CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E … Dores de Cabeça e a Relação Acupuntura e Auriculoterapia...
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CIEPH
CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E PESQUISA DO HOMEM
FÁBIO BOESCHE
ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UMA
PACIENTE COM CEFALÉIA CERVICOGÊNICA
Porto Alegre
2007
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FÁBIO BOESCHE
ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UMA
PACIENTE COM CEFALÉIA CERVICOGÊNICA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Especialista em
Acupuntura pelo Centro Integrado de
Estudo e Pesquisa do Homem
Orientador: Prof. Especialista Fabiano Giacomolli
Porto Alegre
2007
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Autor
Fábio Boesche
Título
Estudo de Caso Sobre os Efeitos da Auriculoterapia em uma Paciente com Cefaléia
Cervicogênica
Aprovado em _______ de _______ de 200___, pela banca abaixo assinada:
Componentes da Banca Examinadora
Nome: ___________________________________Assinatura: _______________________
Instituição: _________________________________________________________________
Nome: ________________________________Assinatura: __________________________
Instituição: ________________________________________________________________
Nome: ________________________________Assinatura: __________________________
Instituição: ________________________________________________________________
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais pela educação e por mostrar os caminhos certos da vida.
Agradeço também, aos amigos e companheiros de curso Nayara e Jonas pelas dicas e
amizade dedicadas durante toda essa trajetória.
À minha maior riqueza desse mundo Marinna, minha filha, maior motivadora para
seguir sempre em frente conquistando novos caminhos.
À minha avó Albina, que não está mais entre nós, mas para mim olha e zela pelo meu
sucesso.
Muito Obrigado!
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RESUMO
Este trabalho consistiu de um estudo de caso, com uma metodologia semi-
experimental de caráter qualitativo que mostra os efeitos da auriculoterapia em uma paciente
com cefaléia cervicogênica. Esta pesquisa teve como objetivos específicos relacionar os
efeitos metabólicos da paciente antes e após as sessões de auriculoterapia, analisar a
localização da dor e verificar a amplitude de movimento, dor muscular e cefaléia
cervicogênica antes e após o tratamento. Foi realizada uma avaliação no início e ao término
de dez sessões realizadas uma vez por semana. Ao final do estudo, pôde-se observar que a
auriculoterapia é eficaz para o tratamento da cefaléia cervicogênica, auxiliando também na
regulação metabólica da paciente. A dor localizou-se na região posterior (occipital) da cabeça,
relacionando-se ao meridiano da Bexiga. Outro fato que pôde ser observado foi que a
auriculoterapia diminui significativamente as dores musculares da região crânio-cervical.
Palavras-chaves:
Auriculoterapia – acupuntura – cefaléia cervicogênica – alterações metabólicas
– amplitude de movimento e dores do sistema crânio-cervical
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................
1 EMBASAMENTO TEÓRICO.......................................................................................
1.1 Anatomia e Biomecânica do Sistema Crânio-Cervical...........................................
1.1.1 Crânio.............................................................................................................
1.1.1.1 Ossos do Crânio....................................................................................
1.1.1.2 Articulações do Crânio.........................................................................
1.1.1.3 Músculos do Crânio..............................................................................
1.1.1.4 Inervação do Crânio..............................................................................
1.1.2 Coluna Cervical.............................................................................................
1.1.2.1 Ossos da Coluna Cervical....................................................................
1.1.2.2 Articulações da Coluna Cervical..........................................................
1.1.2.3 Músculos da Coluna Cervical..............................................................
1.1.2.4 Inervação da Coluna Cervical.............................................................
1.2 Dor e Neurofisiologia da Analgesia por Acupuntura............................................
1.3 Dores de Cabeça e a Relação Acupuntura e Auriculoterapia.................................
1.4 Cefaléia Cervicogênica..........................................................................................
1.5 Tratamento da Paciente com Cefaléia Cervicogênica através da Auriculoterapia
1.5.1 Localização e Explicação dos Pontos Utilizados para o Tratamento...........
1.5.2 Método Terapêutico Utilizado para o Tratamento.......................................
2 METODOLOGIA...........................................................................................................
2.1 Descrição da Pesquisa...........................................................................................
2.2 População e Amostra.............................................................................................
2.3 Contato Inicial e Estudo Principal.........................................................................
3 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................
3.1 Descrição da Amostra...........................................................................................
3.2 Alterações Metabólicas..........................................................................................
3.3 Localização da Dor................................................................................................
3.4 Amplitude de Movimento e Dor Muscular da Região Crânio-Cervical................
3.5 Cefaléia Cervicogênica..........................................................................................
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CONCLUSÃO....................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................
APÊNDICES.....................................................................................................................
Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................................
Apêndice 2 – Ficha de Avaliação.................................................................................
Apêndice 3 – Ficha Controle........................................................................................
ANEXO.............................................................................................................................
Anexo 1 – Escala Analógica da Dor.............................................................................
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INTRODUÇÃO
A acupuntura tem recebido grande destaque na mídia nas últimas décadas
como uma modalidade terapêutica alternativa aos tratamentos convencionais. (LEVITT apud
CHRIST & HSING, 2005). De acordo com a Escola Superior de Medicina Tradicional
Chinesa de Lisboa (2005), graças às múltiplas indicações e à ausência de efeitos secundários,
a acupuntura tem hoje uma projeção planetária, sendo mesmo parcialmente recomendada por
parte da classe médica – muito claramente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – para
tratamento de variadas doenças.
A acupuntura é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de pontos
determinados na superfície da pele. Podem ser utilizados neste processo: agulhas, ventosas,
massagens e até calor proveniente da queima da moxa (moxabustão), preparada à partir da
erva Artemísia (FERREIRA, 1999). De grande eficácia e requerendo equipamento muito
simples, elas são muito populares na China e em outros lugares há milhares de anos. A China
foi o primeiro país a associar a Acupuntura à Medicina Convencional ou Ocidental. As
faculdades de Medicina Chinesa incluem e integram os conhecimentos das “duas medicinas”,
desde a época de 1960 (PAI, 2004). Dentro da acupuntura ainda temos os microsistemas,
dentre os mais usados, a auriculoterapia, que segundo Garcia (1999), já em textos antigos se
justificava a estreita relação do pavilhão auricular com os canais e colaterais, os Zang Fu e o
resto do organismo.
Este estudo começou devido a grande incidência de cefaléia, acompanhadas de
cervicalgia crônica, observada pelo autor principalmente em mulheres colegas de trabalho.
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Como fisioterapeuta, formado pelo Centro Universitário Feevale em 2002, já mostrava
interesse aos males da coluna, seguindo como especialidade clínica a ortopedia e
traumatologia. O interesse pela acupuntura iniciou ao acompanhar a especialização de colegas
de clínica, onde teve um contato bem direto com as técnicas. Ao iniciar sua especialização
andou pelo mesmo caminho, seu interesse principalmente aos males da coluna, o levou a essa
monografia, buscando a eficácia da auriculoterapia nas cefaléias cervicogênicas. De acordo
com Kansaon (2001), a cefaléia cervicogênica acomete principalmente mulheres, que se
queixam de dores unilaterais da cabeça. A intensidade é moderada a intensa; o caráter pode
ser pulsátil. Freqüentemente, a dor se inicia na região occipital e cervical, irradiando-se
anteriormente no mesmo lado. Náuseas e vômitos, fono e fotofobia podem ocorrer.
Caracteristicamente, os ataques são provocados por movimentação do pescoço ou
digitopressão.
É na cabeça que todos os meridianos yang da mão e do pé se encontram, o
ataque de fatores endógenos ou exógenos podem provocar dor de cabeça, devido ao
desarranjo de qi e sangue na cabeça e retardo da circulação de qi nos meridianos que
atravessam a cabeça. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).
Podemos relatar também, que segundo Garcia (1999), a irritabilidade excessiva favorece a
estagnação do qi do fígado que se transforma em fogo, advindo a ascensão do yang do fígado.
Também a deficiência de yin do rim, que não consegue nutrir o yin do fígado, favorece o
aparecimento de ascensão do yang do fígado ou o movimento do vento interno do fígado.
Portanto, teve-se como objetivo geral do presente trabalho, verificar os efeitos
da auriculoterapia em uma paciente com cefaléia do tipo cervicogênica, buscando com isso o
engrandecimento e a cientificidade da acupuntura. Pai (2004) diz que a pesquisa em
acupuntura é importante não apenas para elucidar os fenômenos associados ao seu mecanismo
de ação, mas também, para encontrar novos caminhos na fisiologia humana ainda não
examinados de maneira sistemática.
Os objetivos específicos da pesquisa foram:
Relacionar a cefaléia cervicogênica com as alterações do metabolismo
antes e após o tratamento da auriculoterapia, com dados relatados pela colaboradora;
Analisar a localização da dor;
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Verificar os efeitos da acupuntura em relação à amplitude de
movimento, dor muscular da região crânio-cervical da cefaléia cervicogênica no início e ao
término das dez sessões.
Segundo Maigne (1996), a cefaléia cervicogênica constitui a terceira causa de
cefaléia, correspondendo a 15,1% do total da população, sendo que a relação mulher/homem é
de 7:1.
O fisioterapeuta, em sua rotina clínica se depara muitas vezes com queixas de
cefaléia. Bigal (2001) afirma que a cefaléia é um dos sintomas mais freqüentes referidos na
prática médica, acarretando impacto na qualidade de vida e custos significativos. Quanto mais
técnicas eficazes contra esse mal o profissional da saúde dispuser, mais rápido o tratamento
chegará ao sucesso. A acupuntura já se mostra como uma das técnicas mais utilizadas para o
tratamento da cefaléia.
Esta pesquisa tem como intuito divulgar o conhecimento da cefaléia
cervicongênica como um dos principais agentes causadores de cefaléia crônica. Também
fomentar a eficácia de técnicas de acupuntura, neste caso, a auriculoterpia.
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1 EMBASAMENTO TEÓRICO
1.1 Anatomia e Biomecânica do Sistema Crânio-Cervical
É de domínio do profissional da área da saúde o conhecimento da anatomia e
biomecânica do corpo humano, portanto não descreverei detalhadamente toda a anatomia do
sistema crânio-cervical, apenas o que julgo ser mais importante para o esclarecimento
necessário a esta pesquisa.
1.1.1 Crânio
1.1.1.1 Ossos do Crânio
Segundo Castro (1985, p. 20), o crânio é constituído por oito ossos, dos quais
quatro são ímpares e dois são pares. Os pares são o parietal e temporal e os ímpares são o
frontal, occipital, esfenóide e etmóide.
1.1.1.2 Articulações do Crânio
As suturas do crânio são exemplos de articulações fibrosas. Esses ossos estão
muito próximos, ou se entrelaçam ao longo de uma linha ondulada ou se sobrepõem. Uma
articulação fibrosa do tipo sindesmose une os ossos por meio de uma lâmina de tecido fibroso,
um ligamento ou uma membrana fibrosa. Conseqüentemente este tipo de articulação é
parcialmente móvel. A quantidade de movimento que ocorre em uma articulação fibrosa
depende, na maioria dos casos, do comprimento das fibras que unem os ossos articulares.
(MOORE, 2001, p. 20)
Williams (1995, p. 314) afirma que, numa vista superior, o crânio apresenta
três suturas: sutura coronal, sagital e lambdóide.
1.1.1.3 Músculos do Crânio
O crânio consiste no músculo epicrânio que é formado pelos músculos
occipito-frontal e temporoparietal e uma aponeurose superficial no couro cabeludo
denominada gálea aponeurótica. (WILLIAMS, 1995, p. 530)
O músculo occipito-frontal cobre a abóbada craniana das linhas nucais
supremas até os supercílios. É considerado um músculo superficial, pois são inserções em
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estruturas ósseas e sua ação é retrair o couro cabeludo. O ventre frontal eleva os supercílios e
a pele do nariz.
A parte temporoparietal é uma lâmina muscular variavelmente desenvolvida
entre a parte frontal e os músculos auriculares anterior e superior.
1.1.1.4 Inervação do Crânio
A parte occipital do músculo occipito-frontal é suprida pelo ramo auricular
posterior; a parte frontal, pelos ramos temporais do nervo facial (VII par craniano).
(WILLIAMS, 1995, p. 530)
1.1.2 Coluna Cervical
1.1.2.1 Ossos da Coluna Cervical
“As vértebras cervicais formam o esqueleto ósseo do pescoço e estão
localizadas entre o crânio e o tórax. A característica mais evidente de cada vértebra
cervical é o forame do processo transverso. Numa vista lateral da região cervical,
observamos uma curvatura em forma de “C” com a convexidade anterior
denominada lordose cervical” (MOORE, 2001, p. 385)
Na coluna cervical o canal raquidiano protege o bulbo (que sai do crânio pelo
forame magno) e a medula espinhal cervical, sendo assim, o bulbo e a medula cervical
realizam estreitas relações com elementos bastante móveis da coluna cervical, especialmente
em nível da coluna suboccipital (KAPANDJI, 2000).
A região cervical pode ser dividida em superior: occipital (C0), atlas (C1) e
porção superior de áxis (C2); e inferior: porção inferior de C2 até C7 (BIENFAIT, 1989).
1.1.2.2 Articulações da Coluna Cervical
De acordo com Hoppenfeld (1997), todas as vértebras, da segunda até a
primeira sacral, articulam-se por meio de articulações cartilagíneas entre seus corpos,
articulações sinoviais entre seus processos articulares e articulações fibrosas entre suas
lâminas, processos transversos e espinhosos. (WILLIAMS, 1995, p. 452)
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Os corpos vertebrais são unidos por ligamentos longitudinais, anterior e
posterior, e por discos intervertebrais fibrocartilagíneos entre lâminas de cartilagem hialina.
(WILLIAMS, 1995, p. 452)
As faces articulares das vértebras são conectadas pelos discos intervertebrais,
que se localizam entre os corpos vertebrais. Os discos atuam como absorventes de choque. O
disco é formado por um anel fibroso (uma parte fibrosa externa) composto de lamelas
concêntricas de fibrocartilagem e uma massa central gelatinosa denominada núcleo pulposo.
Entre uma vértebra e outra, bilateralmente, encontramos o forame de conjugação ou
intervertebral, por onde passam os nervos do canal vertebral (sistema nervoso central) para a
periferia (sistema nervoso periférico).
As lâminas dos arcos vertebrais são unidas pelo ligamento amarelo, que se
estendem verticalmente a partir da lâmina superior até a lâmina inferior de cada vértebra. Os
ligamentos amarelos são longos, finos e amplos na região cervical.
1.1.2.3 Músculos da Coluna Cervical
“A amplitude do movimento da coluna vertebral varia de acordo com a
região e o indivíduo. A mobilidade da coluna vertebral resulta principalmente da
compressibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais. Os seguintes
movimentos da coluna vertebral são possíveis: flexão, extensão, inclinação (flexão)
lateral e rotação.” (MOORE, 2001, p. 406)
Williams (1995) descreve os músculos da coluna cervical como descrito na
tabela 1.
REGIÃO ANTERIOR
MÚSCULOS
AÇÃO
Esternocleidomastóideo Inclina a cabeça ipsilateralmente e roda a face para o lado oposto,
flexão cervical e ação inspiratória
Escaleno Anterior Flexão da cervical e inclinação ipsilateral e rotação contra-lateral
da cabeça e ação inspiratória (eleva a primeira costela)
Escaleno Médio
Inclina a cervical ipsilateralmente e ação inspiratória (eleva a
primeira costela)
Pré-vertebrais Flexão da cabeça e do pescoço
Suprahióideos
Elevam o osso hióide e baixa a mandíbula (abertura da boca)
Infrahióideos Baixam o osso hióide
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REGIÃO POSTERIOR
MÚSCULOS AÇÃO
Trapézio Eleva a escápula, retrai a escápula
Elevador da escápula Eleva a escápula e inclina a cabeça ipsilateralmente
Esplênio da cabeça Retrai a cabeça, inclinação e rotação ipsilateral
Triângulo
suboccipital
Reto posterior maior da
cabeça
Extensão e rotação ipsilateral da cabeça
Reto posterior menor da
cabeça
Extensão da cabeça
Oblíquo superior da cabeça Flexão póstero-lateral da cabeça
Oblíquo inferior da cabeça Rotação ipsilateral da cabeça Tabela 1: Músculos da região cervical
1.1.2.4 Inervação da Coluna Cervical
Segundo estudos de Williams (1995, p. 1062), o plexo cervical é formado pelos
ramos ventrais dos quatro nervos cervicais superiores. No plexo cervical, serão citamos
apenas dois nervos: nervo occipital maior e occipital menor. Moore (2001, p. 421) descreve
estes nervos da seguinte forma:
Nervo Origem Trajeto Distribuição
Occipital maior
Ramo posterior do
nervo C2
Emerge inferior ao M.
oblíquo inferior e sobe
para trás do escalpo
Pele sobre o pescoço e
o occipital
Occipital menor Ramos anteriores dos
nervos C2 e C3
Passa diretamente para
pele
Pele do pescoço e
escalpo Tabela 2: Nervos do plexo cervical
1.2 Dor e a Neurofisiologia da Analgesia por Acupuntura
Segundo Ezzo apud Christ & Hsing (2005), a dor é a principal queixa dos
pacientes e estima-se que nos Estados Unidos são gastos anualmente cerca de um milhão de
dólares somente com a acupuntura. A dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo
o ciclo desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Aparece associada a doenças,
processos inflamatórios, acidentes e procedimentos médicos ou cirúrgicos e, embora tão
desagradável e estressante, é essencial para a sobrevivência porque exerce uma função
protetora para o organismo. Pai (2004), afirma que a dor é um mecanismo de defesa
importante porque alerta o indivíduo de que alguma lesão está ocorrendo. Portanto, a
intensidade e a freqüência da dor podem exceder suas funções indicadoras e comprometer
seriamente a qualidade de vida da pessoa em sofrimento ou inabilitá-lo para diferentes
atividades da vida diária. (CARVALHO, 1999).
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De acordo com a Portaria GM/MS n° 1.318 de 23 de julho de 2002, a dor pode
ser classificada de acordo com seu mecanismo fisiopatológico em: dor nociceptiva e
neuropática. Nesta pesquisa foi abordada apenas a dor nociceptiva, pois a paciente do estudo
de caso proposto apresentou tal tipo de dor. A dor nociceptiva compreende a dor somática e
visceral e ocorre diretamente por estimulação química ou física de terminações nervosas
normais localizadas na pele ou tecidos mais profundos e é usualmente localizada. Segundo
Gomes et al. (2005), os receptores sensoriais, preferencialmente sensíveis a estímulos nocivos
encontram-se na pele, músculos, tecidos conjuntivos e vísceras torácicas e abdominais.
Caracterizam-se pelos seus padrões de reações a estímulos cutâneos, mecânicos, térmicos e
químicos. Uma vez ativados, os nociceptores conduzem impulsos via fibras aferentes
mielínicas finas A delta ou fibras amielínicas C. A mensagem de dor é transportada destes
receptores de dor (nociceptores), nos tecidos periféricos até a medula espinhal e estruturas
corticais e sub-corticais.
Os estímulos nociceptivos ativam pequenas fibras nervosas, incluindo fibras C
amielínicas e fibras A delta mielínicas. A estimulação das fibras C primitivas produz dor com
uma qualidade profunda (dor crônica) e um forte efeito emocional. Ela pode ser inibida pela
ação de fibras mielínicas maiores, incluindo os grupos A delta e A beta.
De acordo com Lewith et al. apud Christ & Hsing (2005) e Ernst & White
(2001), na medula, em especial nas laminas I, II, III e V do corno posterior, são liberadas
substâncias analgésicas como a substância P, somatostatina e encefalina e no tálamo são
liberadas substâncias, através de mecanismos neurohumorais, como a endorfina, encefalina e
neurotransmissores, além do efeito analgésico, consegue-se grande relaxamento muscular
através de reflexo víscero – somáticos e interseguimentares.
Para entender como a acupuntura pode interferir nos mecanismos da dor,
precisa-se conhecer a maneira como o corpo normalmente modula a dor. Várias teorias foram
elaboradas com o intuito de explicar os efeitos analgésicos da acupuntura, como por exemplo
a teoria das comportas (MELZACK e WALL, 1965). Um estímulo não é considerado
essencialmente “doloroso”. Em vez disso, indica trauma e, portanto, é designado
“nociceptivo”. As fibras nervosas nociceptoras individuais podem responder a um simples
estímulo, como uma forte pressão mecânica ou o calor e o frio, ou podem ser polimodais, isto
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é, respondem a muitos estímulos. O estímulo nociceptivo é processado ou “modulado” em sua
passagem através do SNC (Sistema Nervoso Central) e pode ou não resultar na experiência
desagradável que reconhecemos como dor.
A acupuntura atua aumentando a ação do Sistema Supressor de Dor. No
encéfalo e no hipotálamo, existem complexos nervosos reguladores das sensações de dor, os
quais, uma vez estimulados por agulhas, ou outras técnicas (auriculotarapia, ventosas, moxas,
etc.) nos terminais nervosos (pontos), geram um impulso que aumenta a liberação de
neurotransmissores no complexo supressor de dor, ou seja, é produzido o efeito analgésico em
nível cerebral. Além disso, atuam na liberação dos neurotransmissores encefalina e dinorfina,
que bloqueiam a transmissão de dor da medula espinhal para o cérebro e, nas células brancas
do local inflamado, a acupuntura provoca maior concentração de endorfina, e esta atua como
analgésico local. (PAI, 2004)
1.3 Dores de Cabeça e a Relação Acupuntura e Auriculoterapia
Como já citado acima, a cefaléia cervicogênica causa uma dor unilateral de
origem na coluna cervical. De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a cefaléia
cervicogênica pode ser de dois tipos: shi e xu. A dor tipo shi é causada principalmente por
hiperatividade do yang do fígado. Já a dor do tipo xu pode ser causada por deficiência de qi e
sangue. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).
A irritabilidade excessiva favorece a estagnação do qi do fígado que se
transforma em fogo, advindo a ascensão do yang do fígado. Também a deficiência de yin do
rim, que não consegue nutrir o yin do fígado, favorece o aparecimento de ascensão do yang do
fígado ou o movimento do vento interno do fígado (GARCIA, 1999).
A dor tipo shi é maçante e violenta, pode ser acompanhada de tontura,
irritabilidade, gosto amargo na boca, náusea, sensação de sufocamento no peito, dor
hipocondríaca, revestimento da língua viscoso e pulso de arame (Escola de Medicina
Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).
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Já que a paciente em estudo apresentou cefaléia cervicogênica tipo shi, não nos
deteremos na do tipo xu.
Segundo Garcia (1999) as cefaléias podem ainda serem classificadas devido
sua localização, onde neste caso estudado é chamada Tai Yang localizada na região occipital.
A dor que é agravada por pressão é relacionada ao tipo shi (excesso) e é
resultante principalmente da invasão de fatores patogênicos exógenos, da obstrução de
meridianos e colaterais, da estagnação de qi e sangue. A maioria das dores migratórias é
causada por invasão do vento patogênico nos colaterais; a dor fixa é causada por obstrução
dos colaterais por frio-umidade (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al.,
1995).
Segundo Auteroche e Navailh (1992), a cabeça é a reunião de todos os yang, o
cérebro é “o mar da medula”. Os doze meridianos e os oito meridianos extraordinários estão
em ligação com a cabeça. As cinco energias perversas de origem externa, Vento, Frio,
Canícula, Umidade, Fogo, assim, como as mucosidades impuras, os agregados de sangue
obstruem e perturbam o yang puro, provocando cefaléias Plenitude.
A diminuição de qi, sangue e líquidos orgânicos fazem com que a cabeça não
possa ser alimentada e provoca cefaléias que correspondem a um sintoma Vazio. A
localização da dor no trajeto de um meridiano ou de um ramo colateral, graças à distribuição
topográfica, determinará o meridiano em causa (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, as aplicações proporcionam o
equilíbrio harmônico de energia e sangue entre os meridianos e órgãos correspondentes.
Segundo as explanações da Medicina Moderna, o estímulo feito pelas agulhas nos locais em
que existam terminais nervosos gera impulsos elétricos que ativam a liberação de substâncias
neurotransmissoras do Sistema Nervoso Central, modulando as funções físicas e psíquicas
(PAI, 2004).
Os estímulos dos pontos do pavilhão auricular provocam a sensação de
chegada de energia (qi), que é produzida provavelmente pela excitação de receptores que
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enviam o impulso até o núcleo do trato medular do nervo trigêmeo, onde posteriormente é
enviado à estrutura reticular do tronco cerebral. Essa estrutura reticular, devido suas células
conformadas por neurônios de associação do tronco cerebral, elabora um sistema especial de
síntese de sinais que nos permite considerar à mesma como um viabilizador da ação da
auriculoterapia no sistema nervoso, não só no tratamento da dor, como também, na
regularização da atividade dos órgãos internos (GARCIA, 1999).
1.4 Cefaléia Cervicogênica
O termo “Cefaléia Cervicogênica” foi introduzido pela primeira vez por
Sjaastad et al. (1983) para descrever uma dor de cabeça unilateral, que tinha origem no
pescoço. Em 1997, a North American Cervicogenic Headache Society de Ontário (Canadá),
caracterizou a cefaléia cervicogênica como uma dor de cabeça causada por uma fonte
nociceptiva preliminar nos tecidos musculoesqueléticos inervados pelos nervos cervicais
(O’CONNOR, 2002).
Conforme a Liga de Cefaléias de Marília (1998), a cefaléia cervicogênica é a
que tem origem na região cervical e pode se irradiar para toda a cabeça. Ela está associada a
anormalidades dos movimentos em segmentos intervertebrais cervicais. A alteração pode
estar localizada nas articulações ou ligamentos da coluna. O movimento anormal se manifesta
durante o exame passivo ou ativo. Predomina no sexo feminino e, muitas vezes, é
acompanhada por trauma cervical leve. Assim como nas migrâneas, nas cefaléias
cervicogênicas pode haver queixas de náusea, vômito, irritabilidade, fono e fotofobia.
Kansaon (2001) afirma que a cefaléia cervicogênica acomete principalmente mulheres, que se
queixam de dores que permanecem em um único lado da cabeça. A intensidade é moderada a
intensa; o caráter pode ser pulsátil. Caracteristicamente, os ataques são provocados por
movimentação do pescoço ou digitopressão.
Vincent (1991) afirma que a dor geralmente se inicia na região cervical
irradiando-se para as áreas órbito-fronto-temporal e/ou frontal. De acordo com O’Connor
(2002), as dores podem ser originadas do nervo occipital maior e menor (C2), causando assim
uma neuralgia occipital, que ocorre na parte posterior da cabeça sendo geralmente menos
intensa, porém mais duradoura. Este tipo de neuralgia pode ocorrer por compressão muscular
de ramos ou do próprio nervo occipital maior (o nervo occipital menor também pode ser
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comprometido) de um lado da cabeça. Essa dor, quando se manifesta de forma mais típica, e
aparece também na região anterior, associada a diminuição da capacidade de movimentar a
cabeça, recebe a denominação de cefaléia cervicogênica. Vernon apud Boake (1989), refere
que a cefaléia cervicogênica tem duração crônica, com dor em região fronto-orbital, com dor
na região cervical associada a rigidez do pescoço, triggers e espasmos sobre as facetas de C2 e
C3. Representa 70% das cefaléias vistas por doutores. Porém a Cervical Headache Society
não concorda com este tipo de afirmação, assim fazendo um diagnóstico mais difícil.
As cefaléias segundo Maigne (1996), podem ser:
Occípito-supra-orbitária ou supra-orbitária: de intensidade e freqüência
variável acomete apenas um lado da cabeça e está associada à tensão dos músculos
suboccipitais. A causa desse tipo de cefaléia pode ser traumatismo cervical ou microtraumas
cervicais gerados por posições inadequadas no trabalho ou posição de dormir em decúbito
ventral.
Occipital: causada pela irritação do ramo posterior de C2 associada à
alteração biomecânica entre C2 e C3. Raramente é bilateral.
Occípito-têmporo-mandibular: presença de sensibilidade no ângulo maxilar
do lado acometido associado à sensibilidade articular de C2-C3 ou C3-C4 do mesmo lado. É
por irritação do ramo anterior de C2 ou de C3.
Para o diagnóstico, são utilizados os seguintes critérios da classificação da Sociedade
Internacional de Cefaléia (IHS) (2003):
a. dor usualmente unilateral;
b. dor episódica;
c. intensidade variável;
d. dor com origem na parte posterior do pescoço e que pode se irradiar
para toda a cabeça;
e. resistência ou limitação à movimentação passiva do pescoço;
f. alterações da musculatura do pescoço no relevo, textura, tônus ou nas
respostas ao estiramento e contração ativos e passivos;
g. dolorimento anormal da musculatura cervical;
h. o bloqueio anestésico de C2 ou nervo occipital maior suprime a dor;
i. os pacientes geralmente têm história de trauma cervical;
21
j. sinais e sintomas associados menos freqüentes: fono e fotofobia,
náuseas e vômito.
Segundo Maigne (1996), a crise de cefaléia cervical pode ser desencadeada
por:
má posição da cabeça (travesseiro, dormir de bruços), sendo então
freqüentemente matinal;
más posições constantes do pescoço no trabalho;
um fator psíquico, ou por um estado de fadiga ou uma espasmofilia
descompensada que baixa também a tolerância do paciente.
1.5 Tratamento da Paciente com Cefaléia Cervicogênica através da Auriculoterapia
1.5.1 Localização e Explicação dos Pontos Utilizados para Tratamento
Os pontos selecionados para o tratamento da paciente basearam-se nas
alterações no exame físico e nas metabólicas encontradas na avaliação.
Pontos tratamento: - Região cervical
- Shen Men
- Rim
- Endócrino
- Nervo occipital menor
- Fígado
- Occipital
- Bexiga.
Ponto Localização Aplicação Clínica
Região
Cervical
Esta zona abrange o primeiro
quinto da parte inferior do anti-
hélix.
É o ponto da zona correspondente, através do
qual, se ativa a circulação do sangue e da
energia, favorecendo a desobstrução dos
canais e colaterais, fato que melhora a
nutrição dos tecidos moles e a detenção do
processo degenerativo.
22
Shen Men Encontra-se traçando uma linha
entre o ponto hipotensor e o ponto
pelve no primeiro terço da mesma.
Tem função analgésica e antiinflamatória.
Rim e
Endócrino
Rim: este ponto se localiza na
pequena cavidade que se forma por
baixo da cruz inferior do anti-hélix,
ao mesmo nível do ponto pelve.
Endócrino: encontra-se na parte
mais baixa da incisura do
intertrago, a 0,5 mm para dentro.
Como é sabido, na MTC se declara a
importância do rim para controlar a qualidade
dos ossos. A atividade da filtragem do rim e a
vitamina D guardam estreita relação no
organismo. Quando se produz uma disfunção
a nível endócrino, a função do rim não se
completa, isso provoca uma disfunção no
metabolismo do cálcio e do fósforo
produzindo-se um desequilíbrio no meio
interno, quando no sangue, o nível de fósforo
aumenta, o do cálcio diminui. Este fato
produz uma quebra no processo de
descalcificação, levando a osteoporose e a
outros processos degenerativos, a nível ósseo.
Nervo
Occipital
Menor
Encontra-se no nível do ponto yang
do fígado, no tubérculo auricular,
mas por seu bordo interno.
Tem função de desobstruir os canais e os
colaterais, aquecendo os canais, ativando a
circulação do sangue e acalmando a dor. No
tratamento de cervicalgia tipo radicular é
fundamental e pode ajudar em todos os
sintomas que se produzam na região cervical,
occipital e ombro.
Fígado Este ponto se localiza no bordo
póstero-inferior da concha cimba.
O fígado controla os ligamentos e os tendões e
o rim a qualidade dos ossos, o fígado
armazena o sangue e o rim a essência. O
sangue e a essência se promovem
mutuamente, a razão pela qual se assegura que
o fígado e o rim têm a mesma origem. Por
isso, o ponto rim fortalece os ossos e o fígado
os tecidos moles.
Occipital Encontra-se no lado externo do
antítrago, no extremo póstero-
superior da linha traçada em forma
de arco.
Este ponto é usado para acalmar a dor e o
espírito; é principal no tramento da cefaléia
occipital.
23
Bexiga O ponto localiza-se traçando uma
linha desde o ponto próstata até o
ponto rim, no primeiro terço da
mesma, ao nível do ponto
constipação.
O canal da bexiga começa em Jing Ming e em
sua ascensão pala fronte alcança o vértex,
lugar onde emite um colateral ao interior do
cérebro e se relaciona, por sua vez, com
outros canais, em seu trajeto descende através
da região interescapular, em ambos os lados
da linha média até a região sacrolombar, para
descer pelos glúteos e alcançar a prega
poplítea, a partir daí, segue seu trajeto até
alcançar o ponto Zhi Yin. Este canal possui
uma ampla relação com muitas regiões do
nosso corpo, dada a extensão do seu trajeto,
por essa razão é empregado no tratamento de
cefaléia occipital, da neurastenia e da insônia,
etc.
Tabela 3: Explicação dos pontos utilizados na auriculoterapia (GARCIA, 1999).
1.5.2 Método Terapêutico Utilizado para Tratamento
Os resultados terapêuticos e preventivos da acupuntura são obtidos através da
promoção da circulação livre de qi e do sangue estimulando os pontos e meridianos. (Escola
de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995). A acupuntura trata o paciente
através de seu equilíbrio energético, propiciando o retorno da normalidade em todo
organismo, não apenas energeticamente, mas também químico-biológico, pois esta energia do
corpo que manipulamos, através dos estímulos de pontos específicos, comanda toda a
fisiologia do nosso organismo. (AGOSTINHO, 2004)
Para esta pesquisa foram utilizadas sementes de cosa na técnica com
esparadrapo do tipo impermeável cortado em quadrados de 1 mm x 1 mm, uma semente por
quadrado. Ao tratamento da cefaléia cervicongênica a localização dos pontos reativos é muito
importante, dentro da região cervical. Em geral, quando os transtornos cervicais se produzem
no nível de C3-C4, pode-se observar este ponto reativo sobre o anti-hélix, na proximidade de
seu bordo inferior, próximos dos pontos occipital e tronco cerebral; se a afecção se produz no
nível de C6-C7, é possível encontrar os pontos reativos no segmento superior da região
cervical, próximo da região das vértebras torácicas. Devem sempre combinar os pontos
reativos da parte dorsal do pavilhão auricular, com os da parte ventral (GARCIA, 1999).
As manipulações usadas para o tratamento devem ser fortes. Ao usar o método
de colocação de sementes, com um forte estímulo, o paciente sente uma intensa sensação de
24
calor no pavilhão auricular, o que produz alívio e relaxamento imediato, na região cervical
(GARCIA, 1999). Quanto à esterilização dos equipamentos (sementes, esparadrapo, bandeja e
pinça), foram mantidos todos os cuidados descritos no Manual de Biosegurança em
Acupuntura (NOGUEIRA & MAKI, 2003).
De acordo com Mao et. al. (1990), no tratamento específico das dores obtém-se
melhores resultados através de estimulação intensa dos pontos, do que com estimulação
menos intensa, devido maior estímulo e com isso, maior a liberação de serotonina. A
acupuntura estimula várias outras substâncias que já foram citadas no embasamento teórico
nas páginas 15,16 e 17.
25
2 METODOLOGIA
2.1 Descrição da Pesquisa
Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, com uma metodologia
semi-experimental de caráter qualitativo. A colaboradora participante foi uma mulher com
diagnóstico clínico de cefaléia cervicogênica. Para coleta de dados foram utilizados os
seguintes instrumentos: uma avaliação de Acupuntura (Apêndice 2), escala analógica da dor
(Anexo 1), uma Ficha de Controle (Apêndice 3) e goniometria. As sessões foram realizadas
na residência da paciente nos meses de outubro a dezembro de 2006.
2.2 População e Amostra
A paciente foi eleita por apresentar os critérios de inclusão: diagnóstico clínico
de cefaléia cervicogênica, ser do sexo feminino e assinar o termo de consentimento livre e
esclarecido, elaborado pelo pesquisador. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice 1) teve duas (2) vias, sendo que uma permaneceu com o pesquisador e a outra com
a colaboradora da pesquisa. A pesquisa teve como critério de exclusão o não comparecimento
da colaboradora, a fim de garantir dados confiáveis e satisfatórios para a pesquisa.
2.3 Contato Inicial e Estudo Principal
O primeiro contato com a paciente foi feito no meio de trabalho, já que é
colega do pesquisador. Foi convidada para que o termo de consentimento livre e esclarecido
(Apêndice 1) fosse explicado e assinado conforme considerações éticas da resolução 196/96
do Conselho Regional de Saúde. Depois de explicado, esclarecido e assinado o termo de
consentimento, iniciou-se o estudo principal.
Para a pesquisa foram estabelecidas dez (10) sessões de trinta (30) minutos
cada, sendo estas divididas uma vez por semana sempre as segundas feiras.
A participante da amostra foi submetida a uma avaliação de acupuntura
elaborada pelo CIEPH (Apêndice 2) no início e ao final do tratamento. Na reavaliação, após o
tratamento de auriculoterapia, foram reavaliados os mesmos itens da avaliação inicial.
26
Na avaliação acupuntural, a paciente foi questionada quanto a várias alterações
metabólicas que poderiam estar sendo acometidas em associação à cefaléia cervicogênica.
Estes dados foram analisados e foram selecionados pontos de auriculoterapia para o
restabelecimento do equilíbrio energético global dessa paciente, conforme estudos feitos pelo
pesquisador.
Para analisar a localização da dor, foi utilizada a palpação manual do terapeuta,
onde a paciente apontou os pontos relacionavam-se com a dor (irradiação) que sentia.
Quanto ao sistema crânio-cervical, foi avaliado:
sistema articular;
sistema miofascial;
dor da cefaléia cervicogênica.
Na avaliação do sistema articular da coluna cervical, foram realizados testes
com movimentos ativos. A amplitude de movimento foi mensurada através da goniometria e
controlada através de uma Ficha de Controle da Amplitude de Movimento (Apêndice 3). Os
movimentos mensurados foram os seguintes:
Flexão
Extensão
Rotação direita e esquerda
Inclinação direita e esquerda
A avaliação da tensão muscular foi realizada através de palpação da
musculatura cervical e craniana. Os músculos avaliados foram: trapézio superior, esplênio da
cabeça, músculos suboccipitais (reto posterior maior e menor da cabeça, oblíquo superior e
inferior da cabeça), escalenos (anterior e médio), esternocleidomastóide, supra e infra-
hióideos, pré-vertebrais, masseter, temporal, elevador da escápula e occipito-frontal.
De acordo com Faro (2004), os resultados da MTC são hoje em dia verificáveis
pelas próprias metodologias ocidentais de experimentação e controle estatístico. Nesta
pesquisa, a dor foi mensurada através da escala analógica de dor (Anexo 1) na primeira e na
última sessão. A utilização desta escala está conforme aos dogmas da avaliação: o julgamento
27
não é feito por quem executou o tratamento, já que a subjetividade do paciente é inevitável,
exprimindo o que sente. O terapeuta deve apresentar ao paciente uma linha de dez centímetros
de comprimento (horizontal), traçada sobre um papel, com um item em cada extremidade,
mas sem nenhuma outra referência. O paciente deve indicar, por uma marca, o ponto onde
situa a dor no instante presente. Ele nunca deve rever o que fez anteriormente: a cada vez
apresenta-se a ele uma escala em branco. Sem que o paciente perceba, o terapeuta atribui um
valor entre 0 e 10 à marca feita (0 = dor ausente, 10 = dor insuportável). Os valores podem ser
comparados como antes e depois. (VIEL, 2001)
Os pontos selecionados e o tipo de método terapêutico utilizados na pesquisa
estão descritos no embasamento teórico nas páginas 21, 22, 23 e 24.
28
3 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
3.1 Descrição da Amostra
A paciente C. H., 22 anos, sexo feminino, estudante, solteira e com diagnóstico
de cefaléia cervicogênica, foi avaliada no dia 22 de novembro na sua residência. Teve como
queixa principal a dor de cabeça e pescoço. Referiu que já sente dores há vários anos e que
apresentou maiores crises após inicio do trabalho de conclusão do curso de Fisioterapia, a dor
geralmente é episódica e se localiza no occipital, predominando no lado direito da cabeça.
Refere alívio quando faz uso de Dorflex (Composição Química conforme figura 1). Já
realizou tratamento fisioterapêutico e quiroprático apresentando ótimos resultados com ambas
as terapias. Nunca se submeteu a qualquer procedimento cirúrgico e realiza atividade física,
musculação em academia orientada por educador físico três vezes semanais.
Figura 1: Composição Química do Dorflex (ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2003).
Conforme bula do medicamento.
29
Na avaliação inicial, foram coletados vários dados em relação ao metabolismo
da paciente. A avaliação acupuntural utilizada para pesquisa foi elaborada pelo CIEPH e
aplicada pelo pesquisador no dia 22 de novembro de 2006.
As alterações encontradas na avaliação acupuntural estão descritas na tabela
abaixo com as suas devidas explicações segundo a Medicina Tradicional Chinesa:
AVALIAÇÃO
ANÁLISE
Nutrição
Normal, com preferência em
alimentos salgados. Se alimenta de
fibras, saladas, carne e massa.
Geralmente alimenta-se de 3 em 3
horas.
Hidratação
Normal, geralmente bebe água (mais
ou menos 2,5 litros por dia). De
preferência gelada.
De modo geral, desejo de bebidas frescas, significa
que o Calor está em excesso e que há diminuição dos
líquidos.
Oxigenação Normal
Eliminações
Constipação com fezes secas e duras. Pode se referir a uma diminuição de líquidos
orgânicos ou então a uma diminuição do qi ou a uma
fraqueza do qi e dos líquidos orgânicos, que
acarretam uma secura demasiada forte no Intestino
Grosso e embaraçam o trânsito intestinal.
Menstruação Fluxo normal
Urinária Normal
Transpiração Normal
Sono e repouso Dorme bem, pequena insônia quando
apresenta cefaléia
Fonação Verborreica Fala muito = def. yin do coração
Humor
Preocupação excessiva A preocupação cria nódulo no qi, em particular no qi
do pulmão e coração. Esta é freqüentemente uma
causa indireta de cefaléia, uma vez que a deficiência
de qi do pulmão pode permitir a ascensão do yang do
fígado.
Sexualidade Normal
Lazer
Normal
Tabela 4: Avaliação das alterações metabólicas e análise através da Medicina Tradicional Chinesa.
(AUTEROCHE e NAVAILH, 1992; RODRIGUES, 2001; NOLETO, 2003)
Exame Físico
Cabeça Algia occipital Algia occipital: Estagnação do qi e do sangue ao redor das
junções do eixo crânio-atlas.
Tronco Posterior Algia cervical
Tronco Anterior Gastrite A dor epigástrica é encontrada como: (1) Frio perverso
agredindo o estômago; (2) Qi do Fígado agredindo o
estômago; (3) Estagnação de alimento no estômago (calor,
fogo)
Membros Superiores e
30
Inferiores
Visão Olhos avermelhados A visão é o sentido de percepção ligada ao órgão Fígado.
Olhos vermelhos podem ser devidos a um Vento Calor ou,
se houver lacrimejamento, a um Calor úmido.
Audição, tato, paladar e
olfato
Normal
Tabela 5: Exame Físico e análise através da Medicina Tradicional Chinesa. (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992;
RODRIGUES, 2001; NOLETO, 2003; ROOS, 2003)
A face e a língua foram avaliadas apenas antes do tratamento para a melhor
seleção dos pontos de acupuntura.
Face: opaca e pálida.
Segundo Auteroche e Navailh (1992) a cor branca (pálido) é a
manifestação de um enfraquecimento ou da má circulação de qi e do sangue ou de perda de qi
do sangue. Rosto branco e opaco significa perda brutal de yang qi. A face pálida também
pode estar relacionada a deficiência de qi de Coração Frio. (NOLETO, 2003)
Língua: com áreas avermelhadas por toda a sua extensão. Denteada com
saburra branca.
Segundo Auteroche e Navailh (1992) e a avaliação elaborada pelo CIEPH
(2003), a língua vermelha corresponde a um sinal de calor e deficiência de yin qi e as áreas
avermelhadas (sobre a língua e bordas = estagnação de sangue) indicam que o Fígado e a
Vesícula biliar acumulam calor. Também pode estar associada a Síndromes de Calor do tipo
shi, causadas por invasão de calor patógeno e várias síndromes de calor xu, resultantes do
consumo de fluido yin. O revestimento branco corresponde ao estado normal, apenas com um
pouco de umidade. A língua denteada corresponde à umidade por deficiência de qi de
Baço/Pâncreas.
DIAGNÓSTICO ACUPUNTURAL ESTABELECIDO
Pela avaliação realizada, a paciente apresentava hiperatividade de yang do
fígado e ascensão do fogo do coração.
3.2 Alterações Metabólicas
Segue, na tabela 6 os dados metabólicos após o tratamento:
31
DEPOIS
Nutrição
Sem alterações
Hidratação
Sem alterações
Oxigenação Sem alterações
Eliminações
Melhor, eliminações todos os dias bem perto do normal.
Menstruação Sem alterações
Urinária Sem alterações
Transpiração Sem alterações
Sono e repouso Normal
Fonação Sem alterações
Humor Alegria
Sexualidade Sem alterações
Lazer
Sem alterações
Cabeça Pequena algia occipital, apenas quando muito tempo ao
computador.
Tronco Posterior Pequena algia cervical, também, apenas quando muito tempo
ao computador.
Tronco Anterior Normal
Membros Superiores e Inferiores Sem alterações
Visão Sem alterações
Audição, tato, paladar e olfato Sem alterações
Tabela 6: Dados metabólicos após o tratamento.
Como já descrito no capítulo 1.5.1, os pontos utilizados para o tratamento
foram: região cervical, Shen Men, rim, endócrino, nervo occipital menor, fígado, occipital e
bexiga.
Durante o tratamento houve uma boa melhora nas eliminações, já que a
paciente sofria com a constipação passando até três dias sem “ir aos pés”. Agora está bem
perto do normal (três vezes ao dia), eliminações todos os dias uma a duas vezes ao dia. Pode
se atribuir esta melhora a regularização da circulação do qi, diminuindo a secura dos
intestinos. Em relação à insônia, a paciente não referiu mais cefaléia antes ou durante o sono,
consegue dormir com maior facilidade. O humor mudou totalmente, a preocupação excessiva
com fatos rotineiros foi substituída por um estado de alegria, o que se atribui à diminuição da
ascensão do yang do fígado e a normalização do fogo no coração deixando fluir a
característica Fogo da paciente. A paciente referiu uma melhora significativa da gastrite que
apresentava no inicio do tratamento, devido à diminuição do calor e umidade, diminuindo
32
assim os sintomas da gastrite, que significa calor e pode ser proveniente do qi do fígado
agredindo o estômago.
Os dados metabólicos que não foram citados apresentaram-se dentro dos
padrões normais ou não sofreram modificações com o tratamento.
3.3 Localização da Dor
Quando questionada em relação à localização da dor, a paciente referiu que
sente a região occipital da cabeça, principalmente aos movimentos de extensão e rotação à
direita crânio-cervical.
As dores musculares se localizaram: no escaleno anterior esquerdo, já que, a
paciente refere dor à rotação a direita e este músculo é responsável pela rotação contra-lateral;
e no triângulo suboccipital, sabendo que, os músculos que o compõem reto posterior maior e
reto posterior menor da cabeça, são responsáveis pela rotação e extensão crânio-cervical
(WILIAMS, 1995).
Também em relação ao local da dor devido se encontrar na região posterior da
coluna cervical e do crânio, pode se dizer que há uma deficiência do Meridiano da Bexiga,
Taiyang do Pé. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995). Cefaléias
crônicas na região occipital são geralmente atribuídas à deficiência do Rim manifestando-se
no Meridiano da Bexiga. Dores agudas nesta região são atribuídas à invasão do vento externo
(geralmente vento frio) e determinam um padrão de ascensão de yang do fígado.
(MACIOCIA, 1996)
33
3.4 Amplitude de Movimento e Dor Muscular da Região Crânio-Cervical
Os valores da amplitude de movimento podem ser vistos no gráfico 1.
Gráfico 1: Relação Antes e Depois da Amplitude de Movimento.
De uma forma geral a paciente apresentou uma melhora da amplitude de
movimento. Mostrando uma melhora considerável da função muscular.
Quanto à dor muscular, os resultados obtidos após o tratamento estão descritos
na tabela 7.
MÚSCULO
ANTES DEPOIS
D E D E ESCALENO ANTERIOR X
SUBOCCIPITAIS X X Tabela 7: Relação da tensão muscular antes e após o tratamento com acupuntura.
Os músculos não descritos, não apresentavam dores ou não apresentar
nenhuma mudança significativa.
Como se observou, houve uma melhora significativa quanto a dores
musculares da região crânio-cervical. Antes do tratamento a paciente apresentou dores em
músculos cujas ações relacionavam exatamente suas limitações, após o tratamento as dores
foram sanadas com sucesso. Segundo Pai (2004), a acupuntura causa relaxamento muscular e
por isso é indicada para o tratamento de dor músculo-esquelética com espasmo muscular.
Amplitude de Movimento
52
66 68
43 45
53
62
7571
44 4653
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Flexão Extensão Rotação D Rotação E Inclinação D Inclinação E
Movimento
Go
nio
met
ria
(v
alo
r)
Antes Depois
34
3.5 Cefaléia Cervicogênica
A dor da cefaléia cervicogênica foi analisada através da Escala Analógica da
Dor (VIEL, 2001). Os resultados obtidos podem ser vistos no gráfico 2.
Gráfico 2: Relação Antes-Depois da Escala Analógica da Dor.
O gráfico mostra que antes do tratamento, a paciente apresentava uma dor de
7,2cm dentro da escala de zero (00) a dez (10) centímetros (cm). Após o tratamento, essa dor
baixou para 2,6cm, mostrando a eficácia da auriculoterapia para este tipo de patologia.
Segundo Pai (2004), a acupuntura é um recurso terapêutico eficaz,
principalmente pelo seu efeito analgésico. O que a acupuntura faz é estimular o nosso sistema
nervoso central para liberar substâncias que tem função supressora da dor. Pesquisas mostram
que o melhor estímulo para a liberação de encefalina é a estimulação dolorosa bem
discriminada e de baixa freqüência, similar à que é gerada durante a acupuntura. Num
levantamento feito entre 46 pacientes tratados pela acupuntura, no ambulatório de Acupuntura
do Centro de Dor do HC – FMUSP, os quais já foram submetidos a outras terapias (remédios,
psicoterapia e fisioterapia, mas sem sucesso), constataram-se, em média, 70% de melhora da
dor. No ocidente, a acupuntura ganhou credibilidade principalmente por seu efeito no alívio
da dor, seja ela de várias origens. Esta é uma das razões para a ênfase atual da pesquisa no
estudo dos mecanismos analgésicos da acupuntura.
Escala Analógica da Dor
7.2
2.6
0
2
4
6
8
Antes Depois
35
CONCLUSÃO
É fato que a acupuntura em si, e suas técnicas específicas como a
auriculoterapia, estão em evidência, e cada vez mais se busca estudar e comprovar sua
eficácia. Já são muitas as Escolas, no mundo todo, onde a acupuntura mostra seu grande valor
à saúde como forma de tratamento das mais variadas patologias, por tratar os transtornos do
corpo e da mente como um todo. Nesta pesquisa tratamos uma paciente com diagnóstico de
cefaléia cervicogênica através da auriculoterapia. O tratamento consistiu de sete pontos no
pavilhão auricular que foram estimulados por sementes de cosa afixadas em esparadrapo.
Após o tratamento pôde-se perceber uma melhora significativa de todo o condicionamento
músculo-esquelético do sistema crânio-cervical.
Quanto às alterações metabólicas pode-se concluir que, de modo geral, obteve-
se melhora significativa dos sistemas orgânicos. As principais alterações foram observadas no
sistema gastrintestinal. A dor da paciente em estudo que se localizava na região occipital da
cabeça, principalmente ao movimentar o pescoço em extensão e rotação à direita, após o
tratamento notou-se considerável melhora. A amplitude dos movimentos ativos relacionados à
dor, que foi mensurada na avaliação e na última sessão através da goniometria, foi melhorada
através da técnica de auriculoterapia. Portanto, houve uma melhora significativa, também,
quanto a dores musculares da região crânio-cervical.
A dor da cefaléia cervicogênica, que foi mensurada através da Escala
Analógica da Dor, foi diminuída após o tratamento com a auriculoterapia. Sendo assim,
sabendo-se que a dor gera um comprometimento não só na qualidade de vida das pessoas,
mas também, na convivência social, técnicas como a acupuntura, eficazes como visto nesta
pesquisa, justificam seu ascendente na mídia mundial. Hoje, a partir dos conhecimentos até
36
aqui desenvolvidos pelas equipes que pesquisam a dor e com a evolução científica da
acupuntura em todo mundo, sabemos que podemos tratá-la.
A busca da desmistificação da acupuntura e suas técnicas, como a
auriculoterapia, movem os estudos científicos ao conhecimento de novos termos, onde a
medicina oriental chinesa pode ser aceita e bem vista nas comunidades médicas ocidentais.
Devido os males da sociedade moderna, se deve dar grande importância a todas as técnicas
que venham a beneficiar o paciente.
Nesta pesquisa, observamos a fundamentação teórica sobre a acupuntura e seus
efeitos no metabolismo do ser humano. É importante salientar que as pesquisas em termos
ocidentais, tratando da acupuntura, ainda são recentes e merecem maior dedicação e
evidências, para que a acupuntura atue cada vez mais na nossa saúde. Assim, a integração
entre a medicina tradicional chinesa e a medicina ocidental deve se expandir trazendo
benefícios cada vez melhores para a qualidade de vida da população em geral.
37
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WILLIAMS, Peter L. Gray Anatomia. 37ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.
42
APÊNDICE 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Ao assinar este documento estou consentindo formalmente em participar da pesquisa
a ser realizada pelo Fisioterapeuta e pós-graduando do curso de Acupuntura do Centro
Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem (CIEPH), Fábio Boesche, orientando do
professor Especialista Fabiano Giacomolli.
Existem diversas linhas de atuação no tratamento de pacientes com dores de cabeça
de origem na coluna cervical, e a proposta deste estudo é verificar os efeitos da
auriculoterapia (estimulação dos pontos de acupuntura no pavilhão auricular) em uma
paciente com cefaléia do tipo cervicogênica. As informações coletadas no programa,serão
utilizadas para proporcionar conhecimentos teóricos-práticos aos profissionais e estudantes da
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), contribuindo para a atuação destes profissionais nas
áreas de Ortopedia e Traumatologia.
Recebi do pesquisador as seguintes orientações:
1- Minha participação na pesquisa iniciará após a leitura e esclarecimento de
dúvidas e do meu consentimento.
2- Serei esclarecido sobre os procedimentos metodológicos e informações relativas
ao meu quadro clínico.
3- Os procedimentos realizados comigo durante a pesquisa não acarretarão riscos
para minha saúde.
4- Minha participação na pesquisa envolverá as seguintes fases: inicialmente será
realizada uma avaliação, após será aplicado o tratamento proposto pelo pesquisador e seu
orientador e no final será realizada uma reavaliação.
5- Minha participação na pesquisa será voluntária. Terei liberdade para concordar
ou não em participar da pesquisa, não obtendo com isso nenhum prejuízo e nenhuma
vantagem no atendimento.
6- Poderei interromper o tratamento a qualquer momento, sendo solicitado contato
prévio com o pesquisador.
7- Terei garantido o direito à minha privacidade e confidencialidade.
8- Minha participação em todos os procedimentos da pesquisa não implicará no
pagamento de qualquer taxa.
9- Necessitando de quaisquer esclarecimentos sobre minha participação na
pesquisa, entrarei em contato pessoal com o pesquisador pelo telefone (51) 3561 1945 ou (51)
91167460.
Data:___/___/___
Nome do Colaborador:___________________________________________
Assinatura do Colaborador:_______________________________________
Pesquisador Responsável:________________________________________
Assinatura do Pesquisador:_______________________________________
43
APÊNDICE 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
DATA AVALIAÇÃO: ____/____/____.
NOME: ____________________________________________________________.
IDADE: ________. SEXO: M F TELEFONE: (___)________________.
ESTADO CIVIL:_______________. PROFISSÃO:____________________________.
ENDEREÇO: ________________________________________________________.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:______________________________________________.
QP:________________________________________________________________.
HDA:______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________.
HPP:______________________________________________________________________
_____________________________________________________________.
CIRURGIAS FEITAS:__________________________________________________
___________________________________________________________________.
MEDICAMENTOS:_________________________________________________________
______________________________________________________________.
FUMO ( ) BEBIDA ( ) DROGAS ( )
ATIV. FÍSICA ( ) NÃO ( ) SIM:________________________________________.
44
AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO:
TIPO DE DOR: ( ) Episódica ( ) Constante ( ) Unilateral ( ) Bilateral
LOCAL DA DOR:
( ) Região Posterior ( ) Região Anterior ( ) Região Lateral ( ) Toda a Cabeça
DOR NA MOVIMENTAÇÃO DO PESCOÇO: ( ) Sim ( ) Não
QUAL MOVIMENTO:
( ) Flexão ( ) Inclinação D ( ) Rotação D
( ) Extensão ( ) Inclinação E ( ) Rotação E
MOBILIDADE DA COLUNA CERVICAL
AMPLITUDE DE MOVIMENTO (Goniometria)
Flexão (41,9 – 59,9)*
Extensão (60,4 – 78,6)*
Inclinação (35,4 – 52,0)* Rotação (65,5 – 76,1)*
D E D E
* Valores normais segundo Academia Americana de Cirurgiões Ortopedistas e Associação Médica Americana
apud Norkin e White (1997).
SISTEMA MIOFASCIAL
MÚSCULO DOR
MÚSCULO DOR
D E D E
TRAPÉZIO SUPEIOR ELEVADOR DA ESCÁPULA
ESCALENO ANTERIOR OCCIPITO-FRONTAL
ESCALENO MÉDIO PRÉ-VERTEBRAIS
ESTERNOCLEIDOMASTÓIDE ESPLÊNIO DA CABEÇA
TEMPORAL SUBOCCIPITAIS
VALOR DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR NA AVALIAÇÃO:________________.
EXAMES COMPLEMENTARES:_____________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
45
AVALIAÇÃO DE ACUPUNTURA
Nutrição:
Normal
Polifagia (calor E)
Inapetência (def.BP, calor E, ret. alim.E)
Anorexia (vazio de Qi BP e E)
Halitose (exc. CS/retenção alimentos E)
Eructações (exc. BP)
Preferência: salgado doce amargo picante azedo
Sabor específico na boca:........................................................
Tipos de alimentos ingeridos:..................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
Hidratação
Normal
Sem Sede (sind. frio/umid.)
Muita sede (polidpsia)-(calor)
Pouca sede (def. de yang Qi – frio E)
Pouca sede (def. de yang Qi – frio E)
Tipo de líquidos ingeridos:...........................................
Temperatura
quente frio gelado t. ambiente morno
Eliminações
Intestinal: normal
Constipação: exc. IG, E, BP, R; def. IG
Diarréia – alívio (def. yang R)
Diarréia – alim. não digeridos (def. Qi BP)
Fezes fétidas (exc. yin R)
Melena (invasão de calor no IG)
Fezes com muco (invasão de umid. / frio no IG)
Fezes seca (calor interno/def. yin IG)
Fezes fina como água (um. / frio BP E)
Hemorróidas (def. BP)
Borborigmo (exc. IG, def. BP ID)
Menstruação:
Fluxo Normal (Oligomenorréia)
Metrorragia (estagn. Sg, calor no Sg, def
Qi BP hiper. Yang F)
Amenorréia (def. Qi, def. Sg, def. Sg do
F)
Disminorréia (estgn. do Sg, calor no Sg)
Ciclo Irregular (estgn. do Qi do F)
TPM
Menopausa
Urinária: normal
Turva (def. R Be)
Poliúria (def. yang R / umid. Calor Be)
Oligúria (sind. de calor)
Espumante (calor na B)
Incontinência (def. Qi R, afund. do Qi BP)
Enurese (Nictúria) (não consol. do Qi R disf. Be)
Hematúria
Transpiração:
Sudorese Intensa (calor)
Não sua (frio patógeno – def. Sg - yang Qi)
Sudorese fria (def. yang Qi)
Sudorese noturna (def. de yin Qi – calor interno)
Sudorese nas extremidades (deb. dos R)
Sudorese cabeça (def. ying Qi – calor E)
Oxigenação
Normal
Dispnéia (def. Qi P)
Ofegante (Flegma um. P)
suspiro (estase do Qi F)
Resp. fraca – curta (def de Qi P)
Resp. “entrecortado” (estase exop. P)
Complementos Fonação
Rouquidão, Afonia gradual (def. yin P R)
Afonia Súbta (estase de exop. P obstrução Qi P)
Fala alto (sind. exc. /calor)
Fala baixo (sind. def./frio)
Fala muito (def. yin C)
Fala pouco (def. frio ou lesão interna )
Sono e Repouso
Dorme bem
Dorme pouco
Insônia (calor no C/def. yin C)
Letargia – sonolência (def. yang C R)
Humor
Irritabilidade / Agressão (F)
Preocupação / Reflexivo(E)
Tristeza / Angústia (P)
Ansiedade / Alegria (C)
Medo (R)
46
Sexualidade
Lazer
Exame Físico
Cabeça
Algia Frontal (retenção alimentos
E)
Algia orbital (def. Sg F)
Algia Temporal (hiper. yang F –
calor umid. F VB)
Algia Occipital (distúrbios da BX,
ID e VB)
Tronco
Dorsal - Coluna
Algia
cervical
Algia
torácica
Algia
lombar
Algia sacral
Algia
Coxígea
Ventral – Torácica
Algia torácica anterior (alterações
patológicas C P)
Opressão torácica (frio umidade)
Abdominal
epigástrio (disf. do E)
hipocôndrio / tipo pontada (estase Qi
F)
Gastrite / Queimação / azia (calor,
fogo)
Membros superiores e
inferiores:
Edema (yin – yang)
Dormência (def, Qi
Xue)
Câimbras (def. Sg F)
Mialgias
Artralgias
Dores Migratórias (disf.
Vb)
Dores Joelhos (def. yin Qi
R)
Hipiremia e Edema (artral.
calor / umid. / vento)
Varizes (def. BP)
Frio (vazio de yang)
Calor (Vazio de yin)
Hipodinamia (Frio patógeno)
Astenia (def. Qi BP, def. Sg, yin
Be, R)
Tendinite (estagn. Qi do F)
Tensão muscular (def. Sg F)
Órgãos dos Sentidos
Visão
Fraca (estagn. Qi F, def.
yin B R)
Turva (def. Sg F)
Olhos vermelhos (fogo F)
Olhos ressecados (def. R)
Audição
Fraca (def. yin R B, def. Qi R)
Surdez (def. yang Qi, def Sg C, def. yin
B R)
Zumbido (def. yin B R, def Qi R, vento)
Otodinia – dor (calor pat. Umid. F Vb)
Surdez súbita (fogo no fígado)
Tato
Fraco (def. Qi C)
Paladar
Fraco (def. Qi
BP)
Olfato
Fraco (def. Qi P,
v frio)
Anosmia (debil.
IG)
Compleição
Face opaca (def. Qi)
Pálida (def. Qi E Sg , def. Qi C frio)
Amarelada (def. E Bp)
Face avermelhada (ascen. Fogo F C)
Face esverdeada ou azulada (F)
Face escurecida (R)
Pele seca (def. Qi)
Pele úmida (def. yin Qi)
Língua
Pálida e seca (def. de Sg)
Pálida e úmida (def. yang Qi)
Vermelha (calor, def. yin Qi)
Vermelha com áreas avermelhadas
(estagn. Sg)
Ulcerada e vermelha (ascensão do fogo
C)
com rachaduras (consumo de Jin Ye/calor
int)
com saburra (umidade)
com saburra amarela (calor interno)
sem saburra (insuficiência Qi E)
Denteada (umid. def. Qi BP)
Púrpura ou violácea (estase Sg)
grande (tendência ao calor)
curta (tendência a frio)
Tomada de Pulso
Freq. Rápido Lento
Ritmo Regular Irregular
Força Forte Fraco
Largura Fino Largo (vasto)
Consistência Duro Mole
Amplitude Ampla Baixa
Comprimento Longo Curto
P. Esquerdo P. Direito
CUN C ID P IG
GUAN F VB BP E
CHI Yang R B Yin R TA
prof. sup. prof. sup.
APÊNDICE 3
FICHA CONTROLE
TABELA DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO
ANTES
DEPOIS
FLEXÃO
EXTENSÃO
INCLINAÇÃO DIREITA
INCLINAÇÃO
ESQUERDA
ROTAÇÃO DIREITA
ROTAÇÃO ESQUERDA
TABELA DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR
AVALIAÇÃO
ÚLTIMA SESSÃO
VALOR DA
ESCALA
ANALÓGICA
DA DOR