Ciência X Ética

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Ciência X Ética: A imposição da vontade dos pais na vida dos filhos Em 1932, Aldous Huxley escreveu um livro denominado o ‘‘Admirável Mundo Novo’’, no qual cita que os bebês seriam criados em laboratórios. Hoje, essa ideia é realidade. Já é possível, através de técnicas de fertilização in vitro e análises do gene de embriões, determinar qual sexo um bebê poderá ter. Apesar disso, os pais devem saber o quanto podem influenciar e o que decidir sobre a vida de seu filho. Essa técnica se chama Diagnóstico Pré-Implantacional (DPI) e permite, ao selecionar certos genes dos pais, determinar como a criança vai nascer: seu sexo e se vai ou não possuir determinada doença genética, tal como câncer. Futuramente, será possível até mesmo mudar a cor dos olhos e cabelos. Contudo, os pais têm o direito de impor suas vontades aos seus filhos até certo ponto. Manipular seus genes para que nasçam sem alguma doença grave, por exemplo, pode até ser compreensível, mas determinar até mesmo as suas características físicas não é algo que cabe aos pais. Afinal, uma das melhores qualidades da humanidade é sua diversidade racial, as características únicas de cada indivíduo. Além disso, uma eugenia poderia levar a futuros preconceitos contra aqueles que não nasceram por esse método.

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Ciência X Ética: A imposição da vontade dos pais na vida dos

filhos

Em 1932, Aldous Huxley escreveu um livro

denominado o ‘‘Admirável Mundo Novo’’, no qual cita que

os bebês seriam criados em laboratórios. Hoje, essa ideia é

realidade. Já é possível, através de técnicas de fertilização

in vitro e análises do gene de embriões, determinar qual

sexo um bebê poderá ter. Apesar disso, os pais devem

saber o quanto podem influenciar e o que decidir sobre a

vida de seu filho.

Essa técnica se chama Diagnóstico Pré-Implantacional

(DPI) e permite, ao selecionar certos genes dos pais,

determinar como a criança vai nascer: seu sexo e se vai ou

não possuir determinada doença genética, tal como câncer.

Futuramente, será possível até mesmo mudar a cor dos

olhos e cabelos.

Contudo, os pais têm o direito de impor suas

vontades aos seus filhos até certo ponto. Manipular seus

genes para que nasçam sem alguma doença grave, por

exemplo, pode até ser compreensível, mas determinar até

mesmo as suas características físicas não é algo que cabe

aos pais. Afinal, uma das melhores qualidades da

humanidade é sua diversidade racial, as características

únicas de cada indivíduo. Além disso, uma eugenia poderia

levar a futuros preconceitos contra aqueles que não

nasceram por esse método.

Mesmo a decisão de aborto do filho não cabe aos

pais. A vida começa desde a concepção e o artigo 5° da

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constituição brasileira garante o direito dessa a todo e

qualquer indivíduo.

Sendo assim, tendo em vista o desenvolvimento

da ciência e os limites que os pais devem ter sobre a vida

do filho, medidas devem ser tomadas. Entre elas, cabe ao

Estado fiscalizar hospitais e quaisquer procedimentos

suspeitos de aborto e aos cientistas limitar suas pesquisas

em relação ao DPI apenas em prol de melhorias na saúde

no futuro bebê. Dessa forma, o mundo não irá enfrentar

uma eugenia mundial e futuros conflitos devido a

preconceitos entre os selecionados geneticamente e os que

nasceram naturalmente.

Contudo, apesar dessa medida aparentar ser muito

boa, futuramente pode causar uma eugenia, no uso da

manipulação genética para fins de beleza. Apesar disso

ainda não ser possível, está claro que essa medida não

seria viável, visto que poderia gerar uma futura divisão da

sociedade e preconceito daqueles que nasceram ou não por

esse método.