Cinema Hollywoodiano

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Textos Completos: II Congresso Internacional de História da UFG/Jataí: História e Mídia – ISSN 2178-1281 1 Anais do II Congresso Internacional de História da UFG/ Jataí Realização Cursos de História, Letras, Direito e Psicologia ISSN 2178-1281 CINEMA HOLLYWOODIANO: A IMAGEM DA MULHER SOB O OLHAR DA LENTE MASCULINA CARDOSO, Tatiana Cristina 1 FREITAS JUNIOR, Edson Ferreira de 2 [...] A divisão dos sexos é, com efeito, um dado biológico e não um momento da história humana [...]. 3 As mulheres conquistam cada vez mais espaço na sociedade e lutam incessantemente pela igualdade de oportunidades e reconhecimento de sua atuação na família, no ambiente social, nas relações afetivas e no campo profissional, o que não agrada ao patriarcado, que teme sua queda diante da ascensão feminina. Nesse sentido, salientamos que o cinema, como produto social e artigo cultural, reflete em suas produções as relações de poder que existem nas semelhanças ou diferenças sociais, inclusive entre homens e mulheres. Durante séculos, a sociedade ocidental foi regida por normas vindas do patriarcado 4 . Tal ideologia faz com que as relações entre as pessoas sejam divididas de modo desigual, separadas, assim, por gênero. Além do mais, essa forma de governar é regida de maneira a manter-se sempre no poder, ou seja, estimulando a desigualdade, com suas ideias e formas de organizar as situações presentes na vida social. Hoje, no mundo pós-moderno, existe uma perda de referência de valores a serem seguidos, porque sempre se teve um homem no controle de tudo e à frente de todas as situações. A partir dos anos 60, a civilização começou a ser composta por famílias que não tinham mais uma figura paterna como modelo a ser seguido, e sim uma mulher na liderança, levando a sociedade a uma intensa crise de identidade, em que se busca o auto-entendimento e a procura de um lugar na sociedade. O ser humano contemporâneo não sabe qual é o seu real papel no mundo, seja ele mulher ou homem. As regras foram quebradas e os valores invertidos. E isso se deve à maneira com que a sociedade foi construída, dividida em gêneros, em que homem e mulher têm funções sociais específicas. Funções que os meios de comunicação ajudaram a reproduzir, sempre designando o que é “coisa” de homem fazer e “coisa” de mulher fazer. Por exemplo, através de revistas voltadas para as mulheres, onde se ensina como arrumar os cabelos, as unhas, o corpo, cozinhar bem, dicas para se educar os filhos, anúncios publicitários de produtos femininos e, é claro, cuidar bem do marido. E para aquelas que não são casadas, existem 1 Graduada em Comunicação Social/ Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e bacharelanda em História pela Universidade Federal de Goiás. 2 Graduado em Comunicação Social/ Publicidade e Propaganda pela Universidade de Brasília e mestrando em Arte e Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás. 3 BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo 1 Fatos e Mitos. Trad. Sérgio Milliet. 4ª Edição. São Paulo: Ed. Difusão Europeia do Livro, 1970, p. 13. 4 È uma autoridade masculina religiosa que tem poder sobre todos os seus subordinados, que deriva, por exemplo, o Papado, e que ao longo dos anos se tornou uma ideologia na qual o homem é a maior autoridade, sendo que as pessoas que não são do sexo masculino devem obediência inquestionável a ele.

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Anais do II Congresso Internacional de História da UFG/ Jataí – Realização Cursos de História, Letras, Direito e

Psicologia – ISSN 2178-1281

CINEMA HOLLYWOODIANO: A IMAGEM DA MULHER SOB O OLHAR DA LENTE MASCULINA

CARDOSO, Tatiana Cristina 1

FREITAS JUNIOR, Edson Ferreira de 2

[...] A divisão dos sexos é, com efeito, um dado biológico e não um momento da história humana [...].

3

As mulheres conquistam cada vez mais espaço na sociedade e lutam incessantemente pela igualdade de oportunidades e reconhecimento de sua atuação na família, no ambiente social, nas relações afetivas e no campo profissional, o que não agrada ao patriarcado, que teme sua queda diante da ascensão feminina. Nesse sentido, salientamos que o cinema, como produto social e artigo cultural, reflete em suas produções as relações de poder que existem nas semelhanças ou diferenças sociais, inclusive entre homens e mulheres.

Durante séculos, a sociedade ocidental foi regida por normas vindas do patriarcado4. Tal ideologia faz com que as relações entre as pessoas sejam divididas de modo desigual, separadas, assim, por gênero. Além do mais, essa forma de governar é regida de maneira a manter-se sempre no poder, ou seja, estimulando a desigualdade, com suas ideias e formas de organizar as situações presentes na vida social.

Hoje, no mundo pós-moderno, existe uma perda de referência de valores a serem seguidos, porque sempre se teve um homem no controle de tudo e à frente de todas as situações. A partir dos anos 60, a civilização começou a ser composta por famílias que não tinham mais uma figura paterna como modelo a ser seguido, e sim uma mulher na liderança, levando a sociedade a uma intensa crise de identidade, em que se busca o auto-entendimento e a procura de um lugar na sociedade.

O ser humano contemporâneo não sabe qual é o seu real papel no mundo, seja ele mulher ou homem. As regras foram quebradas e os valores invertidos. E isso se deve à maneira com que a sociedade foi construída, dividida em gêneros, em que homem e mulher têm funções sociais específicas. Funções que os meios de comunicação ajudaram a reproduzir, sempre designando o que é “coisa” de homem fazer e “coisa” de mulher fazer. Por exemplo, através de revistas voltadas para as mulheres, onde se ensina como arrumar os cabelos, as unhas, o corpo, cozinhar bem, dicas para se educar os filhos, anúncios publicitários de produtos femininos e, é claro, cuidar bem do marido. E para aquelas que não são casadas, existem

1 Graduada em Comunicação Social/ Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e

bacharelanda em História pela Universidade Federal de Goiás. 2 Graduado em Comunicação Social/ Publicidade e Propaganda pela Universidade de Brasília e

mestrando em Arte e Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás. 3 BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo 1 – Fatos e Mitos. Trad. Sérgio Milliet. 4ª Edição. São

Paulo: Ed. Difusão Europeia do Livro, 1970, p. 13. 4 È uma autoridade masculina religiosa que tem poder sobre todos os seus subordinados, que deriva,

por exemplo, o Papado, e que ao longo dos anos se tornou uma ideologia na qual o homem é a maior autoridade, sendo que as pessoas que não são do sexo masculino devem obediência inquestionável a ele.

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conselhos de como arrumar um bom marido e segurá-lo. Ressaltando que tais periódicos já pregavam isso desde os anos 50, como, por exemplo, nas revistas Capricho, Cláudia, Querida, e no Jornal das Moças, que existiu desde 1914 até 1965. Hoje, as que continuam liderando o mercado no Brasil são as revistas Cláudia, Capricho, Boa Forma e a americana Marie Claire.

Realçamos que o cinema hollywoodiano melodramático5 é mais uma esfera de dominação, onde é atribuída à mulher, segundo sua produção fílmica, a serventia de dar prazer visual ao homem. Uma recompensa erótica em olhar algo sem ser visto, em que o homem se submete à condição de voyeur diante do objeto desejado, que é a mulher, sendo isso não inato e sim resultado da socialização masculina e feminina, pois ambos os sexos são constituídos socialmente.

Mas tal objetificação não é o problema central, uma vez que a mulher pode, sim, ser erotizada pelo homem, assim como o homem pode ser erotizado pela mulher. O cerne da questão é o olhar de poder e de posse manifestado pelo homem e que não faz parte do olhar feminino6. O homem observa e quer ter controle sobre a mulher, e, assim, é com frequência colocado como superior.

Elizabeth Ann Kaplan, uma das pioneiras da crítica feminista cinematográfica nos anos 70, autora de vários artigos e livros, nos quais utiliza a teoria psicanalítica para compreender a socialização feminina na cultura patriarcal, especialmente no cinema hollywoodiano, particularmente o melodrama, afirma: “Os signos do cinema hollywoodiano estão carregados de uma ideologia patriarcal que sustenta nossas estruturas sociais e que constrói a mulher de maneira específica – maneira tal que reflete as necessidades patriarcais [...]”6. Signos estes que servem para que a mulher seja cada vez mais estereotipada e colocada constantemente em uma condição frágil diante da suposta posição forte do homem.

E o cinema, como mercadoria que é, pois mesmo sendo uma obra de arte foi concebido no seio do capitalismo e com objetivos iniciais de ser comercializado por meio dos estúdios cinematográficos, reafirma e insere os valores que lhe são vantajosos financeiramente, porquanto ele requer investimento, assim precisa de retorno. Além do mais, os filmes, por mais belos e tocantes que sejam, sempre trazem significados em suas mensagens. E no caso dos filmes de Hollywood, segundo Kaplan7, “eles trazem uma ordem social a ser purgada, um conjunto de imperativos éticos que é preciso elucidar”.

Faz-se necessário destacar que os filmes não são criados por “seres divinos” e sim por humanos comuns que possuem crenças e valores; não são deuses nem gênios, como sugere o mercado cinematográfico, para fetichizar ainda mais as películas. Os filmes são feitos obedecendo a padrões já estabelecidos, seguindo

5 São os filmes que atingem maior repercussão no mundo, produzidos em Hollywood, distrito de Los

Angeles, desde, aproximadamente, 1915 até hoje. Tais filmes mantêm em sua estrutura narrativa regras e convenções que controlam a história, como verossimilhança (para aproximar o espectador do personagem); filmes com começo, meio e fim; personagem principal passar sempre por um conflito; coerência; clareza e homogeneidade, sendo que tais filmes são divididos em gêneros, como por exemplo: drama, comédia, western, terror, romance, ficção-científica etc. 6 KAPLAN, Elizabeth Ann. A mulher e o cinema - os dois lados da câmera. Trad. Helen Márcia Potter

Pessoa. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Rocco, 1995, p. 45. 7 KAPLAN, Elizabeth Ann. A mulher e o cinema - os dois lados da câmera. Trad. Helen Márcia Potter

Pessoa. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Rocco, 1995, p. 46.

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regras, acordos, recursos financeiros e tecnológicos, e não imaginado magicamente por um ser sobrenatural8.

Lisandro Nogueira9 observa que o cinema de Hollywood possui regras bastante explícitas: “a) não se produzirão filmes contra os princípios morais do público, b) serão apresentados modelos corretos de vida, sujeitos apenas ao drama e ao entretenimento, c) a lei não será ridicularizada nem poderá despertar simpatia por sua violação”. Essas regras são designadas, assim, como pedagogia cultural, ou seja, um jeito próprio de ensinar como as pessoas devem agir, sendo ensinado tacitamente o modo de vida americano, regulando e colonizando culturalmente outras nações. Poder colonizador esse que pode ser tanto cultural quanto econômico, sempre determinando o que é certo e errado, bom e mau, bonito e feio, verdadeiro e falso – definições dicotômicas e maniqueísmos latentes fazem parte dos roteiros do começo ao fim.

Dessa forma, faz-se imprescindível descobrir como mulheres são inseridas na narrativa hollywoodiana melodramática, com o propósito de buscar as raízes sociológicas e ideológicas da submissão fílmica feminina sob o gênero masculino, analisando então a produção e o significado do filme, uma vez que a sociedade contemporânea foi construída em uma base dividida em gêneros, onde na maioria das culturas, no que se refere ao acesso a recursos, o gênero masculino com frequência foi posicionado como superior. MULHER NÃO É A ÚNICA VÍTIMA

A mulher também é o sujeito no processo de dominação patriarcal, porque mesmo estando na condição de objeto ela resiste à dominação, por meio de, por exemplo, movimentos sociais como o feminista, se tornando então ativa e não passiva na relação de dominação. Fato que não deve ser ignorado, uma vez que essa dominação faz vítimas tanto homens quanto mulheres, causando a desigualdade, o que solapa a ambos os sexos10 e ocasiona as funções sociais pré-determinadas que se vivem hoje e que os meios de comunicação ajudam a reproduzir.

É nesse cenário que as narrativas midiáticas incidem na construção das representações sociais, pois os meios de comunicação de massa se configuram como a principal matriz cultural das sociedades contemporâneas, reproduzem sentidos, agem sobre a realidade, indicam valores, orientam comportamentos e posturas que determinarão como o indivíduo se incluirá e se relacionará no mundo11. E como principal característica das narrativas midiáticas está a questão da identificação, logo é por meio dela que as mulheres (espectadoras) se reconhecem e se aproximam, passando assim a assumir e também veicular a cultura patriarcal que

8 VIANA, Nildo. A concepção materialista da história do cinema. 1ª Edição. Porto Alegre: Editora

Asterisco, 2009, p. 57 9 NOGUEIRA, Lisandro Magalhães. Central do Brasil e o melodrama. In: In: RAMOS, Fernão Pessoa,

et al. (orgs.) Estudos de Cinema 2000-SOCINE, p. 67. 10

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Khuner. 5ª Edição. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2005. 11

SODRÉ, Muniz. O globalismo como neobarbárie. In: MORAES, Dênis de. (org). Por uma outra comunicação – mídia, mundialização cultural e poder. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Record, 2005.

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os meios de comunicação proliferam, por meio das revistas voltadas para mulheres (como já dito).

Esse tipo de representação está presente tanto na TV (com suas novelas que têm personagens mulheres submissas aos esposos, e solteiras que são tachadas de ”mal-amadas”, “beatas”, “encalhadas” e “solteironas”) quanto nos desenhos animados, na literatura e no cinema, que será o veículo de comunicação de massa pelo qual esta investigação estudou esta questão, por proporcionar uma condição de voyeur tão diferente do que outras manifestações artísticas e por, como afirma Turner12, as películas serem construídas baseadas em convenções com origens sociais no modo de como as mulheres são vistas e valorizadas na comunidade, o que justifica os filmes serem produzidos e vistos dentro de um contexto social e cultural que inclui mais do que os textos de outros filmes. O cinema então desempenha uma função cultural, por meio de suas narrativas, o que vai além do prazer da história.

E já que ele cria, a modelo de outros meios de comunicação de massa, características que servem para que os espectadores se identifiquem é que esta pesquisa se propôs a investigar que tipo de mulher é essa que o olhar masculino do cinema hollywoodiano melodramático dissemina em sua produção. Por que essa mulher é predominantemente colocada em uma condição sujeita à posição masculina? ANÁLISE FÍLMICA

Para a realização da pesquisa indicada, foram analisados os seguintes filmes: O Pecado Mora ao Lado (Billy Wilder, 1955) e Instinto Selvagem (Paul Verhoeven, 1992), que serviram de exemplos representativos dos posicionamentos femininos inseridos nos filmes de Hollywood. Estes filmes foram escolhidos, em primeiro lugar, porque existem milhares de filmes e por isso não é possível analisar todos; em segundo lugar, analisar um número extenso de filmes inviabilizaria a pesquisa ou tornaria a análise superficial; em terceiro lugar, estes filmes são os mais expressivos e tiveram maior impacto na construção de imagens sobre a mulher. Destacamos ainda que os elegemos por serem filmes que ainda não foram objeto de estudo profundo, e também porque eles foram modelos de tendências que influenciariam a filmografia posterior.

Foi selecionado um filme de 1950, pois esta década representa o início do rompimento das primeiras formas de dominação do olhar masculino sobre as mulheres; essas primeiras formas foram os filmes que o antecederam, o cinema primitivo. Tal rompimento se deu a partir da década de 50, no cinema americano que foi examinado, porque foi nesta época que, de acordo com Turner13, a sexualidade estava explicita; foi quando a revista Playboy surgiu, o interesse sexual dos americanos se intensificou, a circulação de best-sellers com referências a sexo aumentou rapidamente, e segundo os relatórios Kinsey sobre homens, em 1948; e

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TURNER, Graeme. Cinema como prática social. Trad. Mauro Silva. São Paulo: Summus Editorial,

1993, p. 69. 13

TURNER, Graeme. Cinema como prática social. Trad. Mauro Silva. São Paulo: Summus Editorial, 1993, p. 108.

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sobre as mulheres em 1953, o sexo era visto como a coisa mais importante da vida, sendo Marilyn Monroe elegida a musa da época e símbolo de mulher-objeto, sexual, domesticável e ingênua.

A escolha de um filme da década de 90 se deu para tentar se descobrir a maneira com que os homens determinam a mulher no cinema; recortando da realidade aquilo que lhes é conveniente dissipar, continua predominante, embora sua queda tenha começado nos anos 50. Outro motivo é porque Sharon Stone interpreta uma femme fatale que como afirma Kaplan14 é uma nova concepção de dominação do olhar masculino. Não queremos com isso assegurar que foram nos anos 90 que as femme fatale surgiram, porquanto elas apareceram também em filmes dos anos 50 e 60, procuramos mostrar que este conceito de “mulher mortal” contemporâneo assume trejeitos másculos; se permite a uma relação fêmea-fêmea; sua imagem é masculinizada, forte e resistente, ou seja, ela é redesenhada a semelhança do homem, para assim poderem guiar a trama como principal e não como secundária.

Tais filmes foram escolhidos, ainda, pelo fato de, além de terem sido feitos em Hollywood – que são os filmes de maior repercussão no mundo – eles terem atingido um sucesso superior a outras películas, lançadas nas mesmas décadas. Além do mais, eles “iconizaram” duas mulheres, Marilyn Monroe e Sharon Stone, respectivamente, que serviram e servem de modelo de beleza e admiração masculina.

Logo, abordamos, primordialmente, a produção social destes filmes para ter uma percepção de como se produz a imagem da mulher no cinema hollywoodiano, sendo o estudo social do filme fundamental para compreender tanto a sua mensagem quanto a imagem da mulher, o que remete ao estudo da época e dos agentes do seu processo de produção. Como afirma Viana:

Um filme é constituído socialmente, isto é, a sua mensagem, a sua forma, é um produto social, de uma determinada época e lugar, de determinados produtores (expressando determinada classe, ou grupo social, determinados interesses, valores e sentimentos, produzidos socialmente), especialmente o capital cinematográfico, produto do desenvolvimento histórico do capitalismo e que controla a maior parte produção cinematográfica15.

E por que usar da análise fílmica para examinar os filmes em questão? Porque, conforme expressado acima, o significado de um filme está em sua mensagem. Assim, “o processo de análise do filme necessita, portanto, de uma percepção mais ampla possível do contexto sócio-histórico e cultural da produção do filme, das relações entre capital cinematográfico e equipe de produção [...]”15

A análise proposta previu, inclusive, a utilização de quatro indicadores: personagens, imagem fílmica, cenografia/figurino e discursos/sons. Para se descobrir como as mulheres são colocadas nos filmes, se suas falas, roupas e

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KAPLAN, Elizabeth Ann. A mulher e o cinema - os dois lados da câmera. Trad. Helen Márcia Potter Pessoa. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Rocco, 1995, p. 22. 15

VIANA, Nildo. Cinema e mensagem – O significado original e atribuído ao filme. No prelo, 2010b, p. 06

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cenários contribuem para a posição de objeto que ocupam, e como os mecanismos cinematográficos se entrelaçam para contribuir com a dominação patriarcal. INTERDISCIPLINARIDADE DE CONHECIMENTOS

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, foram utilizados estudos sobre a Sociologia para compreender como as pessoas interpretam os filmes, se comportam e interagem entre si, buscando as raízes sociológicas e ideológicas da submissão feminina; procurando entender como o cinema foi construído socialmente e a maneira que ele está inserido no cotidiano da sociedade, e assim examinar a produção e o sentido do filme.

Foram estudadas, ainda, pesquisas sobre a mulher, como um gênero estereotipado e excluído da sociedade construída a partir do patriarcalismo, e como elas são inseridas nos filmes melodramáticos de Hollywood. Também utilizamos algumas contribuições oriundas da psicanálise como uma ferramenta para se entender as formas que o cinema estabelece o olhar, abarcando ainda peculiaridades da socialização feminina e masculina dentro do patriarcado. E a Teoria Cinematográfica, porque envolve o cinema, que foi o instrumento para que a investigação se realizasse, a partir da análise fílmica.

Sobre a Sociologia e a abordagem que ela faz sobre o cinema, a questão da mensagem, sua interpretação, seu surgimento social e toda glamouralização que o envolve, Turner (1993), Viana (2009 e 2010b), Sklar (1985) e Morin (1989) foram examinados. Quanto ao tratamento que é dado à mulher e as representações sociais pelas quais elas e os homens são sujeitados, Guareschi e Jovchelovith (1995), Moscovici (2003) e Viana (2010a) alicerçarão a pesquisa. A respeito de como o cinema mostra o feminino, ressaltamos o que diz Graeme Turner:

[...] Particularmente no cinema de Hollywood, desde a adoção da cor o feminino é filmado de um modo diferente de sua contraparte masculina. Há mais ênfase nas partes individuais do corpo, a ponto de se cortar a cabeça ou o rosto; mais atenção para a plástica produzida pela iluminação; e um maior uso da mise-en-scène para exibição. Hollywood transformou a forma feminina num espetáculo, uma representação para ser perscrutada e questionavelmente possuída pelo espectador (masculino). [...] Os filmes nos oferecem uma imagem impossível da beleza feminina como objeto do desejo masculino (e até feminino) 16.

Assim, partimos do princípio de que todos os adornos que envolvem a personagem feminina servem para dar mais destaque ao seu aparecimento na trama; a maneira como ela é vista pelo personagem masculino, como ela mesma se vê, e como os espectadores, tanto homens quanto mulheres, a veem.

Em relação à mulher e à maneira como a sociedade, que é conduzida por um homem, a vê, um dos autores estudados foi Berger17, pois para ele “ter nascido mulher é ter nascido, num determinado e confinado espaço, para a guarda do

16

TURNER, Graeme. Cinema como prática social. Trad. Mauro Silva. São Paulo: Summus Editorial, 1993, p. 84. 17

BERGER, John. Modos de ver. Trad. Lúcia Olinto. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 48.

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homem”. Assim, a mulher tem uma vida cheia de regras e imposições vindas dos homens. Freud (1997) também analisa a mulher, sob a perspectiva de um objeto para sanar as vontades masculinas, e isso desde os primeiros processos de construção da civilização, o que pôde ser averiguado em seu livro O Mal-Estar na Civilização.

Foram estudados ainda, Bourdieu (2005) e Castañeda (2006), no que se refere ao machismo estar presente na maioria das expressões sociais e como isso contribui para a construção das subjetividades nos indivíduos. Beauvoir (1970), para se perceber o feminismo, que é um dos movimentos sociais que possibilitaram e possibilitam mudanças nas representações de gênero no cinema, visto que ela traz, ainda, em seus livros relatos de suas pacientes, o que poderá ajudar no entendimento de diversas mazelas que as mulheres vivem hoje e porque elas sentem determinadas vontades que são oprimidas pelo gênero masculino. E, Kaplan (1995), no que diz respeito à produção fílmica ser dominada pelo olhar masculino, como um recurso para conter a ameaça que ele julga a mulher trazer para sua suposta superioridade.

No que concerne ao cinema (Teoria Cinematográfica), à ilusão e ao fascínio que ele exerce sobre as pessoas, aos princípios narrativos hollywoodianos, aos valores e maneiras de viver que ele impõe e ao seu poder disseminador de ideologias, Aumont (1995), Bernardet (2009), Xavier (1984), Stam (2003), Costa (2003) e Bordwell (2005) são autores que trabalham com clareza e objetividade tais temas. Portanto, puderam oferecer subsídios a essa pesquisa. Bernardes18 destaca em seu livro O que é cinema, em relação à ilusão que ele provoca, que a “imagem cinematográfica” consiste em conferir a realidade. Então, ela é uma ilusão da verdade, como se a imagem que se vê na tela fosse verdadeira.

No que diz respeito ao cinema ser utilizado como disseminador de ideologias, Stam (2003) afirma que, quando o cinema surgiu, os países produtores de filmes estavam em guerra – Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos – e para que a dominação em suas colônias fosse de fato concretizada, filmes eram exibidos sob o pretexto de “civilizar” os povos dominados. Essa proposta acarreta, hoje, em uma também dominação cultural e perda de identidade, pois a forma euroamericana de cinema populariza um discurso de modo de vida de acordo com os seus ideais. Com isso, a homogeneidade de pensamento somente favorece e enriquece tais nações dominadoras, porque se almeja, pelos povos dominados, tudo o que os “colonizadores” têm e o que eles dão valor. (STAM, 2003)

O estudo da narrativa foi realizado para se entender o conjunto de ideias que se transmite pelo filme hollywoodiano, sendo ele uma representação da realidade, evidenciando que a narrativa clássica hollywoodiana possui um formato próprio, com normas para retratar a fábula e manipular a composição e o estilo. (BORDWELL, 2005)

A MULHER NO FILME DOS ANOS 50

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BERNARDET, Jean-Claude. O que é o cinema. 1ª Edição. São Paulo: Brasiliense, 2009, p. 12

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Filmes dos anos 50 representam o início do rompimento das antigas formas (anos 30 e 40) de dominação do olhar masculino. Tais códigos começam a ruir, mas não desmoronam, pois a produção fílmica dos anos 50 mostra a mulher de uma forma sensual e ingênua ao mesmo tempo, inteligente, mas pouco sagaz. Uma mulher que não tem iniciativa e depende de uma figura masculina que organize sua vida e norteie seus impulsos. Essa mulher da década de 50 está sempre em busca de um homem que possui características em comum, nos filmes de maior sucesso desta década. Características tais estas que são:

Querer um homem carinhoso e sensível, tanto com ela quanto com os filhos.

Sonhar que exista um amor perfeito e que abre mão dos seus desejos em prol da família, papel representado por Helen Chairman (esposa posta como fiel e dedicada de Richard Chairman). Uma mãe dedicada exclusivamente ao marido e filhos. Não trabalha fora de casa, não estuda, sua vida está totalmente concentrada na família.

Almejar um homem rico, trabalhador e com boa aparência.

Um homem que a veja como um ser verdadeiramente pensante e que tenha um coração, não sendo apenas um objeto sexual e que exista apenas para cuidar da casa e ser genitora, sendo esta uma contradição que se destaca, manifestando, assim, a verdadeira mensagem que o patriarcado quer transmitir, busca realizada por Marilyn Monroe.

Cena do filme O Pecado Mora ao Lado

Ficha técnica/ O PECADO MORA AO LADO

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Richard Sherman (Tom Ewell) é um editor de livros que sente-se "solteiro" quando a mulher (Evelyn Keyes) e o filho (Burch Bernard) viajam em férias. Ele começa então a ficar cheio de ideias quando uma bela e sensual jovem (Marilyn Monroe), que é modelo e sonha ser atriz, torna-se a sua vizinha.

Título original: The Seven Year Itch

Gênero: Comédia

Duração: 1 hr 45 min

Ano de lançamento: 1955

Studio: 20th Century Fox / Charles K. Feldman Group

Distribuidora: 20th Century Fox Film Corporation

Direção: Billy Wilder

Roteiro: Billy Wilder e George Axelrod, baseado em peça teatral de George Axelrod

Produce: Charles K. Feldman e Billy Wilder

Música: Alfred Newman

Fotografia: Milton R. Krasner

Direção de arte: George W. Davis e Lyle R. Wheeler

Figurino: Travilla

Edição: Hugh S. Fowler

Cena do filme Instinto Selvagem

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Ficha técnica do filme INSTINTO SELVAGEM

Em São Francisco, o policial Nick Curran (Michael Douglas) fica fortemente atraído por Catherine Tramell (Sharon Stone), a principal suspeita de um assassinato. Apesar de ter consciência dos riscos que corre, Curran se expõe cada vez mais, mesmo quando novas mortes ocorrem.

Título original: Basic Instinct

Gênero: Suspense

Duração: 2 hr 8 min

Ano de lançamento: 1992

Estúdio: TriStar Pictures / Carolco Pictures / Le Studio Canal+

Distribuidora: TriStar Pictures / Columbia TriStar Film Distributors International

Direção: Paul Verhoeven

Roteiro: Joe Eszterhas

Produção: Alan Marshall

Música: Jerry Goldsmith

Fotografia: Jan de Bont

Direção de arte: Mark Billerman

Figurino: Ellen Mirojnick

Edição: Frank J. Urioste

Efeitos especiais: Cinema Research Corporation / Dreamstate Effects / VCE

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SIMBOLISMOS TRANSMITIDOS AO LONGO DOS ANOS PELO CINEMA A mulher no filme contemporâneo

Personagem comum nos filmes dos anos 90 é a femme fatale, que usa sua

sexualidade para manipular o homem e seus próprios desejos, que são perversos. Ela é independente financeiramente, intelectualmente, socialmente (liberal) e sexualmente (bissexual). Heroína e vítima ao mesmo tempo. No caso de Instinto Selvagem, ela demonstra os seguintes sinais:

Roxy (namorada de Catherine Tramell) é bissexual, se satisfazendo como voyeur durante as relações sexuais de Nick (policial que é o centro da trama) com Tramell.

Catherine assume um papel muitas vezes másculo, mas a ideologia patriarcal continua, pois o detetive é o homem quem a salva da detetive mulher. Os homens nesse filme são postos como objeto, mas até certo ponto.

Doutora Beth é bissexual, o que, somado às outras duas personagens que sentem prazer sexual tanto com homens quanto com mulheres, faz com que a trama tenha três personagens femininos bissexuais e híbridos nas posições durante as relações sexuais.

Nenhuma delas busca um amor, como nos filmes dos anos 50. A mulher contemporânea é mostrada como um ser que busca o prazer independente de onde venha. A mulher é vista nos filmes da década de 50 da mesma maneira que nas

décadas anteriores, ou seja, uma mulher que renuncia aos seus próprios desejos em favor do desejo masculino. E os filmes a caracterizam como um objeto de desejo domesticável. Sempre precisando de um homem que a deixe “segura” contra suas próprias fraquezas femininas e que, além do mais, seja vulnerável economicamente.

Ela ainda é representada nos filmes como um ser que não pode ser dono de seu prazer e de sua vida, é totalmente dependente do homem para satisfazer-se, sendo inserida nos filmes como fetiche, algo belo e inacessível, causando assim um imenso prazer visual ao homem, que se coloca como um voyeur diante de tais imagens.

Já no filme contemporâneo, a femme fatale, que exala toda sua sensualidade sedutora, assume uma posição de suposta independência em todos os âmbitos da vida social, entretanto tacitamente se sabe que é o homem o centro da trama e comandante de todas as ações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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