinco golos, até ontem... Ao mais alto nível, cada pequeno lapso foi uma facada nas aspirações portistas.

José Sá foi mal batido no primeiro golo e impotente nos restantes quatro

No dia em que a Seleção Nacional de futsal che-gou a Portugal, depois

da brilhante vitória no Europeu da Eslovénia, esse Europeu que provou que, com uma bola nos pés, não há ninguém como nós neste continente, Ricardinho, o melhor do Mundo, cinco vezes melhor do Mundo, não parou. Não acredito que tenha dito que não a qualquer solicitação insti-tucional ou de imprensa. No final desse dia longo, vi-o na RTP, no Trio de Ataque. Falava de um bar que tem em Gondo-mar, onde está a família. Deixou- -nos a todos entrar em sua casa. O melhor do Mundo, acabadinho de ganhar o mais importante título da carreira e para o futsal português. Impressionou-me quase tudo em Ricardinho. A honesta hu- mildade, onde não cabe a falsa modéstia. Ricardinho é bom e sabe, mas não faz gala disso. Mantendo um impressionante balanço entre o bom senso e a genuinidade, respondeu a todas as perguntas, até às mais difí-ceis. Sobre o futebol, para o qual era muito pequeno, disseram- -lhe. Não tem ponta de mágoa, nem fala do futsal como um es-cape. Falou sobre o Benfica, o clube em que brilhou em Portu-gal e pelo qual continua a ter um carinho enorme, sobre o Sporting, que, admitiu, lhe fez uma proposta há uns anos, uma proposta que esteve muito bem encaminhada. E sobre o FC Porto, clube que não tem equipa de futsal e sobre o qual falou em alegoria, mas de forma absoluta-mente clara para quem quiser perceber. Apesar de ser um mágico, um homem que faz coisas impossí-veis com os pés, Ricardinho também é de carne e osso. É um campeão da Europa que também é um de nós. Fiquei muito feliz por Portugal, mas muito, muito feliz por ele.

A humildade manifestada por Ricardinho

OPINIÃO

LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

EM DEZ SEGUNDOS

LIGA EUROPA

Jesus assume o sonho da final Além de criticar o uso de sintéticos, razão pela qual Mathieu falha o jogo de hoje (16h - SIC) em Astana, o treinador do Sporting afirmou que a equipa tem todas as condições para chegar a uma final da Liga Europa.

MELHORES DE JANEIRO

Jonas e Vitória vencem eleição Jonas foi eleito o melhor jogador da Liga NOS no mês de janeiro, à frente de Lucas Evangelista (Estoril) e Fabrí-cio (Portimonense). O Benfica fez o pleno, uma vez que Rui Vitória foi escolhido como melhor treinador.

JUSTIÇA

Vieira ouvido como testemunha O presidente do Benfica foi ontem ouvido no DIAP como testemunha, no âmbito das declarações em que denunciou a presença de «quatro capangas dos Super Dragões» no jogo das águias na Vila das Aves.

Todos os jogos em falta passam na Sport TV

Juventus 2-2 Tottenham Basileia 0-4 Man. City FC Porto 0-5 Liverpool Real Madrid 3-1 PSG Chelsea 20/02 Barcelona Bayern Munique 20/02 Besiktas Shakhtar 21/02 Roma Sevilha 21/02 Man. United

LIGA DOS CAMPEÕES OITAVOS DE FINAL

os seus jogadores olhassem para o abismo e mergulhassem de cabeça. As perdas de bola sucederam-se no meio-campo; Otávio (11’) e Soares (44’) não foram eficazes como Mané (por três vezes), Salah ou Firmino, um tri-dente que aproveitou as falhas de Jo-sé Sá (mal no 1º golo), Herrera (mui-tas perdas de bola) ou Reyes (má co-bertura zonal).

Ninguém o assumiu, como seria na-tural, mas a Liga dos Campeões pare-ce perdida em definitivo para o dragão.

Ronaldo conduz à reviravolta No outro jogo da noite, o PSG esteve a ganhar, mas o Real Madrid deu a vol-ta, com dois golos de Ronaldo: é o 1º com 100 golos numa equipa na Champions.

NEGÓCIOS & TRAPOS

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FAMA&TV15.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 09

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Modelos deslumbram em revista desportivaA revista “Sports Illustrated” surpreende todos os anos com uma edição repleta de ousadia, onde algumas das mulheres mais sexy do mundo posam em biquíni.

Sessões fotográficas foram feitas em praias paradisíacas das Caraíbas

REDAÇÃO redacao@destak.pt

A última edição da revista Sports Illustrated, a famosa Swimsuit Issue, já está nas bancas e, mais uma vez, sur-

preende pela sensualidade e ousadia das modelos. Ao todo são 30 as mulhe-res convidadas para protagonizarem sessões fotográficas em locais paradi-síacos como as Bahamas ou Aruba.

Manequins e ‘amadoras’ Além de manequins conceituadas como Kate Upton, Barbara Palvin ou Lais Ribeiro, a tenista Eugenie Bou-chard também está a dar que falar pelas suas ‘curvas’.

MODA

‘REVELAÇÃO’George e Lara envolvem-se às escondidas na redação do Jornal de Tirânia, mas são flagrados pelo fotógrafo Ricardo. Ermírio convoca toda a sua família para uma reunião urgente. Cláudia desabafa com Joana sobre Paulo. Fonseca segue Michelle no seu carro. Melancólico, Lucas começa a beber. Victória começa a escolher o seu enxoval. CMTV, 14H44

NOVELAS‘ESSAS MULHERES’Fernando e Auré-lia discutem e ele bate-lhe no rosto. Depois da discus-são Aurélia passa mal. Rodrigo acu-sa Lúcia de matar Maria da Glória. Lúcia responde com provocações. Damiana e Firmina tentam ajudar Aurélia que não consegue parar de chorar. Paulo enfrenta Rodrigo em casa de Lúcia. Preocupado, Fernando pega em Aurélia ao colo e leva-a para o quarto. CMTV, 19H07

PELÉ Edson Arantes do Nascimento juntou-se à Mastercard na cria-ção da curta-metragem 22 Lan-guages (22 Idiomas), filme que pretende «comemorar o poder unificador do futebol».

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JOSÉ AVILLEZ O famoso e aclamado chef por-tuguês – que acabou de ganhar o prestigiado prémio interna-cional Grand Prix de l’Art de la Cuisine – abriu um novo espaço no Chiado, em Lisboa: a Pitaria.

© BRUNO CALADO/SÁBADO

AC MILAN Depois de cerca de 20 anos a vestir Adidas, o famoso e me-diático clube italiano anunciou oficialmente que a partir do próximo dia 1 de julho passará a usar equipamentos da Puma.

© EPA

Salvador Sobral dá entrevista em direto na RTP1

Ultrapassados os graves problemas de saúde que teve que enfrentar re-centemente, Salvador Sobral dá hoje a primeira entrevista depois de ter sido sujeito a um transplante do cora-ção. Num momento em que já prepa-ra o regresso aos palcos, o cantor por-tuguês, e vencedor do Festival Euro-visão da Canção 2017, dará uma en-trevista a João Adelino Faria, às 20h, em direto durante o Telejornal.

TELEVISÃO

A companhia de teatro Mala Voa-dora vai receber no seu espaço, no Porto, de hoje a domingo, três espe-táculos de criadores britânicos, na quarta edição do ciclo de programa-ção “Uma Família Inglesa”.

De hoje até domingo, vão passar pelo espaço portuense da Mala Voa-dora os espetáculos History, History, History, de Deborah Pearson; Story #1, de Greg Wohead e Rachel Mars; e I Could Go On Singing (Over the Rainbow), de FK Alexander. Infor-mações em malavoadora.pt.

Ciclo “Uma Família Inglesa” na Mala Voadora

O músico, letrista e compositor Tozé Brito celebra 50 anos de vida musical com o disco Memória do Amor, que é editado amanhã, um álbum com «can-ções que continuam atuais», algumas inéditas. À Lusa, Tozé Brito confessou gostar muito do novo CD, pois «além de ter tido algum cuidado a selecionar 11 canções», todas têm «um significado especial» para si. Tozé Brito fez parte, entre outros grupos, dos Gemini, cujo álbum Pensando em ti foi o primeiro LP que ganhou um disco de ouro em Por-tugal, vendendo mais de 50 mil discos.

Tozé Brito celebra 50 anos de carreira

Cinco décadas de muita e muita música numa carreira única no país

© PEDRO SIMÕES

MÚSICA TEATRO

ARTE&LAZER 15.02.2018QUINTA-FEIRA www.destak.pt10

REDAÇÃO redacao@destak.pt

“Passaporte da Dança” para Lisboa

OCumplicidades - Festival Internacional de Dança Contemporânea de Lis-boa, cuja 3ª edição decor-

re de 10 a 16 de março, inclui este ano, pela primeira vez, a iniciativa “Pas-saporte da Dança”, com a parceria de nove juntas de freguesia e de mais de 30 escolas de dança e espaços cultu-rais da cidade, anunciou ontem a or-ganização do Cumplicidades numa conferência de imprensa em Lisboa. – o “Passaporte da Dança” decorre de 3 a 10 de março.

Para todos os gostos A ideia com a nova iniciativa, explicou o diretor artístico do festival, Francis-co Camacho, é «entrar nestas ‘mini- -localidades’ para seduzir estas pes-soas para a prática da dança, mas também para o festival como espeta-dores». As aulas disponíveis vão do ballet e dança contemporânea ao fol-clore, passando pelas milongas, dan-ças indianas, dança do ventre, ‘street dance’, ‘biodanza’, salsa ou ‘lindy hop’.

Como o “Passaporte da Dança” ten-ta «tocar a oferta que já existe nas jun-tas de freguesia, tentando ir mais lon-ge», a maior parte das aulas aconte-cem nas escolas de dança, em horá-

Vários locais de 15 freguesias da capital vão acolher, no início de março, mais de 100 aulas abertas e gratuitas de dança, no âmbito do festival Cumplicidades 2018.

rios regulares, mas outras «são pro-porcionadas especialmente» para a iniciativa em espaços cedidos pelas autarquias parceiras, explica ainda a organização – o calendário das aulas disponíveis, bem como os locais onde estas irão decorrer, pode ser consul-tado no site oficial do festival: www.festivalcumplicidades.pt.

De salientar que todo o processo da iniciativa “Passaporte da Dança” irá sendo documentado, em vídeo e

fotografia, por alunos da Escola An-tónio Arroio, da ETIC e da World Academy, e o resultado será expos-to no Museu do Aljube. A exposição é inaugurada a 16 de março e fica pa-tente até meados de abril.

Por fim, a preocupação com a cria-ção de públicos levou a organização do Cumplicidades a apresentar este ano uma outra novidade: o Programa Edu-cativo, dirigido a adolescentes e jovens com idades entre os 15 e os 25 anos.

O Cumplicidades 2018 começa a 10 de março e segue até 16 do mesmo mês

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DANÇA

Há uns tempos encontrei uma cadela preta, linda, encolhida à porta

do meu prédio. Sentei-me ao lado dela e em menos de nada aninhou-se no meu colo. Levei-a para casa. O meu filho de 2 anos agarrou-se a ela aos beijos. Foi impressionante! Im-provisámos-lhe uma cama e o meu filho até queria dormir com ela. Fiz um post no Facebook na tentativa de encontrar o dono da “Rita” (demos-lhe nome e tudo!). Na manhã seguinte fui ao veterinário ver se tinha chip e, na receção, reconheceram-na logo. Afinal, a “Rita” chamava-se “Psi” e o dono era um alemão que morava ali perto. Nessa tar-de a Psi voltou para casa. Nitida-mente feliz por encontrar o do-no. Senti um vazio. Ia ter sauda-des da “Rita”. No dia seguinte o meu filho começa a apontar para a janela da sala a dizer: “cão… cão”. Lá estava ela a espreitar. De vez em quando aparece sozinha para nos fazer uma visita e, depois do beijo, volta para o seu alemão.

Uma cadela que não se esquece!

VOZES DA RÁDIOCAROLINA CAMARGO (Carolina.camargo@rfm.pt ) Segunda a sexta-feira, das 17h às 20h

TOP 6 ÀS 6 NA RFM Ao final da tarde, na RFM levo-te a casa, prometo grandes músicas e espero que me digas o que queres ouvir no “TOP 6 às 6” de 2ª a 6ª. Ao longo do dia, diz-me o teu nome, onde ouves a RFM e que música queres ouvir depois das 6. Envia o teu pedido, através do facebook da RFM ou para carolina.camargo @rfm.pt. Ao fim do dia, depois das 6 eu divulgo na RFM as 6 músicas que nesse dia foram as mais votadas por ti.

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EM DEZ SEGUNDOS

ARQUITETURA

Tatiana Macedo na Culturgest A evocação das memórias de um espaço arquitetónico do iní-cio do séc. XX está no centro de um filme inédito da artista Tatiana Macedo, Esgotaram-se os Nomes para as Tempestades, que será apresentado a partir de hoje, na Culturgest, no Porto.

CULTURA

Tutela lamenta morte de Natália O ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, lamentou a morte da escritora e ensaísta Natália Nunes, que morreu na terça-feira, aos 96 anos, destacando o seu perfil «antifascista e feminista, com ampla intervenção social».

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no Centeno; e Quadrado Azul, esta úl-tima também com sede na capital. Já o programa “Opening”, comissa-riado por Stefanie Hessler e Ilaria Gianni, e centrado em galerias com um máximo de sete anos, também conta-rá com Francisco Fino, Madragoa e Pedro Alfacinha, provenientes de Lis-boa. Em “Diálogos”, cuja seleção ficou a cargo de Maria de Corral, Lorena Martínez de Corral e Catalina Lozano, estará também presente a galeria Gra-ça Brandão, de Lisboa.

Sem país convidado Segundo Carlos Urroz, este ano o cer-tame decidiu inovar e deixar cair o país convidado, como tem acontecido tradi-cionalmente, e optou por escolher um tema, o “Futuro”, conceito focado numa ideia: «O futuro não é o que vai aconte-cer, mas sim o que vamos fazer».

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ARCOmadrid 2018 com 15 galerias portuguesasPrestigiado certame, que tem este ano como tema o “Futuro”, realiza-se de 21 a 25 de fevereiro em Madrid.

Capital espanhola recebe a Arco entre os dias 21 e 25 de fevereiro

REDAÇÃO redacao@destak.pt

A Feira de Arte Contempo-rânea ARCOmadrid, que terá o “Futuro” como tema este ano, vai receber, entre

21 e 25 de fevereiro, a participação de 15 galerias de Portugal e 15 do Brasil, anunciou ontem a organização. De acordo com o diretor da feira, Carlos Urroz, a maioria das galerias portu-guesas está incluída no programa ge-ral: 3+1 Arte Contemporânea; Vera Cortês; Baginski Galeria/Projectos; Caroline Pagés; Cristina Guerra Con-temporary Art; Filomena Soares; Bruno Murias; e Pedro Cera, de Lis-boa; e, do Porto, Pedro Oliveira; Nu-

CULTURA

Se vamos falar da atualidade, sim, é verdade que o Black Panther reina supremo, é respeitadíssimo como mo-delo social e, dentro em bre-

ve, tem garantidos recordes inacredi-táveis de bilheteira nos cinemas de todo o mundo. Mas, historicamente, só em 1966 é que a Marvel deu ordem de sol-tura e as grilhetas foram abertas para que a figura do Black Panther pudesse irromper no horizonte povoado de he-róis brancos. No relógio do tempo, Mal-colm X havia sido assassinado um ano antes. O impacto da série foi fantástico. Pouco tempo depois da criação, por exemplo, punhos cerrados em luvas ne-gras, vestidas por atletas negros, subi-riam ao pódio durante os jogos olímpi-cos de Tóquio. O ‘black power’, em par-te representado pelo muito gentil e po-deroso Black Panther, tinha saltado ai-roso para o palco febril da cultura po-pular. Agora chega ao cinema com ar de utopia, falando de uma África imu-ne aos efeitos destruidores da coloniza-ção. O Destak foi falar com Chadwick Boseman, o ator talentoso que já trans-portara para o cinema as sagas aterro-rizantes do jogador de basebol Jackie Robinson e do juiz Thurgood Marshall, deuses da diáspora afro-americana e da luta pelos direitos humanos. Bem- -vindo, sua majestade de poderes mil.

Qual o verdadeiro significado deste filme, sobretudo levando em conta que, num filme ameri-cano, a personagem negra está geralmente ausente ou, pior, vai ser baleada logo nos primeiros minutos da história? É importante que este filme seja feito neste momen-to. Desde logo, é prova de que uma

JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

da Serra Leoa mas, desta vez, para ir ainda mais fundo na investigação da-quilo que sou, pedi aos meus familia-res que também fizessem o teste. Descobri que sou de origem Mende, da Serra Leoa, mas que tenho igual-mente uma parte Yoruba, que abran-ge parte da Nigéria atual. Tenho ain-da uma parte Jola, da Guiné-Bissau.

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«Não queria que, neste filme, o reino de Wakanda fosse apenas uma ideia anónima e generalizante»

«É importante falar do conflito que há na alma de um afro-americano sem acesso aos seus laços ancestrais»

Senhoras e senhores, eis o “Black Panther”!Após encarnar ícones da cultura afro-americana como Jackie Robinson, James Brown ou Thurgood Marshall, agora chegou a vez de Chadwick Boseman encarnar o super-herói “Black Panther”, filme que estreia hoje.

CINEMA

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aventura com herói negro pode ser financiada a este nível. Black Panther é o 18º filme que desvenda o Universo Cinematográfico Marvel. É importan-te que eles tenham viabilizado este tipo de história, é importante que tenham providenciado um orçamen-to substancial, que os melhores efei-tos especiais tenham sido garantidos.

O cinema americano não tem, de facto, espelhado as viagens pessoais da população negra. E dá sempre pouca atenção ou validade às tradições africanas. Descobriu alguma coisa sobre a

sua história e genealogia ao logo deste processo? Como indivíduo afro-americano, é-me exigido um es-forço extra para descobrir laços na genealogia que permitam compreen-der a minha cultura ancestral. Cabe- -me a mim descobrir o elo étnico que ajude a compreender certas coisas. Não queria que, neste filme, o reino mítico de Wakanda fosse apenas uma ideia anónima e generalizante daquilo que pensamos ser África. Para mim, teria de ser algo mais concreto. Deci-di fazer testes de ADN para aprofun-dar os meus conhecimentos. Já sabia que a minha origem vinha dos povos

O ecrã contém várias figuras fe-mininas poderosas, determinan-tes. Conhece muitos homens que se dizem feministas? Vou pressu-por que sim, conheço vários. Primeiro de tudo, acho que não faz sentido limi-tar o diálogo com as diferenças que vemos na anatomia. O nosso corpo não deve ser uma barreira ao que pensamos. Não há uma predetermi-nação física à nascença sobre quem pode ser feminista e quem não pode ser feminista, quem pode ter ideias feministas e quem não pode ter tais conceitos. Em segundo lugar, se há tantas mulheres que conseguem ser

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«Há, para todos nós que nascemos da ancestralidade afro- -americana, um grande sentido de perda»

«Se eu, como indivíduo, nunca fui conquistado, tenho possibilidade de lidar com a opressão»

DRAMA ‘15:17 DESTINO PARIS’ No seu novo filme, o realizador Clint Eastwood conta a história verídica de três jovens norte- -americanos que em 2015 viaja-vam entre Amsterdão e Paris de comboio e neutralizaram um ataque terrorista. Os três prota-gonistas do filme representam as suas próprias personagens.

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DRAMA ‘THE FLORIDA PROJECT’ A aclamada história de uma me-nina de 6 anos e do seu grupo de amigos numas férias de verão em Orlando, na Flórida, cheias de inocência infantil e sentimento de aventura, enquanto os adultos à sua volta lutam contra dificul-dades várias. Realizado por Sean Baker e com Willem Dafoe.

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DRAMA ‘ALIAS MARÍA’ Maria, uma criança-soldado de 13 anos, recrutada por um grupo guerrilheiro da Colômbia, tem a missão, juntamente com outros três soldados, de entregar em se-gurança o bebé recém-nascido do comandante, numa cidade vizinha. Um fime realizado pelo colombiano José Luis Rugeles.

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OUTRAS ESTREIAS

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autênticas machistas e chauvinistas, então certamente que há por aí ho-mens que podemos considerar como feministas convictos. É uma lógica que funciona para ambos os lados.

Gosto muito de ver no filme a diferença entre um africano e um afro-americano. Um deles, claro, não tem acesso à segurança mental das tradições acumula-das por causa do corte geográfi-co imposto pela escravatura. Que tipo de mensagem existe aqui? É importante falar do conflito que existe na alma de um afro-americano

sem acesso aos seus laços ancestrais. É preciso falar da diferença de um afro-americano sem acesso ao passa-do, por oposição a um africano, que tem isso garantido. Quando fizemos o filme, o John Kani, um dos outros atores de origem africana, disse-me que era capaz de dizer o nome do seu tetra-avô. É inacreditável, mas esse exercício simples não está ao meu alcance. Ele e eu temos, por isso, ideias totalmente diferentes daquilo que uma família pode ser. Ora bem, este tema é algo que a América nunca viu antes. Havia uma frase que che-guei a dizer para a câmara mas que,

penso, acabou por ser retirada na sala de montagem. O que eu

dizia, na pele de Black Panther, era basicamente isto: nós, em África, conhecemos 300 gerações dos nossos antepassados, conhece-mos o nosso povo, mas vocês já não têm essa mesma ligação. Eu, Chadwick Boseman, também vivo este conflito.

A estreia americana está a registar uma

venda antecipada de bilhetes como nunca

se viu na história de Holly-wood. Qual é, além do entrete-nimento, uma das mensagens mais importantes deste traba-lho feito para o cinema de mas-sas? Acho que o filme vai desenca-dear muitas conversas. Há, para to-dos nós que nascemos da ancestra-lidade afro-americana, um grande sentido de perda. Vai ser preciso lidar com essa dor. Uma grande perda e uma grande dor são forças gigantes quando falamos de guerra e de paz, quando começamos a lidar com a herança da opressão. Se eu, como indivíduo, nunca fui conquis-tado, tenho possibilidade de lidar com a opressão de certa maneira. Mas se fui conquistado e oprimido e desligado da minha existência ancestral, nesse caso a situação é outra. Há uma certa quantidade de agonia e ansiedade que nunca fo-ram, até agora, encaradas de frente.

CLASSIFICADOS

LISBOAHOJE 10º MÍNIMA

17º MÁXIMA

AMANHÃ 07º MÍNIMA

16º MÁXIMA

TEMPO

PORTOHOJE 11º MÍNIMA

14º MÁXIMA

AMANHÃ 10º MÍNIMA

15º MÁXIMA

FICHA TÉCNICA Propriedade/Editora: Cofina Media, S.A.; Contribuinte n.º 502 801 034; C.R.C. de Lisboa n.º 502 801 034; Capital Social: €22.523.420,40; Principal Acionista: Cofina, SGPS, S.A. (100%); CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Paulo Fernandes (Presidente), João Borges de Oliveira, Luís Santana, Alda Delgado; DIRETOR GERAL COMERCIAL Hernani Gomes DIRETORA GERAL DE MARKETING Isabel Rodrigues DIRETOR COMERCIAL ONLINE José Frade DIRETOR DE INFORMÁTICA Rui Taveira DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS Nuno Jerónimo DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Alda Delgado DIRETOR DE CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS João Ferreira de Almeida DIRETORA RESEARCH Ondina Lourenço NOME DA PUBLICAÇÃO: Destak; Diretor: Diogo Torgal Ferreira; Chefe de Redação: João Moniz; Colunistas: Duarte Cordeiro, Eduardo Vítor Rodrigues, João Malheiro, José Luís Seixas, Lídia Paralta Gomes, Luísa Castel-Branco; Projeto Gráfico: Carles Durán – Grupo CYAN; Paginação e Grafismo: Túlio Vasco (Editor); Departamento Criativo: Rui Gonçalves; Marketing: DIRETORA: Isabel Rodrigues; João Aleixo (Diretor-adjunto); Gonçalo Sousa (Gestor de Produto); (marketing@destak.pt); Passatempos: Vera Nunes; (info@clubedepassatempos.pt); Departamento Comercial: DIRETOR COMERCIAL: Ricardo Branco; Ana Silveira (Diretora Comercial Adjunta); AGÊNCIAS: Daniel Barata, Margarida Rego, Paula Tavares, Raquel Pinto; DIRETOS: João Pedro Rodrigues (Team Leader), Filomena Mestre, Luis Farinha; Maria da Luz Veiga (planeamento); Telefone: 210 494 204/Fax: 210 493 134/E-mail: comercial@des-tak.pt; Porto: Tiago Medeiros (Coordenador); Telefone: 225 322 309/Fax: 225 322 399; Ativações e Eventos: Tânia Sant’ Ana (Team Leader), Mafalda Esteves, Maria Barbosa; Sede: Administração/Redação/Publicidade: Rua Luciana Stegagno Picchio, n.º 3, 1549-023 Lisboa; (geral@destak.pt); Telefone: 210 494 000/Fax: 210 493 134; Chefe de Distribuição: José Magalhães; Distribuição: António Caldeira, Orlando Lopes (Porto); N.º registo E.R.C.: 123881; Depósito Legal: n.º 170470/01; ISSN 2183-7236; Tiragem média: 70.000; Periodi-cidade: Diária; Preço de Capa: Gratuito; Impressão Nacional: Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas S.A., Rua Consiglieri Pedro-so, 90, Casal de Santa Leopoldina, 2730-053 Queluz de Baixo; Delegação Porto: Rua Manuel Pinto de Azevedo, 80 1.º 4100-320 PORTO Telefone: 225 322 301/Fax: 225 322 399. ESTATUTO EDITORIAL E LEI DA TRANSPARÊNCIA disponíveis em www.destak.pt

Preencha a grelha de modo a que cada linha, cada coluna e cada quadrado de 3x3 contenha todos os números de 1 a 9

SOLUÇÃO

Horizontais: 1. Exalação. Mensageiros. 2. O que professa a arte dramática. Burla. 3. Relinchar. Emissão de voz. 5. Espécie de antílope originário da América do Sul. Meio e modo de locomoção, através do ar. 5. Grande embarcação. Género de plantas hortenses crucíferas, com numerosas varie-dades e formas. 6. Narrativa ou aconteci-mento terrível e comovente. Mesa grande, retangular e tosca. 7. Ato de correr (o tempo). Óxido ou hidróxido de cálcio. 8. Desloca-se para fora. Ave cujo canto parece dizer o seu nome. 9. Designa várias relações tais como causa, modo, tempo, meio, etc. (prep.). Volume, grandeza. 10. Isentar, purificar. Grande desordem. 11. A que professa a arte dramática. Parte posterior do pé.

Verticais: 1. Sacada. Vaso de pedra para líquidos. 2. Acertar. Forma internacional de vóltio. 3. Que comparece à hora marcada. Gracejar. 4. Mamífero cetáceo muito voraz. Senão, dificul-dade. Exprime a ideia de dois, duas vezes (pref.). 5. Chefe de um grupo de trabalhadores. 6. Alvéolo de cera ou conjunto de alvéolos em que as abelhas depositam o mel. Fechar (as asas) para descer mais rapidamente. 7. Êxtase. 8. Contr. da prep. em com o art. def. a. Ovário dos peixes. Grande saco. 9. Direito. Conduzir um líquido por cano ou canal. 10. Perfume. Anéis de cabelos encaracolados. 11. Designa carência ou ausência (prep.). Que tem grande valor.

SOLUÇÃO Horizontais: 1. Vapor, Anjos. 2. Ator, Fraude. 3. Rinchar, Som. 4. Anta, Voo. 5. Nau, Couve. 6. Drama, Banca. 7. Lapso, Cal. 8. Sai, Saci. 9. Por, Tamanho. 10. Ilibar, Caos. 11. Atriz, Tarso. Verticais: 1. Varanda, Pia. 2. Atinar, Volt. 3. Pontual, Rir. 4. Orca, Mas, Bi. 5. Capataz. 6. Favo, Siar. 7. Arroubo. 8. Na, Ova, Saca. 9. Jus, Encanar. 10. Odor, Cachos. 11. Sem, Valioso.

www.destak.pt ou leitor@destak.pt O Destak é seu! Em www.destak.pt esperamos a sua visita, comentários, fotografias. Participe, reclame, elogie e partilhe as suas opiniões e poemas. Pode também enviar para o e-mail em cima ou para Rua Luciana Stegagno Picchio, n.º 3, 1549-023 Lisboa (textos não podem ultrapassar 700 caracteres).

LEITOR15.02.2018 QUINTA-FEIRA www.destak.pt 15

PARTICIPE!

Portugal e os nazis Em Portugal e os nazis, livro da autoria de Cláudia Ninhos, somos reportados também ao período escaldante e mortífero que engloba a Guerra Civil de Espanha e a Segunda Grande Guerra, ocorridas nas décadas de 30 e 40 do século XX.

António de Oliveira Salazar, no ano de 1934, numa crítica clara ao Nacional-Socialismo de Adolf Hitler, terá afirmado afastar-se de qualquer impulso tendente à formação de um Estado Totalitário, apesar de ter feito parte integrante do partido único do regime, que durou uma longa noite de negrura infinda.

Em 1937, Salazar terá voltado a criticar o totalitarismo, inclusiva-

mente, as leis de Nuremberga.

A figura de Hitler nunca terá inspirado grande confiança a Salazar, em especial a sua política externa e agressiva e a forma como lidava com a Igreja Católica.

Assim, numa entrevista, Salazar terá dito acerca de Hitler o seguinte excerto: «A Europa deve-lhe grande serviço de ter recuado, com assombrosa energia e com empolgantes músculos, as fronteiras do comunismo, todavia, receio que vá longe de mais».

Finalizando, o comunismo para Salazar seria pior inimigo do que a mortandade causada pelo cruel Hitler.

JOSÉ AMARAL

Vila Nova de Gaia

CARTAS DO LEITOR

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