CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

36
CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho www.sociologialemos.p ro.br

Transcript of CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Page 1: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL

Arnaldo Lemos Filho

www.sociologialemos.pro.br

Page 2: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

EMENTA - Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica sobre o período da Ditadura Militar, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo.

DESCRIÇÃO DA PRÁTICA – Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica ou filosófica.Através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns episódios do período militar.Os filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica acerca destes episódios. Filmes selecionados : O Golpe de 64, Pra Frente Brasil, O que é isso companheiro, Batismo de Sangue..

Page 3: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

OBJETIVOS ESPECÍFICOS –- Oferecer um momento de reflexão sobre a ditadura militar- Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura narrativa dos filmes- Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e situações-chaves

CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃOA visão crítica deste período da nossa historia é fundamental para a formação da cidadania, pré-requisito do profissional de nível superior que vai atuar na sociedade.brasileira. A exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência crítica.

. METODOLOGIA Exibição e análise de filmes que discutam o período da

Ditadura Militar. Exposição dialogada sobre os acontecimentos do período, tendo como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESP

Page 4: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

A DITADURA MILITAR NO BRASIL

1964 - 1984

Page 5: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

ANTECEDENTES

DECADA DE 60

Debate entre dois projetos políticos que começou no governo Getulio

Projeto Nacional-Desenvolvimentista

Projeto Desenvolvimentista

Page 6: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Projeto Nacional-Desenvolvimentista

População Distribuição de Renda

50%

30%

15%

5%

17,91%

27,92%

26,66%

27,69%

80% dos consumidores

salariosMercadoria de bens não duraveis

sindicatos greves

alimentos

Para isso : lei - eleições - partidos

Pequenas propriedades

Page 7: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Projeto Desenvolvimentista

20% dos consumidores

Modernização do país

2ªabertura dos portos

Brasilia

Industria automobilistica

JK

Mercado exterior

Latifundio

exportação mecanização

Page 8: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

ProjetosProjetos

Aliados ideologicos da Aliados ideologicos da 1ºprojeto1ºprojeto

80%80% SindicatosSindicatos TrabalhadoresTrabalhadores Movimentos SociaisMovimentos Sociais

Aliados ideológicos da Aliados ideológicos da 2º projeto2º projeto

Classe media e Classe media e alta(20%)alta(20%)

Gosta de ordem e Gosta de ordem e segurançasegurança

Forças Armadas(ESG)Forças Armadas(ESG) Anti-comunismoAnti-comunismo Povo : inimigo internoPovo : inimigo interno

Page 9: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Para isso

Ideologia do automovel

Estradas de rodagem

Dinheiro do Estado

Emissão Empréstimo externo

Inflação Aumento da dívida

20% dos consumidores Aumentar o salario da classe

media

Achatar o salario dos 80%

Imobilizar politicamente os 80%

Page 10: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

A Ditadura Militar : 1964/1984

1964/1969 : A institucionalização do Golpe

1969/1973 : O Milagre Econômico

1973/1979 : O fim do milagre

1979/1984 : Abertura e Transição

Page 11: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

1964/1969 -- PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM

AI -1 – suspende a constituição de 1946, organizações de base, sindicatos, ligas camponesas, UNE, centros acadêmicos

AI-2 – após eleições dos governadores, cassa JK (candidato a presidente), prorroga Castelo Branco até 67, não há mais eleições diretas (presidente e governador), bipartidarismo (Arena e MDB)

Reação estudantil

lutas com criatividade (encontros da UNE)subversão, clandestinidade. Festivais de música (tratado político)

Page 12: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

1968 - Rebelião da juventude – Paris, Alemanha, México Movimento Hippie Poder Negro Marcuse

Brasil – passeatas -- morte de Edson Luis – FIC ( Vandré : Para não dizer que não falei de flores)7 de setembro – Marcio Moreira Alves

AI-5 - Decreto 477 Lei da Segurança Nacional SNI (futuros presidentes)

Ciex – Dói-Codi –Cenimar-Cisa Dops

Page 13: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Opções - 1. Estudar 2. Exílio 3. Luta armada - urbana - rural

Caça às bruxasUniversidade de BrasíliaUSPFederal do RioColégio Vocacional

Dops200 mil dedos-duros Oban Esquadrão da Morte Fleury

Page 14: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO

1970

50% = 14,91 30% = 22,85 15% = 27,38 5% = 34,86

Industria ------- mercadoria ------- consumidor(20%)

Bancos CDC

Shoppings

Super-mercados

Page 15: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

1973 -1979 –A crise : o fim do milagre

Crise externa

A crise do petroleo

Crise interna

Esgotamento da capacidade de consumo da classe media

Sobe o numero de carnets

Fim da ilusãoindustria

Queima de estoque

Aumento dos preços

Diminui a capacidade produtiva

ociosidade

desemprego

Nova força de trabalho

subemprego

Caos social

marginalidade

policia violência

Page 16: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Brasil Ilha de tranquilidade

3ª abertura dos portos

petrodolares

Aumento da dívida externa

Construção de infra-estrutura

Polo quimico da Bahia

Industria de base

Grandes projetos

Transamazônica

Rio-Niteroi

Usinas

Energia Nuclear

Ferrovia do aço

Page 17: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Classe Media

Deixa de consumir

Questiona o modelo

1974: voto na oposição

Governo

Duas táticas

Crise política

Crise econômica

Crise econômicaÉ preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa

Page 18: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Brasil Ilha de tranquilidade

3ª abertura dos portos

petrodolares

Aumento da dívida externa

Construção de infra-estrutura

Polo quimico da Bahia

Industria de base

Grandes projetos

Transamazônica

Rio-Niteroi

Usinas

Energia Nuclear

Ferrovia do aço

Page 19: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Classe Media

Deixa de consumir

Questiona o modelo

1974: voto na oposição

Governo

Duas táticas

Crise política

Crise econômica

Crise econômicaÉ preciso pagar os juros e as amortizações da dívida externa

Page 20: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Crise econômica

agricultura

Incentivar o latifundio : “exportar é o que importa”

incentivos fiscais: isenção de impostosMão de obra barata: “boias-frias”Destruição da pequena propriedade que produzia alimentos para o mercado interno: êxodo rural

Aumento do preço dos alimentos

Importação de alimentos: aumento da dívida

industria Isenção de impostos para exportação

Começa a faltar dinheiro para o Estado

Políticas sociais são afetadas

Page 21: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Crise política

1970

Organização da sociedade civil

Movimentos de reivindicação

Comunidades eclesiais de base

Movimento custo de vida

Renascimento do movimento estudantilSindicatos:ABC – novas lideranças

Movimento dos camponeses

Foros políticos de debates

ABI

OAB

SBPC

Igreja

Táticas do governo

76 - Lei Falcão

77 – Pacote de Abril

Page 22: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Crise política

1970

Organização da sociedade civil

Movimentos de reivindicação

Comunidades eclesiais de base

Movimento custo de vida

Renascimento do movimento estudantilSindicatos:ABC – novas lideranças

Movimento dos camponeses

Foros políticos de debates

ABI

OAB

SBPC

Igreja

Táticas do governo

76 - Lei Falcão

77 – Pacote de Abril

Page 23: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

1979- 1984 -Abertura e transição

Segunda crise internacional

Novo aumento do petroleo

Aumento do juros internacionais

Baixam os preços da materia prima e produtos agrícolasAumentam os preços da tecnologia e produtos industrializados

Daí – mais empréstimos ---aumenta a dívida –aumenta o latifundio para exportar

Crise econômica

Setembro de 1982

O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem fundo

FMI – cartas de intenções

Page 24: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Crise política 1979 : Anistia – movimento de toda a sociedade civil

1980 : reforma partidaria

repressão às greves do ABC

A questão da terra

greve dos professores

1981 : Atentados da direita

Pacote eleitoral

1982: vitoria da oposição:

Tancredo, Brizola, Montoro

Atentado do Rio Centro1983 : Crise com FMI

1984 : Diretas Já

Page 25: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar do períodoLamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária, abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia. Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que tinha ocorrido com elas

Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

Page 26: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a ditadura militar.

Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu corpo.Araguaya – A conspiração do silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados. 105 min.

Page 27: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara, prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110

“Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

Page 28: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler

Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que completaria 90 anos.

"O que é isso companheiro?" de Bruno Barreto

Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Ato de Fé - O filme narra fatos já bem conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário, sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua relação com Carlos Marighela.

Page 29: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade

No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog, José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais, Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose Nogueira.

O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer

1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.

Page 30: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

“Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho

A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade, criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5. Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma memória imperfeita, mas sempre verdadeira.Hércules 56" de Silvio Da-Rin

Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências da luta armada contra o regime militar.

Page 31: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

FILMES A SEREM EXIBIDOS

Page 32: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Documentário : O Golpe de 64, de Fernando de Morais

Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de cão e de chumbo: 31 de março de 64.

Dia 8 – O Golpe Militar

Page 33: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Exibição e debates do filme “ Batismo de Sangue, de Helvecio Ratton

No final dos anos 60 o convento dos frade dominicanos de São Paulo é uma trincheira de resitência á ditadura militar no Brasil. Movidos por ideais critãos, os freis Betto, Oswaldo, fernando, Ivo e Tito apóiam o grupo guerrilheiro ALN, comandado por Carlos Marighella. Frei betto ajuda perseguidos políticos á escapartem do país pelas fronteiras no sul até ser preso e transferido para um presídio em SP, onde encontra seus companheiros vivendo sob terríveis torturas. Meses depois, Frei Tito estava no grupo de presos políticos trocados pela liberdade do embaixador suíço e foi mandado, contra sua vontade, para o exílio na França. mesmo longe do Brasil, Tito não consegue ficar livre de seus carrascos, se sentindo constantemente vifgiado e ameaçado. Com intuito de por fim ao seu martírio, acaba comentendo suicídio.

Dia 9 - A Tortura

Page 34: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Exibição e debates do filme “O que é isso companheiro”, de Bruno BarretoEm 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.

Dia 10 – A Resistência

Page 35: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Exibição e debates do filme “Pra frente Brasil”. De Roberto FariasEm 1970 o Brasil inteiro torce e vibra com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".

Dia 11 – A Arbitrariedade

Page 36: CINEMA E DITADURA MILITAR NO BRASIL Arnaldo Lemos Filho .

Bibliografia ALVES, Giovanni. O cinema como experiência crítica. Projeto Telacritica, Unesp.

www.telacritica.orgALMEIDA MACHADO, João Luis. Vários artigos in www.planeta educação.com.brDUARTE, Rosalia. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2002BOLOGNINI, Carmen Zink(org). O cinema na escola. Campinas: Mercado de

Letras, 2007LACERDA, Gabriel. O Direito no cinema. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2007ALVES, Giovanni. Trabalho e Cinema –O mundo do trabalho através do cinema.

Londrina: Ed. Praxis, 2008, vols. 1 e 2TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro. A escola vai ao cinema. Belo Horizonte: Ed.

Autêntica,2003 LUZ, Marcia. Lições que a vida ensina e a arte encena. 3ªedição. Campinas: Ed.

Atomo, 2009SITES:www.adorocinema.com.bwww.vervideo.com.brwww.contracampo.com.brwww.65anosdecinema.pro.brwww.piratininga.org.brwww.telacritica.orgwww.planetaeducaçãol.com.br